Diabetes e Síndrome Metabólica Flashcards

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1
Q

Fisiologia do metabolismo intermediário normal

A

Metabolismo dos macronutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas)

  • Período pós-prandial:
    a. Absorção intestinal de nutrientes&raquo_space; aumento de glicose&raquo_space; aumento de insulina&raquo_space; anabolismo (síntese de glicogênio hepático e muscular + síntese de triglicerídeos nos adipócitos + síntese de proteínas em todos os tecidos) + utilização da glicose como principal substrato energético (glicólise)
  • Período interprandial (jejum):
    b. Diminuição dos níveis séricos de glicose
    c. Diminuição da insulina
    d. Catabolismo: aumento do glucagon, adrenalina, cortisol e GH&raquo_space; glicogenólise (primeira fase do jejum), gliconeogênese (quebra de gordura e proteínas em glicose e corpos cetônicos) + utilização de ácidos graxos como principal substrato energético
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2
Q

Sintomas da hipoglicemia

A

a. Sintomas adrenérgicos (no jejum, ocorre aumento da adrenalina)
- Taquicardia
- Sudorese
- Palidez
- Ansiedade
- Tremor de extremidades
- Palpitações

b. Neuroglicopenia:
- Dificuldade de concentração
- Incoordenação
- Ataxia
- Cefaleia
- Vertigem
- Escurecimento da visão
- Lentificação do pensamento
- Letargia
- Sonolência
- Convulsões
- Coma

c. Acúmulo de corpos cetônicos (substâncias ácidas)
- Acidose metabólica

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3
Q

Fisiopatologia da diabetes

A

Diminuição produção de insulina / resistência à insulina&raquo_space; estado de jejum crônico&raquo_space; predomínio do catabolismo + gliconeogênese + prodomínio da utilização de ácidos graxos como fonte energética

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4
Q

Classificação da diabetes pela fisiopatologia

A

DM 1: células beta destruídas + hipoinsulinismo absoluto

a) Tipo 1A: autoimune (90%)
b) Tipo 1B: idiopático
c) LADA (latent autoimune diabetes of adults): DM1 que aparece após 30 anos de idade, por mecanismos autoimunes (30%)

DM 2: ilhotas disfuncionantes, com resistência periférica à insulina + exaustão secretória + hipoinsulinismo relativo

DM gestacional

MODY (maturity-onset diabetes of young): defeitos monogênicos (autossômico dominante). Raro, onde crianças (< 25 anos) desenvovlem um quadro parecido com DM2, SEM OBESIDADE

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5
Q

Como avaliar a quantidade de insulina no corpo?

A

Dosagem de peptídio C (proteína ligada a insulina)

Se < 0,1&raquo_space; hipoinsulinsmo absoluto

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6
Q

Anticorpos da DM 1

A

Anti-ICA (80%)
Anti-GAD (70%)
Anti-IA2 (60%)

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7
Q

Quadro clínico da DM1

A

Paciente típico: < 30 anos, magro

Quadro que se desenvolve em dias/semanas (início agudo):

  • Polifagia&raquo_space; corpo entende como se paciente estivesse em jejum
  • Catabolismo&raquo_space; emagrecimento
  • Aumento dos níveis de glicose no sangue&raquo_space; aumento da osmolaridade plasmática (hiperosmolaridade)&raquo_space; polidipsia&raquo_space; aumento do volume plasmático&raquo_space; aumento da filtração glomerular&raquo_space; poliúria
  • Aumento da produção de corpos cetônicos&raquo_space; acidose metabólica com anion gap aumentado (cetoacidose diabética)
  • Candidíase vaginal
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8
Q

Quadro clínico da DM2

A

Paciente > 45 anos e obesos

Assintomáticos por anos

Abrem o quadro com complicações micro e macrovasculares

Raro o desenvolvimento de cetoacidose&raquo_space; a produção endógena de insulina é suficiente para evitar a cetogênese

Acantose nigricans

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9
Q

Fisiopatologia da DM2

A

Aumento do acúmulo de gordura&raquo_space; excesso de ácidos graxos dentro da células é capaz de alterar o seu funcionamento pela toxicidade destes&raquo_space; menor incorporação de canais GLUT 4 na superfície celular, provocando menor entrada de glicose no citoplasma (aumento de resistência periférica à insulina)&raquo_space; aumento da produção de insulina até a fadiga pancreática secretória

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10
Q

Diagnóstico de diabetes mellitus

A
  • Glicemia de jejum (pelo menos 8h) >= 126 mg/dl&raquo_space; avalia o pâncreas descansado*
  • Glicemia 2h pós-75g de glicose (TOTG) >= 200 mg/dl (avalia o pâncreas tomando porrada)*
  • Hemoglobina glicada (HbA1C) >= 6,5%&raquo_space; glicose se liga à hemácia irreversivelmente (tempo de vida da hemácia: 120 dias)*
  • 2 testes positivos para evitar falso-positivo (hormônios contra-insulínicos aumentam pelo estresse e outros fatores)
  • Glicemia >= 200 mg/dl com sintomas de DM em amostra aleatória (que não respeita o jejum)&raquo_space; importante para quando o diagnóstico precisa ser feito de imediato
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11
Q

Diagnóstico de pré-diabetes

A

(pessoas com alta probabilidade de desenvolver DM 2 em curto prazo – 30% em 5 anos)

Já é fator de risco para LOA, além de possuir risco cardiovascular aumentado

  • Glicemia de jejum: 100-124 mg/dl&raquo_space; paciente pode ser diabético ou pré-diabético. Pedir TOTG
  • TOTG: 140-199 mg/dl&raquo_space; mais sensível
  • HbA1C entre 5,7 - 6,4%

Não é necessário repetir exames, mas o ideal é descartar a existência de DM com o TOTG 75g (mais sensível), caso tenha sido usado apenas o parâmetro de glicemia/HbA1C

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12
Q

Rastreamento populacional do DM2

A

De 3 em 3 anos para pacientes com:

  • Idade > 45 anos
  • IMC > 25 anos + 1 fator de risco:
    a. HAS
    b. Sedentarismo
    c. Dislipidemia
    d. DM gestacional
    e. HF 1o grau
    f. SOP
    g. Acantose nigricans

