Neurologia Flashcards
Lactente de 3 meses chega ao setor de emergência convulsionando há mais de 5 minutos. Qual é a medicação de escolha?
A primeira escolha para o tratamento sempre será um BZP, principalmente o DIAZEPAM (via IV ou retal), 10 mg, até 2-3x.
📌 O midazolam é uma opção, mas ele é feito IM, nasal ou bucal.
Para os refratários: FENITOÍNA em bolus (10 mg/kg) → fenitoína contínua → fenobarbital (20 mg/kg) → tiopental ou midazolam ou propofol (paciente precisa estar entubado).
📌 ATENÇÃO! No período NEONATAL (até 28 dias de vida), preferimos o FENOBARBITAL.
Homem de 42 anos queixa-se de cefaléia hemicraniana direita diária há 7 dias, após mudar turno de trabalho para a noite. A dor é lancinante, ocorrendo até 4 episódios por dia de cerca de 1h cada um. No momento do exame, apresenta hiperemia conjuntival e sudorese em hemiface.
Qual é a HD e o tratamento indicado?
Paciente com quadro típico de CEFALÉIA EM SALVAS. O tratamento agudo é feito com OXIGENIOTERAPIA e triptanos.
A profilaxia é feita com VERAPAMIL e está indicada desde a 1ª crise.
Paciente de 75 anos queixa-se de tremor em membros superiores, percebido principalmente em repouso e mais intenso do lado direito. Ao exame, observa-se discreta rigidez e bradicinesia. Não há instabilidade postural durante a avaliação da marcha.
Qual é a HD e o tratamento indicado?
O diagnóstico desse paciente é de SÍNDROME PARKINSONIANA, sendo a Doença de Parkinson a principal causa. Para o diagnóstico, é necessário BRADICINESIA (obrigatória) + pelo menos 2 manifestações cardinais:
- TREMOR DE REPOUSO (tipicamente ASSIMÉTRICO na doença de Parkinson)
- RIGIDEZ
- INSTABILIDADE POSTURAL
📌 Por sua vez, tremor do tremor essencial costuma ser mais em ação ou postural.
Essa doença é causada por degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra mesencefálica.
O tratamento é feito com LEVODOPA (precursor da dopamina que controla a bradicinesia) +- BIPERIDENO (anticolinérgico que ajuda no controle do tremor).
Mulher de 68 anos, hipertensa e diabética. Apresentou subitamente, há 5 horas, cefaleia holocraniana de moderada intensidade, acompanhada de hemiparesia completa grau 3 à direita, hemihipoestesia e disartria.
TC de crânio realizada na urgência não apresenta hiperdensidade, e mostra área de hipoatenuação frontoparietal.
O ECG mostra taquiarritmia irregular de QRS estreito. Qual é a HD e a conduta?
Temos uma paciente de alto risco cardiovascular apresentando hemiparesia fascio-braquio-crural direita, de início súbito há 5 horas. A hipótese mais provável é de AVE isquêmico, corroborado pela TC e pelo ECG com FA.
Como ela já ultrapassou 4,5h do início dos sintomas, NÃO há indicação de trombólise. Assim, o tratamento é suportivo:
- Cabeceira elevada;
- Hipertensão permissiva: manter < 220:120 mmHg;
- Devido à etiologia cardioembólica, iniciar anticoagulação plena permanente.
📌 O principal fator de risco para AVE é HAS.
Paciente do sexo feminino, 23 anos, obesa e hipertensa. Queixa-se de cefaléia diária há aproximadamente 2 anos, de piora progressiva. Descreve dor constante, bifrontal e bioccipital, e vem percebendo piora gradativa da acuidade visual. O exame neurológico é normal, exceto por papiledema ao exame de fundo de olho.
Qual é a HD e o tratamento indicado?
MULHER JOVEM com cefaléia progressiva acompanhada de redução da acuidade visual e PAPILEDEMA. A hipótese mais provável é HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA (ou síndrome do pseudotumor cerebral).
O tratamento é feito com ACETAZOLAMIDA, podendo-se utilizar até DVP em casos refratários.
Paciente de 72 anos é trazida à consulta neurológica devido à quadro demencial. Ao exame, apresenta baixo desempenho no mini-mental e presença de ataxia de marcha. Familiares relatam ainda histórico de incontinência urinária.
Qual é a principal HD?
