13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios Flashcards
De acordo com os registros escritos, quais foram os três
primeiros fármacos utilizados para fornecer anestesia geral a
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos dolorosos?
Os três primeiros fármacos documentados utilizados para
facilitar um estado anestésico em procedimentos cirúrgicos
foram o óxido nitroso, o éter dietílico e o clorofórmio
A primeira demonstração pública de anestesia foi considerada
bem-sucedida? Qual propriedade do anestésico administrado no
paciente pode ter sido responsável? Como isso se compara à
segunda demonstração pública na mesma instituição com um
anestésico diferente?
A primeira demonstração pública de anestesia envolveu a
administração de óxido nitroso a um paciente submetido a uma
extração dentária no Massachusetts General Hospital. Muitos
observadores da demonstração permaneceram céticos porque o
paciente vocalizou e se moveu durante o procedimento. Uma vez
que o óxido nitroso não é potente, sua concentração aplicada é
limitada. A segunda demonstração de anestesia, realizada com
éter dietílico, foi considerada bem-sucedida porque o paciente
estava quieto e parado (observe que o éter é aproximadamente
100 vezes mais potente do que o óxido nitroso)
Descreva as vantagens e desvantagens de cada um dos três
primeiros anestésico
As vantagens do óxido nitroso eram a falta de odor, não
inflamabilidade e aparente ausência de toxicidade. Sua principal
desvantagem era sua baixa potência. As vantagens do éter
dietílico eram sua potência, proporcionando excelentes
condições para cirurgia. Suas desvantagens era ser inflamável,
odor desagradável e associação a náuseas e vômitos. O
clorofórmio tinha a vantagem de uma indução mais rápida,
ausência de combustão e menor risco de náusea pós-operatória.
Sua desvantagem estava relacionada aos resultados adversos em
muitos pacientes, incluindo hepatotoxicidade e morte após
cirurgia.
Quais foram as principais desvantagens dos anestésicos
desenvolvidos no início do século XX?
. Anestésicos desenvolvidos e promovidos durante a primeira
metade do século 20 tinham como características odor agradável
e indução e despertar mais rápidos, mas apresentavam
desvantagens como inflamabilidade (éter difenílico, etileno e
ciclopropano) e toxicidade (clorofórmio, cloreto de etila e
tricloroetileno, todos totalmente clorados).
Indique os seis anestésicos inalatórios modernos potentes
Os seis anestésicos inalatórios modernos e potentes, todos
introduzidos após 1950, são halotano, metoxiflurano, enflurano,
isoflurano, sevoflurano e desflurano.
Qual inovação na química sintética permitiu o
desenvolvimento dos anestésicos inalatórios modernos? Como a
estrutura molecular característica dos anestésicos sintetizados
dessa maneira confere vantagem clínica?
Os primeiros anestésicos inalatórios eram halogenados
estritamente com cloro. Os anestésicos inalatórios modernos são
parcial ou totalmente halogenados com flúor. A fluoração
conferiu características mais favoráveis aos anestésicos
inalatórios modernos de maior estabilidade e menor toxicidade.
Quais são algumas das vantagens e desvantagens do halotano?
Ao ser introduzido na prática clínica em 1956, o halotano era
vantajoso devido à sua não inflamabilidade, odor agradável e
indução e despertar mais rápidos em relação aos anestésicos
anteriores. As desvantagens de halotano são a sensibilização do
miocárdio para os efeitos disritmogênicos das catecolaminas e
seu potencial para causar lesão hepática pós-operatória.
Quais são algumas das desvantagens do metoxiflurano?
Uma grande desvantagem do metoxiflurano é a sua
nefrotoxicidade relacionada à dose devido a um flúor inorgânico
resultante de seu metabolismo.
Quais são algumas das vantagens e desvantagens do
enflurano?
O enflurano, introduzido na prática clínica em 1972, era
vantajoso em relação ao halotano na medida em que não
sensibilizava o miocárdio para catecolaminas, nem estava
associado à hepatotoxicidade. Sua principal desvantagem era
que seu metabolismo poderia causar atividade de convulsão
confirmada por EEG, especialmente quando administrado em
altas concentrações e na presença de hipocapnia.
Quais são algumas das vantagens e desvantagens do
isoflurano?