Pode ser com qualquer um dos exames

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13
Q

Tratamento da DM1

A

TERAPIA INTENSIVA COM INSULINA

MEDIDA DA DX IDEALMENTE 4XDIA (pré-prandiais + antes de dormir)

ESQUEMAS DE INSULINA:

***Esquema de múltiplas aplicações:

Insulinoterapia 0,5 a 1 UI/kg/dia sendo 1/2 de insulina rápida e 1/2 de insulina lenta. Em crianças: 0,3 - 0,5 UI/kg/dia

a) Pós-prandial:
i. Lispro / aspart / glulisina (apidra)&raquo_space; ultrarrápidas: na hora da refeição
ii. Regular&raquo_space; rápida: 30 min antes das refeições

b) Basal:
i. Glargina (lantus) / detemir / Degludeca: 1x/dia&raquo_space; não apresentam pico, insulinas de ação prolongada
ii. NPH: 2x/dia, antes do café e antes de deitar. Insulina de ação intermediária

Menor risco de hipoglicemia

***Esquema de 2 aplicações: aplicação da regular +NPH na mesma seringa&raquo_space; necessita que o paciente seja extremamente regrado:

Insulinoterapia 0,5 a 1 UI/kg/dia sendo 2/3 no café, sendo 70% NPH e 30% regular e 1/3 no jantar sendo 50% NPH e 50% regular

Paciente pode ficar desprotegido no período matinal antes da aplicação da insulina, NPH da manhã pode ser insuficiente para controlar o pico glicêmico pós-almoço

***Bomba de infusão contínua de insulina: padrão-ouro

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14
Q

Tipos de insulinas exógenas

A

a) Insulinas de ação ultra-rápida: início em 5 min!! e duração de 4h&raquo_space; permitem que se aplique a dose com base na contagem de carboidratos da refeição&raquo_space; 1 U / 4g carboidrato
i. Lispro
ii. Aspart
iii. Glulisina

b) Insulina de ação rápida: início em 30 min!! e duração de 6h
i. Regular

c) Insulina de ação intermediária: início em 2h e duração de 12h!!
i. NPH

d) Insulina de ação lenta: início em 2h e duração de 18-42h!!
i. Detemir
ii. Glargina (lantus)
iii. Degludeca

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15
Q

Interpretando o mapa glicêmico:

Qual a insulina responsável pela:

  1. Glicemia pré-café da manhã
  2. Glicemia pré-almoço
  3. Glicemia pré-jantar
  4. Glicemia antes de dormir
A
  1. NPH da noite
  2. regular da manhã
  3. NPH da manhã
  4. regular da noite
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16
Q

Fenômeno do alvorecer x Efeito somogyi

A

Fenômeno do alvorcer: pico dos hormônios contrainsulínicos pela manhã&raquo_space; aumento fisiológico da glicemia&raquo_space; paciente em uso de insulinoterapia pode ter hiperglicemia matinal pois a NPH da noite já tem seu efeito diminuído no momento em que o paciente acorda

Conduta: passar a NPH para mais tarde, antes de dormir, em vez de antes do jantar, com insulina regular pré-jantar

O aumento da NPH pré-jantar pode desencadear o efeito Somogiy

Efeito somogiy: paciente com dose exagerada da NPH da noite&raquo_space; hipoglicemia da madrugada&raquo_space; hormônios contrainsulínicos começam a atuar para aumentar a glicemia&raquo_space; pela manhã, após a queda do efeito do NPH, pode haver hiperglicemia de rebote&raquo_space; diminuir dose de NPH da noite

Conduta: reduzir NPH, passar a tomada para antes de dormir ou realizar lanche à noite

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17
Q

Drogas para tratamento da DM2 (hipoglicemiantes orais)

A

A. Grupo que diminui a resistência insulínica:

  1. Biguanidas (metformina):
    - Mecanismo de ação: inibição da gliconeogênese hepática (hipoglicemiante + aumento da atividade da tirosina-quinase do receptor da insulina (diminui a resistência a insulina)
    - Diminui o peso: não estimula a secreção de insulina e tem pequeno efeito anorexígeno
    - Diminui o metabolismo não oxidativo da glicose em células intestinais&raquo_space; risco de acidose láctica, principalmente caso haja DRC ou hepatopatia crônica
    - Não usar no DRC ClCr < 30
    - Diminui vit B12
    - Única medicação que determinou diminuição significativa da incidência de complicações microvasculares em pacientes obesos
    - EA: sintomas gastrointestinais&raquo_space;> administrar junt com a alimentação
  2. Glitazonas (pioglitazona):
    - Aumentam o efeito periférico da insulina por interferência no genoma (demora algumas semanas para fazer efeito), porém agem muito mais no estímulo à captação de glicose pelo musculoesquelético do que bloqueio da gliconeogênese hepática
    - Aumentam o peso por trasformar os pré-adipócitos em adipócitos pequenos sensíveis à insulina, que se acumulam no tecido subcutâneo periférico
    - Retém sal, provocando edema que pode aumentar a pré-carga» não usar em IC classe III ou IV
    - Risco de fraturas
    - Não usar em IC grave
    - Interfere com medicações que são metabolizadas pelo citocromo p450. Ex: Aco, digoxina, ranitidina, nifedipina etc

B. Grupo que aumenta a liberação de insulina pelas células beta:

  • Aumentam o peso
  • Risco de hipoglicemia
  1. Sulfonilureias (gliclazida - diamicron -, glipizida, glimepirida):
    - Aumentam a secreção basal de insulina pelo bloqueio de canais de K dependentes de ATP, que promove despolarização das células beta e degranulação (não estimulam a síntese de insulina)&raquo_space; dose única
    - Eliminação renal
    - Com o passar do estágio da DRC, o paciente passa a apresentar hipoglicemias (a droga circula por mais tempo)
    - Aumentam o peso do paciente por aumentar a sereção de insulina
    - Paraefeito mais temido: hipoglicemia
  2. Glinidas (rapaglinida, nateglinica):
    - Aumentam o pico pós-prandial de insulina (funciona como uma insulina rápida)&raquo_space; 3x/dia
    - Aumenta o peso

C. Grupo que retarda a absorção de carboidratos:

  1. Acarbose:
    - Diminui a glicemia pós-prandial pois inibem a ação das enzimas digestivas presents no enterócito que clivam polissacarídeos complexos em monossacarídeos, como a glicose
    - Provoca sintomas do TGI por aumentar a disponibilidade de glicose para bactérias&raquo_space; flatulência, diarreia
    - Medicação cara
    - Múltiplas tomadas durante o dia

