Dermatologia Flashcards

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1
Q

Quelóide vs. cicatriz hipertrófica

A

Ambas são formas anormais de cicatrização, decorrentes do excesso da deposição de colágeno na ferida.

A QUELÓIDE ULTRAPASSA os limites da cicatriz e é mais frequente em face e dorso.

Já a cicatriz hipertrófica não ultrapassa os limites da cicatriz, tem surgimento mais precoce e normalmente em áreas de tensão e superfícies flexoras.

📌 Os principais FR para quelóide são:

  • INFECÇÕES na ferida;
  • Pele NEGRA (alta quantidade de MELANINA);
  • Incisões PERPENDICULARES às linhas de tensão da pele (linha de Langhers);
  • Fechamento por SEGUNDA INTENÇÃO;
  • Áreas de PELE GROSSA.

Algumas áreas são mais propensas ao aparecimento de queloides: face, acima das clavículas, no tronco e nos MMSS.

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Q

Homem de 18 anos apresenta, há 2 meses, lesões cutâneas sem dor ou prurido. Ao exame, observam-se manchas hipocrômicas, ovaladas, confluentes, com descamação furfurácea, acometendo as faces laterais do pescoço e dorso superior. À extensão das lesões, observa-se acentuação da descamação. Não há alteração da sensibilidade.

Qual é a principal HD e a conduta?

A

Lesões com descamação FURFURÁCEA, apresentando o sinal de ZILERI (descamação furfurácea à extensão), são típicas da PTIRÍASE VERSICOLOR, causada pelo fungo Malassezia furfur.

Usualmente se apresenta como múltiplas MÁCULAS CONFLUENTES, NÃO-PRURIGINOSAS, que podem ter COLORAÇÕES VARIADAS do branco ao acastanhado. Atinge ÁREAS SEBÁCEAS como couro cabeludo, face e tronco superior, e poupa mucosas e região palmoplantar.

O tratamento é TÓPICO, com imidazólicos ou sulfeto de selênio.

📌 Também podemos ver o sinal de Besnier, que é a descamação furfurácea causada pelo passar da unha sobre a lesão.

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3
Q

Homem de 37 anos notou o surgimento de lesão pigmentada no antebraço direito há 6 meses, com aumento progressivo de tamanho. A biópsia excisional confirmou se tratar de um melanoma nodular, com espessura de Breslow de 2,7mm. Ao exame físico da cadeia axilar direita, não há linfadenomegalias ou massas palpáveis.

Quais são as próximas etapas do tratamento?

A

Após o diagnóstico histopatológico e estadiamento do melanoma, deve ser feita a AMPLIAÇÃO DE MARGENS, com base no índice de Breslow. Um melanoma com espessura > 2 mm deverá ter suas margens ampliadas em pelo menos 2 cm.

Além disso, para os melanomas apresentando ulceração ou > 0,8 mm de profundidade, está indicada a BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA. Linfadenectomia só é feita quando há evidência clínica ou histopatológica de acometimento ganglionar.

📌 O melanoma nodular é o segundo tipo histológico mais comum, e o mais agressivo devido ao seu crescimento vertical. Lembre-se: no melanoma, quanto maior a profundidade da lesão na derme, maior é o risco de disseminação.

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4
Q

Mulher de 60 anos, em tratamento com prednisona há 4 anos devido à nefropatia com proteinúria. Há 1 ano e meio apresenta lesões pouco pruriginosas, avermelhadas e de bordos circinados, que progressivamente atingiram áreas extensas do tronco, axilas e virilhas.

Qual é o diagnóstico mais provável?

A

Temos uma paciente imunossuprimida com lesões avermelhadas pruriginosas e de bordos circinados em regiões de dobras.

Devemos considerar a hipótese de uma dermatofitose (infecção fúngica), como a CANDIDÍASE.

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5
Q

Homem, branco, 73 anos, apresenta lesão pré-auricular direita com aumento progressivo há 4 meses. Apresentou uma queimadura nessa região há 20 anos, com cicatrização completa em 1 ano. Ao exame, apresenta lesão ulcerada, bordas queratóticas, de 3,5 cm em seu maior diâmetro.

Qual é o provável diagnóstico e a conduta?

A

Paciente idoso, com uma lesão hiperqueratótica que se desenvolveu sobre uma cicatriz de queimadura, é altamente sugestivo de CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC, também chamado de epidermóide).

Este é o segundo tipo mais frequente de câncer de pele, e apresenta maior potencial de disseminação do que o CBC.

O tratamento deve ser feito com a exérese da lesão, com margens de 4-6 mm.

📌 Chamamos de úlcera de Marjolin a degeneração maligna de feridas crônicas não cicatrizadas. Não confundir com a úlcera de Curling (úlcera gastroduodenal que surge após queimaduras) ou com a de Cushing (úlcera gastroduodenal que surge por conta de patologia neurológica).

📌 O CEC entra no ‘E’ das PLECTS (lesões úlcero-vegetativas) junto com a esporotricose.

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6
Q

Lactente com 3 meses de vida apresenta, há 2 semanas, lesões cutâneas com escamas amareladas na face, retroauriculares e em regiões de dobras (pescoço, axilas e região inguinal), também com descamação evidente do couro cabeludo.

Qual é a HD e a conduta?

A

Lactente de 3 meses apresentando as clássicas CROSTAS LÁCTEAS caracteriza o quadro de DERMATITE SEBORRÉICA. A patogênese é atribuída a estímulo hormonal androgênico (os RN possem hipertrofia do córtex da adrenal) e colonização cutânea por Malassezia furfur, que parece favorecer uma resposta imune irritativa.

