NEURO Flashcards

1
Q

Quais são os pré-requisitos para aplicar e como é o protocolo de morte encefálica?

A

PRÉ-REQUISITOS:

• Mínimo de 6 HORAS DE AVALIAÇÃO no serviço (ou 24h de encefalopatia hipóxisquêmica)
• Causa encefálica conhecida e irreversível;
• Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico (drogas sedativas);
• Coma não-perceptivo;
• “Estabilidade fisiológica” → SATo2 > 94%, PAS ≥ 100, T > 35°C.

PROCEDIMENTO:

• Avaliações por DOIS MÉDICOS DIFERENTES, com pelo menos um especialista em em medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência (NÃO PODEM FAZER PARTE DA EQUIPE DE TRANSPLANTE);
• Devem ser feitas DUAS BATERIAS DE TESTES* com pelo menos UM TESTE DE APNEIA (ausência de movimentos respiratórios com pCO2 >55) e UM EXAME COMPLEMENTAR que demonstre ausência de fluxo sanguíneo ou de atividade elétrica/metabólica no encéfalo.

  • ≥ 2 anos de idade: intervalo de 1h
  • 2 meses - 2 anos: intervalo de 12h
  • 7 dias - 2 meses: intervalo de 24

📌o horário da morte é o horário em que foi realizado o segundo teste

📌 doação de órgãos depende de consentimento da família APESAR do falecido ter demonstrado interesse

📌 morte encefálica é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

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2
Q

Quais são os sinais de alarme para cefaleias?

A

Início após 55 anos

Início recente em paciente com neoplasia, HIV ou gestante

Paciente com história de queda ou TCE recente

Alta intensidade e início súbito

Sintomas sistêmicos (febre, rigidez de nuca, rash)

Sinais neurológicos focais, alterações da consciência, convulsão, edema de papila

Dor que desperta do sono

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3
Q

Quais são as características clínicas típicas da cefaleia tensional e seu tratamento (crises e profilaxia)?

A

CLÍNICA

• dor opressiva bilateral

• associada à fotofobia OU fonofobia OU
náusea leve
📌(se tiver 2 ou mais desses, questionar diagnóstico)

leve a moderada
📌sem impacto nas atividades diárias

• duração: horas a dias

TRATAMENTO

• crise aguda: analgésicos/AINEs

• profilaxia:
- indicação: >= 15 crises/mês por > 3 meses
- tricíclicos (amitriptilina/nortriptilina)

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4
Q

Quais são as características clínicas típicas da enxaqueca/migrânea e seu tratamento (crises e profilaxia)?

A

CLÍNICA:

• dor pulsátil unilateral

• associada à foto E fonofobia, náuseas, vômitos

piora com movimento

moderada a grave
📌interrompe atividades cotidianas

• duração: < 6h (4-72h)

• AURAS mais clássicas: visuais > parestesias

TRATAMENTO

• crise aguda:
analgésicos » triptano » metoclopramida

• profilaxia:
- indicação: > 3-4 crises/mês
- escolha: propranolol
- amitriptilina, BCC (flunarizina), valproato
📌aumentam desejo por carboidratos
- se obesidade: topiramato

‼️ antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) (ERENUMAB, fremanezumab, galcanezumab e ubrogepant) foram aprovados recentemente pela Anvisa na profilaxia

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5
Q

Diferencie a cefaleia em salvas da hemicrania paroxística crônica quanto à epidemiologia e manejo

A

CEFALEIA EM SALVAS

• mais comum em homens

• pulsátil e opressiva, unilateral, fronto orbitaria

• associada a lacrimejamento, edema orbitário, miose, ptose, congestão nasal

muito intensa (acorda o paciente)

• duração: 15-180 minutos
📌 pode ocorrer até 8x ao dia, mas desaparece por semanas

crise: oxigênio + triptano

profilaxia: verapamil (dose máxima tolerada)
📌opções: valproato, lítio, prednisona

HEMICRANIA PAROXÍSTICA CRÔNICA

• mais comum em mulheres

• clínica semelhante à em salvas

• duração: 2-3 minutos >5x/dia

crise: não tem tratamento

profilaxia: indometacina
📌também é profilaxia para cefaleia
orgástica

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6
Q

Quais são as manifestações clínicas da neuralgia do trigêmeo e o seu tratamento?

