T7 - Hepatites Víricas (2) Flashcards
VHB -Transmissão Sexual?
$$ Prevalência da infecção condicionada pelo número de parceiros, tempo e frequência da actividade sexual, e tipo de prática.
$$ Se se tiver comportamentos sexuais de risco, com múltiplos parceiros, com a presença de outras ISTs p.e. herpes simplex 2 ou sífilis, o risco está muito aumentado; assim como práticas sexuais de risco como comportamentos sexuais mais agressivos.
Prevenção da VHB?
$$ Há uma vacina eficaz e também há uma imunoglobulina específica que corresponde a anti-HBs.
$$ Portanto, nós podemos fazer uma imunização passiva com uma imunoglobulina e isto é muito importante numa mulher portadora que tem uma gravidez para prevenção da infeção no RN; neste caso o RN deve fazer a imunoglobulina específica nas primeiras 12h após o parto e iniciar a vacina de imediato.
Estratégias para controlo de infeção por VHB?
- Educação e informação de comportamentos de risco
- Educação sexual
- Programas de apoio à toxicodependência
- Aconselhamento dos portadores
- Boas práticas na prestação de cuidados de saúde
- Seleção de hemodadores, atualmente já não existe este problema, mas antes do rastreio
dos hemodadores existia risco de transmissão - Rastreio e inactivação dos hemoderivados
- Rastreio da grávida, é obrigatório em todas as gravidezes acompanhadas fazer o rastreio para
prevenir a transmissão vertical com a administração da imunoglobulina específica e início do PNV - Prevenção da transmissão vertical
- Vacinação universal do lactente, vai ser a forma de erradicar o VHB, em Portugal foi introduzida em 2000, por isso atualmente até aos 20 anos todas as pessoas fizeram a vacina
Hepatite?
A Sociedade Europeia de Hepatologia alterou a nomenclatura da hepatite e atualmente quando não há inflamação hepática não chamamos hepatite i.e. só há hepatite quando há inflamação. Na fase imuno-tolerante e imuno-reativa, o portador inativo corresponde à pessoa que tem antigénio HBs e transamínases normais; se tiver alterações das transamínases, inflamação hepática, já dizemos que tem uma hepatite crónica vs infeção crónica quando a função hepática é normal.
Tratamentos HBV aprovados?
$$ Há muitos anos atrás os tratamentos eram à base do interferon, que era muito mal tolerado e com muitos efeitos laterais.
$$ Depois surgiram os nucleosídeos, primeiro lamivudina, depois entecavir e mais tarde tenofovir, é à base destes fármacos que tratamos hepatite B.
$$ Habitualmente o que vamos conseguir é no doente que é antigénio HBe positivo a seroconversão deste AgHBe com normalização da função hepática; nos que são AgHBe- e têm anticorpo E mas têm as transamínases aumentadas vamos levar a normalização da função hepática, negativação do ADN do VHB contribuindo para a menor transmissão, mas é raro conseguir-se a seroconversão do antigénio HBs.
Hepatite D?
$$ Vírus satélite de RNA
$$ Defectivo, necessita da presença do VHB para a replicação e transmissão
$$ Transmissão: parentérica; sexual; vertical. Muito associada à transmissão parentérica, antigamente via-se muito nos toxicodependentes; ainda existe muito no continente asiático, mas rara em Portugal. Transmissão sexual e vertical são mais raras.
$$ Diagnóstico por detecção do anti-VHD (total ou IgM)
Hepatite D - Co-infeção?
Simultâneo com VHB
Infecção aguda grave
-Hepatite fulminante
-Baixo risco de infecção crónica (1-3%)
Na coinfeção há maior risco de evolução para doença grave/fulminante, mas se seroconverter o risco de cronicidade e alterações hepáticas já não é tão importante.-
Hepatite D - Superinfeção?
– Doente com VHB adquire VHD
– Pior prognóstico
– Infecção crónica por HDV - alto risco de doença hepática crónica – 70-80% progressão para cirrose
O doente tem uma hepatite B crónica e faz uma hepatite D de novo, anticorpo IgM para hepatite D vs anti-HBc da classe IgG. Risco de formação de tecido fibrótico/cirrose é muito elevado neste caso.