Paciente idoso com a tríade clássica de HIDROCEFALIA NORMOBÁRICA (ou de pressão normal) → DEMÊNCIA + ATAXIA + INCONTINÊNCIA URINÁRIA.
Ocorre prejuízo da drenagem liquórica e acúmulo progressivo de líquor (curso insidioso ao longo de meses), causando DILATAÇÃO VENTRICULAR, com pressão normal (VR = 5 a 20cmH2O).
Pode ser confirmada pelo TAP-TEST → melhora do levantar e da marcha do paciente após punção lombar de 30-50mL de LCR → alto VPP mas baixo VPN.
Homem de 52 anos é trazido ao PA com perda de consciência há 3 horas, precedida por cefaléia súbita e intensa, náuseas e vômitos. É tabagista e hipertenso com tratamento irregular.
Ao exame: PA = 170x40, Fc = 92, FR = 18, afebril, inconsciente, não respondendo a estímulos verbais, rigidez de nuca presente, hemiplegia esquerda e ausência de reflexos osteotendinosos esquerdos.
Qual é a provável causa para o quadro?
A descrição é típica de AVE hemorrágico: cefaleia “em trovoada” (súbita e muito intensa), associada a diminuição do nível de consciência e déficit neurológico focal. Duas condições poderiam explicar o quadro:
1) Hemorragia intraparenquimatosa: é a mais comum e predomina em pacientes com >50 anos, com HAS ou Alzheimer; tipicamente causa déficits neurológicos focais mais precoces.
2) Hemorragia subaracnóide: mais comum em jovens, devido à ruptura de aneurismas saculares (principal) ou malformação arteriovenosa.
Assim, do ponto de vista epidemiológico, a HD mais provável para esse paciente HIPERTENSO é a ruptura de um MICROANEURISMA de Charcot-Buchat, que causa hemorragia intraparenquimatosa.
O tratamento é basicamente SUPORTIVO, com meta de PAS < 140 mmHg.
📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.
Quais são as características, diagnóstico e tratamento da síndrome de Guillain-Barré?
A síndrome de Guillain-Barré é um quadro agudo e autoimune de DESMIELINIZAÇÃO de NERVOS PERIFÉRICOS.
O quadro clássico é de PARALISIA MOTORA FLÁCIDA e ARREFLEXIA de caráter SIMÉTRICO e ASCENDENTE. A punção lombar demonstra dissociação proteino-citológica (HIPERPROTEINORRAQUIA + NORMOCELULARIDADE).
📌 Normalmente há PRESERVAÇÃO de SENSIBILIDADE e ESFÍNCTERS.
O tratamento é feito com IMUNOGLOBULINA, ou plasmaférese.
📌 Corticóides NÃO são eficazes.
Um diagnóstico diferencial é a “paralisia periódica relacionada a hipocalemia”, uma rara doença autossômica dominante que tem a sua fisiopatologia relacionada à hipoK gerada por aumentos séricos de epinefrina e/ou insulina. Nela, vemos crises intermitentes e auto-limitadas de paralisia flácida e arreflexia desencadeadas por estresse ou por dieta rica em carboidratos. O tratamento é repor potássio.
Mulher de 35 anos é atendida com queixa de cefaléia súbita de forte intensidade, com náuseas e vômitos, seguida de perda de consciência. Refere também paresia da perna esquerda, que já melhorou. Nega comorbidades ou episódio prévio de cefaléia semelhante.
Ao exame, está consciente, orientada, sem déficits focais no momento. A TC de crânio não apresenta alterações significativas.
Qual é a HD e qual deve ser a conduta subsequente?
Sempre que estivermos diante de um quadro de CEFALÉIA INTENSA E SÚBITA, devemos considerar a possibilidade de HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA). Esta pode, ou não, se acompanhar de síncope, convulsões, náuseas e vômitos, RIGIDEZ DE NUCA (meningite química) ou déficits neurológicos focais (que podem normalizar).
O primeiro passo é a realização de NEUROIMAGEM, como foi feito no caso, para confirmar se tratar de um AVE hemorrágico.
Entretanto, até 5% dos pacientes com HSA pode ter a TC normal (Fisher 1). Nesse caso, deve-se realizar PUNÇÃO LOMBAR. Na presença de HSA, serão encontradas hemácias ou xantocromia no LCR.
📌 É importantíssimo realizar o TRATAMENTO INTERVENCIONISTA (embolização por angiografia ou clipagem cirúrgica aberta).
