Aleitamento Materno Flashcards

1
Q

Vantagens

A
  • Económicas e de conveniência
  • Para a mãe
  • Para o lactente: imediatas e futuras.
  • Diz-se que vai “directo do produtor para o consumidor”, o que é importante uma vez que não há contaminação na preparação
  • A temperatura é fisiológica (a temperatura que está no corpo da mãe)
  • Prático e conveniente
  • Disponível em qualquer lugar
  • Económico
  • Para a mãe:
  • Contribuição para involução do útero; evita o sangramento excessivo; recuperação peso pré-gravidez
  • Reduz riscos de: cancro da mama, cancro do ovário, osteoporose e DMII
  • Atrasa o aparecimento da mesntruação (anticoncetivo+ armazenamento reservas de ferro)
  • Para o lactente:
    o A composição do leite humano varia de mamada para mamada e dentro da mesma mamada

o Nos primeiros 6 dias, ele está adequado às necessidades do bebé, que, nesta fase, precisa de mais meios de defesa. O leite contém imunoglobulinas, células vivas já ativadas, proteínas, oligossacáridos (o principal prébiótico –a principal substância que vai estimular a microbiota normal e saudável no recém-nascido).

o Depois o leite começa a amadurecer, contendo mais nutrientes, mais energia –mais lactose e gordura -e, sobretudo, contém mais a-lactalbumina (uma proteína do soro muito importante, a ser explorada mais a frente)

o Mais tarde o leite adquire propriedades físico-químicas que facilitam muito a absorção e digestão.

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2
Q

Colostro

A
  • 0-6 dias
  • > prot
  • < lipidos e lactose
  • > oligossacaridos
  • > Na
  • > lactoferrina
  • > IgAs
  • leucócitos, macrófagos
  • > nucleótidos
  • > vit A
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3
Q

Leite transição

A
  • 7-15 dias
  • > lactose e gordura
  • < prot total
  • > alfa- lactalbumina
  • < IgG
  • > vitaminas hidrossolúveis
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4
Q

Leite Maduro

A
  • > 15 dias
  • Fase suspensa: micelas de caseína
  • Emulsão: glóbulos gordura envoltas por fosfolípidos
  • Fase aquosa: prot, lactose, Ca
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5
Q

Vantagens Nutricionais

A
  • Lactose -> melhora digestão e absorção
  • À medida que diminuem o sódio e o cloro (sendo que, no início, o bebé precisa de mais sal), aumenta o volume de leite e a quantidade de lactose.
  • Ao início, o leite tem muito mais seroproteínas, muito mais a-lactalbumina (que contém na sua composição dois aminoácidos muito importantes, o triptofano e a cisteína), muito mais triglicéridos (que são de muito mais fácil hidrólise, e que formam 98% dos lípidos presentes). Para além disso, o próprio leite já tem enzimas tais como a lípase, lipoproteína lípase, amílase –a digestão começa no próprio leite!
  • > seroproteínas de fácil digestão (seroproteína: caseína -> colostro 90:10, leite maduro 60:40)
  • > alfa-lactalbumina (contem triptofano e cisteína)
  • > 98% dos lípidos são triglicéridos
  • > contem lipase, lipoproteina lipase e amilase -> iniciam a digestão e melhoram a absorção
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6
Q

Vantagens imunológicas

A
  • a lactoferrina, que não só otimiza a absorção do Ferro, como se liga ao ferro não absorvido e torna-o indisponível para as bactérias
  • IgA secretora, que reveste o epitélio intestinal, liga-se a antigénios de microrganismos e a antigénios alimentares, impedindo que as macromoléculas entrem em circulação
  • Células vivas já ativadas (leucócitos, macrófagos e linfócitos já ativados contra as bactérias)
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7
Q

