Fratura Supracondiliana do Úmero na Criança Flashcards
Qual a epidemiologia da fratura supracondiliana da criança?
Fratura mais comum do cotovelo da criança
Pico 5-7 anos
Lado não dominante principalmente
Cite os 2 mecanismos de trauma da fratura supracondiliana e a % correspondente a cada um.
Trauma indireto
- Cotovelo extensão e mão espalmada (97-99%)
Trauma direto
- Cotovelo flexão (2%)
Quais os 2 desvios da fratura supracondiliana relativos ao trauma indireto com extensão do cotovelo?
Qual desvio mais frequente?
Posteromedial (75%)
Posterolateral (25%)
Descreva qual a posição da mão no trauma indireto da fratura supracondiliana de acordo com os desvios da fratura.
Desvio posteromedial = mão em PRONAÇÃO
Desvio posterolateral = mão em SUPINAÇÃO
Descreva como ocorre a fratura supracondiliana nos traumas indiretos.
Fulcro de forças resultante de uma carga axial do olécrano na fossa do olécrano e de uma contração da cápsula articular anteriormente
Cite 3 alterações clínicas características da fratura supracondiliana.
Cotovelo em “S”
Pucker sign
Sinal de Kirmisson
O que é e como ocorre o Pucker sign na fratura supracondiliana?
Prega (“cova”) anterior causada pelo encarceiramento do bico proximal da diáfise no músculo braquial
fator de mau prognóstico de redução
pucker
O que é e como ocorre o Sinal de Kirmisson na fratura supracondiliana?
Equimose anterior na fosse antecubital causada pela lesão do músculo braquial pela diáfise do úmero
Como deve ser feita a avaliação neurológica nas fraturas supracondilianas?
Radial: extensão punho, dedos e polegar
Mediano: flexão dos dedos
- NIA: flexor longo polegar e flexor profundo 2º dedo
Ulnar: adução e abdução dos dedos
Qual o nervo com maior chance de ser lesado nas fraturas supracondilianas?
Mediano (nervo interósseo anterior)
Quantos % das fraturas supracondilianas com desvio apresentam comprometimento vascular?
20%
Como deve ser a avaliação e tratamento na urgência das fraturas supracondilianas de acordo com as possíveis alterações vasculares?
Bem perfundido com pulso ok
- Tala flexão 30º + cirurgia até 48h
Bem perfundido com pulso diminuído
- Redução (tração, flexão, melhorar desvio)
- Reavaliar pulso
Mal perfundido e pulso diminuído
- Redução (tração, flexão, melhorar desvio)
- Reavaliar pulso
- Se não melhorar = explorar
Como medir, qual o valor normal e o que avalia o Ângulo de Baumann?
Linha perpendicular a metáfise distal do úmero x linha fisária do côndilo lateral
9-26º
Avalia a cominuição medial nas fraturas supracondilianas
Qual a complicação mais comum da fratura supracondiliana?
Cúbito varo
Descreva o que é o Sinal da Ampulheta.
Imagem da junção da fossa do coronóide (anterior) e da fossa do olécrano (posterior)
Qual o critério radiográfico mais fidedigno para fraturas supracondilianas com pouco desvio ?
Linha umeral anterior
Onde a Linha umeral anterior deve cruzar o capítulo nos pacientes com < 4 anos e > 4 anos?
< 4 anos: linha pode cruzar terço anterior
> 4 anos: linha atravessa terço médio
Como medir e qual o valor normal do Ângulo Diáfise-Capitelo?
Eixo longo úmero x Eixo longo capítulo
40º
Como medir e qual o valor normal do Ângulo Úmero-capitelar Lateral?
Linha umeral anterior x Linha fisária capítulo
50º
Qual a importância do Sinal do Coxim gorduroso (fat pad)?
Importante nas fratura sem desvio
Cite 7 parâmetros radiográficos utilizados para auxílio diagnóstico nos pacientes com fratura supracondiliana (1 AP e 6 Perfil).
AP:
- Ângulo de Baumann
Perfil:
- Sinal da Ampulheta
- Linha umeral anterior
- Ângulo diáfise-capitelar
- Ângulo úmero-capitelar lateral
- Linha tangenciando borda anterior coronóide e capítulo
- Sinal do Coxim gorduroso
Qual o nervo mais comumente lesada nas fraturas supracondilianas da criança?
Nervo radial
Cite as estruturas em risco nas fraturas supracondilianas com desvio:
- Posteromedial
- Posterolateral
Posteromedial:
- Nervo radial
Posterolateral:
- Nervo mediano
- Artéria braquial
Descreva a classificação de Gartland para as fraturas supracondilianas das crianças.