Paciente de 36 anos do sexo feminino queixa-se de visão dupla há 3 semanas. Teve melhora do quadro, porém 2 dias depois os sintomas retornaram associados a cansaço e dificuldade para subir as escadas. Ao exame neurológico, apresenta-se vigil, paraparesia crural de predomínio proximal, fala empastada e semiptose palpebral à esquerda.
Qual é a HD provável e qual é o exame para elucidação?
A MIASTENIA GRAVIS é uma doença autoimune CONTRA OS RECEPTORES DE ACETILCOLINA (nicotínicos) localizados na PLACA MOTORA, na fenda pós-sináptica. Com isso, causam um bloqueio da transmissão neuromuscular.
A principal característica é a fraqueza muscular que piora com o movimento (FATIGABILIDADE). Também é típico o comprometimento preferencial da musculatura ocular extrínseca (ptose, diplopia e oftalmoparesia), prosseguindo para musculatura bulbar (disartria, fala anasalada, disfagia e fatigabilidade mastigatória).
O exame indicado para confirmação é a ELETRONEUROMIOGRAFIA, que mostra um PADRÃO DECREMENTAL (a estimulação repetitiva resulta em redução da transmissão do estímulo)
📌 A SENSIBILIDADE e os REFLEXOS PROFUNDOS estão PRESERVADOS!
📌 Pode ter relação com o timoma.
Uma mulher de 35 anos queixa-se de dor abdominal e vômitos, associados a urina avermelhada “em vinho do porto” nos últimos dias. Afirma também que começou a se sentir deprimida e ansiosa. Ao exame, está taquicárdica e com sinais de neuropatia periférica. Os sintomas melhoraram após infusão de glicose.
Qual é o diagnóstico?
Temos uma paciente com SINTOMAS NEUROLÓGICOS + DOR ABDOMINAL + URINA EM “VINHO DO PORTO” → achados característicos da PORFIRIA INTERMITENTE AGUDA, a forma mais comum de porfiria aguda.
As porfirias são um grupo raro de doenças metabólicas em que há deficiência de certas enzimas na via biossintética do heme. Manifestam-se com crises intermitentes de sintomas abdominais, neuropsiquiátricios (SNC, periférico e autônomo). São desencadeadas por condições que atrapalham o metabolismo hepático de porfirinas:
- ÁLCOOL;
- Fármacos, como ANTICONVULSIVANTES;
- ESTROGÉNO (atividade hormonal cíclica em mulheres jovens e anticoncepcionais hormonais);
- Infecções, como HCV e HIV.
Há ACÚMULO DE PORFOBILINOGÊNIO NA URINA, que a torna a vermelho-escura quando exposta à luz.
A infusão venosa de GLICOSE e HEME melhora o quadro desta forma de porfiria.
📌 As porfirias são divididas em agudas (na qual a intermitente aguda, descrita acima, é a mais comum) e em cutâneas (porfiria cutânea tarda é forma mais comum).
Sobre a PORFIRIA CUTÂNEA TARDA, saiba que temos lesões BOLHOSAS, cicatrizes, lesões esclerodermiformes e HIPERTRICOSE. As lesões PIORAM COM A EXPOSIÇÃO SOLAR (logo, predominam em regiões foto-expostas). O tratamento é feito com FLEBOTOMIAS (para retirar o excesso de ferro). Também pode ser usada a cloroquina em baixas doses (mas cuidado… doses maiores pioram o quadro).
Um paciente em situação de rua é levado à UPA com quadro de confusão mental, oftalmoplegia com nistagmo e ataxia cerebelar de instalação aguda.
Qual é o diagnóstico e a conduta?
Temos a tríade clássica da ENCEFALOPATIA DE WERNICKE (ATAXIA + NISTAGMO + CONFUSÃO MENTAL), um quadro agudo e reversível causado pela deficiência de TIAMINA (vitamina B1). É comum em ETILISTAS.
O tratamento é feito com a reposição de TIAMINA + GLICOSE.
Como é realizado o tratamento do Alzheimer?
O Alzheimer não tem cura, mas o tratamento visa à redução da velocidade de progressão.
A 1ª opção de tratamento são os INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE → RIVASTIGMINA (a mais usada), DONEPEZILA (a mais eficaz) e galantamina.
Em quadros demenciais moderados a avançados, podemos associar antagonistas do receptor de glutamato (NMDA) → MEMANTINA.
📌 Alzheimer é a principal causa de demência no mundo.