D. Incretinomiméticos: incretina é uma proteína que aumenta o estímulo para a síntese de insulina dependente da glicemia + reduz a produção de glucagon&raquo_space; aumenta a insulina mas não causa hipoglicemia

  1. Inibidores da DPP-4 (gliptinas): evitam a degradação da incretina
    - Reduzem o peso
  2. Análogos de GLP-1 (exenatida, liraglutida): funciona como a própria incretina
    - Diminuição do peso
    - Aumento do benefício cardiovascular
    - Administração subcutânea
    - Droga cara

E. Inibidores do SGLT2 (dapaglifozina, canaglifozina, empagliflozina): inibe o receptor que reabsorve a glicose no túbulo renal

  • Diminui peso: funciona como diurético osmótico
  • Diminui a HAS
  • Aumento do benefício cardiovascular e também apresenta benefício no DRC
  • Efeito adverso: candidíase, ITU, poliúria
  • Medicação cara
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18
Q

Tratamento da DM2

A
  1. Controle dos fatores de risco para doença metabólica
  2. Metformina 500 g a 2,5g/dia&raquo_space; antes das refeições, iniciar vagarosamente por conta dos efeitos no TGI
    * Reavalir paciente a cada 3-6 meses com HbA1C. Se > 7&raquo_space;>
  3. Metformina + 2º ou 3º agente
  • Doença aterosclerótica: análogo do GLP-1 (tida para tica)
  • DRC ou IC: inibidor do SGLT-2 (glifozin para o rim)
  • Preocupação com o ganho de peso: análogo da GLP-1 ou inibidor SGLT-2
  • Custo da medicação importa?&raquo_space; sulfonilureia e/ou pioglitazona
  • Avaliação de 3-6 meses. Não melhorou com 3 medicações? insulina basal
    3. Insulinização plena
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19
Q

Indicações de iniciar esquema de insulinização plena no TTO da DM2

A

Glicemia >= 300 (HbA1C >= 9,5%) na primeira consulta

Gestação

Falha terapêutica dos hipoglicemiantes orais

Estresse agudo (infecção, cirurgia, IAM, AVE)

Doença hepática e renal avançada

Internamento

Presença de sinais claros de insuficiência insulínica: polifagia, poliúria, polidpsia

COMO INICIAR?

  • Insulina “bedtime” 0,2 UI/kg ou 10 UI&raquo_space; se níveis não estiverem no alvo (80-130 mg/dl), aumentar dose em 2 UI a cada 3 dias
  • Na presença de glicemia < 70mg/dl&raquo_space; reduzir em 4 UI ou 10% (o que for maior)
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20
Q

Paciente em uso de metformina fará exame de imagem com contraste. O que fazer?

A

Suspender metformina antes do exame

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21
Q

Medidas gerais no tratamento das comorbidades no paciente diabético

A
  • Alvo PA < 130x80 (se proteinúria: IECA/BRA)
  • LDL < 70. Se doença aterosclerótica clínica, LDL < 50
  • Dieta
  • Ativ física
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22
Q

Complicações agudas da DM

A

Cetoacidose diabética

Estado hiperosmolar

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23
Q

Fisiopatologia da cetoacidose diabética

A

Aumento da glicose por baixa insulina&raquo_space; corpo age como se estivesse em jejum&raquo_space; hormônios contrainsulínicos promovem a gliconeogênese&raquo_space; cada vez mais gordura é quebrada, além de geração e acúmulo de corpos cetônicos&raquo_space; pH diminui, consumindo bicarbonato e gerando novo ânion&raquo_space; acidose metabólica com AG elevado

Mais comum na DM1. DM2 pode ocorrer em casos de condições de estresse (ex: infecções graves)

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24
Q

Tipos de corpos cetônicos

A

Ácido beta-hidroxibutírico
Ácido acetoacetétco
Acetona

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25
Q

Diagnóstico da cetoacidose diabética

A

Glicose plasmática > 250 mg/dl
Cetonemia / cetonúrica (3+/4+)
pH arterial < 7,3 e HCO3 < 15 (AM com AG elevado)

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26
Q

Clínica da cetoacidose diabética

A
  • Desidratação (osmótica): doar abdominal, náuseas, vômitos, taquicardia (+gastroparesia9
  • Hiperventilação (Kussmaul): resposta compensatória
  • Leucocitose
  • Aumento da creatinina, amilase (por desidratação&raquo_space; pré-renal)
  • Hálito cetôncio
  • Coma
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27
Q

Tratamento da cetoacidose diabética

A

VIP: volume, insulina e potássio (nessa ordem)

  • Volume: SF 0,9% 1 L na 1a hora (15-20 ml/kg em crianças). Após 1h, avaliar Na (hiponatremia dilucional)&raquo_space; se Na baixo, manter SF 0,9%. Se Na normal ou aumentado, passar para SF 0,45%
  • Insulina: após o volume! ataque: 0,1 UI/kg + manutenção 0,1 UI/kg/h. Alvo: reduzir glicemia 50-75 mg/dl/h. Quando glicemia = 250 mg/dl, iniciar SG 5% (metade/metade para não provocar hipoglicemia) 150-250 mg/h, mantendo glicemia entre 150-200 mg/dl
  • Potássio: célula sem potássio por aumento da osmolaridade, diminuição da insulina e redução do pH. Se função renal preservada, K fica normal. Mas se estiver prejudicada&raquo_space; hiperK. Com o tratamento, vai cair K
    a) Se K > 5,2&raquo_space; não repor K
    b) Se K entre 3,3 - 5,2&raquo_space; repor K 20-30 mEq/L
    c) Se K < 3,3&raquo_space; repor K e ADIAR INSULINA para não provocar hipoK extrema

-HCO3 se pH < 6,9 (100 mEq)

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28
Q

Parâmetros do paciente compensado após cetoacidose metabólica e a conduta posterior

