MEDICINA PREVENTIVA Flashcards

1
Q

Quais são os princípios ético/doutrinários do SUS?

A

vogais “UEI”

Universalildade
Equidade
Integralidade

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2
Q

Quais são os princípios organizacionais do SUS?

A

Mnemônico “Hoje o DR é PaRÇA” (consoantes)

Hierarquização
Descentralização
Regionalização
Participação social
Resolubilidade
Complementaridade

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3
Q

Quais são os princípios da Atenção Básica?

A

PLInCipios PLInCipais:
- Primeiro contato (acesso)
📌considerado o princípio soberano
- Longitudinalidade
- Integralidade
- Coordenação do cuidado

Princípios secundários (ECO):
- enfoque na família (ex: genograma, ecomapa)
- competência cultural
- orientação comunitária (ex: rodas de conversa, grupos)

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4
Q

Lei 8080

A

Regulamenta o funcionamento do SUS

Descentralização
- esfera nacional: definir políticas públicas e executar ações de soberania
- esfera estadual: coordenar ações de saúde
- esfera municipal: executar ações de saúde

Complementaridade
- prioridade: filantropia e sem fins lucrativos
- se usuário de plano fizer procedimento coberto por ele no SUS -> repasse de recursos
- planos de saúde = rede SUPLEMENTAR

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5
Q

Lei 8142

A

Define alocação de recursos e participação social no SUS

Transferência de recursos regular e automática

Conselhos:
- mensais
- permanentes e deliberativos
- definem e fiscalizam a EXECUÇÃO e os GASTOS em saúde

Conferências:
- 4 em 4 anos (troca de governo)
- consultivas
- elaboram DIRETRIZES das políticas de saúde

📍COMPOSIÇÃO: 50% USUÁRIOS + 25% PROFISSIONAIS DA SAÚDE + 12,5% PRESTADORES DE SERVIÇO + 12,5% GOVERNO

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6
Q

Resumo das Normas Operacionais Básicas do SUS

A

NOB 91
- ”lei sem noção”
- centraliza o SUS em nível federal
- repasse volta a ser por produção

NOB 93
- ”lei dos MUNICÍPIOS”
- descentralização
- transferência de recursos per capita
- COMISSÕES INTERGESTORAS
• bipartite (estadual): estado + município (COSEMS)
• tripartite (nacional): estado (CONASS) + município (CONASEMS) + ministério saúde

NOB 96
- criação do Piso da Atenção Básica (PAB):
• fixo: ponderado pela vulnerabilidade
• variável: municípios que fazem além do básico (ex: saúde odontológica)

NOAs 2001-2002
- REGIONALIZAÇÃO
- garantir ACESSO à saúde o mais próximo possível de todas as residências
- Regiões de Saúde:
📍atenção primária&raquo_space; UBS
📍psicossocial&raquo_space; CAPS
📍urgência e emergência
📍vigilância em saúde
📍atenção ambulatorial e hospitalar

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7
Q

Diferencie seguro social de seguridade social

A

Seguro:
- “antigo”
- BISMARCKIANO (bisMALkiano)
- só cuida de quem contribui
- ex: CAPS, IAPS, INPS

Seguridade:
- ”novo”
- BEVERIDGE (BEVEvolente)
- cuida de toda a população
- ex: SUS

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8
Q

Defina o Projeto Terapêutico Singular (PTS) e suas etapas

A

Plano de cuidado elaborado por EQUIPE MULTIDISCIPLINAR de forma INTEGRAL e ESPECIAL para um indivíduo/família/grupo em situação COMPLEXA.
Pode ser utilizado em TODOS OS NÍVEIS DE ATENÇÃO.

Etapas (4 D’s):
- Diagnóstico
- Definição de metas
- Divisão de responsabilidades
- De novo (reavaliação)

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9
Q

Princípios x diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)

A

PRINCÍPIOS (igual aos ético-doutrinários):
- Universalidade
- Equidade
- Integralidade

DIRETRIZES:
- Regionalização
- Hierarquização
- Territorialização
- População adscrita
- Cuidado centrado na pessoa
- Resolutividade
- Longitudinalidade
- Coordenação do cuidado
- Ordenação da rede
- Participação da comunidade

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10
Q

Resumo do financiamento do SUS

A

1) EC 29 de 2000 (lei 141 de 2012):
- município: 15% da arrecadação mun1CINCO
- estado: 12% da arrecadação estaDOZE
- união: ano anterior + PIB

2) EC 95 de 2016
- união: ano anterior + inflação

3) 2023: regime fiscal sustentável
- blocos:
manutenção: manter oferta de saúde (ex: pagar convênio com laboratórios)
estruturação: estrutura física (ex: construção de UBS)

📍Previne Brasil
- CAPTAÇÃO PONDERADA (número de pessoas cadastradas e vulnerabilidade)
- PAGAMENTO POR DESEMPENHO
• 7 indicadores:
I) gestantes com 6 consultas de pré natal sendo a 1ª até 12 semanas
II) gestantes com TR de sífilis e HIV
III) gestantes com atendimento odontológico
IV) mulheres com citopatológico
V) HAS com consulta e PA aferida em 6m
VI) DM com consulta e HbA1C em 6m
VII) crianças com vacinação VIP e penta
- INCENTIVO POR AÇÕES ESTRATÉGICAS (renda extra pra quem fizer além)
- INCENTIVO POPULACIONAL (considera IBGE e potencial de cadastramento de não cadastrados)

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11
Q

As diferentes formas de contratação de profissionais na atenção primária contribui para a longitudinalidade do cuidado, uma vez que ajuda a atrair e fixar estes profissionais.

Verdadeiro ou falso?

A

FALSO!

As diferentes formas de contratação de profissionais facilitam a atração, porém dificultam o vínculo ao serviço de saúde, uma vez que os contratos muitas vezes são para curto prazo, prejudicando a longitudinalidade da assistência.

