Geriatria Flashcards
Como é feito o diagnóstico de síndrome de FRAGILIDADE na geriatria?
Critérios de Linda Fried:
- Redução da força de preensão palmar.
- Redução da velocidade de marcha (<0,8m/s).
- Perda de peso não intencional > 5% em 1 ano.
- Sensação de exaustão.
- Baixa atividade física.
Diagnósticos:
- ≥ 3 = FRÁGIL.
- 1 a 2 = pré-frágil.
- 0 = não frágil.
Como é feito o diagnóstico de síndrome de IMOBILIDADE na geriatria?
Critérios maiores:
- Déficit cognitivo moderado a grave;
- Múltiplas contraturas.
Critérios menores:
- Sofrimento cutâneo;
- Disfagia;
- Incontinência (fecal e urinária);
- Afasia.
📌 Diagnóstico = 2 maiores + 2 menores.
De maneira resumida, como fazemos o diagnóstico diferencial entre síndrome de fragilidade vs. síndrome de imobilidade?
Nas questões, normalmente, a síndrome de FRAGILIDADE mostrará um idoso com QUEDA NO DESEMPENHO FÍSICO → marcha lenta, perda de peso, baixa atividade física, sensação de exaustão e redução na força de preensão palmar.
Por sua vez, a síndrome de IMOBILIDADE aparecerá na questão como um comprometimento mais acentuado de “IDOSO ACAMADO” → demência, CONTRATURAS, sofrimento cutâneo, disfagia, incontinência e afasia.
Descreva os principais parâmetros de normalidade em relação à nutrição em um idoso.
Na geriatria, o IMC ideal é de 22 a 27 (e não de 18,5 a 25).
Além disso, também são normais uma circunferência de panturrilha ≥ 31cm e uma pontuação no MAN (mini-avaliação nutricional) > 23,5.
Quais são as principais escalas usada em geriatria para avaliar a dependência funcional do idoso?
A escala de KATZ é utilizada para avaliar a dependência para as ATIVIDADES BÁSICAS DIÁRIAS, tais como comer, tomar banho e vestir-se. Ou seja, diz respeito à para as tarefas essenciais individuais. A pontuação vai de 0 a 6, sendo:
- 0 a 2 = muito dependente;
- 3 a 4 = moderadamente dependente;
- 5 a 6 = independente.
Já a escala de LAWTON avalia a dependência para as ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DIÁRIAS, como passar roupa, cuidar das finanças, fazer compras e cozinhar. Logo, reflete mais a capacidade de interação em comunidade. A pontuação vai de 0 a 27, sendo:
- ≤ 9 = totalmente dependente.
- 10 a 15 = dependência grave.
- 16 a 25 = dependência moderada.
- 21 a 25 = dependência leve.
- 25 a 27 = independente.
Como é difícil de decorar esses valores, entenda que:
- Katz pontua até 6 e Lawton até 27.
- Quanto maior for a pontuação, melhor (mais independente é o idoso).
Na geriatria, como podemos avaliar o idoso quanto à possibilidade de depressão e de demência?
Para avaliar a COGNIÇÃO, podemos utilizar o famoso MINI-MENTAL. Os pontos de corte variam de acordo com a escolaridade, sendo mais alto conforme maior for o nível de estudo. Para a prova, guarde que:
- A pontuação vai de 0 a 30, sendo melhor quão maior for.
- Uma pontuação < 20 CERTAMENTE INDICA COMPROMETIMENTO, visto que é o menor ponto de corte possível (para analfabetos).
Para a avaliação de distúrbio de humor, existe a ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (de YESEVAGE) que pode ter pontuações de 0 a 15, sendo que uma pontuação ≥ 5 APONTA PARA POSSIBILIDADE DE DEPRESSÃO.
Quais são os parâmetros que podemos utilizar para avaliar a capacidade de mobilidade de um idoso?
