Sepse e choque séptico Flashcards
Definição de sepse
Resposta inflamatória desregulada sistêmica a um processo infeccioso, promovendo disfunção orgânica
Critéris diagnósticos da sepse
Infecção + SOFA >= 2 (avaliação de falências orgânicas»_space; a partir de 2, a mortalidade é 10%)
Definição de choque séptico
Sepse com anomalias circulatórias, celulares e metabólicas que acarretam maior risco de morte (mortalidade >= 40%)
SEPSE +
- Vasopessores para manter PAM >= 65 mmHg +
- Lactato arterial > 2 mmol/l (ou 18 mg/dl) +
- A despeito de ressuscitação volêmica já realizada com HV
Escore Quick SOFA (qSOFA)
Avalia sepse inicial em pacientes internados fora da UTI
- FR >= 22 ipm
- PAS <= 100 mmHg
- Alterações do sensório
Ponto de corte: >= 2
Fatores de risco para a sepse
- PNM comunitária
- Adm na UTI
- Bacteremia
- Idade >= 65 anos
- Imunossupressão
- DM
- CA
- Hospitalização / uso de ATB nos últimos 90 dias
Qual o principal processo infeccioso que provoca sepse?
PNM
Fisiopatologia da sepse
RSPOSTA NORMAL:
Patógeno invade um tecido estéril»_space; resposta do hospedero (imunidade inata - macrófagos reconhecem padrões moleculares dos patógenos)»_space; contenção do agente, lesão tecidual, vasodilatação, aumento do permeabilidade vascular, resposta inflamatória tecidual»_space; resposta imune adaptativa (linfócitos e anticorpos)»_space; citocinas que modelam a resposta e que modelam o reparo tecidual»_space; regeneração do tecido
SEPSE:
Patógeno invade um tecido estéril»_space; resposta imune inflamatória inicial mais exacerbada»_space; liberação de mediadores, citocinas que ultrapassam as barreiras do processo infeccioso local»_space; inflamação passa a afetar órgãos e tecidos a distância por inflamação intravascular maligna»_space; disfunção multiorgânica progressiva
Determinantes da transição de uma resposta local para uma resposta sistêmica:
- tamanho do inóculo
- via de introdução do patógeno
- Superantígenos»_space; desencadeiam resposta imune mais intensa. Ex: LPS
- Ativação do complemento. Ex: germes encapsulados
- Predisposição genética
Efeitos sistêmicos da sepse: lesão celular pelas citocinas, isquemia, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, apoptose aumentada»_space; hipotensão»_space; má perfusão tecidual generalizada, imunossupressão secundária
Protocolo de tratamento da sepse
Emergência médica: ABC
Em até 45 min:
- Coletar laboratório de rotina
- Gasometria arterial com lactato
- 2 hemoculturas
- Culturas específicas
- Imagens S/N
ATB precoce e controle do foco (se for o caso, ex: drenagem de abscesso) na 1ª hora do atendimento»_space; golden hour
Ressuscitação volêmica:
- Solução CRISTALOIDE isotônica (SF, RL)
- Bolus IV 500-1000 ml (30-50 ml/kg em 3h) repetitivos»_space; analisar clinicamente o paciente a cada alíquota. Se refratário: aminas vasoativas
Metas:
- PAM>= 65 mmHg
- DU > 0,5 ml/kg
- Normalização do lactato
Amina vasoativa: caso ressuscitação volêmica tenha falhado»_space; não fazer antes do HV»_space; risco de necrose de extremidades
- Noradrenalina (escolha)
- Vasopressina»_space; pode ser adicionado a nora
Inotrópicos: avaliar, se disfunção miocárdica
-Dobutamina
Corticoide: avaliar insuficiência adrenal relativa
-Hidrocortisona 300 mg/dia BIC
Transfusão se Hb < 7. Se cardio/pneumopata, manter Hb > 10.