T7 - Hepatites Víricas (1) Flashcards
Hepatites Víricas?
⮲ Importância em Saúde Pública
⮲ Evolução para a cronicidade: VHB, VHD, VHC e VHE. A evolução para cronicidade verifica-se nas hepatites de transmissão entérica, e também no caso da hepatite E para os genótipos zoonóticos (sendo esta uma hepatite de transmissão entérica) e que no caso dos doentes imunodeprimidos nomeadamente transplantados pode evoluir para cronicidade.
⮲ Portadores crónicos do VHB
⮲ Portadores crónicos do VHC
⮲ VHB e VHC causa de hepatoma: E como tal a forma de manifestação de uma hepatite pode ser o aparecimento de um nódulo hepático e de um hepatocarcinoma.
⮲ Co-infecção de VHB e VHC com VIH: As formas de transmissão são as mesmas e portanto pode ocorrer coinfecção por vírus hepatotrópicos (VHB e VHC) e VIH, e muitas vezes com formas mais aceleradas de evolução quando há esta coinfecção com o VIH.
Portadores crónicos de VHC e VHB?
$$ A questão dos portadores crónicos do VHB e VHC é importante porque são duas doenças que podem não ter uma apresentação sintomática e podem evoluir durante décadas de forma silenciosa e só se vão manifestar tardiamente quando há descompensação da doença hepática; com custos para o doente e para o sistema.
$$ E estes 2 vírus são ambos oncogénicos, ambos podem dar hepatocarcinoma.
Vírus Hepatotrópicos?
$$ Aqui temos as formas de transmissão, o VHA e VHE são os 2 vírus de transmissão entérica; e a classificação de acordo com as famílias destes vários tipos de hepatite.
$$ O único destes vírus que é um vírus de ADN é o VHB, todos os outros são vírus de ARN.
$$ O VHD é um vírus defetivo que precisa do VHB para se replicar.
$$ Estes são os chamados vírus hepatotrópicos e que são responsáveis por >80% das hepatites víricas e todos eles são doenças de declaração obrigatória
Transmissão?
$$ No caso do VHA e VHE que são de transmissão fecal-oral, a excreção é fecal, e não evoluem para cronicidade exceto os fenótipos zoonóticos da hepatite E que nos imunodeprimidos pode ter formas de evolução crónica e pode ter formas graves se não forem detetadas.
$$ O VHB, VHC e VHD têm a transmissão através dos fluidos corporais, sobretudo sangue e sexuais, transmitem-se fundamentalmente por estes fluidos e há também o risco de transmissão vertical i.e. de mãe para o filho quando há uma infeção crónica. A infeção crónica é possível para estes 3 vírus.
$$ A incubação é curta (1-2 semanas) no caso da hepatite A, enquanto pode ir até 12 semanas ou mais no caso das hepatite B e C.
Hepatites Víricas com transmissão sexual?
- Hepatite B
- Hepatite C
- Hepatite A
A transmissão sexual ocorre sobretudo na hepatite B, mas também na hepatite C e A quando há comportamentos sexuais de risco
Hepatite A?
– Um único serótipo 6 genótipos
– A variação do genoma do VHA é muito restrita (pouca variação do genoma)
– Interesse em patologia humana: Genótipos 1 a 3
– Importância em Portugal G 1A e 1B (3/1). Em Portugal o mais comum é o 1A
Hepatite A - Transmissão?
$$ Transmissão fecal-oral
⮲ Ocorrência esporádica ou por surtos
⮲ Fontes de contágio: água, alimentos mal/não cozinhados (mariscos, fruta, vegetais, outros).
⮲ Má higiene individual
$$ Transmissão por via sexual no caso de certos comportamentos sexuais sobretudo homens que têm sexo com outros homens
Hepatite A - Excreção Fecal?
$$ Pico de infeciosidade é no período máximo de excreção fecal: duas semanas antes do aparecimento de icterícia, cessando em geral uma semana após.
$$ Quando aparece a icterícia a excreção fecal ao longo da primeira semana vai diminuindo e depois é que cessa, portanto a contagiosidade/transmissão ocorre quando as pessoas estão assintomáticas (antes de aparecerem os sintomas clínicos)
Hepatite A - Clínica?
