Neurologia Flashcards

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1
Q

Lactente de 3 meses chega ao setor de emergência convulsionando há mais de 5 minutos. Qual é a medicação de escolha?

A

A primeira escolha para o tratamento sempre será um BZP, principalmente o DIAZEPAM (via IV ou retal), 10 mg, até 2-3x.

📌 O midazolam é uma opção, mas ele é feito IM, nasal ou bucal.

Para os refratários: FENITOÍNA em bolus (10 mg/kg) → fenitoína contínua → fenobarbital (20 mg/kg) → tiopental ou midazolam ou propofol (paciente precisa estar entubado).

📌 ATENÇÃO! No período NEONATAL (até 28 dias de vida), preferimos o FENOBARBITAL.

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2
Q

Homem de 42 anos queixa-se de cefaléia hemicraniana direita diária há 7 dias, após mudar turno de trabalho para a noite. A dor é lancinante, ocorrendo até 4 episódios por dia de cerca de 1h cada um. No momento do exame, apresenta hiperemia conjuntival e sudorese em hemiface.

Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

Paciente com quadro típico de CEFALÉIA EM SALVAS. O tratamento agudo é feito com OXIGENIOTERAPIA e triptanos.

A profilaxia é feita com VERAPAMIL e está indicada desde a 1ª crise.

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3
Q

Paciente de 75 anos queixa-se de tremor em membros superiores, percebido principalmente em repouso e mais intenso do lado direito. Ao exame, observa-se discreta rigidez e bradicinesia. Não há instabilidade postural durante a avaliação da marcha.

Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

O diagnóstico desse paciente é de SÍNDROME PARKINSONIANA, sendo a Doença de Parkinson a principal causa. Para o diagnóstico, é necessário BRADICINESIA (obrigatória) + pelo menos 2 manifestações cardinais:

  • TREMOR DE REPOUSO (tipicamente ASSIMÉTRICO na doença de Parkinson)
  • RIGIDEZ
  • INSTABILIDADE POSTURAL

📌 Por sua vez, tremor do tremor essencial costuma ser mais em ação ou postural.

Essa doença é causada por degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra mesencefálica.

O tratamento é feito com LEVODOPA (precursor da dopamina que controla a bradicinesia) +- BIPERIDENO (anticolinérgico que ajuda no controle do tremor).

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4
Q

Mulher de 68 anos, hipertensa e diabética. Apresentou subitamente, há 5 horas, cefaleia holocraniana de moderada intensidade, acompanhada de hemiparesia completa grau 3 à direita, hemihipoestesia e disartria.

TC de crânio realizada na urgência não apresenta hiperdensidade, e mostra área de hipoatenuação frontoparietal.

O ECG mostra taquiarritmia irregular de QRS estreito. Qual é a HD e a conduta?

A

Temos uma paciente de alto risco cardiovascular apresentando hemiparesia fascio-braquio-crural direita, de início súbito há 5 horas. A hipótese mais provável é de AVE isquêmico, corroborado pela TC e pelo ECG com FA.

Como ela já ultrapassou 4,5h do início dos sintomas, NÃO há indicação de trombólise. Assim, o tratamento é suportivo:

  • Cabeceira elevada;
  • Hipertensão permissiva: manter < 220:120 mmHg;
  • Devido à etiologia cardioembólica, iniciar anticoagulação plena permanente.

📌 O principal fator de risco para AVE é HAS.

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5
Q

Paciente do sexo feminino, 23 anos, obesa e hipertensa. Queixa-se de cefaléia diária há aproximadamente 2 anos, de piora progressiva. Descreve dor constante, bifrontal e bioccipital, e vem percebendo piora gradativa da acuidade visual. O exame neurológico é normal, exceto por papiledema ao exame de fundo de olho.

Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

MULHER JOVEM com cefaléia progressiva acompanhada de redução da acuidade visual e PAPILEDEMA. A hipótese mais provável é HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA (ou síndrome do pseudotumor cerebral).

O tratamento é feito com ACETAZOLAMIDA, podendo-se utilizar até DVP em casos refratários.

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6
Q

Paciente de 72 anos é trazida à consulta neurológica devido à quadro demencial. Ao exame, apresenta baixo desempenho no mini-mental e presença de ataxia de marcha. Familiares relatam ainda histórico de incontinência urinária.

Qual é a principal HD?

A

Paciente idoso com a tríade clássica de HIDROCEFALIA NORMOBÁRICA (ou de pressão normal) → DEMÊNCIA + ATAXIA + INCONTINÊNCIA URINÁRIA.

Ocorre prejuízo da drenagem liquórica e acúmulo progressivo de líquor (curso insidioso ao longo de meses), causando DILATAÇÃO VENTRICULAR, com pressão normal (VR = 5 a 20cmH2O).

Pode ser confirmada pelo TAP-TEST → melhora do levantar e da marcha do paciente após punção lombar de 30-50mL de LCR → alto VPP mas baixo VPN.

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7
Q

Homem de 52 anos é trazido ao PA com perda de consciência há 3 horas, precedida por cefaléia súbita e intensa, náuseas e vômitos. É tabagista e hipertenso com tratamento irregular.

Ao exame: PA = 170x40, Fc = 92, FR = 18, afebril, inconsciente, não respondendo a estímulos verbais, rigidez de nuca presente, hemiplegia esquerda e ausência de reflexos osteotendinosos esquerdos.

Qual é a provável causa para o quadro?

A

A descrição é típica de AVE hemorrágico: cefaleia “em trovoada” (súbita e muito intensa), associada a diminuição do nível de consciência e déficit neurológico focal. Duas condições poderiam explicar o quadro:

1) Hemorragia intraparenquimatosa: é a mais comum e predomina em pacientes com >50 anos, com HAS ou Alzheimer; tipicamente causa déficits neurológicos focais mais precoces.

2) Hemorragia subaracnóide: mais comum em jovens, devido à ruptura de aneurismas saculares (principal) ou malformação arteriovenosa.

Assim, do ponto de vista epidemiológico, a HD mais provável para esse paciente HIPERTENSO é a ruptura de um MICROANEURISMA de Charcot-Buchat, que causa hemorragia intraparenquimatosa.

O tratamento é basicamente SUPORTIVO, com meta de PAS < 140 mmHg.

📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.

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8
Q

Quais são as características, diagnóstico e tratamento da síndrome de Guillain-Barré?

A

A síndrome de Guillain-Barré é um quadro agudo e autoimune de DESMIELINIZAÇÃO de NERVOS PERIFÉRICOS.

