Plastica Ocular Flashcards
semiologia palpebral
Blefaroptose aponeurótica
Blefaroptose neurogênica
Ectrópio cicatricial
Retração palpebral distireoidiana
fenda palpebral de 5 mm, distância margem-reflexo superior 1 mm, distância margem-reflexo inferior de 5mm e função do levantador de 14 mm. O diagnóstico provável é:
No enunciado o candidato pode obter dados muito importantes para inferir qual o problema enfrentado pelo paciente. Por isso a semiologia palpebral é tão importante para a prova e para a prática clínica.
A distância margem-reflexo superior é de 1 mm (o normal é cerca de 4-5mm), portanto esse paciente possui uma diminuição da distância margem-reflexo superior e, logo, ptose palpebral. A distância margem-reflexo inferior normal é de cerca de 5-6mm, portanto está normal nesse paciente. Sabendo que o paciente possui ptose, como descobrir a causa? Temos que observar que o paciente é adulto, possui ptose bilateral com função do músculo levantador da pálpebra superior de 14mm, que é considerada uma boa função. Todos esses dados nos levam a concluir que o paciente possui uma ptose aponeurótica.
A ptose neurogênica cursa com função muito pobre do músculo levantador da pálpebra, em geral menor que 5mm
Para diagnóstico de ectrópio cicatricial o enunciado deveria trazer uma distância margem-reflexo inferior alterada e citar alteração dos testes de snapback e distraction test
A retração palpebral superior é caracterizada por uma distância margem-reflexo superior > 5,5mm e a retração inferior caracterizada pela exposição escleral (scleral-show), alteração típica da orbitopatia distireoidiana.
blefaroespasmo essencial benigno
toxina botulínica tipo A
O uso sistêmico de antibióticos aminoglicosídeos pode potencializar os efeitos da toxina botulínica
A toxina botulínica é um produto biológico usado em diversas áreas da oftalmologia, principalmente na área de plástica ocular para tratamento de rugas de expressão e blefaroespasmo essencial. Não é uma medicação que o candidato tem muito contato durante a residência, então vamos aprender com a questão.
A toxina botulínica tipo A é a única permitida no Brasil, mas também existe a toxina botulínica tipo B utilizada em outros países.
Trata-se de uma proteína produzida pela bactéria Gram positiva Clostridium botulinum que atua bloqueando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular, o que leva a uma paralisia facial flácida.
Para sua utilização é necessário reconstituição com soro fisiológico, introduzido de forma lenta no frasco, para evitar a desnaturação da proteína. Além disso, após diluída, deve ser armazenada em geladeira e utilizada em um período de 24 horas.
Como a toxina botulínica é um fármaco que atua na junção neuromuscular, alguns medicamentos que também atuam nesse local podem interferir na sua ação. Aminoglicosídeos por exemplo podem potencializar seus efeitos.
Como efeitos colaterais da toxina temos que lembrar que, se aplicados próximos da órbita, eles podem difundir e atingir o músculo levantador da pálpebra, gerando ptose palpebral temporária. Outros efeitos colaterais descritos são mínimos: rash cutâneo, náuseas, fadiga, mal estar. Injeções intra-arteriais são raras, já que a aplicação é na musculatura superficial.
Cantoplastia lateral por retalho tarsal (tarsal strip)
ectrópio da pálpebra inferior após 12 meses de paresia do VII nervo craniano, sem lagoftalmo significativo
A maioria dos casos de paralisia facial (do VII NC) são autolimitadas e denominadas paralisia de Bell, porém alguns casos podem não se resolver totalmente e evoluir com um lagoftalmo, dificuldade de fechamento palpebral e do piscar e ectrópio do tipo paralítico.
Para correção do ectrópio paralítico a principal técnica para diminuir a exposição ocular e reforçar a força muscular da pálpebra inferior é encurtando o canto lateral através da cantoplastia por retalho tarsal (tarsal strip).
No enunciado afirma-se que o paciente não possui lagoftalmo significativo, portanto, não há necessidade de abordagem de pálpebra superior. Se estivesse presente, gerando danos oculares por exposição, o lagoftalmo poderia ser tratado com colocação de peso de ouro, ou com tarsorrafia lateral, ou medial (lacorrafia)
A desinserção do levantador da pálpebra superior produziria uma ptose definitiva, portanto, não está entre as principais técnicas para correção desse caso
A ampliação de lamela anterior com enxerto de pele retroauricular é uma opção importante para correção de ectrópio cicatricial (devido à elastose solar e fotoenvelhecimento, por exemplo).
