Pediatria Flashcards

1
Q

Para onde drenam os seios maxilares, frontal e etmoidal anterior?

A

Abaixo do corneto médio

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2
Q

O que drena para o corneto inferior?

A

Ducto nasolacrimal

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3
Q

O que drena para o corneto superior?

A

Seio esfenoidal e etmoidal posterior

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4
Q

Que estrutura se comunica com a nasofaringe por meio da tuba auditiva (trompa de eustáquio)?

A

Cavidade timpanica

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5
Q

Qual a porção mais estreita da via aérea superior de crianças <10 anos?

A

Cricoide

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6
Q

Otite média aguda, sinusite e faringite bacteriana são complicações do resfriado comum
V ou F

A

F
Faringe bacteriana não é uma complicação do resfriado comum

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7
Q

Principais vírus associados ao resfriado comum

A

RINOVÍRUS (muito comum)
Coronavírus (comum)
VSR (ocasional)
Metapneumovirus (ocasional)
Influenza (incomum)
Parainfluenza 1 a 4 (incomum)
Adenovirus (incomum)
Enterovirus (incomum)

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8
Q

Qual a potencial via de transmissão do RINOVÍRUS, VSR e Influenza?

A

Contrato direto: rinovirus e vsr
Via inalatória: influenza

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9
Q

Qual a principal complicação bacteriana do resfriado comum? Cite outras também

A

Principal: Otite média aguda
Sinusite
Pneumonia
Piora da asma

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10
Q

Principais vírus causadores de faringoamigdalite

A

Adenovirus (causador da febre faringoconjuntival, conjuntivite do tipo folicular)
Coronavírus
Enterovirus
Rinovirus
VSR
EBV (mononucleose infecciosa)
HSV

Obs.: cocksackie (agente da herpangina)

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11
Q

Principais bacterias causadoras de faringoamigdalite

A

Estreptococo beta hemolítico do grupo A de Lancefield (pyogenes) - 5-15 anos

Menos comum:
Streptococcus grupo C, mycoplasma pneumonie, arcanobacterium hemolyticum

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12
Q

Agente infeccioso que deve ser considerado em caso de faringite com membranas acinzentadas nas amígdalas e pilares

A

Corynebacterium diphtheriae

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13
Q

Qual doença associada às manchas de Koplik?

A

Sarampo

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14
Q

O que é a síndrome de Lemierre?

A

Complicação da Faringite provocada pelo fusobacterium necrophorum
Caracterizada por trombloflebite da veia jugular interna com êmbolos pulmonares sépticos, causando infiltrados pulmonares e hipóxia

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14
Q

O que é a síndrome de Lemierre?

A

Complicação da Faringite provocada pelo fusobacterium necrophorum
Caracterizada por trombloflebite da veia jugular interna com êmbolos pulmonares sépticos, causando infiltrados pulmonares e hipóxia

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15
Q

No que resulta a administração equivocada de ampicilina em um caso de faringoamigdalite por EBV?

A

Exantema maculopapular (90%)

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16
Q

Achado clínico de maior consistência para diagnóstico de faringoamigdalite por estreptococos

A

Vermelhidão de amígdalas e pilares
Exsudato (ou não)
Petequias em palato mole

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17
Q

Agente associado à escarlatina

A

Streptococcus pyogenes produtor de Toxina eritogênica

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18
Q

O uso de ATB no tto de faringoamigdalite por streptococcus pyogenes é fundamental, uma vez que previne a ocorrência de febre reumática de GNDA
V ou F

A

F
Não previne GNDA
Previne FR se usada nos primeiros 9 dias de infecção

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19
Q

Principais complicações da Faringite estreptococica

A

Agudas:
Abscessos peritonsilares
Escarlatina
Ulcerações amigdalianas
Síndrome do choque toxico estreptococico

Cronicas
Febre reumática
GNDA

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20
Q

Critérios d e indicação de amigdalectomia por casos de amigdalite de repetição

A

7 episódios no ano
5 episódios anuais nos últimos dois anos
3 episódios anuais nos últimos 3 anos
Todas sendo necessário uso de ATB

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21
Q

Qual a consequência de aleitamento artificial na incidência de OMA?

A

Aumenta

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22
Q

Agentes etiológicos mais comuns da OMA?

A

S pneumonie (30-50%)
H influenzae não tipavel (25-30%)
M catarrhalis (10-15%)
Perfil pode estar mudando (redução de S pneumonie pela vacina)

