Fraqueza Muscular E Epilepsia Flashcards
Definição de epilepsia
Crises epilépticas de repetição, sem relação com causa tóxica, metabólica ou febril. (Ex.: hiponatremia, encefalite, droga)
Conceito de convulsão e crise epiléptica
- Crise epiléptica: descarga elétrica neuronal anormal é excessiva, que pode partir de um único foco ou ser generalizada. Alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro (o foco é cortical).
- Crise convulsiva: não tem relação com causa estrutural. É um tipo de crise epiléptica, mas é tonicoclonicas generalizada.
Como se classificam as crises epilépticas a partir da localização cerebral
- Se a crise atingir apenas uma parte do cérebro, teremos uma crise focal ou parcial.
- Se a crise atingir ambos hemisférios cerebrais, teremos uma crise generalizada
- Se a crise começar com uma parte do cérebro e depois passar para o outro hemisfério, teremos uma crise focal com generalização secundaria.
Causas de epilepsia de acordo com a idade
Distribuição bimodal (crianças e idosos)
- Neonatal: doenças congênitas, anoxia
- 6m a 5a: convulsão febril
- 5a a 12a: causas genéticas (síndromes genéticas)
- adultos: TCE, neurocisticercose, drogas, tumor cerebral (causa secundaria)
- Idosos: AVE (fase aguda ou cronica), causas tóxicas, metabólicas, doenças degenerativas
O que fazer em casos de adultos com crise epiléptica
Investigar causa secundaria. Ex.: distúrbios metabólicos, hidroeletroliticos, intoxicação exógena, abstinência ao álcool, meningites, encefalites, ave, tumores, vasculite.
Características das crises epilépticas focais
Acometem apenas um hemisfério cerebral. Restrita a um local do cérebro. Os sintomas dependem da área afetada. Ex.: frontal = motor, parietal = sensitivo, occipital = visual, temporal = comportamental.
A consciência pode estar preservada ou comprometida (a depender da área que atingem)
Classificação das crises epilépticas focais ou parciais
- Simples: sem perda da consciência
- Complexa: com perda da consciência
- Com generalização secundaria: qualquer crise pode generalizar. O estímulo caminha para o hemisfério oposto. Normalmente causa diminuição da consciência.
Quando haverá perda da consciência numa crise epiléptica
Quando há acometimento do sistema reticular ativador ascendente (SRAA, no tronco cerebral) há perda da consciência. Pode ocorrer em uma crise generalizada (mais comum) ou numa crise focal.
Características da crise convulsiva generalizada
Acomete ambos hemisférios cerebrais. Atinge o SRAA. O paciente pode perder a consciência por poucos segundos várias vezes ao dia (ausência) ou até perder a consciência por minutos com movimentos (crise tonicoclonica generalizada).
Crises epilépticas generalizadas e comprometimento da consciência
Todas as crises generalizadas cursam com comprometimento da consciência, exceto a mioclonica.
Classificação das crises epilépticas generalizadas
- Ausência (pequeno mal): perda rápida e subita da consciência, várias vezes ao dia. “Se desliga do mundo por segundos”, nem percebe que parou.
- Atônica: perda do tonus muscular de forma súbita, por 1 a 2 segundos. Pode causar danos pela queda.
- Mioclonica: contrações musculares súbitas, semelhantes a choques, rítmicas. Com preservação da consciência.
- Tonicoclonico Generalizado (“Grande Mal”): perda subita da consciência, seguida de contração muscular (aumento do tonus) e terminada por movimentos repetidos (fase clonica). Os 4 membros são afetados. Pode haver sialorreia e liberação esfincteriana. Pode ter o urro epiléptico.
Causa esgotamento neuronal -> descarga elétrica exagerada, leva ao período pós ictal (rebaixamento da consciência), dor muscular (contração muscular) e cefaleia (esgotamento neuronal).
Diagnóstico de Epilepsia
Anamnese (como começou? Como se apresentou? Como estava após a crise?), EEG (complexo ponta onda), RNM/TC em >18a (maior incidência de tumor cerebral) ou anormalidades (não fala, não anda).
Princípios do tratamento da epilepsia
- Objetivos: controlar as manifestações, evitar efeitos colateriais, restaurar a qualidade de vida do paciente.
- Princípios Básicos: preferência por monoterapia; Iniciar com dose baixa e aumentar gradativamente; Nunca retirar a droga de modo súbito.
- Uma das grandes causas de crise em pacientes em tratamento é a dose irregular
Drogas no tratamento de epilepsia
- Tonicoclonico generalizado: valproato, lamotrigina
- Focais: Carbamazepina, lamotrigina
- Mioclonica/Atonia: Valproato, lamotrigina
- Ausência: etossuximkda, valproato, lamotrigina
Obs.: não sabe qual fazer, faz valproato!!
Epilepsia do lobo temporal
Síndrome epiléptica mais comum do adulto. Crises parciais complexas.
- Causa: esclerosar medial temporal
- Diagnóstico: RNM e EEG
Sd epiléptica: Ausência infantil (pequeno mal)
Início: 5 - 8a
Fator desencadeante: hiperventilacao
Diagnóstico: EEG com ponta onda de 3Hz
Síndrome de West
Causada por excesso de CRH
Tríade: espasmos + EEG hipsarritmia + retardo
Tto: ACTH, vigabatrina
Principais características da Convulsão Febril
Condição benigna. Tipo de convulsão mais comum na infância.
Ocorre dos 6meses aos 5 anos.