I-triquíase; II-distiquíase; III-entrópio
I. Mau direcionamento de cílios que nasceram na lamela anterior e estão tocando o globo
II. Cílios que nascem dos orifícios das glândulas meibomianas, direcionados contra a córnea
III. Inversão de toda a margem palpebral com cílios tocando a superfície ocular
Para que o candidato possa fazer a correta associação, é preciso saber os conceitos de cada alteração mencionada nos itens I a III.
Item I: Cílios que se encontram na lamela anterior e são mal posicionados, podendo estar direcionados para “dentro” e tocando o globo ocular correspondem à TRIQUÍASE. Essa alteração é típica de quadros inflamatórios palpebrais como blefarite crônica, tracoma e outras condições de natureza cicatricial. Tratamento pode ser através de procedimentos ablativos como eletrólise e fotocoagulação com laser de argônio, ou cirúrgico, através da cirurgia de Van Milligen (na qual se separa a lamela anterior e posterior da pálpebra e acrescenta-se um enxerto de mucosa, para afastar a lamela anterior do globo ocular).
Item II: Quando os cílios se originam na lamela posterior, frequentemente saindo dos orifícios das glândulas de meibomius correspondem à DISTIQUÍASE. É uma alteração que na maioria dos casos é congênita e geralmente existe uma fileira de cílios extranumerários. O tratamento, quando necessário, deve ser com as mesmas técnicas utilizadas para Triquíase, porém, tanto a triquíase quanto a distiquíase possuem alta taxa de recorrência após o tratamento.
Item III: Quando ocorre a inversão da margem palpebral propriamente dita, a alteração é denominada ENTRÓPIO palpebral. O tratamento é cirúrgico, através de técnicas com intuito de “everter” a pálpebra para que fique em sua posição original.
Nos outros itens são citadas outras alterações como o EPIBLÉFARO, caracterizado por um cavalgamento do músculo orbicular pré-septal sobre o orbicular pré-tarsal, gerando rotação dos cílios em direção ao globo, muito frequente em orientais.
Já o EURIBLÉFARO é uma alteração congênita na qual o terço lateral das pálpebras inferiores é mais afastado do globo ocular, porém não chegam a ser evertidas como no ectrópio.
TRICOEPITELIOMA é um tumor benigno cutâneo derivado dos folículos pilosos, raramente encontrado nas pálpebras, e mais frequente em adultos.
POLIOSE é a presença de cílios e sobrancelhas brancos de forma localizada e antes de atingir a senilidade. Na oftalmologia devemos lembrar da associação desse achado com a doença de Vogt-Koyanagi-Harada, sendo inclusive um critério diagnóstico para a doença.
síndrome das pálpebras frouxas (Floppy eyelid syndrome)
Sexo masculino, obesidade e apneia obstrutiva do sono
A síndrome das pálpebras frouxas (floppy eyelid) possui associação importante com apneia obstrutiva do sono e obesidade. Acredita-se que esses pacientes tenham maior frouxidão dos tecidos conjuntivos da cabeça e pescoço e isso acaba favorecendo a longo prazo uma frouxidão palpebral também. Além disso, sexo masculino e meia idade também foram descritos como fatores de risco.
O paciente com suspeita de apresentar essa síndrome palpebral possui alterações irritativas oculares, conjuntivite papilar crônica, secreção ocular principalmente pela manhã e sintomas de olho seco. São pacientes que friccionam muito os olhos e podem ter ceratocone associado. Quando esses pacientes são examinados, a eversão da pálpebra é fácil e o tarso chega a girar totalmente para cima. Além disso há uma flacidez lateral importante e pode apresentar também ptose dos cílios. Feito o diagnóstico de floppy eyelid, o paciente deve ser encaminhado para investigação para apneia do sono e controle da obesidade, pelas implicações sistêmicas cardiovasculares que essas alterações também podem trazer para o paciente.
Nos casos mais leves de sintomas e de acometimento ocular o tratamento deve ser com lubrificantes, gel ocular noturno e em alguns casos pode-se indicar oclusão dos olhos durante o sono para evitar a eversão da pálpebra, devido a flacidez da mesma. Nos casos mais avançados e com flacidez palpebral importante, pode ser realizado encurtamento das pálpebras utilizando a técnica de BIC ou tarsal strip (superior e inferior).
