Grandes Síndromes Bacterianas Flashcards
Definição de endocardite infecciosa
Infecção microbiana da superfície endocardica do coração. Acomete principalmente as valvas cardíacas, defeitos septais, cordoalhas tendineas, e o próprio endocardio mural. A lesão característica é uma vegetação composta por plaquetas, fibrina, células inflamatórias e micro organismos
Patogenia envolvida na endocardite
1) lesão do endocardio: causada por turbilhonamento de sangue, uso de drogas IV, cardiopatias estrutural, Cateter profundo, prótese valvar…
2) Formação de vegetações estéreis: o endocardio exposto forma agregados de plaquetas e fibrina (trombos) -> Endocardite Trombotica Não Bacteriana (ETNB -> como uma rede de fibrina e plaquetas)
3) Bacteremia: principalmente às custas de Gram positivos -> estafilococo e estreptococo, que se aderem a rede de fibrina e plaquetas -> endocardite bacteriana (a válvula fica inflamada e disfuncional, causando sopro cardíaco)
4) Embolização: os trombos com bactérias podem embolização e fazer disseminação sistêmica; pode haver também formação de imunocomplexos -> levam a glomerulonefrite.
Cardiopatias estrutural mais relacionada com endocardite
Prolapso de valva mitral
Fator com maior risco de apresentar endocardite
Prótese valvar
Como estudado os agentes etiologicos da endocardite infecciosa?
Variam de acordo com o tipo de válvula, se nativa ou protética
Agentes etiologicos da endocardite infecciosa em válvulas nativas
Estafilococos, estreptococos e enterococos são responsáveis por 90% dos casos.
- Subagudo: início insidioso, com febre baixa arrastada, perda ponderal e sudorese noturna. Estreptococo viridans (mais comum), enterococo faecallis (2 mais comum), estreptococo bovis (fazer colonoscopia)
- Agudo: desenvolvimento rápido dos sintomas, febre alta, queda do estado geral. O agente mais envolvido é o estafilococo aureus. Relacionado com usuários de droga IV, lesa a válvula tricúspide, não causa sopro, pode ser MRSA
Agente etiológico da endocardite em usuários de droga IV
Staphylo aureus. Acomete a tricúspide.
Agentes etiologicos da endocardite infecciosa em válvulas protéticas
O agente varia de acordo com o tempo de instalação da prótese.
<2m: pensar em infeccao adquirida no hospital -> Staphylo epidermidis e s. Aureus
> 1a = valva nativa
Manifestações clínicas clássicas da endoçardite infecciosa
Febre (90%), sudorese, calafrios
Sopro (85%); clássico = sopro de regurgitação.
Se lesão mural ou de coração direito = sem sopro
Manifestações periféricas da endocardite infecciosa
- Embolização: relacionada a EI aguda. Emboliza os pequenos vasos. Causa petequias (principalmente em conjuntiva, palato e extremidades), manchas de Janeway (manchas hemorrágicas em região palmar e plantar), hemorragia subungueal, infecção em outros sítios, aneurisma micotico.
- Imunológicas: GNDA (deposição de imunocomplexos), FR +, Nódulos de Osler (nódulos pequenos, dolorosos, região palmar), Manchas de Roth (hemorragia de vasos retinianos, com periferia com sangue e centro isquêmico), poliartralgia
Algumas complicações relacionadas a Endocardite Infecciosa
- Local: insuficiência cardíaca, bav, bloqueio de ramo, iam
- Êmbolos: pulmão, rim, baço, cérebro (pode ser causa de AVC)
- Infecção metastatica: osteomielite, artrite séptica, abscesso epidural, renal, meningite…
Critérios de Duke (diagnóstico de endocardite)
2 maiores OU 1 maior e 3 menores OU 5 menores
- Maiores: representam a doença
- Hemocultura: agentes típicos em 2 amostras; culturas persistentemente positivas com agentes possíveis; Coxiella Burnett positiva em uma hemocultura ou sorologia.
- ECO: presença de vegetação ou abscesso ou deiscência de prótese ou regurgitamento valvar novo - Menores: completam a doença -> os 5 F
- Fator de risco (predisposição ou uso de droga IV)
- Febre >= 38oC
- Fenômenos vasculares: aneurisma micotico, mancha de Janeway, petequias, hemorragia craniana.
- Fenômenos imunológicos: mancha de Roth, nódulo de Osler, GNDA, FR +
- Faltou uma hemocultura (tem hemoc positiva mas não fecha critério maior)
Tratamento da endocardite infecciosa
Se quadro agudo = iniciar o ATB imediatamente após a coleta de hemoc
Se quadro Subagudo = colher hemoc e aguarda resultado para iniciar ATB.
