M06 - Emergências do Trato Gastrointestinal Flashcards
O manejo da Ascite
Qual o mecanismo de formação da ascite?
Lesão hepatocelular, quando cronificada, gera fibrose e regeneração, o que leva a cirrose.
O manejo da Ascite
Quais as causas de lesão hepática?
- Álcool
- Hepatites virais
- Aoenças metabólicas
- Autoimune
- Doenças do trato biliar
- Doenças vasculares
- NASH
- Medicações
O manejo da Ascite
Quando suspeitar de cirrose?
Estigma de hepatopatia:
- Hiperestrogenismo (vasodilatação com eritema palmar, telangectasias, ginecomastia)
- Hiperbilirrubinemia (icterícia)
- Hipoalbuminemia (edema)
- Retenção hídrica (edema)
- Acúmulo de metabólitos
- Coagulopatia
- Hipertensão portal
O manejo da Ascite
Qual o mecanismo da ascite?
- Cirrose
- Hipertensão portal
- Vasodilatação esplâncnica / sistêmica
- ⇣ PAM
- ⇣ Volume sanguíneo arterial efetivo
- SRAA / SNS / ADH
- Retenção de Na
- Ascite
O manejo da Ascite
Como identificar ascite?
- Distensão abdominal
- Cicatriz umbilical evertida
- Circulação colateral, se hipertensão portal
- Piparote
- Semicírculo de Skoda
- Macicez móvel
O manejo da Ascite
O que deve ser solicitado na análise do líquido ascítico?
- Celularidade (total e diferencial)
- Albumina (GASA)
- Cultura
- Proteínas totais e frações
- Glicose
- LDH
O manejo da Ascite
O que é GASA?
GASA = Albumina sérica - albumina do líquido ascítico
O manejo da Ascite
Como interpretar o GASA?
Outras etiologias: TB, neoplasia, pancreatite.
PT: proteínas totais
O manejo da Ascite
Como realizar o tratamento?
-
Avaliar o volume da paracentese
⇒ > 5L = reposição de 8-10g de albumina por litro retirado
⇒ Prevenção de SHR -
Avaliar temporalidade
⇒ Quadro agudo / piora da ascite
⇒ Quadro crônico - Tratar complicações
-
Diuréticos (furosemida / espironolactona)
⇒ Meta: ⇓ 0,5 a 1kg de peso por dia - Paracentese de alívio
- Restrição de sódio
- Restrição hídrica (se Na < 130)
PBE
O que é PBE?
Infecção do líquido ascícito na ausência de fonte contígua de disseminação.
PBE
Quais as principais etiologias?
-
Bacilos gram -
E. coli
Klebsiella pneumoniae -
Cocos gram + (+ raros)
Estreptococos
Pneumococo
Enterococos
PBE
Qual a fisiopatologia?
Cíclica
- Disbiose, ⇑ da permeabilidade TGI
- Translocação bacteriana
- SIRS, ⇓ da função hepática
PBE
Qual a clínica?
- Dor abdominal difusa e/ou à palpação
- ⇑ volume abdominal
- Alteração do nível de consciência
- Infecção sem foco em hepatopata
Cuidados:
- 10-30% assintomáticos
- São imunocomprometidos (sem febre sempre)
- Não esperar taquicardia e leucocitose
PBE
Como realizar o diagnóstico?
Não deixar de puncionar (⇑ mortalidade)
- ≥ 250 PMN/mm3
- Cultura + com 1 bactéria
PBE
O que é bacteriascite? Como tratar?
O que é:
Cultura (+) quando PMN < 250
Manejo:
- Tratar com sintomáticos e iniciar ATB
- Se assintomático, repetir a punção em 48h
PBE
O que é ascite neutrofílica? Como conduzir?
PMN > 250 com cultura (-).
Pode ser causada por TB, neoplasia e uso prévio de ATB.
Conduta: Manter antibiótico.
PBE
O que é a peritonite bacteriana secundária? Como conduzir?
Definição: Infecção por continuidade, por perfuração, polimicrobiana.
Conduta: solicitar imagem, tratamento cirúrgico.
PBE
Como diagnosticar peritonite secundária?
- Cultura polimicrobiana
- PT > 1
- DHL > LSN sérico
- Glicose < 50
- Se suspeita de perfuração > Fosfatase Alcalina
PBE
Como tratar?