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23
Q

Principal fator predisponenete de OMA

A

Resfriado comum

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24
Qual o dado mais específico para diagnóstico de OMA?
Abaulamento visto na otoscopia
25
No que consiste a meringite bolhosa
Forma incomum de OMA Bolhas e eritema na membrana timpanica
26
Como fazer o diagnóstico clínico de uma OMA?
Otorreia purulenta Ou Sinais de efusão (alteração de cor da Memb timp, opacificação, mobilidade reduzida) + sinais de inflamação (abaulamento, otalgia, eritema intenso da membrana timpan)
27
Quando indicar ATB na OMA?
6 meses a 2 anos - Otorreia - sintomas graves (Toxemia, otalgia persistente - >48hrs- febre alta) - bilateral - unilateral (considerar observação) > 2 anos Otorreia Sintomas graves Bilateral (considerar observação)
28
Tto ATB na OMA
Amoxicilina Amoxi/clavula Ceftriaxone (se amoxi nos últimos 40 dias)
29
Definição de OMC
Persistência dos sinais de otite média por mais de 3 meses
30
Indicações de cx na OMC
OMC secretora com hipoacusia > 25db por mais de 6 meses ou bilateral por mais de 3 meses OMC supurativa ou colesteatomatosa
31
O que Caracteriza a síndrome de Gradenigo
OMA secretora Paralisia do olhar lateral por comprometimento do VI NC Dor orbitaria ipsilateral (comprometimento do ramo oftalmo do trigêmeo)
32
Descreva a idade em que ocorre a pneumatização dos seios da face
Nascimento: etmoidais 4 anos: maxilares 5 anos: esfenoidais 7-8 anos: frontais
33
AE mais comuns de rinosinusite
S pneumonie (30%) H influenzae (20%) Moraxella catarrhalis (20%) Subaguda prolongada ou crônica: S coagulase negativo S aureus Streptococcus alfa hemolítico Anaeróbios
34
Manifestações clínicas da rinosinusite em crianças < 5 anos
Tosse persistente (10-14 dias. Piora em posição supina) Secreção nasal purulenta por mais de 3-4 dias Não costumam apresentar dor facial, cefaleia, edema e sensibilidade à percussão da face
35
Quando a radiografia dos seios da face não deve ser solicitada?
Crianças menores de 5 anos Obs.: há controvérsias quanto sua indicação em crianças > 5 anos com suspeita clínica Em adolescentes e adultos costuma ser solicitada
36
Achados radiográficos compatíveis com sinusite e incidências
Espessamento mucoso (> 4 mm) Opacificação do seio Nível hidroaéreo Incidência de Caldwell (frontonaso): seios etmoidais e frontal Incidência de Waters (mentonaso): maxilares Incidência lateral (perfil): seios esfenoidal e frontal Incidência axial: paredes posterolaterais dos seios maxilares
37
Quando realizar aspiração dos seios paranasais para identificação microbiológica?
Imunossuprimidos Complicações Infecção não responsiva ao ATB
38
O caracterize a síndrome de Kartagener
Sinusite de repetição Situs inversus Bronquiectasias
39
Tto da rinosinusite bacteriana
Amoxicilina Em alérgicos (cefuroxima, outras cefalos de 2a, levofloxacino) Amoxi/clavu em < 2 anos, creche ou ATB nos últimos 3 meses
40
Tto da rinosinusite frontal
ATB parenteral nos primeiros dias Ceftriaxone Após controle, via oral
41
Complicações da rinosinusite bacteriana
- Celulite periorbitária (a partir do seio etmoidal) - Celulite orbitaria (etmoidal) - infecção do SNC
42
AEs mais comuns de crupe (afeccoes infraglóticas)
Vírus Parainfluenza 1, 2 e 3 (75%) Adenovirus VSR Influenza
43
AEs mais comuns de laringotraqueite infraglótica
Complicação de quadro vira S aureus H influenzae Moraxella catarrhalis
44
AEs mais comuns de epiglotite
S pyogenes S pneumonie S aureus
45
Manifestações clínicas da crupe
Estridor inspiratório leve ao início evoluindo para continuo e piora da tosse, rouquidão, batimento da asa do nariz e retracies supra, sub e intercostais Piores a noite Tríade diagnóstica: tosse metálica + rouquidão + estridor
46
O que é o sinal da torre?
Estreitamento da via aérea infraglóticas visto na radiografia
47
Padrão ouro para diagnóstico de epiglotite
Visualização de uma epiglote vermelho-cereja, grande, edematosa pela laringoscopia
48
Qual ato do exame físico deve ser evitado em uma caso de epiglotite?
Usar abaixado de língua para inspeção de orofaringe Risco de laringoespasmo reflexo Posição supina
49
Sinal radiológico visto na epiglotite
Sinal do polegar: edema de epiglote
50
Qual a causa mais comum de obstrução da VAS?
Laringotraquebronquite
51
Quando indicar profilaxia em contactantes de uma caso de epiglotite causada por haemophilus? É qual ATB usar?
Contactantes intradomiciliares sem vacinação completa Imunocomprometidos Rifampcina VO por quatro dias
52
Definição de bronquite crônica
Tosse produtiva por três meses/ano ou mais durante no mínimo 2 anos
53
O que é a bronquiolite?
Infecção, principalmente viral e em menores de 24 meses, que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores
54
Qual a causa mais comum de internação em lactentes?
Bronquiolite
55
AEs da bronquiolite
VSR (50%) Parainfluenza Adenovirus 7e 21 (agente de bronquiolite obliterante) Mycoplasma pneumonie
56
Exame físico de um quadro de bronquiolite
Sibilos (inspiratórios ou mistos), prolongamento do tempo expiratorio Taquipneia Batimento da asa do nariz Retracoes costais
57
Pcts em maior risco de desenvolvimento de bronquiolite grave
Prematuros < 32 sem Broncodisplásicos Cardiopatas Lactentes < 3 meses Saturação O2 < 95% FR repouso > 70 Hiperinsuflacao
58
Ddx bronquiolite
Asma Coqueluche Fibrose cistica Cardiopatias congênitas DRGE Pneumonia bacteriana
59
Tto da bronquiolite
Viral aguda: Suporte Cabeceira elevada a 30% O2 se Hipóxia Hidratação venosa Anti viral (ribavirina. Cardiop congênita é doença pulmonar crônica da prematuridade) Prevenção com palivizumab (prematuros com doença pulmonar crônica da prematuridade e algumas cadiop congênitas) Nebulização com salina hipertonica
60
Espirometria da bronquiolite obliterante
Distúrbio ventilatorio obstrutivo crônico
60
Espirometria da bronquiolite obliterante
Distúrbio ventilatorio instrutivo crônico
61
Patrão ouro de diagnóstico de bronquiolite obliterante
Biópsia
62
Tto bronquiolite obliterante
Corticoides, imunomoduladores, ciclosporina aerossol...
63
Órgão que, em crianças pequenas, pode ser confundido com uma consolidação à radiografia
Timo
64
AE mais associado a um quadro de broncopneumonia que com frequência causa pneumatoceles e derrame pleural
S aureus
65
AE mais associado a um quadro de pneumonia intersticial
Vírus Mycoplasma
66
Classe de AEs mas comuns em pneumonias em crianças nos primeiros dois anos? E AE específico?
Vírus (62%) S pneumonie (37%) VSR (29%) Rinovirus (24%)
67
Etiologia mais frequente de pneumonia bacteriana no primeiro mês de vida
S aureus (23%) S pyogenes (20%) E coli (18%) Streptococcus do grupo B (predomina nos 1° 3 dias de vida)
68
Quais são os agentes da pneumonia afebril do lactente que devem ser lembrados principalmente nos pcts com 1-3 meses?
C trachomatis Ureaplasma urealyticum VSR
69
Idade de incidência máxima de pneumonia em crianças
2-3 anos
70
Causa mais comum de derrame pleural em pneumonia bacteriana
S pneumonie
71
AE da pneumonia de Eaton
Mycoplasma pneumonie
72
AE mais comum de síndrome torácica aguda i fecciosa em falcêmicos
Mycoplasma pneumonie
73