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12
Q

Princípios do SUS segundo a LEI 8080

A

UNIVERSALIDADE

INTEGRALIDADE

IGUALDADE da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie
‼️aqui não é equidade

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

DESCENTRALIZAÇÃO

Preservação da AUTONOMIA das pessoas na defesa de sua integridade física e moral

DIREITO À INFORMAÇÃO, às pessoas assistidas, sobre sua saude

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário

Uso da EPIDEMIOLOGIA

INTEGRAÇÃO em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico

CONJUGAÇÃO DOS RECURSOS financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população

CAPACIDADE DE RESOLUÇÃO dos serviços em todos os níveis de assistência

Organização dos serviços públicos de modo a EVITAR DUPLICIDADE de meios para fins idênticos

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13
Q

Defina número de reprodução (RT)

A

É o número de novos casos após a exposição a um caso índice

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14
Q

Conceitue as seguintes propriedades dos bioagentes: INFECTIVIDADE, PATOGENICIDADE e VIRULÊNCIA

A

INFECTIVIDADE: capacidade de se alojar e multiplicar no organismo de um hospedeiro

PATOGENICIDADE: capacidade de causar doença em um indivíduo suscetível

VIRULÊNCIA: grau de patogenicidade, que se expressa pela gravidade da doença (letalidade, sequelas) e a capacidade de causar sintomas em maior ou menor grau

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15
Q

Em uma lagoa de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, foi localizada uma população de caramujos Biomphalaria glabrata. Na região, não são relatados casos de esquistossomose, e os caramujos recolhidos estavam negativos para Schistosoma mansoni. Essa área deve, portanto, ser definida como:

A

Área indene SEM potencial de transmissão: NÃO TEM O CARAMUJO Biomphalaria glabrata.

Área indene COM potencial de transmissão: TEM O CARAMUJO Biomphalaria glabrata, mas NÃO TEM INFECTADOS.

Área Vulnerável: área indene com potencial de transmissão, mas que vem sofrendo ALTERAÇÕES AMBIENTAIS que possibilitam o ASSENTAMENTO DE INFECTADOS, fechando assim os elementos necessários para o início da transmissão autóctone.

Área de foco: área endêmica CIRCUNSCRITA em uma área que até então era indene.

Área endêmica: área de EXTENSÃO GEOGRÁFICA MAIOR que a área de foco, onde a transmissão da doença já está bem estabelecida, com casos autóctones e caramujos infectados

Resposta: ÁREA INDENE COM POTENCIAL DE TRANSMISSÃO

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16
Q

Equidade HORIZONTAL x VERTICAL

A

Equidade HORIZONTAL preconiza tratar indivíduos IGUAIS IGUALMENTE, enquanto a equidade VERTICAL preconiza tratar indivíduos DIFERENTES de forma DESIGUAL

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17
Q

Caracterize os níveis de atenção quanto ao grau de complexidade e de tecnologia

A

Atenção PRIMÁRIA: alta complexidade + baixa densidade tecnológica (tecnologia LEVE)

Atenção secundária: menor complexidade, maior densidade tecnológica (tecnologia LEVE-DURA)

Atenção terciária: alta densidade tecnológica (tecnologia DURA)

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18
Q

Diferencie as tecnologias no cuidado em saúde

A

LEVE: acolhimento, autonomia do paciente, escuta qualificada, dinâmicas em grupo, diálogo aberto, etc. -> principal na atenção PRIMÁRIA

LEVE-DURA: saber técnico-científico específico -> principal na atenção SECUNDÁRIA

DURA: equipamentos e procedimentos complexos -> principal na atenção TERCIÁRIA

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19
Q

Componentes do MCCP

A

1) Explorando a saúde, a doença e a EXPERIÊNCIA DA DOENÇA

2) Entendendo a PESSOA COMO UM TODO

3) Elaborando um PLANO CONJUNTO de manejo dos problemas

4) Intensificando a RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

📍atualmente, o MCCP é composto apenas por esses 4 componentes; mas questões desatualizadas podem cobrar outros dois:

5) Incorporando a PREVENÇÃO e PROMOÇÃO da saúde

6) Sendo REALISTA

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20
Q

A adscrição da clientela é atribuição exclusiva de qual profissional da APS?

A

Do ACS (agente comunitário de saúde)

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21
Q

O que foi a Lei Eloy Chaves?

A

Instituiu as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), sendo o marco inicial da previdência no país.

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22
Q

O que foi a Conferência Alma-Ata?

A

A primeira conferência internacional a discutir sobre a atenção primária em saúde.

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23
Q

Quais as duas diretrizes do SUS são especialmente detalhadas no Decreto n° 7.508?

A

Descentralização e hierarquização.

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24
Q

Como é dividida a participação social nos conselhos e conferências?

A

Profissionais de saúde (25%)

Prestadores de serviço + representantes do governo (25%)

Usuários do SUS (50%)

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25
Q

De quais dois impostos provêm os recursos investidos na Saúde?

A

CSLL e COFINS, ambos do Orçamento da
Seguridade Social.

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26
Q

Como é feito o financiamento da APS segundo o programa Previne Brasil?

A

1) Captação ponderada
• remunera de acordo com número de pessoas cadastradas e vulnerabilidade

2) Pagamento por desempenho
📌 7 indicadores:
• % gestantes com 6 consultas de pré natal sendo a 1ª até 12 semanas
• % gestantes com TR de sífilis e HIV
• % gestantes com atendimento odontológico
• % mulheres com citopatológico
• % HAS com consulta e PA aferida em 6m
• % DM com consulta e HbA1C em 6m
• % crianças com vacinação VIP e penta

3) Incentivo por ações estratégicas
• renda extra pra quem fizer além

4) Incentivo por critério populacional
• considera IBGE e potencial de cadastramento de não cadastrados

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27
Q

A PNAB definiu a possibilidade da existência de 2 tipos de equipes: a Equipe de Saúde da Família (eSF) e a Equipe de Atenção Básica (eAB).

Qual é a diferença entre elas?

A

Equipe de Saúde da Família: médico + enfermeiro + técnico de enfermagem + ACS

Equipe de Atenção Básica: não tem ACS

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28
Q

Funções de cada uma das ferramentas de abordagem familiar

A

• GENOGRAMA: identifica as ligações dentre as gerações e permite analisar as interações entre os membros da familia.

• ECOMAPA: identifica as relações da família e de seus membros com o meio e a comunidade onde habitam.

• CICLO DE VIDA: identifica fenômenos que envolvem cada estágio de desenvolvimento pelo qual passa a família.

• FIRO (Fundamental Interpersonal Relations Orientation): compreende o funcionamento da família a partir de suas relações de poder, comunicação e afeto. Estudam-se as dimensões de inclusão, controle e intimidade.