A

pH > 7,3
HCO3 > 15
AG <= 12
Glicemia < 200

Manter insulina venosa e voltar aos poucos com insulina subcutânea e alimentação

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29
Q

Complicações da cetoacidose diabética

A
  • Trombose vascular: consequência da desidratação e aumento da viscosidade/coagulabilidade no sangue
  • Edema cerebral: quando ocorre reposição volêmica rápida
  • SDRA: paciente com pressão coloidosmótica intravasc baixa, a reposiçao de volume pode gerar gradiente pressórico que faz com que o volume saia do vaso e vá para os pulmões
  • Hipocalemia grave
  • Mucormicose (Rhizopus sp e mucor sp.)&raquo_space; micose profunda, que invade o septo nasal, palato e atinge seios carvernosos e cérebro, destrutiva, com extensa necrose&raquo_space; saída de secreção enegrecida da cavidade nasal&raquo_space; TTO: anfoB + desbridamento
  • Como hipoglicêmico
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30
Q

Fisiopatologia do estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico

A

Aumento da glicose no DM 2 e corpo atuando como se estivesse em estado de jejum (paciente come bastante)&raquo_space; neoglicogênese com limite (pois ainda há insulina endógena, sem haver formação de corpos cetônicos)&raquo_space; excesso de glicose cursa com hiperosmolaridade (tanto pela hiperglicemia como pela hipernatremia pela diminuição de ingesta de água livre)&raquo_space; POLIDIPSIA&raquo_space; volume arterial efetivo aumentado&raquo_space; aumento da TFG&raquo_space; perda de mais água&raquo_space; ciclo de polidipsia e hiperosmolaridade. Quando paciente não consegue beber água&raquo_space; aumento da osmolaridade&raquo_space; neurônio sofre, perdendo volume para o extracelular&raquo_space; coma hiperosmolar sem cetoacidose

É necessário haver ingesta inadequadamente baixa de líquidos&raquo_space; ex: pacientes idosos, acamados, crianças com alteração do nível de consciência

Fatores precipitantes: infecção, IAM, AVE, endocrinopatia, excesso de bebidas alcoólicas

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31
Q

Diagnóstico do estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico

A

Glicemia plasmática > 600
Osmolaridade plasmática efetiva > 320
pH arterial > 7,3
HCO3 > 18

Cálculo da osmolaridade efetiva: 2 x Na + glicose/18

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32
Q

Tratamento do estado hiperosmolar não cetótico

A

Mesmo da cetoacidose, porém a INSULINOTERAPIA SÓ DEVE SER INSTITUÍDA APÓS GENEROSA RESIÇÃO HÍDRICA

Obrigatório reposição de insulina IV em BIC

VIP: volume, insulina e potássio (nessa ordem)

  • Volume: SF 0,9% 1 L na 1a hora (15-20 ml/kg em crianças). Após 1h, avaliar Na (hiponatremia dilucional)&raquo_space; se Na baixo, manter SF 0,9%. Se Na normal ou aumentado, passar para SF 0,45%
  • Insulina: após o volume! ataque: 0,1 UI/kg + manutenção 0,1 UI/kg/h. Alvo: reduzir glicemia 50-75 mg/dl/h. Quando glicemia = 250 mg/dl, iniciar SG 5% (metade/metade para não provocar hipoglicemia)
  • Potássio: célula sem potássio por aumento da osmolaridade, diminuição da insulina e redução do pH. Se função renal preservada, K fica normal. Mas se estiver prejudicada&raquo_space; hiperK. Com o tratamento, vai cair K
    a) Se K > 5,2&raquo_space; não repor K
    b) Se K entre 3,3 - 5,2&raquo_space; repor K 20-30 mEq/L
    c) Se K < 3,3&raquo_space; repor K e ADIAR INSULINA para não provocar hipoK extrem
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33
Q

Complicações oftalmológicas do DM

A

Retinopatia

Maculopatia

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34
Q

Quadros evolutivos da retinopatia diabética

A

Não proliferativa
Não proliferativa avançada
Proliferativa

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35
Q

Fisiopatologia da retinopatia diabética

A

Doenças microvascular

Pericitos (células de reserva) dos vasos retinianos sofrem com hiperglicemia crônica&raquo_space; degeneração dos pericitos&raquo_space; perda da estruturação da parede vascular (parede fragilizada) + perda da barreira de impermeabilidade:

Retinopatia diabética não proliferativa (sem neovasos):

  • Microaneurismas (onde os pericitos desapareceram)
  • Exsudatos duros (acúmulo de lipoproteínas no interstício retiniado pelo aumento da permeabilidade), que formam macroagregados moleculares. Limites bem definidos

Retinopatia diabética não proliferativa avançada:

  • Hemorragias em chama de vela: aneurismas rompidos
  • Manchas algodonosas (exsudatos moles): mal definidas, que representam a isquemia da retina por microvasos ocluídos
  • Veias em “conta de rosário”&raquo_space; até as veias começam a sofrer, com estenoses intecaladas por dilatações
  • Edema de mácula

Retinopatia diabética proliferativa:

  • Neovasos anômalos, friáveis, formados pela secreção de VEGF pelas células isquemiadas
  • Alteração da visão por ruptura de neovasos, alterações inflamatórias destes (podem cursar com descolamento de retina do tipo tração)
  • Hemorragia vítrea por vários motivos: uso de heparina, pico pressórico&raquo_space; reação inflamatória&raquo_space; fibrose&raquo_space; descolamento de retina
  • Fibrose de neovasos na íris pode acarretar glaucoma agudo
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36
Q

Fisiopatologia da maculopatia

A

Edema de mácula reversível, difícil de perceber pelo fundo de olho desarmado

Causa mais comum de sintoma visual no DM e principal causa de perda da visão cental em DM

Pode aparecer antes da retinopatia

Distribuição de exsudatos duros perimaculares

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37
Q

Exames que evidenciam a maculopatia

A
  • Tomografia de coerência óptica

- Angiografia com fluoresceína

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38
Q

Fatores de risco da oftalmopatia diabética

A
Duração do DM
Controle glicêmico
HAS
Dislipidemia
Gestação
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39
Q

Screening da retinopatia diabética

A

Fundo de olho com oftalmologista anualmente

Início no DM1 após 5 anos de doença e no DM2 após o diagnóstico

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40
Q

Tratamento das complicações oftalmológicas

A
  • Controle glicêmico e pressórico rigoroso&raquo_space; possível piora inicial da visão pela diminuição do volume plasmático, que piora a isquemia retiniana
  • RDNP incial&raquo_space; acompanhamento 6/6 meses
  • RDNP avançada ou a RDP: fotocoagulação a laser panretiniana&raquo_space; provoca a apoptose do neurônio periférico isquêmico que produz VEGF&raquo_space; paciente passa a ter a visão tunelizada, porém não corre o risco de cegueira
  • Edema de mácula (sem retinopatia): anti-VEGF intravíteo de 6/6m (anticorpo). Opção: fotocoagulação focal
  • Descolamento de retina / hemorragia retiniana: vitrectomia
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41
Q

