Neurooftalmologia Flashcards

1
Q

Via do reflexo fotomotor (aferente )

A

Via aferente: fotorreceptores > células bipolares > células ganglionares > nervo óptico > quiasma (decussam parcialmente) > trato óptico > mesencéfalo > núcleo pré-tectal do mesencéfalo (decussam) > ambos os núcleos acessórios do nervo oculomotor (núcleos de Edinger-Westphal)

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2
Q

Via do reflexo fotomotor ( via eferente)

A

Via eferente: núcleo acessório do oculomotor > nervo oculomotor > ramo inferior do oculomotor > fibras parassimpáticas pré-ganglionares > gânglio ciliar > nervos ciliares curtos > músculo esfíncter da pupila.

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3
Q

cirurgia bariátrica

é uma importante causa de deficiência de vitamina B12.

A

Os motivos são: acloridria, consumo reduzido de alimentos que são fonte dessa vitamina, como carne e leite, e redução na secreção do fator intrínseco (produzido pelas células parietais do estômago), que é necessário para a absorção da vitamina

neuropatia óptica carencial,

O quadro clínico típico é de uma baixa visão bilateral (raramente pior que 20/400), simétrica, indolor e lentamente progressiva.

Ao exame, nas fases iniciais podemos não encontrar alterações, mas na fase crônica, esperamos encontrar atrofia óptica mais evidente na região temporal do disco associada a atrofia no feixe papilomacular.

O campo visual revela escotoma central ou cecocentral bilateral e simétrico. Exames laboratoriais como hemograma, dosagem de B12 e ácido fólico podem ser importantes.

O tratamento pode reverter a perda visual, observando-se melhora do campo visual.

O esquema de reposição da vitamina B12 é feito através da injeção intramuscular ou subcutânea de hidroxicobalamina (1000 mg/dia por 7 dias, seguidos por 1000mg/semana, e após, 1000 mg/mês até remissão completa, ou indefinidamente.
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4
Q

neuropatia óptica hereditária de Leber (NOHL),

A

Na fase aguda

caracteristicamente encontramos edema da camada de fibras nervosas, hiperemia de disco, pseudoedema de papila e vasos telangiectásicos peripapilares.

Tipicamente ocorre em homens jovens e a herança é materna (mitocondrial). Após a fase aguda, que pode durar de semanas a meses, surge atrofia da camada de fibras nervosas e atrofia óptica, inicialmente temporal, podendo ocorrer aumento da escavação do disco. A maioria dos pacientes evoluem com perda visual permanente, porém, alguns pacientes conseguem recuperar ao menos parcialmente a visão.

As mutações mais comuns estão nas posições 11778 (mais frequente), 3460 e 14484. A melhora espontânea ocorre mais frequentemente naqueles portadores da mutação 14484. Sim, é importante saber esses números, pois já foram cobrados em prova!

Essa patologia se caracteriza por grave baixa visual, indolor, de rápida progressão, associada a escotomas centrais ou cecocentrais densos, acometendo inicialmente um olho, sendo o segundo olho acometido em até 1 ano após a abertura do quadro.

Não há um tratamento estabelecido para NOHL, mas podem ser usados succinato, coenzima Q, L-carnitina, vitaminas K1, K3, C, B12, folato, tiamina, idebenona e alfa-tocotrienol quinona.

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5
Q

anisocoria fisiológica

a diferença entre as pupilas se mantém tanto no claro, quanto no escuro

A

a diferença entre as pupilas se mantém tanto no claro, quanto no escuro

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6
Q

paralisia completa do terceiro par craniano

a anisocoria é maior no claro

A

O que esperamos que aconteça com as pupilas no claro? Que elas se contraiam. Mas uma delas está paralisada, e, por isso, não vai se contrair.

Por isso, nesses casos, a anisocoria fica mais nítida no claro. No escuro, espera-se que ambas estejam mais dilatadas mesmo, então não vai ter tanta diferença entre elas.

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7
Q

síndrome de Horner

a anisocoria é maior no escuro

A

Já que a pupila não dilata tanto quanto a pupila normal.