• PRACTICE: é utilizado para a avaliação do funcionamento da família, no que se refere a um caso específico. Foca no problema existente e permite trabalhar com a família, facilitando a coleta de informações e a elaboração de intervenções.

• A.P.G.A.R. Familiar: avalia a satisfação de cada membro, independente do ciclo de vida que eles se encontram. É constituído de 5 questões e, a partir do resultado, permite desenhar um plano terapêutico.

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29
Q

Quais são as unidades territoriais e o que cada uma delas engloba?

A

DISTRITO: é a unidade operacional de uma região de saúde, delimitada geograficamente.

ÁREA: é a área de atuação de uma ESF, compreendendo 3000-4500 pessoas.

MICROÁREA: é a área de atuação de um ACS, compreendendo no máximo 750 pessoas.

MORADIA: é o espaço em que se convive uma família.

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30
Q

Classifique as epidemias quanto ao seu tempo de evolução e suas fontes

A

Epidemias explosivas: evolução RÁPIDA, tendo a transmissão por uma FONTE COMUM (ex: água ou alimentos contaminados), assim, muitas pessoas contraem a doença simultaneamente.

Epidemias progressivas/programadas: evolução LENTA, sendo a transmissão de PESSOA PARA PESSOA ou por meio de um VETOR.

📌as fontes comuns podem ser divididas em pontuais e persistentes:
• PONTUAIS: a explosão é rápida e cessa, como na exposição à RADIAÇÃO.
• PERSISTENTES: a explosão demora mais e continua até que a exposição cesse, como uma FONTE DE ÁGUA contaminada.

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31
Q

Quais são as modalidades de atenção domiciliar e pelo que cada uma é responsável?

A

AD 1: usuário que possui CUIDADORES, então requer cuidados com menor frequência e com menor necessidade de intervenções.

📌a modalidade 1 é de responsabilidade da ESF e do NASF

AD 2: usuário que tem como objetivo os CUIDADOS PALIATIVOS (abreviar ou evitar hospitalização, controlar a dor e o sofrimento), ou prematuridade e baixo peso em bebês com necessidade de ganho ponderal.

AD 3: usuário que necessita de cuidado frequente, uso de EQUIPAMENTOS e PROCEDIMENTOS de maior complexidade.

📌as modalidades 2 e 3 são de responsabilidade da EMAD e EMAP

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32
Q

Quais foram as principais atualizações no Código de Ética Médica de 2019?

A

1) Limites para a publicidade médica
• instituição de saúde deve ter o n.° do CRM do responsável técnico
• PROIBIDO:
- anunciar empresas
- divulgar tratamentos sem comprovação
- se intitular especialista sem RQE

2) Isonomia de tratamento aos profissionais PCD

3) Autorização do envio do prontuário, quando solicitado judicialmente
• lembrar que é de GUARDA do hospital, mas de PROPRIEDADE do paciente

4) Telemedicina
• obrigatório assinar TCLE
• receituário com assinatura digital
• obedecer lei geral de proteção dos dados

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33
Q

Quais são os princípios bioéticos estabelecidos no Código de Ética Médica?

A

AUTONOMIA
📌exceto se não houver capacidade civil plena ou oferecer riscos a si e a terceiros

JUSTIÇA
📌correlação com equidade

BENEFICÊNCIA
📌máximo benefício

NÃO MALEFICÊNCIA
📌relação com a prevenção quaternária

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34
Q

Quais são os DIREITOS e DEVERES do médico segundo o Código de Ética Médica?

A

DIREITOS:

• se recusar a exercer sua função em locais com condições inadequadas
📌exceto em casos de urgência e emergência

• se recusar a realizar procedimentos devido à objeção de consciência
ex: interrupção gestacional, transfusão sanguínea em test. de Jeová

DEVERES:

• receituários e laudos devem ser LEGÍVEIS

• proibido assinar documentos em branco!

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35
Q

O que é vedado ao médico na realização de FIV?

A

É proibido provocar a ocorrência de embriões supranumerários (> 8)

É proibido escolher o sexo ou quaisquer alterações genéticas

36
Q

Quais são os critérios para a interrupção gestacional legal?

A

ANENCEFALIA:
• diagnóstico A PARTIR de 12 semanas
• US: 2 fotografias com ausência de calota craniana e parenquima cerebral
• laudo assinado por 2 especialistas
NÃO TEM LIMITE DE IG

VIOLÊNCIA SEXUAL:
• não precisa de BO ou corpo delito
até 20 semanas de IG
• laudo assinado por 2 médicos

RISCO DE VIDA:
• à qualquer momento, por decisão da paciente

37
Q

O que pode ou não ser realizado de transplantes/transfusões para pacientes Testemunhas de Jeová?

A

Testemunhas de Jeová não aceitam transfusões de sangue total, hemácias, leucócitos, plaquetas ou de plasma!

📌pode ser feita autotransfusão, desde que não haja armazenamento de sangue.

São questões de consciência individual (cabe ao paciente decidir):

• Hemoderivados como albumina, fatores de coagulação, interferons e imunoglobulinas;

• Transplante de órgãos (mesmo havendo algumas células sanguíneas do doador neste tecido);

• Transplante de medula óssea.

38
Q

Quais são os coeficientes de morbidade e como eles se relacionam matematicamente entre si?

A

A) Prevalência:
nº de casos/população
• considera TOTAL de casos, sendo melhor para avaliar doenças CRÔNICAS

B) Incidência:
nº de casos novos/população
• considera casos NOVOS, sendo melhor para avaliar doenças AGUDAS
📌em surtos, é chamada de taxa de ataque

📌 pegadinha de prova:
a incidência pode ser maior do que a prevalência em um momento pontual se for doença de cura/morte rápidas.

Ex: ebola, gripe

PREVALÊNCIA = INCIDÊNCIA X DURAÇÃO

39
Q

Como é calculada a mortalidade geral/bruta e qual é a sua principal função como indicador?

A

NÚMERO DE ÓBITOS/POPULAÇÃO
📌 expressa por 1000 habitantes

Devido às estruturas etárias diferentes, não serve para comparar regiões ou para medir qualidade da saúde :(
📌“apêndice” dos indicadores (sem função)

40
Q

Qual é o conceito de mortalidade materna, como é feito o seu cálculo e quais são as principais causas

A

São todos os óbitos por causa materna, relacionados à gravidez, parto e puerpério (até 42 dias pós parto).