O tratamento é feito com a remoção das crostas usando ácido salicílico e shampoos e cremes anticaspa (sulfeto de selênio, zinco, azólicos).

📌 Apesar do papel do Malassezia furfur na patogênese, não se confunda: a dermatite seborréica NÃO é considerada uma doença infecciosa!

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7
Q

Mulher de 30 anos refere lesão escurecida na coxa direita há vários anos. Há 1 mês percebeu leve aumento da lesão e sangramento local aos pequenos traumas, como passar a toalha de banho. O exame físico demonstra lesão acastanhada, discretamente elevada, de 6mm de diâmetro, com pequena exulceração central.

Qual é a conduta?

A

Uma lesão de pele melanocítica que apresente crescimento ou SURGIMENTO DE SINTOMAS deve alertar para a possibilidade de um MELANOMA.

Lembre-se que a faixa etária mais comum é justamente dos 20-50 ANOS, e que nas mulheres o sítio mais comum são os MMII.

Deve ser feita uma BIÓPSIA EXCISIONAL COM MARGENS MÍNIMAS (1-3 mm) para permitir o diagnóstico histopatológico.

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8
Q

Paciente de 20 anos de idade procura atendimento com queixa de vermelhidão e coceira no corpo todo há 3 dias. Ao exame, apresenta exantema generalizado que desaparece à digitopressão; febre de 38 graus; não apresenta acometimento de mucosas.

Informa que iniciou o uso de fenitoína há 1 mês, pois sofreu um acidente automobilístico e apresentou convulsão tônico-clônica.

Qual é a HD e a conduta?

A

Os sinais descritos sugerem a síndrome de hipersensibilidade por anticonvulsivantes, mais comumente observada nos primeiros 2 MESES de uso de fenitoína ou carbamazepina.

A conduta deve ser a SUSPENSÃO do medicamento, esperando-se a resolução do quadro (e sua reintrodução é proibida). Devem ser solicitados hemograma e exames de função renal e hepática, para verificar se houve acometimento desses órgãos (anemia megaloblástica, hepatite, rabdomiólise e vasculite).

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9
Q

Mulher de 37 anos de idade, no 6o mês de tratamento para hanseníase virchowiana, desenvolveu nódulos eritematosos e dolorosos no tronco, face e membros inferiores, associados à febre alta.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

O tratamento da hanseníase promove a lise dos bacilos de hansen, e consequentemente, grande exposição de seus antígenos. Isso favorece a ocorrência da REAÇÕES HANSÊNICAS AGUDAS.

Neste caso, as lesões nodulares associadas a sinais sistêmicos direcionam para o diagnóstico de REAÇÃO DO TIPO 2, conhecida como ERITEMA NODOSO HANSÊNICO.

O tratamento com a poliquimioterapia NÃO deve ser suspenso. O tratamento de escolha é a TALIDOMIDA, mantida até melhora clínica. No entanto, ela é proscrita para mulheres em idade fértil devido à teratogenicidade. Para a nossa paciente, o tratamento pode ser feito com corticóides.

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10
Q

Homem de 50 anos procura unidade básica de saúde por lesões de pele percebidas há 6 meses. Ao exame, apresenta 2 placas eritematosas em tórax, com bordos infiltrados e bem definidos, com rarefação pilosa. Teste de sensibilidade térmica alterado. É hígido e exames laboratoriais prévios não mostraram alterações; HIV-negativo; exame micológico direto negativo; baciloscopia da linfa e lesões negativa.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

LESÃO DE PELE e ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE já são suficientes para estabelecer o diagnóstico e iniciar o tratamento de HANSENÍASE.

A baciloscopia da lesão negativa NÃO permite excluir o diagnóstico, pois o paciente pode apresentar forma PAUCIBACILAR. Inclusive, o quadro clínico deste paciente, com ≤ 5 LESÕES e presença de acometimento neurológico, é compatível com a forma tuberculóide.

NOVIDADE: agora o tratamento de TODOS é com DAPSONA + RIFAMPICINA + CLOFAZIMINA. Porém, a duração persiste: 6 a 9 meses para paucibacilares e 12 a 18 meses para multibacilares.

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11
Q

Homem de 21 anos queixa-se de bolhas que se rompem facilmente na face e no tronco há 6 meses. Ao exame, observa-se ulcerações e crostas em regiões malares, asas nasais e alto dorso. Não apresenta lesões de mucosas. Sinal de Nikolsky positivo.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Nosso paciente apresenta um quadro de PÊNFIGO, uma dermatose BOLHOSA INTRAEPIDÉRMICA CRÔNICA causada por agressão AUTOIMUNE contra os desmossomos. Ao exame, podemos detectar dois sinais:

  • Sinal de NIKOLSKY → fácil descolamento da pele ao tracioná-la;
  • Sinal de Asboe-Hansen → bolha expande ao ser apertada.

No caso, o pênfigo é o FOLIÁCEO:

  • É o tipo mais comum no Brasil;
  • Mais comum em CRIANÇAS;
  • Causado por anticorpos ANTI-DESMOGLEÍNA 1 na camada granulosa da epiderme;
  • Clivagem SUPERFICIAL (SUBCÓRNEA), RARAMENTE FORMA BOLHAS (rompe-se facilmente) → com isso, vemos mais lesões CROSTOSAS;
  • POUPA MUCOSAS;
  • Predomina em áreas SEBORRÉICAS.

