Tremores no RN Flashcards

1
Q

Tremores

A
  • movimentos rítmicos, involuntários e oscilatórios, que ocorrem em torno de um eixo fixo,cuja amplitude é sempre igual e,normalmente,no recém-nascido envolve as extremidades e o mento.
  • Inicio apos estimulo externo
    • freq durante choro. sobressalto e após Moro
    • raro em repouso/estado alerta
  • cedem contenção membro e flexão passiva

-Podem estar associados a um quadro de hipermotilidade,hipertonicidade,hiperreflexia e um baixo limiar do reflexo de Moro –neste quadro engloba-se o Síndrome de Hiperexcitabilidade Neonatal.

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2
Q

Tipo tremores

A
  • Finos –alta frequência (um tremor rápido) e baixa amplitude <3cm
  • Grosseiros –baixa frequência e alta amplitude >3cm
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3
Q

Tremor fisiológico

A
  • 2/3 dos recém-nascidos saudáveis têm tremores nos primeiros dias de vida.Normalmente estes tremores acabam por desaparecer até ao 3ºdia de vida, ou, se se prolongam mais, vão diminuindo com o tempo
  • 75% casos associado a hipertonia e hiperreflexia
  • idd média resolução aos 7 meses
  • desenvolvimeno psicomotor normal aos 2 anos
  • Normalmente é um tremor fino, que ocorre nos recém-nascidos saudáveis com um exame objetivo e neurológico perfeitamente normal
  • imaturidade do Sistema Nervoso Central,ou seja,há uma imaturidade transitória dos interneurónios espinhais inibitórios que leva a um reflexo de estiramento muscular exagerado. Estes tremores acabam por, com a maturação do recém-nascido, ir diminuindo progressivamente/// níveis elevados de catecolaminas, que se encontram nos primeiros dias, logo após o nascimento, como resposta adaptativa do recém-nascido
  • normalmente têm início após um estímulo externo,sendo comuns após a manipulação do recém-nascido,após um sobressalto,durante o choro ou durante situações stressantes. São mais raros em repouso ou em estado de alerta. Quando isto acontece, temos de pensar em causas secundárias. Também pode ser por causas fisiológicas,mas temos sempre de pensar em causas secundárias.
  • cedem à contenção e flexão passiva do membro, quando se acalma o recém-nascido e durante a sucção
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4
Q

Tremores patológicos

A

Sinais de alerta:

  • grosseiro
  • presente para além 3º dia de vida
  • intenso e persistente
  • Presente quando o RN está alerta ou em vários estadios de consciência
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5
Q

Patologias mais freq associadas a tremores

A

•Alterações metabólicas e hidroeletrolíticas
o Hipoglicémia–importante ter a noção que caracteristicamente a hipoglicémia não dá um tremor grosseiro: é um tremor fino, mas muito persistente
o Hipocalcémia e Hipomagnesémia
o Alterações da natremia
o Hipertiroidismo neonatal
• Policitemia
• Síndrome de abstinência
• Infeções –Sépsis, Meningite
• Hemorragia Cerebral
• Asfixia Neonatal –mesmo que ligeira, pode estar enquadrada num quadro de hiperexcitabilidade, e, portanto, um quadro de tremores
• Kernicterus
• Hipotermia
• recém-nascido filho de mãe diabética é o candidato ideal para ter tremores –tem 3 dos fatores de risco acima mencionados: Tem risco de hipoglicémia, pelo hiperinsulinismo; Tem risco de hipocalcémia e hipomagnesémia porque a insulina vai alterar o metabolismo da tiroide; Tem risco de risco de policitemia

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6
Q

Hipoglicémia

A
  • hipoglicémia é a alteração mais frequente no período neonatal
  • Após o nascimento a passagem de glicose para o feto é interrompida –ocorre uma hipoglicémia transitória nas primeiras horas de vida e pode chegar aos 30 mg/dL nos recém-nascidos com mais de 34 semanas.
  • Processo normal
  • É muito difícil estabelecer um valor único para a glicose sérica que pode levar à lesão cerebral, pois depende da gravidade, da frequência e da duração dos episódios de hipoglicémia
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7
Q

Tipos hipoglicemia

A
  • Transitória
    o Autolimitada aos primeiros sete dias de vida
    o As principais causas são:
    ▪ Reserva limitada
    ▪ Consumo excessivo
    ▪ Imaturidade das enzimas contrarreguladoras (sistema hipotalamo-hipofisario)
- Persistentes
o Se se prolongar além dos 7 dias
o As causas são mais graves e mais complexas:
▪ Hiperinsulinismo congénito
▪ Erros inatos do metabolismo
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8
Q

Causas transitórias hipoglicemia

A

• Reservas de glicogénio inadequadas (uma reserva baixa ou diminuição da produção deglicose):
o Prematuridade
o Restrição do Crescimento Fetal
o Baixo aporte ou jejum
• Imaturidade das hormonas contrarreguladores:
o Filho de mãe diabética–risco de hipoglicémia nestes bebés
o Restrição crescimento
o Asfixia, doença hemolítica imune
o TX materna com hipoglicemiantes
• Recém-nascidos doentes –com patologias que aumentem muito o consumo de glicose: sépsis, asfixias, policitémias–muito rapidamente estes bebés entram em hipoglicémia