I: < 2mm desvio. Sinal coxim gorduroso.
II: extensão do fragmento distal, sem ruptura cortical posterior.
III: ruptura cortical posterior, periósteo íntegro.
IV: ruptura do periósteo (instável em flexão e extensão no intraoperatório)
Cite 5 indicações de fixação na urgência das fraturas supracondilianas da criança.
Ausência de pulso Má perfusão Fratura do antebraço ("cotovelo flutuante") Pucker + Kirmisson Síndrome compartimental
Descreva como deve ser feito o tratamento da fratura supracondiliana de acordo com a classificação de Gartland?
I: Gesso axilopalmar em neutro com < 90º flexão
II e III: Redução e fixação com fio K
Quantos fios de K devem ser utilizados para tratamento da fratura supracondiliana de acordo com Gartland?
II: 2 fios
III: 3 fios
Qual principal complicação relacionada à cominuição medial nas fraturas supracondilianas?
Cúbito varo
Cite 4 indicações de redução aberta da fratura supracondiliana.
Exposta
Lesão neurológica pós redução
Falha redução fechada
Pulso ou perfusão diminuída
Qual a melhor via de acesso para exploração neurovascular nas fraturas supracondilianas?
Via anterior
Cite 3 complicações inerentes ao acesso posterior para fratura supracondiliana do úmero.
Maior chance de restrição ADM
Instabilidade por lesão periósteo posterior
Necrose vascular do úmero distal
Cite 3 critérios de boa redução da fratura supracondiliana a serem avaliados nas radiografias AP (Jones), Perfil e Oblíquas durante intraoperatório.
AP Jones: Ângulo de Baumann > 10º
Perfil: Linha Umeral Anterior no terço médio capítulo
Oblíquas: avaliar cortical medial e lateral’
Como realizar a redução do “Pucker sign”?
Manobra da ordenha, de proximal para distal (relaxar braquial para desencarcerar).
Como é feita a redução da fratura supracondiliana do úmero com desvio posterior?
Tração (corrigir varo/valgo)
+
Flexão empurrando o fragmento na região posterior
Cite qual deve ser a posição da mão para manter a redução da fratura supracondiliana de acordo com o desvio.
Posteromedial: pronação máxima
Posterolateral: supinação máxima
Qual a principal complicação inerente ao tratamento com fio de K cruzados?
Neuropraxia do ulnar
Cite 4 aspectos que devem ser respeitados na fixação ideal com fios de Kirschner nas fraturas supracondilianas.
Entrada 1 cm de distância entre si
Cruzar as 2 corticais
Fios divergentes
Não cruzar os fios no foco da fratura (distância > 2 mm entre os fios)
Qual deve ser o local de entrada dos fios de K na fratura supracondiliana?
Lateral
Qual disposição biomecanicamente mais forte dos fios de Kirschner nas fraturas supracondilianas?
Cruzados = 3 fios laterais
Quais as complicações mais comuns da fratura supracondiliana?
Cúbito varo
Neuropraxia (16%)
- Mediano (NIA): 5%
- Radial: 4%
- Ulnar
Lesão vascular (1 a 15%)
- artéria braquial (desvio posterolateral)
Síndrome compartimental (0,1 a 0,5%)
Como avaliar a síndrome compartimental na criança?
3 ‘A’s’
Agitação
Ansiedade da criança e dos pais
Analgesia (necessidade de aumento sem melhora da dor)
A lesão de qual estrutura apresenta risco aumentado para desenvolvimento de síndrome compartimental na fratura supracondiliana?
Paciente com neuropraxia do nervo mediano (não sente dor)
Qual nervo pode apresentar neuropraxia nas fraturas supracondilianas em flexão (trauma direto)?
Nervo ulnar (15%)
Qual local do cotovelo corre risco de osteonecrose avascular nas fraturas supracondilianas?
Tróclea (porém é incomum)
Qual o principal motivo do cúbito varo nas fraturas supracondilianas?
Consolidação viciosa (falha na redução)
Quais os 3 desvios presentes no cúbito varo?
Varo
Rotação interna
Extensão
Qual o valor do ângulo de Baumann no cúbito varo?
< 10º
Como deve ser feita a imobilização da fratura supracondiliana por trauma direto em flexão?
Extensão
Qual deve ser a primeira conduta a ser realizada na fratura supracondiliana Gartland III SEM pulso?
Redução fechada imediata + fixação