Quais são as principais diferenças entre a migrânea e a cefaleia tensional?
CEFALEIA TENSIONAL (é a mais comum):
- LEVE a moderada (dificilmente limita atividades);
- Dura 30MINS a 7 DIAS;
- Em APERTO e BILATERAL (normalmente holocraniana);
- Não agrava com os esforços;
- Presença destes dois itens: ausência de náuseas/vômitos; fotofobia OU fonofobia (apenas uma destas fobias pode estar presente).
MIGRÂNEA:
- Moderada a GRAVE (pode limitar atividades);
- Dura 4 A 72 HORAS;
- PULSÁTIL e UNILATERAL;
- PIORA com ESFORÇOS;
- Pelo menos um dos seguintes: náuseas E/OU vômitos; fotofobia E fonofobia.
📌 A migrânea com aura é chamada de “clássica” e a sem de “comum”.
📌 Ambas são mais comuns em mulheres, mas a migrânea é ainda mais.
Quais são os pré-requisitos para aplicar e como é o protocolo de morte encefálica?
PRÉ-REQUISITOS:
- Mínimo de 6 HORAS DE AVALIAÇÃO no serviço;
- Causa encefálica conhecida e irreversível;
- Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
- Coma não-perceptivo;
- “Estabilidade fisiológica” → SATo2 > 94%, PAS ≥ 100, T > 35ºC.
PROCEDIMENTO:
- As avaliações devem ser feitas por DOIS MÉDICOS DIFERENTES, sendo pelo menos um deles especialista em em medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência → NÃO PODEM FAZER PARTE DA EQUIPE DE TRANSPLANTE;
- Devem ser feitas DUAS BATERIAS DE TESTES SEPARADAS POR 1 HORA (no caso de paciente ≥ 2 anos de idade) com pelo menos UM TESTE DE APNEIA e UM EXAME COMPLEMENTAR que demonstre ausência de fluxo sanguíneo ou de atividade elétrica no encéfalo.
📌 Se o paciente tiver menos que dois anos, as baterias de testes são separadas por 24h (se idade entre 7 dias e 2 meses incompletos) ou 12h (entre 2 meses e 2 anos incompletos).
OBSERVAÇÕES EXTRA:
- O HORÁRIO DA MORTE É O HORÁRIO EM QUE FOI REALIZADO O SEGUNDO TESTE CLÍNICO.
- Doação dos órgãos depende de consentimento da família APESAR do falecido ter demonstrado interesse!
- Morte encefálica é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
Como podemos estimar a localização de um AVE?
📌 Prepare-se, pois esse flashcard é mais denso que suco de abacaxi.
Começaremos abordando as artérias cerebrais anterior e média, que fazem parte do sistema vascular CAROTÍDEO (ANTERIOR), que se inicia-se com a carótida interna.
ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR:
- Irriga a PORÇÃO MEDIAL E ANTERIOR DO LOBO FRONTAL;
- Clínica clássica = HEMIPLEGIA contralateral de predomínio CRURAL (acomete mais MMII).
ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA:
- É a principal artéria do SNC e a MAIS ACOMETIDA EM AVEs ISQUÊMICOS;
- Clínica clássica = HEMIPARESIA ou HEMIPLEGIA de predomínio FASCIOBRAQUIAL (face e MMSS) → CONTRALATERAL em face e corpo.
📌 A lesão na a. cerebral média também pode gerar desorientação direita-esquerda, acalculia e alexia. Outra alteração muito lembrada é a AFASIA, que pode ser de diversos tipos:
- Afasia de WERNICKE ou afasia SENSITIVA → acomete a região POSTERIOR do hemisfério ESQUERDO (local responsável pela RECEPÇÃO);
- Afasia de BROCA ou afasia MOTORA → acomete as regiões FRONTAIS dos hemisférios (locais responsáveis pela EXPRESSÃO).
Em resumo, ambas cursam com dificuldade para falar. Porém, o paciente com afasia de Wernicke não consegue compreender uma mensagem nem dita e nem escrita (afinal, tem dificuldade na recepção). Por sua vez, o paciente com afasia de Broca consegue entender a comunicação falada ou escrita dirigida a ele (afinal, tem dificuldade apenas na expressão).
📌 Dica: associe ‘broca’ à furadeira, que tem motor.
Agora, passaremos para o sistema VERTEBROBASILAR (POSTERIOR), que se inicia com a artéria vertebral, que forma a basilar.
ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR:
- Irriga o LOBO OCCIPITAL;
- Clínica clássica = CEGUEIRA cortical ou déficit de visão.
- Pode apresentar também DESVIO DO OLHAR CONJUGADO, ou seja, olhar para o lado da lesão no cérebro, logo, para o lado contralateral à hemiplegia (se o olhar for para o lado da hemiplegia, fala a favor de lesão na ponte ou no tálamo).
TERRITÓRIO VERTEBROBASILAR:
- As síndromes do TRONCO ENCEFÁLICO apresentam-se de forma IPSILATERAL NA FACE e CONTRALATERAL NO CORPO;
- Diante do acometimento de PONTE ou BULBO → síndrome VESTIBULAR ou CEREBELAR se pontina ou bulbar.
📌 Uma forma mais específica é analisar o nervos cranianos acometidos:
- Mesencéfalo (a. cerebral posterior) → n. oculomotor (3º NC);
- Ponte (a. basilar) → trigêmio (5º), abducente (6º), facial (7º) e vestibulococlear (8º);
- Bulbo → glossofaríngeo (9º), vago (10º) e hipoglosso (12º).
Qual estrutura se rompe na…
- Hemorragia subaracnóide;
- Hemorragia intraparenquimatosa;
- Hemorragia subdural;
- Hemorragia epidural.
1) Hemorragia SUBARACNÓIDE → ruptura de um ANEURISMA SACULAR (faixa etária entre 35-55 anos) ou de uma malformação vascular arteriovenosa (entre 10-30 anos) no espaço subaracnoideo;
📌 A ruptura de aneurisma sacular é a causa mais comum de HSA e ocorre principalmente na artéria comunicante anterior.
2) Hemorragia INTRAPARENQUIMATOSA → ruptura dos MICROANEURISMAS DE CHARCOT-BOUCHARD (associada à HAS) ou angiopatia amilóide (idosos do Alzheimer);
📌 Dentre as causas de AVE hemorrágico, a hemorragia intraparenquimatosa é mais comum do que a subaracnóidea.
3) Hemorragia SUBDURAL → lesão das VEIAS PONTINAS.
📌 A hemorragia subdural é a forma mais frequente de lesão neurológica focal.
4) Hemorragia EPIDURAL → lesão de ramos da ARTÉRIA MENÍNGEA (normalmente por trauma no osso temporal).
Levando em conta a escala NIHSS, quando podemos realizar a trombólise em um AVE isquêmico?
A escala chamada NIHSS varia de 0 a 42 pontos e mensura a gravidade do AVE (quanto maior a pontuação, mais grave).
A pontuação que permite a trombólise é de 5 OU MAIS! Também podemos considerar realizar a trombólise em NIHSS ≤ 4 mas com déficit limitante (ex: perda de linguagem ou mão dominante).
Obs: NÃO existe mais limite superior de NIHSS para trombólise (antes era de 5 a 25).
📌. Pontuação de ≤ 4 caracteriza um “AVE minor”.
De uma maneira resumida, como pode ser feito o tratamento das epilepsias?
Antes, vamos diferenciar crises generalizadas e focais:
- Crises GENERALIZADAS → PERDA DE CONSCIÊNCIA (exceto a crise mioclônica), pois a atividade epiléptica atinge AMBOS HEMISFÉRIOS cerebrais → ex: tônicas, clônicas, tônico-clônicas, mioclonias ou de ausência;
- Crises FOCAIS → atividade epiléptica se restringe a uma área → pode se apresentar com manutenção da consciência (parcial simples) ou com perda (parcial complexa).
📌 Há duas situações na prova que apontam para crise focal:
- Paralisia de Todd → paresia localizada na região em que houve a crise durante o estado pós-ictal;
- Marcha Jacksoniana → progressão lenta do foco de uma região do corpo para uma maior.
Mas, voltando à pergunta do flashcard… para não ficar completamente perdido na prova, guarde as seguintes possibilidades de uso do anticonvulsivantes:
- Crises focais = carbamazepina;
- Crises generalizadas = ácido valproico (v”ALL”proato);
- Crise de ausência = etossuximida ou ácido valproico (lembrar que é uma crise generalizada);
- Estado de mal epiléptico = BZP → fenitoína → fenobarbital;
- Epilepsia mioclônica juvenil = ácido valproico (fenitoína e carbamazepina são contraindicadas);
- Dor crônica e neuropática = gabapentina.