📌 Como poupa mucosas, é um importante diagnóstico diferencial com a Síndrome de Pele Escaldadas Estafilocócica.

O outro tipo é o VULGAR:

  • É o tipo mais comum nos EUA e Europa;
  • Mais comum em IDOSOS;
  • Causado por anticorpos ANTI-DESMOGLEÍNA 3 na camada espinhosa da epiderme;
  • Clivagem mais PROFUNDA (SUPRABASAL) → gera mais BOLHAS;
  • ACOMETE MUCOSAS;
  • É mais GRAVE.

📌 Já o pênfigo vulgar é um diagnóstico diferencial importante para a SSJ, que também acomete mucosas.

O tratamento é baseado em corticoterapia, sendo com maiores doses na forma vulgar.

Resposta: pênfigo foliáceo + corticóide.

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12
Q

Um paciente de 14 anos tem queixas de coriza, mialgia e febre de 38ºC. Ao exame dermatológico, observam-se vesículas e bolhas acometendo área < 10% da superfície corporal, bem como mucosa oral e ocular. Referiu uso de carbamazepina há 22 dias para controle de enxaqueca.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

A carbamazepina é uma droga tipicamente associada à FARMACODERMIA, ou seja: manifestações cutâneas medicamentosas que podem surgir em ATÉ 6 SEMANAS após o uso.

O paciente apresentou pródromos de febre e mialgia, e ao exame apresentava LESÕES BOLHOSAS com acometimento de MUCOSAS. Nossos diagnósticos diferenciais possíveis são, então, a Síndrome de STEVENS-JOHNSON (SSJ) e a NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA (NET), que são espectros da mesma doença. Em ambas, ocorre descolamento da epiderme (clivagem dermoepidérmica), sendo a diferença entre elas quantitativa.

Como o acometimento foi menor do que 10% da superfície corporal, nosso diagnóstico é SSJ, a forma mais comum e de menor gravidade.

A conduta deve ser a INTERNAÇÃO do paciente, medidas suportivas (incluindo SNG), IMUNOGLOBULINAS e, após estabilização, desbridamento da pele necrótica.

📌 Diferentemente da SSJ e da NET, a SSSS (síndrome da pele escaldada esfatilocócica) NÃO ACOMETE MUCOSAS.

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13
Q

Criança de 3 anos, hígida, apresenta múltiplas pápulas cor da pele, lisas e firmes, apresentando umbilicação central, de 1-3mm de tamanho. Estão localizadas na lateral do tronco, são assintomáticas e se iniciaram há 1 mês.

Qual é o diagnóstico e o tratamento?

A

Descrição de um quadro de MOLUSCO CONTAGIOSO, uma dermatovirose causada pelo Poxvírus (vírus de DNA). O tratamento é a CURETAGEM, e se justifica pelo alto grau de transmissão à partir de contato direto.

OBS: porém, cuidado! Algumas questões podem cobrar o tratamento apenas para imunocomprometidos por ser uma afecção autolimitada.

📌 Um dos diagnósticos diferenciais é a verruga vulgar, que também é uma dermatovirose. Porém, nas verrugas, a superfície é irregular, e não lisa como no molusco.

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14
Q

Paciente do sexo masculino, 7 anos, apresenta placas de tonsura no couro cabeludo, associadas à descamação.

Qual é a hipótese diagnóstica e o tratamento?

A

Um quadro de ALOPÉCIA FOCAL e DESCAMATIVA é típico de TÍNEA CAPITIS, uma dermatofitose (infecção da pele por fungos queratolíticos que geram inflamação local).

Podemo observar erupção cutânea ESCAMOSA E SECA, PEQUENOS COTOS DE CABELO ainda implantados, e PRURIDO eventual.

Embora as tíneas do corpo possam ser tratadas com medicamentos tópicos, o acometimento do couro cabeludo requer tratamento ORAL. A droga de escolha é a GRISEOFULVINA (por 6-12 semanas).

📌 No Brasil, o agente mais comum em crianças é o fungo Microsporum canis, comum em gatos e cães.

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15
Q

Menino de 9 anos apresenta lesão indolor na face anterior do antebraço há 3 meses. Ao exame, mostra lesão ulcerada de bordas elevadas, com fundo granuloso, de cerca de 3 cm. Sem outras lesões no tegumento ou mucosas. O exame histopatológico mostrou infiltrado linfoplasmocitário, e colorações para fungos e BAAR negativas.

Qual é a HD e o próximo exame a ser solicitado?

A

Trata-se da forma CUTÂNEA LOCALIZADA da LEISHMANIOSE TEGUMENTAR. O principal agente no Brasil e na América Latina é o LEISHMANIA BRAZILIENSES, que é transmitido pelo FLEBOTOMÍNEO LUTZOMYIA.

Na clínica dessa forma vemos lesão ULCERADA, crônica, única e INDOLOR em região de pele exposta. As BORDAS ELEVADAS ou “em moldura” são características.

Uma ferramenta útil para o diagnóstico da forma tegumentar localizada é a reação intradérmica de MONTENEGRO, que fica positiva devido à imunidade celular contra o parasita. Também podemos realizar o RASPADO da lesão com coloração de GIEMSA para visualizar as formas AMASTIGOTAS. Outros exames laboratoriais são a cultura e a sorologia (esta não difere contato prévio de atual).

A primeira escolha para o tratamento é o GLUCANTIME, mas ele é CONTRAINDICADO EM GESTANTES E IMUNOSSUPRIMIDOS. Alternativas são desoxicolato de anfotericina B e pentamidina.