N° DE ÓBITOS POR CAUSAS MATERNAS/NASCIDOS VIVOS
📌 expressa a cada 100.000 nascidos vivos

Pode ser classificada em DIRETA (pré-eclâmpsia, DPP, infecção puerperal) e INDIRETA (descompensação de doença prévia pela gestação)

📌 TARDIA: quando ocorre de 43 dias até 1 ano pós parto

Principais causas:
1) hipertensão
2) hemorragia
3) infecção

41
Q

Como é calculada a mortalidade infantil e como ela é dividida por idade?

A

Nº DE ÓBITOS EM < 1 ANO / Nº DE NASCIDOS VIVOS
📌expressa a cada 1000

NATIMORTOS: óbitos após 22 semanas / nascidos vivos + mortos

PERINATAL: óbitos de 22 semanas até 7 dias pós parto / nascidos vivos + mortos

NEONATAL PRECOCE: < 7 dias -> principal!!

NEONATAL TARDIO: 7-27 dias

NEONATAL: até 27 dias

INFANTIL TARDIO / PÓS NEONATAL: 28 dias - 1 ano
📌avalia qualidade de vida: vacinação, aleitamento materno, saneamento básico

Causas principais:
1) afecções perinatais (prematuridade, circular de cordão)
2) malformação congênita

42
Q

Como é calculada a taxa de letalidade e o que ela avaliada?

A

Avalia o risco do doente morrer e a GRAVIDADE da doença.

Nº DE ÓBITOS / Nº DE DOENTES

📌100% letalidade -> raiva

43
Q

Como é calculado o Índice de Swaroop-Uemura, o que ele avalia e como interpretar segundo os 4 níveis?

A

Nº DE ÓBITOS >= 50a / Nº TOTAL DE ÓBITOS

É um indicador do nível de vida, e quanto maior melhor (menor proporção de crianças e jovens morrendo).

Níveis
1: >= 75% = país desenvolvido
2: 74-50%
3: 49-25%
4: < 25% = país subdesenvolvido

44
Q

O que são as Curvas de Nelson Moraes e quais os 4 tipos?

A

Representam graficamente a proporção de óbitos por faixa etária

1- nível de saúde muito baixo (N)
2- nível de saúde baixo (L)
3- nível de saúde regular (U ou V)
4- nível de saúde elevado (J)

📌NeLsU Joia (joia de nível bom)

45
Q

Quais são as principais causas de morte no Brasil (geral, por sexo e por faixa etária)?

A

GERAL:
1- doenças do aparelho circulatório
2- neoplasias
📌câncer de mama em 1º lugar
3- causas externas
4- doenças do aparelho respiratório

HOMENS:
1- doenças do aparelho circulatório
2- neoplasias
📌próstata > cólon > pulmão
3- causas externas
📌agressão/homicídio > acidentes de transporte

MULHERES:
1- doenças do aparelho circulatório
2- neoplasias
📌mama > cólon > colo uterino
3- doenças do aparelho respiratório

INFANTIL (< 1 ANO):
1- afecções perinatais
2- malformações congênitas

MATERNA:
1- hipertensão
2- hemorragias
3- infecções

1 A 40 ANOS: causas externas

46
Q

O que é o DALY (Disability Adjusted Life Years)?

A

O DALY é a soma de 2 indicadores e estima quanto tempo uma pessoa viveria se não tivesse morrido prematuramente.
📌1 DALY = 1 ano de vida saudável perdido

DALY = AVI + APVP

AVI: anos vividos com incapacidade
📌avalia MORBIDADE

APVP: anos potenciais de vida perdidos
📌avalia MORTALIDADE

47
Q

Quais doenças de notificação são exclusivas das UNIDADES SENTINELA?

A

• Rotavírus (doença diarreica aguda)
• Síndrome gripal
• Doença pneumocócica invasiva
• Síndrome neurológica pós-febre
• Síndrome do corrimento uretral masculino
• Doenças do trabalho (aqui entram as pneumoconioses)

48
Q

Quais são as doenças de notificação compulsória ao SINAN no território nacional?

A

BESTEIRAS:

• BICHOS LOUCOS: doença da vaca louca, peste, raiva ou acidente com animal potencialmente transmissor, acidente com animais peçonhentos

• ENDÊMICAS: doença de chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmaniose tegumentar e visceral, toxo congênita ou gestacional

• SINDROME FEBRIS: dengue e irmãs, malária, leptospirose, febre tifóide, febre maculosa, febre do nilo ocidental, febre hemorrágica e reemergente, hantavirose

• TERRORISMO (BAVT): botulismo, antraz, violência (doméstica, sexual, contra a mulher, contra o idoso, suicídio), tularemia

• EXÓGENAS: intoxicação por agrotóxicos, metais pesados, gases tóxicos

• INTERNACIONAIS (VIPS + CPF): varíola, influenza, poliomielite, SARS, cólera, peste e febre amarela

• RISCOS PARA A SAÚDE PÚBLICA e DESGRAÇAS: surtos, pós-catástrofes, óbito infantil ou materno, acidentes de trabalho (graves, com material biológico, doenças do trabalho)

• ANTICORPOS: todas as doenças com vacina prevista pelo MS (exceto caxumba e HPV!)

• “S’”: sífilis, SIDA, síndrome do corrimento uretral masculino, síndrome neurológica pós-febre

‼️ATUALIZAÇÃO 2023:
Notificação semanal de infecção por HTLV em gestante, parturiente ou puérpera e criança exposta ao risco de transmissão vertical do HTLV!

49
Q

Quais são as doenças de notificação compulsória imediata?

A

Mnemônico “IMEDIATAS”:

• Internacionais atuais (“VIPS”): VARIOLA, INFLUENZA, POLIOMIELITE E SARS;

• Mata todos: RAIVA;

• Eventos de risco: SURTOS, PÓS-CATÁSTROFES;

• DOENÇA DE CHAGAS AGUDA;

• Internacionais antigas (“CPF”): CÓLERA, PESTE E FEBRE AMARELA;

• Acidentes: DE TRABALHO GRAVE (MENOR, MORTE OU MUTILAÇÃO), ANIMAL TRANSMISSOR DE RAIVA, ANIMAL PEÇONHENTO;

• Terrorismo: BOTULISMO, ANTRAZ, VIOLÊNCIA SEXUAL e SUICÍDIO, TULAREMIA;

• Anticorpos: DOENÇAS COM VACINA (exceto tuberculose, hepatites virais, HPV e caxumba);

• Síndrome febris: todas, porém com particularidades nas arboviroses → ÓBITO POR DENGUE E IRMÃS, ZIKA EM GESTANTE, CHIKUNGUNYA EM ÁREA SEM TRANSMISSÃO e MALÁRIA FORA DA AMAZÔNIA.

