16 – Parada Cardíaca e Reanimação Flashcards
Quem desenvolveu as diretrizes para a ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) e o atendimento cardiovascular de
emergência (ACE)?
A American Heart Association (AHA), em conjunto com o
International Liaison Committee on Resuscitation, publicou
diretrizes atualizadas em 2015 para a ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) e atendimento cardiovascular de
emergência (ACE) com base em evidências da literatura médica
e da ciência básica. Esse comitê multinacional irá avaliar
continuamente novas evidências e publicar as diretrizes
revisadas em ECCguidelines.heart.org, em vez de oferecer
atualizações periódicas, como faziam no passado
Quais são algumas diferenças entre leigos e profissionais da
área da saúde na sequência de eventos para o reconhecimento e
o manejo de um paciente não responsivo?
As diretrizes da AHA permitem um papel maior para a RCP
realizadapor um operador para leigo. Por outro lado, os
profissionais da saúde têm mais flexibilidade para quando ativar
a ressuscitação, seja antes ou depois da avaliação da respiração
ou do pulso. Os profissionais da saúde devem verificar um pulso
enquanto avaliam simultaneamente a ventilação adequada. O
pulso é avaliado na carótida ou na artéria femoral. O tempo
transcorrido para a verificação do pulso não deve exceder 10
segundos para minimizar o tempo de início das compressões
torácicas.
Quais são os quatro principais componentes do Suporte Básico de Vida (BLS)?
Os quatro principais componentes do Suporte Básico de Vida
(BLS) são o reconhecimento de um paciente não responsivo e a
parada cardíaca, a ativação de um sistema de emergência
médica, a administração precoce de RCP e a desfibrilação
precoce, se indicado.
De acordo com o algoritmo da American Heart Association
(AHA), qual é a sequência de passos que um socorrista deve
tomar após reconhecer um paciente não responsivo no cenário
de cuidado à saúde?
De acordo com o algoritmo da AHA, após reconhecer um
paciente não responsivo no cenário de cuidado à saúde, o
profissional da saúde deve assegurar segurança, verificar se há
resposta, ativar a equipe de ressuscitação, verificar se há
respiração e pulso adequados, encontrar um desfibrilador
externo automático (DEA) e equipamentos de emergência,
começar a RCP e desfibrilar quando disponível e proporcionar a
RCP promovida por duas pessoas à medida que a ajuda chegar.
Qual é o posicionamento adequado do socorrista e de suas
mãos para obter a máxima eficácia de compressões cardíacas em
pacientes adultos?
Para as compressões cardíacas em pacientes adultos, a palma
da mão do socorrista deve ser posicionada na metade inferior do
esterno do paciente, entre os mamilos. Isso proporciona uma
compressão máxima aos ventrículos cardíacos e otimiza o fluxo
de sangue produzido pelas compressões. Se as mãos do
socorrista estiverem posicionadas de forma incorreta durante as
compressões cardíacas, não só o fluxo sanguíneo é otimizado,
mas o paciente pode sofrer de lesão interna também. Durante as
compressões cardíacas, a parte superior do corpo do socorrista
deve ficar diretamente acima do tórax do paciente. Os ombros
estão posicionados diretamente sobre as mãos, e os cotovelos são
mantidos eretos. Essa posição permite que o socorrista use o
peso da parte de cima do corpo para a compressão e pode
prevenir a fadiga.
Qual é o nível de depressão do esterno de um paciente adulto
durante cada compressão cardíaca?
O esterno de um paciente adulto deve ser deprimido em pelo
menos 5 cm, mas não mais do que 6 cm durante a compressão
cardíaca. O excesso de compressão tem sido associado a uma
maior taxa de lesão torácica.
Qual é a taxa recomendada de compressão torácica para uma
RCP de um adulto? Qual é a razão das compressões cardíacas
para a ventilação durante uma RCP com um ou dois socorristas?
