T6 - Tuberculose (1) Flashcards

1
Q

Tuberculose - Burden of disease?

A

$$ A tuberculose tem uma carga de doença imensa a nível da população mundial e é uma das doenças infeciosas que mais mata no mundo, provavelmente a que mais mata.
$$ Cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas morreram de tuberculose no ano 2018 e a tuberculose foi também a causa de morte mais importante nos doentes com infeção VIH.

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2
Q

Tuberculose - Incidência?

A

$$ A incidência de doença é assimétrica no mundo, como quase todas as doenças infeciosas, e afeta sobretudo os países mais populosos e mais pobres da África e do Sudoeste Asiático.
$$ Temos ainda muitos gaps a fechar na tuberculose e o primeiro deles é que temos cerca de 3 milhões de pessoas, isto relativo ao ano de 2018, que não foram diagnosticadas tendo a doença, e que não foram reportadas, o que é também um fator importante.
$$ Há 4 países com os números mais elevados de tuberculose no mundo, que são a Índia, a Nigéria, a Indonésia e as Filipinas.

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3
Q

TB Epidemic?

A

$$ Relativamente à epidemia, a OMS considera uma incidência global de tuberculose de 130 casos por 100 mil habitantes, penalizando as regiões mais pobres, com alguns focos na Europa e nas Américas e com 8 países a terem no seu global 2/3 dos números totais relativos à tuberculose.
$$ A OMS considera que 30 dos países com mais risco de tuberculose e mais carga de doença englobam 87% dos casos no mundo.

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4
Q

Trends in TB incidence and mortality?

A

$$ Relativamente à tendência da incidência e mortalidade, vemos que relativamente aos milestones para 2020 estamos um pouco melhor no número de mortes - que têm descido mais - mas menos bem na incidência da doença - que continua alta - com uma manutenção dos casos de doentes associados à infeção VIH.
$$ A taxa de notificação acompanha a taxa de incidência.

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5
Q

Drug resistant TB - WHO?

A

– Relativamente às resistências, globalmente em 2018, 51% das pessoas com diagnóstico bacteriológico confirmado foram testadas para a rifampicina, o que ainda assim é um acréscimo relativamente aos 41% do ano anterior.
– E apesar destas melhorias, admite-se que nos doentes com tuberculose multirresistente ou resistente à rifampicina, em 2018 só 1 em 3 é que foram tratados convenientemente. Portanto, é necessário conseguir melhorias destes números.

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6
Q

TB - Incidência Portugal?

A

– Em Portugal, a incidência não é igual em todos os distritos, o distrito do Porto e o distrito de Lisboa são aqueles que à cabeça mantêm a incidência acima de 20 casos por 100 mil habitantes de tuberculose, o que significa que a incidência deixa de ser baixa, para passar a ser moderada nestes dois distritos.
– Outra preocupação é a tuberculose nas crianças, em particular nos lactentes, que como vemos tem mostrado oscilações com pouca tranquilização dos valores dos últimos anos e a que temos de estar atentos, pois recentemente foi suspensa a vacinação para todos os lactentes com BCG, passando a ser só feita nos grupos de risco, portanto este é um valor que está a ser monitorizado.

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7
Q

TB - Populações Vulneráveis?

A

– Relativamente às populações vulneráveis, vemos que quanto ao VIH, neste momento cerca de 9% dos diagnósticos de tuberculose ocorrem em doentes com teste positivo.
– E também nos doentes com diabetes e neoplasia a situação é mais prevalente e preocupa-nos esta inflexão para cima da curva.
– Sempre que há tuberculose temos de rastrear a infeção VIH e esse rastreio é feito em 87,9% dos casos de tuberculose, o que ainda é um valor que não atinge os 100% como gostaríamos.

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8
Q

TB - Outros fatores de risco?

A

— Nos fatores de risco para tuberculose devemos considerar dependência de drogas de adição e do álcool como fatores muito importantes, bem como as condições de vida nomeadamente reclusão, sem-abrigo e residência comunitária.
— Se compararmos com os fatores que são considerados de risco para a tuberculose a nível global, vemos que de longe o fator mais importante é a má nutrição, seguido do tabaco e outras condições como VIH e diabetes.

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9
Q

Risco relativo dos FR?

A

Se quisermos pôr como fator relativo de risco para doença tuberculosa temos que o VIH ocupa uma posição de destaque, seguido por má nutrição, diabetes, álcool, tabaco e poluição dentro de casa pela utilização de combustíveis fósseis quer para o aquecimento quer para a confeção dos alimentos.

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10
Q

TB Timeline?