É só pensarmos que, no escuro, esperamos que ambas as pupilas se dilatem. Só que, nesse caso, uma delas não consegue fazer isso, levando à diferença mais nítida entre os tamanhos das pupilas. No claro, ambas as pupilas vão estar contraídas, e então a anisocoria fica menos evidente

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8
Q

síndrome de Adie

a anisocoria é maior no claro,

A

a anisocoria é maior no claro, já que essa pupila não reage ao estímulo luminoso

quando esperaríamos que ela se contraísse. Dessa forma, a assimetria entre as pupilas fica mais nítida no claro, a não ser que a doença seja bilateral

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9
Q

Pie in the sky

lesão em lobo temporal.

A

Como lembrar disso? Vamos pensar na anatomia, é claro! Primeiramente, sabemos que a lesão de campo visual é espelhada, em relação à localização da lesão anatômica. Ou seja, como o lobo temporal é mais inferior no cérebro, sua lesão no campo é mais superior (in the sky = no céu).

. O termo “pie” (torta) deve-se ao formato da lesão no campo visual.

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10
Q

Pie on the floor

lesão em lobo parietal.

A

. O termo “pie” (torta) deve-se ao formato da lesão no campo visual.

Como lembrar disso? Vamos pensar na anatomia, é claro! Primeiramente, sabemos que a lesão de campo visual é espelhada, em relação à localização da lesão anatômica.

O lobo parietal é mais superior, portanto, sua lesão no campo é inferior (on the floor = no chão).

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11
Q

hemianopsia homônima contralateral

Lesões no lobo occipital

A
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12
Q

Lesões quiasmáticas

A

classicamente cursam com hemianopsia bitemporal.

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13
Q

Paralisia supranuclear progressiva

é uma doença degenerativa do tronco encefálico, que acomete idosos e se caracteriza por distúrbios do tônus e postura, levando a quedas, retardo mental, dificuldade de deglutição e fala.

A

A alteração da motilidade ocular geralmente está presente no início da doença, mas nem sempre detectada.

Essa doença é geralmente fatal em até 6 anos do início, normalmente por pneumonia aspirativa. A alteração motora inicial é das sacadas verticais e fases rápidas, sobretudo infraversões, evoluindo eventualmente para a perda total da refixação voluntária vertical.

Isso leva à dificuldade com atividades que exigem a visão de perto (leitura, alimentação), sendo necessário óculos monofocais para perto (ao invés de multifocais ou bifocais, que tem uma área menor para perto), ou mesmo prismas de base inferior.

Os movimentos horizontais também são acometidos, de forma que, com a progressão da doença, pode haver uma oftalmoplegia completa. As pálpebras também podem apresentar alterações (blefaroespasmo, apraxia da abertura e fechamento palpebral, retração palpebral, lid lag).

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14
Q

pupila tônica de Adie

Está associada frequentemente à disfunção do gânglio ciliar

Paciente em investigação de anisocoria, apresenta o exame semiológico abaixo: A-pupila em luz ambiente; B-após estímulo luminoso; C-após esforço acomodação/convergência. Considerando a principal hipótese diagnóstica com base no exame semiológico abaixo, assinale a alternativa correta:

A

Na figura A observamos uma anisocoria, em que o olho direito está com a pupila maior que a do olho esquerdo. Na figura B, vemos que essa pupila não reage bem ao estímulo luminoso. Na figura C, vemos que a pupila se contrai após esforço de acomodação/convergência. Ora, essas são as características clássicas da pupila tônica de Adie! Nessa doença, a pupila é midriática, não responsiva (ou pouco responsiva) à luz, mas responsiva à acomodação-convergência (dissociação luz-perto), embora essa resposta seja tipicamente lenta

A lesão causadora dessa doença está no gânglio ciliar ou nervos ciliares curtos (lesão parassimpática pós ganglionar)

Pacientes com pupila tônica de Adie frequentemente apresentam reflexos tendinosos profundos ausentes.

