T8 - Zoonoses (2) Flashcards
Febre Q?
❑ Agente: Coxiella burnetii
❑ Doença febril aguda (por vezes crónica)
❑ Incubação: 2-3 semanas (4-42d)
❑ Transmissão: por aerossóis e ingestão
❑ Reservatórios: gado bovino, ovelhas e cabras
❑ Manifestações clínicas amplas: síndrome febril auto-limitado, hepatite, endocardite, pneumonia
Coxiella?
❑ Cocobacilo Gram negativo intracelular
❑ Formador de esporos
❑ excretado na urina, fezes, leite e placenta
❑ Esporos de Coxiella sobrevivem meses na lã, >1 mês em carne refrigerada e >40 meses em leite evaporado
Hx Natural Febre Q?
❑ Na história natural da doença, a infeção primária, após a incubação em média de 2 a 3 semanas, é seguida em 40% dos casos por uma infeção sintomática – que pode ser gripe, hepatite, pneumonia, meningoencefalite – e algumas destas formas têm uma evolução arrastada; ❑ Inicialmente falou-se em infeção crónica, no caso da grávida podem acabar em abortamento ou morte fetal, e nas não grávidas em endocardite ou infeções vasculares
Dicotomia Febre Q?
❑ Formas primárias - Primoinfeção
❑ Formais focais persistentes
- Endocardite
- Infeções vasculares
- Infeções osteoarticulares
- Linfadenite persistente
❑ As formas focais persistentes são as que mais nos preocupam porque demoram a tratar, têm sequelas e mortalidade associada
Rastreio de Infeçao persistente?
❑ Ecocardiograma transtoracico em todos os doentes com infeção primária
❑ Doseamento de anticorpos IgG anti-cardiolipina (presumível marcador de valvulopatia)
❑ Realização de PET em todos os doentes com enxertos vasculares e/ou aneurismas preexistentes para tentar detetar eventuais focalizações vasculares
Diagnóstico serológico da febre Q?
❑ De referência: testes de IF (imunofluorescência) indireta
❑ Aguda
- IgM
- IgG
❑ Crónica
- IgG
- IgA
❑ Serologia importante :
– no follow-up de doença aguda
– no diagnóstico precoce de doença crónica / de formas persistentes
Febre Q: diagnóstico é serológico?
$$ Fase aguda
— Testes: microaglutinação, fixação C, microIF (IF-indirecta), ELISA
— O cut-off dos títulos varia de população para população
❑ PCR-Coxiella burnetii - Ajuda importante no diagnóstico, sobretudo nas formas agudas, é o que existe disponível no CHSJ.
❑ SE alterações valvulares cardíacas: rastreio serológico cada 4 meses durante 2 anos e tratamento pelo menos 1 ano?
$$ Fase Crónica
❑ Teste de fixação do Complemento com título ≥1: 200 para antigénios de fase I
Febre Q: tratamento de fase aguda?
Doxiciclina (10 a 14 dias)
ou
Azitromicina*(± rifampicina 300mg x2 dia)
Febre Q: tratamento de hepatite?
❑ Tratamento durante 2 semanas (doxiciclina+(RFP?))
❑ Casos de formas crónicas* de febre Q:»_space; 2 semanas.
❑ Nas formas crónicas o tratamento da hepatite tem de ser por muito mais tempo, muito provavelmente mais de 1 ano.
Febre Q aguda: tratamento na grávida?
❑ Cotrimoxazol é a opção terapêutica (+ ác folínico, 25mg/d)
❑ Serologia para detetar recrudescência é necessária nas gravidezes seguintes
❑ Recrudescência poderá ser evitada se tratar com doxiciclina+cloroquina por 1 ano
❑ C burnetii e doxiciclina são excretados no leite mateno, ter atenção a isto nas mulheres que amamentam e têm o diagnóstico de febre Q
Febre Q: tratamento de endocardite_
❑ Sem consenso no fármaco e duração de terapêutica
❑ Terapêutica combinada será boa prática nas formas crónicas de febre Q (hepatite incluída)
– Doxiciclina + rifampicina – 2 anos?
– Doxiciclina + hidroxicloroquina*?
❑ Substituição valvular é muitas vezes necessária
❑ Anticorpos para febre Q: repetir cada 6 meses e cada 3 meses e por 2 anos após suspensão da terapêutica
Febre Q: endocardite – critérios serológicos de cura?
❑ São difíceis, a monitorização da terapêutica é importante.
— Anticorpos IgG fase I < 1: 800
— Anticorpos IgM e Ig A de fase I < 1: 50 (microIF)
❑ Monitorização da terapêutica
❑ Anticorpos para febre Q :
– repetir cada 6 meses durante a terapêutica e
– após a terapêutica cada 3 meses e por 2 anos
Brucelose (febre ondulante)?
❑ Doença da antiguidade,
❑ Há vários tipos de Brucella
— Brucella abortus, B. suis - associada ao gado bovino
— B.mellitensis - associada às cabras tal como a B.abortus
❑ Bactérias cocobacilares, intracelulares
❑ Transmissão do animal para o ser humano por
- ingestão de leite ou derivados de leite não pasteurizados
- contacto direto com animal infetado ou suas secreções
- inalação de aerossóis contaminados p.e. durante o parto de animais infetados com Brucella
❑ Incubação: 2-4 semanas
❑ Quadro sistémico
❑ Formas agudas, subagudas e crónicas (focos de infeção em tecidos); recidiva de sintomas e recidivas bacteriológicas
❑ Formas complicadas (neurológicas, osteoarticulares, genitourinárias, cardíacas, oculares, etc)
Brucelose: tratamento?
❑ Agente intra-celular: necessários antibióticos com boa penetração celular, terapêuticas em associação
❑ Formas não complicadas:
— Doxiciclina 200mg/d per os 6 semanas + gentamicina (5mg/kg/d) IM, 7 dias
— Doxiciclina 200mg/d + rifampicina (RMP) 600-900mg/d per os 6 semanas
Brucelose: tratamentos alternativos?
❑ Em crianças com < 8 anos e grávidas
— Em crianças com < 8 anos e grávidas
❑ Tratamento de formas de brucelose complicadas
— Doxiciclina + cotrimoxazol + rifampicina
— na endocardite considerar tratamento médico + cirúrgico
❑ Tratamento antibiótico: alivia sintomas, diminui a duração da doença, diminui complicações e recidivas.
❑ As cefalosporinas não devem ser utilizadas.