A

CLÍNICA:
• dor unilateral, do tipo choque elétrico
• associada a sintomas autonômicos

TRATAMENTO:
• anticonvulsivantes:
1) CARBAMAZEPINA
2) lamotrigina
📌 alternativas: duloxetina, topiramato

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7
Q

Quais são os fatores de risco para surgimento, recorrência e evolução para epilepsia na convulsão febril?

A

SURGIMENTO:
6 meses a 5 anos
• história familiar
• sexo masculino

RECORRÊNCIA:
• menores de 1 ano
• surgimento com febre baixa e em menos de 24h de febre

EPILEPSIA:
• atraso do desenvolvimento
• história familiar de epilepsia
crise complexa
📌focal, > 15 minutos, recorre em 24h

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8
Q

Conduta na convulsão febril

A

Se o paciente está convulsionando =
benzodiazepínico
(maneja febre depois!!)

Se chega no pós convulsão:
• avaliar febre e tratar
• punção lombar se:
- < 6 meses
- < 12 meses e vacinação incompleta
- clínica suspeita de meningite

📌na presença de DÉFICITS FOCAIS, está indicada a realização de neuroimagem

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9
Q

Como são classificados os estágios do status epilético?

A

Estágio I:
> 5 minutos
• status epilepticus IMINENTE

Estágio II:
> 30 minutos
• status epilepticus ESTABELECIDO

Estágio Ill:
> 60 minutos
• status epilepticus REFRATÁRIO

Estágio IV:
• continua ou recorre após 24 horas, mesmo com anestésicos
• status epilepticus SUPER-REFRATÁRIO

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10
Q

Diante de um paciente em status epilético / mal epilético, qual deve ser a conduta?

A

‼️SEMPRE checar glicemia

1) Benzodiazepínico:
Diazepam EV/VR
📌pode fazer Duas vezes
Midazolam EV/IM
📌Mono vez

2) Fenitoína
📌pode repetir uma vez com metade da dose

3) Anestesia:
• tiopental/midazolam/propofol*
*evitar em crianças

📌 Se for RN, a primeira medicação é o Fenobarbital (pode ser feito 2x)

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11
Q

Defina Paralisia de Todd e Marcha Jacksoniana

A

Paralisia de Todd = paciente com
crise focal e um período pós-ictal marcado com paresia

Marcha Jacksoniana = paciente inicia com crise focal, e os movimentos clônicos progridem pelo membro acometido

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12
Q

Qual é a tríade característica da Síndrome de West e o seu tratamento?

A

ESPASMOS (às vezes questões descrevem como “sustos”) + ATRASO DNPM + HIPSARRITMIA NO EEG

Tratamento:
• corticoide
• ACTH
vigabatrina
📌associada a risco de lesão retiniana

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13
Q

Qual é a tríade característica da síndrome de Lennox-Gastaut e o seu tratamento de escolha?

A

A síndrome de Lennox-Gastaut ocorre mais em PRÉ-ESCOLARES
📌geralmente mais tardia do que West, porque pode ser uma evolução desta síndrome

Tríade:
Múltiplos tipos de crises
📌tônica, ausência atípica, atônica e, mais raramente, mioclônica
EEG alterado
📌ponta onda 1,5-2Hz
regressão DNPM

Tratamento
lamotrigina
📌o prognóstico é ruim, com foco na qualidade de vida

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14
Q

Epidemiologia, clínica e tratamento da epilepsia mioclônica juvenil

A

Início TARDIO, entre 12 e 18 anos

Crises MIOCLÔNICAS que podem evoluir para tônico-clônicas generalizadas
📌desencadeadas por PRIVAÇÃO DE SONO

Tratamento:
valproato de sódio
• levetiracetam

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15
Q

Qual é a epidemiologia, apresentação clínica e eletroencefalográfica e tratamento da crise de ausência?

