Hipertensão Porta Flashcards
Por qual vaso ocorre a maior vasculaização do fígado?
Pela VEIA PORTA.
Qual a formação da veia porta?
União da esplênica (recebe a MI) com a MS. Ou seja, todo o retorno venoso do intestino drena para a porta. A porta também é tributada pelas veias gástricas esquerdas (veia coronária) e direitas (que drenam o esôfago também), que são as grandes responsáveis pelas varizes gastroesofágicas, pelas gástricas curtas e a gastro epiploica. Outras veias: veias retais superiores e médias (as inferiores drenam para a VCI) e veia umbilical e paraumbilical.
Qual a definição de hipertensão portal (HP)?
É uma presão na veia porta > 10 mmHg (normal = 5-10). Porém é muito difícil avaliar essa pressão. Outra definição é indireta, sendo o gradiente de pressão venosa hepática > 5 mmHg (N = 1-5).
Como aferir o gradiente de pressão venosa hepática?
Através da cateterização da veia hepática com o balão vazio (pressão hepática livre) e então insufla o balão e obtem-se a pressão encunhada (no fígado cirrótico, corresponde à pressão intra-sinusoidal = pressão na veia porta), dando o gradiente.
Qual a importância do gradiente de pressão venosa hepática?
Possui valor prognóstico: > 10 começam a dar varizes, com alto risco de sangrar quando > 12. > 20 prevê hx incontrolável ou chance elevada de ressangramento. Quanto maior a HVPG, maior a mortalidade e o risco de hx.
O que compõe a sd da HP?
Esplenomegalia congestiva, varizes gastroesofágicas e circulação colateral visível no abdome
Qual a formação das varizes esofagogástricas?
É formada na HP pela veia coronária (gástrica esquerda), drenando, pelas veias esofagianas, para a veia ázigos. As gástricas curtas formam as varizes de fundo.
Quais as circulações colaterais na HP? Quais os achados delas?
Varizes esofagogástricas, recanalização da veia umbilical (liga às veias epigástricas - cabeça de medusa e sinal de cruveilhier baumgarten - sopro e frêmino na região umbilical por essa recanalização), plexo venoso homorroidário (veias hemorroidárias superiores tributam para a porta e as médias e inferiores para a cava inferior, criando essa comunicação - varizes anorretais) e vasos retroperitoneais.
A incidência de hemorroidas está aumentada na HP?
NÃO!!! Isso pois varizes são diferentes de hemorroidas. Os vasos das hemorroidas não apresentam comunicação com o sistema porta.
Quais os achados da hipertensão portal?
- Varizes esofágicas e gástricas (v. ázigos).
- Esplenomegalia. - Varizes retais.
- Varizes periumbilicais (cabeças de medusa - pode haver sopro e frêmito = Cruveilhier-Baumgarten).
- Encefalopatia (sangue não depurado direciona-se ao cérebro).
- Ascite (depende).
Quais as variações anatômicas da artéria hepática?
- Normal: hepática comum sai do tronco celíaco e se divide em hepática própria e gastroduodena. A hepática própria se divide em hepáticas direita e esquerda. - Variação 1: 20% dos casos a hepática direita surge da AMS. - Variação 2: 15% dos casos a hepática esquerda surge da gástrica esquerda. - As duas variações podem coexistir.
Por que ocorre a HP na CH?
Por 2 mecanismos: aumento da pressão intra-hepática determinada pela fibrose dos sinusoides e constrição das células estreladas ativadas e por aumento no fluxo da veia porta pela vasodilatação esplâncnica.
Qual a fisiopatogenia da HP na CH?
A obstrução ao fluxo portal pré, intra ou pós-hepático é o principal fator envolvido na gênese da HP. Além dele, há um sistema de autoperpetuação da HP, pois há uma retenção de vasodilatadores (NO) na vascularização esplâncnica, aumentando o contingente de sangue no local e promove hipovolemia relativa, havendo ativação do SRAA, catecolaminas e ADH. Isso promove aumento de fluxo na veia porta, aumentando ainda mais a pressão (estado hiperdinâmico do cirrótico pela queda na RVP). Além disso, o NO não consegue chegar ao fígado, havendo vasoconstrição hepática com vasodilatação esplâncnica.
Quais as principais causas de HP?
Pré-hepática: trombose de veia porta. Intra-hepática (pré, sinusoidal ou pós-sinusoidal): CH, hepatite aguda, hepatite crônica, esquistossomose, sarcoidose, CBP, doença hepática veno-oclusiva. Pós-hepática: trombose de veia cava e sd de Budd-Chiari.
Quais as diferenças entre os tipos de HP intra-hepática?