Tumor de ápice pulmonar está classicamente associado à síndrome de Horner (tumor de Pancoast)

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15
Q

Meningeoma

Paciente com suspeita de lesão de nervo óptico, apresenta os exames de imagem a seguir por ressonância nuclear magnética (A) e tomografia computadorizada sem contraste (B). Qual a principal hipótese diagnóstica com base nas imagens apresentadas?

A

Na imagem A (RNM) notamos uma alteração no nervo óptico esquerdo, que apresenta-se com uma lesão hiperintensa na periferia do nervo, mas menos intensa no centro. O nervo apresenta um espessamento tubular e delimitado. A lesão está acometendo inclusive a porção intracanalicular.

Na imagem B (TC sem contraste), notamos que a lesão tem densidade semelhante à dos ossos da órbita, o que sugere que ela esteja calcificada.

O meningeoma da bainha do nervo óptico, é visualizado à RNM com um espessamento do nervo, com sinal hiperintenso em sua periferia e sinal menos intenso no centro. Isso é chamado de sinal em “trilho de trem” e é compatível com a alteração encontrada nas imagens. A calcificação na TC é útil para se estabelecer o diagnóstico diferencial com o glioma de nervo óptico, visto que 20-50% dos meningeomas apresentam calcificação ou hiperostose (segundo o CBO) e o glioma raramente apresenta calcificação.

O hemangioma cavernoso se apresenta à TC como uma lesão ovalada, bem delimitada e hipo ou isodensa

Em casos de linfoma, os exames de imagem revelam aumento da espessura e hiperintensidade do nervo, mas não apresenta tipicamente o sinal do trilho de trem e calcificação, deixando essa hipótese menos provável.

A neurite óptica demonstra o hipersinal do nervo, mas não apresenta espessamento, portanto, essa não é a principal hipótese

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16
Q

paralisia do abducente VII

Pode estar associada a paralisia facial periférica e hemiplegia contralateral.

A

O que observamos nas fotos é que o paciente tem uma limitação à abdução do olho esquerdo, sem outras alterações. Logo, a hipótese é de uma paralisia do abducente.

A alternativa A refere-se a uma paralisia do oculomotor, que pode vir associada à midríase

A oftalmoplegia internuclear se caracteriza clinicamente por paralisia ou paresia da adução de um olho, associada a nistagmo em abdução do olho contralateral.

Lesões da ponte ventral podem lesionar o sexto e sétimo nervos cranianos, produzindo hemiplegia contralateral, paralisia facial ipsilateral e déficit de abdução (síndrome de Millard-Gubler).

O nervo abducente entra na órbita pela fissura orbitária superior, dentro do ânulo de Zinn, chegando à face medial do músculo reto lateral. Portanto, ele não seria atingido em um traumatismo na região troclear.

17
Q

síndrome de pseudotumor cerebral

Qual dos achados fundoscópicos abaixo está mais provavelmente relacionado a um quadro de síndrome de pseudotumor cerebral?

A

Na alternativa A observamos uma papila inclinada, ovalada, com atrofia peripapilar temporal e atrofia do EPR. A imagem sugere a papila de um paciente míope

Na alternativa B observamos importante edema de papila. Observe a deflexão dos vasos, demonstrando que estão elevados. A margem do disco não está bem delimitada e, além disso, os vasos desaparecem na margem do disco.

Na alternativa C observamos drusas de nervo óptico, que são depósitos de material amorfo na região pré-laminar da papila. Apresentam-se como concreções arredondadas, irregulares e branco-amareladas, na superfície do disco. Normalmente não causam perda visual, mas podem levar à complicações, como NOIA, defeitos campimétricos e hemorragias.

Na alternativa D observamos um coloboma de disco óptico. Essa alteração é resultado do fechamento incompleto da fissura embrionária. Caracteriza-se por uma escavação localizada inferiormente no disco, com ausência da rima inferior. Pode envolver a coroide e a retina, além de poder estar associado ao coloboma da íris e do corpo ciliar. Podem ser uni ou bilaterais, esporádicos ou de herança autossômica dominante. O nível de acometimento da visão é variável.