Principal alvo renal do DM

A

glomérulo (glomeruloesclerose)

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42
Q

Tipos de glomeruloesclerose

A
  • Nodular (Kimmestiel-Wilson): mais específica, material amorfo em forma de nódulo
  • Difusa: mais comum. Material amorfo difuso
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43
Q

Fatores de risco para nefropatia diabética

A

Duração da DM
Controle glicêmico
Negros, hispânicos, índios norteamericanos
HF +

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44
Q

Fisiopatologia da nefropatia diabética e suas fases evolutivas

A
  1. Hiperfiltração glomerular (aumento da TFG): glicose é reabsorvida no TCP juntamente com o Na&raquo_space; juntamente com o Na, ocorre aumento da volemia&raquo_space; aumento da TFG&raquo_space; ao longo dos primeiros 5 anos
  2. Espessamento da MBG e da matriz mesangial pela sobrecarga pressória glomerular&raquo_space; hipertrofia glomerular (TFG normal) pelo aumento local da expressão de fatores de crescimento + alteração das moléculas pela hiperglicemia, com inflamação e disfunção&raquo_space; ainda é reversível! Se controle da glicemia, ocorre rabsorção desta matriz&raquo_space; a partir de 5 anos
  3. Microalbuminúria (30-300 mg/dia): alteração da permeabilidade do glomérulo&raquo_space; nefropatia incipiente&raquo_space; fase potencialmente reversível. Só detectado por métodos especiais&raquo_space; após +- 10 anos»
    * fator de risco cardiovascular independente
  4. Macroalbuminúria (> 300 mg/dia) / nefropatia declarada&raquo_space; fase irreversível, com queda da TFG progressiva&raquo_space; irreversível&raquo_space; após 7-10 anos&raquo_space;
  5. DRC
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45
Q

Screening da nefropatia diabética

A

Quem? Todas as formas de DM

Quando?

  • DM1 >= 5 anos
  • DM2 logo após dagnóstico
  • Gestação (pela hipervolemia fisiológica)

Como? relação alb/cr + cr sérica (para estimar TFG) ANUALMENTE

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46
Q

Como confirmar albuminúria persistente?

A

1ª amostra (+)&raquo_space; afastar causas de albuminúia transitória, ex: ITU, febre, exercício vigoroso, hematúria, aumento da PA ou glicose&raquo_space; repetir o exame em 3-6 meses&raquo_space; se 2 em 3 amostras positivas&raquo_space; iniciar tratamento

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47
Q

Tratamento da nefropatia diabética

A

Fase pré-nefropatia: controle glicêmico

Microalbuminúria (nefropatia incipiente):

  • Controle glicêmico
  • Controle pressórico
  • Anti-proteinúricos (IECA ou BRA)&raquo_space; mesmo se não houver HAS, na dose máxima tolerada
  • Controle da dislipidemia

Nefropatia declarada:

  • Controle pressórico
  • Anti-proteinúricos (IECA ou BRA)&raquo_space; mesmo se não houver HAS, na dose máxima tolerada
  • Controle da dislipidemia
  • Cessar tabagismo
  • Rever hipoglicemiantes pela TFG
  • Meta pressórica: < 140x90, se possível < 130x80 mmHg
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48
Q

Complicação microvascular mais comum do DM

A

Neuropatia diabética

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49
Q

Fatores de risco para neuropatia diabética

A
Duração do DM
Controle glicêmico
IMC
Tabagismo
HAS
Aumento dos TG
DCV estabelecida
50
Q

Tipos de apresentação da neuropatia diabética

A

Polineuropatia simétrica distal
Mononeuropatia
Mononeuropatia múltipla
Neuropatia autonômica

51
Q

Fisiopatologia da neuropatia diabética

A

Perda de fibras mielinizadas e não-mielinizadas

Lesão dos vasa-nervorum (vasos que suprem os nervos)

52
Q

Diagnóstico da neuropatia diabética

A

DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO

53
Q

Forma mais comum da apresentação clínica da neuropatia diabética

A

Polineuropatia distal simétrica (dor e perda sensitiva em bota e em luva)&raquo_space; evolui para perda sensorial definitiva

Dor em queimação, que predomina em repouso, piora pela noite e com o controle glicêmico, melhora com a deambulação&raquo_space;> desaparece com o tempo após perda sensorial

Alodínea: intolerância a estímulos simples, como contato com roupas, lençóis etc

Com o avançar da doença, é comum o acometimento das fibras mtoras&raquo_space; causam deformidades e disfunção

54
Q

Exame neurológico do paciente com neuropatia

A

Perda tátil com monofilamento 10 g
Hipo/arreflexia do aquileu
Perda da propriocepção

55
Q

Características da polirradiculopatia diabética

A

Acometimento de raízes nervosas oriundas da medula

Fisiopatologia desconhecida

Dor + fraqueza em dermátomos (distribuição da raiz afetada)

Se acometimento de raiz baixa (MMII): amiotrofia diabética&raquo_space; comprometimento motor, atrofia muscular

Autolimitada (6-12 meses)

56
Q

Características da mononeuropatia diabética

A

Apresentação rara

Acometimento do nervo craniano ou periférico

Clássico: paralisia aguda do III par&raquo_space; ptose + diplopia + oftalmoplegia + reatividade pupilar preservada (em outras formas há a perda da reatividade)

Por evoluir para mononeurite múltipla

Fisiopatologia desconhecia

57
Q

Características da mononeurite múltipla

A

Um nervo de cada vez vai sendo afetado

Ex: uma mão cai, depois a outra, depois o pé etc

58
Q

2 principais causas de mononeurite múltipla

A

DM

Vasculites

59
Q

Características da neuropatia autonômica

A

Sistema cardiovascular:

  • Taquicardia em repouso
  • Hipotensão ortostática

TGI e TGU:

  • Gastroparesia
  • Bexiga neurogênica
  • Disfunção erétil
  • Constipação / diarreia

