Refracao Flashcards
Ponto remoto
O ponto remoto (PR) é definido como o ponto do espaço conjugado à fóvea, quando a acomodação está relaxada. Ou seja, toda imagem colocada no PR é focada na retina.
No caso de um paciente emétrope os raios vindos do infinito paralelo convergem exatamente na retina, portanto, o ponto remoto do emétrope é no INFINITO. Para entender o caso do míope e do hipermétrope, devemos raciocinar imaginando a luz que SAI do olho, ao invés da que entra.
Os pacientes míopes possuem um comprimento axial maior que a capacidade dióptrica, alteração do índice do cristalino ou uma córnea muito curva, portanto, os raios convergem muito e se cruzam EM FRENTE AO OLHO. Quanto maior a miopia, mais próximo do olho estará o PR.
Já os pacientes hipermétropes possuem um comprimento axial pequeno em relação a potência dióptrica do olho, ou alteração do índice do cristalino, ou uma córnea mais plana. Devido a essa falta de convergência, a luz sai do olho em divergência, e o encontro dos raios luminosos é feito pelo prolongamento dos raios luminosos, portanto, o ponto remoto é virtual e se encontra ATRÁS DO OLHO.
inclinação pantoscópica
Antes de responder essa questão o candidato deve se lembrar que o ângulo ou inclinação pantoscópica é o ângulo de inclinação da lente do óculos em relação a face. Se considerarmos a face como eixo vertical, sempre a lente estará girando no eixo horizontal e portanto 180º.
aumento da inclinação pantoscópica gera um AUMENTO do poder dióptrico esférico e altera o cilindro, sendo que o cilindro sempre tem o poder no meridiano de rotação da lente que, como foi citado acima, será sempre a 180º
O paciente utiliza óculos com lentes esféricas divergentes, portanto, negativas. Sabemos que em lentes negativas, o aumento do ângulo pantoscópico vai gerar um aumento do poder dióptrico (ficará mais negativo) e, por isso, o esforço acomodativo do paciente será maior
Se o paciente usasse lentes convergentes, o aumento do ângulo pantoscópico geraria um aumento do poder dióptrico positivo da lente e, nesse caso, diminuiria o esforço acomodativo.
Dispersão cromática
A dispersão cromática é um fenômeno que ocorre pois a luz branca policromática, possui raios de diferentes comprimentos de onda.
Quando esses raios atravessam a lente, os raios de comprimento de onda menor são mais refratados, e os de maior comprimento são menos refratados.
Com isso, formam-se vários pontos objetos alinhados de forma axial.
Quanto mais dispersão cromática ocorre, mais o objeto fica com a imagem final mais “borrada”.
Por isso, lentes nas quais a luz sofre maior dispersão são piores.
Pensando-se no efeito de dispersão cromática, o físico Ernst Abbe desenvolveu uma fórmula para o cálculo desse fenômeno nos diferentes materiais. Quanto maior o número Abbe, maior é a qualidade da lente e, portanto, menor dispersão cromática. O número Abbe varia de 30 a 60. Sendo que os valores Abbe para as lentes são (CBO):
Vidros Crown: 59
Resina CR-39: 58
Resina Trivex: 46
Policarbonato: 30
relação a resistência ao risco, sempre as lentes de vidro serão muito superiores que as lentes de material plástico. As lentes de vidro Crown possuem grande resistência ao risco.As lentes CR-39 tem uma resistência razoável ao risco, e as lentes de alto índice possuem pouca resistência ao risco
fórmula de prentice:
efeito prismático induzido em cada lente,
P = D x d
P = Valor do prisma/efeito prismático
D = dioptrias da lente
d = descentração da lente em cm
O efeito prismático acontece quando o eixo visual incide sobre uma lente fora do centro óptico.
Quando o paciente está usando lentes positivas, o efeito prismático ocorrerá no mesmo sentido do deslocamento
lentes negativas o efeito é contrário ao deslocamento
Um paciente com correção óptica de +1,00 DE no olho direito e -2,00 DE no olho esquerdo, tem os centros ópticos deslocados 1,5 cm inferiormente ao eixo visual. Qual o valor e a orientação da base dos prismas induzidos?
