Hemostasia Flashcards

1
Q

Em que consiste a hemostasia?

A

Compreende a Identificacao do sítio de sangramento, parada do sangramento pela formação de um coágulo estável, lê-se do coágulo e reparo tecidual.

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2
Q

O que pode ocorrer com os distúrbios da hemostasia?m

A

Pode levar a sangramento ininterrupto ou formação espontânea de trombose sem lesão tecidual previa

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3
Q

Visão geral da hemostasia

A
  • Primeira fase: parada de sangramento através da formação de um tampão -> envolve plaquetas
  • Segunda fase: estabilização do coágulo através de uma rede de fibrina -> fatores de coagulação
  • Terceira fase: lise do coágulo através da fibrinolise -> fatores fibrinoliticos

Obs.: o gatilho que deflagra a hemostasia é a lesão do endotélio vascular, que expõe diversas proteínas.

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4
Q

Características da hemostasia primária

A
  • Feita de plaquetas (faz união muito frágil). Causa sangramento de pele e mucosas
  • O sangramento não para (não tem como dar o primeiro combate).
  • Avaliação: Contagem de plaquetas = 150 a 450.000 -> quantitativo
    Tempo de sangramento = 3 a 7 minutos -> qualitativo. Só avalia a função plaquetaria se plaquetometria normal.
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5
Q

Etapas do funcionamento da hemostasia primária

A

Lesão endotelial deixa à mostra o colágeno, que estimula a adesão plaquetaria (através da Gp Ib, que faz ligação fraca e o fator de von willebrand -> cimento das plaquetas, permitindo melhor adesão).
Em seguida ocorre a ativação plaquetaria, com recrutamento de novas plaquetas, através do ADP (por onde atua o clopidogrel) e o tromboxane A2 (por onde atua o AAS)
Em seguida ocorre a agregação plaquetaria, com a expressão da Gp IIB/IIIA, que permite a ligação plaqueta plaqueta (inibida pelo tirofiban)

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6
Q

Causas de alteração na hemostasia primária

A
  • Trombocitopenia (redução na quantidade):
    - Aumento da destruicao: PTI, ptt
    - Diminuição na produção/ sequestro: leucemia, esplenomegalia
  • Disfunção (qualitativo):
    - Hereditário: doença do fator de von willebrand
    - Adquirdo: uremia, anti plaquetarios
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7
Q

Função da hemostasia secundaria

A

Tem como função a colocação de uma “rede” sobre p tampão plaquetario estabilizando-o, e impedindo que seja levado pela circulação, evitando o retorno do sangramento.

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8
Q

Como se organiza a hemostasia secundaria

A

Através dos fatores de coagulação, que podem ser da via intrínseca e extrínseca, mas que ambas resultam na ativação do fator X.

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9
Q

Fatores de coagulação dependentes de vitamina K

A

2, 7, 9 e 10

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10
Q

Como funciona a via extrínseca e como avaliar

A

Via extrínseca é ativada pelo Fator Tecidual. Depende do fator 7 para funcionamento.
O fator 7 tem menor vida curta e é a que sofre mais rápido quando é utilizado cumarinico
É a a avaliado pelo TAP (tempo de protrombina)

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11
Q

Como funciona a via intrínseca e como avaliar

A

Avaliada pelo PTTa (tempo de tromboplastina parcial ativada)
Tem os fatores 8, 9 e 11.

Para o fator 8 ser ativado precisa do fator de von willebrand

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12
Q

Como funciona a via comum e como avaliar

A

A via intrínseca e extrínseca culminam no fator X (o X da questão). O fator 10 transforma protrombina (II) em trombina. A trombina participa da cascata transformando fibrinogênio (I) em fibrina (malha para o pool plaquetario)
O fator 13 vem de fora, para fixar a malha de fibrina.

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13
Q

Exemplos de medicações anticoagulantes

A
  • anti tromboxane A2: aas, AINES.
  • Bloqueadores do receptor ADP: clopidrogrel, prasugrel e ticlopidina, ticagrelor
  • Inibidores da GpIIb/IIIa: tirofiban, abciximab
  • inibidor do fator VII: Warfarin
  • Estimulador da ATIII: HNF (aumenta o PTTa) e HBPM
  • Inibidor do fator Xa: Foundaparinux, Rivaroxaban, apixaban
  • Inibidor da trombina: Dabigatran
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14
Q

Hemostasia Terciaria

A

Responsável pela fibrinolise. Fatores fibrinoliticos que mantém a homeostasia de coagulação/fibrinolise. O próprio endotélio modula a resposta coagulante, através de antitrombina, inibidor do fator tecidual e proteínas anticoagulantes C e S.