18
Q

neurofibromatose tipo 1 (ou doença de Von Recklinghausen)

Qual dos pacientes identificados nas alternativas apresenta propensão de desenvolver a lesão mostrada no exame abaixo?

Tal lesão é bastante sugestiva de glioma do nervo óptico. Mais de 50% dos gliomas do nervo óptico estão associados à neurofibromatose.

A

O exame apresentado é uma tomografia de órbita, corte axial, no qual podemos observar uma lesão ao longo do nervo óptico, aparentemente bem delimitada e intraconal. Tal lesão é bastante sugestiva de glioma do nervo óptico. Mais de 50% dos gliomas do nervo óptico estão associados à neurofibromatose.

A neurofibromatose tipo 1 (ou doença de Von Recklinghausen) é uma doença genética, autossômica dominante. Caracteriza-se por manchas café-com-leite pelo corpo, sardas axilares, nódulos de Lisch na íris e neurofibromas. Os casos podem ser mais leves ou muito graves e desfigurantes como o do paciente mostrado na alternativa D. Portanto esse paciente é o que apresenta maior propensão a desenvolver a lesão mostrada no exame.

Na alternativa A temos um paciente com características de xeroderma pigmentoso, que é uma doença genética, autossômica recessiva, e ocorre principalmente em famílias com casamentos consanguíneos. Tal patologia predispõe o indivíduo a neoplasias malignas de pele. As alterações oculares apresentadas por esses pacientes são alterações de superfície, como ceratite, opacidades corneanas, ectrópio e neoplasias da superfície ocular.

Na alternativa B podemos observar um paciente com hemangioma capilar facial difuso. Ele pode ser superficial ou atingir estruturas mais profundas da órbita. A tomografia nesses casos revelaria uma massa orbital pobremente circunscrita com alta captação de contraste, por ser vascular, e com caráter infiltrativo, apesar de benigno

Na alternativa C temos um paciente portador de Síndrome de Crouzon, na qual podemos observar hipertelorismo, podendo cursar com estrabismo, exorbitismo e ametropias.

19
Q

reflexo fotomotor

O reflexo consensual depende do cruzamento de fibras no quiasma e/ou no mesencéfalo

A

Questão recorrente, não vá para a prova sem conhecer bem a via do reflexo fotomotor!

Via aferente:
fotorreceptores > células bipolares > células ganglionares > nervo óptico > quiasma (decussam parcialmente) > trato óptico > núcleo pré-tectal do mesencéfalo (decussam) > ambos os núcleos acessórios do nervo oculomotor (núcleos de Edinger-Westphal).

Via eferente:
núcleo acessório do oculomotor > nervo oculomotor > ramo inferior do oculomotor > fibras parassimpáticas pré-ganglionares > gânglio ciliar (sinapse) > nervos ciliares curtos > músculo esfíncter da pupila.

, pois o gânglio ciliar não faz parte da via aferente, e sim da via eferente.

pois a via eferente se dá através do nervo oculomotor

O reflexo consensual ocorre pelo cruzamento das fibras aferentes no quiasma e mesencéfalo, de forma que os dois núcleos acessórios são estimulados. Isso é fácil de entender… se essas fibras não fossem parcialmente para o lado contralateral, como o outro lado ia ficar sabendo que houve um estímulo luminoso? Aí não teria como ter reflexo consensual!

O reflexo consensual do olho direito depende do estímulo luminoso no olho esquerdo. Como as fibras eferentes vão estimular a pupila direita, se o nervo oculomotor direito não estiver íntegro? Não tem jeito!

20
Q

nervo trigêmeo

Lesões no núcleo sensorial do trigêmeo no tronco cerebral causam perda sensorial bilateral em áreas concêntricas da face

A

Questão completamente extraída do livro “Fundamentals and Principles of Ophthalmology”, da Academia Americana!

A divisão oftálmica atravessa a fissura orbitária superior.