Para o OD: P = 1 x 1,5 = 1,5Δ
Para o OE: P = 2 (desconsidera o sinal da lente) x 1,5 = 3,0Δ
Portanto, como na questão o centro óptico foi deslocado inferiormente, a lente positiva de OD irá gerar um efeito prismático também inferior, e a lente negativa de OE, um efeito prismático superior.
Olho direito: 1,5Δ inferior; Olho esquerdo: 3,0Δ superior
Teste do cilindro cruzado
Trata-se de um equipamento constituído de 2 cilindros de igual valor (0,25D ou 0,50 D), sendo um positivo e um negativo, dispostos em ângulo reto entre eles. Produz astigmatismo misto simétrico com equivalente esférico igual a zero. Quando movimentado, ele gera um movimento simultâneo das linhas focais anterior e posterior do conoide de Sturm, e a melhor visão se alcança quando o círculo de menor confusão coincide com a retina.
teste é realizado monocularmente, ou seja, um olho de cada vez, e não necessita de miopização
O teste do cilindro cruzado é útil para a prática clínica e serve para determinar o eixo e o poder do astigmatismo, e também para determinar o valor da adição para perto.
Esforço acomodativo
O esforço acomodativo (EA) é dado sempre pela soma de equivalente esférico da refração do paciente e o inverso da distância de trabalho em metros. Portanto pela fórmula:
EA = EE + 1/d
esforço acomodativo de um paciente de 20 anos cuja refração é +4,00 DE -4,00 DC 180° para ler a uma distância de 50 cm
EE é a soma da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica, portanto, se a refração do paciente é +4,00 ( -4,00 a 180°)
EE = +4,00 + (-2,00) = +2,00
Substituindo na fórmula do esforço acomodativo teremos:
EA = 2 + 1/0,5 = 4
Portanto o esforço acomodativo para esse paciente ler a 50 cm é de 4 D.
teste bicromático verde-vermelho (duocromo)
O teste bicromático verde-vermelho (duocromo) é utilizado para refinarmos a refração esférica do paciente e baseia-se no princípio da aberração cromática. O raio de luz verde possui menor comprimento de onda e é focado antes do raio de luz vermelho (maior comprimento de onda). Assim, SEMPRE o foco da cor verde está antes do foco da cor vermelha e portanto mais próximo do cristalino.
Como os raios luminosos convergem atrás do olho, no caso do paciente hipermétrope, o raio de cor verde estará mais próximo da retina e portanto esse paciente enxergará melhor no fundo verde
Referir melhor visão no fundo verde pode significar que o paciente é um hipermétrope hipocorrigido ou que é um míope hipercorrigido. Quando o hipermétrope está hipercorrigido, as letras aparecem mais nítidas na metade vermelha
Como citado acima, o foco da cor verde sempre se encontra antes do foco da cor vermelha, independente da ametropia do olho, uma vez que esse é um efeito de dispersão da luz, portanto a. O examinador tenta confundir o candidato nessa alternativa, uma vez que o paciente emétrope vai enxergar as letras de forma semelhante tanto no fundo vermelho quanto no verde, pois ambos estão equidistantes da retina como mostra a imagem abaixo. E isso vale para quando estamos utilizando o teste para refinar a refratometria subjetiva. Encontramos a refração ideal, quando o paciente relata que está vendo da mesma forma as letras no fundo verde e no fundo vermelho
Ponto próximo
PP = AA - (M)
Qual é o vício de refração de um paciente fácico sem correção cujo ponto próximo de acomodação é de 2,0 metros, e poder acomodativo máximo de 4,00 DE?
Considerando os dados fornecidos no enunciado dessa questão temos:
o ponto próximo = 2 metros, que em dioptrias = 1/2 = 0,50 DE.
o poder acomodativo = AA (amplitude de acomodação) = 4,00 DE
E ele deseja saber qual a ametropia desse paciente: M?
Portanto utilizaremos a fórmula:
PP = AA - (M)
0,50 = 4,00 - M
M = 4 - 0,50 = +3,50 DE.
Cilindro cruzado
O cilindro cruzado, por definição, produz astigmatismo misto simétrico com equivalente esférico igual a zero.