O quadro clássico é de PARALISIA MOTORA FLÁCIDA e ARREFLEXIA de caráter SIMÉTRICO e ASCENDENTE. A punção lombar demonstra dissociação proteino-citológica (HIPERPROTEINORRAQUIA + NORMOCELULARIDADE).

📌 Normalmente há PRESERVAÇÃO de SENSIBILIDADE e ESFÍNCTERS.

O tratamento é feito com IMUNOGLOBULINA, ou plasmaférese.

📌 Corticóides NÃO são eficazes.

Um diagnóstico diferencial é a “paralisia periódica relacionada a hipocalemia”, uma rara doença autossômica dominante que tem a sua fisiopatologia relacionada à hipoK gerada por aumentos séricos de epinefrina e/ou insulina. Nela, vemos crises intermitentes e auto-limitadas de paralisia flácida e arreflexia desencadeadas por estresse ou por dieta rica em carboidratos. O tratamento é repor potássio.

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9
Q

Mulher de 35 anos é atendida com queixa de cefaléia súbita de forte intensidade, com náuseas e vômitos, seguida de perda de consciência. Refere também paresia da perna esquerda, que já melhorou. Nega comorbidades ou episódio prévio de cefaléia semelhante.

Ao exame, está consciente, orientada, sem déficits focais no momento. A TC de crânio não apresenta alterações significativas.

Qual é a HD e qual deve ser a conduta subsequente?

A

Sempre que estivermos diante de um quadro de CEFALÉIA INTENSA E SÚBITA, devemos considerar a possibilidade de HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA). Esta pode, ou não, se acompanhar de síncope, convulsões, náuseas e vômitos, RIGIDEZ DE NUCA (meningite química) ou déficits neurológicos focais (que podem normalizar).

O primeiro passo é a realização de NEUROIMAGEM, como foi feito no caso, para confirmar se tratar de um AVE hemorrágico.

Entretanto, até 5% dos pacientes com HSA pode ter a TC normal (Fisher 1). Nesse caso, deve-se realizar PUNÇÃO LOMBAR. Na presença de HSA, serão encontradas hemácias ou xantocromia no LCR.

📌 É importantíssimo realizar o TRATAMENTO INTERVENCIONISTA (embolização por angiografia ou clipagem cirúrgica aberta).

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10
Q

Paciente de 36 anos do sexo feminino queixa-se de visão dupla há 3 semanas. Teve melhora do quadro, porém 2 dias depois os sintomas retornaram associados a cansaço e dificuldade para subir as escadas. Ao exame neurológico, apresenta-se vigil, paraparesia crural de predomínio proximal, fala empastada e semiptose palpebral à esquerda.

Qual é a HD provável e qual é o exame para elucidação?

A

A MIASTENIA GRAVIS é uma doença autoimune CONTRA OS RECEPTORES DE ACETILCOLINA (nicotínicos) localizados na PLACA MOTORA, na fenda pós-sináptica. Com isso, causam um bloqueio da transmissão neuromuscular.

A principal característica é a fraqueza muscular que piora com o movimento (FATIGABILIDADE). Também é típico o comprometimento preferencial da musculatura ocular extrínseca (ptose, diplopia e oftalmoparesia), prosseguindo para musculatura bulbar (disartria, fala anasalada, disfagia e fatigabilidade mastigatória).

O exame indicado para confirmação é a ELETRONEUROMIOGRAFIA, que mostra um PADRÃO DECREMENTAL (a estimulação repetitiva resulta em redução da transmissão do estímulo)

📌 A SENSIBILIDADE e os REFLEXOS PROFUNDOS estão PRESERVADOS!

📌 Pode ter relação com o timoma.

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11
Q

Uma mulher de 35 anos queixa-se de dor abdominal e vômitos, associados a urina avermelhada “em vinho do porto” nos últimos dias. Afirma também que começou a se sentir deprimida e ansiosa. Ao exame, está taquicárdica e com sinais de neuropatia periférica. Os sintomas melhoraram após infusão de glicose.

Qual é o diagnóstico?

A

Temos uma paciente com SINTOMAS NEUROLÓGICOS + DOR ABDOMINAL + URINA EM “VINHO DO PORTO” → achados característicos da PORFIRIA INTERMITENTE AGUDA, a forma mais comum de porfiria aguda.

As porfirias são um grupo raro de doenças metabólicas em que há deficiência de certas enzimas na via biossintética do heme. Manifestam-se com crises intermitentes de sintomas abdominais, neuropsiquiátricios (SNC, periférico e autônomo). São desencadeadas por condições que atrapalham o metabolismo hepático de porfirinas:

  • ÁLCOOL;
  • Fármacos, como ANTICONVULSIVANTES;
  • ESTROGÉNO (atividade hormonal cíclica em mulheres jovens e anticoncepcionais hormonais);
  • Infecções, como HCV e HIV.

Há ACÚMULO DE PORFOBILINOGÊNIO NA URINA, que a torna a vermelho-escura quando exposta à luz.

A infusão venosa de GLICOSE e HEME melhora o quadro desta forma de porfiria.

📌 As porfirias são divididas em agudas (na qual a intermitente aguda, descrita acima, é a mais comum) e em cutâneas (porfiria cutânea tarda é forma mais comum).

Sobre a PORFIRIA CUTÂNEA TARDA, saiba que temos lesões BOLHOSAS, cicatrizes, lesões esclerodermiformes e HIPERTRICOSE. As lesões PIORAM COM A EXPOSIÇÃO SOLAR (logo, predominam em regiões foto-expostas). O tratamento é feito com FLEBOTOMIAS (para retirar o excesso de ferro). Também pode ser usada a cloroquina em baixas doses (mas cuidado… doses maiores pioram o quadro).

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12
Q

Um paciente em situação de rua é levado à UPA com quadro de confusão mental, oftalmoplegia com nistagmo e ataxia cerebelar de instalação aguda.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Temos a tríade clássica da ENCEFALOPATIA DE WERNICKE (ATAXIA + NISTAGMO + CONFUSÃO MENTAL), um quadro agudo e reversível causado pela deficiência de TIAMINA (vitamina B1). É comum em ETILISTAS.

O tratamento é feito com a reposição de TIAMINA + GLICOSE.

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13
Q

Como é realizado o tratamento do Alzheimer?

A

O Alzheimer não tem cura, mas o tratamento visa à redução da velocidade de progressão.