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9
Q

Causas persistentes de hipoglicemia

A
  • Hiperinsulinismo congénito
  • Erros inatos do metabolismo
  • Síndrome de Beckwith-Wiedemann –síndrome com uma tríade muito caraterística –onfalocelo (hérnia umbilical congénita), gigantismo e macroglossia: são bebés macrossómicos,com viscero megália, microcefalia, macroglossia e hérnia umbilical–são mesmo caraterísticos; são bebés que têm hipoglicémia (é causa de hipoglicémia persistente), e, portanto, são bebés muito grosseiros
  • Doenças endócrinas –também cursam com hipoglicémia (insuf supra-renal, hipopituitarismo, …)
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10
Q

Clinica hipoglicemia

A
- inespecífica
• Tremores
• Irritabilidade
• Bebé menos ativo
• Recusa alimentar
• Choro mais fraco
• Bebé “mais mole”
• Bebé em coma
• Convulsões
• Bradicárdia
• hipotonia
• sucção débil
• depressão respiratória
• etc
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11
Q

Valores de intervenção para hipoglicemia

A
  • Num recém-nascido sintomático: < 40mg/dL

* Num recém-nascido assintomático: varia entre 25 a 60, de acordo com as horas de vida (1-4h -> >48h vida)

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12
Q

Quem se avalia a glicémia

A

•Recém-nascidos com risco de hipoglicémia:
o Filhos de mães diabéticas
o Recém-nascidos com alterações do crescimento fetal: restrição do crescimento fetal, leves para a idade gestacional, GIGs (Grande para a Idade Gestacional), macrossómicos, baixo peso, recém-nascidos prematuros
o Bebés com doenças que levem a um maior consumo de energia–portanto,um maior risco de hipoglicémia

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13
Q

Até quando vigiamos glicémia

A
  • 1ª avaliação 2 h de vida, 30 min apos alimentação
  • 2,4 e 6 h de vida, antes das tomas de leite -> 3/3h ou 6/6h
    o Durante 12h se GIG e filhos mãe (risco + precoce)
    o Durante 24-36h se RCF, LIG, prematuros (risco até + tarde)
    . Suspender se BMT (2 avaliações)>45 mg/dl
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14
Q

Tx hipoglicemia

A
  • prevenção

• Alimentação precoce –na 1ª hora de vida, se possível
• Se houver hipoglicémia:
o Alimentar o bebé e aumentar a periodicidade –de 2 em 2 horas (de acordo com o valor)
o Utilizar a glicose endovenosa em bólus (muito utilizada na Neonatologia)
o Se necessário, transferir para a unidade e colocar um soro glicosado
• Se for uma hipoglicémia grave ou persistente:
o Podemos ter de fazer outros fármacos como:
▪ Hidrocortisona
▪ Glucagon
▪ Já são coisas muito avançadas, normalmente com o apoio da Endocrinologia

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15
Q

Policitémia

A
  • aumento da massa eritrocitária –dois desvios padrão acima do valor normal para a idade.
  • recém-nascido de termo corresponde a um hematócrito superior a 65%.
  • hematócrito do RN atinge o seu pico 2h após o parto, pois há transudação do líquido para fora do espaço intravascular, o que leva a contração dos vasos e, a um aumento do hematócrito
  • aumento do hematócrito leva a um aumento da viscosidade –hiperviscosidade. Isto irá comprometer o fluxo e o aporte de oxigénio aos tecidos, o que conduz a hipoxia e a coagulação intravascular (que inclui fenómenos trombóticos e hemorrágicos)
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16
Q

Causas policitemia

A
  • Sec + freq
    • Atraso na laqueação do cordão umbilical–o recomendado é laquear o cordão umbilical 30-50 segundos após o parto–caso este tempo seja prolongado, haverá maior passagem de sangue da mãe para o bebé, o que aumenta a quantidade de sangue do bebé
    • Transfusão feto-fetal–entre gémeos
    • Transfusão materno-fetal
    • Desidratação –associada a perda de peso do RN
- primárias- aumento de eritropoietina; também são importantes, mas são menos frequentes
o hipoxia intra utero
o tireotoxicose neonatl
o hipotiroidismo congénito
o hiperplasia suprarrenal
o altitude elevada
o anomalias cromossomicas
o hiperplasia visceral (Beckwith-wiedmann)
17
Q

Clinica policitémia

A
  • sinto leve >50%
  • podes cursar com sinais agudos e sequelas graves
  • sintomas pelas 6h de vida
  • Plétora- bebe vermelho que acentua quando chora, cianose, taquipneia, cardiomegalia, HTA. tremores, irritabilidade, letargia, hipotonia, convulsões, dificil alimentação, vómito
  • Complicações: hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, avc, hiperbilirrubinemia, trombocito, ICC, IR, htpulm
18
Q

TX policitémia

A
  • casos assintomáticos, a terapêutica deve ser conservadora: observação, vigilância, aumento de aporte hídrico oral.
  • hematócrito <70% ou RN sintomático, o aporte hídrico deve ser EV.