Portanto nessa questão temos que calcular o equivalente esférico de cada item para verificar qual possui EE = 0.
Cálculo do EE: é dado pela soma algébrica da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica.
Quais das alternativas abaixo contêm um cilindro cruzado:
I. +0,50 DE -1,00 DC 45°
II. -0,25 DE +0,50 DC 90°
III. +2,50 DE -1,25 DC 135°
IV. -1,00 DE +2,00 DC 20°
+0,50 DE -1,00 DC 45° = +0,50 + (-0,50) = 0 CORRETA
-0,25 DE +0,50 DC 90° = -0,25 + 0,25 = 0 CORRETA
+2,50 DE -1,25 DC 135° = +2,50 + (-0,625) = +1,875 INCORRETA
-1,00 DE +2,00 DC 20° = -1,00 + 1,00 = 0 CORRETA.
círculo de menor confusão sobre a retina é o equivalente esférico
EE (equivalente esférico) é a soma da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica
Qual é a distância focal do círculo de menor confusão (ou interfocal) da lente +3,50 DE -3,00 DC 180°?
Portanto o EE desta lente é: EE = +3,50 + (-1,50) = 2,00
Assim a distância focal é 1 / EE = 1/2 = 0,5 m.
acomodação e a convergência acomodativa
A amplitude de acomodação é a soma a soma algébrica da capacidade acomodativa com o erro refracional. Sendo a capacidade acomodativa o inverso da distância de trabalho em metros e a refração dada pelo equivalente esférico da refração estática do paciente.
Uma pessoa apresenta refratometria estática +1,75 DE -2,50 DC 180° e distância interpupilar de 60 mm. Sem correção, quanto cada olho precisará acomodar e convergir para ler a 20 cm de distância?
EE = soma algébrica da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica. Portanto o EE = +1,75 + (-1,25) = +0,50 DE.
AA = 1/d + EE
AA = 1/0,2 + 0,5
AA = 5 + 0,5 = 5,5 DE.
Convergência = 1/distância de leitura (em metros) x distância interpupilar (em cm). Logo, a convergência = 1/d x 6 = 1/0,2 x 6
Convergência = 5 D x 6 cm = 30 DP. Portanto cada olho converge 15 DP.
Esquiascopia
observamos o movimento do reflexo pupilar a uma certa distância do paciente,que deve ser descontada ao final do exame e é denominada “distância de trabalho”.
Dependendo do movimento observado adicionamos lentes positivas (movimento do reflexo “a favor”) ou negativas (movimento do reflexo “contra”) até obtermos o ponto de neutralidade.
No exame de retinoscopia realizado a 0,5 m do paciente, o movimento do reflexo retropupilar é neutralizado com a interposição de uma lente de +2,00 D nos eixos horizontal e vertical. Qual o erro refracional do paciente?
Nessa questão o ponto de neutralidade foi atingido com uma lente positiva de 2,00 D em ambos os meridianos e a distância de trabalho fornecida é de 0,5m.
Logo temos que transformar a distância de trabalho em dioptrias:
0,5m
D = 1/F
1/0,5 = 2D (valor que deve ser descontado no final)
Portanto:
Retinoscopia líquida = retinoscopia bruta - distância de trabalho
RL = RB - DISTÂNCIA DE TRABALHO
RL = 2 - 2 = 0
O paciente não possui erro refracional.
Equivalente esférico
Lembrando que EE é a soma algébrica da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica.
Sempre que formos alterar a prescrição do paciente, como diminuir a magnitude do cilindro, o equivalente esférico da refração deve ser mantido. Portanto, nessa questão, a alternativa para a correção fornecida no enunciado deve possui o mesmo equivalente esférico (EE).
