Saúde infantil e Juvenil- Programa nacional Flashcards

1
Q

Consultas de rotina/ vigilância de saúde/ consulta de bem-estar

A

o Acompanhar

  • crescimento
  • desenvolvimento
  • visão
  • alimentação
  • puberdade
  • inserção na escola
  • atividades extra-escolares
  • etc.
  • Todas estas atividades foram organizadas num programa nacional que explica várias ações que devem ser implementadas em cada idade-ex: no exame objetivo verifica-se se os testículos estão dentro das bolsasescrotais(e não intra-abdominais), pois a temperatura intra-abdominal mais elevada pode condicionar a esterilidade; a idade para verificar esta situação é até aos15-18 meses, pois se se prolongar pode resultar na consequência anteriormente referida.
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2
Q

Antecedentes de PNSIJ

A
  • O atual PNSIJ (Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil) de junho de 2013 foi antecedido por outros programas mais simples que, ao longo do tempo, foram aumentado a sua complexidade e, consequentemente, o seu volume. O programa de 1992 foi o “programa-mãe” e, a partir daí, o de 2002 foi melhorado.
  • 1979- Recomendações com vista à normalização e integração dos cuidados primários em saúde materna e infantil
  • 1983- Cuidados primários em saúde materna e saúde infantil
  • 1992- Saúde infantil e juvenil: Programa-tipo de actuação
  • 2002- Saúde infantil e juvenil: Programa-tipo de actuação (Orientações Técnicas)
  • O PNSIJ é o órgão técnico-normativo que apresenta as orientações técnicas sobre os vários assuntos da saúde infantil.
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3
Q

Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil

A
  • Tem como finalidade a manutenção e promoção da saúde das crianças e jovens • É um garante de cuidados de saúde adequados e de qualidade
  • É o programa NACIONAL, ou seja, aplicável onde quer a criança/adolescente seja seguido (seja nos hospitais públicos,privados ou centros de saúde, aplicando-se a todos)
  • O PNSIJ á um instrumento da DGS que se articula com outros programas da DGS, como o Programa Nacional de Saúde Escolar, o Programa Nacional para a Saúde da Visão, o Programa de Saúde Oral e o Programa Nacional da Vacinação. Desta forma, todos estes programas estão integrados no Plano Nacional de Saúde.
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4
Q

Do Programa de Vigilância ao Programa de Intervenção

A
  • PNSIJ não deve ser apenas um programa de vigilância, mas também de intervenção.
  • Em todo o mundo: mudança de paradigma
  • Pretende-se mudar a trajetória da vida das crianças afetadas por circunstâncias adversas (médicas, económicas, sociais, saúde mental) e não apenas rastrear (identificar precocemente) e orientar as alterações que possam interferir negativamente com a saúde
  • V. Intervenção Precoce
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5
Q

PNSIJ 2013: estrutura

A
I. Introdução
II. Objetivos dos Exames de Saúde
III. Periodicidade
IV. Conteúdos
V. Crianças e Jovens em Risco ou com Necessidades Especiais
VI. Perturbações Emocionais e do Comportamento
VII. Bibliografia
ANEXOS (1 -3)
TEXTOS DE APOIO (1 –5)
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6
Q

Objetivo dos exames de saúde

A

1- Avaliar crescimento e desenvolvimento e registar dados obtidos - Boletim de saúde infantil e juvenil
2- Estimular comportamentos promotores de saúde (nutrição, ex fisico, prevenir consumos nocivos, …)
3- Promover imunização, saúde oral, prevenção das perturbações emocionais e comportamento, prevenção de acidentes e intoxicações, Prevenção maus tratos, Prevenção riscos decorrentes da exposição solar inadequada
,Aleitamento materno
4- Detetar precocemente e encaminhar situações life-threatening
5- Prevenir, id e saber como abordar as doenças comuns nas várias idds
6- Sinalizar e proporcionar apoio continuado às crianças com doença crónica/deficiência e às suas famílias
7- Assegurar a realização de aconselhamento genético
8- Id, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de maus tratos e violência
9- Promover desenvolvimento pessoal e social e a autodeterminação das crianças e jovens
10- Apoiar e estimular o exercício adequado das responsabilidade parentais e promover o bem-estar familiar