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15
Q

Como atua a hemostasia Terciaria

A

Tudo ocorre através da plasmina, uma enzima proteolitica. A trombina se liga ao fibrinogênio (ativando a cascata), mas também se liga ao tPA (fator da ativação de plaminogenio), que transforma plaminogenio em plasmina, que quebra a rede de fibrina (dissolvendo o coágulo)
Obs.: a dissolução de fibrina lança na circulação d dimero
Obs.: o rtPA (alteplase) é um fator de ativação do plasminogenio sintético

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16
Q

Anti coagulantes endógenos - hemostasia Terciaria

A

Antitrombina III (inibe todos os fatores de coagulação), proteina C e proteina S (são dependentes de vitamina K. A prot S estimula a atividade da proteina C)

Não dissolvem trombos, só impedem que ocorra mais coagulação

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17
Q

Púrpura toprombocitopenica imune

A

Funciona como a anemia hemolítica auto imune. Ocorre destruição imuno Mediada das plaquetas no baço.
A destruição das plaquetas pode ser de origem idiopática ou secundária.
- Primária: ocorre mais em crianças, após infecções das vias aéreas.
- Secundaria: LES, LLC, HIV, drogas (heparina)

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18
Q

Clínica da PTI

A

Plaquetopenia e mais nada!
Obs.: presença dos achados clássicos da plaquetopenia
Obs.: em crianças = PTI aguda (geralmente evolui para a cura espontânea)
Em adultos = PTI cronica (geralmente precisa de tratamento)

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19
Q

Diagnóstico de PTI

A

É um diagnóstico de exclusão!! Devemos descartar LES, LLC, HIV, hep C.

Se fizer um mielograma = medula óssea anormal ou com hiperplasia do setor megacariocitico, já que destruicao aumentada de plaquetas estimula produção de mais plaquetas.

20
Q

Tratamento de PTI

A

Não adianta transfundir plaquetas (salvo raras exceções), pois será destruída pelos anticorpos.
A maioria é observação.
- Plaqueta <20mil ou <30mil com sangramento mucoso = corticoide VO
- Sangramento grave (SNC/TGI): imunoglobulina IV, corticoide IV (metilprednisolona), Transfusao de plaquetas em último caso (sangramento com risco a vida)
- Refratários: esplenectomia, rituximab

21
Q

Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)

A

Cursa com oclusão Trombotica disseminada dos vasos.
Deficiência de uma Protease chamada ADAMTS 13, responsável pela clivagem do FvWB, que é secretado em forma de grandes multimeros.
A deficiência da proteína causa um FvWB gigante, que após um estímulo ainda desconhecido, reagem com as plaquetas circulantes, levando a trombose e injúria tecidual -> os trombos são responsáveis pela isquemia de múltiplos órgãos (rins, SNC), consumo de plaquetas e lise das hemacias, com formação dos esquizócitos típicos da anemia hemolítica microangiopatica.

22
Q

Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) - Manifestações Clínicas

A

Mais comum em mulheres…. + dor abdominal (com náuseas, vômitos)
Plaquetopenia (consumo pelo trombo)
Esquizócitos (anemia hemolítica microangiopatica)
Neurologico (crise convulsiva, cefaleia, RNC)
Temperatura elevada
Anuria (mais raro)

23
Q

Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) - Diagnóstico

A
  • Biópsia: depósitos hialinos subendoteliais

- Dosagem de ADAMTS 13: baixo

24
Q

Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) - Tratamento

A

Não repor plaquetas!!! Pois é dar combustivel para aumentar o trombo!
- Plasmaferese = lavar o plasma para tirar os anticorpos

25
Q

Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU)

