Colecistite Aguda Flashcards

1
Q

O que é a colecistite aguda calculosa (CAC)?

A

É o desenvolvimento de um processo inflamatório da VB que resulta da impactação persistente da saída da VB por um cálculo (95% das CA).

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2
Q

Qual a epidemiologia da CAC?

A

Mulheres (3:1 até 50 anos).

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3
Q

Qual a fisiopatologia da CAC?

A

A impactação de um cálcilo de forma persistente no ducto cístico promove aumento da pressão intraluminal da vesícula, obstrução venosa e linfática, edema, isquemia e ulceração de sua parede, terminando com infecção bacteriana secundária, culminando na perfuração da VB, principalmente em seu fundo (região mais suscetível à isquemia - menos vascularizada). Além disso, a estase da bile promove lesão da mucosa da vesícula.

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4
Q

Qual bactéria é mais frequentemente associada à CAC?

A

E. coli.

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5
Q

Qual o QC da CAC?

A

Dor abdominal que pode se iniciar no epigástrio e evoluir para QSD, com duração de MAIS DE 6H (IMPORTANTE!!!), sendo comum irradiação infraescapular. Anorexia, náuseas e vômitos são comuns. A febre baixa/moderada pode estar presente. Pode haver sinal de Murphy positivo (50% dos casos), massa palpável (10% - confirma a suspeita). Raramente (10%) há icterícia.

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6
Q

O que é o sinal de Murphy?

A

Pede-se ao paciente que inspire profundamente e palpa-se a região sulcostal direita. Se o paciente interromper a inspiração profunda na palpação, é positivo e fortemente preditivo de CAC.

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7
Q

Como dx a CA?

A

Através dos critérios de Tokyo 18:

*A procalcitonina não apresenta evidência de uso para dx e estadiamento.

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8
Q

Por que pode ocorrer icterícia na CAC?

A

Por edema do colédoco adjacente, coledocolitíase associada ou a Sd de Mirizzi.

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9
Q

Como é o laboratório da CAC?

A

Leucocitose (se muito alta, suspeitar de perfuração), aumento discreta da brb (se > 4, suspeitar de coledocolitíase associada), aumento discreto de FA e AST e aumento da amilase sérica (pode estar presente sem indicar pancreatite aguda).

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10
Q

Qual o primeiro exame a ser solicitado na suspeita de CAC? Explique.

A

A USG. Os achados que sugerem são: cálculos, espessamento da parede, líquiro perivesicular, aumento da interface entre o fígado e a vesícula, Murphy ultrassonográfico (dor quando o transdutor está sobre a vesícula) e aumento significativo do tamanho transverso do fundo da vesícula.

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11
Q

Qual o exame mais acurado para CAC? Quais os iniciais?

A

A cintilografia das vias biliares. O primeiro exame deve ser a USG. CAso inconclusiva, pode-se usar a RNM ou TC contrastados.

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12
Q

Como a CAC pode ser classificada de acordo com o TG18? Qual a conduta em cada?

A
  • Grau I (leve): CAC sem critérios para graus II e III = colecistectomia precoce + ATB.
  • Grau II (moderada): leuco > 18k, massa palpável em QSD, duração das queixas > 72h, inflamação local intensa (gangrena, abcesso, peritonite, enfisematosa) = ATB + estabilização + videocolecistectomia precoce. Caso instabilize, colecistostomia.
  • Grau III (grave): associada a disfunção orgânica, como hipotensão com necessidade de DVA, rebaixamento do NC, disfunção respiratória (PaO2/FiO2 < 300), disfunção renal (oligúria, Cr > 2), hepática (INR > 1,5) e hematológica (plaquetas < 100k) = suporte + ATB + colecistostomia (a princípio).
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13
Q

Quais os principais ddx da CAC?

A

Entra no hall das patologias inflamatórias intra-abdominais, mas os principais ddx são apendicite, pancreatite e úlcera péptica perfurada.

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14
Q

Qual o tto da CAC?

A

Internação, hidratação, analgesia, dieta zero, ATB parenteral e colecistectomia.

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15
Q

Como deve ser o ATB na CAC?

A

Deve ser com ATBs que cubram E. coli, enterococus, Klebsiella, G- e anaeróbios: clavulim ou a combinação de ceftriaxona/quinolona com metronidazol.