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7
Q

Periodicidade das consultas

A

1º ano- 0,1,2,4,6,9,12 meses

  • 2º ano - 15,18, 24 mes
  • 5º ano- Avaliação da visão e audição e verificação dos pre-requisitos para a escolaridade
  • 6-7º ano- rastreio das dificuldades de aprendizagem
  • 10 anos- antes da entrada para 2º ciclo, puberdade
  • 12-13 anos- antes entrada para o 3º ciclo
  • 15-18 anos- projetos de vida
- Idds relacionadas com:
• vacinação 
• alimentação
• desenvolvimento psicomotor 
• escolaridade
• desenvolvimento psico-social
  • Em 2013, assinalou-se uma alteração, pois percebeu-se que era importante realizar uma consulta antes de iniciar o período escolar (aos 5 anos) de forma a garantir os requisitos básicos para a aprendizagem escolar. Contudo, há situações que, só após alguns meses na escola, é que é possível notar, por exemplo, a disgrafia e a dislexia, pelo que é importante a consulta dos 6-7 anos
  • Outra consulta que foi desdobrada foi a dos 10 anos, pois é uma idade marcada pela saída da escola primária e entrada na escola básica, onde se verifica muitas situações de bullyinge a maior parte das raparigas iniciam a transformação da puberdade.
  • De notar que, se for identificado algum problema, deve-se marcar consultas entre as idades preconizadas.
  • Os cuidados antecipatórios são um aspeto muito importante destas consultas. Por exemplo: na avaliação de um bebé de 9 meses faz-se o ponto de situação. Em termos do desenvolvimento ou da alimentação, a previsão que se faz para os próximos 3 meses (voltaria à consulta aos 12 meses) em relação às mudanças na alimentação, não se chama propriamente cuidados antecipatórios (apesar de na tabela serem apresentados como tal). Mas por exemplo, decidir o que fazer para estimular um bebé que já se senta bem e já se começou a deslocar, a nível dos avós, pais, empregada (em bebés que estão em casa e que normalmente são bebés muito pouco estimulados) no período subsequente, já se encaixa neste cenário de cuidados antecipatórios. Neste caso, o ideal é dar a entender que o bebé precisa de espaço para se desenvolver, não pode estar confinado no berço/porta-bebés, tem de ir para o chão com segurança (ter cuidado com as esquinas das mesas, vidros, gavetas, etc). Portanto, esta lista de cuidados antecipatórios é muita extensa e, muitas vezes, é necessário fazer uma seleção de alguns aspetos mais importantes para determinada criança e determinada família (por exemplo: não se abordam os cuidados dos dentes com um bebé de 2 meses que ainda não tem dentes). Por outro lado, pode-se e deve-se ter uma abordagem diferente destes cuidados, por exemplo, através de filmes a passar na sala de espera, folhetos, cuidados serem abordados por outras pessoas, etc.
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8
Q

Crianças e jovens em risco ou com necessidades especiais

A
  • No Programa, um dos capítulos importantes refere-se às crianças e jovens em risco ou com necessidades especiais, uma vez que a DGS tem documentos relacionados com estas situações, nomeadamente:
    • Maus tratos em crianças e jovens –guia prático de abordagem, diagnóstico e intervenção
    • Programa nacional de intervenção precoce
  • Por outro lado, nestas crianças e jovens é muito importante adequar os cuidados a cada criança na sua família. No entanto, muitas vezes os cuidados são desarticulados e, portanto, o pediatra ou médico de família que faz estas consultas tem um papel agregador muito importante (articulação entre todos os prestadores) e deve identificar certos aspetos por vezes muito banais e que, muitas vezes, são esquecidos. Por exemplo: crianças com doenças que requerem que sejam vistos por determinada especialidade podem ter determinados aspetos (como as curvas de desenvolvimento ou vacinação) descurados.A intervenção precoce engloba um conjunto de atividades postas em prática desde o princípio para maximizar as capacidades de crianças em risco. Por exemplo: um bebé com síndrome de Down deve ser rapidamente integrado num plano de intervenção precoce para maximizar as suas capacidades e identificar certos problemas (problemas auditivos, disfunção tiroideia, etc). Outros casos sujeitos a este tipo de intervenção são: bebés prematuros, crianças com parto complicado, ou outros problemas no início de vida. Todos estes casos requerem que sejamos pró-ativos e tomemos uma ação quanto antes
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9
Q

