Síndrome Metabólica II Flashcards
O que é metabolismo intermediário?
Conjunto de reações responsáveis pelo anabolismo e catabolismo dos nutrientes.
Como se caracteriza a diabetes mellitus
Distúrbio do metabolismo intermediário, caracterizado pelas complicações agudas e crônicas da hiperglicemia
Qual a função do hormônio insulinico?
Promove a entrada de glicose mas células, estimula sua utilização como principal substrato energético. Deflagra o anabolismo, produzindo macromoleculas como triglicerídeos, glicogênio e proteínas.
Quais são os hormônios contra insulinicos e quais suas funções
Glucagon, adrenalina, cortisol e GH.
São hiperglicemiantes, através da gliconeogenese hepática. Deflagram o catabolismo, a quebra de macromoleculas, liberando glicose, ácidos graxos, glicerol e aminoácidos.
Balança hormonal da DM
Há desregulação da balança hormonal, com diminuição da insulina, que leva ao catabolismo pelos hormônios contra insulinicos, levando a hiperglicemia.
Quais são os peptídeos gastrintestinais relacionados à insulina e suas funções
GLP1 e GIP. Liberados pela ingestão de alimentos. São hormônios incretinicos, ou seja, promovem secreção de insulina.
Como está a insulina na DM e suas consequências
Estado de hipoinsulinismo = catabolismo com produção de glicose pela neoglicogenese + captação de glicose diminuída após refeição e/ou carga oral de glicose = hiperglicemia mantida no estado de jejum e agravada após refeição
Características clínicas do DM tipo 1
É uma doença autoimune, com hipoinsulinismo absoluto, causado pela destruição irreversível das células beta. Relação ambiente, genética, autoimunidade (HLA DR3, DR4, anti ICAs)
- ocorre mais em pacientes jovens (<30a), emagrecidos (pelo catabolismo intenso)
Quando suspeitar de DM tipo 1?
Pacientes sintomáticos (poliuria Osmótica pela hiperglicemia, polidipisia) + outras autoimunes (hashimoto, celíaca).
Como está o peptídeo C na DM 1?
Indetectáveis. É produzido junto com a insulina.
Características da DM 2
Não há destruição das ilhotas pancreáticas nem doença autoimune. Há relação entre ambiente e genética. Resistência insulinico provocada principalmente por obesidade androgênica. Geralmente é assintomático, e apresenta complicações tardias. O pâncreas pode entrar num estado de fadiga secretoria pela resistência insulinica prolongada.
Ocorre em >45a e obesos.
Dosagem de peptídeo C pode ser normal
Evolução da DM 2
Na fase precoce, o pâncreas estimulado pode secretar mais insulina o normal, gerando hiperinsulinemia, mas insuficiente para evitar a hiperglicemia. Com o passar do tempo, a disfunçãonec beta avança e o pâncreas secreta cada vez menos insulina. Após vários anos, sem tratamento adequado, pode haver deficiência quase absoluta de insulina necessitando de reposicao exógena
O que é HOMA-IR
Índice de resistência à insulina
Como é feito rastreamento de diabetes e qual o objetivo
Serve apenas para o tipo 2.
Idade igual ou maior que 45 anos OU IMC elevado + fator de risco (história familiar, HAS, dislipidemia, SOP).
Se for normal, repetir a cada 3 anos.
Podemos utilizar glicemia em jejum, TOTG ou HbA1c
Principais doenças autoimunes relacionadas a DM 1
Tireoidite de Hashimoto e Doença celíaca
Critérios diagnósticos para DM
- 2 Ocasiões: glicemia de jejum >= 126, glicemia pôs 2h TOTG inflam 75 >= 200, hemoglobina glicada >=6,5 (reflete a glicemia nos últimos 3m, pode variar de acordo com turnover de hemacias)
- Aleatório: glicemia >= 200 + sintomas.
Obs: podem ser realizados 2 testes diferentes em ocasiões distintas. Considerar sempre o mais grave, repetindo-o se apresentar resultados discrepantes.
Importância de pesquisa de pre diabetes
São critérios de risco aumentado para diabetes. Grande chance de desenvolver patologia se não tratado. O indivíduo se torna diabético aos poucos com diminuição progressiva da insulina no caso da DM 2
Criterios diagnósticos para pre diabéticos e conduta
Glicemia de jejum: 100 a 125 (glicemiade jejum alterada)
Glicemia 2h pôs TOTG 75: 140-199 (intolerância à glicose)
Hba1c: 5,7-6,4
Não precisa repetir em duas ocasiões. Se glicemia de jejum alterada pode fazer TOTG para confirmar intolerância à glicose ou diabetes.
Os pre diabéticos devem ser monitorados anualmente, estimulamos a MEV e pode ser necessário uso de metformina, principalmente nos <60a, e naqueles co IMC >35
Alvo no tratamento da diabetes
- HbA1C: < 7% (em geral) -> é o melhor método
- Glicemia capilar:
Pre prandial: 80 a 130
Pôs prandial: <180
Uso de AAS em diabéticos
A DM leva ao aumento de atividade plaquetaria. Portanto os pacientes se beneficiam com a profilaxia com aas
1a: DM 1 ou 2 com aumento de RCV
2a: DM com história de doença CV
Controle glicêmico nos pacientes internados
Não é necessário controle rigoroso, mas hiperglicemia está relacionada com maior índice de complicações
- sem doença crítica: < 140 (pre prandial)
- críticos: 140 a 180
Em que se baseia o tratamento da DM 1
Insulinoterapia: 0,5 - 1U/Kg/dia
Secreção endógena de insulina
- Pico pôs prandial: nesse ponto entra a insulina de ação rápida, aplicadas sempre antes de uma refeição
- Secreção basal: insulinas de ação lenta, aplicadas uma ou duas vezes ao dia.