📌 A lamotrigina é usada como tratamento adjunto em crises focais e crises tônico-clônicas generalizadas.
📌 NA DÚVIDA, ESCOLHA O ÁCIDO VALPRÓICO!!!
📌 FENOBARBITAL é a medicação de escolha no período NEONATAL.
Diante de uma migrânea com ≥ 72h de duração e sem melhora com o uso de analgésicos simples, AINEs e metoclopramida, qual das opções abaixo é interessante como próximo passo?
- Morfina;
- Tramadol;
- Dexametasona;
- Clorpromazina.
Diante de um quadro de migrânea prolongado (≥ 72h) e refratário, os CORTICÓIDES (como a DEXAMETASONA e a metilprednisolona) são opções interessantes.
A clorpromazina seria interessante em quadros refratários < 72h.
Já o tramadol e a morfina não são indicados no tratamento da enxaqueca.
Quais são as metas pressóricas em um paciente com AVE…
- Isquêmico com indicação de trombólise;
- Isquêmico sem indicação de trombólise;
- Hemorrágico.
- Isquêmico com indicação de trombólise → ≤ 185x110 (devendo manter < 180x105 nas primeiras 24h após a trombólise);
- Isquêmico sem indicação de trombólise → < 220x120;
- Hemorrágico → PAS < 140.
📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.
Qual é a clínica da síndrome do túnel do carpo?
A síndrome do túnel do carpo é a compressão nervosa mais comum. Acomete principalmente MULHERES ≥ 40 ANOS e se associa a MOVIMENTOS MANUAIS REPETITIVOS.
É causada pela compressão do NERVO MEDIANO → com isso, a clínica é de dor e parestesia no punho e nos DEDOS 1, 2 3 E METADE LATERAL DO 4. Pode ter perda de força na mão.
No exame físico podemos fazer os seguintes testes:
- Phalen → reprodução dos sintomas com flexão forçada do punho;
- Tinel → sensação de choque no trajeto do nervo ao percutir o túnel do carpo.
O tratamento geralmente é conservador, estando a cirurgia reservada para casos refratários.
📌 Gestação, hipotireoidismo e artrite reumatóide são condições de risco.
Qual é o tumor mais comum do SNC?
📌 A RESSONÂNCIA é superior à TC para ver lesões de massa em SNC.
As METÁSTASES são os tumores mais comuns do SNC.
Mas, em relação aos PRIMÁRIOS, a ordem de frequência é:
- 1º = MENINGIOMA (é benigno);
- 2º = Glioblastoma multiforme (é maligno).
📌 Extra: o tumor intra-axial mais comum da fossa posterior em adultos é o hemangioblastoma.
📌 O ASTROCITOMA PILOCÍTICO é o mais comum na INFÂNCIA, sendo que a maioria dos tumores nessa faixa etária ocorrem na FOSSA POSTERIOR.
Para termos noção, falaremos um pouco dos tipos citados acima:
1) MENINGIOMA → é o tumor primário do SNC mais comum; é BENIGNO; ocorre principalmente na região SUPRATENTORIAL; e acomete mais as MULHERES.
2) GLIOBLASTOMA MULTIFORME (astrocitoma grau 4) → é o segundo tumor primário mais comum e é o MAIS AGRESSIVO do SNC.
3) METÁSTASES → são os tumores mais comuns no geral, sendo principalmente de PULMÃO e MAMA.
📌 Agora, muita atenção a este conceito importantíssimo → em números absolutos, as principais metástases para o SNC são de neoplasias de pulmão e de mama, como dito acima. Porém, o câncer que PERCENTUALMENTE mais emite metástases para o SNC é o MELANOMA.
Como deve ser a terapia ambulatorial de acompanhamento após um episódio de AVEi trombótico?
AAS + estatina de alta potência + controle da PA.
📌 NÃO há benefício do uso de anticoagulantes!
Quando suspeitamos de um AVE lacunar?
O AVE isquêmico lacunar é um infarto cerebral INFERIOR A 2CM, causado pela oclusão de pequenas artérias perfurantes cerebrais (LENTÍCULO-ESTRIADAS).
Causa HEMIPLEGIA CONTRALATERAL ISOLADA, pois esses ramos irrigam a CÁPSULA INTERNA (local onde passam os axônios dos neurônios motores). Ou seja, NÃO HÁ COMPROMETIMENTO SENSITIVO.
📌 Um acometimento de tálamo geraria um acometimento sensitivo isolado.