Na ocasião de sua introdução na prática clínica em 1980, as
vantagens do isoflurano incluíam sua ausência de associação
com disritmias cardíacas, ausência de toxicidade aos órgãos e
propriedades de indução e despertar rápidos. Não havia
desvantagens claras do isoflurano naquele momento
Quais são algumas das vantagens e desvantagens do
sevoflurano e do desflurano?
Tanto o sevoflurano como o desflurano são totalmente
halogenados com flúor, o que explica sua baixa solubilidade no
sangue e sua rápida indução e despertar. Embora caros e difíceis
de sintetizar, o aumento nos casos de anestesia ambulatorial
provocou demanda por seu uso.
O que caracteriza o estado anestésico?
Nenhuma única e admitida definição é utilizada para
constituir o estado anestésico. As características do estado
anestésico incluem imobilidade, amnésia, analgesia e
relaxamento muscular esquelético.
Quais características do estado anestésico são alcançadas
pela administração de anestésicos inalatórios voláteis?
As características do estado anestésico alcançadas pelos
anestésicos inalatórios voláteis incluem imobilidade, amnésia e
relaxamento muscular esquelético. A analgesia é difícil de
definir em um paciente amnésico e imobilizado, mas medidas de
substituição da percepção de estímulos dolorosos (ou seja,
aumento na frequência cardíaca ou pressão arterial no momento
da incisão ou intubação) sugerem que os anestésicos inalatórios
não possuem características analgésicas em concentrações
tipicamente usadas na prática clínica.
Quais características do estado anestésico são obtidas pela
administração de óxido nitroso?
. A imobilidade é uma característica do estado anestésico que
é obtida pelo óxido nitroso, porém o óxido nitroso não é
confiável para tanto quando administrado sozinho. Ele apresenta
efeitos amnésicos em concentrações mais elevadas (embora
estes sejam difíceis de garantir) e, em contraste com os
anestésicos inalatórios potentes, não contribuem para o
relaxamento da musculatura esquelética.
Qual é o mecanismo de ação dos anestésicos inalatórios no
sistema nervoso central?
Acredita-se que os anestésicos inalatórios causem depressão
do sistema nervoso central por meio do aumento dos canais de
íons inibitórios e bloqueio dos canais de íons excitatórios. Os
anestésicos também podem afetar a liberação de
neurotransmissores
Por que os vaporizadores são necessários para a
administração inalatória de anestésicos voláteis?
Os anestésicos voláteis são líquidos à temperatura ambiente
e à pressão atmosférica. O fornecimento inalatório desses
anestésicos requer sua vaporização. Vaporizadores permitem
não só a vaporização de anestésicos líquidos, mas também
liberam de forma confiável e precisa a concentração
especificada de anestesia para a saída de gás comum e, por fim,
para o paciente. O óxido nitroso é um gás à temperatura
ambiente e, portanto, não requer um vaporizador para o
fornecimento inalatório a um paciente
Descreva como funciona um vaporizador para anestésicos
voláteis.
ver com calma
. Qual é o efeito potencial de inclinar ou sobrecarregar um
vaporizador?
O efeito potencial de inclinar ou sobrecarregar um
vaporizador é a liberação de uma dose excessiva de anestésico.
Quais são as características do desflurano que impedem sua
liberação no vaporizador de desvio variável convencional?
A volatilidade do desflurano impede sua liberação em um
vaporizador convencional de desvio variável. A 20 °C, a pressão
de vapor do desflurano é de 700 mm Hg (próximo ao estado de
ebulição à temperatura ambiente), enquanto as pressões do
isoflurano e sevoflurano são de 238 mm Hg e 157 mm Hg,
respectivamente. Devido à sua volatilidade, concentrações
imprevisíveis e possivelmente perigosas de desflurano seriam
liberadas caso fosse utilizado um vaporizador de desvio
variável convencional. O vaporizador aquecido Tec 6® é
projetado especificamente para o desflurano. Ele aquece o gás
desflurano a uma pressão de 2 atm para medir e liberar com
precisão a concentração desejada de desflurano ao paciente.
O que deve ser considerado na administração de anestésico
inalatório em altitudes elevadas?
