Doenças das vias biliares Flashcards
Vias biliares extra-hepáticas (anatomia)
Ducto hepático direito + esquerdo ➡ ducto hepático comum ➡ recebe o ducto cístico ➡ formam o colédoco ➡ se junta com o ducto de Wirsung (pancreático principal) ➡ formação da ampola de Vater, controlado pelo esfincter de Oddi
Limites do triângulo de Calot
Borda hepática
Ducto cístico
Ducto hepático comum
O que passa dentro do triângulo de Calot?
Artéria cística
Tipos de cálculos das vias biliares e suas características
- Cálculos de colesterol ➡ mais comum, amarelo ➡ não pigmentado, radiotransparente, formado na vesícula
- Cálculos pigmentares pretos (de bilirrubinato de cálcio) ➡ 2o mais comum ➡ pigmentado, formado na vesícula ➡ HEMÓLISE CRÔNICA, cirrose (não conjuga bilirrubina)
- Cálculos pigmentares castanhos (de bilirrubinato + colesterol) ➡ mais raro ➡ formado dentro da via biliar (colédoco) ➡ obstrução do colédoco + colonização bacteriana ➡ estenose, atresia
Fatores de risco para a formação dos cálculos de colesterol
- Mulher
- Estrogênio ➡ estimula colesterol através da bile ➡ Aco
- Idade ➡ ⬇ contratibilidade da bile
- Obesidade
- Emagrecimento rápido ➡ eliminação maior de gordura pelo colesterol da bile
- Clofibrato ➡ mesmo motivo do emagrecimento rápido
- Doenças ileais (Crohn, ressecções) ➡ diminuição da absorção dos sais biliares, que são solventes do colesterol (evitam a formação de cálculo)
Tipo do cálculo que forma a coledocolitíase primária
Cálculos castanhos: únicos que se formam DENTRO DO COLÉDOCO ➡ dilatação e estase por obstrução crônica
Def. colelitíase
Cálculo na vesícula biliar
Clínica da colelitíase
Assintomático se não impactado
Se impactado no infundíbulo:
- Cólica biliar (vesícula contrai) ➡ principalmente após libação alimentar (alimentos gordurosos) ➡ desobstrução espontânea ➡ alívio dentro de 6 horas
- Vômitos, náuseas
- Dispepsia
Diagnóstico da colelitíase
USG ➡ padrão-ouro ➡ imagem hiperecoica com sombra acústica posterior
Tratamento da colelitíase
AINE
Colecistectomia videolaparoscópica
Indicação de cirurgia da colelitíase
- Paciente sintomático
- História de complicação prévia independente do estado sintomático atual
- Paciente assintomático se:
- Cálculo > 3 cm
- Cálculo + pólipo ➡ fator de risco para CA
- Vesícula em porcelana ➡ calcificação da parede da vesícula ➡ fator de risco para CA de vesícula
- Anomalia congênita
- Cálculos + anemia hemolítica ➡ fator de risco para cálculos pretos
- Cálculos + Prótese valvar metálica ➡ fator de risco para cálculos pretos
- Cirurgia bariátrica e Tx cardíaco (questionável)
Tratamento farmacológico caso paciente refratário ou com risco cirúrgico proibitivo
Cálculos de colesterol pequenos (< 5 mm) ➡ ÁCIDO URSODESOXICÓLICO
Def. Colecistite aguda
Inflamação por um cálculo obstruindo a vesícula
Impactação com obstrução persistente ➡ irritação química e inflamação
Clínica da colecistite aguda
- Cólica biliar com duração > 6 horas ➡ pode haver irradiação para região infraescapular
- Febre baixa/moderada
- Vômitos, náuseas
- Sinal de Murphy positivo (paciente interrompe de maneira súbita a inspiração profunda durante a palpação do ponto cístico)
Diagnóstico da colecistite aguda