A

Pico de 5-8 anos, levando a prejuízo escolar

Crises com perda rápida de consciência (até 30 segundos)
📌desencadeadas por hiperventilação

EEG: padrão ponta onda 3Hz

Tratamento:
etossuximida
• valproato
• lamotrigina

‼️NÃO PODE CARBAMAZEPINA

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16
Q

Qual é o anticonvulsivante de escolha para uso em gestantes?

A

LAMOTRIGINA!

📌lembrando que o valproato é considerado categoria X pelo risco de espinha bífida!

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17
Q

Qual medicação utilizada no manejo do tabagismo pode diminuir o limiar epilético e deve, portanto, ser evitado em pacientes com histórico de convulsões?

A

BUPROPIONA!

18
Q

Paciente, 78 anos, sexo feminino, procurou o ambulatório com queixa de alterações na memória recente, seguido de alteração de marcha e equilíbrio de início insidioso, além de alucinações visuais recorrentes.

Ao exame, apresentou discreta bradicinesia e tremor à direita, rigidez e marcha com pequenos passos com alteração de equilíbrio.

Mini exame do estado mental: 22/30 (escolaridade > 8 anos), teste do relógio alterado e fluência verbal alterada.

Qual é a hipótese diagnóstica?

A

Parkinson + alucinações + demência = DEMÊNCIA POR CORPÚSCULOS DE LEWY

Essa patologia se caracteriza por um declínio cognitivo progressivo, que interfira nas funções de vida diária, acometimento da memória, alucinações visuais bem formadas, detalhadas e com caráter recorrente, alucinações auditivas e sinais extrapiramidais parkinsonianos, sendo a rigidez e a a bradicinesia os mais comuns.

📌 apresenta boa resposta aos inibidores da acetilcolinesterase (donepezila, galantamina, rivastigmina)

19
Q

Um homem de 70 anos queixa-se de dor em queimação no pescoço e no braço esquerdo. Relata ainda urgência e esforço miccional, jato urinário reduzido, sensação de esvaziamento vesical incompleto após micção, além de dificuldade para deambular. Nega comorbidades ou uso de medicamentos.

O exame dos membros superiores mostra fraqueza à flexão do cotovelo e à abdução do ombro esquerdos, com hiporreflexia bicipital ipsilateral. A força nos membros inferiores está reduzida de forma simétrica, observando-se bilateralmente espasticidade, hiperreflexia patelar e reflexo cutâneo-plantar extensor. Há perda da propriocepção. A marcha é espástica com passos altos e fortes.

Qual é a hipótese diagnóstica e a propedêutica imediata mais indicada?

A

O caso é característico de MIELOPATIA CERVICAL!

Perceba que temos um quadro misto:

  • síndrome do 2° neurônio motor no MSE (fraqueza + hiporreflexia)
  • síndrome do 1° neurônio motor em MMII (fraqueza + hiperreflexia)
  • queixas autonômicas (queixas urinárias)
  • alteração de sensibilidade (dor em queimação)

Quando temos uma SÍNDROME MISTA, com 1° e 2° neurônios motores afetados, a primeira hipótese diagnóstica deve ser Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Porém, classicamente, na ELA, não há alteração de sensibilidade, além de apresentar MIOFASCICULAÇÕES, que não foram descritas pela questão.

A mielopatia cervical é o principal diagnóstico diferencial da ELA, com compressão medular causada por uma hérnia de disco, na maioria das vezes. Ela pode atingir o axônio do 1° neurônio motor, o núcleo do 2° neurônio motor, as vias autonômicas e as vias sensitivas.