Metabolismo intermediário:
-Diminuição dos hormônios contrarreguladoes + perda do reflexo adenérgico da hipoglicemia&raquo_space; paciente não é avisado pelo estímulo adrenégico e não reconhece a hipoglicemia, podendo a ter sintomas neurológicos

Tônus sudomotor:

  • Hiperidrose MMSS
  • Anidrose MMII&raquo_space; aumento do risco de pé diabético
60
Q

Tratamento da neuropatia diabética

A
Controle glicêmico
Cessar tagabismo
Controle dos triglicerídeos
Reposição de vitamina  B12
Medidas de prevenção do pé diabético

Se dor/desconforto:

  • Duloxetina
  • Pregabalina
  • Amitriptlina: primeira linha
  • Gabapentina

Se hipotensão postural:

  • Aumento da ingesta de sal
  • Meias compressivas
  • Evitar desidratação e diuéticos
  • Medidas comportamentais
61
Q

Principal fator etiopatogênico do pé diabético

A

Neuropatia

62
Q

Fisiopatologia do pé diabético

A

Perda tátil e diinuição da sensibilidade dolorosa (paciente não sente a agressão que ocorre no pé) + alterações estruturais pela neuropatia motora + distúrbio da propriocepção que provoca má distribuição do peso corporal + anidrose pela neuropatia autonômica&raquo_space;> malperfurante plantar

O que também influencia:

  • DAP
  • Disfunção leucocitária pelo DM
  • Má cicatrização pelo DM
63
Q

Rastreio do pé diabético

A
  • Teste do monofilamento de 10g&raquo_space; perda da sensiblidade

- Índice tornozelo-braquial < 0.9&raquo_space; DAOP

64
Q

Medidas preventivas para o pé diabético

A
Inspeção diária pelo próprio paciente
Calçado apropriado 
Não andar descalço
Manter pele limpa e hidratada
Calos e aterações ungueais >> podiatria
Procurar auxílio médico em caso de úlcera
Não permitir o corte do canto das unhas
65
Q

Diagnóstico do pé diabético infectado

A

Diagnóstico clínico: secreção, celulite adjcente

Cultura somente se aspiração ou após desbridamento

66
Q

Tratamento do pé diabético infectado

A
Evitar carga do pé
Desbridamento cirúrgico
Curativos (ex: hidrocoloide)
ATB com cobertura polimicrobiana >> o tópico e antisséptico não é recomendado
Revascularização
Amputação limitada

Se ausência de resposta&raquo_space; investigar osteomielite com RNM

67
Q

Principal fator de risco para amputaçao do pé diabético

A

Amputação anterior

68
Q

Def. de obesidade

A

Excesso de tecido adiposo que aumenta a morbimortalidade do indivíduo

69
Q

Classificação do IMC

A
  • IMC >= 25 - 29,9&raquo_space; sobrepeso
  • IMC 30 -34,9&raquo_space; obesidade grau I
  • IMC 35 - 39,9&raquo_space; obesidade gau II
  • IMC >= 40&raquo_space; obesidade grau III (móbida)
  • IMC >= 50&raquo_space; superobeso
70
Q

Relação cintura-quadil (RCQ) normal e cicunferência abdominal (CA)

A

RCQ Homens: até 0,9
RCQ Mulheres: até 0,85
CA homem: < 94 cm
CA mulher: < 80 cm

Adipócitos centrais possuem maior atividade lipolítica&raquo_space; liberação de ácidos graxos livres

71
Q

Fisiopatologia do adipostato

A

Hipotálamo regula o gasto (gasto energético basal) e o consumo (fome) energético:

Set point: influência genética que determina tendência à magreza ou acúmulo de gordura

Modulação do gasto energético:

  • 70% do gasto é destinado à NEAT (termogênese não relacionada ao exercício)
  • Como o hipotálamo modula o gasto? pela mudança da NEAT&raquo_space; hipotálamo atua por meio da inervação adrenérgica no tecido adiposo marrom e células BEGES, pelos receptores beta-3-adrenérgicos, que estimulam a expressão da proteína UCP-1&raquo_space; energia que seria estocada no ADP é dissipada, gerando calor (ácidos graxos são queimados na própria célula para gerar calor)&raquo_space; gasto calórico com geração de calor, elevando a NEAT

Modulação do apetite:

  • N. vago: informa a distensão das vísceras ocas quando na presença de conteúdo alimentar&raquo_space;> inibe o apetite
  • Grelina: produzida pelo fundo gástico quando o estômago está vazio&raquo_space; orexígeno (aumenta o apetite)
  • PYY e CCK: produzidas pelo intestino delgado quando o alimento passa, com ação de inibição do apetite
  • Insulina: diminui o apetite
  • Cortisol: diminui o apetite

Modelo adipócito-leptina: adipócito secreta leptina, que atua no adipostato hipotalâmico&raquo_space; diminui o apetite e aumenta o gasto energético&raquo_space; quando ocorre aumento dos adipócitos, ocorre aumento da secreção da leptina&raquo_space; resistência à leptina (pós-receptor)&raquo_space; diminuição da saciedade

Adiponectina é produzida pelos adipócitos e diminui seus níveis quando a massa de adipócitos aumentam. Função: diminui a resistência a insulina e protege vasos contra aterosclerose

Resistina: aumenta com a massa de adipócitos&raquo_space; causa resistência a insulina e provoca aterosclerose

Macrófagos intersticial do estroma do tecido adiposo aumenta a secreção de TNF-alpha, IL-6 (pró-inflamatórias) de acordo com a massa de adipócitos, além de angiotensinogênio, PAI-1, fator D (efeito negativo no sistema cardíaco)

72
Q

Consequências patológicas da obesidade

A

Resistêcia à insulina:
aumento da liberação de ác graxos livres na veia porta&raquo_space; hepatócito os capta e os transforma em TG dentro da célula&raquo_space; oxidação e produção de citocinas inflamatórias&raquo_space; inflamação aumenta a resistência à insulina

Cardiopatias: obesidade aumenta o tônus adrenérgico + aumenta as partículas aterogênicas

Pneumopatias: diminuição da complacência da caixa torácica (como se fosse uma restrição pulmonar), apneia obstrutiva do sono

Hepatopatia: esteato-hepatite, cirrose, doença litiásica

Artropatia: sobrecarrega as articulações, aumento de gota (maior produção de ác úrico)