A

É “irma” da PTT
- Ocorre por diarreia sanguinolenta pela E. Coli O157 H7, geralmente em crianças -> produção de toxina shiga -> lesao endotelial com ativação plaquetaria e trombose.
Sangramento (plaquetopenia)
Hemolise (anemia hemolítica microangiopatica)
Uremia (insuficiência renal aguda)
- Tratamento: suporte (manejo do sangramento, hipertensão, doença renal…)
Obs.: a lesão neurológica não é comum
Obs.: o TAP e o PTTa estão inalterados
Obs.: nunca transfundir plaquetas, pode piorar trombose

26
Q

Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD)

A
  • Ocorre pela exposição do fator tecidual (principal responsável pela ativação da cascata de coagulação) -> há intenso estímulo para ativação da hemostasia em todas as fases. Ocorrerá consumo de plaquetas e de fatores de coagulação com formação de fibrina e hemolise intravascular pela passagem do sangue em vasos cheios de fibrina e também pela ativação do sistema fibrinolitico.
  • Ocorre em processos inflamatórios generalizados: sepse, neoplasia, DPP
  • A CIVD cursa com dois fenômenos aparentemente contraditórios: trombose (ao consumir plaquetas e fatores de coagulação) e predispõe o paciente a hemorragias graves
27
Q

Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) - Manifestações Clínicas

A
  • Aguda: plaquetas e fatores de coagulação são consumidos sem que haja Reposicao da medula e do fígado. Apresentam sangramentos cutaneomucosas e de órgãos internos. Além do sangramento ocorre microtrombose difusa, levando à insuficiência renal aguda, disfunção hepática, depressao do sensório, gangrena de dígitos.
  • Cronica: como o processo é mais lento, a medula e o fígado conseguem repor os elementos, evitando hemorragias -> as manifestações mais comuns são repetidas tromboses.
28
Q

Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) - Critérios Diagnósticos

A
  • Hipofibrinogenemia (<70-100): consumo do fibrinogênio pela hemostasia secundaria
  • Aumento do D-Dimero: ocorre pela fibrinolise
  • Alargamento do PTTa, TAP e TT
  • Plaquetopenia
  • Anemia Hemolítica Microgiopatica (com esquizócitos)
29
Q

Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) - Tratamento

A

Suporte (Transfusao de plaquetas, plasma fresco congelado, crioprecipitado)
Anticoagulacao: se CIVD crônico

30
Q

Doença de VonWillebrand

A

É o distúrbio hereditário mais comum da hemostasia.
O FvWB atua na hemostasia primária e secundária. Além de ajudar na adesão plaquetaria, serve de segurança para o fator VIII (impedindo sua degradação)

Queixa comum na doença é a presença de equimoses com pequenos traumas e sangramento após pequenos procedimentos dentários.

31
Q

Doença de VonWillebrand - Tipos Clínicos

A
  • Tipo 1: o mais comum (80%). Deficiência parcial. Exames normais.
  • Tipo 2: defeito qualitativo. TS alargado.
  • Tipo 3: redução intensa do FvWB. TS alargado e PTTa alargado (pela perda do fator VIII)
32
Q

Tratamento da doença de von willebrand

A

Inicial: Desmopressina (DDAVP) -> estimula a produção de liberação do FvWB
Se sangramento grave: repor fator VIII
- Crioprecipitado: fator VIII, FvWB, fibrinogênio
- Plasma Fresco: todos os fatores de coagulação.

33
Q

Hemofilias

A

Doença genética causada pela deficiência de algum fator de coagulação.

  • Hemofilia A = deficiência do fator VIII
  • Hemofilia B = deficiência do fator IX
  • Hemofilia C = deficiência do fator XI

Todos são fatores ligados à via intrínseca = alargam o PTTa
As hemofilia A e B são ligados ao cromossomo X e por isso mais comuns em homens.

34
Q

Clínica das hemofilias

A

3H’s = Hemorragia, Hematoma e Hemartrose

35
Q

Tratamento da Hemofilia

A

Reposicao dos fatores de coagulação

36
Q

Complexo protrombinico

A

Contém os fatores vitamina K dependentes -> II, VII, IX, X

37
Q

Anticorpo antifator 8

A

É uma “trombofilia adquirida”. Pode ser causada pelo Lupus, puerpério, cancer.
Causa alargamento do PTTa que não corrige com o plasma.

