HIV e AIDS Flashcards

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1
Q

Princiapal alvo viral do HIV?

A

Células TCD4, células dendriticas e macrófagos

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Q

Qual a função de cada receptor e enzimas no ciclo viral do HIV?

A

Receptor CCR5: puxar o material genético do HIV (RNA) para dentro da célula

Transcriptase reversa: transforma RNA em DNA

Integrase: leva o DNA para detro do núcleo

Proteases: transforma o DNA em proteínas para virar novo vírus

*Quando o virus sai da celula arrasta um pedaço da membrana… várias partícular virais acabam levando a morte do TCD4

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3
Q

O que se chama envelhecimento precoce relacionado ao HIV?

A

Aumento da carga viral diminui a contagem de TCD4

Nunca se cura do vírus: ativação imune crônica, inflamação crônica com lesão endotelial… aterosclerose/neoplasias (envelhecimento precoce)

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4
Q

Caracterize as três fases da historia natural do HIV?

A

FASE AGUDA

  • Aumento da carga viral, diminuição CD4
  • Síndrome mononucleose-like (febre, adenomegalia, faringite, rash)
  • Soroconversão em 1-3 meses… Dx por PCR a partir do dia 10

FASE DE LATÊNCIA CLÍNICA

  • Set Point: carga viral atinge um platô após resposta imunológica… mas continua se replicando
  • Controladores de elite: carga viral indetectável
  • Assintomáticos 2-12 anos, porém infectante
  • Linfadenopatia generalizada persistente (aumento LND em 2 cadeias linfonodais extrainguinais diferentes > 3m)

FASE SINTOMÁTICA

Doenças relacionadas ao HIV (precoce x AIDS)

Precoce: CD4 > 350 // AIDS: CD4 < 350 - 200

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5
Q

Diferencia doenças relacionadas ao HIV em precoce e definidoras de AIDS quanto a…

Cândidiase

Tuberculose

Vírus

Neoplasias

Outros

A

PRECOCE:

Candidíase oral, vaginal, TB pulmonar, leucoplasia pilosa (EBV), herpes zooster (VVZ), displasia cervical, ca cervical in situ, anemia e diarreia crônica

AIDS

Candidíase esofágica e respiratória, TB extra pulmonar, CMV disseminado (exceto fígado, baço e LND), vírus JC (LEMP), ca cervical invasivo, linfoma não hodgkin, sarcoma de Kaposi, pneumocistose (PCP), neurotoxoplasmose

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6
Q

Como realizar o diagnóstico de HIV em menores de 18 meses? E em maiores de 18 meses em situação especial e na referência?

A

< 18 meses: carga viral (PCR)… 2 testes positivos

> 18 meses…

Situação especial:

  • 2 TR (+), sendo o TR1 podendo ser do sangue ou saliva e o TR2 necessariamente do sangue
  • Se TR1 (-) e suspeita forte, repetir em 30 dias

Referência:

  • 1 IE (ELISA) (+) comprovado com HIV-RNA (carga viral) (+)… repetindo novamente IE (+)
  • Se IE (+) e HIV-RNA (-), Wstern Blot (P.O.)… se ainda (-): indeterminado… repetir em 30 dias
  • Se IE (-) e suspeita forte, repetir em 30 dias
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7
Q

Quais os testes mais sensíveis para HIV… Quais os mais específicos?

A

Sensiveis: TR e IE (ELISA)

Específicos: Western Blot ou Imunoblot

Se específicos discordantes, pensar em controladores de elite, FP?)

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8
Q

HIV é emergência médica e deve ser inicido TARV tão logo diagnósticada a doença!

A

FALSO

Primeiramente deve haver adesão e disposição do indivíduo par iniciar TARV

Oferecer a todos os pacientes com o vírus, por benefício comunitário (carga viral indetectável não transmite)

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9
Q

Quem são os grupos prioritários para iniciar TARV?