- Cefalosporina de 3ª geração: ceftriaxona ou cefotaxima por 5 dias
-
Albumina se:
- Cr > 10
- BT > 4
- Ur > 60
- Prevenção da síndrome hepatorrenal
PBE
Qual a dose de albumina?
1,5g/kg nas primeiras 6h e 1g/kg no 3º dia de tratamento.
PBE
Como conduzir se o quadro clínico não melhorar?
Realizar nova paracentese. Se:
- PMN < 250: cessar ATB
- PMN > 250, porém menor que o prévio: completar 7 dias + nova paracentese
- PMN > que resultado prévio ⇢ PBS?
PBE
Quais os tipos de profilaxia?
Primária e secundária
Primária: antes de ter um quadro
Secundária: depois de ter um quadro
PBE
Como realizar a profilaxia primária?
- Ceftriaxone 1g 1x ao dia por 7 dias
- Norfloxacino 400mg 2x ao dia por 7 dias
PBE
Como realizar profilaxia secundária?
- Norfloxacino 400mg/dia
- SMT/TMP 800/160mg
Para sempre ou até o transplante.
Encefalopatia hepática
Qual a definição?
Anormalidades neuropsiquiátricas por disfunção hepática ou shunt portossistêmico.
Encefalopatia hepática
Qual o quadro clínico?
- Mudança de comportamento
- Alterações sono / vigília
- Flapping
- Confusão mental
- Letargia
- Coma
Encefalopatia hepática
Como diagnosticar?
- Excluir outras causas (principalmente hipoglicemia!)
- TC de crânio?
- Sangramento TGI (pesquisar ativamente!)
- PBE (pesquisar ativamente!)
- Fatores precipitantes
Encefalopatia hepática
Quais os fatores precipitantes?
- Infecção
- Constipação
- Alcalose metabólica
- Hipovolemia
- HipoK
- Disfunção renal
- Sedativos
- Hipóxia
- Hipoglicemia
Encefalopatia hepática
Como classificar o quadro?
Classificação de West-Haven
Encefalopatia hepática
Como conduzir?
-
Avaliar o local de tratamento
- Depende do grau de acometimento
- I: ambulatorial, II: observação, III: interna. -
Corrigir fatores precipitantes
- Constipação, clister, lactulona
- Suspender diurético -
Nutrição
- Manter aporte calórico
- PTN (1,2-1,5g/kg/d)
- Se RNC > SNE -
Redução de amônia
- Lactulose
Síndrome hepatorrenal
Por que ocorre?
Por vasodilatação esplâncnica, que gera uma hipotensão aparente, com resposta renal de vasoconstrição.
Diagnóstico de exclusão.
Síndrome hepatorrenal
Que tipo de IRA ocorre?
IRA pré-renal sem resposta à volume.
Síndrome hepatorrenal
Quais os tipos de síndrome hepatorrenal?
Tipo 1 (+ grave) e tipo 2.
Síndrome hepatorrenal
Quais as características da SHR tipo 1?
- 2x Cr (>2,5) < 2 semanas
- Associação com PBE
Síndrome hepatorrenal
Quais as características da SHR tipo 2?
- Aumento persistente e progressivo de Cr > 1,5
- Associação com ascite refratária
Síndrome hepatorrenal
Quando pensar em SHR?
- Pacientes cirróticos com ascite
- Cr > 1,5 ou LRA
- Sem melhora após:
- suspensão de diurético
- expansão volêmica com albumina - Ausência de choque e excluir uso de nefrotóxicos
- Sem doença estrutural renal
Síndrome hepatorrenal
Como manejar a SHR?
- Compensar o fígado
- Transplante hepático
- Vasoconstritor
- Noradrenalina
- Terlipressina (0,5-2mg 4/4h)
- Octreotide - Albumina 20 a 40g/dia 5 a 15 dias
- Diálise (quando necessária)
Síndrome hepatorrenal
Qual o objetivo do manejo?
Levar a creatinina para o basal (<1,5)
Emergências no paciente etilista
Quais as principais complicações do consumo exacerbado de álcool?
- Síndrome de abstinência alcoólica
- Encefalo de Wernicke
- Hepatite alcoólica agudo
Emergências no paciente etilista
Como se dá o processo patológico da síndrome da abstinência alcoólica?