Hepatite D - Grupos de risco acrescido?
– Toxicodependentes EV
– Homossexuais masculinos
– Prostitutas
– Reclusos
– Filhos de portadores
– Baixo nível sócio - económico
É fundamentalmente um vírus que se associa a toxicodependência e a práticas em que o risco parentérico está muito elevado. Também pode ocorrer quando há comportamentos sexuais de risco, mas neste caso isto é muito menos importante.
VHC?
– Virus ARN
– Descoberto em 1989 (descoberta mais moderna)
– O genoma foi clonado e sequenciado sem que tivesse sido isolado (nunca foi visualizado)
VHC - Variabilidade da Hx Natural?
$$ Na maior parte das vezes não há infeção aguda, há seroconversão sem haver doença, por isso os toxicodependentes que começavam a usar drogas ao fim de 1 ano mais de 60% já tinha tido contacto com o VHC.
$$ Só pela deteção anti-HVC é que se faz o diagnóstico.
$$ É uma doença que evolui de forma silenciosa durante décadas e só quando há descompensação da doença hepática muitas vezes é diagnosticada.
$$ A história natural é alterada se a pessoa consumir drogas, beber muito álcool etc. porque há vários cofatores a contribuir para esta doença mais rapidamente.
$$ Para a hepatite C o rastreio é apenas pela pesquisa do anticorpo HVC, não há IgG nem IgM, apenas anticorpo total;
$$ As pessoas que têm anti-HVC indica que tiveram contacto com o vírus, portanto temos de perceber se tem infeção curada (minoria, 15%) ou infeção crónica (o dx desta faz-se pela pesquisa de ARN do VHC no sangue); na curada só tem anticorpo com PCR negativo, se tem hepatite crónica tem o anticorpo e o PCR do ARN no sangue é positivo.
VHC - Epidemiologia?
$$ Importante no continente africano mas sobretudo no continente asiático relacionado com acupunturas, tatuagens e formas de medicinas alternativas.
$$ Percentagem de cura à volta dos 15%, a grande maioria fica como portador crónico e só vão ter clínica décadas depois disso.
VHC - Grupos de Risco?
– Utilizadores de drogas EV ou cocaína intranasal: não só drogas EV mas também intranasal porque faz lesões inflamatórias da mucosa e também transmite
– Transfusões factores da coagulação prévias a 1987 sobretudo quando eram transfundidas muitas unidades de sangue p.e. nos transplantes e cirurgias cardíacas
– Transfusões ou transplantados prévios a 1992
– Hemodialisados porque o vírus é resistente e quando se começava hemodiálise rapidamente se seroconvertia, por isso atualmente as unidades de hemodiálise separam os doentes que têm este tipo de infeções
– Recém-nascidos de mães com Hepatite C, embora ser portador de hepatite C não fosse contraindicação para uma gravidez (com os novos fármacos este problema já não se coloca)
– Profissionais de saúde
– Relações sexuais desprotegidas, fundamental a presença doutros cofatores
– Tatuagens ou piercings
Transmissão de VHC em drogados?
$$ Altamente eficiente
Contaminação de seringas, agulhas ou da parafernália utilizada na preparação da droga. O programa de distribuição de seringas foi importante mas devemos recordar que não são só as seringas que aumentam o risco.
$$ Adquire-se rapidamente uma vez iniciado o uso de drogas
– > 60% prevalência após 1 ano
– ≈ 80% após 6 anos. Um dos fatores de risco mais importantes para hepatite C crónica; há muita gente com hepatite C e que não tem VIH.
$$ Mais de 4 vezes do que a infecção por VIH
Transmissão Sexual do VHC?
$$ Transmissão pouco eficaz: só ao fim de muitas décadas e só quando há outros fatores de risco
$$ Risco extremamente baixo
$$ Factores de Risco
⮲Número de parceiros sexuais
⮲História de outras DST
⮲Não uso de preservativo
⮲Sexo anal (certas práticas sexuais)
⮲Prostituição
$$ Co - infecção VIH - Aumenta o risco de transmissão x 2,2