A

Sintomáticos

Assintomáticos com CD4 <350

Hepatite B ou C

Risco cardiovascular > 20%

Gestantes*

Tuberculose ativa*

*sempre fazer genotipagem pré-tratamento, porém não retardá-lo

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10
Q

Cite os 3 grupos de drogas do TARV e seus exemplos?

A

1) Inibidores de transcriptase reversa

Tenofovir (TDF), lamivudina (3TC), abacavir (ABC), zidovudina (AZT), efavirenz (EFV)

2) Inibidores da integrase

Dolutegravir (DTG), raltegravir (RAL)

3) Inibidores da protease

Lopinavir, Saquinavir, Ritonavir (potencializa lopinavir)

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11
Q

Qual o esquema inicial e de primeira linha de TARV? E na gravidez? E na tuberculose?

A

Primeira linha: Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG)

Gravidez: Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Raltegravir (RAL)

Tuberculose: Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Efavirenz (EFV)

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12
Q

Como fazer o acompanhamento de CD4 em paciente com HIV?

A

Se usa TARV, assintomático, CV indetectável

CD4 <350: 6/6 meses

CD4 _>_350: não solicitar

Sem uso de TARV, evento clínico, falha virológica

CD4 6/6 meses

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13
Q

Quando considerar falha virológica no tratamento com TARV? Conduta?

A

Carga viral continua detectável após 6 meses de terapia ou rebote após supressão

*sempre avaliar adesão ao tratamento

Conduta: Genotipagem para avaliar resistência

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14
Q

O que é a síndrome da reconstituição imune?

A

Piora de uma doença ou novas manifestações clínicas após início de TARV

Por isso, se diagnóstico de PCP ou TB, começar TARV duas semanas depois

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15
Q

Quais os principais efeitos colaterais dos medicamentos da TARV?

A

3TC: bem tolerado

TDF: nefrotoxicidade, diminuição massa óssea (CI IR e osteosporose)

DTG: cefaleia intensa (CI se uso fenitoina, carbamazepina, fenobarbital…)

EFV: rash, efeitos psiquiátricos (psicose, efavironha)

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16
Q

Em quem realizar profilaxia pre-exposição (PrEP) com TARV, critérios de indicação e qual esquema?

A

Segmentos prioritários

  • Gays e homens que fazem sexo com homens
  • Trans
  • Profissionais do sexo
  • Parceiros sorodiscordantes

Critérios de indicação

  • Relação anal, vaginal, sem preservativo, nos últimos 6 meses
  • Episódios recorrentes de ISTs
  • Uso repetido de profilaxia pós-exposição

Esquema

  • TDF + Entricitabina (contínuo) + camisinha
  • Não tem efeito imediato: relação anal: 7 dias // relação vaginal 20 dias
  • Consulta com TR 3/3 meses
17
Q

Quando considerar exposição de risco para HIV quanto ao material e ao tipo de exposição?

A

Material infectante: sangue, sêmen, fluidos vaginais, líquidos (serosa, liquor, articular, amniótica)

Exposição: percutânea, mucosa, pele não integra, mordedura com sangue

18
Q

Quem tratar conforme resultado de exames com profilaxia pós-exposição e como fazer profilaxia?

A

Indicado até 72h da exposição (ideal 2h)

  • Pessoa fonte com TR (-): sem profilaxia
  • Pessoa fonte com TR (+ ou desconhecido):
    • ​Exposto (+): sem profilaxia, TRATAR
    • Exposto (-): TDF + 3TC + DTG 28 dias

Repetir testagem 30-90 dias após exposição

19
Q

Como fazer a profilaxia da transmissão vertical do HIV durante o pré-natal?

A

Iniciar TARV: a partir da 14a semana (TDF + 3TC + RAL)

20
Q

Como fazer a profilaxia da transmissão vertical do HIV durante o parto?