📌 o exame indicado é a ressonância magnética da coluna cervical

20
Q

Níveis sensitivos mais cobrados em prova

A

C5: deltoide

C6: polegar

C7: dedo médio

C8: dedo mínimo

T1: face medial do antebraço

T2: axila

T4: mamilo

T6: apêndice xifoide

T10: umbigo

T12: sínfise púbica

L4: face medial da perna

S1: borda lateral do pé

S3: tuberosidade isquiática

S4 e S5: região perianal

📌Algo a mais: reflexos segundo os níveis de lesão medular

  • Bicipital: C5
  • Braquiorradial: C6
  • Tricipital: C7
  • Cutâneo abdominal: T9, T11
  • Cremastérico: T12, L1
  • Patelar: L3, L4
  • Aquileu: S1
  • Bulbocavernoso: sua ausência indica choque medular ou lesão de raízes
    sacrais
21
Q

Escala de força muscular na avaliação neurológica

A

0: Sem contração muscular

1: Contração sem movimento

2: Movimento em plano horizontal sem vencer a força da gravidade

3: Movimento vence a gravidade, mas não vence a resistência

4: Movimento vence alguma resistência

5: Força muscular normal

22
Q

Escala de Frankel Modificada para avaliar o grau de deficiência do paciente com lesão medular

A

A: Completa - sem função motora

B: Incompleta - há função sensitiva até S4-S5, sem função motora

C: Incompleta - há função motora e a maioria dos músculos tem força
inferior a grau 3

D: Incompleta - há função motora e a maioria dos músculos tem força
superior a grau 3

E: Normal

23
Q

Escolar de 8 anos de idade, vítima de TCE grave devido à queda de laje.

Realizou TC de crânio com sinais de swelling cerebral difuso, sem hemorragia intracraniana. Foi então instalado cateter ventricular para monitorização da pressão intracraniana (PICC) e encaminhado à UTI recebendo ventilação mecânica de suporte, sedação contínua com midazolam endovenoso e cabeceira elevada a 30 graus. Nesse momento verificou-se pupilas mióticas bilateralmente e elevação da PICC.

Qual é a conduta imediata?

A

Vamos por partes…

Para TODOS os pacientes com TCE grave estará indicada neuroproteção com:

  • sedoanalgesia combinada
  • controle de temperatura < 38°C
  • PAM > 90 mmHg
  • PCO2 35 - 45 e SatO2 > 94%

Além disso, em pacientes com SINAIS DE HERNIAÇÃO CEREBRAL, com assimetria do reflexo pupilar, hemiparesia e tríade de Cushing, iniciam-se medidas de REDUÇÃO DA PIC:

  • cabeceira a 30 graus
  • SEM monitorização invasiva da pressão intracraniana: solução hipertônica OU hiperventilação

📌 manitol: preferencial, mas CONTRAINDICADO EM PACIENTES HIPOTENSOS

📌 salina hipertônica: CONTRAINDICADA EM HIPERNATREMIA > 155

📌 hiperventilação: gera VASOCONSTRIÇÃO cerebral, sendo medida de exceção por curto período (risco de isquemia).
Exemplo: paciente chocado e hipernatrêmico a caminho do centro cirúrgico para abordagem da lesão causadora da hipertensão

  • COM monitorização com cateter intraventricular: abrir o sistema e drenar o LCR.

Para casos refratários às medidas acima, pode-se tentar aprofundamento da sedação (escala RASS = -5) e medidas heróicas (coma barbitúrico, craniectomia descompressiva e hipotermia terapêutica).

UFA!!! Agora sim, voltando para o caso, o paciente está sedado apenas com MIDAZOLAM, que é um HIPNÓTICO, então falta a ANALGESIA, podendo ser feita com a adição de FENTANIL!

24
Q

Adolescente, 12 anos, iniciou quadro de tosse produtiva e descarga nasal amarelada há 2 semanas, evoluindo há 24 horas com febre, cefaleia intensa, vômitos, proptose, dor e edema periorbitário à direita, associado a oftalmoparesia ipsilateral.

Qual é a principal hipótese diagnóstica?

A

TROMBOSE DO SEIO CAVERNOSO!