O reflexo oculocardíaco tem sua aferência originada no nervo trigêmeo e a eferência associada ao nervo vago

e foi praticamente transcrita da referência. A característica de perda sensitiva concêntrica na face é útil na prática clínica para localizar a lesão no tronco cerebral. Se a perda sensitiva seguisse a distribuição periférica dos ramos do trigêmeo (oftálmica, maxilar e mandibular), seria um indicativo de que a lesão é fascicular.

O nervo trigêmeo emerge da face anterior da ponte.

21
Q

Pupila tônica

relação a respostas pupilares, qual das condições abaixo pode causar redução da constrição ao estímulo luminoso e preservação relativa da constrição ao estímulo visual para perto (dissociação luz-perto)?

A

A pupila tônica de Adie é midriática, não responsiva (ou pouco responsiva) à luz, mas responsiva à acomodação-convergência (dissociação luz-perto), embora essa resposta seja tipicamente lenta

Outras causas de dissociação luz-perto são: pupila de Argyll Robertson e a síndrome de Parinaud.

Na síndrome de Horner a pupila é miótica e as reações pupilares ao estímulo luminoso e para perto estão preservadas.

Na anisocoria fisiológica os reflexos pupilares à luz e para perto são normais.

Na paralisia oculomotora a pupila é midriática e irresponsiva tanto ao estímulo fotomotor, quanto à acomodação-convergência.

22
Q

defeito campimétrico

súpero-temporal no contralateral sugere lesão em qual localização?

Na junção do nervo óptico com o quiasma

A

Escotoma central em um olho + defeito temporal superior no outro olho = defeito juncional, ou seja, é causado por alguma lesão ocorrendo na junção entre o nervo óptico e o quiasma.

Lembrando que lesões retroquiasmáticas cursam com hemianopsia homônima contralateral.

Lesões do trato óptico cursam com hemianopsia homônima incongruente contralateral. Lesões do trato óptico posterior, corpo geniculado lateral e perna posterior da cápsula interna cursam com hemianopsia homônima contralateral completa ou incompleta. Lesões no lobo occipital cursam com hemianopsia homônima contralateral congruente com preservação macular.

23
Q

potencial evocado visual (PEV)

Avalia a integridade funcional da via visual como um todo

A

O PEV é um exame eletrofisiológico que avalia a resposta occipital a um estímulo visual. O estímulo mais frequentemente utilizado é o padrão reverso, que é semelhante a um tabuleiro de xadrez que alterna as posições dos quadrados pretos e brancos. Outro estímulo possível é o flash luminoso. Eletrodos são colocados na região occipital da cabeça, e captam a resposta elétrica produzida pelo cérebro em resposta ao estímulo. Uma alteração em qualquer parte da via óptica pode alterar o resultado,

porém o exame não é capaz de identificar a topografia da lesão

Entre as suas principais indicações está a avaliação de doenças desmielinizantes que envolvem a via óptica

Nesses casos, a latência da onda P100 (principal onda avaliada nesse exame) está mais afetada do que a sua amplitude, demonstrando o atraso na condução. Também é útil na avaliação de pacientes que não referem acuidade visual (por exemplo, crianças) e em suspeitos de doença não orgânica.

pois o potencial evocado visual multifocal é um exame em que as respostas de cada área do campo visual são registradas utilizando o mesmo princípio do ERG multifocal e vários autores demonstraram correlação direta com os defeitos de campo visual.

24
Q

síndrome de Kearns-Sayre

Mulher de 55 anos apresenta limitação progressiva da motilidade ocular extrínseca, retinopatia pigmentar periférica e anormalidade da condução cardíaca ao eletrocardiograma.

Blefaroptose bilateral

A

O enunciado trata de um paciente com quadro compatível com a síndrome de Kearns-Sayre, que é uma miopatia mitocondrial. É uma condição caracterizada por oftalmoplegia progressiva crônica, associada à retinopatia pigmentar e deficiência da condução cardíaca.