A taxa recomendada de compressão torácica para uma RCP
de um adulto é de 100 a 120 compressões por minuto. O
socorrista precisa comprimir forte e rápido, mas deve permitir
que o tórax recue por completo. Taxas mais elevadas do que 120
têm sido associadas a uma intensidade de compressão
inadequada. A razão de compressões cardíacas em relação à
ventilação durante a RCP é de 30 compressões para 2
respirações, independentemente do número de socorristas.
O que é a manobra de inclinação da cabeça e elevação do
queixo? Como ela pode ser modificada em um paciente com uma
possível lesão cervical?
A obstrução das vias aéreas em um paciente inconsciente pode
se dever ao fato de a língua recair contra a faringe posterior. A
manobra de inclinação da cabeça envolve a extensão da cabeça
e o deslocamento da mandíbula para uma posição anterior,
movimentando, portanto, a língua para frente, distante da faringe
posterior. Para muitos indivíduos, isso é adequado para
assegurar as vias aéreas do paciente. Para pacientes com suspeita
de trauma no pescoço, o socorrista precisa modificar a manobra
de inclinação da cabeça e elevação do queixo para evitar a
exacerbação de uma possível lesão na medula espinhal. A
inclinação da cabeça deve ser excluída da manobra, e apenas a
elevação do queixo deve ser realizada nesses pacientes.
Quais são as recomendações atuais com relação à ventilação
durante a RCP?
Desde 2010, as compressões torácicas são prioridade em
relação à ventilação em um esforço de aumentar a probabilidade
de um retorno de circulação espontânea. Ainda se podem tentar
as manobras das vias aéreas, mas elas devem ser realizadas
rapidamente para minimizar quaisquer interrupções nas
compressões torácicas.
O que os estudos fora do ambiente hospitalar têm
demonstrado ao comparar a RCP envolvendo compressãoventilação versus RCP apenas com compressão?
Os estudos fora do ambiente hospitalar têm demonstrado que
a RCP envolvendo compressão-ventilação apresenta resultados
semelhantes à RCP apenas com compressão.
Qual é a expectativa que se tem dos profissionais da saúde
com relação ao manejo da ventilação durante a RCP no cenário
de cuidado na área de saúde?
Espera-se que os profissionais da saúde forneçam
ventilação assistida durante a RCP no cenário de cuidado na área
de saúde. A ventilação com compressão positiva em excesso
deve ser evitada para permitir o pré-carregamento adequado e o
débito cardíaco. Quando possível, deve-se estabelecer uma via
aérea avançada em pacientes durante a parada cardíaca ocorrida
no hospital. Os volumes de ventilação pulmonar de 400 a 600 ml
devem ser administrados por 1 segundo a uma taxa de 10
respirações por minuto.
Qual é o local de colocação apropriado das pás do
desfibrilador?
As pás do desfibrilador devem ser aplicadas no tórax com
pressão firme para garantir um bom contato da pele em uma
posição que maximizará o fluxo da corrente elétrica por meio do
miocárdio. O posicionamento padrão é de uma pá abaixo da
clavícula direita e à direita do esterno superior e a segunda pá
deve ficar no nível da ponta do coração, na linha axilar média
Quantos joules (J) de eletricidade devem ser fornecidos
durante uma tentativa de desfibrilação externa?
A quantidade de joules (J) que deve ser fornecida para a
desfibrilação externa depende se o desfibrilador é monofásico
(360 J) ou bifásico (120 a 200 J). Acredita-se que os
desfibriladores bifásicos sejam mais bem-sucedidos no
tratamento da fibrilação ventricular (FV) do que em uma
taquicardia ventricular (TV) que requer menos energia e pode,
portanto, causar menos danos no miocárdio
Qual é o tratamento definitivo para a fibrilação
ventricular (FV) e a taquicardia ventricular (TV)?
O tratamento definitivo para a FV/TV é a desfibrilação
externa.
Qual é o determinante mais importante de retorno da
circulação espontânea em um paciente com FV/VT quando se
realiza uma desfibrilação externa?
O determinante mais importante do sucesso da
desfibrilação externa em uma FV/VT é a duração do tempo
transcorrido entre a parada cardíaca e a desfibrilação externa.