É uma possível complicação da rinossinusite bacteriana, causada pela disseminação por contiguidade

O seio cavernoso se localiza na base do crânio, região de trajeto de alguns nervos cranianos, cursando com queixas oftálmicas significativas (como oftalmoplegia, proptose e edema palpebral) e, em alguns casos, diminuição da sensibilidade em face.

📌TC: SINAL DO DELTA/TRIÂNGULO VAZIO

25
Q

O par craniano acometido inicialmente com mais frequência no aumento da pressão intracraniana é:

A

VI (ABDUTOR)!

O axônio do abducente é o mais longo desde sua origem até sua sinapse, favorecendo sua compressão, que gera estrabismo convergente

26
Q

Quais são as principais manifestações clínicas do AVE segundo a artéria acometida?

A

Cerebral ANTERIOR:

  • hemiplegia e/ou hemiparesia membro inferior contralateral

Cerebral MÉDIA:
(artéria mais acometida no AVEi)

  • hemiparesia e/ou hemiplegia contralateral generalizada
  • déficit de sensibilidade contralateral
  • afasias:

WERNICKE (sensitiva): não compreende

BROCA (motora): compreende, mas não fala

📌as cerebrais anterior e média são ramos das carótidas

Cerebral POSTERIOR:

  • déficit visual

Vértebro-basilar:

  • cerebelo: vertigem e nistagmo vertical
  • tronco encefálico: síndrome alterna (paralisia facial contratateral à hemiplegia)
27
Q

Quais são os alvos pressóricos no manejo do AVE com e sem indicação de trombólise?

A

Sem trombólise: < 220x120

Com trombólise: < 185x110 para o início, manutenção < 180x105 nas primeiras 24 horas

📌droga de escolha: LABETALOL ou nitroprussiato de sódio

28
Q

Quais são as contraindicações à trombólise no AVEi? Qual é a droga de escolha e sua dose preconizada?

A

> 4,5 horas ou duração desconhecida

‼️ < 18 anos

PA > 185x110

NIHSS:

  • < 4 (déficit muito pequeno/não limitante)
  • > 25 (alto risco de transformação)

HP de hemorragia intracraniana

TCE ou AVE < 3 meses

Hemorragia digestiva < 21 dias

Cirurgia de grande porte < 14 dias

Anticoagulação plena < 48h

Plaquetas < 100.000

📌utilizamos a ALTEPLASE 0,9 mg/kg (10% em bolus, restante em 1h)

29
Q

Quando está indicada a trombectomia mecânica na abordagem do AVEi?

A

Até 6 a 8 horas de déficit, se houver trombo em grande vaso e proximal

Antes, deve-se realizar RNM DE URGÊNCIA para avaliar a presença de dissociação (mismatch) clínico-radiológico na fase de difusão ou de área de penumbra isquêmica na fase de perfusão, indicando que ainda há parênquima a ser salvo.

📌a indicação de RNM no AVE é justamente ver penumbra para indicar ou não trombectomia!

30
Q

Paciente feminina, 49 anos, sem antecedentes mórbidos, é levada a emergência por estar há 2 horas “sem força no braço e perna esquerdos”.

Ao exame apresenta: PA 123/76 mmHg;
FC 88bpm; Tax 36,5°C; FR 18irpm; Glasgow 15, desvio da rima labial para a direita, força grau 3 em MIE e grau 2 em MSE.

A TC de urgência não mostrou anormalidades do parênquima, apenas hiperdensidade da artéria cerebral média direita. Foi iniciada trombólise após 3h20min do início do déficit, durando 1h.

Após 1h do término da trombólise, a paciente mantinha déficits inalterados.

Qual é a melhor conduta neste momento?

A

Temos paciente com AVEi mantendo déficit apesar de trombólise, sendo uma POSSÍVEL candidata à trombectomia mecânica!

Para isso, deve-se realizar RNM DE URGÊNCIA para avaliar a presença de dissociação (mismatch) clínico-radiológico na fase de difusão ou de área de penumbra isquêmica na fase de perfusão, indicando que ainda há parênquima a ser salvo.

📌a indicação de RNM no AVE é justamente ver penumbra para indicar ou não trombectomia!

