T3 - Endocardites Flashcards

1
Q

Definição?

A

Infeção da superfície endocárdica do coração;geralmente afeção de uma ou mais válvulas cardíacas ou infeção de dispositivo intracardíaco (ou intravascular noutra zona do organismo).

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2
Q

Epidemiologia?

A

Incidência estimada: de 11 a 15 por 100,000

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3
Q

Factores de risco – Factores do Doente?

A
  • Idade
  • Género — A doença predomina nos homens (m/f = 9/1)
  • Injecção de drogas — Inoculação de agentes da flora cutânea e oral ou agentes que contaminam os materiais usados para injetar. Algumas drogas, como anfetaminas, induzem lesão valvular direta, sobretudo na válvula pulmonar.
  • Má dentição e infecções dentárias — Escovagem dentária de rotina não é fator de risco
  • Procedimentos dentários que envolvem manipulação do tecido gengival ou região peri-apical aumentam risco de EI em doentes predispostos
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4
Q

Factores de risco – Factores do Doente - Idade?

A

– Mais de metade, na Europa e EUA, com mais de 60 anos;
– Idade tem aumentado nos últimos 40 anos por diminuição da doença reumática e envelhecimento da população com lesões degenerativas das válvulas e substituição valvular
– Já era uma doença do idoso, mas atualmente afeta cada vez mais doentes com mais idade.
– Ocorreu uma diminuição da doença reumática valvular com a introdução da terapêutica antibiótica.
– A substituição valvular também aumenta o risco de endocardite.

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5
Q

Factores de risco – Comorbilidades?

A
  • Doença estrutural do coração - 3⁄4 dos doentes com EI têm alteração estrutural quando desenvolvem EI
  • Doença valvular
  • DRM (doença reumatismal)
  • DVM – Prolapso parece aumentar risco em 6 a 8 vezes. Contudo, prolapso sem IM tem muito baixo risco
  • DVA (doença valvular aórtica) - esclerose, estenose e/ou regurgitação em 12 a 30% dos casos de EI
  • Disfunção tricúspide e pulmonar – baixo risco no adulto (excepto no caso de uso de drogasIV)
  • Cardiopatia Congenita
  • Prótese valvular (também tem um fluxo mais turbulento)
  • Historia de endocardite
  • Presença de dispositivo intravascular - Cateteres e procedimentos intravasculares invasivos, shunt veno-peritoneal e ventrículo-auricular
  • Hemodiálise
  • HIV
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6
Q

Clínica?

A
  • Febre – é o sinal maisfrequente de EI (até 90%)
  • Associa-se a arrepios e calafrios, anorexia, e perda de peso
  • Outros – mal estar geral, cefaleias, mialgias,suores nocturnos, dor abdominal, dispneia, tosse e dor pleurítica
  • Sopro cardíaco – Em aprox 85% dos casos de EI.
  • Sinais inespecíficos
  • Esplenomegalia (muitas vezes, o baço é palpável por enfarte esplénico OU devido a uma reação imunológica por deposição de imunocomplexos neste órgão)
  • Manifestações cutâneas – petéquias, hemorragias e manifestações embólicas
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7
Q

Clínica - Manifestações Cutâneas?

A

$$ Petéquias - As petéquias são bastante comuns nas extremidades, quer nos MI ou MS
$$ Hemorragias ungueais em “farpa” (splinter) → Sugerem endocardite
$$ Lesões de Janeway (localizadas nas regiões palmares e plantares)
$$ Nódulo de Osler

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8
Q

Clínica - Complicações?

A
  • Infecções à distância - espondilodiscite, artrite séptica
    – Ocorre quando pequenos conglomerados de fibrina, bactérias e leucócitos se soltam da vegetação valvular e embolizam. Estes conglomerados param quando o calibre do vaso é estreito o suficiente. Consoante o local de encravamento do trombo, pode provocar espondilodiscite ou artrite séptica.
  • Reacção imune sistémica – glomerulonefrite
    – Por deposição de imunocomplexos no rim

*Espondilodiscite

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9
Q

Clínica - Laboratório?

A
  • Inespecificidade → Os achados laboratoriais da endocardite são muito inespecíficos
  • Elevação de biomarcadores de inflamação (VSE, PCR), anemia, factor reumatoide positivo.
    – sobretudo na endocardite subaguda é frequente o desenvolvimento de uma anemia. Por alterações imunes, podemos ter FR positivo.
  • Hiperglobulinemia, crioglobulinemia, imunocomplexos circulantes, défice de complemento, falso positivo VDRL por vezes.
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10
Q

Diagnóstico?