Em paciente jovem com astigmatismo, pode-se ocasionalmente realizar a correção parcial do erro refracional, buscando reduzir o desconforto, principalmente naqueles com erros de maior magnitude. Uma correção alternativa para a refração -2,00 DE -2,50 DC 180º é:
a) -3,00 DE -1,50 DC 180°
b) -2,75 DE -1,00 DC 180°
c) -2,00 DE -1,50 DC 180°
d) -1,00 DE -1,50 DC 180°
A refração do paciente é -2,00 DE -2,50 x 180°, portanto o EE = -2,00 + (- 1,25) = -3,25
A) EE = -3,00 + ( -0,75) = -3,75 ALTERNATIVA A INCORRETA
B) EE = -2,75 + ( -0,50) = -3,25 ALTERNATIVA B CORRETA
C) EE = -2,00 + ( -0,75) = -2,75 ALTERNATIVA C INCORRETA
D) EE = -1,00 + ( -0,75) = -1,75 ALTERNATIVA D INCORRETA
balanço refratométrico binocular.
prismas rotatórios de Risley
O teste é realizado inicialmente acrescentando +0,25D em ambos os olhos, um de cada vez, até que a imagem fique embaçada na linha 20/30.
Após realizar essa miopização acrescenta-se os prismas rotatórios de Risley, sendo de base superior no OD e base inferior no OE. É fornecido +0,75D em cada olho com intuito de relaxar a acomodação.
Neste momento acrescenta-se lente positiva no olho que estiver enxergando mais, até que ambos os olhos estejam igualmente borrados.
Após isso os prismas são removidos e é acrescentado -0,25 D em ambos os olhos, um de cada vez, até o paciente conseguir enxergar 20/20 ou 20/15.
Outras funções para os prismas rotatórios de Risley são: medidas de amplitudes de divergência e convergência, medidas de forias verticais e horizontais, entre outras.
Para calcularmos a dioptria necessária para perto
podemos usar a fórmula:
PP = AA - M
PP = ponto próximo (em dioptria, equivale ao inverso da distância de trabalho em metros (1/d))
AA = amplitude de acomodação (representa a acomodação necessária para boa acuidade na distância solicitada. No caso, equivale à amplitude de acomodação do paciente + a dioptria necessária para a leitura. Como nosso paciente não tem acomodação, a AA equivale à dioptria necessária para leitura).
Um paciente hipermétrope de +1,00 DE de 45 anos não possui mais tolerância acomodativa. Logo, para exercer uma atividade a 25 cm necessitará de qual correção abaixo?
M = ametropia do paciente
1/0,25 = AA - (+1,00)
4 = AA - 1
AA = +5,00 D.
Ou seja, o paciente precisa de +5,00 D para exercer sua atividade a 25 cm. Como ele não tem acomodação, esse valor será dado integralmente na correção para perto.
teste do dial
Raubitschek é um teste subjetivo e monocular.
Um olho é ocluído e o outro miopizado até a linha 20/40. É um teste realizado para determinação do eixo do astigmatismo.
Não determina a magnitude.
Quando realizado o paciente verá as duas linhas paralelas ficarem igualmente nítidas.
O eixo negativo do cilindro deve ser colocado perpendicular a linha radial de maior nitidez.
teste do cilindro cruzado
é outro exemplo de teste subjetivo de refração
Nesse teste é possível determinar o eixo e o poder do astigmatismo
também podemos determinar o valor da adição para perto.
O teste é realizado monocularmente, ou seja, um olho de cada vez, e não necessita de miopização
. Trata-se de um equipamento constituído de 2 cilindros de igual valor (0,25D ou 0,50 D), sendo um positivo e um negativo, dispostos em ângulo reto entre eles
. Produz astigmatismo misto simétrico com equivalente esférico igual a zero.
Quando movimentado, ele gera um movimento simultâneo das linhas focais anterior e posterior do conoide de Sturm e a melhor visão se alcança quando o círculo de menor confusão coincide com a retina.
teste do buraco estenopeico
é útil para diferenciar baixa visual devido a problemas ópticos e não ópticos.
O princípio óptico do pinhole é mascarar os raios de luz marginais, fazendo com que o raio de luz que vai chegar na fóvea não seja influenciado pelas ametropias e outras alterações do sistema dióptrico, com isso ele diminui a aberração esférica e aumenta a profundidade de foco. Logo se a visão melhora com o teste do buraco estenopeico é provável que seja uma razão óptica causando a baixa visual.
Se o problema não for óptico, ou seja, for devido a um problema anatômico ocular, não vai haver melhora com esse teste.
efeito prismático
que ocorre quando o eixo visual incide sobre uma lente fora do seu centro óptico.