Intervenção precoce

A
  • Existe até, no atual Boletim de Saúde Infantil e Juvenil umas páginas próprias para registar o momento em que a criança foi integrada neste programa de intervenção precoce, bem como a causa de tal integração, atividades realizadas no programa e quem a acompanha
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10
Q

Perturbações emocionais e do comportamento

A
  • O outro capítulo relevante do Programa é o capítulo das perturbações emocionais e do comportamento. As perturbações emocionais e do comportamento têm vindo a aumentar (10-20% e neste período da pandemia em maior escala). Com o confinamento, crianças que se isolavam acabaram por se isolar mais, as perturbações do comportamento agravaram, muitas consultas de psicologia e psiquiatria foram adiadas por tempo indeterminado, tal como consultas para crianças vítimas de maus tratos, etc. Portanto, a consulta de rotina é uma ocasião privilegiada para identificar e orientar estas situações, se bem que, por vezes os pais poderão fornecer ao médico determinadas informações relevantes. Uma vez mais, a DGS elaborou determinados documentos relativos ao tema, como:
    • Recomendações para a prática clínica da saúde mental infantil e juvenil dos CSP
    • Promoção da saúde mental na gravidez e 1ª infância –manual de orientação para profissionais de saúde
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11
Q

Anexos 2013

A
  • O Programa inclui ainda anexos e textos de apoio. Os anexos incluem:
  • Curvas de crescimento
  • Transporte de crianças desde a alta da maternidade
  • Idades ótimas para cirurgias (é relevante para não se fazerem referenciações desnecessárias para hospitais. Por exemplo: no caso da criptorquidia unilateral (não é tão urgente quanto o bilateral, mas tem de ser corrigida) ou bilateral (no caso de nenhum testículo se encontrar na bolsa escrotal a criança tem de ser imediatamente orientada –pode ser um problema endocrinológico); no caso da hérnia umbilical espera-se até depois dos 4 anos, uma vez que a maior parte corrige espontaneamente até essa idade)
- Os textos de apoio incluem:
• Avaliação do desenvolvimento
• Programa nacional de saúde oral
• Rastreio de dislipidemias
• Avaliação da tensão arterial
• Puberdade e entrevista ao adolescente
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12
Q

Avaliação do desenvolvimento

A
  • Para não ser feita apenas a avaliação clínica informal do desenvolvimento (deteta menos de 30% das crianças com problemas de desenvolvimento), existem testes simples (instrumentos de deteção standardizados) que podem até ser aplicados por pessoas com menos diferenciação e permitem identificar muitas situações que poderiam passar despercebidas.
  • Programa nacional de saúde oral
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13
Q

Rastreio de dislipidémias

A

São a principal causa de mortalidade e morbilidade em Portugal relacionadas com as doenças cerebrovasculares e cardiovasculares. O processo aterosclerótico começa na infância. Este tema é abordado na tentativa de identificar crianças com situações mais graves, como a hipercolesterolemia familiar (muito subdiagnosticada). É um assunto que ainda gera muita discussão, uma vez que sugerir o rastreio universal (que implica exames complementares) era complicado, por isso não tem indicação. Portanto, para além da adoção de estilos de vida saudáveis (universal), é importante identificar e orientar precocemente crianças em risco (pessoal ou familiar). Por exemplo: uma criança cujo avô morreu precocemente (27 anos) de causa desconhecida, poderá ter um risco familiar acrescido. As crianças são divididas em grupos com vários riscos:
• Crianças com risco familiar (definido no PNSIJ) –determinar os parâmetros lipídicos entre os 2 e os 4 anos
• Crianças com risco pessoal (devido a doenças: obesidade, doença renal, endocrinopatia, etc ou fármacos: hiperlipidemiantes, etc) –consultas onde as crianças são seguidas devem encarregar-se do rastreio
• Rastreio oportunista (crianças que por qualquer razão vão fazer análises: pré-cirurgia, pós-hepatite, adolescentes com menorragias que precisam de verificar se têm anemia, etc; depois dos 2 anos –uma a duas determinações na idade pediátrica/uma por cada década se houver dislipidemia)