📌 A forma lipossomal da anfotericina B só está liberada para a leishmaniose visceral.

📌 Em lesões ≤ 3cm, o glucantime pode inclusive ser utilizado intralesional.

Outra forma possível, que predomina em IMUNOSSUPRIMIDOS, é a leishmaniose TEGUMENTAR DIFUSA. Ela é causada principalmente pelo LEISHMANIA AMAZONENSIS, as lesões são mais GRAVES (ex: infiltração e ulceração nasal) e o o teste de MONTENEGRO É NEGATIVO devido à imunodepressão celular. O tratamento é feito com PENTAMIDINA (anfotericina e glucantime não estão indicados).

EXTRA:

  • Diante de lesões dermatológicas ulceradas ou vegetativas, lembre-se das PLECTS → Paracoccidioidomicose, Leishmaniose, Esporotricose/Espinocelular (CEC de pele), Cromomicose, Tuberculose e Sífilis;
  • Lembre-se também dos 4 L’s dos plasmócitos ao exame histológico das lesões cutâneas → Leishmaniose, Lues (sífilis), Lyme e LES.
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16
Q

Menino de 9 anos foi levado ao pediatra devido à lesões de pele, iniciadas 2 semanas após uma infecção estreptocóccica da orofaringe. Ao exame, apresentava placas eritemato-descamativas, pequenas e ovais, em tronco e MMII.

Qual é o diagnóstico?

A

Quadro típico de PSORÍASE GUTATA → uma variante da psoríase, caracterizada por pequenas lesões em formas de gotas, e que é mais comum em pacientes jovens após uma infecção estreptocóccica recente.

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17
Q

Mulher de 37 anos apresenta lesões de pele extensas e pouco pruriginosas em couro cabeludo, cotovelos e joelhos. O aspecto é de placas eritematodescamativas de tom prateado. Foi realizado o método de curetagem de Brocq, e observou-se algumas gotas de sangue na lesão, após a remoção das escamas. Apresenta também depressões puntiformes nas unhas.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Lesões ERITEMATO-DESCAMATIVAS de tom PREATEADO são características da PSORÍASE VULGAR, a forma clínica mais comum da psoríase. A paciente apresenta também psoríase ungueal.

O método da curetagem de BROCQ é o exame indicado para o diagnóstico. Os sinais descritos são o sinal da VELA (descamação) com o sinal de AUSPITZ (“orvalho sangrante”).

Quadros leves a moderados devem ser tratados com corticóides TÓPICOS e FOTOTERAPIA.

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18
Q

Homem de 35 anos apresenta, há 9 meses, placas de limites imprecisos, disseminadas pelo tegumento, nódulos nos pavilhões auriculares, entupimento nasal crônico e madarose (perda de cílios e sombrancelhas). A pesquisa de sensibilidade nas lesões é duvidosa, pois o paciente não consegue definir claramente área hipoanestésica ou anestésica. A baciloscopia foi positiva.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Nosso paciente apresenta a clássica face leonina da HANSENÍASE VIRCHOWIANA: placas de limites imprecisos na pele, nódulos nos pavilhões auriculares, madarose e o entupimento nasal crônico por acometimento mucoso.

O enunciado já nos conta que a baciloscopia é positiva, indicando um paciente MULTIBACILAR, de acordo com o esperado na forma Virchowiana da hanseníase. É a forma mais grave, e cursa com acometimento neural simétrico e progressivo.

📌 A forma MULTIBACILAR cursa com ≥ 6 LESÕES de pele.

O tratamento, neste caso, é feito com um esquema TRÍPLICE durante 12 MESES: RIFAMPICINA + DAPSONA + CLOFAZIMINA (atenção: agora a paucibacilar também trata com esquema tríplice, mas a duração é menor - 6 a 9 meses).

📌 NOVIDADE: nos multibacilares, antes de iniciar o tratamento devemos fazer o ÍNDICE BACILOSCÓPICO. Se ele for < 2, iniciamos o tratamento descrito acima. Mas, se for ≥ 2, fazemos o TESTE DE RESISTÊNCIA. Se não tiver resistência, iniciamos o tratamento. Caso contrário, encaminha para a atenção especializada.

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19
Q

Um lactente de 10 meses apresenta lesão eritematosa na região perineal há 3 dias, associada ao aumento do número de evacuações e fezes líquidas. As lesões acometem as áreas convexas com eritema intenso e poupam as pregas inguinais.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Este é um quadro típico de DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO, sendo, no caso, uma dermatite amoniacal associada a diarréia e uso de fraldas. O contato prolongado com urina e fezes gera lesão direta sobre a pele (fenômeno químico).
Tipicamente ocorre nas regiões de maior contato com a fralda (dermatite em W), poupando as áreas de dobras, diferentemente do que ocorre na candidíase.

O tratamento envolve trocas frequentes de fraldas e pomadas com óxido de zinco.

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20
Q

Lactente de 7 meses, hígido, apresenta quadro cutâneo recorrente de micropápulas eritematosas, acompanhadas de poucas crostas e descamação, na face (poupando o maciço central), pescoço, tronco e superfícies extensoras dos membros.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Descrição típica de DERMATITE ATÓPICA.

Lembre-se que, nos LACTENTES, as lesões tem características mais EXSUDATIVAS e acometem exatamente os locais descritos nesse caso: FACE e superfícies EXTENSORAS. O fato de POUPAR O TRIÂNGULO CENTRAL DA FACE é importante para o diagnóstico diferencial da dermatite seborréica.