Por essa razão, a recomendação atual é aplicar a desfibrilação
externa assim que possível nesses pacientes. A desfibrilação
tardia resulta em taxas mais lentas de retorno de circulação
espontânea e de sobrevivência após alta hospitalar, com
resultados piores associados a cada minuto de atraso.
Quais são algumas recomendações com relação ao uso de
rotina da RCP extracorpórea (oxigenação por membrana
extracorpórea venoarterial) para pacientes na parada cardíaca?
Embora haja alguns benefícios da RCP extracorpórea
(oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial) para
pacientes selecionados com causas reversíveis de parada
cardíaca, não há evidências suficientes de recomendação de seu
uso rotineiro em pacientes com parada cardíaca.
Quais são algumas variáveis fisiológicas que podem ser
usadas para monitorar a RCP?
O monitoramento contínuo do dióxido de carbono expirado
(ETCO2) com capnografia com forma de onda pode ser benéfico
durante a ressuscitação como confirmação da colocação
avançada das vias aéreas e também como guia para a adequação
das compressões torácicas. As medidas fisiológicas incluem o
monitoramento da pressão arterial, a saturação do oxigênio
venoso e o ultrassom cardíaco no leito usado por um profissional
de ultrassonografia experiente com interrupções mínimas na
RCP.
Quais são as recomendações para a técnica e o timing para o
manejo das vias aéreas em pacientes em parada cardíaca?
As diretrizes da AHA de 2015 recomendam um dispositivo
de ventilação bolsa-máscara ou uma via área avançada (tubo
endotraqueal ou via aérea supraglótica) para fornecer a
oxigenação e a ventilação durante a RCP. A escolha da técnica
para a ventilação e o manejo das vias aéreas depende da
habilidade do profissional e do curso clínico do paciente. Não há
recomendações formais para o tempo ou o tipo de manejo das
vias aéreas. Para a colocação de uma via aérea avançada, as
compressões torácicas não devem ser interrompidas por mais de
10 segundos e devem ser resumidas imediatamente após
assegurar as vias aéreas.
Quais são alguns métodos pelos quais se confirma a
colocação das vias aéreas avançadas nos pacientes em parada
cardíaca?
Os métodos usados para confirmar a colocação das vias
aéreas avançadas em pacientes com parada cardíaca incluem a
capnografia com forma de onda (recomendada), a auscultação
de sons respiratórios bilaterais, a visualização do aumento
torácico bilateral, um dispositivo de detecção esofágica, a
capnografia sem formas de onda e a ultrassonografia.
Quais são as vantagens de um tubo endotraqueal com
balonete para a ventilação dos pulmões em um paciente que
recebe RCP?
As vantagens de um tubo endotraqueal com balonete para a
ventilação dos pulmões em um paciente que recebe RCP
incluem a administração do oxigênio suplementar, a não
necessidade de as compressões e as ventilações serem síncronas,
a realização das compressões sem interrupção, a garantia da
ventilação apropriada, o monitoramento da ETCO2 e a proteção
contra a aspiração dos conteúdos gástricos.
Quais são algumas possíveis causas de FV/TV?
As possíveis causas de FV/TV incluem hipovolemia,
hipóxia, íon de hidrogênio em excesso (acidose),
hipocalemia/hipercalemia, hipotermia, pneumotórax de tensão,
tamponamento cardíaco, toxinas, trombose (pulmonar e
coronariana).
Qual é o tratamento apropriado para FV/TV?
Pacientes com FV/TV devem receber desfibrilação imediata
de 120 a 200 J com um desfibrilador bifásico. A RCP de boa
qualidade também deve ser instituída e mantida ao longo da
ressuscitação. A dose intravenosa de 1 mg de adrenalina pode
ser administrada a cada 3 a 5 minutos se FV ou TV persistir após
dois conjuntos de ciclos de desfibrilação para RCP. A
amiodarona, um antiarrítmico, também pode ser considerada
para a FV/TV persistente.