Blefarocalase
18 anos com episódios repetitivos mensais de edema e hiperemia significativos das pálpebras superiores, sem dor ou prurido, com resolução espontânea, que culminaram em aspecto afinado e redundante da pele.
Blefarocalase
Blefaroxantoma
Celulite pós-septal
Dermatocalase
blefarocálase
Trata-se de uma doença inflamatória idiopática com herança familiar que acomete principalmente mulheres jovens. Essas pacientes cursam com crises recorrentes de inflamação e edema indolor, com períodos de exacerbação e remissão, gerando um afinamento e flacidez da pele das pálpebras, simulando um quadro de dermatocálase. Porém o fato de ocorrer em pacientes mais jovens chama a atenção que não se trata de uma causa involucional associada ao envelhecimento. Além do excesso de pele na pálpebra superior, os pacientes podem cursar com ptose, prolapso de bolsas de gordura em pálpebras inferiores e prolapso da glândula lacrimal, tudo devido ao afrouxamento e deiscência gradativa dos tecidos e ligamentos palpebrais. As crises tendem a diminuir com o envelhecimento do paciente.
O tratamento é cirúrgico para melhorar a estética e a funcionalidade da pálpebra e deve ser realizado quando a doença está em fase inativa.
Blefaroxantoma ou xantoma palpebral são lesões mais conhecidas como Xantelasma. Os pacientes apresentam lesões amareladas formadas de tecido fibroproliferativo associado a histiócitos repletos de lipídios. Tratamento depende da extensão da lesão, podendo ser mais conservador (com uso de peelings e laser) ou cirúrgico.
Celulite pós-septal pode cursar com edema bipalpebral, proptose e alterações da motilidade ocular. Tem indicação de tratamento com antibioticoterapia venosa, e é uma doença aguda e não recorrente
Dermatocálase é uma alteração involucional associada ao envelhecimento palpebral, influenciada por fatores genéticos e tende a ser pior em indivíduos caucasianos. É o principal diagnóstico diferencial de blefarocálase. Em muitos casos, pacientes com blefarocálase são subdiagnosticados para essa doença e conduzidos apenas como portadores de dermatocálase.
blefaroptose
a instilação de colírio de fenilefrina a 2,5%:
Estimula os receptores simpáticos do músculo de Müller, resultando na elevação da pálpebra (caso o teste seja positivo)
O teste da fenilefrina a 2,5% é utilizado para verificar se há elevação palpebral após instilação do colírio na pálpebra ptótica, e, se isso ocorre, o teste é considerado positivo. A fenilefrina atua nos receptores adrenérgicos presentes no músculo de Muller, estimulando-o e fazendo com que a pálpebra se eleve. Quando a elevação da pálpebra após o teste é satisfatória, para o médico e o paciente, uma opção terapêutica é a conjuntivomullerectomia, pois atuando no Muller o resultado final da cirurgia costuma ser muito semelhante ao resultado após o teste da fenilefrina.
Tal teste não nos fornece dados relacionados ao músculo levantador da pálpebra, uma vez que trata-se de um músculo estriado esquelético inervado pelo III nervo craniano (oculomotor) e, portanto, é influenciado por um medicamento simpaticomimético.
pois a fenilefrina estimula receptores simpáticos,e não parassimpáticos. Além disso, ela é importante para podermos verificar se existe ptose do olho contralateral que poderia estar “disfarçada” devido a lei de Hering, e é evidenciada após elevação (mesmo que artificial) da pálpebra mais ptótica. Portanto, ele não anula a lei de Hering no olho contralateral.
Por ser um medicamento adrenérgico, ele pode causar hipertensão arterial em pacientes hipersensíveis, devido absorção sistêmica.
Carcinoma basocelular
Lesão na margem palpebral inferior, multinodular, rosada, com úlcera central seca, aspecto perolado e com teleangiectasias, causando discreta retração palpebral e perda localizada de cílios
O Carcinoma basocelular é o tumor maligno de pálpebra mais frequente e possui algumas características clássicas como coloração rosada, bordas peroláceas e telangiectasias. Além disso o enunciado da questão nos fornece dados valiosos para uma forte suspeita de lesão maligna como presença de ulceração, destruição da arquitetura normal da margem palpebral (retração) e perda de cílios. Diante de uma lesão palpebral com tais características e seguindo a epidemiologia, o candidato sempre deve aventar a hipótese de carcinoma basocelular.
