Urologia Flashcards

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1
Q

Julgue como V ou F:

Na nefrolitíase por hipercalciúria idiopática, devemos restringir a quantidade de ingesta de cálcio.

A

FALSO!

Se restringirmos o cálcio, mais oxalato ficará livre no intestino para ser reabsorvida e piorar o quadro.

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2
Q

Mulher de 28 anos com história de dor lombar direita recorrente há 2 anos. Tem história de ITU de repetição, inclusive com 3 episódios prévios de pielonefrite. Traz USG que mostra cálculo de 2,5 cm em pelve do rim direito.

Qual é a conduta?

A

Temos uma paciente com um cálculo PROXIMAL > 2 cm. Provavelmente as ITUs foram predispostas pela doença calculosa.

Nesse caso, a conduta deve ser a NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA.

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3
Q

Homem de 30 anos com dor lombar em cólica à direita, inicialmente irradiando para testículos, associada a náuseas e vômitos. Evoluiu com calafrios, febre e leucocitose no hemograma, toxemiado e com dor forte à punho-percussão lombar à direita. TC mostra grande cálculo na região pielocalicial do rim direito.

Qual deve ser a conduta, além de ATB?

A

Paciente com cólica nefrética e sinais de infecção associada.

Diante de toda obstrução urinária infectada, a conduta consiste em DESCOMPRESSÃO EMERGENCIAL do trato urinário, devido ao grande risco de sepse e pionefrose. A mesma conduta é válida em caso de obstrução total do fluxo urinário, com risco de IRA pós-renal.

Em geral, quando o cálculo está no ureter podemos utilizar o CATETER DUPLO J. Para esse paciente, no entanto, com cálculo grande na pelve renal, será necessária a NEFROSTOMIA.

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4
Q

Homem de 75 anos, sem queixas urinárias. Em exames de rotina, constatou-se PSA = 4,1 e toque retal com nodulação na próstata. Biópsia realizada por USG transretal demonstrou adenocarcinoma de próstata, escore de Gleason 3+3. RNM de pelve é normal.

Qual deve ser a conduta?

A

Temos um paciente de > 75 anos com adenocarcinoma de próstata de baixo risco → Gleason ≤ 6, PSA < 10 e ausência de metástases.

Para ele, é preferencial a conduta de VIGILÂNCIA ATIVA, com exames periódicos de toque retal e PSA.

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5
Q

Homem de 65 anos, tabagista e hipertenso, com queixa-se de sangue na urina, sem sintomas urinários. US de vias urinárias mostrou lesão vegetante de 2cm na parede da bexiga. Qual é a HD?

A

Homem > 40 anos + TABAGISTA + HEMATÚRIA MACROSCÓPICA INDOLOR = quadro clássico de CARCINOMA DE BEXIGA, que quase sempre é do tipo UROTELIAL (e a maioria é do subtipo PAPILÍFERO). São tumores frequentemente MÚLTIPLOS e RECIDIVANTES.

Fazemos a CISTOSCOPIA com biópsia para avaliar principalmente o T e determinar o melhor tratamento.

📌 O tratamento do TUMOR NÃO-INVASIVO (Ta, Tis e T1) envolve RESSECÇÃO + quimioterapia intravesical com mitomicina C, podendo ser associada a instilação vesical de BCG. Já o tratamento do TUMOR INVASIVO (T ≥ 2) geralmente envolve CISTECTOMIA RADICAL, retirando até a próstata nos homens e útero/trompas/ovário nas mulheres.

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6
Q

Paciente de 65 anos, apresentando jato urinário fraco e entrecortado, aumento da frequência e urgência miccional.

Exames mostraram função renal normal, EAS e urocultura negativos, PSA = 2,8, toque retal com próstata aumentada, de consistência fibroelástica, sem nódulos.

Qual é a conduta?

A

Trata-se de HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA. Como o PSA é < 4 e não há nodulações ao toque, não há indicação de biópsia.

Quanto aos sintomas, a conduta inicial é medicamentosa, com o uso de alfa-bloqueadores (tansulosina, doxazosina) + inibidores da 5-alfa redutase (finasterida).

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7
Q

Paciente de 30 anos, sexo feminino, com cólica nefrética há 3 dias, afebril e com volume urinário normal. USG evidenciou cálculo ureteral distal, de 0,8cm, sem dilatação do trato urinário.