Por que em recém nascidos (<28 dias) se prefere Cefotaxima em vez de Ceftriaxone?
Pq Ceftriaxone desloca a bilirrubina da albumina, podendo causar o kernicterus
74
Quando em neonato com < 2 meses deve ser internado para tratamento de pneumonia?
Sempre
75
A vacinação para choque confere imunidade duradoura V ou F
F Títulos de anticorpos começam a cair após 3-5 anos e são inexistentes após 10 anos
76
Quais as fases da coqueluche e em qual delas há mais transmissibilidade?
1- fase catarral (1-2 sem.) - período de maior transmissibilidade 2 - fase paroxística (2-6 semanas) - intensificação da tosse e desaparecimento do catarro Fase de convalescença (2-6 semanas) desaparecimento dos paroxismos de tosse e aparecimento de tosse comum Lactentes < 3 meses não costumam apresentar essas fases clássicas
77
Indicações de drenagem torácica fechada sob selo d'agua
- desconforto respiratório - empiema ou pus macroscópico - pH < 7,2 - glicose < 50 mg/dl - gram e/ou cultura indicando presença de infecção
78
Diagnóstico laboratorial da coqueluche
Cultura Pcr
79
Agentes que podem causar uma síndrome coqueluchoide
Bordetella parapertussis Mycoplasma pneumonie Chlamydia trachomatis Clamydophilla pneumonie Adenovirus 1, 2, 3 e 5
80
Tto da coqueluche
Macrolideos (se contraindicados, SMX-TMP) Azitromicina por 5 dias
81
Quimioprofilaxia da coqueluche
Comunicantes < 1 anos (independentemente de vacina) < 7 anos não vacinados, vacina desconhecida, menos de 4 doses de dpt/dtpa >/= 7 anos Quimioprofilaxia = esquema terapêutico
82
Nobqie consiste a prega de Dennie Morgam?
Dupla prega infra orbital Associada à renite alérgica
83
Definição de síndrome de morte súbita do lactente
Morte de um lactente com 29 dias a 2 anos de idade de forma súbita e inexplicada pela HMP e pelo exame post morten
84
Principal fator associado à SMSL?
Tabagismo
85
Principais AEs da mioperucardite aguda em crianças
Coxsackie virus Outros Enterovirus Adenovirus Parvovírus Ebv Cmv
86
Característica mais comum do leucograma em casos de coqueluche
Leucocitose com linfocitose
87
Descreva a síndrome hiperinfecciosa em crianças
Causada pela transformação de grande quantidade de formas larvarias do strongyloides stercoralis em formas infectantes do TGI, levando a autoinfecção Em imunocompetentes se observa eosinofilia Tto com ivermectina (ou tiabendazol)
88
Caracterize a faringite exsudativa aftosa
Caracterize por: febre + odinofagia + exsudato/aftas em mucosa + linfadenomegalia cervical recorrência (cada 2-12 semanas) e periodicidade (PFAPA - periodic fever, aphtoud stomatitis, pharyngitis adenitis) Tto: prednisona
89
Descreva a classificação do RN em relação ao seu peso
RN com peso normal: De 2.500 g até 3.999 g. RN com baixo peso ao nascer: Menos de 2.500 g. RN com muito baixo peso ao nascer: Menos de 1.500g. RN com extremo baixo peso ao nascer: Menos de 1.000 g. RN de tamanho excessivamente grande: ≥ 4.500 g.
90
Descreva a classificação do peso em relação à idade gestacional
Adequado para a Idade Gestacional (AIG): Entre os percentis 10 e 90. Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): Abaixo do percentil 10. Grande para a Idade Gestacional (GIG): Acima do percentil 90.
91
Classificação de 1ª e 2ª infância, período escolar e adolescência
Primeira infância (lactentes): 29 dias até 2 anos incompletos. Segunda infância (pré-escolares): 2 anos até 6 anos incompletos. Escolar: 6 anos até 12 anos incompletos. Adolescência: Organização Mundial de Saúde (OMS): 10 a 19 anos. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): 12 a 18 anos
92
Descreva os 3 grupos de CIUR
- Tipo I – Simétrico (10 - 20%) Processo de doença atua sobre o feto desde o início da gravidez. Geralmente o agente agressor está intrinsecamente relacionado ao bebê, interferindo sobre ele desde a embriogênese (síndromes genéticas, malformações, infecções congênitas, radiação e drogas) - Tipo II - assimétrico (75%) É aquele em que o processo de doença atua a partir do 3º trimestre de gravidez, na fase de aumento de volume celular (hipertrofia). Cabeça e os membros relativamente poupados. Causas: doenças que cursam com insuficiência placentária (ex.: cardiopatia, nefropatia, pneumopatia maternas, hipertensão, colagenoses, diabetes, tabagismo, cocaína); e, em menor grau, doenças intrínsecas fetais - Tipo Intermediário (10%) É aquele em que o agente agressor age no 2º trimestre de gravidez, afetando tanto a fase de hiperplasia quanto de hipertrofia. Assim, produz-se um feto com tamanho desproporcionado, mas de modo menos marcante que no tipo I. Sua identificação clínica é bastante difícil. As principais causas são o álcool, tabagismo e determinados fármacos
93
Qual é escore de avaliação de idade gestacional mais utilizado em prematuros e neonatos a termo?
New Ballard
94
Causas mais comuns de RN instável (necessidade de reanimação)
1. RN em sofrimento fetal agudo (ex.: bradicardia, desacelerações) 2. RN prematuros (especialmente aqueles com peso < 1.000 g), pós-maturidade ou alto peso de nascimento (> 4,5 kg) 3. Gestações múltiplas 4. Líquido amniótico meconial 5. Trabalho de parto prolongado 6. Uso de narcóticos opioides pela mãe nas últimas 4h (incluindo drogas anestésicas) 7. Malformações congênitas (destaque para atresia de coanas, síndrome de Pierre- -Robin e hérnia diafragmática)
95
A presença de acrocianose (cianose de extremidades) não é indicativa de hipóxia, podendo ser resultado apenas da exposição ao ar frio. Portanto, nenhuma medida de reanimação é necessária, nem mesmo oxigênio inalatório V ou F
V
96
Quando o feto ou o RN sofre privação de oxigênio, no período inicial, nota-se a presença de movimentos respiratórios rápidos. Se a asfixia persiste, cessam os movimentos respiratórios, a frequência cardíaca começa a cair, o tônus muscular diminui progressivamente e o RN entra em um período de apneia (apneia secundária). A administração de oxigênio suplementar e o estímulo tátil, durante a apneia primária, levam ao reinício da respiração espontânea. V ou F
F (apneia primária)
97
Caracterize o período de apneia secundária do RN
Se a asfixia persistir, o RN desenvolve movimentos respiratórios profundos, semelhantes a suspiros (gasping), a frequência cardíaca continua a cair e o paciente torna-se flácido. Os movimentos respiratórios tornam-se cada vez mais fracos, até o último suspiro, quando o RN entra em um novo período de apneia, agora apneia secundária. Nesta fase, o RN não responde à estimulação tátil e não reinicia a respiração espontaneamente. A reanimação com ventilação assistida deve ser iniciada imediatamente.
98
PASSO A PASSO PARA SALA DE PARTO DE NEONATO DE ALTO RISCO (≥ 34 semanas)
1. Mesa de reanimação com fonte de calor radiante. 2. 30 segundos para:  Prover calor.  Posicionar cabeça em leve extensão (às vezes, pode ser necessário uso de coxim abaixo dos ombros).  Aspirar boca e narinas se necessário (sonda nº 8-10 com pressão máxima de 100 mmHg).  Secar. 3. 30 segundos para:  Avaliar FC (estetoscópio no precórdio por 6s x 10) e respiração (choro ou expansão da caixa torácica).  Se apneia, respiração irregular e/ou FC < 100 bpm, um profissional inicia a VPP e o outro fixa três eletrodos (braço direito, braço esquerdo e coxa anterior) do monitor cardíaco e oxímetro de pulso (pulso radial direito).