A confirmação diagnóstica se dá através da biópsia que deve ser excisional no caso de lesões pequenas que possam ser retiradas com margem de segurança, ou incisional se a lesão for grande e houver necessidade de uma reconstrução palpebral radical. Nesses casos é melhor a confirmação anatomopatológica antes, para que a programação cirúrgica seja adequada.
O carcinoma espinocelular pode possuir características semelhantes ao carcinoma basocelular e em muitos casos o diagnóstico final vai depender do anatomopatológico, principalmente nas lesões pequenas. Ele também apresenta as características de malignidade citadas acima, porém ele é muito menos frequente que o CBC, ocorre mais em pálpebra superior e está mais associado a melanose solar, portanto é muito comum surgir em locais que já possua sinais de exposição solar prolongada. Tende a ser mais agressivo e acometer órbita mais facilmente, através de invasão neural (inclusive essa é uma característica importante cobrada desse tipo de tumor)
O melanoma maligno é um tipo de lesão pigmentada, muito agressiva e cursa com metástases a distância e portanto deve ser tratado com o máximo de agilidade. É raro como neoplasia primária em pálpebras. Pode surgir de um nevo melanocítico pré-existente ou lentigo maligno (lesão pré-maligna).
O papiloma escamoso é o tumor benigno palpebral mais frequente, costuma ser séssil ou pedunculado e possui a coloração da pele adjacente a lesão (podendo ser mais pigmentados em indivíduos de fototipo mais alto) e crescimento lento. Os papilomas da pálpebra podem ter uma superfície rugosa com aspecto cerebriforme, com superfície rugosa queratinizada.
hemangioma circunscrito da coroide
A localização mais comum é no polo posterior
O hemangioma circunscrito de coroide é um tumor vascular, benigno, raro, unilateral que se apresenta à fundoscopia como lesão bem delimitada, vermelho-alaranjada, pouco elevada em polo posterior. Devido a esse aspecto elevado, pode induzir à certo grau de hipermetropia, pela diminuição do comprimento axial, e metamorfopsia. As complicações mais comuns são o descolamento exsudativo e a degeneração cistoide da retina.
Não há a possibilidade de transformação maligna em melanoma amelanótico de coroide mas esse é um importante diagnóstico diferencial, bem como: metástase de coroide unifocal, osteoma de coroide, esclerite posterior, retinoblastoma e degeneração disciforme
À ultrassonografia apresenta no A-scan um pico ecogênico com alta refletividade interna e no B-scan uma lesão elevada ovalada ou placóide, de limites anteriores bem definidos e espessamento de coroide; não apresentando sombreamento acústico ou escavação de coroide. A descrição da alternativa A de “ ngulo kappa” é tipicamente encontrada nos melanomas de coroide!
O tratamento do hemangioma deve ser individualizado. Dentre as possibilidades de tratamento, a mais bem estabelecida na literatura é a terapia fotodinâmica (PDT), mas há possibilidade de uso de radioterapia, propranolol, anti-angiogênicos e, antigamente, fotocoagulação à laser.
tumores malignos da superfície ocular
Crioterapia per-operatória nas margens cirúrgicas de lesões conjuntivais malignas epiteliais é medida importante para evitar recidiva
A neoplasia maligna mais frequente da conjuntiva são os carcinomas espinocelulares, que são tumores de origem epitelial não pigmentados e apresentam como lesão precursora as Neoplasias Intraepiteliais de Córnea (NIC). Os linfomas MALT são mais raros.
Por ser de baixa agressividade, o tratamento inicial do NIC é a excisão com margens livres associado à crioterapia da base e bordas conjuntivais. Atualmente, com o advento dos quimioterápicos tópicos, vários estudos têm relatado altas taxas de sucesso com o tratamento neoadjuvante com esses fármacos. Sendo possível o emprego basicamente de três opções de colírios:
Mitomicina C 0,02% 4x/dia em ciclos de 7 a 14 dias de uso intercalados com 7 dias de descanso devido a alta toxicidade. Por um máximo de 4 ciclos.
5-Fluoracil 1% 4x/dia diariamente por 4 semanas, ou no caso de irritação ocular, feito em ciclos de 1 semana utilizando intercalado com 3 semanas de descanso. Por um máximo de 3 ciclos.