Qual deve ser a conduta?

A

Paciente com nefrolitíase não complicada.
Primeiramente, fazer ANALGESIA (AINES e opióides).

Como o cálculo é < 1cm, pode-se tentar expulsão espontânea com terapia medicamentosa, utilizando alfa-bloqueadores como a TANSULOSINA.

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8
Q

Paciente jovem com história de nefrolitíase tratada medicamentosamente, sendo os cálculos de oxalato de cálcio. Quais são as medidas para prevenção de recorrência?

A

É fundamental que o paciente tenha INGESTA HÍDRICA abundante (>2,5L/dia), e REDUÇÃO DE SÓDIO na dieta.

Pode-se também utilizar citrato de potássio (que é um quelante intestinal do cálcio) e utilizar diuréticos TIAZÍDICOS, que inibem o transportador de Na-Cl no TCD, promovendo maior reabsorção do cálcio no local do sódio.

📌 Não caia na pegadinha: NÃO se deve reduzir a ingesta de cálcio!

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9
Q

Paciente de 30 anos com cólica nefrética. TC de abdome sem contraste mostrou cálculo de 1,5cm impactado em terço distal do ureter.

Qual é a conduta?

A

Cálculo > 1cm requer intervenção cirúrgica.

Para os cálculos distais, o procedimento indicado é a URETEROSCOPIA.

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10
Q

Quais são as indicações de tratamento cirúrgico na HPB?

A
  • Refratariedade após 6 meses de tratamento clínico;
  • Retenção urinária aguda refratária ou recidivante;
  • ITU de repetição;
  • Hematúria macroscópica persistente;
  • Litíase vesical ou divertículos vesicais grandes;
  • Insuficiência renal.
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11
Q

Homem de 69 anos de idade, negro, obeso. Apresentou PSA = 6 em exame de rastreio, mostrando aumento de 0,8 em relação ao ano anterior.
Foi, então, realizada biópsia de próstata, mostrando adenocarcinoma de próstata com escore de Gleason 7 (4+3).

Qual é a conduta?

A

PSA > 4 ou ELEVAÇÃO > 0,75, bem como TOQUE retal ALTERADO, são indicações para realização de BIÓPSIA prostática guiada por USG transrretal.

A biópsia mostrou adenocarcinoma de moderado risco (Gleason > 6 e < 8).

Nesse caso (GLEASON > 7), está indicado ESTADIAMENTO com RNM de pelve, cintilografia óssea e linfadenectomia pélvica.

Na ausência de metástases, a conduta “padrão-ouro” é a PROSTATECTOMIA RADICAL associada a LINFADENECTOMIA PÉLVICA para permitir o adequado estadiamento. Pode-se associar RADIOTERAPIA.

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12
Q

Diagnóstico diferencial de escroto agudo: torção de cordão espermático vs. torção de apêndices testiculares vs. orquiepididimite.

A

Torção de CORDÃO espermático → a DOR é o principal sintoma (tem início súbito e é muito intensa).

Torção de APÊNDICES testiculares → clínica parecida com a torção de de cordão espermático, mas com dor e alterações locais mais BRANDAS.

ORQUIEPIDIDIMITE → quadro gradual e com sintomas gerais (ex: febre e prostração). É mais comum em idosos, em uso de SVD, com HPB e naqueles submetidos a procedimentos urológicos.

📌 Pontos principais ao exame físico:

  • Sinal de PREHN (alívio da dor ao elevar o testículo) só é POSITIVO na ORQUIEPIDIDIMITE.
  • Sinal do “PONTO AZUL” só é POSITIVO na torção de APÊNDICES testiculares.
  • Reflexo CREMASTÉRICO (contração após estímulo na face medial da coxa) só é NEGATIVO na torção de CORDÃO espermático.
  • Teste da transiluminação é positivo em massas líquidas (ex: hidrocele).

OBS: outras causas de escroto agudo → hérnia inguinoescrotal estrangulada, púrpura de Henoch-Schonlein, trauma escrotal, litíase ureteral (dor irradiada) e hidroceles de rápido aumento.

📌 A causa mais comum até a adolescência é a torção e na vida adulta a orquiepidimite.

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13
Q

Quais são as indicações de rastreamento de câncer de próstata?