• Se tivermos um hematócrito >75%
• Se a sintomatologia for grave (sintomatologia neurológica, convulsões,…)
• Se houver um agravamento clínico rápido
- Nestes casos, deve-se avançar e fazer-se Exsanguíneo-transfusão parcial –necessário um cateter venoso central: faz-se espoliação do sangue do bebé e este é substituído por soro fisiológico; este tratamento aumenta o risco de AVC e de hemorragia.

19
Q

Síndrome de abstinência

A
  • Causa de tremores +/-frequente na neonatologia
  • Sinais e sintomas de privação que os RN desenvolvem quando estão submetidos a drogas in útero e que após o nascimento são suspendidas subitamente
  • Geralmente associado aos opiáceos, mas também pode ocorrer associado a outras drogas: benzodiazepinas, álcool, barbitúricos por libertação de serotonina, pois estas são substâncias inibidoras da recaptação da serotonina (síndrome +leve)
20
Q

Sinais e sintomas SAbs

A
  • nasceu a gritar e não dorme, reflexos muito vivos, sudorese intensa, instabilidade térmica com espirros, obstrução nasal e alterações GI (vómitos,diarreia), irritbilidade, taquipneia, convulsões, perda ponderal excessiva, …
21
Q

DX SAbs

A

• Diagnóstico é clínico
• Pode ser necessário realizar estudo toxicológico por análise da urinado RN
• Índice de Finnegan:
o Escala numérica que quantifica sinais e sintomas
o Classifica-se em: leve, moderada ou grave
o Ficamos com noção se SAN tem indicação terapêutica

22
Q

Tx Sabs

A
  • dim sensorial
  • aleitamento materno se mae com metadona
  • refeições peq, freq e hipercaloricas
  • farmacos se finnegan >=8 em 3 avaliações consecutivas ou >=12 em 2; convulsão
    o Sabs por opiaceos -> morfina (dose baixa e aum progressivo ate finnegan <8) -> apos 72h controlo sintomas dim progressiva
    o sabs por não opiaceos- fenobarbitol
  • Quando já se está a administrar morfina, em doses máximas, a um RN com SAN por abstinência de opiáceos, pode adicionar-se fenobarbital para controlar melhor os seus sinais e sintomas.
  • Estes RN costumam ficar internadas até ao 5º, 7º dia de vida. E após a alta são referenciados para uma consulta de especialidade. Esta é inicialmente semanalmente e no 2º e 3º mês é mensal
23
Q

Investigação num RN com tremores

A

Num RN,sem fatores de risco, com tremor fino:ligeiro e que desaparece com a sucção→manter vigilância (ou se mães estiverem muito nervosas em relação aos tremores do RN, pode-se medir a glicémia)
- (Manobra de sucção: pôr uma luva na boca do bebé e ele sugar na luva e acalmar)

Se tremores persistirem deve-se:
o Avaliar a glicémia
o Se há antecedentes relevantes:ver o hematócrito para pesquisar policitemia
o Fazer ionograma alargado(cálcio, magnésio, sódio) para excluir alterações hidro-eletrolíticas
• Se tremor persistente / grosseiro, ou RN com antecedentes relevantes, deve realizar-se umaecografia TF (trans-fontanelar),para excluir patologiado sistema nervoso central(ex: hemorragia)
• Pensar também na crise tiroideia e na infeção, como possíveis causa de tremores, que devem ser excluídas

24
Q

DX dif de tremor

A
  • Mioclonias do sono:patologia relativamente benigna
  • Convulsões: menos benignas
  • Distonias ou outros padrões anómalas do movimento
  • Hiperecplexia (Startle syndrome): mais raro
25
Q

Mioclonias

A
  • abalos mioclonicos repetitivos
  • sono não rem III e IV
  • mov rpdos e repetitivos
    • freq braços
  • abolida com restrição leve ou toque
  • focal, multifocal ou generalizada
  • segundos
  • EEG normal
  • A migração frequente inclui a passagem de um lado do corpo para o outro, bem como movimentos com início nos membros superiores que passam para os membros inferiores, ou vice-versa
26
Q

Convulsões

A
  • mov lentos
  • Disfunção SNC
  • mov oculares, bucais, pausas apneicas e mov peculiares dos membros
  • abalos ritmicos ou não ritmicos, amplitude variavel
  • não cede contensão nem flexãp passiva
  • alt sistema autónomo
  • convulsão não é desencadeada por estímulos
  • Os movimentos oculares incluem:nistagmo, pestanejo, movimentos palpebrais anormais…Os movimentos peculiares dos membros, incluem movimentos de boxing e pedalagem.