📌 Doença invasiva por meningococo ou hemófilo entram na notificação imediata! Já as por pneumococo só são notificadas em unidades sentinela.

📌 Varicela só notificamos casos graves internado e óbitos (também imediatamente).

📌 Pegadinha → leptospirose é sim de notificação imediata, mas esta só é feita para a SMS. Tétano, e acidente com animais peçonhentos ou transmissores de raiva também!

‼️ Doenças “CRÔNICAS” (HIV adquirida ou congênita, sífilis adquirida ou congênita, hepatites virais, toxoplasmose gestacional e congênita, tuberculose, leishmaniose, esquistossomose, hanseníase, Chagas crônica, Creutzfeldt-lakob. etc). acidentes de trabalho com material biológico VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, ÓBITO INFANTIL E MATERNO, e INTOXICAÇÃO exógena → notificação SEMANAL!

50
Q

Quais são as vertentes de vigilância abrangidas pelo SUS?

A

Vigilância Epidemiológica

Vigilância em Saúde Ambiental

Vigilância da Situação de Saúde

Vigilância Sanitária
📌saneamento básico é atribuição do SUS em cidades menores de 50 mil habitantes

Vigilância em Saúde do Trabalhador

Promoção da Saúde

51
Q

Quais são as fases da história natural de uma doença segundo o modelo de Leavell e Clark?

A

1) PRÉ-PATOGÊNICO:
• não há doença, apenas uma interação entre fatores ambientais, sociais e genéticos
• é o ponto de atuação da prevenção primária

2) PATOGÊNICO:
• há interação verdadeira entre o estímulo e o suscetível, produzindo alterações fisiológicas, bioquímicas ou histológicas
• dividida em 2 fases:

a) FASE PRÉ-CLÍNICA:
- sem sinais ou sintomas
- é o ponto de atuação da prevenção secundária

b) FASE CLÍNICA:
- aparecimento da doença propriamente dita
- é o ponto de atuação da prevenção terciária

3) DESENLACE:
• cronicidade ou
• cura ou
• morte

52
Q

Diferencie as seguintes propriedades dos bioagentes:

• poder invasivo
• dose infectante
• infectividade
• patogenicidade
• virulência
• imunogenicidade
• antigenicidade

A

Poder invasivo: capacidade de PENETRAR pelos tecidos do hospedeiro

Dose infectante: quantidade mínima necessária para estabelecer uma infecção

Infectividade: capacidade de penetrar e se DESENVOLVER no hospedeiro
📌não tem relação com sintomas

Patogenicidade: capacidade de causar DOENÇA (SINTOMAS)

Virulência: capacidade de ocasionar casos GRAVES

Imunogenicidade: capacidade de gerar RESPOSTA IMUNE

Antigenicidade: capacidade de interagir com o sistema imunológico do hospedeiro
📌como se fosse uma medida “quantitativa” da imunogenicidade

53
Q

Diferencie as formas de transmissão vertical, horizontal direta (mediata e imediata) e horizontal indireta:

A

Vertical: de mãe para filho

Horizontal:

• Direta: pessoa-pessoa

  • mediata: passa pelo ambiente
    📌ex: Covid-19, inalação de partículas virais
  • imediata: não passa pelo ambiente
    📌ex: HIV

• Indireta: através de vetor ou veículo

54
Q

Diferencie caso autóctone de caso alóctone:

A

Autóctone: paciente desenvolve a doença na própria região onde contraiu

Alóctone: paciente desenvolve a doença longe da área de infecção

📌aLOctone LOnge

55
Q

Resumão dos principais rastreamentos indicados pelo Ministério da Saúde:

A

Obesidade:
• cálculo IMC
• adultos e crianças > 6 anos

HAS:
• indivíduos ≥ 18 anos
• bianualmente ou na avaliação do risco cardiovascular em consultas

Dislipidemia:
homens ≥ 35 anos
mulheres ≥ 45 anos
• ≥ 20 anos, se houver alto risco

Diabetes:
todos ≥ 45 anos, mesmo sem fatores de risco
• indivíduos com sobrepeso/obesidade + outro fator de risco
• a cada 3 a 5 anos

Câncer de pulmão:
50-80 anos, ≥ 20 maços-ano, que fumam ou pararam há < 15 anos
• TC de baixa dosagem anual

Câncer de colo do útero
• mulheres 25-64 anos que já tiveram atividade sexual
• citopatológico a cada 3 anos, após 2 negativos consecutivos com intervalo de 1 ano

Câncer de mama
• mulheres de 50 a 69 anos
• mamografia bienal

Câncer de cólon e reto
• adultos entre 50-75 anos
• PSOF 3 amostras, colonoscopia ou sigmoidoscopia

‼️Câncer de próstata e osteoporose: NÃO indicados pelo Ministério da Saúde‼️

56
Q

Qual é a diferença conceitual entre eficácia, efetividade e eficiência?

A

A EFICÁCIA considera o efeito de uma intervenção em uma situação IDEAL → calculamos pela RRR (que é 1 - RR).

A EFETIVIDADE considera o efeito na “vida real” (efetiVIDAde) → calculamos pela RAR.

A EFICIÊNCIA considera o CUSTO-BENEFÍCIO (ajuda no uso consCiENte dos recursos) → calculamos pelo NNT.

57
Q

Como são as fases de estudo de um medicamento?

A

• Pré-clínica: teste em ANIMAIS → informações preliminares sobre atividade farmacológica e segurança;

• Fase l: início dos teste em humanos, com pequenos grupos de pessoas SADIAS → avalia SEGURANÇA, tolerância e FARMACOCINÉTICA;

• Fase II (estudo terapêutico piloto): estudos controlados em PEQUENOS GRUPOS de pacientes DOENTES → demonstra a EFICÁCIA por meio de estudos DOSE-RESPOSTA (ex: imunogenicidade de uma vacina) e a SEGURANÇA a curto prazo.