A

Ministério da Saúde → NÃO deve ser realizado rotineiramente.

Sociedade Brasileira de Urologia → TOQUE + PSA de 50-75 ANOS (ou a partir dos 45 ANOS em pacientes com HF+ OU NEGROS). Não continuar após 75 anos ou não iniciar o rastreio se a expectativa de vida for < 10 anos.

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14
Q

Homem de 65 anos queixa-se de sintomas urinários obstrutivos progressivos há 10 anos com piora importante recente. Traz PSA de 2,5.

USG revelou uma próstata de 140g, bexiga trabeculada com alguns divertículos esparsos e presença de um cálculo vesical de 1 cm.

Ao exame físico apresentava ao toque retal próstata de consistência fibroelástica e sem nódulos palpáveis.

Qual é o tratamento adequado?

A

Inicialmente não indicamos biópsia pensando em câncer pois o toque foi normal e o PSA é < 4.

Mas, diante de um quadro de hiperplasia prostática benigna (HPB), temos que aliviar os sintomas do paciente. Há algumas dicas para a escolha da terapia:

  • IPSS 0 a 7 → OLIGOSSINTOMÁTICO → acompanhamento;
  • IPSS 8 a 19 → SINTOMÁTICO com piora na qualidade de vida → alfabloqueador se próstata < 60g ou terapia combinada (alfabloqueador + inibidor de 5a redutase) se ≥ 60g;
  • IPSS ≥ 20 → intolerante ou REFRATÁRIO aos medicamentos, ou com presença de COMPLICAÇÕES (cálculos, alterações anatomofuncionais na bexiga, IRA pós-renal) → RTU se < 80g, ou cirurgia aberta se > 80g ou muitas complicações.

📌 A prostatectomia aberta consiste na enucleação da porção interna da próstata por via suprapúbica ou retropúbica. Não confundir com a prostatectomia radical, que é feita em casos de neoplasia!

Como o paciente da questão tem sintomas com piora na qualidade de vida, devemos tratá-lo. Como apresenta complicações ao ultrassom e próstata muito grande (140g), a melhor indicação é de prostatectomia aberta.

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15
Q

Descreva o protótipo das provas dos seguintes cálculos renais:

  • Oxalato de cálcio;
  • Estruvita;
  • Ácido úrico;
  • Fosfato de cálcio;
  • Indinavir;
  • Cistina.
A
  • Oxalato de cálcio → é o tipo MAIS COMUM → é RADIOPACO → relacionado SÍNDROME METABÓLICA, doença de CHRON (gera hiperoxalúria), cirurgia bariátrica, dieta rica em PROTEÍNAS, acidose tubular renal II…
  • Estruvita → segundo mais comum → RADIOPACO e CORALIFORME → formado em pH BÁSICO → infecção por PROTEUS (produz urease).
  • Ácido úrico → terceiro mais comum → RADIOTRANSPARENTE → relacionado com gota, urina ÁCIDA, neoplasias.
  • Fosfato de cálcio = são formados em pH BÁSICO → relação com HIPERPARATIREOIDISMO e ATR II (Fanconi).
  • Indinavir = RADIOTRANSPARENTE e relacionado com a TARV DO HIV.
  • Cistina = urina ÁCIDA e causado por HOMOCISTINÚRIA.

📌 Citrato e magnésio são fatores protetores contra nefrolitíase.

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16
Q

Sobre os cálculos renais, quais são:

  • Radiopacos?
  • Radiotransparentes?
  • Formados em urina ácida?
  • Formados em urina básica?
A

Quanto à radiografia:

  • São OPACOS → OXALATO e FOSFATO de cálcio, ESTRUVITA e CISTINA;
  • São TRANSPARENTES → ÁCIDO ÚRICO e INDINAVIR.

Quanto ao pH urinário:

  • Urina ÁCIDA (pH < 5) favorece cálculos de ÁCIDO ÚRICO e de CISTINA;
  • Urina BÁSICA (pH > 7) favorece de ESTRUVITA e de FOSFATO DE CÁLCIO.

📌 Não confundir cálculos de fosfato de cálcio, que são relacionados com hiperparatireoidismo e ATR II, com cálculos de oxalato de cálcio, que são os mais comuns de todos.

17
Q

V ou F

“Na suspeita de câncer testicular, o primeiro passo é realizar PAAF”

A

FALSO!