Interferon alfa-2B 1 milhão UI/mL 4x/dia diariamente por 3 a 6 meses. Outra opção é Interferon alfa-2B na forma de injeção subconjuntival na concentração de 3 milhões de UI num volume de 0,5mL, realizada semanalmente até a resolução da lesão.
O tratamento da ceratose actínica da conjuntiva pode ser feito também com quimioterapia tópica, incluindo: Mitomicina C, 5-Fluoracil e Interferon alfa-2B.
O tratamento cirúrgico das lesões conjuntivais consiste na biópsia excisional utilizando a técnica de remoção sem encostar na lesão (no-touch technique), manter margens de segurança e fazer crioterapia dupla nas margens conjuntivais para evitar recidiva.
Os melanomas podem acometer qualquer região da superfície ocular, sendo mais comum na área interpalpebral próximo ao limbo.
Astrocitoma da cabeça do nervo óptico
hemangioma racemoso retiniano
Coristoma
Cistos dermoides orbitários
Hamartomas são compostos por tecidos constituídos de células maduras que crescem de forma anômala, porém essas células normalmente já estão presentes nesse local.
Já os coristomas são compostos pelo crescimento de tecido anormal composto de vários tipos celulares que normalmente não estão presentes no sítio envolvido. Um exemplo clássico de coristoma é o cisto dermóide.
Portanto a assertiva II está exemplificando um hamartoma e não um coristoma, portanto é FALSA.
O Astrocitoma e o hemangioma racemoso retiniano são exemplos de hamartomas. ASSERTIVA I VERDADEIRA.
O candidato pode estudar com mais detalhes essas doenças e outras que são cobradas na prova no capítulo 19 de facomatoses no livro de Retina da coleção CBO.
O Astrocitoma da cabeça do nervo óptico é um tipo de hamartoma, que geralmente não compromete a visão e está presente em maior frequência em pacientes com Esclerose tuberosa. Já o hemangioma racemoso é uma lesão bastante típica com inúmeras anastomoses arteriovenosas, unilaterais e associado à Síndrome de Wyburn-Mason.
O cisto dermóide é um tipo de coristoma, que pode estar presente na órbita desde o nascimento com crescimento progressivo ao longo da vida. O local em que é mais frequentemente encontrado é na sutura frontozigomática (ou seja, na região lateral do supercílio). ASSERTIVA III CORRETA.
tumor intraocular maligno mais comum na infância:
Calcificação intratumoral é um achado frequente
Primeiramente, qual o tumor intraocular maligno mais comum da infância? O retinoblastoma.
O retinoblastoma é o tumor intraocular maligno primário mais comum da infância, não havendo predileção por sexo ou raça. Ocorre por desativação de ambos os alelos do gene RB1 no braço longo cromossomo 13, podendo ser unilateral, bilateral ou trilateral (quando há associação de retinoblastoma bilateral com tumor de linha média cerebral, sendo o pinealoma o mais frequente). Sua disseminação ocorre principalmente por via local através do nervo óptico e, mais tardiamente por via hematogênica.
Seu diagnóstico precoce é o fator prognóstico mais importante sendo feito ao exame de fundoscopia e suspeitado principalmente pelo aparecimento de leucocoria.
O achado de cálcio intraocular faz parte da comprovação diagnóstica do tumor e pode ser realizado através de ressonância magnética ou ultrassonografia.
À histologia (realizada apenas em olhos enucleados) demonstra achados típicos, mas não patognomônicos, de pseudorrosetas, fleurettes, rosetas de Flexner-Wintersteiner e de Holmer-Wright.
dacriorrinostomia transnasal
Obstrução lacrimal baixa com saco lacrimal dilatado constitui uma boa indicação
A dacriocistorrinostomia transnasal possui como vantagens principais a ausência de cicatriz na pele e uma recuperação pós-operatória mais rápida quando comparada a dacriocistorrinostomia externa. A obstrução lacrimal baixa com dilatação do saco lacrimal é uma boa indicação, porém nesses casos o saco lacrimal deve ser parcialmente removido para diminuir os riscos de recidiva.
Na dacriocistorrinostomia transnasal é feita a remoção da mucosa nasal próxima ao saco lacrimal, posteriormente uma osteotomia, abertura e remoção de parte do saco lacrimal. Após essa abertura, é feita uma “marsupialização” do saco para o nariz.