A sinusoidal e pós-sinusoidal se devem a uma doença do parênquima hepático (como a cirrose). Já a pré-sinusoidal ocorre pela obstrução de pequenos ramos intra-hepáticos da veia porta (ex: esquistossomose)
Quais as causas de HP intra-hepática sinusoidal?
CH, hepatite aguda e crônica.
Qual a causa mais comum de HP no Br e no mundo?
CH.
Comente sobre as hepatites aguda e crônica causando HP.
HA: promove HP transitória, principalmente na forma fulminante por colapso dos sinudoides pela compressão da necrose hepática. HC: inicialmente como pré-sinusoidal (hepatite de interface) e depois sinusoidal (fibrose dos sinusoides).
Qual a principal causa de HP intra-hepática pré-sinusoidal?
A esquistossomose.
Quais as causas de HP intra-hepática pré-sinusoidal?
Esquistossomose, hipertensão porta idiopática (sd de Banti - patogenia idem esquistossomose), sarcoidose, CBP (fases pré-cirróticas), DW (fases pré-cirróticas), malignidade hepática (várias formas de lesão hepática).
Como a esquistossomose promove HP?
Por reação granulomatosa nas vênulas hepáticas (nos espaços porta) pela deposição de ovos do parasita. Essa RI leva a fibrose e obliteração das vênulas, com HP mesmo sem lesão hepatocelular importante.
Quais as causas de HP pós-sinusoidal?
Doença hepática veno-oclusiva (deposição de matriz rica em fibronectina em torno das veias centro-lobulares) = pós-tx (reação enxerto x hospedeiro) e chá da Jamaica.
Quais as causas de HP pré-hepática? Qual a principal?
Tromvose de veia porta (p), FAV esplâncnica, trombose de veia esplênica, trombose de VMS (cx bariática = FR), esplenomegalia de grande monta. São causas de HP sem relação com lesões de estruturas do parênquima hepático.
Quais as causas da trombose de veia porta?
É mais frequente na pediatria, tendo como origem a infecção da veia umbilical. Nos adultos as causas incluem: CH e deserdens trombofílicas (60% dos casos - fator V de Leiden) e cirurgia bariátrica. Outras: CHC, DII, sd mieloproliferativas.
Como dx e qual o tto da trombose de veia porta?
Dx: USG-Doppler, RM ou TC (estes 2 se dúvida). Tto: se agudo, anticoagulação. Se crônico, controverso, pois ocorre transformação cavernosa da veia porta.
Explique a HP por FAV esplâncnica.
Ocorre por um aumento do fluxo saguíneo vindo pela artéria, sobrecarregando a veia portal. Pode esclerosar os espaços-porta. O tto é a embolização arterial percutânea da FAV.
Qual outro nome para a trombose de veia esplênica (TVE)?
Hipertensão porta segmentar.
Quando suspeitar de TVE?
Quando houver sinais de HP em pacientes com função hepatocelular normal.
Quais as principais causas de TVE?
As doenças do pâncreas (eg, pancreatite crônica, ca de pâncreas).
Qual o QC da TVE?
Varizes de fundo gástrico isoladas (HP SEGMENTAR), porém pode haver varizes esofagogástricas.
Como tratar a TVE?
Esplenectomia.
Comente sobre a esplenomegalia de grande monta causando HP (causas e patogenia).
Ocorre em um aumento enorme do baço, como LMC, linfomas e policitemia vera. Ocorre pelo enorme fluxo sanguíneo proveniente do baço.
Quais as causas de HP pós-hepática? Qual o achado geralmente?
Obstrução da VCI, sd Budd-Chiari e doenças cardíacas (pericardite constritiva, cardiopatias). É favorecida pela ausência de válvulas na circulação hepática, permitindo o fluxo retrógrado do sangue. Cursa com HEPATOMEGALIA!!!
Qual o achado histopatológico da HP pós-hepática?
Congestão sinusoidal com áreas de infarto centrolobular.
Há CH na Sd de Budd-Chiari (SBC)?
Não.
O que é a SBC?
É uma obstrução insidiosa ou aguda das veias hepáticas.
Quais as principais causas de SBC?
Desordens mieloproliferativas (principalmente a policitemia vera), hemoglobinúria paroxística noturna, trombofilias, gravidez, ACO e malignidades em geral.
Qual o QC da SBC?
Dor intensa em QSD associada à hepatomegalia com rápido desenvolvimento de ASCITE e ICTERÍCIA. Pode haver HDA por ruptura de varizes esofagogástricas.
Quais as causas de obstrução da VCI?
Trombose, tumores, cistos, abcessos e obstrução membranosa.