38
Q

Uso de Cumarinicos

A
  • São antagonistas de Vitamina K: agem depletando as reservas de vitamina K.
  • Age contra os fatores de coagulação vitamina K dependentes (2,7,9,10) e contra fatores anti coagulantes (Proteina C e S). O efeito mais pronunciado é contra o fator 7 e a proteina C.
  • Controle através do TAP/INR: manter o INR entre 2-3 para dizer que o paciente está anticoagulado.
  • Efeito Pró-trombotico: no início da anticoagulação com Warfarin é necessária a associação com heparina, pois o Warfarin também inibe a proteina C, levando a um estado pro Trombotico. Pode ocorrer necrose, piora de trombose já existente.
  • Warfarin apresenta interação com outros medicamentos e com dieta.
39
Q

Conduta no sangramento de pacientes que fazem uso de Cumarinicos

A
  • Sangramento Leve: vitamina K (importante suspender a droga)
  • Sangramento Grave: vitamina K + fatores prontos (complexo protrombinico, plasma fresco, fator 7 recombinante)
40
Q

Uso de Heparinas

A
  • Heparina não fracionada (HNF): inibe a via intrínseca e a via comum. Controle é feito a partir do PTTa (2-2,5x maior que o controle)
    Se sangramento leve = suspender
    Se sangramento grave = suspender + protamina (1mg = 100 Ui de HNF)
  • Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM): exemplos = enoxaparina, dalteporina.
    Faz inibicao seletiva do fator Xa. Não altera PTTa. O controle é feito amparar da dosagem do fator Xa (via comum). Protamina neutraliza parcialmente.
41
Q

Heparinizacao plena e profilática

A
  • Heparinização Plena:
    HNF: 80U/kg IV em bolus + 18U/Kg/h em bomba infusora, de acordo com PTT.
    Enoxaparina: 1mg/kg de 12/12h SC
  • Heparinização Profilática:
    HNF: 5000ui 8/8h SC
    Enoxaparina: 40mg/dia SC
42
Q

Trombocitopenia Induzida por Heparina

A

É um tipo de PTI secundaria.
- Formação de anticorpos contra um complexo formado pelo fator plaquetario 4 (PF4) e a heparina. Esses anticorpos se ligam as plaquetas, provocando sua ativação, o que leva a trombose e consequente consumo.
- Ocorre evento Trombotico. Plaquetas ativadas podem causas eventos tromboticos disseminados pelo organismo, levando ao consumo plaquetario e queda na plaquetometria.
- 5-14 dias após início da heparina
- Pode ocorrer com qualquer heparina. Mais comum é com a heparina não fracionada (HNF).
- Tratamento: a maior preocupação é a prevenção de eventos tromboticos!
Suspender a heparina e iniciar:
- Inibidor da trombina: argabatran, Dabigatran
- Inibidor do fator Xa: Rivaroxaban, fondaparinoux

43
Q

Trombocitopenia Induzida por Heparina - Quando pensar?

A

Se ausência de outra explicação para plaquetopenia; queda de 50% das plaquetas quando em uso de heparina, trombose durante uso de heparina

44
Q

Tríade de Virchow

A

Estase sanguínea + lesao endotelial + hipercoagulabilidade

45
Q

Trombo arterial e trombo venoso

A
  • Trombo arterial = trombo branco -> plaquetas

- Trombo venoso = trombo vermelho -> fibrina

46
Q

Trombofilias Hereditárias

A

Pacientes que apresentam trombose venosa recorrente a partir da 2a década de vida.

  • Causas:
    - Fator V de Leyden: a trombofilia Hereditaria mais comum. Fator V resistente a proteina C.
    - Mutação no gene da protrombina: fator de coagulação produzido em excesso
    - Deficiência dos anticoagulantes endógenos: antitrombina III, proteina C e S.
    - Hiper Homo-cisteinemia: causa trombose arterial e venosa. Risco de doença coronariana.
  • Clínica: paciente jovem + eventos tromboembolicos recorrentes.
  • Diagnóstico: pesquisar painel de fatores, evitar diagnóstico durante episódio aguda e durante uso de anticoagulantes (aguardar 2 semanas após término).
  • Tratamenro: anticoagulação por pelo menos 3-6 meses.
47
Q

Trombofilias Adquiridas

A

Cancer, puerpério, síndrome nefrotica…

SAF =’trombose arterial e venosa