7 – Equipamentos Flashcards
Qual é o objetivo da monitorização intraoperatória do
paciente?
O objetivo da monitorização intraoperatória do paciente é
avaliar continuamente seu estado fisiológico e os efeitos da
cirurgia e dos agentes anestésicos.
Quais são os quatro parâmetros do paciente que devem ser
obrigatoriamente avaliados de forma contínua, de acordo com
a American Society of Anesthesiologists? Com que frequência
deve-se aferir a pressão arterial intraoperatória?
A American Society of Anesthesiologists ordena que, durante
todos os tipos de anestesia, a oxigenação, ventilação, circulação
e temperatura do paciente sejam avaliadas continuamente. Na
anestesia geral, a concentração de oxigênio (O2) dos gases
administrados deve ser monitorada. Com todos os anestésicos,
deve-se fazer uma aferição quantitativa da oxigenação sanguínea
(oximetria de pulso). A ventilação durante a anestesia geral deve
ser avaliada qualitativamente e, se possível, quantitativamente.
A colocação do aparelho respiratório deve ser verificada para
identificação de dióxido de carbono (CO2) nos gases expirados.
A medição contínua e quantitativa de CO2 deve ser utilizada até
a remoção do aparelho. Na anestesia regional, os sinais clínicos
de ventilação devem ser monitorados. Para todos os pacientes, a
pressão arterial e frequência cardíaca devem ser avaliadas a cada
5 minutos. A temperatura deve ser monitorada sempre que
alterações clinicamente significativas forem pretendidas,
antecipadas ou suspeitas.
Todos os monitores requerem calibração?
Todos os monitores requerem calibração. Alguns monitores
requerem calibração manual, alguns são autocalibrantes e alguns
são calibrados empiricamente
Cite dois tipos de sensores de oxigênio em uso atualmente.
Quais as diferenças entre eles?
Sensores de oxigênio amperométricos e paramagnéticos estão
em uso. Os sensores de oxigênio amperométricos requerem
calibração e apresentam resposta lenta a alterações. Os sensores
de oxigênio paramagnéticos são autocalibrantes e apresentam
resposta rápida a alterações. Esta resposta rápida a alteração
permite a medição do teor de oxigênio inspirado e expirado.
Qual é a utilidade clínica de se medir a concentração de
oxigênio expirado?
A medição da concentração de oxigênio expirado (FEO2)
permite quantificar a pré-oxigenação/desnitrogenação antes da
indução da anestesia e também permite uma estimativa
aproximada do consumo de oxigênio. A desnitrogenação é
alcançada quando a FEO2 é superior a 85% ou quando atinge o
platô para esse paciente. O valor de 85% é determinado a partir
da equação do gás alveolar, PAO2 = FIO2 (Patm - Pvapor) - PaCO2/QR,
onde PAO2 = concentração de O2 alveolar, FIO2 = FIO2 ajustada
pelo anestesista, Patm = pressão atmosférica em mm Hg (760 mm
Hg ao nível do mar), Pvapor = pressão de vapor d’água (47 mm
Hg a 37 °C), PaCO2 = 40 mm Hg e QR = quociente respiratório
(0,8). Resolver a equação produz uma PAO2 de 663 mm Hg, que
é 87% de 760 mm Hg. A comparação entre FIO2 e FEO2também
permite a estimativa aproximada do consumo de oxigênio se
forem medidas simultaneamente à ventilação minuto (VM):
consumo de O2 = (FIO2- FEO2) x VM.
Qual lei da física é usada na oximetria de pulso? Quais
comprimentos de onda são usados?
A lei de Beer é usada como o princípio básico da oximetria de
pulso. A lei de Beer estabelece que a atenuação da luz está
relacionada às propriedades do material através do qual a luz está
viajando. Dois comprimentos de onda são usados para
a oximetria de pulso convencional: vermelho a 660 nm e
infravermelho a 940 nm.
Como se calibra um oxímetro de pulso?
Os oxímetros de pulso são calibrados empiricamente com o
auxílio de voluntários humanos e uso da razão de absorções
coletada de uma tabela eletrônica para a leitura da porcentagem
de saturação.
Na oximetria de pulso, quando a razão de absorção é igual a
1,0, ou seja, quando é a mesma tanto em vermelho quanto em
infravermelho, qual porcentagem de saturação de O2 o oxímetro
exibirá?
Quando a razão de absorção 660/940 nm no oxímetro de pulso
for 1,0, isto é, igual em vermelho e infravermelho, o oxímetro de
pulso exibirá uma saturação de O2 de 85%.
Como a carboxi-hemoglobina, a meta-hemoglobina, corantes
e artefatos de movimento afetam as leituras do oxímetro de
pulso?
Carboxi-hemoglobina, meta-hemoglobina, corantes e
artefatos de movimento afetam as leituras do oxímetro de pulso.