A 1ª opção de tratamento são os INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE → RIVASTIGMINA (a mais usada), DONEPEZILA (a mais eficaz) e galantamina.

Em quadros demenciais moderados a avançados, podemos associar antagonistas do receptor de glutamato (NMDA) → MEMANTINA.

📌 Alzheimer é a principal causa de demência no mundo.

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14
Q

Quais são as principais diferenças entre a migrânea e a cefaleia tensional?

A

CEFALEIA TENSIONAL (é a mais comum):

  • LEVE a moderada (dificilmente limita atividades);
  • Dura 30MINS a 7 DIAS;
  • Em APERTO e BILATERAL (normalmente holocraniana);
  • Não agrava com os esforços;
  • Presença destes dois itens: ausência de náuseas/vômitos; fotofobia OU fonofobia (apenas uma destas fobias pode estar presente).

MIGRÂNEA:

  • Moderada a GRAVE (pode limitar atividades);
  • Dura 4 A 72 HORAS;
  • PULSÁTIL e UNILATERAL;
  • PIORA com ESFORÇOS;
  • Pelo menos um dos seguintes: náuseas E/OU vômitos; fotofobia E fonofobia.

📌 A migrânea com aura é chamada de “clássica” e a sem de “comum”.

📌 Ambas são mais comuns em mulheres, mas a migrânea é ainda mais.

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15
Q

Quais são os pré-requisitos para aplicar e como é o protocolo de morte encefálica?

A

PRÉ-REQUISITOS:

  • Mínimo de 6 HORAS DE AVALIAÇÃO no serviço;
  • Causa encefálica conhecida e irreversível;
  • Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
  • Coma não-perceptivo;
  • “Estabilidade fisiológica” → SATo2 > 94%, PAS ≥ 100, T > 35ºC.

PROCEDIMENTO:

  • As avaliações devem ser feitas por DOIS MÉDICOS DIFERENTES, sendo pelo menos um deles especialista em em medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência → NÃO PODEM FAZER PARTE DA EQUIPE DE TRANSPLANTE;
  • Devem ser feitas DUAS BATERIAS DE TESTES SEPARADAS POR 1 HORA (no caso de paciente ≥ 2 anos de idade) com pelo menos UM TESTE DE APNEIA e UM EXAME COMPLEMENTAR que demonstre ausência de fluxo sanguíneo ou de atividade elétrica no encéfalo.

📌 Se o paciente tiver menos que dois anos, as baterias de testes são separadas por 24h (se idade entre 7 dias e 2 meses incompletos) ou 12h (entre 2 meses e 2 anos incompletos).

OBSERVAÇÕES EXTRA:

  • O HORÁRIO DA MORTE É O HORÁRIO EM QUE FOI REALIZADO O SEGUNDO TESTE CLÍNICO.
  • Doação dos órgãos depende de consentimento da família APESAR do falecido ter demonstrado interesse!
  • Morte encefálica é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
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16
Q

Como podemos estimar a localização de um AVE?

📌 Prepare-se, pois esse flashcard é mais denso que suco de abacaxi.

A

Começaremos abordando as artérias cerebrais anterior e média, que fazem parte do sistema vascular CAROTÍDEO (ANTERIOR), que se inicia-se com a carótida interna.

ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR:

  • Irriga a PORÇÃO MEDIAL E ANTERIOR DO LOBO FRONTAL;
  • Clínica clássica = HEMIPLEGIA contralateral de predomínio CRURAL (acomete mais MMII).

ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA:

  • É a principal artéria do SNC e a MAIS ACOMETIDA EM AVEs ISQUÊMICOS;
  • Clínica clássica = HEMIPARESIA ou HEMIPLEGIA de predomínio FASCIOBRAQUIAL (face e MMSS) → CONTRALATERAL em face e corpo.

📌 A lesão na a. cerebral média também pode gerar desorientação direita-esquerda, acalculia e alexia. Outra alteração muito lembrada é a AFASIA, que pode ser de diversos tipos:

  • Afasia de WERNICKE ou afasia SENSITIVA → acomete a região POSTERIOR do hemisfério ESQUERDO (local responsável pela RECEPÇÃO);
  • Afasia de BROCA ou afasia MOTORA → acomete as regiões FRONTAIS dos hemisférios (locais responsáveis pela EXPRESSÃO).

Em resumo, ambas cursam com dificuldade para falar. Porém, o paciente com afasia de Wernicke não consegue compreender uma mensagem nem dita e nem escrita (afinal, tem dificuldade na recepção). Por sua vez, o paciente com afasia de Broca consegue entender a comunicação falada ou escrita dirigida a ele (afinal, tem dificuldade apenas na expressão).

📌 Dica: associe ‘broca’ à furadeira, que tem motor.

Agora, passaremos para o sistema VERTEBROBASILAR (POSTERIOR), que se inicia com a artéria vertebral, que forma a basilar.

ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR:

  • Irriga o LOBO OCCIPITAL;
  • Clínica clássica = CEGUEIRA cortical ou déficit de visão.
  • Pode apresentar também DESVIO DO OLHAR CONJUGADO, ou seja, olhar para o lado da lesão no cérebro, logo, para o lado contralateral à hemiplegia (se o olhar for para o lado da hemiplegia, fala a favor de lesão na ponte ou no tálamo).

TERRITÓRIO VERTEBROBASILAR:

  • As síndromes do TRONCO ENCEFÁLICO apresentam-se de forma IPSILATERAL NA FACE e CONTRALATERAL NO CORPO;
  • Diante do acometimento de PONTE ou BULBO → síndrome VESTIBULAR ou CEREBELAR se pontina ou bulbar.

📌 Uma forma mais específica é analisar o nervos cranianos acometidos:

  • Mesencéfalo (a. cerebral posterior) → n. oculomotor (3º NC);
  • Ponte (a. basilar) → trigêmio (5º), abducente (6º), facial (7º) e vestibulococlear (8º);
  • Bulbo → glossofaríngeo (9º), vago (10º) e hipoglosso (12º).
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17
Q

Qual estrutura se rompe na…

  • Hemorragia subaracnóide;
  • Hemorragia intraparenquimatosa;
  • Hemorragia subdural;
  • Hemorragia epidural.
A

1) Hemorragia SUBARACNÓIDE → ruptura de um ANEURISMA SACULAR (faixa etária entre 35-55 anos) ou de uma malformação vascular arteriovenosa (entre 10-30 anos) no espaço subaracnoideo;

📌 A ruptura de aneurisma sacular é a causa mais comum de HSA e ocorre principalmente na artéria comunicante anterior.