Vantagens biológicas

A
  • Leite contém:
    • Ácidos gordos polissaturados de cadeia longa (LC-PUFAs), sendo que o recém-nascido tem uma síntese limitada deste tipo de ácidos gordos, havendo uma limitação nas enzimas dessaturases e alongases que passam ácidos gordos de cadeia curta/média para cadeia longa.
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8
Q

omega3 e omega 6

A
  • Percursores: ómega-3 –ácido alfa-linolénico; ómega-6–ácido linoleico
  • Metabolitos finais: Ómega-3: EPA e DHA, que integram as membranas celulares do cérebro e da retina –são essenciais para o desenvolvimento psicomotor e acuidade visual. Ómega-6: ácido araquidonico, que é importante para os processos inflamatórios fisiológicos.
    • Antioxidantes –B-caroteno, vit C e E, Se, glutationa peroxidase-muito abundantes no colostro, que são muito importantes porque o RN acaba de vir do meio intrauterino, que é muito hipoxémico, portanto os antioxidantes servem para neutralizar os radicais livres e reduzir a lesão celular.
    • Lisozima–enzima capaz de destruir a parede celular dos mircorganismos
    • Nucleótidos–os blocos construtores do DNA e RNA, importantes quando há grande turnover celular em tecidos como o intestino e no sistema imunitário
    • Vitamina A–proteção epitelial e da mucosa intestinal. Muito importante para a visão.
    • Fatores de crescimento e hormonas–fator de crescimento epidérmico, insulin-like growth factor. Permitem a proliferação e maturação celular do tubo digestivo
    • Glutamina–aminoácido mais abundante do sangue do cordão umbilical e do leite materno e que, por ser um AA livre, é muito difícil de incluir nas fórmulas lácteas.Protege a mucosa entérica e atua como neurotransmissor.
    • Oligossacáridos–o 3º componente mais abundante do leite humano; Têm um efeitodireto: atividade antimicrobiana, efeito probiótico, maturação da barreira mucosa, modulação do reconhecimento de patogénios, efeitos na função imune
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9
Q

Benefícios segundo estudos

A
  • A amamentação, a curto prazo, reduz o risco de:
    • Diarreia antes dos 5 anos em cerca de 31%
    • Infeções respiratórias baixas, otite média e rinite alérgica em idade precoce
    • Má oclusão dentária
- A longo prazo, reduz o risco de:
• DM tipo II
• Excesso de peso e obesidade
• Leucemia
• Melhora o desenvolvimento cognitivo
• Reduz as pressões sistólica e diastólica
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10
Q

CI definitivas

A
  • Infeção da mãe por vírus da imunodeficiência humana
  • Doença muito grave e crónica da mãe
  • Medicação imprescindível para a mãe, tal como os antineoplásicos.
  • Galactosémia e fenilcetonúria
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11
Q

CI temporárias

A
  • Varicela (enquanto ela não cicatriza)
  • Herpes com lesões mamárias
  • Tuberculose não tratada
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12
Q

Fórmulas infantis

A
  • O Gold-standard é o Leite Humano
  • O leite humano tem uma série de componentes, na sua maioria substâncias bioativas: são os chamados nutrientes funcionais
  • A fórmula láctea tem menos componentes individuais do que o leite humano, sendo que a sua qualidade fica bastante aquém do que é o natural. Está atualmente regulamentada a introdução de componentes nas fórmulas lácteas, com base em fundamentação científica e jurídico-legal
  • 2 tipos de fórmulas:
    • Fórmulas para lactente (definido que a fórmula para lactente se destina a crianças antes da diversificação alimentar)
    • Fórmulas de transição ( fórmula de transição é dada após a diversificação alimentar)
  • como a diversificação alimentar está sugerida a partir dos 6 meses de idade, é também nesta altura que se faz a transição de uma fórmula láctea para a outra
  • Fórmulas para lactente
  • Fórmulas de transição
  • Fórmulas “crescimento” 1-3A
  • Fórmulas sem lactose
  • Fórmulas hidrolisadas e HA
  • Fórmulas semielementares e elementares
  • Fórmulas AR
  • Fórmulas de soja
  • Fórmulas para pré-termo
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13
Q

Humanização de fórmulas lácteas

A
  • Através de modificações feitas nas últimas décadas, surgiram fórmulas infantis “humanizadas” a partir o leite de vaca.
  • 1.Redução da densidade proteica;
  • 2.Enriquecimento com alfa-lactalbumina;
  • 3.Suplementação com LC-PUFAs;
  • 4.Suplementação com probióticos e prebióticos.
  1. Redução da densidade proteica
    o Humanização proteica do leite de vaca com o intuito de melhorar a sua qualidade e reduzir a quantidade, de forma a aproximar-se do goldstandard: leite materno.
    o Relativamente à quantidade proteica, oleite humano possui 9 gramas de proteínas por litro, o leite de vaca tem mais do triplo (32g/L).
    o No caso da qualidade, este parâmetro é avaliado pela proporção de caseína: seroproteína, sendo que o leite humano possui uma proporçãode40:60, enquanto que o leite de vaca tem uma proporção de 80:20
    o o objetivo destas modificações é aproximar o leite de vaca ao leite humano, alterando estes valores