Após, deve-se realizar ANGIOGRAFIA e, caso o trombo seja de grande vaso e proximal, realizamos a trombectomia mecânica.

📌a janela para trombectomia é de 6-8h após início do déficit

31
Q

2 principais causas de AVEh:

A

Microaneurismas de Charcot-Bouchard e angiopatia amiloide

📌os aneurismas da HSA são diferentes, denominados saculares

32
Q

Como é feito o manejo do vasoespasmo pós HSA?

A

PREVENÇÃO: Nimodipino (60 mg a cada 4 horas)

TRATAMENTO (3Hs): Hemodiluição + Hipertensão + Hipervolemia

33
Q

Homem, 58 anos, desenvolve dor crônica no dimídio direito após AVEh à esquerda.
A localização mais provável da lesão é:

A

TÁLAMO!

📌 área cerebral relacionada à dor

34
Q

Quais são as principais causas reversíveis de demência?

A

Metabólicas:

  • DRC
  • insuficiência hepática
  • hipotireoidismo
  • deficiência de B12

Infecciosas:

  • sífilis
  • HIV

Estruturais:

  • hematoma subdural crônico
  • tumor cerebral
  • hidrocefalia normobárica
    📌tríade DAI: demência + ataxia + incontinência urinária
35
Q

Principais informações para memorizar sobre os tipos de demências:

1) Alzheimer
2) Vascular
3) Frontotemporal/Pick
4) Corpúsculos de Lewy
5) Binswanger
6) Paralisia supranuclear progressiva
7) Creutzfeld-Jakob

A

1) Doença de Alzheimer:

  • principal causa de demência
  • amnésia anterógrada
  • acúmulo de proteína Tau + betamiloide

2) Demência vascular:

  • segunda mais comum
  • sequelas de doença cerebrovascular
  • curso em degraus

3) Demência frontotemporal ou de Pick:

  • < 65 anos
  • alterações no comportamento, personalidade e linguagem

4) Demência por corpúsculos de Lewy:

  • demência + parkinsonismo + distúrbios do sono REM + alucinações visuais
  • acúmulo de alfa-sinucleína

5) Binswanger:

  • pequenos AVEs lacunares atingindo região subcortical (substância branca)
  • leucocariose

6) Paralisia supranuclear progressiva:

  • parkinsonismo
  • desvio superior do olhar conjugado

7) Creutzfeld-Jakob: príons

36
Q

Quais são as duas principais polineuropatias da junção neuromuscular?

A

MIASTENIA GRAVIS

  • autoimune (anti receptor de acetilcolina)
  • associação com TIMOMA‼️
  • preferência por musculatura ocular (ptose, diplopia)
  • anti-AchR (85%) anti-MuSK (50%)
  • eletroneuromiografia: fraqueza decremental
  • tratamento:
    • anticolinesterásicos: piridostigmina
    • corticoide/imunossupressor
    • crise: plasmaferese/imunoglobulina

🚨evitar: benzo, betabloq, antipsicóticos, fenitoina, lítio, atbs

EATON LAMBERT

  • síndrome paraneoplásica do câncer de pulmão pequenas células
  • eletroneuromiografia incremental
37
Q

Quais são os fármacos utilizados no tratamento da doença de Alzheimer e quando eles estão indicados?

A

1) anticolinesterásicos centrais
📌doença leve/moderada

  • donepezila
  • rivastigmina
  • galantamina

2) antagonista receptor glutamato
📌doença moderada/avançada

  • memantina

3) outros:
📌tratamento adjuvante

  • aducanumab
  • vitamina E
38
Q

Quais são os principais fármacos utilizados no tratamento da doença de Parkinson e suas indicações?