A

Via de parto + AZT IV até campleamento do cordão

Avaliar carga viral após 34a semana:

CV < 1000: indicação obstétrica… se indetectável, sem AZT

CV > 1000 / desconhecida: cesárea eletiva (38 sem, bolsa íntegra, dilatação 3-4 cm)

21
Q

Como fazer a profilaxia da transmissão vertical do HIV durante o puerpério?

A
  • Mãe continua TARV
  • Aleitamento materno contra-indicado (Cabergolina ou Bromocriptina)
  • RN AZT (nas primeiras 4 horas) + Lamivudina (3TC) + Raltegravir (RAL) por 4 sem. Fazer Nevirapina se:
    • Mãe sem TARV na gestação ou má adesão
    • CV > 1000 ou desconhecida no 3 trimestre
    • Mãe com IST (principalmente sífilis)
    • Teste reagente no momento do parto
      • SMX-TMP: quarta semana até excluir diagnóstico no RN (2 CV negativas)
  • OBS: Apenas AZT se TARV na gestação com boa adesão e CV indetectável no 3º trimestre
22
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 200, com quadro de febre, tosse seca, dispneia progressiva, ausculta normal e rx de tórax mostrando infiltrado bilateral, peri-hilar, poupanco ápices…

Diagnóstico, achados sugestivos, tratamento e profilaxia?

A

PNEUMOCISTOSE (PCP)

Agente: pneumocystis jirovecii

CD4 < 200

Pneumonia arrastada, candidiase, hipoxemia, aumento LDH

Rx de tórax: infiltrado bilateral, peri-hilar, poupanco ápices

Tratamento: SMX-TMP IV/VO 21 dias (mesmo antes do isolamento do agente por escarro ou lavado bronquico)

Se paO2 < 70 em AA: + corticoide

Profilaxia 1a com SMX-TMP 3x/sem: CD4 < 200, candidiase oral, febre > 2 sem

23
Q

Paciente, HIV positivo, com clínica de febre, tosse, sudorese noturna, emagrecimento, sempre devemos levantar hipotese de ….

A

TUBERCULOSE

Agente: Mycobacterium tuberculosis

Qualquer CD4

Rx: CD4 > 350: apical, cavitário // CD4 < 350: miliar, difuso

Diagnóstico: escarro: TR ou baciloscopia, sempre cultura

Tratamento: RIPE 2m + RI 4m… TARV em até 2 sem após

24
Q

Quando e como realizar profilaxia de tuberculose em paciente com AIDS?

A

Isoniazida 270 doses (9-12 meses)

  • Rx tórax com cicatriz de TB nunca tratada
  • Contactante
  • CD4 < 350
  • PPD reator > 5mm ou IGRA (+)
25
Q

Paciente, HIV positivo, com CD4 < 200 e lesões cutâneas violáceas pelo corpo, podendo apresentar infiltrado pulmonar…

Diagnóstico, agente e tratamento?

A

SARCOMA DE KAPOSI

Agente: Herpes 8

Tratamento: crioterapia (local) ou Qtx

26
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 50, com febre, emagrecimento, enterite…

Diagnóstico, agente e tratamento?

A

MICOBACTERIOSE ATÍPICA

Complexo Mycobacterium avium (MAC)

Tratamento: claritromicina + etambutol

27
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 100, frequentador de área rural com galinheiros e cavernas com morcegos, com quadro disseminado: sindrome gripal arrastada, anemia, hepatoesplenomegalia…

Diagnóstico, agente e tratamento?

A

HISTOPLASMOSE

Agente: Hystoplasma capsulatum

Afeta sistema reticuloendotelial, quadro disseminado

Tratamento: itraconazol, anfoterecina B se graves

28
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 100, com febre, cefaleia, confusão mental, mas sem rigidez de nuca…

Diagnóstico, agente e tratamento?