CA: aumenta a ocorrência de vários tipos de neoplasias e pioram a resposta. Ex: aumento da conversão periférica do estrogênio, aumentando o risco de CA de endométrio

73
Q

Causas secundárias de obesidade

A

-SOP
-Cushing
-Hipotireoidismo
-Distúrbios hipotalâmicos (que cursam com distúrbios do apetite)
-Uso de drogas:
a) Esteroides
b) Antidiabéticos: secretagogo, TZLD, insulina
c) Psicóticos
Anticonvulsivantes (gabapentina, valproato)

74
Q

Tratamento para IMC entre 25-29.9 (sobrepeso)

A

Dieta
Exercício físico
Drogas: se comorbidades

75
Q

Tratamento entre 30-34,9 (obesidade grau I)

A

Dieta
Exercício físico
Drogas
Cirurgia questionável

76
Q

Tratamento do IMC 35-39,9 (obesidade grau II)

A

Dieta
Exercício físico
Drogas
Cirurgia se comorbidades

77
Q

Tratamento do IMC >= 40 (obesidade mórbida)

A

Dieta
Exercício físico
Drogas
Cirurgia

78
Q

Alvo do tratamento da obesidade

A

Perda de 8-10% do peso em 6 meses&raquo_space; benefícios significativos para a saúde

79
Q

Peculiaridades da dieta indicada na obesidade

A

Déficit calórico de 500-1000 kcal/dia&raquo_space; perda ˜ 1kg/sem

80
Q

Recomendação básica de exercícios físicos

A

150 min/sem aeróbico moderada

75 min/sem aeróbico intenso

81
Q

Drogas liberadas pela ANVISA para obesidade

A

ANOREXÍGENOS:

  • Sibutramina&raquo_space; evitar em paciente com risco cardiovascular e paciente cardiopata
  • Liraglutida&raquo_space; otimiza a liberação da insulina
  • Lorcaserina&raquo_space; agonista serotomimético

BLOQUEADORES LIPASE LUMINAL:
-Orlistat&raquo_space; risco de má absorção se uso crônico e pode levar a deficiência de vitaminas

82
Q

Indicação de tratamento medicamentoso para obesidade

A

Falha na dieta + exercícios E

  • IMC >= 30
  • Comorbidades E IMC >= 27
83
Q

Tipos de cirurgia para obesidade

A
  • Restritivas: reduzem o volume de alimento que o TGI aceita
  • Disabsortivas: reduzem a superfície de absorção&raquo_space; não se faz mais&raquo_space; sobrcarga de ácidos graxos livres&raquo_space; esteatose hepática com crise aguda, cise litiásica
  • Mistas
84
Q

Indicações de cirurgia para obesidade no Brasil

A
Idade 18-65 anos
IMC >= 40
IMC > 35 + comorbidades
Falha no TTO conservador
Obesidade "estável" >> 5 anos ou mais

Entre 16-18 anos: presença de pediatra + cartilagens fechadas

85
Q

Contraindicaçoes da cirurga bariátrica

A

Prader-Willi&raquo_space; doença hipotalâmica com distúrbio na fome
Cuching

Precaução: doença psiquiátrica

86
Q

Procedimentos endossados pelo CFM para a cirurgia bariátrica

A

Banda gástrica ajustável: mais simples, restritivo, pode ser feito em pacientes com maior risco cirúrgicos. Não leva a muita perda de peso.

Gastrectomia vertical: puramente restritivo

Bypass gástrico em Y de Roux: mista, mais realizada na prática.

Derivação biliopancreática + gastrectomia

Switch duodenal: gatrectomia em manga com preservação do piloro (diferença entre a derivação biliopancreática)

87
Q

No que consiste o anabolismo?

A

Reações de síntese das macromoléculas:

  • Glicose&raquo_space; glicogênio
  • Aminoácidos&raquo_space; proteínas
  • Ácidos graxos (+ glicerol)&raquo_space; triglicerídeos
88
Q

No que consiste o catabolismo?

A

Reações de decomposição dos polímeros em unidades moleculares:

  • Glicogênio&raquo_space; glicose
  • Proteínas&raquo_space; aminoácidos
  • Triglicerídeos&raquo_space; ácidos graxos (+glicerol)
89
Q

Grande hormônio anabólico

A

Insulina

predomina no período pós-prandial

90
Q

Hormônios catabólicos (contrainsulínicos)

A

Glucagon
Adrenalina
Cortisol
GH

(predominam no jejum)

91
Q

Síntese, secreção e ação da insulina

A

Aumento dos níveis séricos de glicose&raquo_space; glicose é percebida ao adentrar o citoplasma pelos canais GLUT 1 e 2 da célula beta pancreática&raquo_space; pró-insulina é clivada em insulina + pepitídeo C (sem atividade hormonal)&raquo_space; glicose passa por glicólise e formação de ATP&raquo_space; fechamento dos canais de K ATP-sensíveis&raquo_space; despolarização celular&raquo_space; degranulação e secreção de insulina&raquo_space; insulina se liga ao seu receptor na célula que irá atuar, estimulando uma cascata de tirosina-quinase que exerce importantes funções intracelulares, como estímulo a translocação dos receptores de glicose GLUT 4 do citoplasma para a membrana celular, transportador esteresponsável pela captação de glicoe pelo músculo etecido adiposo

Fases da liberação da insulina:

  1. Grânulos pré-formados&raquo_space; aumenta os níveis séricos rapidamente
  2. Secreção de forma sustentada pelo aumento da sintese
92
Q

Síntese e secreção do glucagon

A

Redução dos níveis de glicose&raquo_space; síntese e liberação de glucagon pelas células alpha pancreáticas

93
Q

Neurônios necessitam de insulina para conseguirem metabolizar a glicose. V ou F?

A

Falso! A glicose é a principal fonte de energia dos neurônios, porém estes já expressam em suas células canais de glicose (GLUT 1), não necessitando de insulina

Sem insulina, não conseguem realizar síntese e armazenamento de glicogênio&raquo_space; não possuem reservas de glicose

94
Q

O que é a betaoxidação?