A

1) levodopa

  • se não melhora, não é Parkinson‼️
  • após uso prolongado, pode apresentar síndrome on off
    📌por isso, POSTERGAR O INÍCIO o máximo possível

2) agonistas dopaminérgicos:

  • AUMENTAR dopamina
  • pramipexol, ropinerol
  • indicado em pacientes jovens (postergar levodopa)

3) ІМАО-В:

  • selegilina, rasagilina, safinamida
  • possuem efeito discreto

4) inibidores da COMT:

  • tolcapone, entacapone, opicapone
  • inibe degradação da levodopa
    📌 INICIAR QUANDO EFEITO DA LEVODOPA COMEÇAR A REDUZIR

5) amantadina:

  • tratamento das discinesias por levodopa

6) anticolinérgicos:

  • triexfenidil, benztropina, biperideno
  • para tremores em pacientes mais jovens
39
Q

Diferencie clinicamente a esclerose lateral amiotrófica (ELA) da esclerose múltipla:

A

ELA:

  • degenerativa do 1° e 2° neurônios motores
  • homem idoso
  • fraqueza ASSIMÉTRICA sem alteração sensitiva
  • 1° neurônio: rigidez/espasticidade, hiperreflexia, Babinski
  • 2° neurônio: miofasciculações‼️
  • diagnóstico de EXCLUSÃO, com líquor e imagem normais
  • tratamento de SUPORTE
    📌riluzol (aumento sobrevida 3-6m sem melhora de qualidade de vida)
    📌edaravone e PB TURSO (não tem no Brasil)

Esclerose múltipla:

  • autoimune desmielinizante, acomete a substância branca central
  • mulher 20-40a
  • padrão surto remissão (85%) / progressiva (15%)
  • neurite óptica‼️ (perda de visão)
  • síndrome do 1° neurônio (hiperreflexia, espasticidade, Babinski)
  • sintomas sensitivos
  • pode ter acometimento medular, com incontinência esfincteriana
  • pode ter acometimento cerebelar, com ataxia
  • liquor: bandas oligoclonais de IgG
  • RNM: múltiplas placas desmielinizantes
    📌obrigatória para o diagnóstico
  • tratamento com IMUNOSSUPRESSÃO e plasmaférese nos surtos
40
Q

Como localizar o vaso acometido por AVE segundo a clínica?

A

Sistema CAROTÍDEO (ANTERIOR), que se inicia-se com a carótida interna:

1) ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR:

  • irriga a PORÇÃO MEDIAL E ANTERIOR DO LOBO FRONTAL;
  • HEMIPLEGIA contralateral de predomínio CRURAL (acomete mais MMIl).

2) ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA:

  • artéria MAIS ACOMETIDA EM AVEs ISQUÊMICOS;
  • HEMIPLEGIA de predomínio FASCIOBRAQUIAL (face e MMSS) → CONTRALATERAL em face e corpo;
  • AFASIA:
    • WERNICKE ou SENSITIVA → região POSTERIOR do hemisfério ESQUERDO (local responsável pela RECEPÇÃO);
    • BROCA ou MOTORA → regiões FRONTAIS dos hemisférios (locais responsáveis pela EXPRESSÃO);
  • outros: desorientação direita-esquerda, acalculia e alexia.

Sistema VERTEBROBASILAR (POSTERIOR), que se inicia com a artéria vertebral, que forma a basilar:

1) ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR:

  • irriga o LOBO OCCIPITAL;
  • CEGUEIRA cortical ou déficit de visão.
  • DESVIO DO OLHAR CONJUGADO: olha para mesmo lado da lesão no cérebro, logo, para o lado contralateral à hemiplegia (se o olhar for para o lado da hemiplegia, fala a favor de lesão na ponte ou no tálamo).

2) VERTEBROBASILAR:

  • síndrome alterna, IPSILATERAL NA FACE e CONTRALATERAL NO CORPO;
  • PONTE ou BULBO → síndrome VESTIBULAR ou CEREBELAR.

📌Análise segundo nervos cranianos:

  • Mesencéfalo (cerebral posterior) → oculomotor (III);
  • Ponte (basilar) → trigêmio (V), abducente (VI), facial (VII) e vestibulococlear (VIII);
  • Bulboglossofaríngeo (IX), vago (X) e hipoglosso (XII).