📌Pode ser divida em lla (exposição induzida) e Ilb (exposição natural). Pegando uma vacina para exemplificar: na lla, inoculamos o patógeno para ver a evolução da resposta imune (se gerou anticorpos, etc). Já na Ilb, enviamos o participante para uma área de risco para ver como o corpo dele responderá à infecção “natural”.

• Fase III: estudos de LARGA ESCALA na
“VIDA REAL”, internacionais, com duração de meses a anos → estabelecimento da EFETIVIDADE (compara com outras medicações existentes), perfil terapêutico e EFEITOS ADVERSOS;

• Fase IV: APÓS LIBERAÇÃO para comercialização do produto. É feita a
FARMACOVIGILÂNCIA.

📌 Só temos obrigatoriedade de grupo controle nas fases III e IV. O NNT e o NNH podem ser obtidos em qualquer fase ≥ 1, desde haja grupo controle envolvido.

58
Q

RESUMÃO DE TESTES EPIDEMIOLÓGICOS
Conceitue:
- sensibilidade
- especificidade
- VPP
- VPN
- acurácia
- razão de verossimilhança

A

1) sensibilidade:
verdadeiros positivos / doentes
• utilizado para rastreamento
• quando um teste é muito sensível, confia-se mais no resultado negativo!

2) especificidade:
verdadeiros negativos / não doentes
• utilizado para confirmação diagnóstica
• quando um teste é muito específico, confia-se mais no resultado positivo!

📌sensibilidade e especificidade são características inerentes ao teste, não se alterando com a prevalência da doença

3) VPP:
verdadeiros positivos / positivos
• capacidade do teste acertar um resultado positivo
• aumenta com a prevalência e com a especificidade!

4) VPN:
verdadeiros negativos / negativos
• capacidade do teste acertar um resultado negativo
• diminui com a prevalência e aumenta com a sensibilidade!

5) acurácia:
verdadeiros positivos + verdadeiros negativos / total de testes
• capacidade do teste acertar um resultado

6) razão de verossimilhança

• positiva:
. sensibilidade / 1 - especificidade
. chance de um resultado ser verdadeiramente positivo em comparação a ser um falso positivo
. quanto MAIOR, mais acurado é o teste

• negativa:
. 1 - sensibilidade / especificidade
. chance de um resultado ser falsamente negativo em comparação a ser um verdadeiro negativo
. quanto MENOR, mais acurado é o teste

59
Q

Quais são as 3 situações que permitem a quebra de sigilo médico?

A

1) MOTIVO JUSTO
-> manutenção do sigilo gera mais prejuízo que sua quebra

📌em casos de depoimento como testemunha, está vedado ao médico revelar informações que possam incriminar o paciente!

2) DEVER LEGAL
-> notificação compulsória
-> agressão ou abuso infantil

📌atualização 2022:
• sigilo ABSOLUTO para pacientes com HIV, hepatites (B e C), hanseníase e tuberculose!
• notificação é sigilosa
• mesmo com risco para terceiros 🤷🏻‍♀️

3) CONSENTIMENTO POR ESCRITO DO PACIENTE

60
Q

Em caso de morte domiciliar, quem deve preencher a declaração de óbito?

A

O médico da ESF, se o domicílio fizer parte da área de sua responsabilidade.

📌caso o paciente não tenha recebido assistência, a responsabilidade fica a cargo de:

1) Serviço de verificação de óbitos (SVO)

2) Qualquer médico da cidade, se não houver SVO

3) Duas testemunhas e um responsável pelo paciente assinam no cartório, caso também não haja médico na localidade

61
Q

Como devem ser preenchidas as causas na declaração de óbito?

A

PARTE I:
- linha A: causa imediata/terminal
(o último evento que causou a morte)
- linhas do meio: cadeia de eventos que levaram até linha A
- última linha: causa básica
(o evento que iniciou a cascata)

PARTE II:
- condições significativas que contribuíram para a morte, mas que não compõem a cadeia diretamente

📌 o CID é preenchido pelo codificador, não pelo médico!

62
Q

Em qual situação não é necessário preencher a declaração de óbito?

A

Em casos de ÓBITO FETAL:

< 20 semanas e < 500g e < 25cm

‼️exceto se bebê apresentar sinais de vida ao nascimento

63
Q

Qual é a diferença entre um estudo de caso-controle e uma coorte retrospectiva?

A

Na coorte retrospectiva a análise é feita duplamente no passado, tanto fatores de risco quanto desfechos.

No caso-controle apenas os fatores de risco são observados no passado, sendo o desfecho analisado no presente.

64
Q

O que é randomização e mascaramento e quais vieses eles evitam em um ensaio clínico?

A

RANDOMIZAÇÃO: seleciona participantes dos grupos aleatoriamente, evitando VIÉS DE SELEÇÃO e VIÉS DE CONFUSÃO.

MASCARAMENTO: não informa a qual grupo aquela pessoa pertence, evitando VIÉS DE AFERIÇÃO.

  • simples cego: só o participante não sabe
  • duplo cego: o participante e o médico pesquisador não sabem
  • triplo cego: participante, pesquisador e analisador não sabem
65
Q

O que é o efeito Hawthorne?

A

É o fenômeno segundo o qual os indivíduos mudam ativamente seu comportamento quando sabem que estão sendo observados e monitorados.

66
Q

Defina causalidade reversa e falácia ecológica

A

A causalidade reversa é um problema dos estudos TRANSVERSAIS, pois, como analisam o problema como uma foto, não se pode determinar o que veio antes, fator de risco ou doença.

A falácia ecológica é a incapacidade de individualizar tendências populacionais observadas em estudos ECOLÓGICOS.

67
Q

Um grupo de alunos gostaria de realizar dois estudos para avaliar se algum fator de vulnerabilidade social aumenta o risco de complicação para covid-19 e a incidência da síndrome de Kallmann.

Com base nesse caso hipotético, qual seria o melhor desenho de estudo para cada situação.

A

Covid-19: COORTE, pois parte de uma exposição com curto período de incubação, tornando mais fácil acompanhar os indivíduos ao longo do tempo para observar o aparecimento de complicações.

Síndrome de Kallmann: CASO-CONTROLE, pois trata-se de um desfecho raro, sendo mais fácil partir dele e, então, avaliar as exposições de risco no passado.

