DRGE Flashcards
DRGE - causas
defeito na resistência epitelial esofágica (baixa produção de muco)
depuração ácida (clareamento) esofágica insuficiente
defeitos anatômicos (ex: hérnia de hiato)
esfíncter esofágico inferior (EEI) fraco: hipotensão e relaxamentos transitórios
esvaziamento gástrico ineficaz (ex: gravidez, obesidade)
DRGE - definição
Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado anormal do conteúdo gastroduodenal (não necessariamente ácido) para esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas esofágicos e/ou extra esofágicos, associados ou não a lesões teciduais (complicações)
DRGE - quadro clínico
Típico e atípico
Típico
* Sintomas: pirose (queimação retroesternal/azia), regurgitação ácida
* Duração: 2 ou mais dias por semana (período mínimo de 4–8 semanas)
* OBS: intensidade e frequência são fracos preditores da presença ou da gravidade da esofagite
Atípico
* Sintomas: sintomas respiratórios (mais difíceis de diagnosticar e tratar, como: tosse crônica, pneumonia de repetição, asma, bronquiectasia), halitose, erosão dental, aftas, rouquidão pigarro, sinusite crônica, dor torácica não cardíaca, globus faríngeo
DRGE - sinais de alarme
Idade (pacientes acima de 40-45 anos, pois há maior chance de complicação), disfagia (dificuldade para engolir), odinofagia (dor para engolir), perda de peso, sangramento digestivo (pode indicar esofagite mais grave), história familiar de câncer
Indicam doença associada e necessidade de endoscopia
DRGE - diagnóstico
- Sintomas típicos e terapia empírica (IBP, 8-12 semanas)
- EDA: em caso de sintomas atípicos, sinais de alarme ou falha da terapia empírica
- ** Manometria e pHmetria**: em caso de EDA negativa (ausência de esofagite erosiva)
Sintomas típicos: pirose e regurgitação, pelo menos 2 dias por semana, 4-8 semanas
Terapia de supressão (IBP): omeprazol 40mg 1-2x ao dia 8-12 semanas
Sinais de alarme: idade avançada, disfagia, odinofagia, hemorragia, histórico de câncer, perda de peso
Sintomas atípicos: respiratórios (tosse, PN), dor torácica de origem não cardíaca, halitose, erosão dental, globus faríngeo
pHmetria - padrão ouro no cotidiano
Mede a acidez do esôfago durante 24h, através do posicionamento de um cateter nesse órgão
Método: introdução do cateter pelo nariz e fixação 5 cm acima do esfíncter esofágico inferior (medir a posição com manometria); esse cateter apresenta um eletrodo na sua ponta que é sensível a níveis de pH < 4. Ficar durante 24 horas. Anotar os momentos de refeição e práticas na sua rotina, para ver se tem relação com o pH medido. Comparar horário de sintomas com horário de refluxo ácido.
Limitações: intolerância da sonda nasal (sonda pelo nariz incomoda), não avalia ocorrência de refluxo não ácido (1/3 são refluxos não-ácidos, tendo maior frequência no período pós-prandial)
manometria
Avaliação da pressão no esfíncter
Não dá o diagnóstico de DRGE mas pode auxiliar nas indicações
Indicações: afastar acalásia e distúrbios de motilidade, avaliar hipotonia de EEI, distúrbio motor
DRGE - tratamento
Medidas comportamentais: evitar cafeína e alimentos ácidos, elevar tronco quando deitado, praticar exercícios
Fármacológico
* Antiácidos (hidróxido de Al e Mg)
* Procinéticos (bromoprida, cisaprida, metroclopramida - Plasil)
* Antagonistas de receptores de H2 de histamina (cimetidina, ranitidina)
* Inibidores das bombas de protons - IBP (omeprazol, lansoprazol, pantoprazol)
* * Doses: 1 vez ou 2 vezes ao dia, de 8-12 semanas (garante resposta mais duradoura e cicatrização das erosões).
* * Para manifestações atípicas, deve-se dobrar a dose e prolongar o tratamento (2 a 6 meses).
Cirúrgico: reconstrução EEI
Indicado para: pacientes jovens dependentes do tratamento farmacológico, hérnia hiatal ou doença complicada (esôfago de Barrett)