A mobilidade pode ser avaliada pelo teste de “TIMED UP AND GO”, no qual o idoso se levanta, anda 3 metros, volta e se senta novamente. É considerado NORMAL ≤ 20seg para concluir.
Também podemos avaliar o andar do idoso, sendo normal uma VELOCIDADE DE MARCHA ≥ 0,8m/s.
Como regulamos a dosagem da morfina nos cuidados paliativos?
A dose máxima diária de morfina é de 200mg (mas raramente chegamos a esse nível).
Deve ser prescrita de 4 em 4 horas. Se no intervalo entre essas doses o paciente sentir dor, pode-se utilizar uma dose de resgate equivalente a 10% da dose diária.
No dia seguinte, somaremos a quantidade dada em doses de resgate ao esquema “basal”.
Ex: um paciente usa 40mg/dia e recebeu a dose de resgate de 4mg. No dia seguinte, já começaremos com a dose diária mínima de 44mg.
O que são as diretivas antecipadas de vontade?
São instruções realizadas pelo paciente maior de idade ou menor junto aos seus responsáveis legais, com autonomia e capacidade de decisão preservadas, sobre como devem ser tomadas DECISÕES DE TRATAMENTO MÉDICO QUANDO ESTA PESSOA NÃO TIVER MAIS CONDIÇÕES PARA TAL, ou seus familiares estiverem mais fragilizados nos momentos de maior gravidade da saúde do paciente. Sua aplicação está relacionada com DOENÇAS IRREVERSÍVEIS.
Cabe ao médico REGISTRAR EM PRONTUÁRIO as decisões comunicadas DIRETAMENTE PELO PACIENTE → NÃO EXIGE REGISTRO EM CARTÓRIO OU PRESENÇA DE TESTEMUNHAS.
As diretivas antecipadas do paciente PREVALECERÃO sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive SOBRE OS DESEJOS DA FAMÍLIA. Porém, ao médico é permitido não cumprir as diretivas caso estas estejam em desacordo com o Código de Ética Médica.
📌 Não confunda com a situação de doação de órgãos, na qual a família tem sim que autorizar (mesmo o falecido tendo demonstrado interesse prévio).
Componentes do protocolos SPIKES para comunicação de más-notícias
S - Set Up → preparar a conversa;
P - Perception → avaliar o conhecimento do doente/familiar em relação ao quadro;
I - Invitation → avaliar o quanto o doente/familiar quer saber sobre o quadro;
K - Knowledge → comunicar o conhecimento de forma facilitada;
E - Emotions → demonstrar compaixão e responder às emoções;
S - Summary → orientar opções de tratamento, passos seguintes, etc.
Escala de performance de Karnofsky
A escala de KARNOFSKY é uma forma padrão de medir a capacidade de pacientes com câncer de executar tarefas comuns, variando de 0 (morte) a 100% (completamente sadio). Uma pontuação alta significa que o paciente é mais capaz de realizar atividades diárias.
Como são muitas pontuações, guarde aproximadamente o seguinte:
- 80 a 100% → APTO para atividades normais e trabalho; nenhum cuidado adicional é necessário;
- 50 a 70% → INAPTO PARA O TRABALHO, mas APTO para viver em casa e cuidar de muitas de suas necessidades; pode necessitar de cuidados adicionais;
- 0 a 40% → INAPTO PARA CUIDAR DE SI; requer cuidados avançados (ex: hospitalar).
Quais são as opções farmacológicas para a doença de Alzheimer?
A primeira linha são os INIBIDORES DE COLINESTERASE, que estão indicados para DEMÊNCIA LEVE A MODERADA (Mini-Mental 10 a 26). São representantes: DONEPEZILA, RIVASTIGMINA E GALANTAMINA.
Está recomendada a MEMANTINA (que é um ANTAGONISTA NDMA) para quadros MODERADOS A GRAVES (Mini-Mental ≤ 18).