A

– Este slide diz basicamente a mesma coisa, destacar apenas que, enquanto não houve tratamento médico, os sanatórios eram o único sítio onde as pessoas iam com o intuito de tratarem a tuberculose e que esses sanatórios fecharam na década de 70 porque a terapêutica conseguiu debelar grande parte destas infeções.
– A subida da tuberculose nos anos 80, por volta de 1985, com os casos de tuberculose associados ao VIH deram outro impulso à doença, que culminou com todas as campanhas que hoje temos em curso para controlo e tratamento dos doentes com tuberculose e com muito dinheiro alocado a esta doença.

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11
Q

M. tuberculosis complex?

A

O agente é o Mycobacterium tuberculosis, que engloba um conjunto de Mycobacterium habitualmente designado de Mycobacterium tuberculosis complex constituído por 5 estirpes diferentes: o M.tuberculosis e o M.bovis são os que estão mais presentes entre nós, e também o M.africanum, o M.canetti e o M.microti, que podem também ser considerados sobretudo em pessoas de zonas tropicais e africanas.

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12
Q

M. Tuberculosis - Transmissão e Infeção?

A

— A transmissão do M.tuberculosis faz-se sobretudo por via aérea, ao fim de 6-8 semanas há conversão do teste da tuberculina e chamamos a isto uma tuberculose primária, e o habitual é que haja uma cura espontânea até 6 meses desta lesão inicial, primeiro contacto com o M.tuberculosis.
— O que se pode passar de seguida é que é muito variável, em cerca de 5% dos casos há progressão para doença tuberculosa nos 2 primeiros anos e para lá desses 2 primeiros anos 5% ao longo de toda a vida;
– Mas em condições especiais como seja a concomitância com infeção VIH ou utilização de fármacos anti-TNF essa progressão é muito mais marcada e pode ir até 10%

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13
Q

TB and Alveolar response?

A

$$ São os macrófagos alveolares que vão receber e vai depender da sua atuação o desenvolvimento de bacteremia e multiplicação por muitos outros locais distantes do alvéolo onde o Micobacterium chega por via aérea.
$$ Depois há produção de resposta imune com células T, uma resposta do tipo Th1 com desenvolvimento da hipersensibilidade ao agente e com um teste de tuberculina positivo, com produção de interferon gama e com atividade bactericida que permite que se consiga isolar o agente nos granulomas epitelioides.
$$ Os granulomas epitelioides são granulomas de hipersensibilidade que acumulam no seu interior células mortas e que constituem o caseum (aspeto de queijo) rodeadas de linfócitos T e de monócitos, e este granuloma é uma forma do organismo conter a infeção, que quando é aberto por mecanismos de má formação pode condicionar um risco de infeção disseminada.

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14
Q

TB transmission?

A

A transmissão é comum por via aérea, tosse, espirros, falar e cantar permitem que as partículas possam permanecer no ar várias horas e infetem outras pessoas.

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15
Q

Progressão?

A

— Essa exposição nem sempre é acompanhada de infeção, porque as nossas defesas inatas e o sistema imune conseguem controlar a situação e em cerca de 50% dos casos não há de facto infeção.
— Em 25-50% vai haver uma situação de infeção que, na grande maioria dos casos, será de não doença, e em 10% dos casos será de doença com uma progressão precoce nos primeiros 2 anos em 5% dos casos e uma progressão mais tardia nos outros 5%.
— Este risco aumenta muito quando os doentes são imunocomprometidos e aí o risco de progressão é muito maior, sobretudo por infeção pelo VIH.

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16
Q

Resposta a inalação?

A

$$ Quando a pessoa inala as partículas que contêm o M.tuberculosis há dois tipos de resposta:
– uma é ficarem com uma infeção latente i.e. têm Micobacterium, mas não têm manifestações de doença;
– a outra é ficarem com uma doença ativa, e isso é uma condição que pode variar de uma situação para a outra i.e. uma tuberculose latente pode passar a ser uma tuberculose ativa.

17
Q

TB development?

A

– Persons become infected with TB when they inhale droplet nuclei that contain tubercle bacilli and the bacilli begin to multiply in the small air sacs of the lungs.
– A small number of bacilli enter the bloodstream and spread throughout the body.
– Usually, within 2 to 8 weeks, the immune system intervenes, preventing further spread.
– At this point, the person is considered to have latent TB infection.
– Since the immune system is keeping the tubercle bacilli under control, people with latent TB infection do not feel sick and they cannot spread TB to others.

18
Q

Diagnostic tests for TB infection?

A

$$ Diagnosticamos a tuberculose através de 2 técnicas que medem basicamente o mesmo, o velho teste de Mantoux de tuberculina dérmica e que faz aquela bolhinha que vemos na imagem e depois é lida às 48h-72h uma reação de hipersensibilidade aos antigénios contidos no PPD e que tem imensas proteínas de micobactérias diferentes.
$$ Os testes IGRA têm interferons específicos e a reação não é lida de forma cutânea, mas sim a produção específica de interferon pelos linfócitos da pessoa a quem foi colhido sangue, portanto é um teste laboratorial.
$$ Sendo positivos, quer um quer outro, apenas indicam que a pessoa foi infetada pelo M.tuberculosis, mas estes testes não distinguem se a pessoa tem tuberculose latente ou infeção ativa.