68
Q

Um estudo objetivou verificar fatores associados à piora do estilo de vida, durante a pandemia de COVID-19, entre trabalhadores por aplicativos residentes no Brasil. Para tal, aplicou um questionário, contendo questões sociodemográficas e sobre estado de saúde, a pessoas selecionadas aleatoriamente a partir de um banco de informações sobre trabalhadores de uma empresa de entrega de alimentos por aplicativo que opera nacionalmente. A aplicação do questionário a cada trabalhador se deu entre os meses de outubro e dezembro de 2020, por telefone, sendo entrevistados 1500 pessoas.

O estudo é do tipo INQUÉRITO ou ECOLÓGICO?

A

INQUÉRITO

Ainda que avalie uma população definida (trabalhadores de uma empresa de entrega de alimentos por aplicativo), o estudo avalia cada pessoa de forma INDIVIDUADA:

“A aplicação do questionário a CADA TRABALHADOR se deu entre os meses de outubro e dezembro…”

Um estudo ecológico compara populações agregadas, utilizando, por exemplo, dados de notificação regionais ou nacionais.

69
Q

Qual lei regulamentou o Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde (COAP)?

A

O COAP é um acordo entre entes federativos (União, Estado e Municípios) que formam uma REGIÃO DE SAÚDE, para organizar e integrar as ações e os serviços de saúde, garantindo a INTEGRALIDADE.

📌 foi regulamentado pelo DP 7.508 de junho de 2011

70
Q

Do que trata a Lei complementar 141 de 2012?

A

A Lei complementar 141 de 2012 trata do FINANCIAMENTO DO SETOR DE SAÚDE:

  • municinco (15%)
  • estadoze (12%)
71
Q

Um trabalhador da Área da Saúde teve sua jornada de trabalho expirada as 18h, quando, a caminho da sua residência, lembrou-se de realizar as compras do mês em um supermercado que estava inserido no trajeto, tendo um gasto de aproximadamente 90 minutos para realizá-las.

No retorno para sua residência, sofre um acidente, projetando-se para o solo e apresentando diversas fraturas de membros superiores.

Esse acidente caracteriza-se como acidente de trabalho?

A

NÃO!

Desvios de percurso descaracterizam o acidente de trajeto do trabalho, sendo portanto apenas um acidente de trânsito.

Na definição de acidente de trajeto, entende-se como percurso o caminho habitual, sem desvios, sem que o tempo de deslocamento seja maior que o habitual e também sem pausas.

📌PEGADINHA: a Reforma Trabalhista (MP 905/19) definiu que o deslocamento não configura jornada de trabalho, sendo o acidente de trajeto não mais considerado acidente de trabalho! Mas a MP foi REVOGADA, então é SIM!

72
Q

Defina acidente de trabalho típico e atípico:

A

Acidente típico é aquele que ocorre abruptamente, no ambiente de trabalho

Acidente atípico é aquele que decorre do ambiente e da natureza do trabalho (doenças ocupacionais)

📌tem que emitir CAT pra doença ocupacional!!

73
Q

Quando a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser emitida?

A

A CAT deve ser emitida para trabalhadores formais em, no máximo, 24h úteis após o acidente.

A obrigação é do EMPREGADOR, mas, caso se recuse, pode ser emitida pelo médico.

📌lembrando que as doenças ocupacionais configuram acidente atípico, então também emitimos CAT para elas

74
Q

Quais são as doenças ocupacionais de notificação compulsória?

A

Notificação em todas as unidades:

  • Acidente de trabalho com exposição a material biológico -> semanal
  • Acidente de trabalho grave (criança/adolescente, óbito ou mutilação) -> imediata

Notificação em unidades sentinelas:

  • LER/DORT
  • PAIR
  • Câncer relacionado ao trabalho
  • Dermatoses ocupacionais
  • Pneumoconioses relacionadas ao trabalho
  • Transtornos mentais relacionados ao trabalho
75
Q

Classificação de Schilling para as doenças ocupacionais

A

Grupo I: trabalho é a CAUSA da doença
📌ex: pneumoconioses

Grupo II: trabalho é FATOR DE RISCO para a doença
📌ex: LER/DORT, Burnout

Grupo IIl: trabalho é um AGRAVANTE
📌ex. asma ocupacional

Outros termos menos cobrados:
• 1 = doença profissional
• 2 = doença do trabalho

76
Q

Quais são as principais características da PAIR?

A

Surdez neurossensorial bilateral, gradual e irreversível

Audiometria com “padrão em gota”

Cessa a progressão com a retirada da exposição ao ruído

77
Q

Diferencie o auxílio doença do auxílio acidente:

A

O auxilio por incapacidade temporária (antigo “auxílio-doença”) é o auxílio pago temporariamente ao beneficiário que precisou se afastar por 16 ou mais dias

📌até 15 dias é responsabilidade do empregador

‼️ há grantia de estabilidade no emprego por 1 ano após a alta da perícia

O auxílio acidente tem caráter indenizatório e é pago em caso de sequelas decorrentes de acidente de qualquer natureza

📌pode voltar a trabalhar e continuar recebendo

Algo a mais: a aposentadoria por incapacidade permanente (antiga “aposentadoria por invalidez”), é a única que possui carência de 12 meses e depende de perícias revisionais para sua manutenção (não é vitalícia)

78
Q

Quais são os principais erros sistemáticos de um estudo?

A

Viés de CONFUNDIMENTO/CONFUSÃO:

  • ausência de comparabilidade entre populações expostas e não expostas devido a uma variável associada ao desfecho e à exposição, mas que NÃO está dentro da cadeia causal

Viés de SELEÇÃO:

  • seleção de amostra de candidatos ao estudo não é representativa.
  • evitar com a randomização.
  • exemplos: viés de amostragem e viés de perda de acompanhamento

Viés de INFORMAÇÃO/AFERIÇÃO:

  • depende do paciente informar corretamente os dados estudados.
  • evitar com o cegamento ou registro em laudo pericial ou prontuário.
  • exemplo: viés de memória

EFEITO HAWTHORNE: tendência a se comportar diferente por estar sendo observado

79
Q

Quais são os tipos de erros aleatórios de um estudo?

A

Erro aleatório é aquele INERENTE À NATUREZA DOS DADOS, e que, portanto, não pode ser reduzido por estratégias metodológicas!

  • Tipo 1 (alfa): conclusão falso-positiva

📌são representados graficamente pelos eventos de cauda (1,96 desvios padrão para esquerda ou direita da curva)

  • Tipo 2 (beta): conclusão falso-negativa
80
Q

Quais são os 9 critérios de Causalidade de Hill para determinar se um fator de risco está de fato associado a um desfecho?

