26 – Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico Flashcards
Qual a importância de se manter o estado ácido-básico
fisiológico?
O estado ácido-básico fisiológico otimiza a função
enzimática, a contratilidade miocárdica e a saturação da
hemoglobina com oxigênio.
O que são ácidos e bases?
Brønsted e Lowry definiram um ácido como uma molécula
que pode atuar como doadora de prótons (H+
) e uma base como
uma molécula que pode atuar como receptor de prótons. Em
moléculas biológicas, os ácidos ou bases fracos são moléculas
que podem reversivelmente doar H+ ou reversivelmente se ligar
a H+
Como se define a acidemia e a alcalemia?
A acidemia é definida como um pH arterial inferior a 7,35 e a
alcalemia é definida como um pH arterial superior a 7,45
Como se define a acidose e a alcalose?
A acidose é o processo subjacente que reduz o pH, enquanto
que a alcalose é o processo que aumenta o pH. Um paciente pode
ter um distúrbio misto, com acidose e alcalose, mas só pode estar
acidêmico ou alcalêmico
Qual é a definição de excesso de base?
O excesso de base, geralmente, é definido como a quantidade
de ácido forte ou base forte necessária para retornar 1 l de sangue
total exposto in vitro a uma PCO2 de 40 mm Hg para um pH de
7,4.
Qual é a utilidade clínica de se medir o excesso de base?
O número do excesso de base deve se referir ao componente
não respiratório, ou metabólico, de um desequilíbrio ácido-base.
Um excesso de base negativo (menor que zero) sugere a presença
de acidose metabólica, enquanto um excesso de base positivo
(maior que zero) sugere a presença de alcalose metabólica. É
mais frequentemente usado clinicamente na sala cirúrgica como
um marcador substituto para a acidose láctica, para ajudar a
determinar a adequação da ressuscitação volêmica.
Qual é a concentração plasmática normal de H+
, a
concentração plasmática normal de HCO3− e o pH
arterial normal do sangue?
A 37° C, a concentração plasmática normal de H+
é de 35 a 45 nmol/l. A concentração plasmática normal de HCO3− é de 24 ± 2 mEq/l e o pH arterial normal está entre 7,36 e 7,44
Como o corpo regula os desequilíbrios ácido-básicos a fim de
manter o pH arterial normal?
O pH arterial normal é mantido por meio de três sistemas:
tampões, alterações de ventilação e resposta renal. A resposta
ventilatória envolve alterações na ventilação alveolar e nas
concentrações de CO2. A resposta renal envolve reabsorção de
íons bicarbonato ou secreção de íons hidrogênio.
O que é um tampão?
Um tampão é definido como uma substância em uma solução
que pode evitar alterações extremas no pH. É composto por uma
molécula de base (que pode se ligar ao excesso de íons
hidrogênio) e seu ácido fraco conjugado (que pode protonar as
moléculas de base em excesso).
O que é pKa?
O pKa, ou constante de ionização por dissociação, é o pH no qual um ácido é 50% protonado e 50% desprotonado.
Quais são os sistemas tampão do sangue? Qual sistema
tampão melhor contribui para a capacidade tamponante total do
sangue?
Os sistemas tampão do sangue incluem bicarbonato,
hemoglobina, fosfato, proteínas plasmáticas e amônia. O sistema
de tampão bicarbonato é o maior contribuidor e fornece 50% da
capacidade tamponante total do corpo. A hemoglobina é
responsável por cerca de 35% da capacidade tamponante total, e
o fosfato, as proteínas plasmáticas e a amônia representam o
restante.
Como funciona o sistema tampão bicarbonato? Qual enzima
facilita essa reação?
A anidrase carbônica facilita a hidratação do dióxido de
carbono no plasma e nos eritrócitos em H2CO3, que se dissocia espontaneamente em H+
e HCO3− . O HCO3−formado entra no plasma para funcionar como um tampão, e o H+ gerado é tamponado pela hemoglobina.
Como a hemoglobina atua como um tampão?
No plasma, a hemoglobina existe como um ácido fraco. Atua
como um tampão, ligando-se ao H+ gerado pelo sistema de
tampão bicarbonato. O dióxido de carbono também pode ser
transportado pela hemoglobina como carbaminoemoglobina. A
desoxi-hemoglobina tem maior afinidade pelo dióxido de
carbono, portanto o sangue venoso carrega mais dióxido de
carbono que o sangue arterial.
Como o sistema respiratório responde a desequilíbrios
ácido-base?
O sistema respiratório responde a alterações no pH
sanguíneo por meio de quimiorreceptores centrais e periféricos.