A oftalmoplegia crônica externa progressiva cursa com uma paralisia lentamente progressiva, bilateral e simétrica dos músculos extraoculares, incluindo o levantador da pálpebra. Isso leva a uma ptose palpebral, sendo esta, inclusive, frequentemente a apresentação inicial da doença, podendo preceder a oftalmoplegia em anos. A ptose nesses pacientes geralmente é fixa, e não variável ao longo do dia como na Miastenia Gravis. Logo,

25
Q

Síndrome de Tolosa-Hunt

estrutura está primariamente envolvida

Seio cavernoso, corticoterapia

A

A síndrome de Tolosa-Hunt é uma inflamação idiopática que afeta primariamente o seio cavernoso. Clinicamente caracteriza-se por dor severa e oftalmoplegia. Essa condição tipicamente acomete os nervos cranianos III, IV e VI. Alguns relatos apresentam acometimento também do V par e fibras simpáticas pupilares.

Lembrando que as estruturas que passam no seio cavernoso são: artéria carótida interna com o plexo carotídeo simpático, NC III, IV e VI, V1 e V2.

Os pacientes com essa síndrome respondem drasticamente à terapia com corticosteroides. É um diagnóstico de exclusão, devendo-se descartar lesões neoplásicas, aneurismas, trombose de seio cavernoso, fístula carotido-carvernosa e sarcoidose.

26
Q

aneurisma de artéria comunicante posterior

pode levar à compressão de qual dos nervos cranianos abaixo?

Oculomotor

A

Aneurismas que surgem na junção da artéria comunicante posterior e artéria carótida interna ficam adjacentes ao nervo oculomotor, e, portanto, podem produzir paralisia do oculomotor associada à expansão ou rotura do aneurisma. Lembrando que o acometimento pupilar ocorre primeiro pois as fibras pupilomotoras ficam mais superficiais no nervo, ficando mais próximas à artéria comunicante posterior. Por isso, em um paciente com paralisia do nervo oculomotor associado ao acometimento pupilar, você deve sempre pensar que a causa é um aneurisma. Por outro lado, quando não há acometimento pupilar, o quadro é geralmente secundário à doença microvascular (Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, hiperlipidemia).

27
Q

neuromielite óptica (Doença de Devic)

Um paciente em investigação de baixa de acuidade visual bilateral de evolução rápida associada à fraqueza nos membros inferiores apresentou, no exame de imagem por ressonância magnética, hipersinal nos nervos ópticos e evidência de mielite envolvendo quatro segmentos vertebrais da medula espinhal. Qual dos resultados abaixo reforçaria a principal hipótese diagnóstica?

Anticorpo antiaquaporina 4 positivo

A

A neuromielite óptica (Doença de Devic) caracteriza-se por neurite óptica bilateral associada a mielite transversa. O acometimento visual é tipicamente grave, recorrente e de prognóstico ruim. Pode acometer, além do nervo óptico, também o quiasma e os tratos ópticos. A mielite transversa pode manifestar-se com fraqueza e parestesias em membros, disfunção esfincteriana, e disfunção do sistema nervoso autônomo. A dosagem positiva do anticorpo antiaquaporina 4, associada ao quadro clínico compatível, fecha o diagnóstico para a doença. O tratamento na fase aguda consiste no uso de corticosteroides intravenosos em alta dose, podendo ser utilizada a plasmaferese ou imunoglobulinas intravenosas em casos refratários. Para reduzir recidivas, podem ser utilizadas medicações imunossupressoras.

A baixa dosagem de vitamina B12 seria encontrada em um caso de neuropatia óptica carencial.

A presença do anticorpo antirreceptor da acetilcolina poderia ser encontrada em um caso de Miastenia Gravis

A mutação do DNA mitocondrial poderia ser encontrada em um caso de Neuropatia Óptica Hereditária de Leber.

28
Q

drusas de nervo óptico

aspectos fundoscópico e ultrassonográfico na região do disco óptico

No exame de autofluorescência esta lesão é hiperautofluorescente

A

As figuras dessa questão foram extraídas da apostila Neuro-Ophthalmology, da Academia Americana de Oftalmologia. O aluno deve ficar atento, pois muitas questões de neuro na prova do CBO utilizam essa referência!

