Neurooftalmologia Flashcards
Via do reflexo fotomotor (aferente )
Via aferente: fotorreceptores > células bipolares > células ganglionares > nervo óptico > quiasma (decussam parcialmente) > trato óptico > mesencéfalo > núcleo pré-tectal do mesencéfalo (decussam) > ambos os núcleos acessórios do nervo oculomotor (núcleos de Edinger-Westphal)
Via do reflexo fotomotor ( via eferente)
Via eferente: núcleo acessório do oculomotor > nervo oculomotor > ramo inferior do oculomotor > fibras parassimpáticas pré-ganglionares > gânglio ciliar > nervos ciliares curtos > músculo esfíncter da pupila.
cirurgia bariátrica
é uma importante causa de deficiência de vitamina B12.
Os motivos são: acloridria, consumo reduzido de alimentos que são fonte dessa vitamina, como carne e leite, e redução na secreção do fator intrínseco (produzido pelas células parietais do estômago), que é necessário para a absorção da vitamina
neuropatia óptica carencial,
O quadro clínico típico é de uma baixa visão bilateral (raramente pior que 20/400), simétrica, indolor e lentamente progressiva.
Ao exame, nas fases iniciais podemos não encontrar alterações, mas na fase crônica, esperamos encontrar atrofia óptica mais evidente na região temporal do disco associada a atrofia no feixe papilomacular.
O campo visual revela escotoma central ou cecocentral bilateral e simétrico. Exames laboratoriais como hemograma, dosagem de B12 e ácido fólico podem ser importantes.
O tratamento pode reverter a perda visual, observando-se melhora do campo visual.
O esquema de reposição da vitamina B12 é feito através da injeção intramuscular ou subcutânea de hidroxicobalamina (1000 mg/dia por 7 dias, seguidos por 1000mg/semana, e após, 1000 mg/mês até remissão completa, ou indefinidamente.
neuropatia óptica hereditária de Leber (NOHL),
Na fase aguda
caracteristicamente encontramos edema da camada de fibras nervosas, hiperemia de disco, pseudoedema de papila e vasos telangiectásicos peripapilares.
Tipicamente ocorre em homens jovens e a herança é materna (mitocondrial). Após a fase aguda, que pode durar de semanas a meses, surge atrofia da camada de fibras nervosas e atrofia óptica, inicialmente temporal, podendo ocorrer aumento da escavação do disco. A maioria dos pacientes evoluem com perda visual permanente, porém, alguns pacientes conseguem recuperar ao menos parcialmente a visão.
As mutações mais comuns estão nas posições 11778 (mais frequente), 3460 e 14484. A melhora espontânea ocorre mais frequentemente naqueles portadores da mutação 14484. Sim, é importante saber esses números, pois já foram cobrados em prova!
Essa patologia se caracteriza por grave baixa visual, indolor, de rápida progressão, associada a escotomas centrais ou cecocentrais densos, acometendo inicialmente um olho, sendo o segundo olho acometido em até 1 ano após a abertura do quadro.
Não há um tratamento estabelecido para NOHL, mas podem ser usados succinato, coenzima Q, L-carnitina, vitaminas K1, K3, C, B12, folato, tiamina, idebenona e alfa-tocotrienol quinona.
anisocoria fisiológica
a diferença entre as pupilas se mantém tanto no claro, quanto no escuro
a diferença entre as pupilas se mantém tanto no claro, quanto no escuro
paralisia completa do terceiro par craniano
a anisocoria é maior no claro
O que esperamos que aconteça com as pupilas no claro? Que elas se contraiam. Mas uma delas está paralisada, e, por isso, não vai se contrair.
Por isso, nesses casos, a anisocoria fica mais nítida no claro. No escuro, espera-se que ambas estejam mais dilatadas mesmo, então não vai ter tanta diferença entre elas.
síndrome de Horner
a anisocoria é maior no escuro
Já que a pupila não dilata tanto quanto a pupila normal.
É só pensarmos que, no escuro, esperamos que ambas as pupilas se dilatem. Só que, nesse caso, uma delas não consegue fazer isso, levando à diferença mais nítida entre os tamanhos das pupilas. No claro, ambas as pupilas vão estar contraídas, e então a anisocoria fica menos evidente
síndrome de Adie
a anisocoria é maior no claro,
a anisocoria é maior no claro, já que essa pupila não reage ao estímulo luminoso
quando esperaríamos que ela se contraísse. Dessa forma, a assimetria entre as pupilas fica mais nítida no claro, a não ser que a doença seja bilateral
Pie in the sky
lesão em lobo temporal.
Como lembrar disso? Vamos pensar na anatomia, é claro! Primeiramente, sabemos que a lesão de campo visual é espelhada, em relação à localização da lesão anatômica. Ou seja, como o lobo temporal é mais inferior no cérebro, sua lesão no campo é mais superior (in the sky = no céu).