❖ Infecção aguda, autolimitada
❖ Inf. sub-clínica dominante na criança: nos países com alta endemicidade há seroconversão muito precocemente sem que hajam manifestações clínicas, mas com muita transmissão horizontal e portanto as pessoas ficam rapidamente com o anticorpo
❖ Evolução arrastada > 6 meses 20%, sobretudo aquelas formas colestáticas prolongadas.
❖ Curso bifásico em que o doente tem um quadro clínico de hepatite A, é diagnosticado e depois melhora, e numa segunda fase aparece com uma recaída com uma clínica mais leve mas que acaba sempre por evoluir para cura, com recaídas em 6-10%
❖ Evolução fulminante é muito rara
❖ Ausência de evolução para a cronicidade e de portadores crónicos
Hepatite A - Serologia?
$$ A excreção fecal aparece mais no período que antecede a icterícia.
$$ Quando o doente fica sintomático, depois da 1ª semana esta excreção vai diminuir.
$$ Os sintomas coincidem com o pico das transamínases, depois as transamínases vão diminuir, mas as bilirrubinas vão subir.
$$ Nesta fase aguda o diagnóstico faz-se através do anticorpo anti-HAV da classe IgM, em todas as infeções agudas o anticorpo IgM é diagnóstico e depois desaparece ao fim de 2-4meses e vai persistir o anticorpo da classe IgG (está representado o anticorpo total mas é fundamentalmente o IgG), que é o marcador de infeção no passado.
Hepatite A - Modelos de Prevalência?
⮲ Prevalência elevada - infecção altamente endémica, incidência na infância, habitualmente sub – clínica
⮲ Prevalência intermédia - infecção mais tardia, logo mais sintomática, surtos mais vezes reconhecidos (mais surtos)
⮲ Prevalência baixa - infecção mais habitual em adolescentes e adultos, surtos de extensão variável
Hepatite A - Casos em Portugal?
A diminuição da hepatite A em Portugal não foi devido à vacina, que existe, mas sim devido à melhoria das condições de vida e de higiene (as crianças na escola aprendem os hábitos de higiene cedo, mesmo as que provêm de meios mais desfavorecidos); portanto saneamento, tratamento de águas, água potável etc. teve impacto não só na hepatite A, mas também noutras infeções em Portugal.
Hepatite A - Medidas Preventivas?
$$ Abastecimento de água potável
$$ Saneamento básico
$$ Educação e medidas de higiene
$$ Profilaxia no viajante para áreas endémicas
$$ Vacina HA: vacinamos as pessoas que vão fazer tratamentos imunossupressores/ imunodeprimidas e que não estão imunes, as pessoas que vão fazer um transplante, a vacina do viajante, e para controlo de surtos. É uma vacina inativada, dão-se 2 doses, a 2adose é entre 6 12 meses após a primeira.
$$ Imunoglobulina anti – HA: como esta imunoglobulina não é específica, atualmente praticamente não é utilizada
Hepatite E?
– 20 milhoes de infeções/ano: muito importante em termos de saúde pública
– > 3 milhões de casos de doença aguda
– Mais de 57 mil mortes
- 1 serótipo, 4 genótipos
Há 2 situações possíveis:
*Transmissão fecal-oral (Genótipos 1,2,4)
* Transmissão oral (Genótipo 3)
- Zoonose (G 3 e G 4): podem ser transmitidos através de alimentos sobretudo carnes mal cozinhadas
- Epidemias em áreas tropicais (G1 e G2): estes genótipos são transmitidos sobretudo por contaminação de água e habitualmente curam; já os genótipos 3 e 4 às vezes podem dar problemas nos doentes com imunodepressão
Hepatite E - Seroprevalência em Portugal?
Seroprevalência importante de 16,3% e que aumenta com a idade; e com alguma assimetria na distribuição geográfica; as regiões do interior são mais rurais e como tal têm uma prevalência mais importante.