Quais são as insulinas de secreção basal e sua duração
Apresentam ação lenta (12h) ou ação prolongada (24h) - lembrar do tempo de plantão
- NPH (12h): aplicada 2x por dia
- Glargina (lantus)/detemir: aplicada 1x por dia
Quais são as insulinas de pico pôs prandial e sua duração
“Duração de 01 turno” -> ação rápida (início em minutos) e ação imediata (início imediato)
- Regular: aplicada 30 minutos antes da refeição
-Lispro/asparte/glulisina: na hora da refeição
Qual a melhor maneira de prescrever insulina no tto da DM 1
Múltiplas aplicações diárias!! Eu
Como fazer o esquema “SUS” de insulina?
Calcular dose total de insulina e dividir: 50% NPH + 50% regular
- NPH: 2/3 da dose pela manhã (antes do café) e 1/3 da dose antes de dormir (faz Pico durante o dia)
- Regular: fazer as doses antes do café da manhã, almoço e jantar. As doses podem ser reguladas de acordo com a alimentação.
Como é feito o esquema alternativo de insulina na DM 2?
50% Glargina + 50% Lispro.
- Glargina: aplicada uma vez ao dia, não faz Pico, menor índice de hipoglicemias
- Lispro: deve ser feita no momento da refeição. Dose dividida em café da manhã, almoço e jantar
Esquema de insulina feito no PSF
não tem validade científica, mas é usado para adaptar a realidade dos PSF
50% NPH + 50% regular.
- NPH: 2/3 antes do café da manhã, 1/3 antes do jantar
- Regular: 1/2 antes do café da manhã, 1/2 antes do jantar.
Como funciona a bomba de infusão continua de insulina
É a mais fisiológica que existe. Deve utilizar insulina de ação rápida. 50% Lispro basal + 50% Lispro utilizada em bolus (deve ser dosada pelo paciente)
Hiperglicemia matinal e conduta
- Efeito Somogyi: hiperglicemia matinal de rebote que ocorre pelo Pico do NPH vespertino durante a madrugada, levando a hipoglicemia e produção de glucagon de rebote que leva a hiperglicemia no início da manhã.
- Fenômeno do alvorecer: hiperglicemia matinal devido à Pico fisiológico de GH durante a madrugada (hormônio contra insulinico), elevado a glicemia e tornando o efeito da NPH vespertina insuficiente.
CONDUTA:
- HGT 3h da manhã: se hipoglicemia = efeito Somogyi, se normoglicemia/hiperglicemia = fenômeno do alvorecer
- deslocar NPH vesperti a para antes de dormir (22h) = Pico de NPH quando o paciente estiver acordando (contrabalanço do GH) + não faz Pico de madrugada (efeito Somogyi deixa de existir)
Obs: pode ser feita NPH extra no almoço para suprir a mudança de horário da vespertina (cobertura mais homogênea)
Relação das glicemias com insulinas
- glicemia matinal = NPH vespertina do dia anterior
- glicemia pre almoço = regular da manhã
- glicemia pre jantar = NPH da manhã
- glicemia ao deitar = regular vespertina
Em que se baseia o tratamento na DM 2
Reduzir a resistência insulinica
Quais são as drogas que diminuem resistência à insulina? Efeitos, ci…
- Metformin: atuação hepática, aumentando o efeito da insulina, mas sem aumentar a produção de insulina. Não causa hipoglicemia.
- principal efeito: perda de peso
- efeitos colaterais: intolerância gastrointestinal, risco de acidose lática (não podemos fazer nos casos de “insuficiências” -> renal, hepática, cardíaca)
- dose: 850mg 1x dia ou 500mg 2x ao dia inicialmente. Depois progredir para 850mg 2x/dia ou 1000mg 2x/dia ANTES das refeições. - Glitazona: atua no músculo. Retém sal = não usar na IC
Quais são as drogas que promovem aumento da secreção de insulina?
- Sulfonilreia: aumenta a secreção de insulina basal (como o NPH). Ex.: glibenclamida
- Glinida: aumenta a secreção de insulina pôs prandial (como a regular). Precisa ser administrada 3x por dia.
Efeitos colaterais: ambas aumentam o peso(efeito insulinico) e tem risco de causar hipoglicemia.
Quais são as drogas que diminuem a absorção de glicose no tto da DM 2?
- Acarbose (inibidor da alfa glucosidase): diminuir a glicemia pôs prandial, causa diarreia e flatulência.
Drogas que tem ação incretinomimeticas no tratamento da DM2
Causam aumento de insulina dependente da glicemia, diminuem produção de glucagon e retardam o esvaziamento gástrico
- inibidores da DPP IV (gliptina): impedem a degradação das incretinas
- análogos do GLP1: liraglutide. Estimula incretina diretamente. Faz diminuição de peso. Pode levar a pancreatite, neoplasias