Não é necessário fazer ajustes para vaporizadores de desvio
variável ao administrar sevoflurano ou isoflurano em altitudes
elevadas, mas é necessário um ajuste ao administrar o
desflurano. Embora a saída do vaporizador seja, de praxe,
expressa em porcentagem de volumes, a medida
farmacologicamente relevante é a pressão parcial anestésica. A
administração de anestesia em altitudes elevadas resultará em
maiores porcentagens de volumes na saída do vaporizador
quando for utilizado um vaporizador de desvio variável. No
entanto, o aumento da pressão parcial anestésica será
minimizado pela diminuição geral na pressão ambiente e o efeito
clínico será muito pequeno. Por outro lado, o vaporizador Tec
6® mantém as porcentagens de volumes constantes na saída.
Portanto, em altitudes elevadas, embora as porcentagens de
volumes na saída não sejam afetadas, a pressão parcial
anestésica será substancialmente menor e deve ser feito um
ajuste para evitar a liberação involuntária de pressões parciais
abaixo das clinicamente necessárias.
Como a concentração selecionada de desflurano deve ser
ajustada pelo médico ao administrar desflurano em altitudes
elevadas?
. Ao administrar desflurano em altitudes elevadas, o médico
deve ajustar a configuração do vaporizador usando a seguinte
equação
- VER E REVISAR
Quais são as vantagens da utilização de taxas baixas de fluxo
de gás fresco ao administrar anestésicos inalatórios?
O uso de baixas taxas de fluxo de gás fresco (0,5 a
1 L/min) minimiza o desperdício de anestésico no ambiente,
diminui o custo e ajuda a conservar a temperatura corporal
O que são taxas de fluxo de gás fresco sem reinalação? Quais
são as vantagens e desvantagens da administração de anestésico
inalatório a essa taxa?
As taxas de fluxo de gás fresco não reinalado atendem ou
excedem a ventilação minuto do paciente. A administração de
anestésico inalatório a taxas de fluxo de gás não reinalado
permite uma titulação rápida de anestésico, mas causa a perda
de anestésico para o ambiente.
Como os anestésicos inalatórios afetam o meio ambiente?
Os anestésicos inalatórios são gases do efeito estufa e seu
papel na retenção de calor na atmosfera e na mudança climática
é preocupante. Os anestésicos inalatórios são amplamente
ventilados para fora do ambiente a fim de evitar a acumulação
dentro do espaço interno de trabalho. A prática clínica que
minimiza o impacto ambiental inclui o uso de fluxos de gás
fresco tão baixos quanto possível durante a manutenção da
anestesia
Quais características de qualquer anestésico inalatório
determinam seu potencial impacto ambiental?
O impacto ambiental potencial de qualquer anestésico
inalatório é determinado por sua meia-vida atmosférica, bem
como pelo seu espectro único de absorção no infravermelho
Qual anestésico inalatório possui a maior longevidade
atmosférica?
O gás de óxido nitroso apresenta a maior longevidade
atmosférica, com estimados 114 anos. Os outros gases
inalatórios apresentam longevidade muito menor, com 10, 3,6 e
1,2 anos estimados para o desflurano, o sevoflurano e o
isoflurano, respectivamente.
Qual anestésico volátil apresenta o maior impacto de
dióxido de carbono equivalente no meio ambiente? Qual
anestésico volátil apresenta o menor impacto?
. Entre os anestésicos voláteis, o desflurano apresenta o
maior impacto equivalente ao dióxido de carbono no ambiente e
o sevoflurano apresenta o menor.
Quais são os dois compostos potencialmente tóxicos que
podem ser produzidos como resultado da degradação ou
metabolismo de anestésicos voláteis?
Dois compostos potencialmente tóxicos que podem ser
produzidos como resultado da degradação ou metabolismo de
anestésicos voláteis incluem o composto A e o monóxido de
carbono
Qual é o composto potencialmente tóxico que pode ser
produzido como resultado da interação entre o sevoflurano e o
absorvente de dióxido de carbono? Quais fatores podem
aumentar esse risco?
Um composto potencialmente tóxico que pode ser
produzido como resultado da interação (degradação alcalina)
entre o sevoflurano e o absorvente de dióxido de carbono é o
composto A. Isso pode ocorrer com cal sodada ou Baralyme®,
mas o risco parece ser maior com Baralyme®. Outros fatores
que podem aumentar o risco de produção de composto A
incluem a baixa entrada de gases frescos, altas concentrações de
sevoflurano e temperaturas absorventes mais elevadas.