Os quimiorreceptores centrais situam-se na superfície
anterolateral da medula e respondem a alterações no pH do
líquido cefalorraquidiano. O dióxido de carbono difunde-se
através da barreira hematoencefálica para alterar o pH do líquido
cefalorraquidiano. A ventilação minuto aumenta de 1 a 4 l/min
para cada aumento de 1 mm Hg na PCO2. Quimiorreceptores
periféricos estão na bifurcação das artérias carótidas comuns e
arco aórtico. Os quimiorreceptores periféricos são sensíveis às
alterações na PO2, PCO2, pH e pressão de perfusão arterial. Eles
se comunicam com os centros respiratórios centrais através dos
nervos glossofaríngeos. Os quimiorreceptores centrais são mais
sensíveis aos íons hidrogênio, enquanto os corpos carotídeos são
mais sensíveis à PaO2. O estímulo proveniente dos
quimiorreceptores centrais e periféricos para aumentar ou
diminuir a ventilação alveolar diminui à medida que o pH se
aproxima de 7,4, de modo que uma correção total ou uma
hipercorreção não seja possível.
Como o sistema renal responde a desequilíbrios ácido-base?
O sistema renal corrige as alterações no pH reabsorvendo
o HCO3− filtrado, excretando ácidos tituláveis e
produzindo amônia.
Qual a velocidade com que o sistema de tampão, o
sistema respiratório e o sistema renal podem responder a
alterações fisiológicas no pH arterial?
O sistema de tamponamento do sangue responde a
alterações fisiológicas no pH arterial quase que
instantaneamente. Alterações compensatórias na ventilação
alveolar em resposta a alterações no pH arterial ocorrem em
poucos minutos. Alterações compensatórias nos rins em resposta
a alterações no pH arterial ocorrem de 12 a 48 horas e podem
não ser máximas por até 5 dias.
Qual a relação entre a gasometria venosa e arterial extraída
do mesmo paciente simultaneamente?
A correlação entre as gasometrias arterial e venosa varia de
acordo com a estabilidade hemodinâmica do paciente. Em certas
situações clinicamente estáveis, o sangue venoso periférico pode
servir como uma aproximação e evitar uma punção arterial. O
pH venoso é apenas 0,03 a 0,04 inferior aos valores arteriais. O
sangue venoso não pode ser usado para estimar a oxigenação,
pois a PO2 venosa (PvO2) é significativamente menor que a PaO2
Que erros podem ocorrer se houver presença de heparina ou
ar numa amostra de gasometria arterial?
. Quantidades excessivas de anticoagulante na seringa de
amostragem podem diluir falsamente a PO2, PCO2 e cálcio
ionizado medidos. Bolhas de ar na seringa podem resultar em
difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre a bolha de ar e o
sangue na seringa. Normalmente, isso resulta em uma
diminuição nas tensões de dióxido de carbono na amostra de
sangue. A alteração na tensão de oxigênio (falsamente maior ou
falsamente menor) depende da PO2 do paciente.
. O que acontece se houver atraso na análise da amostra de
gasometria?
Um atraso na análise da amostra de gasometria pode levar a
consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono pelos
glóbulos brancos metabolicamente ativos. Normalmente, esse
erro é pequeno e pode ser reduzido ao se colocar a amostra no
gelo. Em alguns pacientes com leucemia, com contagens de
glóbulos brancos marcadamente elevadas, esse erro pode se
tornar significativo. Esse fenômeno é frequentemente referido
como sequestro leucocitário e também foi relatado com
trombocitose extrema ou sequestro plaquetário.
Como a temperatura afeta a gasometria arterial (GSA)?
Reduções na temperatura diminuem a pressão parcial de um
gás em solução, mesmo que o teor de gás total não mude. Uma
gasometria com pH 7,4 e PCO2de 40 mm Hg a 37 °C terá um pH
7,58 e PCO2 de 23 mm Hg a 25° C. A alteração na PO2 em relação
à temperatura depende do grau em que a hemoglobina está
saturada de oxigênio, mas como base, a PO2 diminui
aproximadamente 6% para cada 1° C de temperatura corporal do
paciente abaixo de 37 °C
Como o anestesiologista deve manejar o paciente ao usar o alfa-stat durante a circulação extracorpórea?
O termo alfa-stat se desenvolveu porque, à medida que se
permitia que o pH do paciente mudasse de acordo com a
temperatura, o estado de protonação dos resíduos de histidina
permanecia “estático”. Durante a circulação extracorpórea, o
anestesiologista que usa o alfa-stat maneja o paciente com base
em uma gasometria arterial (GSA) medida a 37 °C e se esforça
para manter esse pH em 7,4, embora o verdadeiro pH do paciente
seja maior. Não há ajustes extras para a hipotermia do paciente
Como o anestesiologista deve manejar o paciente ao usar
o pH-stat durante a circulação extracorpórea?
O pH-stat requer manter o pH do paciente estático em 7,4
com base na temperatura corporal. Durante a circulação
extracorpórea, o provedor de anestesista que usa o pHstat maneja o paciente com base em uma gasometria arterial que
é corrigida de acordo com a temperatura do paciente. Isso,
geralmente, significa adicionar dióxido de carbono para que a
gasometria corrigido pela temperatura do paciente tenha um pH
de 7,4.