Síndrome Álgica IV - Dor Torácica Flashcards
Avaliação da dor torácica
Clínica + ecg + Rx de tórax
Causas de dor torácica
- Cardíacas: isquemica, dissecção de aorta, pericardite, cardiomiopatia, valvopatia
- Não cardíaca: pleuropulmonares, gastrointestinal, músculo esquelético, herpes zoster, psicogenica
Dissecção aórtica aguda
Caracterizada pela ruptura da camada íntima da artéria, levando ao desenvolvimento de um hematoma que disseca a parede aórtica, criando uma falsa luz
Localização mais frequente da dissecção aórtica
Parede lateral direita da aorta ascendente (área será submetida a alta pressão hidráulica)
Fatores de risco de Dissecção aórtica aguda
HAS (principal fator de risco), doença do tecido conjuntivo, trauma
Quadro clínico da Dissecção Aórtica Aguda
Dor torácica muito intensa, com irradiação e achados que dependerao da topografia acometida:
- Aorta Ascendente: causa dor em região anterior do tórax. IAM (por dissecção do ostio das coronárias), insuficiência aórtica (por lesão da valva aórtica), tamponamento cardiaco (sangue cai para dentro do saco pericárdico)
- Arco Aórtico: Subclávia (diferença de PA entre os dois membros), carótida (sincope, AVEi)
- Aorta Descendente: dor em região interescapular. Causa Hemotorax, isquemia mesenterica, isquemia renal
Obs.: a dor pode migrar de acordo com a progressao da dissecção.
Qual o território de lesão mais grave da dissecção aórtica aguda
Em território de aorta ascendente. Preferir abordagem cirúrgica.
Diagnóstico da Dissecção Aórtica Aguda
Devemos procurar pela falsa luz.
- Estável: AngioTC, RMN
- Instável: ECO TE
Classificação da dissecção Aórtica aguda
- DeBakey: I (aorta inteira), II (ascendente), III (descendente)
- Stanford: A (ascendente), B (descendente)
Tratamento clínico da Dissecção Aórtica Aguda
O tratamento clínico deve ser iniciado no momento da suspeita clínica!
- Alvos: controle da PA (deixar a aorta menos “dura”) e controle de FC (controlar o estresse causado pela Bomba)
PAS <110-100 e FC <60
- Como fazer?
Betabloqueador (esmolol, Labetalol, propranolol +- Nitroprussiato de sódio
Obs.: primeiro deve ser feito o betabloqueador, pois se a vasodilatacao for feita antes pode gerar uma taquicardia reflexa, piorando a dissecção.
Obs.: lembrar do controle da dor, com uso de morfina
Tratamento cirúrgico da dissecção Aórtica aguda
Operar os mais graves.
Stanford A = sempre
Stanford B = nos casos mais complicados
Pericardite aguda
Inflamacao dos folhetos pericardicos, que pode ter evolução aguda ou subaguda/cronica
Manifestações clínicas da Pericardite Aguda
- Dor torácica de localização precordial ou retroesternal, continua
- Dor pleuritica (piora com inspiração profunda e tosse)
- Dor que piora com o decúbito dorsal e melhora sentado com o tronco inclinado para frente (posição genupeitoral)
Obs.: quando a pessoa deita, estica o pericardio e piora a dor. Quando sente, ele encolhe e melhora. - Dispneia: pela irritação subjacente da pleura parietal, causando incursões respiratorias superficiais
Achado característico no exame físico da Pericardite Aguda
Atrito pericardico (som áspero sistólico e diastólico, principalmente no bordo esternal esquerdo)
Causas de Pericardite Aguda
- Idiopática ou viral: mais comum, causada pelo Coxsackie B, apresenta prodromos de quadro viral. O quadro é brando, autolimitada.
- Pos IAM
- Piogenica: febre alta, calafrios, prostração. Pode ser infecção por contiguidade ou via hematogenica. Tratamento com drenagem e ATB.
- Urêmica: escórias nitrogenadas irritam diretamente os folhetos pericardicos, tornado-os friáveis e propensões a hemorragia.
- Autoimune: AR, Lúpus
Diagnóstico da Pericardite Aguda
- Rx de Tórax: coração em moringa -> pelo derrame pericardico causado na inflamacao
- ECG: Supra de ST difuso, côncavo ( :) ), infra de PR (DxD de supra de IAM :( )
- ECO: Derrame pericardico
Pericardite Constrictiva
Calcificação do pericardico, causando perda de sua elasticidade. Ocorre Secundario a processos inflamatórios, como infeccao previa por tuberculose.
TTO: pericardiectomia
Complicação da pericardite
Tamponamento cardiaco -> tríade de beck, pulso paradoxal
Tratamento de pericardite
AINES +- Colchicina / corticoide (casos refratários)
Síndrome de Tietze
Costocondrite
Dor a digito pressão, inflamacao da articulação costocondral, episódios recorrentes
- TTO: repouso, gelo local, AINE
Espasmo Esofagiano Difuso
- Contrações intensas, exacerbadas, difusas e ineficazes
- Clinica: dor pos prandial, parece coronária (pode ser deflagrada com exercício), melhora com uso de nitrato, testes cardíacos normais
- Diagnóstico: Esofagografia baritada (saca rolhas). Padrão ouro = esofagomanometria
- Tratamento: nitratos, antagonista de cálcio, antidepressivo, sildenafil, botox.
Se refratario = esofagomiotomia longitudinal
Doença isquemica do miocárdio
Desequilíbrio entre a demanda e a oferta de O2 ao miocárdio. O grande violão é a aterosclerose.
A aterosclerose determina uma redução progressiva do lumen da coronária, mas que não implica sintomatologia imediata.
A sintomatologia clássica da doença coronariana vai ser primeiro aos esforços, quando aumenta a demanda de O2.
Angina Pectoris
- Dor/desconforto retroesternal + desencadeada por esforço /estresse emocional + melhora com repouso/uso de nitratos
- Se 3 = angina típica
Se 2 = angina atípica
Se 1 ou 0 = dor torácica não cardíaca
Obs.: Angina atípica é mais encontrada em mulheres, idosos, diabéticos
Obs.: Equivalente anginoso: dispneia, vertigem, sintomas dispépticos
O que fazer após a caracterização da angina
Classificar o paciente de acordo com a evolução do quadro (agudo/crônico) em:
- Angina Estável
- Sd coronariana aguda sem supra de ST (angina instável, IAM sem supra de ST)
- Sd coronariana aguda com supra de ST
Angina de Prinzmetal
Angina instável provocada por um vasoespasmo coronariana súbito, de caráter oclusivo, e que se apresenta como uma síndrome coronariana aguda (dor anginoso de forte intensidade) e supra de ST no ecg. Tanto a angina quanto o supra são transitórios,durando alguns minutos e podem ser revertidos com nitrato sublingual ou nitroglicerina venosa.
Não pode tratar com beta bloqueador, só antagonista de canais de cálcio!!
Isquemia Silenciosa
Episódios isquemicos assintomáticos, demnostrado por alterações dinâmicas do segmento ST e onda T. Muitas vezes é reconhecido nos testes de esforço.