A dermatite atópica é frequentemente a primeira manifestação de atopia na criança, normalmente se inicia antes dos 5 anos e tem forte associação com rinite alérgica, asma e história familiar de atopias.

O tratamento inicial consiste em medidas comportamentais e HIDRATAÇÃO da pele. Casos mais graves podem necessitar de corticóides TÓPICOS de MÉDIA potência.

📌 Ao longo dos anos, a tendência é a evolução com xerodermia e liquenificação da pele, acometendo especialmente mãos, superfícies flexoras, pálpebras e pescoço.

21
Q

Mulher de 20 anos, transplantada renal, apresenta quadro pruriginoso generalizado, caracterizado por eritema, escamocrostas exuberantes nos interdígitos das mãos, cotovelos e pregas axilares. No tronco, observam-se estruturas lineares de 2 a 4 mm, algumas encimadas por vesicocrostas em uma das extremidades.

Qual é o diagnóstico e o tratamento?

A

Acometimento de regiões de DOBRAS E INTERDIGITAIS, com a descrição de lesões LINEARES encimadas por vesicocrostas e PRURIGINOSAS é típico da ESCABIOSE, causada pelo ectoparasita Sarcoptes scabiei, que forma TÚNEIS na pele.

📌 Em lactentes há lesões na cabeça, palmas e plantas. Geralmente POUPA a região das FRALDAS.

Essa paciente, IMUNOSSUPRIMIDA, apresenta um quadro disseminado conhecido como SARNA NORUEGUESA, que tende a apresentar lesões MAIORES e mais CROSTOSAS.

📌 Escabiose poupa couro cabeludo, exceto na sarna norueguesa.

TRATAMENTO da escabiose:

  • PERMETRINA 5% tópico;
  • IVERMECTINA VO é utilizada nos casos de sarna norueguesa (como este) ou escabiose refratária;
  • Tratar os familiares e fazer o controle ambiental, pois a transmissão ocorrer por roupas e tecidos.

IMPORTANTE! Em < 2 ANOS e GESTANTES → tratamos com solução de ENXOFRE.

📌 Ivermectina não deve ser usada em < 15kg ou em grávidas.

📌 Não confundir com a concentração de permetrina da pediculose (piolho), que é 1%.

📌 O prurido pode persistir por certo tempo mesmo com o tratamento eficaz. Não indica continuidade da transmissão.

22
Q

Quais são as diferentes formas clínicas de melanoma?

A

São 4 tipos:

  • Extensivo superficial → mais comum (70%) e de crescimento radial lento;
  • Nodular → 2º mais frequente (15%) e o mais grave, devido ao seu crescimento vertical;
  • Lentiginoso acral → mais frequente em negros e palmo-plantar;
  • Lentigo maligno → típico de idosos e de crescimento lento (“lentigo é lentinho”).
23
Q

Quais lesões dermatológicas elementares desaparecem à vitropressão e quais não?

A

A vitropressão é utilizada para diferenciar as lesões vasculossanguíneas.

O ERITEMA DESAPARECE à vitropressão, pois consiste em uma vasodilatação sem extravasamento sanguíneo.

Já as PÚRPURAS NÃO DESAPARECEM, pois correspondem a sangue extravasado.

📌 Lembrando que as púrpuras pequenas (< 1cm) são chamadas de petéquias e as grandes (≥ 1 cm) de equimoses.

24
Q

Sobre as neoplasias de pele CBC e CEC:

  • Qual sangra mais?
  • Qual tem telangiectasias?
  • Qual tem relação com exposição solar contínua?
A

Normalmente, a prova descreve o CEC como placa HIPERCERATÓRICA que se desenvolve sobre uma CICATRIZ e que apresenta SANGRAMENTO. Costuma ocupar o TERÇO INFERIOR DA FACE (ex: lábio), ORELHAS e DORSO DAS MÃOS.

📌 O CEC tem relação com EXPOSIÇÃO SOLAR CONTÍNUA e costuma ocorrer em locais de lesão de pele prévia → cicatrizes, CERATOSE ACTÍNICA, HPV…

Já o CBC é mais descrito como lesão nódulo-ulcerativa PEROLÁCEA com TELANGIECTASIAS, principalmente nos DOIS TERÇOS SUPERIORES DA FACE (principalmente no NARIZ).

📌 O CBC tem relação com EXPOSIÇÃO SOLAR ESPORÁDICA.

25
Q

Faça o diagnóstico diferencial de impetigo vs. ectima.

A

IMPETIGO:

  • Ocorre principalmente na FACE;
  • Agentes → STAPHYLO (principalmente na forma BOLHOSA) e STREPTO (principalmente na forma CROSTOSA);
  • Tratamento → sabonete antisséptico e ATB TÓPICO;
  • Complicações → síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS) e GNPE (lembrando que febre reumática só ocorre se tiver acometimento de orofaringe).

📌 Diferentemente da NET, a SSSS não dói e não acomete mucosas. O tratamento é feito com cefalosporina de 1ª geração.

ECTIMA:

  • Acometimento mais profundo do que o impetigo → pode aparecer como ÚLCERA ÚNICA EM MMII;
  • Agente → principalmente S. PYOGENES (GBS);
  • Tratamento → PENICILINA;
  • Complicações → GNPE e celulite.
26
Q

Faça o diagnóstico diferencial de erisipela vs. celulite.