Crises tonicoclonicas generalizadas que ocorrem no curso de doença febril (febre alta/que aumenta rapidamente)
EEG normal entre as crises, não é síndrome epiléptica
Diagnóstico diferencial da convulsão febril
Meningite e sepse (sempre descartar, caso o paciente apresente clínica compatível)
Quando realizar punção lombar? Se houver suspeita clínica ou sempre nos menores de 1 ano.
Tratamento da Convulsão Febril
- Se estiver em crise = diazepam
- Se não estiver em crise = avaliar + tratar causa base de febre
Recorrência da crise febril
Ocorre em 30% dos casos, mas não precisa fazer anti epiléptico.
Pode fazer profilaxia com antitérmico assim que a criança ficar quentinha.
Risco de desenvolver epilepsia nos casasse convulsão febril
História familiar positiva, crises recorrentes, crise que não é tonicoclonica generalizada (devemos interrogar epilepsia se fugir do padrão).
Estado de mal epiléptico (status epilepticus)
Crises continuas ou repetitivas (sem melhora da consciência)
- Status epilepticus convulsivo (Tonicoclonico): fritam o cérebro e o músculo. Crise continua durando 20 a 30 minutos, 3 crises em 1h ou crise com mais de 5 minutos.
- Status epilepticus não convulsivo (ausência, focal, mioclonia, atonia…): quanto mais crise, mais morte neuronal. Não há recuperação de consciência entre elas.
Tratamento do estado de mal epiléptico
Sempre descartar causa reversível. Preocupação com vias aéreas, oxigenação e acesso venoso.in
Diazepam 10mg IV ou Retal (pode repetir a dose em 2-3m se não houver resposta) —> Fenitoina 20mg/kg IV (repetir com metade da dose se não houver resposta) —> Fenobarbital IV 20mg/kg (repetir com metade da dose se não houver resposta —> anestesia com midazolam, Propofol, pentobarbital
Definição de fraqueza muscular
Consiste na incapacidade de utilizar a musculatura esquelética adequadamente, com diminuição da força. O problema pode estar em qualquer uma das partes que compõem a anatomia.
Fisiologia da transmissão muscular
O primeiro motor no cortex, faz o estímulo, desce pelo axônio, cruza a pirâmide e faz sinapse com o segundo neurônio motor na medula (corno anterior), que chega até o músculo e na faz contato na placa motora. A neurotransmissao (a partir da acetilcolina) transmite o potencial elétrico ao músculo
Localização das doenças que cursam com fraqueza muscular
- Distúrbio de Condução: 1o neurônio motor (ave, trauma, esclerose multipla); 2o neurônio motor (neuropatia periférica )
- Distúrbio de transmissão: placa motora (miastenia/botulismo)
- Distúrbio da área efetora: miosites
Quantificação da redução de força
Grau 0 = incapaz de realizar qualquer movimento
Grau 1 = miofasciculacoes sem movimentos efetivos
Grau 2 = realiza movimentos mas não vence a gravidade
Grau 3 = vence a gravidade, mas não pequena resistência
Grau 4 = vence pequena resistência
Grau 5 = movimento normal
Como classificar a redução de força?
- Localizada: apenas um grupo muscular
- Disseminada: toda a musculatura do corpo
- Proximal: acometimento da musculatura da cintura escapular e pélvica. Ex.: dificuldade em escovar o cabelo, levantar os braços, levantar da cadeira, subir escadas
- Distal: acometimento da musculatura distal a cintura escapular e pélvica. Ex.: abotoar camisa, fechar pote, bater os pés no chão.
- Simétrica
- Assimétrica
Característica do 2o neurônio motor e sensibilidade
O 2o neurônio motor e os neurônios sensitivos se unem para formar o nervo periférico. Lesões no nervo periférico cursam com alteração da sensibilidade e motora.
Como se organiza o reflexo tendineo
O estimulo vem pelo neurônio sensitivo, que transmite ao 2 neurônio motor que efetua o movimento. (Arco reflexo)
O 1o neurônio motor é mais forte que o segundo, podendo inibi-lo. Quando o primeiro neurônio está ruim, o segundo fica hiperestimulado -> atuação descontrolada sobre o tonus muscular.
Via de sensibilidade
Passa por 3 neurônios (atravessa o tálamo antes de chegar ao cortex)
Organização motora e sensitiva na medula
Motricidade = anterior Sensibilidade = posterior
Síndrome clínica das Neuropatias de Condução
1o Neurônio. 2o neurônio
Força. Reduzida ou abolida. Reduzida ou abolida.
Reflexo. Aumentado. Reduzido ou abolido
Tonus. Rigidez. Flácido
Babinski Presente. Ausente
Atrofia. Hipotrofia. Atrofia
Miofasciculacoes ausente Presente
Obs.: o tonus na síndrome do 1o neurônio motor está aumentado principalmente nos músculos antigravitacionais. Flexão do membro superior e extensão do membro inferior (marcha ceifante). Apesar do tonus estar aumentado, fará o sinal do canivete.
Obs.: reflexo cuteoplantar normal = flexão dos dedos. Anormal = extensão do hálux (babinski)
Obs.: no 1o neurônio há hipotrofia por desuso do músculo. No 2o neurônio há atrofia por perda do estímulo trofico da inervação.
Obs.: no 2o neurônio há miofasciculacoes como tentativa frustrada de contração muscular.
Característica da síndrome clínica de Transmissão na Fraqueza Muscular
Fraqueza piora com movimentação (fatigabilidade). Sem alteração sensitiva.
Característica da síndrome clínica da área efetora (músculo) na Fraqueza Muscular
Fraqueza com enzimas musculares aumentadas (CPK, tgo, LDH)