2) Hemorragia INTRAPARENQUIMATOSA → ruptura dos MICROANEURISMAS DE CHARCOT-BOUCHARD (associada à HAS) ou angiopatia amilóide (idosos do Alzheimer);

📌 Dentre as causas de AVE hemorrágico, a hemorragia intraparenquimatosa é mais comum do que a subaracnóidea.

3) Hemorragia SUBDURAL → lesão das VEIAS PONTINAS.

📌 A hemorragia subdural é a forma mais frequente de lesão neurológica focal.

4) Hemorragia EPIDURAL → lesão de ramos da ARTÉRIA MENÍNGEA (normalmente por trauma no osso temporal).

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18
Q

Levando em conta a escala NIHSS, quando podemos realizar a trombólise em um AVE isquêmico?

A

A escala chamada NIHSS varia de 0 a 42 pontos e mensura a gravidade do AVE (quanto maior a pontuação, mais grave).

A pontuação que permite a trombólise é de 5 OU MAIS! Também podemos considerar realizar a trombólise em NIHSS ≤ 4 mas com déficit limitante (ex: perda de linguagem ou mão dominante).

Obs: NÃO existe mais limite superior de NIHSS para trombólise (antes era de 5 a 25).

📌. Pontuação de ≤ 4 caracteriza um “AVE minor”.

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19
Q

De uma maneira resumida, como pode ser feito o tratamento das epilepsias?

A

Antes, vamos diferenciar crises generalizadas e focais:

  • Crises GENERALIZADAS → PERDA DE CONSCIÊNCIA (exceto a crise mioclônica), pois a atividade epiléptica atinge AMBOS HEMISFÉRIOS cerebrais → ex: tônicas, clônicas, tônico-clônicas, mioclonias ou de ausência;
  • Crises FOCAIS → atividade epiléptica se restringe a uma área → pode se apresentar com manutenção da consciência (parcial simples) ou com perda (parcial complexa).

📌 Há duas situações na prova que apontam para crise focal:

  • Paralisia de Todd → paresia localizada na região em que houve a crise durante o estado pós-ictal;
  • Marcha Jacksoniana → progressão lenta do foco de uma região do corpo para uma maior.

Mas, voltando à pergunta do flashcard… para não ficar completamente perdido na prova, guarde as seguintes possibilidades de uso do anticonvulsivantes:

  • Crises focais = carbamazepina;
  • Crises generalizadas = ácido valproico (v”ALL”proato);
  • Crise de ausência = etossuximida ou ácido valproico (lembrar que é uma crise generalizada);
  • Estado de mal epiléptico = BZP → fenitoína → fenobarbital;
  • Epilepsia mioclônica juvenil = ácido valproico (fenitoína e carbamazepina são contraindicadas);
  • Dor crônica e neuropática = gabapentina.

📌 A lamotrigina é usada como tratamento adjunto em crises focais e crises tônico-clônicas generalizadas.

📌 NA DÚVIDA, ESCOLHA O ÁCIDO VALPRÓICO!!!

📌 FENOBARBITAL é a medicação de escolha no período NEONATAL.

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20
Q

Diante de uma migrânea com ≥ 72h de duração e sem melhora com o uso de analgésicos simples, AINEs e metoclopramida, qual das opções abaixo é interessante como próximo passo?

  • Morfina;
  • Tramadol;
  • Dexametasona;
  • Clorpromazina.
A

Diante de um quadro de migrânea prolongado (≥ 72h) e refratário, os CORTICÓIDES (como a DEXAMETASONA e a metilprednisolona) são opções interessantes.

A clorpromazina seria interessante em quadros refratários < 72h.

Já o tramadol e a morfina não são indicados no tratamento da enxaqueca.

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21
Q

Quais são as metas pressóricas em um paciente com AVE…

  • Isquêmico com indicação de trombólise;
  • Isquêmico sem indicação de trombólise;
  • Hemorrágico.
A
  • Isquêmico com indicação de trombólise → ≤ 185x110 (devendo manter < 180x105 nas primeiras 24h após a trombólise);
  • Isquêmico sem indicação de trombólise → < 220x120;
  • Hemorrágico → PAS < 140.

📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.

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22
Q

Qual é a clínica da síndrome do túnel do carpo?

A

A síndrome do túnel do carpo é a compressão nervosa mais comum. Acomete principalmente MULHERES ≥ 40 ANOS e se associa a MOVIMENTOS MANUAIS REPETITIVOS.

É causada pela compressão do NERVO MEDIANO → com isso, a clínica é de dor e parestesia no punho e nos DEDOS 1, 2 3 E METADE LATERAL DO 4. Pode ter perda de força na mão.

No exame físico podemos fazer os seguintes testes:

  • Phalen → reprodução dos sintomas com flexão forçada do punho;
  • Tinel → sensação de choque no trajeto do nervo ao percutir o túnel do carpo.

O tratamento geralmente é conservador, estando a cirurgia reservada para casos refratários.

📌 Gestação, hipotireoidismo e artrite reumatóide são condições de risco.

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23
Q

Qual é o tumor mais comum do SNC?

A

📌 A RESSONÂNCIA é superior à TC para ver lesões de massa em SNC.

As METÁSTASES são os tumores mais comuns do SNC.

Mas, em relação aos PRIMÁRIOS, a ordem de frequência é:

  • 1º = MENINGIOMA (é benigno);
  • 2º = Glioblastoma multiforme (é maligno).

📌 Extra: o tumor intra-axial mais comum da fossa posterior em adultos é o hemangioblastoma.

📌 O ASTROCITOMA PILOCÍTICO é o mais comum na INFÂNCIA, sendo que a maioria dos tumores nessa faixa etária ocorrem na FOSSA POSTERIOR.

Para termos noção, falaremos um pouco dos tipos citados acima:

1) MENINGIOMA → é o tumor primário do SNC mais comum; é BENIGNO; ocorre principalmente na região SUPRATENTORIAL; e acomete mais as MULHERES.

2) GLIOBLASTOMA MULTIFORME (astrocitoma grau 4) → é o segundo tumor primário mais comum e é o MAIS AGRESSIVO do SNC.

3) METÁSTASES → são os tumores mais comuns no geral, sendo principalmente de PULMÃO e MAMA.

📌 Agora, muita atenção a este conceito importantíssimo → em números absolutos, as principais metástases para o SNC são de neoplasias de pulmão e de mama, como dito acima. Porém, o câncer que PERCENTUALMENTE mais emite metástases para o SNC é o MELANOMA.