Uso crônico de álcool (inibidor) = ⇓ receptores GABA (inibitório) e ⇑ receptores NMDA (excitatório).
A ausência do álcool leva a estado de hiperexcitabilidade.
Emergências no paciente etilista
A SAA surge em quanto tempo?
Em geral 6-24h após a interrupção do uso, com resolução em 48-72h
Emergências no paciente etilista
Quais as manifestações clínicas da SAA?
- Insônia
- Tremor
- Ansiedade
- Desconforto intestinal
- Cefaleia
- Diaforese
- Palpitações
- Convulsões, alucinações e delirium tremens (+ graves)
Emergências no paciente etilista
Qual a sequência de ocorrência dos sintomas na SAA?
- Sintomas menores (tremores, ansiedade)
- Crises convulsivas
- Alucinações
- Delirium tremae
Emergências no paciente etilista
Como as convulsões se apresentam na SAA?
Episódios únicos e de curta duração.
Investigar diagnósticos diferenciais se crises prolongadas ou recorrentes.
Tratamento; benzodiazepínicos e fenobarbital
Emergências no paciente etilista
Como as alucinações se apresentam na SAA?
Mais comuns visuais, seguidas por auditivas, com consciência do paciente.
Emergências no paciente etilista
O que é o delirium tremens?
Patologia rara, iniciando entre 48-96h e resolução em até 5 dias.
Tem todos os sintomas de SAA, com extrema agitação, tremores grosseiros, taquicardia e hipertensão.
Emergências no paciente etilista
Como o delirium tremens complica?
- Hiperventilação ⇢ alcalose respiratória ⇢ ⇑ fluxo cerebral ⇢ + confusão
- Desidratação ⇢ alteração de eletrólitos (K e Mg) ⇢ arritmias e convulsões
- Rabdomiólise ⇢ IRA
Emergências no paciente etilista
Como conduzir na SAA?
- Avaliação de gravidade pelo CIWA.
- Exames (rotina + amilase e lipase)
- Estabilização clínica
- Medicações: benzodiazepínicos (Diazepam 5-10mg EV de 1/1h até melhora dos sintomas)
- Se delirium tremens, midazolam EV 5mg de ataque e 2mg/h
Emergências no paciente etilista
O que é a encefalopatia de Wernicke?
Encefalopatia causada por déficit da vit B1.
Apresenta:
- Nistagmo e oftalmoplegia
- Confusão mental
- Instabilidade de marcha e postura
Emergências no paciente etilista
Como realizar o diagnóstico de Encefalopatia de Wernicke?
Critérios de Caine (2 ou +):
- Sinais de desnutrição
- Anormalidades oculomotoras
- Disfunção cerebelar
- Estado mental alterado ou comprometimento de memória
Emergências no paciente etilista
Devo solicitar exames laboratoriais para encefalopatia de Wernicke? E de imagem?
Somente a título de diagnosticar outras causas.
Emergências no paciente etilista
Como tratar a encefalopatia de Wernicke?
Reposição de tiamina (B1) 500mg EV ou IM 8/8h por 2 dias
Obs: antes da glicose!
Emergências no paciente etilista
Como fazer a profilaxia de encefalopatia de Wernicke?
Tiamina 300mg EV ou IM 1x/dia concomitante ou antes da glicose
Emergências no paciente etilista
O que é a hepatite alcóolica aguda?
Lesão hepática induzida por uso excessivo de álcool. + de 100g de álcool/dia por 2 décadas.
Emergências no paciente etilista
Qual o quadro clínico da hepatite alcóolica?
- Agudo ou subagudo
- Anorexia
- Febre, podendo chegar a 39ºC
- Icterícia
- Hepatomegalia dolorosa
- Dor abdominal difusa
- Distensão abdominal
- Fraqueza muscular / mialgia
Emergências no paciente etilista
Como diagnosticar hepatite alcóolica?
Exames laboratoriais
-
Transaminases elevadas
- sem ultrapassar de 300 - AST/ALT > 2 !!!
-
Hemograma
Leucocitose com desvio a esquerda, sem infecção - Função hepática (Albumina, bilirrubinas, plaquetas, TP/INR)