A

ERISIPELA:

  • Lesão BEM DELIMITADA, normalmente em MMII;
  • Início mais AGUDO e com SINTOMAS SISTÊMICOS mais intensos;
  • Agente → S. PYOGENES (“p” de erisiPela e de Pyogenes);
  • Complicações → endocardite e GNPE (lembrando que febre reumática só ocorre se houver acometimento de orofaringe);
  • Tratamento = PENICILINA.

CELULITE:

  • Lesão mais PROFUNDA (até fáscia, músculo, tendões…), normalmente em MMII;
  • Pode ter PUS;
  • É MAL DELIMITADA e gera DOR INTENSA;
  • Início mais INSIDIOSO e com sintomas sistêmicos mais tardios;
  • Quadro MAIS GRAVE do que a erisipela;
  • Agente → S. AUREUS > S. pyogenes.
  • Tratamento = CEFALOSPORINA EV + DEBRIDAMENTO.
27
Q

Diferencie: reações hansênicas tipo 1 e 2.

A

Reação hansênica TIPO 1 (ou reação reversa):

  • Costuma ocorrer nos PRIMEIROS 6 MESES DE TRATAMENTO;
  • Mais comum em pacientes PAUCIBACILARES;
  • As LESÕES PRÉ-EXISTENTES EXACERBAM e pode haver PIORA DA NEUROPATIA;
  • Tratamento = CORTICOTERAPIA.

Reação hansênica TIPO 2 (ou ERITEMA NODOSO HANSÊNICO):

  • Costuma ocorrer APÓS 6 MESES DE TRATAMENTO;
  • Mais comum em pacientes MULTIBACILARES;
  • Surgem NÓDULOS eritematosos DOLOROSOS que evoluem com ulceração e costuma ter COMPROMETIMENTO SISTÊMICO mais intenso (pode ter febre alta, orquite, hepatite, nefrite, iridociclite, artralgia);
  • Tratamento = TALIDOMIDA (exceto em mulheres com risco de engravidar, nas quais optamos pela corticoterapia).

📌 O tratamento da hanseníase não deve ser suspenso ou retomado caso tenha sido finalizado.

28
Q

Do que se trata a síndrome DRESS?

A

A síndrome DRESS corresponde a um RASH associado à EOSINOFILIA e a sinais sistêmicos, como LINFONODOMEGALIA e acometimento hepático. É relacionada principalmente ao uso de ANTICONVULSIVANTES.

O tratamento envolve suporte e CORTICOTERAPIA.

📌 Pode reativar a infecção latente de herpes-vírus 6 e 7 e de CMV.

📌 Além da eosinofilia, pode ter linfocitose com linfócitos atípicos.

Obs: DRESS significa “Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms”

29
Q

Como são classificadas as úlceras de pressão?

A

Segundo o NPUAP:

  • Grau I → PELE ÍNTEGRA COM ERITEMA que não embranquece → pode estar dolorosa, quente, fria, dura, mole…;
  • Grau II → PERDA PARCIAL DA PELE com exposição da DERME → ferida superficial com leito vermelho-rosa, sem tecido desvitalizado.
  • Grau III → PERDA TOTAL DA PELE com exposição do SUBCUTÂNEO;
  • Grau IV → também há perda tissular, com exposição de OSSOS, TENDÕES ou MÚSCULOS;
  • Não graduáveis → base da úlcera está coberta por tecido desvitalizado e/ou necrótico no leito da ferida.
30
Q

Quais são as principais diferenças entre o penfigoide bolhoso e os pênfigos?

A

Enquanto nos pênfigos o plano de clivagem é intraepidérmico, no penfigóide bolhoso ocorre ao nível da MEMBRANA BASAL devido à presença de anticorpos ANTI-HEMIDESMOSSOMO ou ANTI-BP180, gerando BOLHAS SUBEPIDÉRMICAS. Na imunofluorescência, vemos depósito de C3 em membrana basal.

Por se tratar de um quadro mais PROFUNDO, as bolhas são TENSAS e DURADOURAS, e o sinal de NIKOLSKY é NEGATIVO.

Assim como no pênfigo vulgar, é mais comum em IDOSOS, mas tem um acometimento sistêmico muito mais LEVE.

Assim como nos pênfigos, o tratamento envolve corticoterapia.

📌 Há acúmulo de EOSINÓFILOS na lesão.

31
Q

Quais são as principais diferenças entre a dermatite herpetiforme e os pênfigos?

A

A dermatite herpetiforme á uma manifestação dermatológica da DOENÇA CELÍACA. Cursa com DEPÓSITO DE IgA nas PAPILAS DÉRMICAS (ou seja, mais profundo do que nos pênfigos).

📌 Pela doença celíaca, solicitamos antitransglutaminase, antigliadina e antiendomísio.

Assim como no penfigóide bolhoso, temos bolhas SUBEPIDÉRMICAS (diferentemente das bolhas dos pênfigos, que são intraepidérmicas).

É extremamente PRURIGINOSA e ao exame notamos VESÍCULAS AGRUPADAS + ESCORIAÇÕES EM ÁREAS EXTENSORAS, parecendo com um quadro de herpes (daí o nome “herpetiforme”).

📌 O prurido intenso é inclusive um fator que ajuda a diferenciar da psoríase, que tem uma topografia similar. Por outro lado, o acometimento de áreas extensoras ajuda a diferenciar da dermatite atópica, que foca mais nas flexoras nos adultos.

Pode se associar a outras doenças autoimunes e gera maior risco de LINFOMA DE TGI.

O tratamento envolve dieta livre de glúten + DAPSONA + anti-histamínicos + acompanhamento do TGI para investigar linfoma de TGI.