99
Descreva a técnica de ventilação em RNs > 34 semanas
 Máscara facial + Balão: frequência 40-60/min (“aperta/solta/solta”), pressão inspiratória de 20 cm H2O (máx. 30-40 cm H2O).  Máscara facial + Ventilador mecânico manual em T: frequência de 40-60/min (“oclui/ solta/solta”), fluxo (5-15 L/min), pressão máxi-ma (30-40 cm H2O), pressão inspiratória (20 cm H2O), e PEEP (5 cm H2O).
100
Indicação de ventilação em RN > 34 semanas
 Resp. irregular/apneia, e/ou FC < 100 bpm: iniciar VPP.
101
Conduta após 30s de VPP com máscara facial + balão
♦ Respiração regular e FC > 100 bpm: suspender o procedimento. ♦ Respiração irregular, apneia e/ou FC < 100 bpm: ○ Corrigir a técnica da VPP. ○ Avaliar a necessidade de oxigênio suplementar conforme a saturação: □ 5 minutos: 70-80%. □ 5-10 minutos: 80-90%. □ > 10 minutos: 85-95%. ○ Intubação orotraqueal: VPP prolongada com técnica adequada.
102
Em relação à IOT em RN > 34 semanas, descreva a indicação, sinais de posicionamento correto, e conduta após 30
 Indicações: VPP ineficaz com máscara + balão, necessidade de MCE e hérnia diafragmática. ♦ Duração da tentativa: 30s. ♦ Sinais de posicionamento correto: aumento da FC, ausculta das axilas, tórax e estômago ou capnografia. ♦ Após 30s de VPP com cânula traqueal: ○ Resp. regular e FC > 100 bpm: extubação e titula o oxigênio. ○ Resp. irregular e/ou FC < 100 bpm e/ou SaO2 abaixo dos níveis desejados: □ Corrigir a técnica. □ Aumentar a FiO2 60-100%. □ Se FC < 60 bpm: MCE. OBS.: MCE - massagem cardíaca externa
103
Descreva a técinica de MCE em RN > 34 semanas
 1/3 inferior do esterno, deprimindo 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax.  Técnica polegar: polegares no terço inferior do esterno e restante dos dedos abraçando o tórax por trás. Esta técnica permite maior pico sistólico e maior perfusão coronariana.  Técnica dois dedos: compressão do terço inferior do esterno utilizando-se o dedo índice e médio.  Relação de 3:1 (3 compressões: 1 ventilação).  Relação de 15:2 (15 compressões: 2 ventilações): apenas para pacientes internados em UTI cuja origem da PCR é cardíaca (cardiopatias congênitas).
104
Indicação de MCE e conduta após 60s em RN > 34 semanas
Indicação: VPP com cânula traqueal, técnica adequada, FiO2 100%, FC < 60 bpm, após 30s  Após 60s de MCE (avaliar a FC pelo monitor cardíaco). ♦ FC > 60 bpm: interrompe-se a MCE. ♦ FC > 100 bpm e resp. regular: interrompe- -se a MCE e a ventilação. ♦ FC < 60 bpm: □ Corrigir a técnica da ventilação e MCE. □ Cateterismo umbilical e adrenalina.
105
Indicações e técnica do uso de adrenalina em RN > 34 semanas
Indicação: VPP com cânula traqueal com FiO2 100% + MCE com técnica adequada e FC < 60 bpm após 60s. Técnica  Medicações: adrenalina e SF 0,9%. Bicarbonato de sódio, naloxone, atropina, albumina e vasopressores não são recomendados. - Veia umbilical: cateter 1-2 cm após o ânulo. Usar adrenalina diluída (1 ml de adrenalina + 9 ml de SF = solução de 1:10.000) e usar 0,1-0,3 ml/kg EV a cada 3-5 minutos junto com SF 0,9% (10 ml/kg), lentamente em 5-10 minutos. - Via traqueal: apenas para adrenalina diluída na dose de 0,5-1 ml/kg IT, uma única vez, enquanto se aguarda o acesso da veia umbilical.
106
Todo prematuro abaixo de 34 semanas fará os passos iniciais da estabilização na mesa de reanimação, tendo nascido vigoroso ou deprimido. V ou F
V
107
Indicação de VPP e conduta após 30s em RN < 34 semanas
- Resp. irregular/apneia, e/ou FC < 100 bpm: iniciar VPP com máscara facial + ventilador manual em T.  Após 30s de VPP com máscara facial + balão: ♦ Respiração regular, FC > 100 bpm e SaO2 adequada: transporte à UTI Neo. ♦ FC > 100 bpm, mas desconforto respiratório ou SaO2 inadequada: CPAP na SP (sala de parto) ♦ Respiração irregular/apneia/gasping e/ou FC < 100 bpm: corrigir a técnica e, se não houver melhora, intubação orotraqueal.
108
3 perguntas fundamentais sobre o RN a serem respondidas imediatamente após o nascimento
A termo? Respirando/chorando? Com tônus?
109
Conduta na hérnia diafragmática congênita
A conduta preconizada é a intubação orotraqueal imediata com VPP e oxigenação + sonda de aspiração gástrica
110
A menos que exista alguma indicação obstétrica, fetos com gastrosquise deverão nascer a termo e por parto vaginal V ou F
V
111
Conduta na sala de parto em caso de RN com gastrosquise
− Mesa de reanimação com fonte de calor radiante. − As vísceras deverão ser envoltas em uma bolsa plástica com soro fisiológico ou, na sua falta, em filme plástico estéril. Não sendo possível nenhuma das duas opções acima, envolver as vísceras em compressas estéreis embebidas com SF 0,9% morno. − Sonda orográstrica para descomprimir o estômago. − Hidratação venosa o mais rápido possível, com uma taxa hídrica 50% maior que a habitual. − Iniciar ampicilina + gentamicina.
112
Conduta em caso de atresia de coanas bilateral
IOT (no RN s respiração é exclusivamente nasal)
113
Quando realizar coleta para o teste do pezinho?
O momento ideal para a coleta do Teste do Pezinho é entre o 3º e o 5º dia de vida, nunca antes de 48 horas de amamentação e nunca superior a 30 dias
114
Quais são as doenças avaliadas no teste do pezinho
• Fenilcetonúria (5/100.000): através da medida da fenilalanina no sangue do papel-filtro. • Hipotireoidismo congênito (52/100.000): através da medida do TSH ou T4 e TSH. • Doença falciforme e outras hemoglobinopatias (26/100.000): através de eletroforese de hemoglobina por Focalização Isoelétrica (FIE) ou Cromatografia Líquida de Alta Resolução. • Fibrose cística (30/100.000): através da medida de tripsinogênio imunorreativo em sangue do papel-filtro (Acredita-se que o aumento da tripsina sérica seja secundário ao refluxo de secreção pancreática provocado pela obstrução dos ductos no pâncreas.) • Hiperplasia adrenal congênita (5/100.000): através da dosagem da 17-OH-progesterona no sangue do papel-filtro. • Deficiência de biotinidase: através da dosagem da atividade da enzima biotinidase no sangue do papel-filtro
115
Cerca de 90% das perdas auditivas são decorrentes de causas genéticas, e 30% destas são do tipo não sindrômico, isto é, não identificáveis ao exame morfológico. V ou F
F Cerca de 50% das perdas auditivas são decorrentes de causas genéticas, e 70% destas são do tipo não sindrômico, isto é, não identificáveis ao exame morfológico.
116
– Asfixia (APGAR < 6 no quinto minuto). – História familiar de surdez congênita. – Infecção TORCHS. – Hiperbilirrubinemia (> 15 mg/dl no a termo, e > 12 mg/dl no pré-termo). – Sepse/meningite. – Hemorragia intraventricular. – Convulsões. – Anomalias craniofaciais. – Espinha bífida. – Cromossomopatias. – Drogas ototóxicas. – Peso nascimento < 1.500 g. – Ventilação mecânica > 5 dias. Todas essas condições aumentam o risco de...
perda auditiva
117
Quais os testes de triagem auditiva disponíveis?
1. Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA): é feito com o sono natural do bebê, colocando- -se um fone externo ao seu ouvido; consiste na emissão de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno (eco), sendo registrado no computador e confeccionado um gráfico. Avalia apenas o sistema auditivo pré-neural, ou seja, sistema de condução e cóclea. É um teste rápido, fácil e que não necessita de sedação. Resultados falso-positivos podem ser produzidos pela presença de verniz caseoso ou secreções no conduto auditivo. Se o resultado vier alterado, recomenda-se a sua repetição até os três meses de vida. 2. Bera – Potencial Auditivo de Tronco Encefálico: é um exame mais complexo, requer pessoal treinado e sedação. Fones de emissão sonora são colocados nos ouvidos do bebê; os eletrodos são posicionados na cabeça e têm por função captar as ondas eletrofisiológicas geradas pelos estímulos sonoros deflagrados pela fonte. Portanto, é um método capaz de detectar alterações na via neural até o tronco encefálico. Pode ocorrer grande número de falso-positivos pela imaturidade do SNC, e por isso recomenda-se repetição do exame nos casos alterados após os quatro meses.
118
Descreva o teste do olhinho
Também chamado de teste do reflexo vermelho (Teste de Bruckner) Feito com o uso de um oftalmoscópio ou retinoscópio que deve ser segurado pelo examinador a um braço de distância dos olhos do bebê. A resposta normal ao teste é o achado de um reflexo vermelho brilhante quando a luz incide sobre a pupila. É uma avaliação simples, que pode e deve ser feita pelo pediatra. O encontro de qualquer anormalidade (ex.: reflexo branco ou leucoria, pontos pretos ou assimetria) indica, por sua vez, a necessidade de dilatação pupilar e investigação por um oftalmologista. É uma avaliação de triagem para detecção de anormalidades grosseiras do segmento posterior do olho: pontos pretos, assimetria ou leucocoria (reflexo branco pupilar). A leucocoria pode ser encontrada em situações como catarata, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade (apenas graus avançados com descolamento de retina) e coriorretinite.
119
Descreva o teste da oximetria
– Todo neonato com > 34 semanas de idade gestacional após 24 horas de vida e antes da alta da maternidade (48h). – Local: extremidade do membro superior direito (que representa a saturação pré- -ductal) e extremidade de um dos membros inferiores (que representam a saturação pós-ductal). É necessário que as extremidades estejam aquecidas no momento da avaliação. – Resultado normal: saturação ≥ 95% em ambos os locais, e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior e inferior. – Resultado anormal: saturação < 95% ou se a diferença entre elas for igual ou maior que 3%. Diante de um resultado anormal, nova aferição deverá ser feita após uma hora. Se o resultado anormal se mantiver, a criança deverá realizar um ecocardiograma dentro das próximas 24 horas
120
Qual a FR normal de um RN?
a FR normal de um neonato varia de 40 a 60 irpm.
121
O que caracteriza um quadro de apneia em um RN?
Pausa respiratória superior a 20 segundos ou Pausa superior a 10-15 segundos acompanhada de bradicardia, cianose ou queda da saturação de oxigênio
122
Descreva etiologias da síndrome da dificuldade respiratória do RN
galeria (foto 24)
123
Os episódios de apneia, quando ocorrem no RN prematuro, podem ser secundários a sua imaturidade (apneia da prematuridade) ou a alguma doença subjacente. Ao contrário, episódios de apneia em bebês a termo possuem sempre conotação patológica, o que requer sempre investigação clínica. V ou F
V
124
Descreva a taquipneia transitória do RN
É um quadro de taquipneia e/ou dispneia de início precoce logo após o nascimento de bebês a termo ou pré-termo, geralmente submetidos à cesárea, que requer como tratamento uma fração de oxigênio mínima (< 40%) e apresenta excelente prognóstico, com recuperação completa dentro de três dias. A TTRN é resultado de uma dificuldade de reabsorção do líquido pulmonar após o nascimento
125
Manejo da TTRN
Em geral, as manifestações clínicas são resolvidas com a oferta de oxigênio em baixas concentrações (FiO2 < 40%), observando-se melhora do quadro em 12-24 horas, podendo raramente prolongar-se até 72h.
126
Manejo da TTRN
Em geral, as manifestações clínicas são resolvidas com a oferta de oxigênio em baixas concentrações (FiO2 < 40%), observando-se melhora do quadro em 12-24 horas, podendo raramente prolongar-se até 72h. Se a frequênciarespiratória for maior que 60 irpm, recomenda-se alimentar este bebê através de sonda orogástrica, pois a taquipneia pode levar à incoordenação da respiração e deglutição, favorecendo a broncoaspiração de leite. Não está indicado o uso de antibióticos ou diuréticos (ex.: furosemida) para resolução deste quadro.
127
Como fazer o ddx entre TTRN e doença da membrana hialina?
A DMH é uma afecção mais frequente no grupo de prematuros e a radiografia de tórax revela um padrão de hipoaeração, infiltrado reticulogranular difuso e broncogramas aéreos (aspectos inexistentes na radiografia de um bebê com TTRN.)
128
principais grupos de risco para síndrome da aspiração meconial
- RN pós-termo - asfíxicos - CIUR, - RN pélvico - macrossômico
129
tto pós natal da SAM
1) Cuidados Gerais: manutenção da temperatura na zona termoneutra, manutenção da glicemia e calcemia, restrição de líquidos, e manutenção de um hematócrito acima de 40% em pacientes na ventilação mecânica com parâmetros elevados; 2) Oxigenação: é importante manter uma oxigenação adequada, pois insultos repetidos de hipóxia levam à vasoconstricção pulmonar e ao desenvolvimento de HAP; 3) Ventilação: o suporte ventilatório pode ser feito através de CPAP nasal, cuja indicação é a necessidade de FiO2 > 40% ou da ventilação mecânica invasiva, recomendada quando houver doença pulmonar grave, PaCO2 > 60 mmHg ou PO2 < 50 mmHg. Nos bebês com SAM costuma-se usar uma pressão inspiratória maior que aquela empregada na ventilação da membrana hialina geralmente em torno de 30-35 cm H2O. A pressão inspiratória final (PEEP) fica em torno de 3-6 cm H2O, tempo inspiratório de 0.4 e 0.5segundos e uma frequência de 20-25 ciclos/minuto; 4) Antibioticoterapia: está indicada na SAM pois o aspecto radiológico e o curso clínico desta doença não permitem uma distinção confiável com um quadro de pneumonia bacteriana associada; o esquema de escolha é a ampicilina + gentamicina (duração depende das hemoculturas) 5) Surfactante: como vimos, o mecônio inativa o surfactante endógeno, mas sua administração exógena não está indicada como rotina em todos os RN com SAM. Apenas nos casos de evolução progressivamente pior, o uso do surfactante pode demonstrar alguma melhora. Sua administração é feita através do tubo orotraqueal. Não se recomenda lavagem broncoalveolar com surfactante; 6) Tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar Persistente (HAPP): quando diagnosticada, mantendo a PaO2 maior do que 100 mmHg. Na ausência de HPP, devemos manter os níveis de PaO2 entre 60 e 90 mmHg.
130
Como fazer o diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar persistente no RN?