19
Q

Tuberculin skin test (TST) performance?

A

$$ A leitura é feita pela área de induração perpendicular ao maior eixo do membro superior e é considerada positiva conforme os milímetros de induração que avalia;
$$ O rubor não é considerado teste positivo.
$$ E a interpretação depende do risco que a pessoa que fez o teste tem para a tuberculose.

20
Q

TST result?

A

Habitualmente uma induração de 5mm ou mais é considerada positiva para pessoas com:
– infeção VIH
– contacto recente com pessoas com tuberculose
– pessoas que têm RX sugestivo de tuberculose prévia
– todos os doentes imunodeprimidos
Induração positiva de 10mm ou mais nas pessoas que têm:
– contacto com áreas do mundo onde a tuberculose é comum (englobamos Portugal nestas áreas)
– nos toxicodependentes
– nas pessoas que vivem ou trabalham em zonas de risco de tuberculose, pessoas que trabalham em laboratórios de microbacteriologia
– pessoas que têm condições que aumentam o risco de progressão para tuberculose
– crianças com menos de 4 anos
– nas crianças e adolescentes que são expostos a adultos de alto risco.

21
Q

TST - Portugal - Interpretação do teste tuberculínico?

A

Teste anterior desconhecido ou inexistente:
$ Teste positivo: induração ≥10 mm (se imunodeprimido considerar ≥5 mm)

Teste anterior conhecido (preferencialmente registado):
$ Viragem tuberculínica:
Induração ≥10 mm - se reação anterior <5 mm
Aumento de pelo menos 10 mm – se reação anterior for entre 5 e 9 mm

22
Q

TB IGRAs?

A

$$ Relativamente aos testes de interferon específicos, nós vamos medir no sangue, pelos linfócitos estimulados por estes antigénios em laboratório, a produção de interferon específico.
$$ O QuantiFERON-TB Gold Plus é o que existe no CHUSJ e também o que se utiliza em Portugal, e que mede a quantidade de interferon específico produzido depois do contacto do sangue com estes tubos onde existem antigénios de M.tuberculosis, dois tubos, um com controlo negativo e outro com um mitogénio.
$$ No caso do teste T-SPOT, a medida é semelhante mas aqui não temos uma quantificação do interferon produzido, mas sim o número de linfócitos que estão a produzir interferon específico de M.tuberculosis.

23
Q

Latent TB?

A

$$ LTBI is a state in which Mycobacterium tuberculosis persists within its host without causing symptoms or signs while maintaining viability
$$ Quando diagnosticamos uma tuberculose latente estamos a dizer que aquela pessoa mantém Micobacterium com capacidade para replicar e causar doença sintomática, mas só temos estes testes de imunização para poder afirmar este diagnóstico.
$$ Não podemos tratar todos os doentes com tuberculose latente, portanto só devemos
diagnosticar aqueles em que o tratamento é necessário e temos de excluir a tuberculose ativa antes de afirmamos este diagnóstico.

24
Q

Heterogeneity of outcomes after exposure to M. Tuberculosis?

A

— A exposição ao M.tuberculosis é diferente de pessoa para pessoa e podemos ter várias situações: pessoas que não são infetadas porque a infeção é eliminada por uma resposta inata imune que debela qualquer avanço;
— pessoas que contactando com um caso de tuberculose doença podem ficar infetadas mas assintomáticas e algumas delas ficam infetadas mas nem chegam a ter testes positivos;
— pessoas que vão ter tuberculose doença e a situação pode comportar-se de forma variada, desde situações mais ligeiras c/ diagnóstico por expetoração ou lavado bronco-alveolar com testes positivos ou negativos, até situações em que a resposta destes testes é completamente toda positiva.
— Portanto, há uma variabilidade entre a latência e o tratamento da tuberculose, mas na verdade algumas destas situações podem evoluir para formas de latência e para formas ativas e depois com o tratamento da tuberculose podem permanecer latentes ou infeções controladas.

25
Q

Who should be tested and treated for?

A

As pessoas que têm mais risco de infeção:
– contacto recente com pessoas com tuberculose
– profissionais de saúde
– pessoas que vêm de países com alta prevalência da doença
– pessoas com más condições de vida
– pessoas que estão infetadas pelo VIH
– toxicodependentes
– pessoas que têm insuficiência renal terminal, silicose ou diabetes
– que recebem tratamento imunossupressor nomeadamente anti-TNF
– que têm neoplasias hematológicas
– que estão mal nutridas ou que pesam menos de 10% do seu peso ideal
– que fizeram gastrectomias ou bypass jejuno-ileais