- Valva Nativa: Penicilina (estreptococos) + oxacilina (estafilo) + gentamicina (enterococo)
- Drogas IV ou cateter: Vancomicina (MRSA) + gentamicina (enterococo)
- Valva protéticas < 1a: Vancomicina (MRSA) + gentamicina (enterococo) + rifampicina (potencializar os outros ATB e descolonizar a valva)
Duração do tratamento = 4-6sem
Principal indicação de cirurgia na endocardite infecciosa. Qual o melhor procedimento?
Insuficiência cardíaca grave secundaria a disfunção valvar. Valvoplastia.
Profilaxia para endocardite infecciosa
- Quando? Gengiva, dentes (periapical), perfuração de mucosa oral ou trato respiratório
- Para quem? Válvulas protéticas, endocardite anterior, cardiopatia cianotica não reparada, reparo incompleto de cardiopatia congenita
- Com o que? Amoxicilina 2g VO 1h antes do procedimento.
Principais aspectos da epidemiologia da Itu
Ocorre nos extremos de idade. Na vida adulta, predomina nas mulheres (uretra mais curta, maior proximidade da região anal), principalmente após início de vida sexual.
Porque coleta de urina com jato médio
O jato inicial limpa a uretra da colonização bacteriana
Principal agente etiológico da ITU
E. Coli. Bacteria com presença de fímbrias que pode aderir ao uroepitelio, pode ascender e infectar os rins.
Definição de bacteriuria assintomática
Paciente sem queixas mas com urocultura que mostra contagem bacteriana >10^5 UFC/ml ou >10^2 UFC/ml em paciente cateterização
Tratamento da bacteriuria assintomática
Não devemos fazer, exceto em gestantes e pacientes que serão submetido a procedimento urológico invasivo
Clínica e diagnóstico de cistite
É uma mucosite. As bactérias não ascendem até o trato urinário superior; não é infecção com caráter sistêmico.
- Clínica: disuria, polaciuria, urgência miccional, nocturia… SEM FEBRE!
- diagnóstico: EAS - Piocitos, esterase leucocitária, nitrito positivo; Urocultura (nem sempre é preciso): >10^2
Obs.: quando a clínica é sugestiva, o diagnóstico pode ser clínico.
Tratamento de cistite
Fosfomicina (dose única), quinolona (3dias), nitrofurantoina, beta lactários…
Se Itu recorrente ou em homem, tratar por 7 dias.
Classificação de pielonefrite aguda
- Não complicada: trato urinário normal
- Complicada: presença de doença urológica, uso de cateter, presença de cálculos, abscessos…
Clínica da pielonefrite aguda
Febre + dor no flanco + calafrio + sinal de giordano (distensão da cápsula renal) +- sintomas de cistite
Alterações que acontecem na pielonefrite aguda
Ascensão bacteriana facilitada por fatores anatômicos, aderência a mucosa do ureter. Após chegada na pelve renal, há influxo de células inflamatórias e citocinas bacterianas -> edema, dano tecidual, intensa vasoconstriccao renal -> necrose tubular
Fatores de risco para pielonefrite e para cistite
Mulheres, atividade sexual, menopausa, uso de espermicida, instrumentação urinária, anormalidades anatômicas e funcionais.
Agentes etiologicos da pielonefrite
- Não complicada: E. Coli, Staphylo saprophyticus (mulheres jovens com atividade sexual), Gram negativos (klebsiella, Proteus), enterococos
- Complicada: E. Coli, Pseudomonas, enterobacter, fungos…
Diagnostico de pielonefrite aguda
Clínico e laboratorial
- EAS: pesquisar piuria, bacterioscopia, urinocultura
- Imagem?? Não é feita de rotina. Indicada para casos duvidosos, falha terapêutica, suspeita de abscesso ou obstrucao
Obs.: preferencialmente tac
Indicação de internamento de pielonefrite
Queda do estado geral, vômitos, gravidade da doença, presença de complicações, homens, crianças…
Quando fazer tratamento domiciliar para pielonefrite?
Em casos de mulheres com pielonefrite não complicada, estáveis
Tratamento empírico para pielonefrite
- Não complicados: ciprofloxacino, levofloxacino, ceftriaxone
- complicados: cobrir pseudomonoas-> pipetazo, cefepime, imipenem
Duração: 10 a 14 dias