As drusas de nervo óptico são depósitos de material amorfo na região pré-laminar da papila. Apresentam-se, geralmente, como concreções arredondadas, irregulares e branco-amareladas, na superfície do disco. Quando localizam-se mais internamente, podem ser confundidas com papiledema, pois produzem elevação do disco com borramento das margens (primeira imagem da questão). A ecografia B (segunda imagem da questão) é um exame útil, especialmente em casos de drusas internas, por demonstrar calcificação localizada profundamente, ao nível da esclera posterior.

No exame de autofluorescencia, drusas de disco demonstram-se hiperautofluorescentes.

pois essa conduta parece referir-se a uma neurite de causa infecciosa, o que não é o caso da questão.

pois a biópsia de artéria temporal é a conduta na suspeita de neuropatia óptica isquêmica anterior, forma arterítica.

pois refere-se a uma conduta utilizada em casos de neurite óptica.

29
Q

neurofibromatose tipo 1

Glioma óptico

A

Na neuroimagem, observamos um tumor fusiforme e de margens bem definidas, na topografia do nervo óptico, sugestivo de glioma óptico. O achado ocular mais frequente em pacientes com neurofibromatose tipo 1 é a presença de nódulos de Lisch na íris (última figura da direita). Outros achados encontrados na síndrome são as manchas café com leite (segunda e terceira figuras). Em pacientes com neurofibromatose tipo 1, a prevalência de glioma óptico varia entre 7,8 a 21%. Em pacientes com glioma óptico, a prevalência de neurofibromatose do tipo 1 chega a ser até 70%. Lembre-se: glioma e NF1, associação batida de prova!

O meningeoma da bainha do nervo óptico, por sua vez, é visualizado à RNM com um espessamento do nervo, com hipersinal em sua periferia, e sinal menos intenso no centro. Isso é chamado de sinal em “trilho de trem”

O hemangioma cavernoso apresenta-se como uma lesão de limites bem definidos, oval ou arredondada, podendo haver heterogeneidade interna e presença de flebólitos em seu interior. Não está associada a achados sistêmicos.

O neurofibroma plexiforme é outra manifestação da Neurofibromatose tipo 1 e se caracteriza por proliferação difusa de células de Schwann na bainha dos nervos. São lesões bem vascularizadas e infiltrativas. Normalmente ocorrem na pálpebra superior, dando um aspecto em S à margem palpebral.

30
Q

Neurite Óptica Isquêmica Anterior (NOIA), forma não arterítica

Perda visual percebida ao acordar pela manhã.

A

Paciente com mais de 50 anos, apresentando perda visual unilateral e indolor, associado à edema de disco e defeito pupilar aferente relativo no olho acometido, e o autor da questão ainda deu a dica de um disco cheio contralateral (disco pequeno, sem escavação). Esse paciente apresenta uma história clássica e exame físico compatível com Neurite Óptica Isquêmica Anterior (NOIA), forma não arterítica. Muitos pacientes com essa doença referem perda visual percebida ao acordar pela manhã.

. A explicação é que a hipotensão noturna possa levar à isquemia da porção anterior do nervo óptico nesses indivíduos.

Essa doença não está comumente associado à parestesia de membros, ou diplopia, ou perda visual subaguda, sendo estas características mais encontradas nos casos de NOIA arterítica.

31
Q

meningeoma da bainha do nervo óptico

Um paciente em investigação de baixa visual unilateral é submetido a exame de imagem por ressonância nuclear magnética (RNM) de órbitas e encéfalo que revelou alteração de sinal sugestiva de perineurite óptica. Qual alternativa melhor representa um diagnóstico diferencial da alteração de sinal evidenciada pelo exame

A

O glioma do nervo óptico apresenta-se, à imagem por RNM, como um alongamento fusiforme do nervo óptico, de margens bem definidas, sendo isointenso em T1 e hiperintenso em T2.