📌 Lembrando que dapsona pode causar anemia hemolítica (def.G6PD) e hepatite.

32
Q

Diferencie o quadro básico das seguintes reações dermatológicas que podem ocorrer após o consumo de uma medicação:

  • Urticária;
  • Síndrome DRESS;
  • Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET).
A
  • Urticária → placa transitória eritematosa pruriginosa de aspecto pálido central.
  • Síndrome DRESS → rash com linfonodomegalia, febre, eosinofilia, linfocitose atípica, acometimento hepático.
  • Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) → grave descolamento de pele com acometimento cutâneo e MUCOSO.

📌 As farmacodermias acontecem principalmente com anticonvulsivantes, antibióticos, alopurinol, anti-hipertensivos e AINEs.

33
Q

Qual é a clínica da pelagra?

A

Ocorre por deficiência de VITAMINA B3 (NIACINA), como em indivíduos predispostos:

  • ALCOÓLATRAS e drogaditos;
  • Pacientes com Chron ou RCU;
  • DRC dialítica;
  • Pacientes em uso de ISONIAZIDA;
  • Anoréxicos.

Na prova, identificaremos pelos 4 D’s da pelagra → DIARREIA (e outras alterações do TGI), DERMATITE, DEMÊNCIA (e outras alterações do SNC) e DEATH (morte).

Tratamento = reposição de B3, correção da causa-base e restrição ao sol.

📌 Assim como na porfiria, as lesões dermatológicas também ocorrem em ÁREAS FOTOEXPOSTAS.

34
Q

Diferencie os seguintes quadros de alopecia:

  • Kérium;
  • Tinea;
  • Areata;
  • Cicatricial.
A
  • Kérium (inflamatório) → lesão inflamatória intensa, com descamação e pontos purulentos.
  • Tinea capitis (pseudoalopécia) → fios tonsurados rentes ao couro cabeludo, erupção escamosa e seca, prurido.
  • Alopecia areata (“pelada”) → fios esparsos e descorados, sem alterações na pele.
  • Alopecia cicatricial (esclerose) → cicatriz (pode ser por líquen plano, LES, esclerodermia…)
35
Q

Sobre a hanseníase, julgue como V ou F:

“No paciente paucibacilar (hanseníase indeterminada ou tuberculoide), a baciloscopia é sempre negativa; caso seja positiva, o doente deverá ser reclassificado como multibacilar. No paciente multibacilar (hanseniase dimorfa e virchowiana), a baciloscopia pode ser positiva ou negativa.”

A

VERDADEIRO!

O paciente PAUCIBACILAR deve ter:

- Basciloscopia negativa;
E
- Até 5 lesões.
E
- Até 1 tronco nervoso acometido.

O MULTIBACILAR deve ter:

- Basciloscopia positiva;
E/OU
- ≥ 6 lesões;
E/OU
- ≥ 2 troncos nervosos acometidos.
36
Q

Qual é o padrão clínico clássico da esporotricose?

A

A esporotricose é uma doença causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, que pode ser transmitido por mordida ou arranhão de GATO INFECTADO ou por TRAUMA COM ESPINHOS ou com material em decomposição (este fungo AMA O SOLO).

Ao exame vemos o padrão clássico de LESÕES ULCEROVEGETATIVAS SEGUINDO O TRAJETO LINFÁTICO (forma de “rosário”).

Para o tratamento estão disponíveis itraconazol, terbinafina, anfotericina B e iodeto de potássio.

Os gatos também devem ser devidamente tratados e, caso morram, devem ser CREMADOS. Se fossem enterrados, poderiam passar o fungo novamente para o solo (e, relembrando: esse fundo ama o solo).

📌 Cuidado com o diagnóstico diferencial: na doença da arranhadura do gato, causada pela Bartonella henselae, o gato NÃO fica doente, enquanto na esporotricose fica.

37
Q

Julgue como V ou F:

“A hanseníase virchowiana é a forma mais contagiosa da doença. O paciente acometido por essa forma geralmente não apresenta manchas visíveis. A pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada e com poros dilatados, poupando geralmente o couro cabeludo, as axilas e o meio da coluna lombar.”

A

Pode parecer estranho, mas é VERDADEIRO!

Como o paciente com a forma virchowiana apresenta uma baixa resposta imune celular, consequentemente as suas LESÕES SÃO MAIS BRANDAS (pois há pouca reação local), apesar de serem mais DIFUSAS.

38
Q

Julgue como V ou F:

“A hanseníase dimorfa é uma manifestação intermediária entre a tuberculoide e a virchowiana, podendo ser classificada como pauci ou multibacilar, conforme o número de lesões apresentadas.”

A

FALSO!

Guarde essa pegadinha:

  • Forma INDETERMINADA é PAUCIBACILAR;
  • Forma DIMORFA é MULTIBACILAR.

📌 Como a forma indeterminada é paucibacilar, obrigatoriamente ela tem baciloscopia negativa.

Entenda a forma dimorfa como lesões parecidas com a da tuberculoide, mas em quantidade de multibacilar (ou seja, são bem delimitadas mas são muitas).

39
Q

Diferencie as seguintes dermatofitoses superficiais:

  • Piedra branca;
  • Piedra preta;
  • Tínea nigra.
A

📌 Todas são infecções fúngicas superficiais da pele.

PIEDRA BRANCA:

  • Nódulo MOLE em volta do fio de cabelo, sem entrar no fio (diferentemente da tinea capitis);
  • Tratamento = corte + xampu antifúngico.