- USG ➡ primeiro exame ➡ edema (espessamento) da parede da vesícula biliar > 3 mm + cálculo impactado + Murphy sonográfico + líquido perivesicular
- Cintilografia biliar ➡ padrão-ouro ➡ ausência de contraste dentro da vesícula biliar (não visualização da vesícula)
Tratamento da colecistite aguda
- Medidas gerais ➡ internação hospitalar, analgesia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos, dieta zero
- ATBterapia. Ex: cipro + metro
-Colecistectomia VLP PRECOCE (ideal < 72 h) ➡ tecido não está tão friável, não há muitas aderências ➡ porém
é seguro até 10 dias após início do quadro
- Colecistostomia percutânea para paciente que não tolera a cirurgia (PACIENTE GRAVE) ➡ avalia a pressão intravesicular
- Esperar o processo inflamatório esfriar está caindo em desuso
Complicações da colecistite aguda (2)
- Perfuração
- Colecistite enfisematosa aguda: gás na parede da vesícula ➡ infecção por clostridium (anaeróbios) ➡ paciente idoso, DM ➡ colecistec emergencial
Tríade do íleo biliar (fístula biliodigestiva)
Tríade de Rigler:
- Obstrução de delgado
- Pneumobilia ➡ ar no interior da vesícula biliar
- Cálculo ectópico
Classificação das consequências da perfuração da colecistite aguda
a) Livre ➡ peritonite ➡ paciente não consegue bloquear a inflamação. Ocorre geralmente quando paciente é imunocomprometido ➡ Cirurgia de urgência
b) Bloqueada ➡abscesso ➡ avaliar drenagem (colecistostomia)
c) Fístula ➡ ÍLEO BILIAR
Def. Colecistite aguda alitiásica
Colecistite sem a presença do cálculo ➡ bile represada, lama biliar ➡ infecção
Fatores de risco para Colecistite aguda alitiásica
Pacientes graves em CTI
NPT
Jejum prolongado
Clínica da Colecistite aguda alitiásica em paciente internado no CTI e conduta
Paciente grave
Febre
Leucocitose
Fazer USG
Def. Síndrome de Mirizzi
Compressão extrínseca do ducto hepático comum por um cálculo impactado no infundíbulo ou ducto cístico
Clínica da Síndrome de Mirizzi
Icterícia ➡ obstrução da via biliar principal ⬆ FA \+ -Cólica biliar com duração > 6 horas -Febre -Sinal de Murphy
Classificação da Síndrome de Mirizzi
Tipo I: sem fístula, apenas obstrução extrínseca
Tipo II: fístula 1/3 do ducto hepático comum
Tipo III: fístula 2/3 do ducto hepático comum
Tipo IV: fístula pega toda a circunferência do ducto hepático comum
Def. coledocolitíase
Presença de cálculo no colédoco
Coledocolitíase primária é aquela onde o cálculo biliar é formado no _____________
interior do colédoco
Clínica da coledocolitíase
50% assintomático ➡ cálculo não impactado
- Icterícia flutuante (intermitente) ➡ colédoco contrai para tentar expulsar o cálculo, acumulando bile ➡ cálculo se move, escoando um pouco desta bile e melhorando a icterícia ➡ SURTOS TRANSITÓRIOS DE SD COLESTÁTICA com colúria, acolia fecal. Prurido não é comum
- Vesícula impalpável (escleroatrófica)
- Exames laboratoriais também flutuantes: ⬆ BD e FA
Diagnóstico da coledocolitíase
- USG ➡ dilatação de vias biliares extra-hepáticas (> 5 mm) e presença de cálculos
- ColangioRM ➡ confirma diagnóstico ➡ não invasivo, falha no enchimento do colédoco, não é terapêutica
- CPRE ➡ confirma diagnóstico ➡ procedimento invasivo, terapêutica
Como investigar a coledocolitíase na colelitíase?