A cirurgia que pode fazer uma ampliação do óstio do ducto nasolacrimal é a transcanalicular, uma técnica mais nova e ainda pouco desenvolvida e que não possui a mesma taxa de sucesso da dacriocistorrinostomia clássica (transnasal ou externa).
A colocação de tubo de silicone pode ser feita tanto na dacrio externa quanto na transnasal, apesar de não haver evidências de aumentar as taxas de sucesso das cirurgias, porém não é contraindicado e deve ser utilizado principalmente nos casos recidivados.
As taxas de sucesso para a cirurgia de dacriocistorrinostomia externa e transnasal são semelhantes e acima de 90%, de acordo com o CBO, portanto, a escolha da técnica vai depender da habilidade e preferência do cirurgião e das exigências do paciente principalmente relacionadas a cicatriz, que é inexistente na dacrio transnasal.
tumores primários do saco lacrimal
Dacriocistite é o principal diagnóstico diferencial
O principal diagnóstico diferencial dos tumores primários do saco lacrimal é a dacriocistite, uma vez que o crescimento desses tumores gera obstrução total ou parcial do sistema de drenagem e gera sintomas como dacriocistite crônica, vermelhidão, edema e secreção purulenta. O fato de ser semelhante a um quadro de dacriocistite acaba gerando um atraso no diagnóstico desses tipos de tumores.
A maioria dos tumores de saco lacrimal são malignos (de 50 a 100% de acordo com o CBO) e cerca de 75% são de origem epitelial, sendo os principais tipos o carcinoma de células escamosas e de células transicionais. Os outros 25% dos tumores de saco lacrimal são divididos em: mesenquimais, linfoproliferativos, melanocítico e neurais.
O principal tratamento nesses casos é a remoção cirúrgica completa do saco lacrimal. Nos casos de tumores malignos pode ser necessária uma ampliação das margens com uma cirurgia mais ampla e dependendo da extensão até a exenteração pode ser necessária. A radioterapia é utilizada principalmente para tratamento adjuvante nos tumores malignos epiteliais e nos casos de lesões recorrentes.
Os tumores do sistema lacrimal de drenagem e principalmente do saco lacrimal são raros, e muito menos frequentes que tumores de conjuntiva.
dacriocistite aguda
O principal fator de risco: Obstrução do ducto lacrimonasal
Obstrução do ducto lacrimonasal
Xeroftalmia grave
Blefarite crônica
Sinusite etmoidal
A dacriocistite aguda é caracterizada por um quadro de inflamação intensa acometendo a região do saco lacrimal e cursa com edema, tumefação em canto medial, dor local e pode vir acompanhada de saída de secreção mucóide ou purulenta pelos pontos lacrimais. Geralmente o quadro de dacriocistite aguda acontece em pacientes com quadro de dacriocistite crônica e obstrução parcial do sistema lacrimal de drenagem.
Com a válvula de Rosenmuller patente (entre o canalículo comum e o saco lacrimal), e uma obstrução lacrimal baixa, toda a região do saco lacrimal torna-se um sistema fechado com acúmulo de lágrima e secreção, favorecendo a inflamação e proliferação bacteriana. Portanto o principal fator de risco para a dacriocistite aguda é a obstrução do ducto lacrimonasal.
A xeroftalmia é a presença de olho seco e, portanto uma deficiência na produção lacrimal e não tem relação com a drenagem lacrimal, portanto não é um fator de risco para dacriocistite aguda. A xeroftalmia grave pode ocorrer em pacientes com Sd de Sjogren, em pacientes com Stevens-Johnson entre outros.
A blefarite crônica é uma doença inflamatória das pálpebras e da margem palpebral que envolve as glândulas de meibomius principalmente. Esses quadros costumam estar associados a inflamações da superfície ocular gerando deficiência funcional da lágrima e cursando com olho seco evaporativo. Pode estar relacionado com o aparecimento de calázios e hordéolos, mas não possui relação com o quadro de dacriocistite aguda.
Doenças da cavidade nasal e inflamação dos seios da face podem ser causas secundárias de obstrução baixa da via lacrimal, entretanto cerca de 75% dos casos de obstrução da via lacrimal baixa é primária ou idiopática e acomete principalmente mulheres pós-menopausa. Portanto, sinusite etmoidal poderia ser causa de obstrução lacrimal baixa e por consequência também ser causa de uma dacriocistite aguda, porém não é o principal fator de risco