São geralmente RN AIG, próximos do termo ou pós-termo, com algum dos fatores predisponentes presentes (principalmente a asfixia: outras: síndrome de aspiração meconial, sepse, pneumonia, doença da membrana hialina, hipoglicemia, policitemia, uso de inibidores da recaptação da serotonina pela mãe no último trimestre de gravidez, uso de Anti-Inflamatórios Não Esteroidais e hipoplasia pulmonar - ex.: hérnia diafragmática, oligodramnia, derrames pleurais), que desenvolvem desconforto respiratório e cianose progressiva, especialmente após a manipulação. Ao exame físico, pode-se auscultar hiperfonese de B2, além de um sopro de regurgitação tricúspide. O ecocardiograma é fundamental, pois permite uma estimativa da pressão pulmonar, além da exclusão de cardiopatias. Observa-se um gradiente de PaO2 entre o leito pré-ductal (artéria radial direita) e o pós-ductal (ex.: extremidades inferiores), uma vez que os vasos pré-ductais recebem o sangue oxigenado proveniente do ventrículo esquerdo, e nos vasos pós-ductais deságua o fluxo de sangue misturado entre o VE e o VD (via canal arterial patente). Duas amostras sanguíneas exibindo uma diferença entre a PaO2 > 20 mmHg ou uma diferença de saturação > 5-10% entre os vasos pré e pós-ductais, sugerem fortemente o diagnóstico de shunt direita-esquerda.
131
Tratamento da HAPP do RN
é direcionado para a doença de base (ex.: asfixia, hipoglicemia, policitemia) e para melhora da oxigenação Geralmente é necessário IOT. Atualmente, preconiza-se a ventilação convencional, sob analgesia com fentanil para diminuir a descarga adrenérgica desencadeada pela manipulação e para relaxar o leito pulmonar. O uso de bloqueadores neuromusculares (ex.: pancurônio) fica reservado aos casos mais graves, pois sabemos que sua administração está relacionada ao desenvolvimento de atelectasias, e quando usado por tempo prolongado, pode causar surdez neurossensorial e miopatia aguda. O Óxido Nítrico (NO) é uma molécula de potente ação vasodilatadora, produzido endogenamente pelas células endoteliais. Pode ser usado no tratamento da HAPP sob a forma de gás, através de um manguito acoplado ao circuito da ventilação mecânica A alguns bebês que não respondem à terapia com NO, poderá ser tentada a infusão venosa de prostaciclina (PGI2), cuja ação é também promover a vasodilatação. Nos casos de policitemia, quando o hematócrito ultrapassar 65%, está indicada a exsanguineotransfusão parcial com o objetivo de reduzir os índices para 50-55%.
132
A Doença de Membrana Hialina (DMH), causada pela deficiência de surfactante pulmonar, é uma das principais causas de desconforto respiratório no RN prematuro e a principal causa de óbito neonatal V ou F
V
133
Os principais fatores de risco associados à doença da membrana hialina são:
 Prematuridade – principal fator;  Asfixia perinatal;  Mãe diabética;  Sexo masculino e raça branca;  Hemorragia materna;  Parto cesáreo;  Gestações múltiplas.
134
Achados radiológicos da DMH
- infiltrado retículo-granular fino, chamado de “vidro moído” ou “esmerilhado” por alguns autores, - broncogramas aéreos
135
Broncogramas na região paracardíaca esquerda são normais na maioria dos RN V ou F
v
136
Importante pneumonia congênita que produz que produz um aspecto clínico e radiológico praticamente indistinguível da DMH
Pneumonia por estreptococo beta-hemolítico do grupo B
137
Quando utilizar surfactante no tto da DMH?
O Ministério da Saúde recomenda a administração terapêutica de surfactante endotraqueal naqueles prematuros com DMH que estejam em Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) com necessidade de FiO2 ≥ 40% para manter a SaO2 entre 86-93% e a PaO2 entre 50-70 mmHg. A cada seis horas deve-se avaliar a necessidade de novas doses. Se o neonato prematuro mantiver necessidade de FiO2 > 30% para manter a SaO2 entre 86-93% e a PaO2 entre 50-70 mmHg, nova dose estará indicada.
138
Doenças respiratórias como a síndrome da aspiração meconial, pneumonias congênitas, hemorragia pulmonar e hérnia diafragmática congênita ainda não apresentam evidências claras de melhora com o uso de surfactante. Por isso, o Ministério da Saúde não recomenda o uso de surfactante nesses casos V ou F
F Embora os benefícios do uso do surfactante pulmonar em doenças respiratórias como síndrome da aspiração meconial, pneumonias congênitas, hemorragia pulmonar e hérnia diafragmática congênita ainda não sejam notórios e confirmados, o Ministério da Saúde recomenda que neonatos com insuficiência respiratória grave por estas patologias, em VMI e com necessidade de FiO2 ≥ 40% para manter a SaO2 entre 86-93% e a PaO2 entre 50-70 mmHg, sejam considerados para reposição com surfactante. Nova dose deverá ser reavaliada a cada seis horas.
139
Descreva as duas principais formas de ventilação mecânica na DMH
 Ventilação mecânica invasiva convencional: as principais indicações de VMI são: pH arterial < 7,2; PaCO2 > 60 mmHg; PaO2 < 50 mmHg com FiO2 > 70% no CPAP com 6-10 cm H2O de Peep; e apneia persistente. O principal modo de ventilação é aquela ciclada a tempo, pressão limitada e com fluxo contínuo. Pode ser empregada sedação com midazolan  Ventilação mecânica invasiva de alta frequência: foi um modo ventilatório desenvolvido com o intuito de diminuir a injúria pulmonar decorrente da ventilação mecânica convencional e melhorar as trocas gasosas. Utiliza como técnica pequenos volumes correntes associados a uma alta frequência ventilatória (300-1200 incursões/minuto ou 5-20 Hz). As principais indicações da ventilação de alta frequência são: doença da membrana hialina grave que não responde à ventilação convencional, síndrome da aspiração meconial, enfisema intersticial e pneumotórax de repetição
140
Teste bioquímico que ajuda a estimar a maturidade pulmonar
Relação L/E, lecitina/esfingomielina ideal para o parto: > 2; quando < 1,5, o risco de DMH chega a 75%!
141
O uso do corticoide antes de 48 horas do parto ainda é uma medida capaz de reduzir bastante a incidência e a gravidade da DMH. O corticoide de escolha é a betametasona intramuscular nos trabalhos de parto prematuros. V ou F
V
142
Qual medida adotar na sala de parto para profilaxia de DMH em prematuros de risco?
recomenda-se que o CPAP seja a medida profilática contra DMH a ser adotada na sala de parto para todos os neonatos prematuros de risco. O CPAP profilático mostrou-se tão eficaz quanto o uso do surfactante precoce.
143
Descreva manifestações clínicas da persistência do canal arterial em paciente co DMH
1) episódios de apneia em um bebê que já está se recuperando da membrana hialina; 2) precórdio hiperdinâmico, pulsos amplos e sopro sistólico contínuo; 3) retenção de CO2; 4) aumento da necessidade de oxigênio; 5) radiografia de tórax evidenciando um aumento da área cardíaca e aumento da trama vascular; 6) hepatomegalia.
144
A droga de escolha para o fechamento do canal é a
indometacina intravenosa, administrada em três doses a cada 12-24 horas
145
Descreva a displasia broncopulmonar
A displasia broncopulmonar é um distúrbio pulmonar crônico do neonato prematuro, caracterizada por hipoplasia de alvéolos e vasos pulmonares, e fibrose. Sua fisiopatologia é multifatorial, e envolve: 1) atelectrauma por deficiência de surfactante; 2) volutrauma pela ventilação mecânica; 3) ação de radicais livres produzidos pela exposição de oxigênio; 4) inflamação, mediada por células (neutrófilos e macrófagos) e por citocinas; 5) outros fatores, como infecção, persistência de canal arterial e desnutrição, que podem afetar o neonato prematuro