Como a carboxi-hemoglobina absorve a luz de forma semelhante
à oxi-hemoglobina, a leitura será artificialmente alta (ou seja,
exibirá um número mais próximo de 100% do que o valor
verdadeiro). Como a meta-hemoglobina absorve a uma razão de
1, a tendência será uma saturação de 85%. Isso resulta em um
menor valor observado se o paciente estiver bem oxigenado e em
um maior valor observado em pacientes hipóxicos. Os corantes
produzem um erro semelhante ao observado para a metahemoglobina (tendência para 85%), mas como os corantes são
rapidamente retirados da circulação, este erro é apenas
transitório. Artefatos de movimento produzirão ruído no
numerador e denominador e forçarão o valor da razão para 1,0,
também com a tendência de leitura de 85% no oxímetro de pulso.
Como os diferentes tipos de hemoglobina (p. ex., carboxihemoglobina, meta-hemoglobina) podem ser medidos?
Diversos tipos de hemoglobina podem ser medidos pela
adição de comprimentos de onda adicionais. Um oxímetro típico
com dois comprimentos de onda só pode medir oxi-hemoglobina
e desoxi-hemoglobina. Com a adição de múltiplos
comprimentos de onda, pode-se medir a carboxi-hemoglobina
(especialmente em pacientes queimados que inalaram fumaça) e
a meta-hemoglobina (após toxicidade por benzocaína ou outros
fármacos). Oxímetros de pulso mais recentes, com oito
comprimentos de onda, estão disponíveis e podem detectar todas
as saturações.
Descreva algumas formas de avaliação da ventilação sem o
uso de monitores eletrônicos
A profundidade, padrão e frequência da ventilação podem
ser avaliados por observação, tanto no tórax do paciente quanto
no balão de reinalação do aparelho de anestesia. A auscultação
com o estetoscópio também pode determinar a frequência e a
profundidade. Um médico treinado pode diagnosticar
broncoespasmo ao escutar chiado ou sons respiratórios
diminuídos, intubação endobrônquica ou pneumotórax ao
escutar sons respiratórios unilaterais e edema pulmonar ao
escutar estertores.
Quais são algumas das possíveis causas para o aumento das
pressões nas vias aéreas?
O aumento das pressões nas vias aéreas pode ser devido a
um aumento da resistência ao fluxo de ar ou a uma redução da
complacência da parede torácica. As causas do aumento das
pressões nas vias aéreas podem incluir broncoespasmo,
intubação endobrônquica, pneumotórax, edema pulmonar, tubo
ou circuito endotraqueal dobrado ou válvula com defeito.
O que é pressão de platô e como é medida?
A pressão de platô é a pressão no circuito respiratório
quando os gases param de se mover. A pressão de platô é um
reflexo da complacência da parede torácica/pulmonar. Para
medir a pressão de platô durante a ventilação controlada por
volume, uma pausa ao final da inspiração deve ser definida.
Quando é clinicamente útil medir a pressão de platô?
A pressão de platô reflete a complacência da parede
torácica/pulmonar. A diferença entre o pico de pressão
inspiratória e a pressão de platô reflete apenas a resistência nas
vias aéreas. Durante incidentes que envolvem aumento das
pressões nas vias aéreas sem causa definida, a medição das
alterações na pressão de platô em relação à pressão nas vias
aéreas pode ajudar a determinar se o aumento das pressões nas
vias aéreas se deve a complacência da parede torácica/pulmonar
ou a resistência nas vias aéreas.
Quais são algumas das possíveis causas para a diminuição
das pressões nas vias aéreas?
As causas da diminuição das pressões nas vias aéreas
incluem desconexões do circuito, vazamentos no circuito,
extubação traqueal, falha no fornecimento de gases frescos, erro
de ajuste do ventilador, excesso de exaustão ou outros problemas
com o equipamento de anestesia.
Qual é o volume corrente apropriado para adultos durante
a ventilação com pressão positiva?
Para adultos, um volume corrente de 6 a 8 ml/kg de peso
corporal ideal com a adição de pressão positiva ao final da
expiração está associado aos melhores resultados pulmonares
em um grande estudo de resultados pulmonares após cirurgia
abdominal extensa. Volumes correntes similares foram
associados a melhores resultados em pacientes com síndrome do
desconforto respiratório agudo.
O alarme de desconexão do aparelho de anestesia garante
a detecção de intubação esofágica e volumes correntes
inadequados?
O alarme de desconexão do aparelho de anestesia não
garante a detecção de intubação esofágica ou volumes correntes
inadequados. O alarme de desconexão no aparelho de anestesia,
geralmente, está ligado à leitura da pressão nas vias aéreas.
Pressões normais podem não fornecer uma ventilação adequada.
Durante a ventilação suportada por pressão, pode haver uma
alteração significativa no volume corrente sem desencadear o
alarme do aparelho de anestesia. Durante uma intubação
esofágica, o aparelho de anestesia pode detectar pressões e
volumes “adequados” nas vias aéreas, evitando, assim, o disparo
do alarme do aparelho de anestesia.
Qual é o único monitor que permite garantir uma
ventilação adequada?
Alarmes mecânicos e medições de volume corrente não
medem o aspecto fisiológico da ventilação, que é a remoção de
CO2 do corpo. A oximetria de pulso pode refletir a oxigenação,
mas somente a medição do CO2 expirado garante a ventilação
adequada.
Quais são as fases de uma capnografia comum?