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16
Q

Qual a via preferencial de colecistectomia na CAC?

A

A laparoscópica.

17
Q

Qual a peculiaridade para a colecistectomia para o paciente com 3-4 dias de evolução dos sintomas?

A

Como há a grande possibilidade de aderências, opta-se por ATB parenteral (associado ou não a colecistostomia percutânea) e cirurgia em 6-10 semanas.

18
Q

Qual uma medida para aliviar a distensão da vesícula na CAC?

A

A colecistostomia com um cateter pigtail após punção percutânea.

19
Q

Quais as complicações possíveis da CAC?

A

Gangrena (p), perfuração (2p), pancreatite aguda, empiema.

20
Q

Quais os principais locais de fistulização da CAC?

A

Perfuração livre para o peritôneo, perfuração localizada (contida por aderências, formando abcesso) e perfuração dentro de uma víscera oca.

21
Q

Qual o QC quando ocorre a fistulização?

A

Se for livre, há peritonite. Se for localizada, há piora dos sinais locais e aparecimento de massa que não existia. Se for intestinal, há abortamento das queixas álgicas.

22
Q

O que é o íleo biliar?

A

É a obstrução do ID por cálculo biliar volumoso que foi para o intestino por fístula.

23
Q

Como dx o íleo biliar e quais seus achados?

A

Rx: obstrução intestinal (alças distendidas _ níveis hidroaéreos) com ar nas vias biliares (aerobilia) ou cálculo na luz intestinal.

24
Q

Qual o tto do íleo biliar?

A

Enterotomia proximal com retirada do cálculo impactado, sendo recomendada a colecistectomia no mesmo procedimento.

25
Q

Qual a epidemiologia da CA alitiásica (CAA)?

A

Homens, politraumatizados graves, grandes queimados ou em pós-op de cx de grande porte. Outro FR importante é o jejum prolongado em paciente com NPT

26
Q

Qual a fisiopatoloiga da CAA?

A

Acredita-se que haja uma estase biliar por falta de estímulo, havendo a formação da lama biliar. A lama leva à liberação de mediadores pró-inflamatórios que irão promover a formação do processo inflamatório. Há, ainda, isquemia por hipotensão nesses pacientes.

27
Q

Qual o QC da CAA?

A

Semelhante à CAC, mas como o paciente está crítico, o QC pode ser mascarado = febre + leucocitose em paciente grave devo solicitar USG se não se justificar por pnm, ITU ou infecção associada a cateter.

28
Q

Qual o tto da CAA?

A

Colecistectomia em caráter emergencial ou, nos mais instáveis, colecistostomia percutânea.

29
Q

Qual a importância de CAA em HIV+?

A

Devo pesquisar por microsporídeo, criptosporídeo e CMV pela grande associação à essa condição em pacientes com AIDS.

30
Q

O que é a sd de Mirizzi?

A

É a obstrução do ducto hepático comum causada por compressão de cálculo grande em infundíbulo ou ducto cístico.

31
Q

Qual o QC da sd de Mirizzi? Qual a classificação?

A

Colecistite crônica com icterícia e elevação de FA.

I - sem fístula.

II - fístula com ⅓ da parede.

III - fístula com ⅔ da parede.

IV - fístula com a totalidade da parede.

32
Q

Como dx a sd de Mirizzi?

A

Intra-op ou por CPRE.

33
Q

Qual o tto da sd de Mirizzi?

A

Cirúrgico, optando-se pela via aberta.

34
Q

O que é a colecistite enfisematosa aguda (CEA)? Etiopatogenia e epidemiologia.

A

É uma CA com a presença de gás na parede da VB, sendo causada principalmente por Clostridium e E. coli e é mais comum em idosos e diabéticos.

35
Q

Qual o QC da CEA?

A

Semelhante à CAC, porém mais súbita, evolução mais rápida e resposta inflamatória sistêmica mais exuberante.

36
Q

Qual o achado patognomônico da CEA?

A

Gás na VB em rx de abdome.

37
Q

Comente sobre a hemobilia.

A

Ocorre por trauma da VB, manipulação cirúrgica ou neoplasia. O QC é a tríade clássica de Philip Sandblom de HDA (melena) + dor em HCD + icterícia. O exame de escolha é a angiografia, sendo dx e terapêutica.