PIEDRA PRETA:

  • É igual a branca, mas DURA.
  • Pacientes com HIGIENE PRECÁRIA, como mendigos;
  • Tratamento = corte + lavagens frequentes.

TINEA NIGRA:

  • MANCHAS CASTANHO-ENEGRECIDAS em região PALMO-PLANTAR que surge RÁPIDO (diferententemente do melanoma);
  • Hifas septadas enegrecidas;
  • Tratamento = antifúngicos imidazólicos tópicos. Se não tiver melhora, biopsiar para diagnóstico diferencial com melanoma.
40
Q

O que é a síndrome de Sweet?

A

Trata-se de uma DERMATOSE NEUTROFÍLICA FEBRIL caracterizada pelo aparecimento de abrupto de NÓDULOS OU PLACAS ERITEMATOSAS E DOLOROSAS na pele. Uma minoria dos pacientes pode evoluir também com artrite.

41
Q

Julgue a alternativa a seguir como V ou F:

No Brasil, a maioria dos casos de hanseníase detectados são paucibacilares.

A

FALSO! A MAIORIA É MULTIBACILAR!

Ué, mas se a manifestação como pauci ou multibacilar depende da resposta imunológica do paciente, significa que a maioria das pessoas com hanseníase tem comprometimento da imunidade?

Também não! O que acontece é que, como a maioria dos casos de hanseníase no Brasil são DETECTADOS TARDIAMENTE, aumenta a chance ao longo do tempo de a doença “evoluir” para uma forma mais complexa.

42
Q

Na hanseníase, como podemos diferenciar a forma indeterminada vs. tuberculoide?

A

Em ambas, por serem PAUCIBACILARES, temos POUCAS LESÕES e BACILOSCOPIA NEGATIVA. Mas há algumas diferenças:

  • O Mitsuda PODE ser NEGATIVO ou positivo na INDETERMINADA (sendo que é positivo na tuberculoide);
  • NÃO temos acometimento NEUROLÓGICO na INDETERMINADA;
  • As lesões na INDETERMINADA são SEM RELEVO (enquanto na tuberculoide são placas).

📌 A forma indeterminada é a forma inicial da hanseníase.

43
Q

Como é feito o diagnóstico diferencial de carcinoma de Paget e eczema areolar?

A

É importante realizar o diagnóstico diferencial pois AMBOS apresentam lesão DESCAMATIVA e PRURIGINOSA na areola e no mamilo.

Carcinoma de Paget → maior DESTRUIÇÃO TECIDUAL, geralmente UNILATERAL, não responde aos corticoides e tem margens REGULARES → tratamento = centralectomia após confirmação por biópsia.

Eczema areolar → geralmente BILATERAL, com margens IRREGULARES e responde aos CORTICOIDES.

📌 Cuidado para não cair na pegadinha! O carcinoma de Paget é que tem margens regulares.

44
Q

Resposta Th1 e Th2… qual está mais associada a cada polo da hanseníase?

A

A forma PAUCIBACILAR (tuberculoide) está mais associada à resposta TH1 (imunidade celular).

MULTIBACILAR (Virchowiana) à TH2 (resposta humoral, com ruim ação intracelular).

45
Q

Forma da hanseníase que tem mais transmissão

A

MULTIBACILAR / VIRCHOWIANA / LEPROSA

46
Q

Descreva as lesões de pele na hanseníase TUBERCULOIDE e na VIRCHOWIANA

A

TUBERCULOIDE = placas ou máculas ERITEMATOSAS OU HIPOCRÔMICAS com bordas BEM DELIMITADAS, LOCALIZADAS, únicas ou em PEQUENO NÚMERO, com POUCO OU NENHUM BACILO.

VIRCHOWIANA = geralmente é GENERALIZADA e pode consistir de máculas, pápulas e/ou NÓDULOS eritematosos. Pode ter PERDA DE PELOS e ESPESSAMENTO NODULAS DOS LOBOS DAS ORELHAS

47
Q

Indicações e como fazer profilaxia após exposição a hanseníase

A

Em relação à vacinação, o contactante receberá UMA DOSE DE BCG SE JÁ NÃO TIVER DUAS CICATRIZES PRÉVIAS.

Além disso, a OMS recomenda a quimioprofilaxia com DOSE ÚNICA DE RIFAMPICINA em contactantes que vivem EM ÁREAS ENDÊMICAS e que tenham ≥ 2 ANOS.

📌 Porém, um documento de 2020 do MS excluiu a rifampicina como medicação a ser usada como quimioprofilaxia de contatos de hanseníase (ou seja, faria apenas a vacinação se indicada).

48
Q

Novidade no tratamento de hanseníase multibacilar

A

NOVIDADE: nos multibacilares, antes de iniciar o tratamento devemos fazer o ÍNDICE BACILOSCÓPICO. Se ele for < 2, iniciamos o tratamento descrito acima. Mas, se for ≥ 2, fazemos o TESTE DE RESISTÊNCIA. Se não tiver resistência, iniciamos o tratamento. Caso contrário, encaminha para a atenção especializada.

49
Q

Novidade no seguimento dos contatos de hanseníase

A

O primeiro passo é fazer exame dermato-neurológico de quem teve contato nos últimos 5 anos. Se alterado, indica tratamento.

Se normal, faz TESTE RÁPIDO para ANTICORPOS IgM. Se negativo, não precisa acompanhar. Se POSITIVO, faz ACOMPANHAMENTO CLÍNICO ANUAL por 5 anos.