O efeito prismático induzido é calculado pela fórmula de Prentice:
P = D x d
P = Valor do prisma/efeito prismático
D = dioptrias da lente
d = descentração em cm
Um paciente com exotropia de 20 DP utiliza óculos de -10,00 DE em ambos os olhos.
Qual deslocamento do centro óptico dessas lentes em cada olho promoveria o efeito prismático para a correção total do desvio?
Voltando para a questão, D = -10,00 D (desconsidera-se o sinal) e P = 20 DP.
20 = 10 x d
d = 2 cm = 20mm (descentração total). Logo, 20/2 = 10 mm em cada olho.
Portanto, o deslocamento do centro óptico em cada olho é 10 mm de base temporal.
teste do Dial ou Teste de Raubitschek
Detecção do eixo do astigmatismo
O teste do Dial ou Teste de Raubitschek é um teste subjetivo que baseia-se no sol radiado de Lancaster, no relógio de Wecker ou nas flechas de Raubitschek, em que haverá maior nitidez na parte correspondente ao meridiano com focalização mais próxima da retina. É realizado de maneira monocular: o olho examinado deve ser miopizado até a linha 20/40 e o olho não examinado deve ser ocluído. Se um dos conjuntos de traços da figura é visto com maior nitidez, é porque há astigmatismo. Identifica-se apenas o eixo do astigmatismo
mas não a magnitude do mesmo. Para a determinação do eixo é necessário que as duas linhas paralelas fiquem igualmente nítidas e o eixo do cilindro corretor é colocado em sentido perpendicular à posição indicada pelas linhas paralelas. Por exemplo: duas linhas paralelas estão mais nítidas no meridiano de 180º, o eixo do cilindro estará a 90º. Dessa forma, a linha de maior nitidez representa o meridiano amétrope em paciente com astigmatismo simples (foi cobrado isso na prova de 2020). Lembrando que é necessária boa AV para a realização do teste.
Como já foi dito, o teste identifica apenas o eixo do astigmatismo, logo, não é capaz de avaliar o grau de miopia/hipermetropia nem capacidade de convergência fusional e muito menos a sensibilidade ao contraste
ambliopia
O esquema abaixo auxilia no diagnóstico da seguinte condição:
A ambliopia é uma condição que se caracteriza pela falta de consolidação da AV por carência de estímulos ou um estímulo insuficiente ou inadequado no período crítico de desenvolvimento da visão. Os quadros de ambliopia cursam com redução da AV, da sensibilidade ao contraste, da localização espacial e do desempenho acomodativo. Segundo o CBO, deverá existir diferença de AV de 2 ou 3 linhas ou mais na tabela de Snellen ou logMAR com a melhor correção óptica; ou AV corrigida menor do que 0,4 ou 0,7 (varia entre os autores).
A ambliopia se caracteriza por melhor desempenho na medida da AV com optótipos isolados (AV angular) - demonstrada na figura acima - do que com optótipos alinhados (AV linear); isso é explicado pelo fato que olhos imaturos têm maior dificuldade em discriminar objetos alinhados, com baixo poder de resolução nessas condições
tratamento antirreflexo
Tende a desaparecer como tempo, devido à fricção repetida pela limpeza das lentes
A película antirreflexo reduz a reflexão e aumenta a transmissão da luz de 92 para 98%. Quanto maior a transmissão da luz, maior a qualidade visual do paciente. Dentre outras vantagens temos a diminuição do reflexo do farol dos veículos; nas lentes negativas de alta graduação ocorre redução dos anéis na periferia, já nas lentes positivas de alta graduação temos redução das imagens fantasmas.
As lentes são recobertas com substâncias de índice de refração numericamente próximos à raiz quadrada do índice de refração do material óptico da lente, como o fluoreto de cálcio (n=1,434) e de magnésio (n=1,378). O haleto de prata é utilizado no tratamento FOTOCROMÁTICO da lente e não no antirreflexo.
Ocorre o processo de interferência destrutiva (e não construtiva) com a redução da reflexão e aumento da transmissão da luz. A espessura ideal da película é de 1/4 do comprimento de onda do espectro de luz visível.