Sempre investigar o risco de coledocolitíase em um paciente diagnosticado com colelitíase!
USG + BT + TGP/TGO
- ALTO RISCO: USG com cálculo no colédoco, icterícia flutuante, colestase ➡ CPRE
- RISCO INTERMEDIÁRIO: USG com colédoco dilatado (> 5 mm), HPP de colecistite, pancreatite ou colangite + 2 de: ⬆ BT, FA ou TGO/TGP ➡ ColangioRM
- BAIXO RISCO: HPP de colecistite, pancreatite ou colangite, ⬆ BT, FA ou TGO/TGP MAS SEM DILATAÇÃO DO COLÉDOCO ➡ Colangiografia intra-operatória (avaliar as vias no intra-operatório para checar se alguma pedra está impactada também no colédoco)
- MUITO BAIXO RISCO: nenhum fator ➡ colecistectomia videolaparoscópica sem investigação adicional
Sempre tratar paciente na coledocolitíase. V ou F?
Verdadeiro ➡ risco de colangite aguda
Tratamento da coledocolitíase
DESCOBERTA ANTES DA colecistectomia VLP ➡ CPRE (papilotomia) ➡ menos invasivo que a exploração cirúrgica das vias biliares
DESCOBERTO DURANTE A colecistectomia VLP ➡ exploração cirúrgica do colédoco
CÁLCULO INTRA-HEPÁTICO, COLEDOCOLITÍASE PRIMÁRIA, ESTENOSE DO ESFÍNCTER DE ODDI ➡ derivação biliodigestiva
Sempre revisar a existência de cálculos residuais após abordagem cirúrgica com a colangiografia pós-operatória pelo drneo de Keher
Toda vez que for realizar exploração cirúrgica de vias biliares, é necessário deixar o _________________ no local para que não haja estenose e/ou fístulas de vias biliares
Dreno de Kehr
Def. colangite aguda
Infecção bacteriana das vias biliares após haver obstrução das vias biliares (coledocolitíase, tumores, estenoses, colangiografia, parasitas, anastomoses bilioentéricas)
Classificação da colangite aguda (2)
- Não grave (não supurativa) ➡ restrita as VVBB
- Grave (tóxica aguda / supurativa) ➡ presença de obstrução completa de um sistema biliar com pus sob alta pressão
Clínica da colangite aguda não grave
Tríade de Charcot:
- Febre com calafrio
- Icterícia
- Dor abdominal
⬆ BD, FA, TGO/TGP
Leucocitose com desvio
Clínica da colangite aguda grave (supurativa)
Pêntade de Reynolds:
- Febre com calafrio
- Icterícia
- Dor abdominal
- HIPOTENSÃO
- DEPRESSÃO DO SNC
(processo de sepse contínua)
Tratamento da colangite aguda não grave
ATB ➡ resposta dramática
Drenagem das VVBB ➡ eletiva
Tratamento da colangite aguda grave (supurativa)
ATB ➡ não resolutivo
Drenagem das VVBB IMEDIATA!! ➡ drenagem biliar trans-hepática percutânea, CPRE ou coledocotomia
Tipos de tumores periampulares (4)
Cabeça de pâncreas ➡ principal
Colangiocarcinoma distal
Duodeno
Papila (ampola de Vater)
Clínica dos tumores periampulares
- Icterícia progressiva (conforme o tumor vai crescendo)
- Colestase: colúria, acolia fecal, prurido
- Vesícula de Courvoisier-Terrier: vesícula palpável e indolor ➡ vesícula não é escleroatrófica
Clínica clássica dos tumores de ampola de Vater (apesar de não ser mais comum)
- Idosas
- Períodos de atenuação (icterícia flutuante)
- Melena
Vascularização não consegue acompanhar o crescimento do tumor, que é muito rápido ➡ necrose distal do tumor ➡ a tampinha do tumor se abre, havendo escoamento de bile e também sangramento