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24
Q

Como deve ser a terapia ambulatorial de acompanhamento após um episódio de AVEi trombótico?

A

AAS + estatina de alta potência + controle da PA.

📌 NÃO há benefício do uso de anticoagulantes!

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25
Q

Quando suspeitamos de um AVE lacunar?

A

O AVE isquêmico lacunar é um infarto cerebral INFERIOR A 2CM, causado pela oclusão de pequenas artérias perfurantes cerebrais (LENTÍCULO-ESTRIADAS).

Causa HEMIPLEGIA CONTRALATERAL ISOLADA, pois esses ramos irrigam a CÁPSULA INTERNA (local onde passam os axônios dos neurônios motores). Ou seja, NÃO HÁ COMPROMETIMENTO SENSITIVO.

📌 Um acometimento de tálamo geraria um acometimento sensitivo isolado.

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26
Q

V ou F?

“Não devemos administrar anticoagulantes ou antiagregantes nas primeiras 24 horas após o procedimento trombolítico”

A

VERDADEIRO! Há risco de transformação hemorrágica.

27
Q

Decoreba: descreva a escala de Fisher.

A

A escala de FISHER é utilizada para quantificar via TC as HEMORRAGIAS SUBARACNÓIDEAS:

  • Grau 1 → AUSÊNCIA de sangue (o diagnóstico foi feito por punção lombar);
  • Grau 2 → lâmina fina (< 1 MM) de sangue;
  • Grau 3 → lâmina ≥ 1 MM;
  • Grau 4 → hemorragia VENTRICULAR e/ou INTRACEREBRAL.

📌 Lembrando que a principal complicação da HSA é o VASOESPASMO, que ocorre principalmente dos DIAS 3 a 14. Por isso, devemos dar aos pacientes NIMODIPINO (é um BCC) para neuroproteção e realizar DOPPLER transcraniano diariamente.

28
Q

Quais são o nível esperado de lesão nervosa para os seguintes quadros clínicos:

  • A) Perda de sensibilidade em região anterior da coxa, com perda de força muscular do quadríceps e hiporreflexia patelar.
  • B) Perda de sensibilidade na região posterior da coxa, com preservação de força no quadríceps.
  • C) Acometimento da região anterior e medial da coxa, com reflexo patelar preservado;
  • D) Acometimento de posterior de coxa e região glútea;
  • E) Acometimento de coxa e perna anteriormente, com acometimento do joelho.
A

Os segmentos LOMBARES inervam principalmente o membro inferior ANTERIORMENTE (exceto na região genital) e têm o percurso de SUPERIOR PARA INFERIOR e de MEDIAL PARA LATERAL, como se fosse um ponteiro de relógio apontando para 5h quando vemos um corpo de frente. Assim, temos aproximadamente as seguintes áreas:

  • L1 → virilha e região do pulso femoral (mas não na região genital);
  • L2 → coxa súpero-medial (ÍLEO-PSOAS);
  • L3 → porção central ântero-medial da coxa (QUADRÍCEPS);
  • L4 → porção ântero-lateral da coxa → passa pelo JOELHO → porção ântero-medial da perna e dos pés (TIBIAL ANTERIOR);
  • L5 → porção ântero-lateral da perna e medial dos pés (HÁLUX).

📌 Também invervam um pouco a parte posterior, sendo responsáveis pela região lombar e pela região póstero-lateral da coxa (esta última pelo L5).

Já os dermátomos SACRAIS inervam o membro inferior POSTERIORMENTE, sendo que avançam em DIREÇÃO AO ÂNUS. Temos as seguintes áreas, aproximadamente:

  • S1 → porção lateral dos pés e porção central-posterior da perna (PANTURRILHA);
  • S2 → fossa poplítea, POSTERIOR DE COXA e região genital;
  • S3 → região glútea medial;
  • S4 e S5 → PERIANAL.

FINALMENTE, vamos voltar às perguntas:

  • A) Perda de sensibilidade em região anterior da coxa, com perda de força muscular do quadríceps e hiporreflexia patelar → L3-L4.
  • B) Perda de sensibilidade na região posterior da coxa, com preservação de força no quadríceps → S1-S2.
  • C) Acometimento da região anterior e medial da coxa, com reflexo patelar preservado → L2-L3.
  • D) Acometimento de posterior de coxa e região glútea → S2-S3.
  • E) Acometimento de coxa e perna anteriormente, com acometimento do joelho → L4-L5.
29
Q

Do que se trata da síndrome da cauda equina?

A

A síndrome da cauda equina é caracterizada pela PERDA MOTORA, SENSITIVA E REFLEXA DE L4-L5 A S5.

A clínica envolve paraparesia, ANESTESIA EM SELA (sacral), ausência dos reflexos sacrais e do TÔNUS RETAL, ARREFLEXIA em MMII, ausência de sinal de Babinski e DISFUNÇÃO ESFINCTERIANA (especialmente a BEXIGA NEUROGÊNICA).

30
Q

Diferencie as lesões de medula cervical completa e incompleta

A

Lesão COMPLETA → é denominada SÍNDROME DA SECÇÃO MEDULAR → provoca TETRAPLEGIA, INSENSIBILIDADE em todos os dermátomos abaixo, perda dos reflexos tendinosos e da função neurológica sacral → BEXIGA NEUROGÊNICA e DISFUNÇÃO RETAL (com continência fecal).

As lesões INCOMPLETAS têm FUNÇÃO SACRAL PRESERVADA e MELHOR PRONÓSTICO. São descritas 3 síndromes:

  • Síndrome CENTROMEDULAR → perda de força e de sensibilidade em MMSS, geralmente POUPANDO MMII;
  • Síndrome medular ANTERIOR (síndrome de Adamkiewicz) → INFARTO medular por acometimento da artéria espinal anterior (poupa apenas tratos posteriores) → TETRAPLEGIA e INSENSIBILIDADE DOLOROSA E TÉRMICA, mas SEM AFETAR as sensibilidades TÁTIL, PROPRIOCEPTIVA E VIBRATÓRIA (que são conduzidas pelos cordões posteriores da medula);
  • Síndrome de BROWN-SEQUARD → HEMISSECÇÃO MEDULAR geralmente causada por trauma direto por ARMA BRANCA → HEMIPLEGIA + PERDA DE PROPRIOCEPÇÃO IPSILATERAL com INSENSIBILIDADE DOLOROSA CONTRALATERAL.
31
Q

Qual dermátomo inerva os mamilos? E o umbigo?

