Tuberculose, micoses pulmonares e SAHOS Flashcards
O que é a SAHOS (Síndrome da apneia/hipopneia obstrutiva do sono)?
Interrupções completas ou diminuições da ventilação do paciente durante o sono
Consequências da SAHOS
- Sonolência diurna por fragmentação do sono
- Aumento do risco cardiovascular
- Diminuição da função cognitiva
- Hiperatividade simpática por hipóxia»_space; aumento da PA, disfunção endotelial com aumenta da resposta pró-trombótica
- Hipoxemia»_space; estímulo inflamatório
Fisiopatologia da SAHOS
Diminuição da pressão da faringe/hipofaringe (pressão negativa)»_space; tônus neuromuscular dos músculos dilatadores do anel faríngeo diminui durante o sono»_space; sucção dos tecidos adjacentes (partes moles)»_space; obstrução aérea total ou subtotal»_space; hipoventilação / apneia»_space; reflexo de proteção desperta o córtex para que o paciente acorde e volte a respirar
Fatores de risco para SAHOS
- Aumento das partes moles na região faríngea»_space; obesidade
- Hiperplasia de adenoides
- Micrognatia e retrognatia
- Volume pulmonar/torácico diminuído (principalmente em decúbito dorsal)»_space; tração causal que a taqueia exerce na laringe diminui, favorecendo a obstrução
- Obstrução nasal»_space; respiração bucal»_space; negativando mais a pressão negativa
- Respitação bucal»_space; língua obstrui o percurso faríngeo
- Doenças neuromusculares
- Alcoolismo, drogas depressoras»_space; atrapalha o arco reflexo que restaura o tônus muscular
- Sexo masculino»_space; padrão androide de obesidade e faringe mais longa
- HF +
- Menopausa
- Síndrome de Down»_space; diminuição da faringe nessa síndrome genética
Ponto de maior obstrução na SAHOS
Palato mole
Fase do sono em que mais acontece a obstrução na SAHOS
Sono REM
Manifestações clínica na SAHOS
- Ronco»_space; turbilhonamento aéreo
- Sonolência diurna»_space; sono não reparador
- Xerostomia
- Diaforese caabeça/pescoço
- Noctúria
- Cefaleia matinal
- Dirtúrbio do humor/concentraçao
Diagnóstico de SAHOS
Polissonografia:
- Sintomas (roncos e/ou sonolência diurna) + >= 5 apneias/hipopneias por hora de sono
- Ausência de sintomas + >= 15 apneis/hipopneias por hora de sono
Apneia: fluxo zero >= 10 s
Hipopneia >= 30% do fluxo >= 10 s + diminuição da SpO2 >= 3% ou despertar
Tratamento da SAHOS
- CPAP noturno
- Uvulopalatofaringoplastia
- Bariátrica
TB é uma doença urbana ou rural?
Urbana!!
Como ocorre a primoinfecção da TB
Primeiro contato geralmente é na infância
Até 3ª semana do contato: proliferação/disseminação de bacilos por todo o organismo (organismo sem resposta imune para bloquear o bacilo)»_space; se proliferam no interior dos macrófagos
Resposta imune que bloqueia o bacilo é mediada por CÉLULAS T helper CD4»_space; ativação de macrófagos em células epitelioides»_space; 3-8 sem: formação de granuloma em torno do bacilo, isolando-o»_space; granuloma diminui o aporte de O2 do bacilo, deixando-o quiescente (por ser extremamente dependente do O2)»_space; GRANULOMA CASEOSO
90% desenvolve infecção LATENTE (contenção o processo infeccioso)»_space; não é doença, mas pode vir a ser se o granuloma caseoso ficar ativo
Bacilo de Koch (BK) é extremamente aeróbio. V ou F?
Vedadeiro
O que significa nódulo de Ghon?