A

Definitivo
– 2 major criterion
– 1 major criterion and 3 minor criterion
– 5 minor criteria
Possível
–1 major criteria and 1 minor criterion
– 3 minor criteria

$$ Positive blood cultures
$$ Imagem positiva
$$ ver tabela ppt

$ predisposição
$ febre >38ºc
$ fenómenos vasculares
$ fenómenos imunológicos
$ evidência microbiológica (cultura positiva sem ter criterio major)

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11
Q

Notas – Critérios de diagnóstico?

A

$$ O PET/SCAN também foi introduzido nos critérios major pois, principalmente em válvulas protésicas, podem detetar infeção perivalvular.
$$ Este exame só é relevante quando realizado após 3 meses da colocação da válvula (porque durante este período ainda está a ocorrer cicatrização tecidual e é normal haver alguma inflamação).
$$ Pode ainda ser usado um exame com leucócitos marcados com radioisótopos com a mesma finalidade.
$$ TC de alta sensibilidade: pode revelar lesões paravalvulares que constituem
critérios major.
$$$ Para resumir, quais são os critérios major?
1.Hemoculturas com agentes típicos;
2.Hemoculturas com agentes atípicos positivos de forma persistente;
3.Imagem (Eco, medicina nuclear e TC).

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12
Q

Ecografia?

A

Tem um papel muito relevante no diagnóstico de endocardite, sobretudo o ecocardiograma (ajuda a excluir endocardites com alguma segurança, sobretudo quando a suspeita de endocardite não é assim tão relevante).
Estas imagens são de ecografias transesofágicas, sendo mais eficaz que o transtorácico

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13
Q

Profilaxia de endocardite bacteriana?

A

Passou-se de um extremo com generalização da realização de profilaxia para EI para nunca fazer profilaxia (como se verifica atualmente)
Atualmente, faz-se profilaxia nos doentes de alto risco:
– Válvula protésica
– Endocardite prévia
– Cardiopatia congénita
. cianótica
. corrigida
– Procedimentos de alto risco dentários
– Procedimentos no trato respiratório
– Procedimentos no trato gastrointestinal ou genitourinário
– Procedimentos no pele e tecidos moles

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14
Q

Profilaxia de endocardite bacteriana - procedimentos dentários?

A

Toma única; cobertura Streptococcus existentes na boca
– Amoxicilina ou Ampicilina
– Clindamicina (alergicos)

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15
Q

Endocardite bacteriana - Quando pensar?

A

$$ febrile illness and a murmur of new valvular regurgitation
$$ febrile illness, a pre-existing at-risk cardiac lesion and no clinically obvious site of infection
$$ febrile illness associated with risk factors
$$ protracted history of sweats, weight loss, anorexia or malaise and an at-risk cardiac lesion
$$ any new unexplained embolic event
$$ unexplained, persistenly opsitive blood cultures
$$ intravascular catheter-related bloodstream infection with persistently positive blood cultures 72h after catheter removal

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16
Q

Endocardite bacteriana - Que antibioterapia iniciar?

A

$$ Cobertura:
– Staphylococcus
– Streptococcus
– Enterococcus
$ Ampicilina com Flucloxacilina e Gentamicina
$ Vancomicina e Gentamicina

$$ Cobertura:
– MRSA
– Enterococcus
– Gram-
$ Vancomicina com Gentamicina com Rifampicina

17
Q

Antibioterapia Dirigida - Streptococcus spp.?

A

Penicillin or Amoxicilina or Ceftriazona combined with Gentamicin

18
Q

Antibioterapia Dirigida - Staphylococcus spp.?

A

$$ Válvula nativa
– Sensível à meticilina - flucloxacilina or oxacilina / cotrimoxazole with clindamycin
– Resistente à methicillin - vancomycin / daptomycin / cotrimoxazole with clindamycin

$$ Válvula protésica
– Sensível à meticilina - flucloxacilina or oxacilina with rifampin and gentamicin
– Resistente à methicillin - vancomycin with rifampin and gentamicin

19
Q

Antibioterapia Dirigida - Enterococcus spp.?

A
  • Sensível à ampicilina e aminoglicosídeos
  • amoxicilin with gentamicin
  • ampicilin with ceftriaxone
  • vancomycin with gentamicin
  • Resistente às cefalosporinas
20
Q

Prognóstico?

A

$$ Patient Characteristics (idade, valvula prostetica, DM, comorbilidades)
$$ Clinical complications of IE
$$ Microorganism
$$ Ecocardiographic findings

21
Q

Endocardite bacteriana - Indicação cirúrgica?

A

$ Heart failure
$ Uncontrolled infection
$ Prevention of embolism