146
Classifique as pneumonias neonatais de acordo com o momento de ocorrência e os principais gemes associados
 Precoces (iniciadas até 48 horas de vida). − Adquiridas antes do nascimento (“pneumonias congênitas”): causadas por CMV, toxoplasmose, rubéola, sífilis, listeriose, tuberculose, Aids ou por corioamnionite. − Adquiridas durante o nascimento: são causadas por micro-organismos que colonizam o canal de parto, tais como S. agalactiae (estreptococo beta-hemolítico do grupo B), E. coli e Listeria monocytogenes.  Tardias (iniciadas após 48 horas de vida, geralmente por flora hospitalar): bactérias Gram-negativas, Staphylococcus aureus, estafilococos coagulase negativa, fungos.
147
Fatores de risco para desenvolvimento de pneumonia/sepse neonatal
− Corioamnionite clínica: febre materna (> 38ºC), FC materna > 100 bpm, leucometria materna > 20.000/mm³, FC fetal > 160 bpm, útero doloroso; − Rotura de membranas amnióticas > 18 horas; − Trabalho de parto prematuro e sem causa aparente; − Colonização materna pelo Streptococcus agalactie (estreptococo beta-hemolítico do grupo B).
148
Quando suspeitar de pneumonia neonatal?
Qualquer RN com desconforto respiratório acompanhado de hemocultura positiva ou de dois ou mais critérios abaixo: 1. Fatores de risco para sepse neonatal; 2. Sinais clínicos de sepse: intolerância alimentar, letargia, hipotonia, hipo ou hipertermia, e distensão abdominal; 3. Alterações radiológicas persistentes > 48 horas: infiltrado nodular (grosseiro) ou granular (fino), consolidação, broncogramas aéreos, edema pulmonar; 4. Triagem laboratorial positiva para sepse: − Escore hematológico de Rodwell ≥ 3. Neste escore é atribuído o valor de 1 a cada um dos sete critérios: - leucometria total anormal, - contagem absoluta de neutrófilos (PMN) anormal, - contagem absoluta de neutrófilos (PMN) imaturos anormal, - percentual de formas imaturas PMN elevado em relação à contagem global, - relação entre contagem de PMN imaturos/ PMN maduros maior ou igual a 0,3, - contagem de plaquetas inferior a ou igual a 150.000/mm3, - pronunciadas alterações degenerativas PMNs;
149
tratamento daestreptococcia invasiva
penicilina cristalina (250.000 a 450.000 UI/kg/dia) ou ampicilina (200 a 300 mg/kg/dia) duração total de dez dias para sepse, 14-21 dias para meningite e 28 dias para osteomielite.
150
TTO empírico da pneumonia neonatal precoce
− Ampicilina 200 mg/kg/dia (dose elevada para cobertura de S. agalactiae); − Gentamicina 5 mg/kg/dia (que tem ação sinérgica com a ampicilina contra S. agalactiae, é efetiva contra Gram-negativos entéricos e cobre a L. monocytogenes).
151
TTO empírico da pneumonia neonatal tardia
oxacilina + amicacina.
152
A hematopoiese intrauterina ocorre em três períodos, cite-os
período mesoblástico, se iniciando já no 10-14º dia de vida embrionária até a 6-8ª semana, havendo a produção de células sanguíneas pelo saco vitelínico; posteriormente, o fígado (período hepático) torna-se o principal órgão da hematopoiese até a 20-24ª semana de gestação, quando então começa o período mieloide, caracterizado pela produção de células sanguíneas pela medula óssea.
153
Anemia (queda no número de hemácias, concentração de hemoglobina e contagem de reticulócitos) verificada após o nascimento, a partir do 7º dia de vida, em consequência da queda nos níveis de eritropoetina. Essa queda dos índices hematimétricos,contudo, não é acompanhada de um prejuízo funcional, ou seja, não há um deficit verdadeiro de fornecimento de oxigênio para os tecidos pela existência de mecanismos compensatórios
ANEMIA FISIOLÓGICA DA INFÂNCIA
154
Por que após o nascimento há uma queda substancial da concentração de eritropoietina?
A produção de Eritropoetina (EPO) pelo feto é alta, estimulada pela baixa tensão de oxigênio no sangue, cuja saturação gira em torno de 45%. Com o nascimento, há uma elevação da saturação de oxigênio para valores acima de 95% e os níveis de EPO caem substancialmente, e como consequência, a contagem de hemácias e reticulócitos e concentração de hemoglobina sofrem uma queda em torno do 7º dia de vida
155
Por que, apesar da queda na concentração de hemoglobina, não existe deficit de oxigenação celular na AFI?
a razão entre a hemoglobina A e a fetal (a fetal é mais ávida por O2) diminui e os níveis de 2,3 bifosfoglicerato (molécula que diminui a afinidade da hemoglobina A pelo oxigênio) aumentam, facilitando o fornecimento de oxigênio para o tecido
156
É uma “exacerbação” do processo de anemia fisiológica que ocorre nos RN prematuros. Há uma maior intensidade de queda na concentração de hemoglobina (7-9 mg/dl) e também maior precocidade de instalação (3ª- 6ª semana de vida).
Anemia da prematuridade
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Como realizar a profilaxia da anemia da prematuridade?
A prevenção da anemia da prematuridade pode ser feita com a administração de: - ferro - vitamina E - Eritropoetina recombinante (EPOr): peso de nascimento < 1.250 g e < 31 semanas de idade gestacional, sendo necessário o preenchimento de todos os seguintes: dieta enteral > 50 kcal/kg/dia, Ht < 40%, pressão média em vias aéreas < 11 cm H2O e FiO2 < 0,4.
158
Anemia que manifesta-se por queda no hematócrito, aumento nos níveis de reticulócitos (que representa a resposta medular à hipóxia), níveis normais de bilirrubina (a não ser que haja retenção de hematoma) e teste de Coombs negativo. Se a anemia for aguda, os sinais de choque sobressaem no cenário clínico, e a coleta de sangue pode ainda não revelar a queda de hematócrito e aumento dos reticulócitos
Anemia por sangramento
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Anemia caracterizada laboratorialmente por queda do hematócrito, aumento de reticulócitos e aumento nos níveis de bilirrubina, podendo ser de etiologia imunomediada, hereditária ou adquirida
Anemia por hemólise
160
Causas de anemia por hemólise em RN
- Imunomediada Nas hemólises mediadas pela presença de anticorpos, o teste de Coombs será positivo e haverá esferócitos no sangue periférico. Veja as principais causas abaixo:  Incompatibilidade Rh, ABO, outros sistemas menores (ex.: Kell, Duffy, E e c);  Autoanticorpos maternos: lúpus, artrite reumatoide. - Hereditária  Defeitos de membrana celular: esferocitose, eliptocitose, estomatocitose.  Defeitos metabólicos: deficiência de glicose-6 fosfato, deficiência de piruvato quinase.  Defeitos na hemoglobina: síndromes talassêmicas. - Adquirida  Infecção: bacteriana e viral.  Deficiência de vitamina E.  Anemia microangiopática: coarctação grave de aorta, estenose renal e hemangiomas
161
Definição de policitemia
A policitemia é definida pela presença de um hematócrito venoso acima de 65% ou hematócrito arterial acima de 63%. O aumento da viscosidade sanguínea é diretamente proporcional ao aumento do hematócrito, em uma razão linear até 60%, e exponencial acima destes níveis.
162