A
T4 = mamilos;
T10 = umbigo.
32
Q

Mulher de 36 anos, obesa e asmática com controle irregular, apresenta episódios de cefaleia, 1 a 2x por semana, de forte intensidade, hemicrania direita, latejante, com náuseas e fotofobia associadas, com 12 a 24h de duração, aliviados com o uso de paracetamol e ibuprofeno associados.

As crises têm sido mais frequentes nos últimos meses e que, em algumas situações, a medicação não consegue aliviar.

Qual das alternativas a seguir é a melhor para o tratamento preventivo nessa paciente?

  • Topiramato;
  • Flunarizina;
  • Amitriptlina;
  • Propranolol.
A

Estamos diante de um quadro de MIGRÂNEA. Certamente devemos estar atentos para realizar o tratamento PROFILÁTICO caso os episódios fiquem frequentes (≥ 3x/MÊS).

Não usaremos propranolol pois ela é asmática descontrolada.

A flunarizina é menos utilizada e deve ser reservada para pacientes idosos e/ou tabagistas, que possuem contraindicações às medicações habituais.

Não usaremos a amitriptilina pois ela aumenta o peso, sendo que a paciente já é obesa.

Nossa escolha, então, será pelo TOPIRAMATO.

📌 Uma contraindicação ao topiramato seria a HP de nefrolitíase.

33
Q

Diante de um LCR sanguinolento, como podemos diferenciar acidente de punção e HSA?

A

É simples: pegue 3 frascos de LCR e analise qual está mais sanguinolento:

  • Se for o PRIMEIRO → provavelmente é acidente de punção;
  • TODOS IGUAIS → provavelmente é HSA.
34
Q

Quais são as indicações cirúrgicas no AVE hemorrágico intraparenquimatoso?

A
  • Hematoma CEREBELAR > 3 CM ou entre 1-3 com repercussão neurológica;
  • Hematoma lobar ou putaminal volumoso (EFEITO DE MASSA)
35
Q

Qual a conduta que deve ser feita precocemente em casos de HSA por ruptura de aneurisma sacular?

A

Terapia endovascular (embolização) ou cirúrgica aberta (clipagem do aneurisma).

📌 Lembrando que a principal complicação da HSA é o VASOESPASMO, que ocorre principalmente dos DIAS 3 a 14. Por isso, devemos dar aos pacientes NIMODIPINO (é um BCC) para neuroproteção e realizar DOPPLER transcraniano diariamente.

36
Q

Qual é a principal indicação da terapia endovascular (trombectomia mecânica) no AVE?

A

Paciente com acometimento de ARTÉRIA CALIBROSA (carótida interna ou porção M1 da cerebral média), RANKIN PRÉVIO 0 ou 1, NIHSS ≥ 6, ASPECTS ≥ 6 e ICTUS ≤ 6h (“regra dos 6”). Para ver o local de acometimento, deverá ser feita uma angioTC ou angioRNM.

📌 Casos selecionados ainda podem ser feitos até 12h, mas dependem de realização de exames de imagem de pouca disponibilidade para melhor avaliação da área de penumbra (TC de perfusão ou RNM de difusão).

37
Q

Qual é a forma clínica mais comum de esclerose múltipla? Cite dois sinais que podemos encontrar.

A

A esclerose múltipla é uma doença AUTOIMUNE crônica DESMIELINIZANTE da SUBSTÂNCIA BRANCA DO SNC que acomete principalmente ADULTOS JOVENS, principalmente MULHERES em idade fértil.

Pode causar diversas ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS, mas destacaremos três:

  • NEURITE ÓPTICA;
  • Síndrome do PRIMEIRO NEURÔNIO MOTOR → paresia ESPÁSTICA + HIPERREFLEXIA;
  • Parestesias.

Existem dois sinais costumeiramente lembrados:

  • Sinal de UHTHOFF → piora no calor;
  • Sinal de LHERMITTE → sensação de choque na coluna com a flexão cervical.

A forma clínica mais comum é a “RECORRENTE REMITENTE”, que é a ocorrência de surtos de sintomas (durando dias ou semanas) com remissão espontânea ou melhora após tratamento.

Podemos fazer o diagnóstico clínico da seguinte forma:

  • Envolvimento de ≥ 2 áreas distintas do SNC;
  • Presença da lesões ≥ 24 horas;
  • Intervalo > 1 mês entre o surgimento das lesões.

O principal exame complementar é a RESSONÂNCIA magnética, que pode revelar placas esbranquiçadas periventriculares, bilaterais e simétricas. Na eletroforese de proteínas do LCR podemos achar encontrar bandas oligoclonais de IgG.

O tratamento dos surtos é feito com PULSOTERAPIA de corticoides, sendo a plasmaférese outra opção. O controle a longo prazo envolve o uso de imunossupressores.

38
Q

Homem, 54 anos, comparece ao ambulatório de Neurologia em cadeira de rodas. Estava assintomático até 6 meses atrás, quando começou a evoluir progressivamente com: mudança de humor; esquecimento e crise convulsiva (mioclonias). RNM: hiperintensidade em tálamo e núcleos da base.

Qual é a HD?

A

A doença de CREUTZFELDT-JAKOB, também conhecida como doença da “vaca louca”, aparece como um quadro DEMENCIAL e/ou ANORMALIDADES COMPORTAMENTAIS de RÁPIDA EVOLUÇÃO + MIOCLONIAS (característica mais marcante) + manifestações CEREBELARES + sinais PIRAMIDAIS e EXTRAPIRAMIDAIS.

Podemos ver na RNM HIPERINTENSIDADE em TÁLAMO e núcleos da BASE.

📌 Notificação compulsória SEMANAL.

39
Q

Como é feito o tratamento da cefaleia desencadeada por abuso de analgésicos?

A

São 3 pilares:

  • Suspensão do analgésico em abuso;
  • Terapia de ponte por 5-7 dias com AINE ou glicocorticóide;
  • Iniciar tratamento profilático da cefaleia primária.
40
Q

Tétrade da síndrome de Horner

A

As manifestações da Síndrome de Horner são MIOSE + PTOSE + ANIDROSE + ENOFTALMIA (“afundamento do olho na órbita”), todos IPSILATERAIS à invasão da cadeia simpática.

📌 Normalmente está associado na prova à síndrome de Pancoast, muitas vezes vinculada ao CEC de pulmão.

41
Q

Como diferenciamos clinicamente a paralisia facial periférica e a central?