Qual é o risco potencial de exposição humana ao
composto A? Como esse risco pode ser minimizado?
A preocupação com a exposição ao composto A é a
nefrotoxicidade. Demonstrou-se que o composto A é
nefrotóxico em animais. De fato, em humanos, a exposição
prolongada ao sevoflurano a baixos fluxos de gás fresco
(1 L/min) mostrou resultar em proteinúria transitória, enzimúria
e glicosúria. No entanto, não houve evidência de aumento dos
níveis de creatinina sérica ou efeitos deletérios prolongados. Isto
é comprovado pelos milhões de anestésicos que foram
administrados com sevoflurano sem danos. Ainda assim, de
acordo com recomendação do fabricante, a administração de
sevoflurano a taxas de fluxo de gás fresco < 2 L/m deve ser
restrita a não mais de 2 horas de concentração alveolar mínima
(CAM). Isso é calculado por CAM × duração do anestésico
Qual é o composto potencialmente tóxico que pode ser
produzido como resultado da interação entre o desflurano e o
absorvente de dióxido de carbono? Quais fatores podem
aumentar esse risco?
Um composto potencialmente tóxico que pode ser
produzido como resultado da interação entre todos os
anestésicos voláteis, mas especialmente o desflurano e o
absorvente de dióxido de carbono, é o monóxido de carbono. As
concentrações de carboxi-hemoglobina podem atingir até 30%
com cal sodada ou Baralyme®, mas a produção de monóxido de
carbono parece ser maior com Baralyme®. Outros fatores que
parecem aumentar a produção de monóxido de carbono incluem
maiores concentrações anestésicas, aumento da temperatura e
maior dessecação do absorvente. A maioria dos casos de
toxicidade por monóxido de carbono ocorreu após 2 dias de
descontinuação do absorvente, particularmente com fluxo
contínuo de ar através do sistema circular
Qual é o risco potencial de produção de monóxido de
carbono proveniente do absorvente de dióxido de carbono?
A produção de monóxido de carbono proveniente da
interação entre anestésicos voláteis e absorvente de dióxido de
carbono pode resultar na liberação inalatória de monóxido de
carbono para o paciente. O risco potencial é intoxicação por
monóxido de carbono não diagnosticada. O diagnóstico de
intoxicação por monóxido de carbono nestas condições pode ser
difícil porque a toxicidade pode ser mascarada pela própria
anestesia e as leituras da oximetria de pulso provavelmente não
estarão alteradas.
Qual é o risco potencial resultante do aumento de
temperatura no tubo absorvente de dióxido de carbono? Como
esse risco pode ser minimizado?
A reação exotérmica entre o absorvente dessecado de
dióxido de carbono e o anestésico volátil aumenta a temperatura
no tubo absorvente. A temperatura pode aumentar muito,
provocando explosão e fogo no tubo ou circuito anestésico.
Embora o risco seja remoto, isto pode ser prevenido evitando-se
a dessecação do absorvente de dióxido de carbono, ou seja,
trocando o absorvente regularmente, diminuindo ou desligando
o fluxo de gás fresco quando o aparelho anestésico não estiver
em uso, limitando a taxa de fluxo de gás fresco durante a
anestesia e trocando o absorvente caso haja alguma
preocupação
Qual a relação entre as potências relativas dos anestésicos
inalatórios?
A potência relativa entre os anestésicos inalatórios costuma
ser descrita pela dose necessária para suprimir o movimento em
50% dos pacientes em resposta a uma incisão cirúrgica,
conhecida como CAM. Como esta dose possui um desvio padrão
de aproximadamente 10%, 95% dos pacientes não deve se
mover em resposta a uma incisão em CAM de 1,2 e 99% não
deve se mover em CAM a 1,3.
Quais são os valores mínimos de concentração alveolar
(CAM) para o isoflurano, sevoflurano, desflurano e óxido
nitroso em uma pessoa com idade entre 30 a 55 anos?
Em pessoas entre 30 e 55 anos, a CAM do isoflurano é
1,15%, sevoflurano 1,85%, desflurano 6% e óxido nitroso 104%.
Os valores de CAM são cumulativos. Por exemplo, CAM de 0,5
de óxido nitroso administrado com CAM de 0,5 de isoflurano
tem o mesmo efeito que 1 CAM de qualquer anestésico
inalatório na prevenção de movimento em resposta a uma
incisão