Por ser uma camada de “produto” tratado na superfície da lente, o antirreflexo realmente tende a desaparecer com o tempo com o excesso de fricção da mesma
cruz dos poderes
Uma lente possui dois eixos principais como na figura abaixo. Qual é o equivalente esférico?
-3,00 DE
Para resolver este tipo de questão, temos que pensar na cruz dos poderes, assim como nos exercícios sobre retinoscopia.
Uma lente que tenha o eixo de 0º com -4,00 D e de 90º com -2,00 D, é uma lente de -2,00 (-2,00 x 90º). O equivalente esférico é calculado como a soma da dioptria esférica com metade da dioptria cilíndrica. Sendo assim, -2,00 + (-1,00) = -3,00 D.
reflexão total da luz
No esquema abaixo, um observador vê o barco através de um periscópio. Nele são utilizados dois prismas de reflexão total (Prismas de Porro), colocados nas posições 1 e 2. Qual das alternativas abaixo representa os prismas em posição correta?
Vamos aproveitar a questão para recordar outros exemplos clássicos de prova em que é cobrado o fenômeno da reflexão total da luz: transmissão em fibra óptica ou sobre o fato de não se conseguir ver o ângulo camerular sem auxílio de uma lente de gonioscopia. (também cobrado na prova de 2020).
O periscópio é um instrumento óptico utilizado em submarinos que permite enxergar um objeto por cima de obstáculos, que impedem sua visão direta. O periscópio mais simples se utiliza apenas de dois espelhos planos dispostos paralelamente de frente um para o outro, a uma certa distância e ambos inclinados em 45º. A luz entra pela parte superior do periscópio, atinge o primeiro espelho, é refletida para o segundo que, por sua vez, reflete para os olhos do observador que terá uma visão semelhante a que teria caso estivesse com os olhos na altura da parte superior do aparelho. A luz acaba seguindo uma trajetória semelhante ao formato da letra Z.
Para montagem de um periscópio podemos também utilizar dois prismas de reflexão total (de Amici ou de Porro - são prismas cujas seções transversais representam triângulos retângulos isósceles). No primeiro (Amici), a luz sofre reflexão total ao incidir na hipotenusa da seção transversal do prisma (vide imagem abaixo) e, no segundo (Porro), há reflexão total em dois momentos (nas incidências nos catetos) (vide imagem abaixo).
No enunciado o examinador cita o prisma de Porro, mas nas alternativas aparece apenas a montagem possível com o prisma de Amici. Apesar desse detalhe, a questão não foi anulada. Sendo assim, ALTERNATIVA D CORRETA, por apresentar uma montagem correta do periscópio com o prisma de Amici. Vejam no esquema abaixo o caminho percorrido pelo raio luminoso:
retinoscopia
Um oftalmologista realiza a retinoscopia de um paciente míope de -3,00 DE a 67 cm de distância do olho examinado. Ao varrer o meridiano horizontal, como deve se comportar o reflexo retinopupilar?
Movimento contra
Questão de retinoscopia que fala que o examinador está varrendo o meridiano horizontal, é porque ele está movimentando o retinoscópio da direita para a esquerda e a faixa de luz estará vertical. Representa o erro refracional no eixo de 180º (lente cilíndrica de eixo 90º - já que o poder está a 90º do eixo). Quando o examinador está a 67 cm, temos que descontar 1,50 D da refração final. Então, o movimento do reflexo estará à favor da regra em miopias de até -1,50 D. Acima disso, o movimento do reflexo retinopupilar estará contra. Como o paciente é míope de -3,00 D, obviamente o movimento será contra ao varrer o meridiano horizontal
O movimento à favor ocorreria se o paciente fosse hipermétrope ou míope de até -1,50 D.
Em astigmatismos irregulares, como no ceratocone, poderá surgir o reflexo em tesoura no retinoscópio. É produzido quando uma parte do olho é míope e a outra hipermétrope em relação a posição do retinoscópio Para isso, deve-se observar a região central, tentando-se neutralizar os 3 mm centrais. O paciente do caso não apresenta astigmatismo, apenas miopia.