A

Geração de ATP a partir de ác graxos&raquo_space; principaais substratos na geração de energia no jejum

95
Q

Substrato utilizado pelos neurônios como fonte de ATP na ausência de glicose

A

Corpos cetônicos produzidos pelo fígado a partir de ácidos graxos (cetogênese)

96
Q

Nome do processo de formação de glicogênio

A

Glicogenogênese

97
Q

Nome do processo de formação de ácidos graxos e como ele acontece

A

Lipogênese

Excesso de glicose no hepatócito&raquo_space; acetil CoA produzida pela glicólise é convertida em malonilCoA&raquo_space; síntese de ácidos graxos&raquo_space; adipócitos transformam os ácidos graxos em triglicerídeos pela reação de esterificação

98
Q

Nome do precesso de quebra de glicogênio para obtenção de glicose

A

Glicogenólise

99
Q

Nome do processo de síntese de glicose a partir de moléculas não glicídicas

A

Gliconeogênese

100
Q

Substratos da gliconeogêsene

A

Lactato do músculo
Glicerol do tecido adiposo
Glutamina da proteólise celular

101
Q

O que são as incretinas?

A

Peptídeos secretados pelo TGI durante a absorção de nutrientes que aumenta a secreção pancrática de insulina em resposta à glicose

102
Q

Principais incretinas

A

GLP-1

GIP

103
Q

Qual o nome da enzima que degrada a incretina?

A

DPP-4

104
Q

Doenças endócrinas que podem provocar DM

A

Todas que que produzem desequilíbrio entre a insulina e os hormônios contra-insulínicos: catabolismo&raquo_space; acúmulo de glicose/hiperglicemia&raquo_space; aumento da produção de insulina

  • Feocromocitoma (adrenalina)
  • Acromegalia/gigantismo (GH)
  • Cushing (cortisol)
105
Q

Tratamento do paciente pré-diabético

A

Orientação nutricional + atividades físicas regulares
Cessação do tabagismo

Metformina se:

  • IMC >= 35
  • Idade < 60 anos
  • História de DM gestacional

Exames anuais para rastreio de DM

Redução de >= 7% peso corporal

106
Q

O que é o período de “lua de mel”?

A

Ocorre quando, no DM1, o pâncreas do paciente ainda possui alguma reserva de insulina endógena, necessitando de menores doses de insulina exógena no início do tratamento

107
Q

Como reavaliar as doses de insulina?

A

LEMBRAR QUE:

  1. Glicemia pré-café da manhã&raquo_space; NPH da noite
  2. Glicemia pré-almoço&raquo_space; regular da manhã
  3. Glicemia pré-jantar&raquo_space; NPH da manhã
  4. Glicemia antes de dormir&raquo_space; regular da noite
SE:
< 70 mg/d >> - 2UI
71 - 140 mg/dl >> manter dose
141 - 160 mg/dl >> + 1UI
161 - 200 mg/dl >> + 2 UI
201 - 240 mg/dl >> + 3UI
> 240 mg/dl >> + 4UI
108
Q

Principais causas de hipoglicemia no paciente diabético

A

Irregularidade dietética (ex: omissão da refeição)

Erro na dose de insulina

Exercício físico não programado

Ingesta de álcool (inibe a gliconeogênese hepática)

109
Q

Valor de glicemia capilar considerado nível de alerta para hipoglicemia, independente dos sintomas

A

Dx <= 70 mg/dl

Hipoglicemia: <= 50 mg/dl

110
Q

Medidas educativas para que o paciente reverta a hipoglicemia após sentir os sintomas

A

Paciente sempre deve andar com algum doce prontamente disponível

Evitar jejum prolongado após dose de insulina regular

Evitar exercícios extenuantes

111
Q

O que significa hypoglycemia unawareness?

A

Falta de percepção da hipoglicemia, que tende a acometer pacientes com mau controle glicêmico crônico, por disfunção do sistema nervoso autônomo&raquo_space; paciente passa do estado assintomático para neuroglicopenia de forma súbita

112
Q

Nome da reação local no sítio da infusão de insulina exógena

A

Lipo-hipertrofia&raquo_space; nódulos sob a pele pelo crescimento do tecido adiposo da região

113
Q

Metas glicêmicas no DM2

A

HbA1C < 7%
Dx capilar pré-prandial 80-130 mg/dl
Dx capilar pós-prandial < 180 mg/dl

114
Q

Diagnóstico de síndrome metabólica

A
  • Obesidade central: cintura > 102 cm em homens e > 88 em mulheres
  • Hipertrigliceridemia: TG >= 150
  • HDL baixo: HDL< 40 em homens e < 50 em mulheres
  • HAS: PA >= 135x85 ou tratamento anti-hipertensivo
  • Glicemia de jejum alterada: >= 100 ou diagnóstico prévio de DM
  • Obesidade + 2 critérios
115
Q

Alvo glicêmico dos pacientes graves (críticos)

A

140 - 180 mg/dl&raquo_space; hipoglicemia tem maior morbidade do que a hiperglicemia nestes pacientes

116
Q

Fisiopatologia das lesões microvasculares provocadas pelo DM

A

Glicosilação não enzimática irreversível de fatores proteicos plasmáticos e teciduais (produtos finais de glicosilação avançada)&raquo_space; fatores se ligam ao colágeno dos vasos&raquo_space; lesão endotelial da microvasculatura&raquo_space; obstrução, fragilidade e microtrombos

117
Q

Conduta na suspeita clínica de hipoglicemia grave

A
  • Coleta imediata de sangue para avaliação da glicemia
  • Adm de 25-50 g de glicose IV (50 a 100 ml de glicose a 50%)
  • Se probabildade de etilismo crônico ou desnutrição&raquo_space;> 100 mg de tiamina IM ou IV lenta&raquo_space; prevenção de encefalopati de Wernicke
118
Q

Principal fator precipitante da cetoacidose metabólica

A

Infecções

119
Q

Outra nomeclatura para o Estado Hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico

A

Como hiperosmolar

120
Q

Clínica do Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar Não Cetótico

A

Depressão do nível de consciência em paciente idoso

Desidratação progressiva. hipotensão, oligúria
Infecção associada

Submedicação com insulina

Gastroparesia pela hiperosmolaridade: distensão e dor abdominal

121
Q

Cálculo da osmolaridade efetiva

A

Osm = 2 x Na + glicose/18

122
Q

Paciente com DRC pode fazer uso da metformina?

A

ClCr entre 60-30 pode fazer até 1000 mg

ClCr <= 30&raquo_space; contraindicação absoluta