Granuloma caseoso calcificado (foco primário) que é visto pela radiografia de tórax, geralmente do 1/3 médio
Não é sinal de adoecimento, mas de contato prévio
Diferença entre infecção latente x TB primária x TB pós-primária
90%»_space;
Infecção latente: não é doença, porém há granuloma com o bacilo quiescente
10%»
TB primária: adoencimento do paciente no primeiro contato com o bacilo (na primoinfecção)»_space; 3 primeiros anos da infecção»_space; FORMA CLÁSSICA NAS CRIANÇAS»_space; não cavitária (resposta imunológica mais branda, não liquenificando
-Quase sempre uma doença autolimitada
TB pós-primária: pode ser por reativação ou reinfecção (células do granuloma já formado são recrutadas pelo novo bacilo e o primeiro acaba se ativando) por imunossupressão»_space; FORMA CLÁSSICA NOS ADULTOS»_space; não cavitária
-Não é autolimitada
Por que a 80% da TB se localiza no pulmão?
Por ser um local rico em O2 (bacilo extremamente aeróbio)
Características clínicas da forma primária da TB pulmonar
Mais comum em crianças de 2-12 anos (1º contato):
- Pneumonia “arrastada” (como se fosse pneumonia atípica), não responsiva ao ATB»_space; febre baixa + tosse seca. Estado geral costuma a ser bom.
- Adenopatia hilar ipsilateral ao foco primário no rx de tórax»_space; principalmente no hemitórax direito»_space; resposta imunológica dos linfonodos é exacerbada
- Paucibacilífera (praticamente não elimina bacilos)
Adenopatia hilar unilateral em crianças. Diagnóstico?
TB pulmonar (primária)
Agente etiológico da TB
Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch (BK) ou bacilo álcool-ácido resisdente (BAAR)
O que é uma pessoa Multibacilífera?
Pessoa capaz de transmitir a TB (bacilo) pela tosse/escarro»_space; baciloscopia positiva»_space; principais responsaveis pela transmissão da TB
O que é uma pessoa paucibacilífera?
Pessoa que quase não elimina bacilo no ambiente»_space; baciloscopia de escarro negativa, cultura positiva
Baciloscopia: 1 a 9 BAAR/campo em 100 campos
Fisiopatologia da TB miliar
Disseminação hematogênica do bacilo (como se fosse uma sepse)»_space; foco primário lança bacilos no sangue
Tecidos mais afetados: interstício pulmona, meninges, sistema reticuloendotelial
Micronódulos pulmonares difusos, bilaterais. Diagnóstico?
TB com padrão miliar
Quem são as pessoas que mais desenvolvem TB miliar?
< 2 anos não vacinados com BCG e/ou com imunodepresão modrada/grave
Quando o organismo não consegue oferecer resistência adequada à micobactéria
Clínica da TB pós-primária
Mais comum: 15 - 40 anos
Reativação ou reinfecção
Bacilífera: bacilo com acesso a via respiratória pelo rompimento do granuloma
Rx de tórax: infiltrado/cavitação
Radiografia de tórax de TB pós-primária
Fase inicial: infiltrado pulmonar
Fase cavitária
Fase cavitária com disseminação broncogênica (cavitações + novos infiltrados)
Qual a área pulmonar em que ocorre a maior parte dos casos de TB pós-primária? e na TB primária?
Pós-primária:
Lobo superior, principalmente nos segmentos apical (1) e posterior (2)
Se lobo inferior: segmento superior (6)
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Pimária: lobos centrais
Principal complicação de TB pós-primária
Colonização por aspergillus da cavitação»_space; bola fúngica
Como suspeitar de bola fúngica (complicação da TB)?
Paciente que foi devidamente tratado, que após melhora do quadro, volta a piorar
Diagnóstico de TB em adultos
2 de 3 critérios:
A. Clínica:
- Tosse >= 3 semanas
- Febre (vespertina)
- Perda de peso
B. Rx de tórax
- Infltrado
- Cavitações
C. Escarro:
- Teste rápido molecular (GENEXPERT) (padrão-ouro): resultado em 2h e avalia resistência à rifampicina (principal droga)»_space; PCR que encontra o DNA da bactéria (não distingue entre bactéria viva ou morta»_space; não serve para acompanhamento)
- Baciloscopia (BAAR): pesquisa direta do bacilo de Koch pelo exame microscópico (geralmente de uma amostra de escarro)»_space; pelo menor 2 amostras»_space; bacilo álcool-ácido resistente (uma amostra na consulta e uma no dia seguinte)»_space; indica TB sempre ativa»_space; exame de escolha para acompanhar a resposta terapêutica na TB pulmonar bacilífera
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A. Cultura: em casos de dúvida
ou se TB confirmada (ex: clínica e rx compatíveis e genexpert negativo) ou casos de resistência. Demora em média de 45 dias.