Guarde: NÃO REALIZAMOS BIÓPSIA de uma massa suspeita de CÂNCER DE TESTÍCULO, devido ao alto risco de disseminar.

Suspeitamos sempre desse diagnóstico diante de massas indolores duras em testículo.

Podemos solicitar dosagens de LDH, alfa-fetoproteína e HCG para aumentar a suspeição. Porém, a conduta cirúrgica INICIAL é ORQUIECTOMIA INGUINAL RADICAL.

18
Q

Paciente de 57 anos, 3 partos vaginais prévios, refere sensação de bola na vagina, principalmente quando realiza esforços. Nessas situações, às vezes apresenta perda urinária involuntária associada, em pequenas quantidades. Ao exame, apresenta cistocele moderada e perda objetiva de urina à manobra de esforço. Foi realizado estudo urodinâmico, que revelou cistometria normal e pressão de perda urinária ao esforço de 50cmH2O.

Qual é a hipótese diagnóstica e a conduta?

A

Temos uma paciente com CISTOCELE e quadro clínico de INCONTINÊNCIA URINÁRIA aos esforços, uma associação frequente.

Na cistocele de uma paciente jovem e sintomática, a conduta é cirúrgica, e no planejamento pré-operatório é imprescindível a realização do estudo urodinâmico.

No exame desta paciente, houve perda urinária com baixas pressões vesicais (< 60), o que indica um DEFEITO ESFINCTERIANO INTRÍNSECO (o colo vesical e a uretra proximal ficam abertos em repouso).

A conduta, portanto, será a COLPORRAFIA ANTERIOR para correção da cistocele e SLING para tratamento da incontinência urinária.

19
Q

Paciente de 52 anos queixa-se de urgeincontinência, noctúria e aumento da frequência miccional há 2 anos, com piora após a menopausa.

Qual é o provável diagnóstico e a conduta?

A

A queixa de urgeincontinência caracteriza a SÍNDROME DA BEXIGA HIPERATIVA.

Ela pode ser confirmada por estudo urodinâmico que mostra contrações não-inibidas do detrusor. No entanto, este exame fica reservado para os casos de falha no tratamento clínico ou planejamento cirúrgico.

O tratamento da bexiga hiperativa é sempre clínico:

  • MEV: perda de peso, cessação de tabagismo e redução de cafeína;
  • FISIOTERAPIA → cinesioterapia e eletroestimulação;
  • Medicamentos ANTICOLINÉRGICOS: oxibutinina, tolterodina, darifenacina.

📌 Lembre-se que o sistema parassimpático é o responsável pela contração do detrusor através de seus receptores muscarínicos no corpo vesical, promovendo o esvaziamento da bexiga.

20
Q

Mulher de 55 anos, G4P4, queixa-se de incontinência urinária (IU) há alguns meses. Não sabe explicar bem se existe associação com esforços (ora confirma, ora nega). Estudo urodinâmico mostrou pressão de perdas aos esforços de 40cmH2O.

Diante desse caso, julgue a frase a seguir como V ou F:

“O diagnóstico é de incontinência urinária associada aos esforços”.

A

FALSO! Calma, pode parecer estranha essa resposta. Vamos explicar:

Realmente a paciente apresenta IU associada aos esforços, mas, este é um diagnóstico incompleto diante dos dados que já temos. Como ela já fez o estudo urodinâmico, temos que aprofundar no diagnóstico: diante de uma perda com pressão < 60cmH2O constatamos um quadro de DEFEITO ESFINCTERIANO URETRAL INTRÍNSECO.

O termo “IU de esforço”, que é um diagnóstico sindrômico, também pode englobar o quadro de hipermobilidade vesical, na qual veríamos a pressão de perda > 90cmH20.

Obviamente essa explicação é exageradamente detalhista. Porém, o flashcard foi feito justamente por conta de uma questão que trazia este enunciado a perguntava o diagnóstico correto, sendo que nas opções estavam “IU de esforço” (incorreta) e “defeito esfincteriano uretral” (correta).

21
Q

Quais os receptores presentes no colo vesical e uretra? E no corpo vesical?

A

Colo vesical e uretra → ALFA-adrenérgicos.

Corpo → BETA-adrenérgicos e MUSCARÍNICOS.