O ponto de neutralização é atingido quando o examinador acrescenta lentes negativas no paciente míope até que a faixa fique com o brilho cada vez maior, com a velocidade aumentada e larga. Assim, o reflexo atinge toda a região da pupila. Essa neutralização indica que o ponto remoto foi “deslocado” para o olho do examinador. No caso, não se falou que o examinador acrescentou lentes negativas. Desse modo,
Tolerância acomodativa (TA)
Qual é a tolerância acomodativa média de uma pessoa de 25 anos?
2D
Tolerância acomodativa (TA) é a capacidade do uso “continuado” da acomodação, sem que apareçam sinais e sintomas de astenopia. É inversamente proporcional à idade. Os valores de hipermetropia total muito abaixo da tolerância acomodativa correspondente à idade do paciente, dificilmente causarão sinais e sintomas.
Há uma fórmula pouco cobrada em provas que calcula a tolerância acomodativa:
T= 4,0 a 4,5 - 0,1 x idade
Voltando à questão, um paciente de 25 anos teria, pela fórmula, uma tolerância acomodativa de: 1,5 a 2 D. O candidato acertaria a questão, marcando 2 D.
Outra opção é se basear na estimativa da tolerância acomodativa baseando-se na curva de Donders:
Nessa tabela, vê-se que a TA aos 5 anos de idade é de +4,00 D, de 15 anos é de +3,00 D e de 25 anos de +2,00 D (exatamente o gabarito da questão)
Dessa forma, o aluno não pode ir para a prova de título sem ter essa tabela na cabeça
astigmatismo
A medida da ceratometria central de um paciente é de 43,00 D no meridiano de 90º e de 41,00 D no de 180º. Ao realizar a refratometria, o examinador nota que os cilindros do foróptero não funcionam. A melhor acuidade visual é obtida com uma refração de -1,00 DE. Assumindo que o astigmatismo é exclusivamente corneano, qual das lentes abaixo seria ideal para ele?
-2,00 DC a 180º
Como o astigmatismo do paciente é exclusivamente corneano, ele possui, ao avaliar a ceratometria central, um astigmatismo de -2,00 D (43-41 D= -2,00 D). Trata-se de um astigmatismo à favor da regra, já que o meridiano vertical tem maior curvatura: 43 D (menor raio) e, consequentemente, maior poder a 90º. Se o poder maior está no meridiano de 90º, o astigmatismo é corrigido com uma lente de eixo a 180º - o poder está a 90º do eixo. Dessa forma,
Ponto próximo (PP). Ponto remoto (PR)
Um olho tem um ponto remoto a 50 cm e um ponto próximo a 12,5 cm. Qual é a amplitude de acomodação?
6D
Para resolver esta questão, primeiro vamos lembrar de alguns conceitos:
Ponto próximo (PP): é o ponto mais próximo de visão nítida do paciente com o uso total da acomodação. No olho emétrope, o PP= AA (amplitude de acomodação)
Ponto remoto (PR): é o ponto de visão nítida mais distante quando a acomodação está completamente relaxada. No hipermétrope é virtual e está atrás do olho e no míope é real e está na frente do olho. No emétrope, encontra-se no infinito. Assim como na figura abaixo:
Amplitude de Acomodação (AA): Distância entre o ponto próximo e o ponto remoto ou a diferença de poder dióptrico do olho entre o repouso e o máximo de acomodação.
As fórmulas para prova são:
PP= AA - (M)
PP: ponto próximo
AA: amplitude de acomodação
M: ametropia do paciente
todos em Dioptrias
Importante também saber que
PR = M
PR: ponto remoto
D = 1/f (fórmula utilizada para converter as distâncias em metros em dioptrias)
Vamos então resolver a questão.
PR = 50 cm ou 0,5 m
PR = 1/0,5 = 2,00D
Resta saber, +2,00D (paciente hipermétrope) ou -2,00D (paciente míope)? Entendam que, se o paciente fosse hipermétrope, esse PR seria virtual (e isso não foi dito no enunciado), além disso, temos que pensar que esses 50 cm representam o “infinito” do paciente, ou seja, a partir de 50 cm sua AV estará diminuida e isso só ocorre no míope.
PP = 12,5 cm ou 0,125 m
PP = 1/0,125 = 8,00D.
Temos então:
PP = AA - M (como M = PR)
PP = AA - PR
8 = AA - (-2)
AA = 8 - 2 = +6,00D