2.Enriquecimento com alfa-lactalbumina
o Proteínas do Soro
Þ Leite humano: alfa-lactalbumina 27% da proteína –fração rica em triptofano e cisteína (e 63% dos AA são essenciais); LH não possui beta-lactoglobulina;

Þ Leite de vaca: alfa-lactalbumina 3,6% da proteína; 9% de beta-lactoglobulina –rica em fenilalanina e tirosina; pobre em triptofano e cisteína -» baixo valor biológico da proteína.

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14
Q

Excesso proteico

A
  • No passado, as necessidades proteicas do RN foram sobrestimadas em aproximadamente 25%. Em 1996, foi feita uma “revisão em baixa” pelo International Dietary Consultant Group. Este estudo teve em conta o facto da proteína se subdividir em proteína nutricional e proteína bioactiva, sendo que esta última possuiu fins funcionais no nosso organismo
  • Problemas:
    Þ Sobrecarga de soluto renal potencial (N, Na, Cl, P) e limitações à poupança de água (hipernatrémia);
    Þ Exceder a capacidadedos sistemas hepático e renal em metabolizar e excretar o excesso de N;
    Þ Sobrecarga metabólica e libertação excessiva de insulina e de IGF-1.
  • o fornecimento de quantidades suficientes de triptofano e cisteína tem sido à custa de elevado teor de proteína total na fórmula:
    Þ AA neutros (leucina, isoleucina, valina, fenilalanina, tirosina e metionina) podem ser fornecidos em excesso e competir com o triptofano na barreira hemato-encefálica;
    Þ Aumento de azoto ureico (BUN)
  • Em 1995, Rolland-Cacheraformulou a hipótese de que o excesso de proteína láctea poderia vir a contribuir para obesidade futura
  • Em 2002, um consórcio europeu realizou um estudo de forma a testar esta hipótese. A aproximadamente 1000 crianças foram dadas fórmulas A, B ou C que diferiam na quantidade de conteúdo proteico, sendo a quantidade decrescente de A a C. (> 2002-coorte 1138 crianças –nos primeiros 12M –proteína (g/100Kcal):
    A. Fórmula 2,9 a 4,4 B. Fórmula 1,8 a 2,2
    C. LM 1,5
  • As crianças foram avaliadas aos 8 anos, constatando-se que no grupo A (grupo com fórmula de maior conteúdo proteico) existia:
    Þ > IMC
    Þ > IGF-1
    Þ > PeptidoC / creatinina urinária (> insulina)
  • O crescimento do grupo B foi semelhante ao do grupo C
  • Após estes resultados, os teores proteicos das fórmulas lácteas baixaram de forma generalizada na indústria.
  • observou-se também que o excesso de proteína láctea constituía um fator de risco independente para obesidade aos 6 anos.
  • O teor proteico recomendado para as fórmulas lácteas em 2013 variava entre 1,8 –3,0 (g/100Kcal)
    NOTA: Realizou-se um ensaio randomizado controlado, em que se baixou o limite para 1,7 g/100Kcal. Os resultados não foram positivos. Porquê? Porque o teor proteico era definitivamente demasiado baixo, pelo que os RN ingeriram quantidades superiores de leite em compensação, o que levou a um aumento do IMC
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15
Q

AA limitantes

A
  • O triptofano e a cisteína surgem como aminoácidos limitantes porque possuem funções fulcrais no organismo
  • Triptofano: precursor de serotonina (neurotransmissor) e da melatonina (neuro-hormona): reguladores dos ritmos de sono/ vigília, apetite, humor e perceção da dor
  • Cisteína: componente do glutatião (importante antioxidante no RN) e precursora de taurina (desenvolvimento neurológico e síntese do ácido-biliar)
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