O meningeoma da bainha do nervo óptico, por sua vez, é visualizado à RNM com um espessamento do nervo, com hipersinal em sua periferia, e sinal menos intenso no centro. Isso é chamado de sinal em “trilho de trem”, e é compatível com a alteração sugestiva de perineurite do enunciado

A hipoplasia do nervo óptico é vista na imagem da RNM como afilamento dos nervos ópticos, podendo acometer também o quiasma e outras estruturas, como os hemisférios cerebrais, septo pelúcido, e a hipófise

A Neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica geralmente não cursa com alterações à RNM.

32
Q

Neurite Óptica.

Qual dos pacientes abaixo mais provavelmente apresentaria escotoma cecocentral ao exame de campo visual?

Mulher de 25 anos com perda visual unilateral aguda associada a dor à movimentação ocular.

A

A alternativa A trata de um caso sugestivo de Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior, forma arterítica (secundária à arterite temporal). O escotoma típico dessa doença é o defeito altitudinal.

A alternativa B trata de um caso sugestivo de Síndrome do Pseudotumor Cerebral. Os defeitos comumente associados à essa doença são: aumento da mancha cega e constrição do campo

A alternativa C trata de um caso sugestivo de Neurite Óptica. Os escotomas típicos nesses casos são: escotomas centrais ou cecocentrais

A alternativa D trata de um caso sugestivo de glaucoma. O escotoma típico dessa doença é o escotoma arqueado.

33
Q

hipertensão intracraniana e papiledema

Em pacientes com hipertensão intracraniana e papiledema, qual medida ao exame de OCT- tomografia de coerência óptica é mais adequada para avaliar o dano neural?

Camada de células ganglionares maculares.

A

Questão interessante, cuja resposta encontra-se no volume de Neuro-Oftalmologia da Academia Americana de Oftalmologia.

A camada de fibras nervosas da retina não é um bom parâmetro para o acompanhamento do papiledema. Quando o pacientes está com papiledema, a camada de fibras nervosas está edemaciada. A partir daí, o paciente pode evoluir com resolução do edema ou com atrofia óptica. Em ambos os casos, a camada de fibras nervosas terá uma redução da sua espessura, dificultando a diferenciação do que ocorreu de fato.

Dessa forma, a camada de células ganglionares pode ser útil para diferenciar atrofia óptica da resolução do edema. Caso a redução da espessura da camada de fibras nervosas seja devido à atrofia óptica, a camada de células ganglionares também demonstrará redução em sua espessura. Por outro lado, caso a redução da espessura seja devida à melhora do edema, a camada de células ganglionares permanecerá sem alterações. Portanto,

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Q

Paralisia oculomotora

A

Na paralisia oculomotora a pupila midriática é irresponsiva ao estímulo fotomotor e à acomodação-convergência.

Na pupila tônica de Adie, a pupila é midriática, não responsiva (ou pouco responsiva) à luz, mas responsiva à acomodação-convergência, embora seja tipicamente lenta (dissociação luz-perto)

A pupila de Argyll-Robertson é miótica, não responsiva ao estímulo fotomotor, mas responsiva à acomodação-convergência (dissociação luz-perto).

A pupila na síndrome de Parinaud (lesão mesencefálica) é irresponsiva (ou pouco responsiva) à luz, mas responsiva à acomodação-convergência (dissociação luz-perto).

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Q

oftalmoplegia crônica externa progressiva

Ptose palpebral.

A

A oftalmoplegia crônica externa progressiva é uma doença que já fala tudo o que ela é no próprio nome. Ela cursa com uma paralisia lentamente progressiva, bilateral e simétrica dos músculos extraoculares, incluindo o levantador da pálpebra, levando à uma ptose palpebral, sendo esta inclusive frequentemente a apresentação inicial da doença, podendo preceder a oftalmoplegia em anos

A ptose nesses pacientes geralmente é fixa, e não variável ao longo do dia como na Miastenia Gravis. Como o acometimento é bilateral e simétrico, a maioria dos pacientes não refere diplopia.

Anisocoria e atrofia óptica não fazem parte do quadro clínico desses pacientes.

É a mais comum das miopatias mitocondriais e o exame histopatológico da biópsia de músculo desses pacientes demonstra tipicamente fibras ragged red.