Uma capnografia comum tem três fases definidas. A fase
1 reflete os gases inspirados e o gás do espaço morto
(normalmente, ambos não contêm CO2). A fase 2 é a transição
para gás alveolar com CO2 crescente. A fase 3 é o gás alveolar
refletindo o CO2 ao final da expiração. O segmento inspiratório
da capnografia é referido como fase 0.
Qual característica fisiológica do paciente pode resultar
em uma inclinação ascendente (upsloping) na fase 2 da
capnografia?
Uma inclinação ascendente na fase 2 da capnografia
reflete a resistência à saída de gás expiratório dos alvéolos. As
características fisiológicas do paciente, tais como doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e asma, resultam nesse
padrão de ascendência.
Como um absorvedor de CO2 esgotado pode alterar a
capnografia?
O absorvedor de CO2 esgotado pode resultar em aumento
progressivo do CO2inspirado, o que seria refletido pela
capnografia não retornando à linha de base 0 entre as
respirações.
Como se compara o valor de CO2 ao final da expiração
(ETCO2) com o valor da PaCO2? O que causa a diferença entre
eles?
O valor de ETCO2 é menor que o valor de PaCO2 devido à
ventilação do espaço morto. O grau de diferença entre os dois
valores está relacionado à proporção entre a ventilação do
espaço morto e a ventilação alveolar.
Qual é a diferença aproximada, em mm Hg, entre ETCO2 e
PaCO2 durante a anestesia geral em pacientes saudáveis?
A diferença aproximada entre ETCO2 e o PaCO2 durante a
anestesia geral em pacientes saudáveis é de 3 a 5 mm Hg
O que é ventilação do espaço morto?
A ventilação do espaço morto é a porção de gases
inspirados e expirados que não participam da troca gasosa. Há o
espaço morto do aparelho (derivado do equipamento), espaço
morto anatômico (derivado da porção das vias aéreas que não
contém alvéolos) e espaço morto alveolar (os alvéolos que são
ventilados, mas não perfundidos). O gás do espaço morto
expirado é o mesmo que o gás de espaço morto inspirado, pois
nenhuma troca ocorreu. Algumas das situações que envolvem
aumento do espaço morto alveolar e, portanto, aumento na
diferença entre ETCO2 e PaCO2 incluem embolia pulmonar,
posicionamento lateral e débito cardíaco diminuído.
Por que o ETCO2 diminui durante um colapso
circulatório?
Durante quedas agudas no fluxo sanguíneo pulmonar, tal
como durante uma embolia pulmonar ou parada cardíaca, a
perfusão do pulmão diminui. Isso causa uma diminuição no
número de alvéolos perfundidos e, portanto, um aumento na
ventilação do espaço morto. Isso se reflete como uma
diminuição do ETCO2. A PaCO2 é alta nestas circunstâncias.
Qual é a utilidade clínica da capnografia durante a
ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para parada cardíaca?
A capnografia é o monitor mais útil para a adequação das
compressões torácicas durante a ressuscitação cardiopulmonar
(RCP) para parada cardíaca. Um ETCO2 > 20 deve ser alcançado.
Outra vantagem de seguir a capnografia durante a RCP é que ela
não é afetada por artefatos de movimento, ao contrário da
oximetria de pulso e do ECG.
O ETCO2 amostrado em frente à boca em pacientes cujas
traqueias não estão intubadas é confiável?
O ETCO2 amostrado em frente à boca em pacientes cujas
traqueias não estão intubadas é diluído pela aspiração de ar
ambiente, não sendo, portanto, uma medida confiável.
Cite características da circulação que podem ser monitoradas
durante a anestesia.
Durante a anestesia, os monitores não invasivos podem ser
usados para o monitoramento da frequência e ritmo cardíaco,
pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão
arterial média. Com monitores invasivos, pode-se medir a
pressão venosa central, a pressão arterial pulmonar, o débito
cardíaco e a variação da pressão sistólica (VPS). Volume de
sangue circulante, perfusão/fluxo sanguíneo nos órgãos e
capacitância venosa são aspectos do sistema circulatório que não
podem ser medidos diretamente.
Descreva a colocação adequada das derivações para um
eletrocardiograma (ECG).
Ao colocar as derivações de ECG para um sistema de três
derivações, as derivações dos membros devem ser colocadas nos
ombros e a terceira derivação no lado esquerdo do abdome,
abaixo da caixa torácica. O sistema com cinco derivações é
preferível, com a única derivação precordial (V5) colocada no
quinto espaço intercostal da linha axilar anterior.
. Quais derivações do ECG devem ser monitoradas durante a
anestesia?
O monitoramento da combinação das derivações II e V do
ECG durante a anestesia prevê a detecção da maioria das
disritmias e isquemia.
. Que informações podem ser obtidas com o ECG?
A monitorização com o ECG pode determinar a frequência
cardíaca (bradicardia, taquicardia, assistolia) e o ritmo cardíaco
(ritmo sinusal normal, bloqueio cardíaco, fibrilação atrial,
fibrilação ventricular). Fármacos, eletrólitos, temperatura e
isquemia miocárdica podem alterar o ECG.