Hepatites Virais Flashcards
Qual a importância das hepatites virais na vigilância epidemiológica?
Todas são doenças de notificação compulsória, mas não são imediatas (até 7d para notificar).
Defina hepatite viral aguda, crônica e fulminante.
Aguda: < 6m. Crônica: > 6m. Fulminante: encefalopatia em < 8s de doença hepática (pois a encefalopatia aparece apenas com um fígado em disfunção) ou < 2s em um hepatopata. Uma outra grande dica na hepatite fulminante são as alterações nas provas de coagulação.
Quais as hepatites virais que podem cronificar?
As únicas são a B e C, e a que tem maior risco de cronificar é a C. A D também pode cronificar.
Qual o problema de alguém ter uma hepatite crônica?
Isso significa que o paciente está, de forma permanente, sofrento agressões hepáticas, com agressão e cura, evoluindo, eventualmente, para cicatrização hepática com consequente fibrose (cirrose).
Qual hepatite viral tem maior risco de ser fulminante?
A hepatite B.
Quais os fatores que influenciam no curso da hepatite viral (HV) - aguda, crônica ou fulminante? Dê exemplos.
A competência da resposta imunológica do indivíduo: como por exemplo, um RN com hepatite B por TMF. O risco de cronificar nele é extremamente alto pela ausência de competência imune. Diferentemente dos adultos, que raramente a hepatite B irá cronificar, pois há maturidade imunológica. A evolução fulminante, por sua vez, ocorre por um EXAGERO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA.
Quem mais agride o hepatócito nas HVs?
A resposta imune, não o vírus, fazendo com que uma resposta imune muito exacerbada tenha maior propensão a evoluir com hepatite fulminante.
Qual o QC das HVs?
Em geral se dá de forma estereotipada em 3 fases distintas: prodrômica, ictérica e de convalescência.
Quais as manifestações da fase prodrômica das HVs?
São sintomas inespecíficos, predominantemente sistêmicos e GI: mal-estar, astenia, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, perda/perversão do paladar ou olfato, altralgias, mialgia, tosse, coriza, cefaleia e fotofobia (se assemelha bastante a um quadro gripal), rash. Se febre, costuma ser leve. Pode haver hepatomegalia dolorosa e esplenomegalia. Pode haver GNDA. *Essa fase pode não ser notada, especialmente em crianças, já abrindo o quadro com a fase ictérica.
Qual o significado de febre alta na HV?
Sugere outros dx (leptospirose, dengue, etc) ou é um quadro de hepatite fulminante.
Quais as manifestações da fase ictérica das HVs?
Surgimento da icterícia com ou sem sd colestática (colúria, hipocolia fecal e prurido). As manifestações sistêmicas da prodrômica tendem a sumir ou abrandar (exceto os GI, que se acentuam ou se mantém). *O paciente pode não apresentar essa fase.
Quais as manifestações da fase de convalescência das HVs?
Melhora dos sintomas (volta gradual do bem-estar) e melhora dos sinais da fase ictérica. O término marca o fim da fase aguda da doença, sendo que o paciente pode ter curado ou cronificado (B e C).
Qual a duração do QC da HV aguda?
Não pode ultrapassar 6 meses, senão caracterizaria o quadro de hepatite crônica.
Quais os achados de HMG nas HVs agudas?
É comum leucopenia com posterior evolução para linfocitose. Pode haver aumento de atípicos (~MI). Na hepatite fulminante ocorre a leucocitose neutrofílica.
Quais os achados de hepatograma nas HVs agudas?
Sd hepatocelular: GRANDE aumento das aminotransferases, cerca de 10x o LSN; hiperbilirrubinemia (mista mas com predomínio da BD). Pode haver componente colestático associado (intra-hepático com aumento de GGT e FA).
Quais acometimentos hepáticos provocam um aumento tão expressivo das aminotransferases como nas HVs?
Intoxicação por paracetamol e hepatite isquêmica.
A elevação das aminotransferases nas HVs tem relação com o prognóstico?
NÃO!!! Apesar de indicar maior extensão da lesão, não necessariamente significa evolução para um pior prognóstico.
Quais exames laboratoriais são fundamentais no paciente com HV que evolui com obnubilação ou torpor e por quê?
A albumina sérica e o TAP, pois são marcadores de hepatite fulminante. Esse quadro neurológico pode ser o paciente evoluindo para encefalopatia hepática.
Quais os principais parâmetros de mau prognóstico da HV aguda?
A hipoalbuminemia e alargamento do TAP, pois indicam insuficiência hepática aguda.
Quais são as provas de função hepática?
Albuminemia, TAP, brb e amonemia.
O que é a sd pós-hepatite? Explique.
É a persistência de algumas manifestações, como fadiga, peso no hipocôndrio direito, intolerância a certos alimentos e álcool após a cura da hepatite. O prognóstico é bom mas o quadro pode persistir por meses.
Qual a transaminase mais específica dos hepatócitos? Explique.
A TGP, pois a TGO também está presente em outros tecidos, como nos músculos, podendo se alterar em miopatias, IAM, etc.
Como ocorre o desenvolvimento da icterícia na HV?
O metabolismo da brb envolve a captação da BI pelo hepatócito, conjugação em BD e excreção para os canalículos biliares. A fase mais sensível (a que tem que gastar mais energia para ocorrer, que irá falhar primeira) é a fase de excreção, fazendo com que uma lesão de hepatócito promova elevação da BD na circulação e urina (colúria, icterícia) e diminuição nas fezes (hipo/acolia fecal).
Qual a epidemiologia da HAV? Como é a transmissão?
Crianças com < 10 anos, Norte e Nordeste. Transmissão fecal-oral. A incidência vem caindo progressivamente.