A

CENTRAL = perda do sulco labial e desvio da rima labial para o lado preservado (“central = CEN TeR acometimento ALto”).

PERIFÉRICA = IPSILATERAL TOTAL (“PEriférica PEga tudo”).

📌 O acometimento é ipsilateral no AVE de tronco (em que o acometimento de membros é contralateral). Porém é contralateral no AVE cortical (assim como o de membros).

42
Q

Diante de uma cefaleia, quando pensamos em hemicrania paroxística?

A

Por também fazer parte das cefaleias TRIGÊMINO-AUTONÔMICAS, a hemicrania paroxística tem achados parecidos com a cefaléia em salvas → crises de dor unilateral; forte; orbital, supraorbital ou temporal; com hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese, miose, ptose e/ou edema palpebral, ipsilaterais à dor.

Mas, tem algumas peculiaridades:

  • Incidência igual entro os sexos → mas, para diferenciar da cefaleia em salvas (mais comum em homens), a banca costuma cobrar uma MULHER JOVEM;
  • Ocorre MAIS VEZES durante o dia (≥ 5x) e com MENOR DURAÇÃO (2-30min);
  • Resposta dramática à INDOMETACINA.
43
Q

Miopia vs. hipermetropia vs. presbiopia vs. astenopia

A

MIOPIA (principalmente pré-adolescentes) → OLHO LONGO → imagem é formada ANTES da retina → dificuldade para ver de LONGE → tratamento = lentes CÔNCAVAS (ou divergentes ou negativas).

📌 MIOPIA favorece à formação de GLAUCOMA de ângulo aberto.

HIPERMETROPIA (principalmente adultos) → OLHO CURTO → imagem é formada APÓS a retina → dificuldade para ver de PERTO → tratamento = lentes CONVEXAS (ou convergentes ou positivas).

PRESBIOPIA (principalmente adultos velhos e idosos) → distúrbio de ACOMODAÇÃO → apresenta ASTENOPIA e dificuldade para ver de PERTO (quem tem presbiopia desenvolve hipermetropia mais cedo e atrasa ou impossibilita o surgimento da miopia) → tratamento = lentes CONVEXAS (ou convergentes ou positivas).

📌 ASTENOPIA é a famosa “VISTA CANSADA” → fadiga, desconforto ocular e cefaleia desencadeada pela leitura.

44
Q

Marcha atáxica vs. anserina vs. Parkinsoniana vs. escarvante vs. talonante vs. ceifante

A

ATÁXICA (relação com lesão CEREBELAR, que pode até ser causada por etilismo) = base LARGA, junto com desequilíbrio dinâmico.

ANSERINA (relação com FRAQUEZA PÉLVICA) = anda com a pelve “SAMBANDO”.

PARKINSONIANA = passos CURTOS e sem movimentação dos braços.

ESCARVANTE (relação com NEUROPATIA PERIFÉRICA) = ARRASTA A PONTA DO PÉ.

TALONANTE (relação com déficit de PROPRIOCEPÇÃO, como em lesões dos cordões medulares posteriores) = marcha BATENDO O PÉ com força, pode ter ROMBERG POSITIVO.

CEIFANTE (relação com HEMIPARESIA) = marcha com uma PERNA DURA.

45
Q

Tratamento do TDAH

A

É feito com drogas ESTIMULANTES, sendo o METILFENIDATO (Ritalina) o mais usado.

Tem como efeitos colaterais a redução do apetite, alterações do sono e dor abdominal.

46
Q

Inervação da língua

A

Motor = hipoglosso (XII);

Sensibilidade geral:

  • 2/3 anteriores = TRIGÊMIO (V) ;
  • 1/3 posterior = glossofaríngeo (IX).

Gustação:

  • 2/3 anteriores = FACIAL (VII);
  • 1/3 posterior = glossofaríngeo (IX).
47
Q

Quadro clínico e imagem no hematoma SUBDURAL

A

Primeiramente, lembre-se de que o hematoma subdural agudo é o MAIS COMUM.

Ocorre por lesão de VEIAS PONTE, com coleção de sangue entre a dura máter e a aracnóide, formando imagem EM CRESCENTE.

O quadro clínico é PROGRESSIVO.

48
Q

Quadro clínico e imagem no hematoma EPIDURAL

A

Ocorre por lesão de RAMOS DA ARTÉRIA MENÍNGEA. O sangue se acumula entre a dura máter e a calota craniana, formando imagem BICONVEXA.

O quadro clínico típico é de uma concussão, seguida por INTERVALO LÚCIDO e deterioração neurológica súbita.

49
Q

Descreva a tríade de Cushing.

A

Os sinais e sintomas característicos de HIC com iminência de herniação cerebral são → BRADICARDIA + HIPERTENSÃO ARTERIAL + BRADIPNEIA = tríade de Cushing.

50
Q

Como diferenciamos concussão cerebral e lesão axonal difusa (LAD)?

A

Concussão cerebral → perda da consciência < 6 horas.

LAD → perda da consciência ≥ 6 HORAS.

51
Q

Vítima de atropelamento encontra-se em coma, hiperventilando, com respiração profunda e rápida e dilatação pupilar bilateral. Qual é o nível da lesão no SNC?

A

Como a paciente apresenta coma, ventilação profunda e rápida com HIPERVENTILAÇÃO e MIDRÍASE BILATERAL, pensamos em uma lesão em MESENCÉFALO.

📌 Em lesões na PONTE teríamos alterações SENSITIVAS IPSILATERAIS e MOTORAS CONTRALATERAIS. Além disso, lesões pontinas podem cursar com PUPILAS PUNTIFORMES (“pontiformes”) fotorreativas.

📌 O BULBO tem relação com a integração visceral, como o sistema respiratório e o sistema vasomotor. Em pacientes em como com lesão bulbar, podemos ver AUSÊNCIA DE RESPOSTA MOTORA, APNEIA e PUPILAS NÃO-REAGENTES.

OBS: a decussação das pirâmides ocorre no bulbo. Logo, lesões acima do bulbo geram cometimento motor contralateral e abaixo ipsilateral.

Em um paciente não-comatoso, veríamos outras clínicas menos brandas a depende do par craniano acometido.

52
Q

Quais são os principais achados à herniação do uncus?

A

Suspeitamos de herniação de uncus quando temos MIDRÍASE IPSILATERAL à lesão expansiva + HEMIPLEGIA CONTRALATERAL.

