Abdome Agudo Hemorragico Flashcards
Conceito
Sangramento intra abdominal espontâneo ou não, intra ou retroperitonial
Etiologia
Depende do sexo e idade, maior incidência na 5 e 6 década de vida
Idoso: ruptura de tumores, veias varicosas e aneurisma de aorta
Jovem: ruptura de aneurisma de artérias viscerais
Mulheres: de origem ginecológica e obstétrica
Quadro clínico
Dor abdominal súbita e progressiva que pode se tornar difusa e levar a náuseas e vomitos. Pode tá associado a quadros de hipovolemia e choque
Sinais vitais
Varia com a quantidade e velocidade de sangue perdido
Pode ter hipotensão e taquicardia
Classificação do choque hemorrágico classe 1
Perde <750 ml (15%)
Não tá hipotenso nem taquicárdico
FC: <100
FR: 14-20
Deb Uri: >30
Classificação do choque hemorrágico
Classe 2
Perda de 750 ml - 1,5 l (15-30%)
Sem hipotensão
FC: >100
FR: 20-30
Deb uri: 20-30
Classificação do choque hemorrágico
Classe 3
Perda de 1,5 l - 2l
Hipotensão e taquicardia
FC: >120
FR: 30-40
Dep Uri: 5-15
Classificação do choque hemorrágico
Classe 4
Perda de >2L
Condição grave, com déficit de consciência
FC: >140
FR: >35
Dep Uri: <15
Equimose periumbilical
Sinal de Cullen
Sangramento intra peritônio
Equimose em flancos
Sinal de Gray-Turner
Sangramento retroperitonial
Fatores de risco
Arteriosclerose: dilatação e ruptura arterial por altercação do tecido conjuntivo da matriz extracelular
HAS: degeneração e fibrose das paredes dos vasos, leva a dilatação e ruptura
Coagulopatias: déficit de coagulação, particularmente em mulheres
Anticoagulante: uso de Aines, heparina pode tá associados a risco de sangramento
Como evitar hemorragia intra abdominal pela ruptura do corpo lúteo e como tratar hemorragia em coagulopatias?
Uso de ACO para impedir ovulação
Reposição de fatores específicos
Grupo de maior risco para sangramento intra abdominal?
Mulheres em idade fértil em uso de anticoagulante oral
Sangrento mais frequente em uso de anticoagulante? Quando ocorre?
Hemorragia digestiva que evolui para hemorragia intraperitoneal
INR > 4,5
Exames laboratoriais
Hb e Ht: baixos (anemia normo normo)
Leucocitose: irritação peritoneal pela Hb e hipovolemia)
Se o sangramento for por plaquetopenia: <20.000
Pedir sempre B-hCG
E coagulograma
Avaliação pré- operatória
Planejamento cirúrgico
Identificação e manejo de doenças prévias e concomitantes (DAC, IR, DM, DPOC)
Avaliação cardíaca, fatores de risco clínico, nível de capacidade funcional
Gravidez Ectópica definição
Implantação do blastocisto em qualquer outro lugar exceto no endotélio da cavidade uterina
Locas onde o blastocisto pode se inserir na gravidez ectopica
95% na tuba uterina (70% ampular, 12% Ístmica, 11% fímbrica, 3% intersticial)
3% ovariana
1% cervical
Fatores de risco para gravidez ectópica
História prévia
Doença tubária ou cirurgia nas tubas: altera a motilidade dos cílios da mucosa (falhas de ligadura)
Infeção pélvicas (DIP : gonococo e clamídia)
DIU
Fumo
Múltiplos parceiros
Fertilização in vitro
Idade >35 anos
Explique porque mulheres >35 anos tem mais risco de gravidez ectópica
Perda da atividade mioeletrica, que está associada aos hormônios progesterona e estrogênio
Estrogênio: aumenta atividade do músculo liso
Progesterona: diminui o tônus muscular
Quadro clínico da gravidez ectopica
Pode ser assintomática antes da ruptura
Pode ter sinais de instabilidades se houver hemorragia
Os sinais aparecem em 6-8 semanas de atraso menstrual
Pode ter sangramento vaginal
Dor abdominal, geralmente na pelve
Em que mulheres suspeitar de gravidez ectopica
História de gestação sem confirmação por imagem de que é tópica, ou localização incerta, com instabilidade hemodinâmica e/ou dor abdominal aguda sem diagnóstico
Exame física de gravidez ectopica
Estado geral pode ter sinais vitais alterados, palidez, sudorese, hipotensão.
Abdome: desconforto, defes, sinais de irritação
Exame ginecológico: localiza a origem do sangramento, se tem ou não
Exames complementares na GE
B hCG + USTV
USTV achados na GE
Melhor exame para localização da gestação
Pode identificar líquido livre na cavidade e massas anexiais
Massas é o achado mais comum
USTV e líquido livre na pelve ou cavidade abdominal
Pode confirmar o diagnóstico de ruptura tubária. Porém pode ter líquido sem ruptura tubária em GE, abortamento, ruptura de cisto.
B-hCG quando pode ser detectada
8 dias após o pico de LH
21-22 dias após DUM
B-hCG como se eleva?
Eleva de modo rápido nos primeiros 41 dias, mais lentamente até 10 semanas, até chegar em um platô no 2 -3 semestre
Como diferenciar gravidez normal de outras pelo B-hCG
Na gravidez normal espera se que o hormônio eleva-se 53-66 % em 48 horas
Menos que isso em duas medidas consecutivas suspeitar de gestação anormal
Zona descriminatória do B-hCG definição
Quando se consegue ver saco gestacional no USTV (3mm) na cavidade uterina
B-hCG >1500
Tratamento cirúrgico da GE (3)
Salpingostomia: remoção do saco gestacional e seus produtos. No bordo antimesenterico. Preferencialmente em mulheres jovens
Salpingectomia: retirada da tuba. Preferencialmente em mulheres > 35 anos ou segunda ocorrência na mesma tuba
Laparotomia: pacientes com instabilidade hemodinâmica grave
Manejo expectante da GE
-Quando não se localiza o sítio
-Quando o homônimo desce acentuadamente(abortamento) e deve ser acompanhado até ficar indetectável
-Paciente assintomática
Manejo medicamentoso da GE
Metotrexato IM e avalia o B-hCG <5000, sem BCF
Resposta adequada: queda de pelo menos 15 % em duas medidas consecutivas