Tratamento da TB
Só é necessário 2 critérios para iniciar tratamento
RIPE»_space; drogas juntas no comprimido COXIP-4 (o nº de comprimidos depende do peso):
- Rifampicina
- Isoniazida
- Pirazinamida
- Etambutol
Tratamento diretamente observado (TDO): agente de saúde presencia a tomada da medicação pelo paciente
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Esquemas:
-Básico (2RHZE/4RH):
2 meses com RIPE
4 meses com RI
*Não prescrever etambutol para < 10 anos (pode causar neurite óptica > maio toxicidade ocular neste subgrupo)»_space; RIP por 6 meses
-Meningite/osteoarticular (2RHZE/10 RH):
2 meses com RIPE
10 meses com RI (12 em < 10 anos)
Prednisona oral 1-2 mg/kg/dia por 4 semanas para reduzir sequelas cerebrais no caso de TB meníngea
**Em gestantes, associar piridoxina (vit B6) 50 mg/dia»_space; reduz toxicidade neurológica da isoniazida para o feto
Diagnóstico de TB em < 10 anos
- Cultura do lavado gástrico
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- Sistema de pontuação:
- Clínica típica
- Rx de tórax típico
- Contato com paciente com TB nos últimos 2 anos
- PPD
- Estado nutricional (desnutrição grave)
Se >= 40 pontos: tratar
Se 30-35 pontos: tratar ACM
TB extrapulmonar mais comum no BR
TB pleural
TB extrapulmonar mais comum na coinfecção com HIV ou em crianças
TB ganglionar
Características do líquido pleural na TB pleural
- Exsudato (rico em proteínas)
- Glicose baixa (menor do que a glicemia)
- PMN (primeiros dias)»_space; linfomonocitário
- Sem eosinófilos
- Sem células mesoteliais»_space; só aumentada se carcinomatose
- ADA > 40 U»_space; enzima produzida por linfócitos e macrófagos em guerra imune/atividade (muito sugestiva)
- Baciloscopia positiva < 5%
- Cultura positiva < 40%
Diagnóstico padrão-ouro de TB pleural
Bx pleural »_space; não é necessária, pode-se fazer o TTO empírico
BCG previne quais os tipos de TB?
Formas miliar e meníngea
Clínica da TB meníngea
Imunodeprimidos, não vacinados
Quadro arastado
Predominância pela base do crânio (onde há os nervos cranianos)»_space; forma mais sequelante da TB
Pode ultrapassar a meninge e atingir neurônios
Características do líquor na TB meníngea
- Exsudato (rico em proteínas)
- Glicose baixa (menor do que a glicemia)»_space; normal é 2/3 da glicemia»_space; hipoglcorraquia
- PMN (primeiros dias)»_space; linfomonocitário
- Sem eosinófilos
- ADA > 40 U»_space; enzima produzida por linfócitos em guerra imune (muito sugestiva)
- Baciloscopia positiva < 15%
- Cultura positiva < 50-80%
Diagnóstico padrão-ouro de TB meníngea
Bx meníngea»_space; não é necessária, pode-se fazer o TTO empírico
Tratamento da TB no caso de falência do RIPE ou multirresistência
Esquema CLEPT (18 meses):
- Capeomicina IV (paciente precisa ficar indo pro hospital)
- Levofloxacino
- Etambutol
- Pirazinamida
- Terizidona
Como se define TB multirresistência (MDR)?
Resistência a pelos menos ambos: rifampicina e isoniazida
Segmento do paciente em TTO para TB
-Baciloscopia mensal (ideal) ou de 2 em 2 meses (minimo)»_space; exame de escolha para acompanhar a resposta terapêutica na TB pulmonar