. O termo “pie” (torta) deve-se ao formato da lesão no campo visual.
Pie on the floor
lesão em lobo parietal.
. O termo “pie” (torta) deve-se ao formato da lesão no campo visual.
Como lembrar disso? Vamos pensar na anatomia, é claro! Primeiramente, sabemos que a lesão de campo visual é espelhada, em relação à localização da lesão anatômica.
O lobo parietal é mais superior, portanto, sua lesão no campo é inferior (on the floor = no chão).
hemianopsia homônima contralateral
Lesões no lobo occipital
Lesões quiasmáticas
classicamente cursam com hemianopsia bitemporal.
Paralisia supranuclear progressiva
é uma doença degenerativa do tronco encefálico, que acomete idosos e se caracteriza por distúrbios do tônus e postura, levando a quedas, retardo mental, dificuldade de deglutição e fala.
A alteração da motilidade ocular geralmente está presente no início da doença, mas nem sempre detectada.
Essa doença é geralmente fatal em até 6 anos do início, normalmente por pneumonia aspirativa. A alteração motora inicial é das sacadas verticais e fases rápidas, sobretudo infraversões, evoluindo eventualmente para a perda total da refixação voluntária vertical.
Isso leva à dificuldade com atividades que exigem a visão de perto (leitura, alimentação), sendo necessário óculos monofocais para perto (ao invés de multifocais ou bifocais, que tem uma área menor para perto), ou mesmo prismas de base inferior.
Os movimentos horizontais também são acometidos, de forma que, com a progressão da doença, pode haver uma oftalmoplegia completa. As pálpebras também podem apresentar alterações (blefaroespasmo, apraxia da abertura e fechamento palpebral, retração palpebral, lid lag).
pupila tônica de Adie
Está associada frequentemente à disfunção do gânglio ciliar
Paciente em investigação de anisocoria, apresenta o exame semiológico abaixo: A-pupila em luz ambiente; B-após estímulo luminoso; C-após esforço acomodação/convergência. Considerando a principal hipótese diagnóstica com base no exame semiológico abaixo, assinale a alternativa correta:
Na figura A observamos uma anisocoria, em que o olho direito está com a pupila maior que a do olho esquerdo. Na figura B, vemos que essa pupila não reage bem ao estímulo luminoso. Na figura C, vemos que a pupila se contrai após esforço de acomodação/convergência. Ora, essas são as características clássicas da pupila tônica de Adie! Nessa doença, a pupila é midriática, não responsiva (ou pouco responsiva) à luz, mas responsiva à acomodação-convergência (dissociação luz-perto), embora essa resposta seja tipicamente lenta
A lesão causadora dessa doença está no gânglio ciliar ou nervos ciliares curtos (lesão parassimpática pós ganglionar)
Pacientes com pupila tônica de Adie frequentemente apresentam reflexos tendinosos profundos ausentes.
Tumor de ápice pulmonar está classicamente associado à síndrome de Horner (tumor de Pancoast)
Meningeoma
Paciente com suspeita de lesão de nervo óptico, apresenta os exames de imagem a seguir por ressonância nuclear magnética (A) e tomografia computadorizada sem contraste (B). Qual a principal hipótese diagnóstica com base nas imagens apresentadas?
Na imagem A (RNM) notamos uma alteração no nervo óptico esquerdo, que apresenta-se com uma lesão hiperintensa na periferia do nervo, mas menos intensa no centro. O nervo apresenta um espessamento tubular e delimitado. A lesão está acometendo inclusive a porção intracanalicular.
Na imagem B (TC sem contraste), notamos que a lesão tem densidade semelhante à dos ossos da órbita, o que sugere que ela esteja calcificada.
O meningeoma da bainha do nervo óptico, é visualizado à RNM com um espessamento do nervo, com sinal hiperintenso em sua periferia e sinal menos intenso no centro. Isso é chamado de sinal em “trilho de trem” e é compatível com a alteração encontrada nas imagens. A calcificação na TC é útil para se estabelecer o diagnóstico diferencial com o glioma de nervo óptico, visto que 20-50% dos meningeomas apresentam calcificação ou hiperostose (segundo o CBO) e o glioma raramente apresenta calcificação.
O hemangioma cavernoso se apresenta à TC como uma lesão ovalada, bem delimitada e hipo ou isodensa
Em casos de linfoma, os exames de imagem revelam aumento da espessura e hiperintensidade do nervo, mas não apresenta tipicamente o sinal do trilho de trem e calcificação, deixando essa hipótese menos provável.
A neurite óptica demonstra o hipersinal do nervo, mas não apresenta espessamento, portanto, essa não é a principal hipótese