Porém, existe um fenômeno que pode estar associado → a síndrome KERNOHAN. Nela, a HEMIPLEGIA SERÁ IPSILATERAL. A midríase continuará sendo ipsilateral.

53
Q

Diante de uma gestante com diagnóstico de epilepsia, qual é a melhor forma de procedermos?

A

O principal conceito é que os malefícios dos remédios são menores que os das convulsões. Logo, podemos manter o tratamento habitual, se possível em MONOTERAPIA na menor dose possível.

Os conceitos mais importantes sobre as medicações são:

  • LAMOTRIGINA PARECE SER A MELHOR.
  • ÁCIDO VALPRÓICO É PROSCRITO.
  • Devemos suplementar ácido fólico 1 a 4mg.
54
Q

Graduação de força muscular

A

Grau 0 = ausência de contração;

Grau 1 = contração muscular sem movimentação articular;

Grau 2 = movimento sem vencer a gravidade;

Grau 3 = movimento que VENCE A GRAVIDADE;

Grau 4 = movimento que vence a gravidade e alguma resistência;

Grau 5 = força normal.

55
Q

Tratamento de ataque isquêmico transitório (AIT)

A

AIT corresponde a déficits neurológicos transitórios sem alterações à imagem. Se houver alteração à imagem, chamamos de AVE minor.

O tratamento envolve:

  • Dupla antiagregação plaquetário por 21 dias: ataque com 300mg AAS + 300mg clopidogrel no primeiro dia, seguidos de AAS 100g + clopidogrel 75mg por mais 20 dias;
  • Depois dos 21 dias, mantém AAS 100mg eternamente;
  • Estatina de alta dose independentemente do nível de LDL.

📌 A DAPT só é indicado no AIT de alto risco (ABCD2 escore ≥ 5).

56
Q

Nome da escala para predizer se uma dor é neuropática

A

LANSS.

Um resultado ≥ 12 favorece uma etiologia neuropática

57
Q

Diagnóstico diferencial entre esclerose múltipla (EM) e neuromielite óptica (NMO)

A

A EM é mais COMUM e predomina em MULHERES BRANCAS. Já NMO é mais RARA e predomina em MULHERES AFRO-DESCENDENTES.

Os sintomas podem ser muito parecidos, mas na NMO chama atenção a síndrome da ÁREA POSTREMA (náuseas, VÔMITOS e SOLUÇOS inexplicados). Na NMO, os ATAQUES costumam ser MAIS GRAVES e com RECUPERAÇÃO INCOMPLETA após.

No laboratório, a EM apresenta mais bandas oligoclonais no LCR. A NMO pode ter um específico ANTICORPO ANTI-AQUAPORINA-4.

Na RNM DE ENCÉFALO da EM, podemos ver sinais hiperintensos em formato de dedo (DAWSON FINGERS), que são ovoides e PERPENDICULARES AO VENTRÍCULO. Já na NMO, os achados podem ser mais “ABERRANTES” e difusos.

Na RNM de NERVO ÓPTICO da EM, normalmente o acometimento é UNILATERAL, acometendo < 50% do nervo e principalmente no CENTRO. Na NMO, pode ser BILATERAL, acometer > 50% e com predomínio na margem POSTERIOR do nervo.

Na RNM ESPINAL da EM, podem ser vistas VÁRIAS LESÕES de CURTA EXTENSÃO e com predomínio PERIFÉRICO. Já na NMO, tende a ter uma LESÃO ÚNICA, EXTENSA (≥ 3 VÉRTEBRAS) e CENTRAL.

📌 Cuidado: o predomínio da NMO é central na medula mas periférico no nervo óptico. O contrário vale para a EM.

58
Q

Qual par craniano faz abdução e qual faz adução do olho?

A

Abdução = VI (abducente)

Adução = III (oculomotor)

59
Q

Cite três causas de miopatia que podem cursar SEM elevação de CPK

A

Atenção: é “podem” e não certeza.

  1. Tireoidopatias;
  2. Hipercortisolismo;
  3. Doença por corpúsculos de inclusão.

📌 O protótipo da doença por CORPÚSCULOS DE INCLUSÃO é um HOMEM > 50 ANOS com FRAQUEZA PROXIMAL EM MMII e DISTAL EM MMSS (“não consegue levantar da cadeira segurando um copo”).

60
Q

Diferença clínica marcante entre miastenia gravis e síndrome de Eaton Lambert

A

Apesar de ambas envolverem problemas na interface acetilcolina/transmissão neuromucular, a fraqueza na MG PIORA com o ESFORÇO e na EL MELHORA.

📌 A síndrome de EL normalmente está associada ao câncer pulmonar de pequenas células.

61
Q

Diferenças clínicas marcantes do botulismo em relação à miastenia gravis

A

AMBAS podem causar DISFUNÇÃO BULBAR, causando alterações simétrica de nervos cranianos: disfagia, diplopia, disartria, etc.

O BOTULISMO costuma ter uma PROGRESSÃO CRÂNIO-CAUDAL e PRÓXIMO-DISTAL de perda de força. Além disso, pode acometer também a MUSCULATURA DA PUPILA.

Um achado na ENMG do botulismo, assim como na síndrome de Eaton-Lambert, é o PADRÃO INCREMENTAL. Já a MG tem padrão decremental.

62
Q

Cite duas peculiaridades clássicas do botulismo para o diferencias da Sd. de Guillain Barre

A
  1. DISFUNÇÃO BULBAR, causando alterações simétrica de nervos cranianos: disfagia, diplopia, disartria, etc;
  2. PROGRESSÃO CRÂNIO-CAUDAL e PRÓXIMO-DISTAL de perda de força.
63
Q

Tríade da síndrome de Miller Fisher

A

Trata-se de uma variante da síndrome de Guillain Barre que é marcada pela tríade OFTALMOPLEGIA + ATAXIA + ARREFLEXIA.

📌 Anticorpos anti-GQ1b estão presentes em 85-90% dos pacientes.

Diagnósticos diferenciais possíveis são a síndrome de Wernicke (em que normalmente os pacientes tem nistagmo e encefalopatia) e miastenia gravis.

64
Q

O que á síndrome da dor regional complexa?

A

É uma síndrome de patogênese incerta, mais comumente desencadeada após trauma ou acometimento de partes moles (mas muitas vezes não vemos um trigger), caracterizada por acometimento DISTAL em um membro com:

  1. DOR GRANDE DESPROPORCIONAL aos achados;
  2. Sintomas VASOMOTORES;
  3. SUDORESE/EDEMA;
  4. Alteração de trofismo motor.