A

Temporalidade (sequência cronológica): exposição ao fator de risco deve anteceder a doença
📌é considerado o mais importante!!

Força de associação: fator deve ser considerado como risco por medidas de associação (risco relativo, odds ratio)

Relação dose-resposta (gradiente biológico): quanto mais intenso o fator de risco, mais chances de ocorrer a doença

Consistência: necessário que o achado se repita em delineamentos com outros parâmetros e metodologias (mais trabalhos científicos demonstrando o achado)

Plausibilidade: história natural e fisiopatologia demonstram que o fator realmente é de risco

Analogia: existem outros fatores de risco para a mesma doença que funcionam da mesma forma que a observada no estudo

Especificidade: se temos o fator de risco, temos a doença, se não, não.

  • nela está contida a reversibilidade: retirada de exposição reduz o risco do desfecho (não é obrigatório, mas sugere causalidade)

Coerência: associação com fator de risco não pode entrar em conflito com a história natural e biológica da doença

Evidência experimental: deve existir pelo menos um estudo experimental (ensaio clínico) que comprove a associação

Outros fatores de causalidade:

  • delineamento do estudo: evidências baseadas em estudos com delineamento adequado
  • julgamento de evidências: quantidade de evidências contribuintes para a associação
81
Q

Resumão de medidas de associação

A

Razão de prevalências:

  • TRANSVERSAL
  • RP: prevalência expostos / prevalência não expostos

Odds-ratio:

  • CASO-CONTROLE
  • OR = doentes expostos x não doentes não expostos / doentes não expostos x não doentes expostos
  • mede CHANCE, não risco!

Risco relativo:

  • COORTE
  • RR = incidência expostos / incidência não expostos

Hazard ratio:

  • probabilidade de um participante que não teve o desfecho até agora, tê-lo nesse momento
  • utilizado para comparar grupos diferentes (estudos de dados censurados)

Ensaios clínicos:

  • RAR: incidência não tratados - incidência tratados
  • RRR: 1 - RR (avalia eficácia e efetividade)
  • NNT: 1/RAR (avalia eficiência)
    📌 quantos preciso tratar para evitar 1 desfecho, quanto menor melhor
82
Q

Quais são as variáveis quantitativas e qualitativas?

A

Variáveis quantitativas ou numéricas:

  • DISCRETAS: só números inteiros
    📌ex: número de habitantes, idade em anos e frequência cardíaca
  • CONTÍNUAS: números fracionados, com casas decimais
    📌ex: peso e a temperatura corporal

Variáveis qualitativas ou categóricas:

  • NOMINAIS: não apresentam hierarquia entre si
    📌ex: tipos sanguíneos

-> dicotômicas: contidas nas nominais, são variáveis antagônicas
📌ex: sim ou não, sexo masculino ou feminino

  • ORDINAIS: apresentam ordem entre si
    📌ex: classes sociais de A até E e escolaridade
83
Q

Quais são os modelos explicativos do processo saúde-doença?

A

MÁGICO-RELIGIOSO/AMANÍSTICO:

  • predominante na Antiguidade
  • religião era o ponto de partida para organizar o cuidado

HOLÍSTICO:

  • medicinas hindu e chinesa
  • associa a ideia de “proporção justa ou adequada” com a saúde e a doença (saúde = equilíbrio, doença = desequilíbrio)

EMPÍRICO-RACIONAL/HIPOCRÁTICO:

  • Hipócrates
  • Teoria dos Humores: elementos água, terra, fogo e ar explicavam a saúde e a doença

BIOMÉDICO:

  • medicina ocidental, predominante na atualidade
  • cuidado baseado numa visão reducionista, prioriza diagnóstico e cura de doenças

HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS/PROCESSUAL:

  • acompanha o processo saúde-doença, compreendendo as relações entre agente causador, hospedeiro e meio ambiente, além do processo de desenvolvimento da doença
  • divide em períodos pré-patogênico e patogênico

SISTÊMICO:

  • avalia fatores políticos, socioeconômicos, culturais, ambientais e patogênicos
  • considera que todas as áreas se relacionam entre si, ocorrem adoecimento quando há desarmonia
84
Q

O valor de p (probabilidade) e o intervalo de confiança são recursos estatísticos que permitem…

A

Extrapolar os resultados observados em uma amostra para alguma população de referência

Aproveitando para revisar os conceitos:

  • P-VALOR: probabilidade de se obter os resultados observados, assumindo que a hipótese nula está correta.

📌p < 0,05: menos de 5% de chance da hipótese nula ser verdadeira, ou seja, 95% provável que a hipótese alternativa seja verdadeira

  • INTERVALO DE CONFIANÇA: estabelece uma zona de valores, dentro da qual estará contido o valor verdadeiramente encontrado.

📌IC 95%: repetindo o estudo 100 vezes na população de referência, em 95 delas, os valores encontrados serão iguais ou semelhantes aos encontrados pelo primeiro estudo

85
Q

Quais são os coeficientes de correlação utilizados para avaliar as interações entre variáveis?

A

DUAS VARIÁVEIS CATEGÓRICAS = QUI QUADRADO (quiCAdrado).

Ele é usado, por exemplo, para verificar se um tratamento é melhor que o controle. Para isso, as VARIÁVEIS devem ser INDEPENDENTES entre si (ou seja, UM MESMO INDIVÍDUO NÃO PODE SER OBSERVADO 2 VEZES).

UMA VARIÁVEL CATEGÓRICA E UMA NUMÉRICA = T DE STUDENT.
Que pode ser:

  • Teste T de student pareado → analisar o MESMO CONJUNTO de itens que foram medidos EM DUAS CONDIÇÕES DIFERENTES (“ANTES E DEPOIS”);
  • Teste T de student para amostras independentes → comparar as médias obtidas por DUAS AMOSTRAS DIFERENTES e verificar se uma eventual diferença entre elas é real ou derivada do acaso.

DUAS VARIÁVEIS NUMÉRICAS = P DE PEARSON

Avalia a relação (positiva ou negativa) entre duas variáveis de escala métrica.

📌as variáveis podem ser numéricas (quantitativas) ou categóricas (qualitativas). As primeiras se dividem em contínuas e discretas, já as segundas em ordinais e nominais