- Os parâmetros a pedir são:
• Colesterol total
• HDL-c
• LDL-c
• TG
• (Glicémia pede-se apenas porque as crianças já estão em jejum)
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14
Q

Avalliação da tensão arterial

A
  • Deve ser feita utilizando braçadeira adequada. A HTA está a aumentar na idade pediátrica. A sua deteção e normalização atempadas permitem corrigir este importante fator para doença cardiovascular. Tanto as normas europeias como americanas recomendam a determinação regular da tensão arterial a partir dos 3 anos de idade e é necessário avaliar se o valor determinado é normal paraa idade, sexo e percentil de estatura de acordo com o SPNSIJ (por exemplo: crianças mais altas poderão ter a tensão levemente mais alta). Não é admissível que a primeira vez que um adolescente mede a tensão seja com 16 anos no médico de família. A partir dos 3-4 anos esta medição deve ser feita com regularidade
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15
Q

Puberdade e entrevista ao adolescente

A
  • Aborda alguns aspetos básicos sobre a adolescência e os marcos da puberdade. É um grupo etário ainda pouco conhecido, nomeadamente a nível do seu próprio desenvolvimento global, patologia própria e abordagem particular. O PNSIJ contém um pequeno capítulo dedicado à puberdade e outro à entrevista com o adolescente que pretendem ser um ponto de partida para o aprofundamento do conhecimento desta idade
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16
Q

Boletim de saúde infantil e juvenil

A
  • O Boletim de Saúde Infantil e Juvenil (o “livrinho”)corresponde ao local onde estão escritas as medições de antropometria e intercorrências que tenham existido –resume os dados de saúde da criança até aos 18 anos. Este Boletim também inclui umas páginas nas quais se regista o estado dos dentes e das gengivas, pelo que, devemos lembrar os dentistas/especialistas de saúde oral/higienistas que as preencham.
  • O Boletim Individual de Saúde (Boletim das vacinas) poderá ser colocado dentro do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil
17
Q

Aplicações informáticas

A
  • No centro de saúde existe uma aplicação informática para o PNSIJ. Uma outra aplicação importante é a Notícia de Nascimento que permite comunicar a determinado centro de saúde que nasceu uma criança da sua área (particularmente importante em crianças com problemas/necessidades especiais). Pensou-se passar o Boletim para formato digital (e-Boletim), mas não é fácil garantir que todas as pessoas têm acesso a este formato, pelo que ainda se encontra em desenvolvimento.
18
Q

Adaptar o conteúdo

A
  • Dar sempre resposta às preocupações dos pais/cuidadores(devemos perguntar: “o que o preocupa?”)
  • Escolher alguns assuntos mais importantes e reforça-los durante a consulta(por exemplo: não podemos dar o mesmo grau de importância à lavagem dos dentes e aos maus hábitos alimentares, no caso de uma criança com péssimos hábitos alimentares, ainda que ambos os aspetos sejam de valorizar; devemos gastar algum tempo a explicar à família como é importante que a criança tenha oportunidade para atividades extracurriculares, no caso de uma criança muito isolada sem atividades fora da escola)
  • Fazer reforço positivo e não insultar/ralhar(levar as pessoas, de uma forma correta, a modificar os comportamentos)
  • Assumir o papel de coordenador dos cuidados, não só às crianças com cuidados especiais, mas a todas crianças(entre oftalmologistas, dentistas, etc; contribuir, quando for altura disso, para a transição de cuidados dos adultos
  • A ideia-chave é: o Programa não está parado e não é imutável (o “Programa-mãe” foi concebido em 1992, revisto em 2002 e em 2013). É um Programa muito dinâmico e que tem de se ir adaptando às caraterísticas da nossa sociedade e às questões que se vão encontrando. Por exemplo, da próxima vez que o Programa for revisto, este vai ter de passar a incluir muitas questões relacionadas com o uso excessivo de ecrãs, imobilidade, stress pós-traumático, etc. O Programa tem de se ir adaptando, contando com o contributo de todos os profissionais de saúde que o utilizam para dar ideias (em relação a atualizar ou reforçar determinados assuntos)