A

MENINGITE CRIPTOCOCÓCICA

Agente: Cryptococcus neoformans

Diagnóstico: punção lombar

Achados gerais: aumento da pressão liquorica, de celulas mononucleares e de proteinas, diminuição glicose

Achados específicos:

  • Tinta nanquim (S 80-90%)
  • Cultura (P.O. demora 7 dias)
  • Antígeno criptocócico (teste do latex S > 95%)

Tratamento: anfotericina B 2 sem, fluconazol 8 sem

Punções de alívio se PIC > 25cmH2O: 20-30ml/dia

29
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 100, com febre, cefaleia, convulsão e hemiparesia e disfasia…

Primeira hipótese diagnóstica, agente, imagem, tratamento e profilaxia primária?

A

NEUROTOXOPLASMOSE

Reativação de infecção latente por Toxoplasma gondii

Primeira hipótese se déficit focal

TC: lesões hipodensas, edema perilesional, realce de contraste em anel

Tratamento: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico 6 sem

*Necessária melhora clínica em 14 dias

Profilaxia 1a com SMX-TMP: CD4 < 100 e IgG (+)

30
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 < 50, com febre, cefaleia, convulsão e hemiparesia e disfasia, que não melhora em 14 dias de tratamento para neurotoxoplasmose…

Diagnóstico, agente, conduta…

A

LINFOMA 1o DO SNC

Agente: EBV

Segunda hipótese na presença de déficit focal

Sempre trata como neurotoxo.. se não melhora, biópsia pensando no linfoma

RNM com LESÃO ÚNICA, com realce em anel

Conduta: paliativo (prognóstico ruim)

31
Q

Paciente, HIV positivo, CD4 <200, com clínica de múltiplos déficits focais cumulativos, que se somam ao longo do tempo, com imagem sem causar efeito de massa…

Diagnóstico, agente, imagem e tratamento?

A

LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LEMP)

Doença desmielinizante da substância branca com múltiplos focos progressivos

Agente: vírus JC

Clínica: múltiplos AVEs

Imagem: hiperintensidade em T2 (liquor branco) na RNM

Tratamento: TARV

32
Q

Quais os 10 sinais de alerta para imunodeficiências primárias?

A
  1. Duas ou mais pneumonias no último ano
  2. Quatro ou mais otites no último ano
  3. Estomatites de repetição ou monilíase por mais de 2 meses
  4. Abscessos de repetição ou ectima
  5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia)
  6. Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica
  7. Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
  8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por micobacterias
  9. Fenótipo clinico sugestivo de sindrome associada a imunodeficiência
  10. Historia familiar de imunodeficiência
33
Q

Imunodeficiências primárias

  1. Infecções de repetição a partir do 2o semestre de vida
  2. Infecções recorrentes no 1o semestre de vida
  3. Abscessos recorrentes, alteração na cicatrização, atraso na queda do coto
  4. Predisposição por infecções por neisseria meningitides
A
  1. Imunodeficiência humoral (linfocitos B)
  2. Imunodeficiência celular (linfocitos T)
  3. Imunodeficiência do sistema fagocitário (macrófagos)
  4. Imunodeficiência do sistema complement’o
34
Q

Qual a forma mais comum de imunodeficiência primária?

A

Humoral - Imunodeficiência por IgA (+ comum)

Manifestações mais tardias (primeiros meses de vida tem anticorpos maternos)

35
Q

Cuidados com RN após o parto de mãe com HIV

A

Na sala de parto: Banho precoce se bem estar do RN; se for aspirar, evitar traumatismo

Alimentação: Fórmula infantil

TARV:

AZT por 4 semanas (inicio na sala de parto, em até 4 horas, no maximo 48h).

Nevirapina 3 doses (mãe sem tarv, sem CV ou CV> 1000, sem adesão, com IST)

CV (<18m):

  • 1a CV: 2 semanas após profilaxia AZT. Sem profilaxia: imediatamente
    • Dectectável (>5000): repetir imediatamente
    • Indetectável: 2a CV 6 semanas após fim da profilaxia
  • Sorologia após 18m para documentar anti-HIV (-)