Principais causas de policitemia
 Transfusão placentária: atraso no clampeamento de cordão, ordenha de cordão, colocar o bebê em plano abaixo do materno, transfusão materno-fetal, transfusão gemelo-gemelar;  Insuficiência placentária (aumento da eritropoiese fetal secundária a hipóxia crônica): hipertensão materna, pós-maturidade, doença crônica materna (ex.: cardiopatia, pneumopatia), tabagismo e elevadas altitudes;  Diabetes mellitus materno;  GIG;  Medicações: uso de propranolol;  Outras: hiperplasia adrenal congênita, tireotoxicose, hipotireoidismo congênito, síndrome de Beckwith-Wiedemann, trissomia 21, trissomia 13, trissomia 18.
163
Manejo da policitemia
Se o hematócrito estiver entre 60%-70% e o RN estiver assintomático, recomenda-se aumentar o volume de líquido administrado, seguido de nova coleta de exame em 4-6 horas. Se, entretanto, houver sintomas de hiperviscosidade (independente do valor do Ht), ou o Ht for > 70% (mesmo na ausência de sintomas), há indicação de exsanguineotransfusão parcial. Este procedimento consiste na retirada de sangue através da veia umbilical e administração de igual volume com albumina 5% ou salina isotônica por uma veia periférica, com a finalidade de se alcançar um hematócrito de 50%.
164
A hiperbilirrubinemia à custa da fração direta, quando presente nas primeiras horas ou semanas de vida, indica...
uma desordem subjacente de extrema gravidade, como sepse neonatal, infecções congênitas (toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, sífilis, herpes, etc.), atresia biliar, fibrose cística, galactosemia, cistos do colédoco e deficiência de alfa-1-antitripsina.
165
Os fatores que contribuem para elevação da bilirrubina direta no RN são: 1. Aumento da carga de bilirrubina a ser metabolizada pelo fígado: as hemácias fetais apresentam menor sobrevida e, além disso, o hematócrito ao nascimento é alto (50-63%). Há maior risco de hemólise e infecção; 2. Diminuição da captação e conjugação hepáticas, por imaturidade dos sistemas enzimáticos. A enzima glicuroniltransferase pode ter sua ação e potência reduzidas por fatores como hipóxia, infecção, hipotireoidismo e hipotermia; 3. Competição ou bloqueio da enzima glicuroniltransferase por substâncias que necessitem de conjugação com o ácido glicurônico para excreção e drogas; 4. Presença de defeitos genéticos que acarretem ausência de glicuronil transferase ou sua diminuição e defeitos de captação da bilirrubina pelo hepatócito; 5. Exacerbação da circulação êntero-hepática por jejum e demora na eliminação do mecônio. V ou F
F Esse fatores elevam a bilirrubina INDIRETA
166
Cite 2 drogas que causam deslocamento da bilirrubina indireta de seus sítios de ligação na albumina, aumentando as concentrações da forma livre, a qual ultrapassa a barreira hematoencefálica
Sulfas Ceftriaxone
167
Descreva as zonas de Kramer
galeria (foto 25)
168
As principais indicações para coleta de testes bioquímicos em RNs com icterícia são:
 Icterícia de início nas primeiras 24 horas de vida;  Icterícia em recém-nascido aparentemente doente;  Sinais de hemólise: palidez e hepatoesplenomegalia. Os exames revelarão anemia, reticulocitose e aumento progressivo da bilirrubina (> 0,5 mg/dl/h);  Icterícia evidente até a metade do abdome;  Incompatibilidade Rh ou ABO;  Irmão que tenha necessitado de fototerapia;  Céfalo-hematoma ou sangramento significativo.
169
A hiperbilirrubinemia direta terá sempre conotação patológica. V ou F
V
170
A icterícia ao nascimento ou nas primeiras 24h de vida pode ser fisiológica. Suas pricipais causas patológicas são : eritroblastose fetal, hemorragia oculta, sepse, doença de inclusão citomegálica, rubéola, toxoplasmose congênita, secundária a hematomas e equimoses extensas; V ou F
F A icterícia ao nascimento ou nas primeiras 24h de vida sempre é patológica
171
Principais causas de icterícia no segundo ao terceiro dia e do terceiro dia a primeira semana
 No segundo a terceiro dia: fisiológica, síndrome de Crigler-Najjar, do aleitamento materno;  Do terceiro dia a primeira semana: sepse, doença de inclusão citomegálica, sífilis, toxoplasmose e infecção do trato urinário;
172
Principais causas de icterícia após a primeira semana de vida e persistente após um mês
 Após a primeira semana: leite materno, sepse, atresia congênita dos ductos biliares, hepatite, galactosemia, hipotireoidismo, esferocitose hereditária e deficiências enzimáticas levando à hemólise (G6PD); fibrose cística;  Persistência após um mês: icterícia fisiológica associada a hipotireoidismo ou estenose pilórica, síndrome da bile espessa (geralmente sucede a doença hemolítica perinatal), galactosemia, atresia congênita dos ductos biliares, infecções congênitas, uso de parenteral, síndrome de Crigler-Najjar.
173
O valor de bilirrubina na icterícia fisiológica atinge um pico de 5-6 mg/dl por volta do segundo ao quarto dia, podendo alcançar 12 mg/dl, caindo a seguir para nível inferior a 2 mg/dl entre o quinto e sétimo dia de vida V ou F
V
174
Icterícia observada em RN amamentados exclusivamente no seio materno. Está associada a um aumento na circulação êntero-hepática, por uma ingesta de leite insuficiente relacionada às dificuldades do início da amamentação e, consequentemente, pela menor quantidade de eliminação do mecônio. Esta forma de icterícia não patológica surge entre o 2º e o 3º dia de vida e está associada a sinais de dificuldades alimentares, como pega/posicionamento incorretos, perda de peso acentuada nos primeiros dias de vida. No final da primeira semana, RN alimentados exclusivamente ao seio materno podem apresentar nível elevado de bilirrubina.
Icterícia do aleitamento materno
175
Icterícia de início mais tardio, qu afeta 2-4% dos RN a termo. Ao redor do 4º dia, ao invés de haver a queda esperada nos níveis de bilirrubina como manda a história natural da icterícia fisiológica, sua concentração continua a subir até o 14º dia de vida, podendo alcançar cifras de 20-30 mg/dl! Se o aleitamento é continuado, estes níveis estabilizam e caem lentamente, atingindo níveis normais em 4 a 12 semanas. Se o aleitamento for suspenso, os níveis caem rapidamente em 48 horas. Estes bebês apresentam-se saudáveis, com bom ganho ponderal, não apresentam qualquer alteração de função hepática ou de hemólise
Icterícia do leite materno
176
forma familiar de hepatite colestática (aumento de BD) associada a linfedema de membros inferiores, provavelmente decorrente de uma hipoplasia dos vasos linfáticos hepáticos.
Síndrome de Aagenaes
177
Doença autossômica recessiva caracterizada pela ausência de peroxissomas, cursando com degeneração hepática (aumento de BD)renal progressivas. Além disso, há retardo neuropsicomotor, calcificações de patela e grande trocanter e anormalidades de face e olhos.
Síndrome de Zellweger (cérebro-hepatorenal)
178
Doença caracterizada uma redução dos ductos biliares intra-hepáticos na tríade porta por um processo inflamatório progressivo que destrói estas estruturas (aumento da BD). As principais manifestações clínicas associadas à doença são: fácies típica (fronte ampla, hipertelorismo ocular, nariz reto e longo e hipoplasia de mandíbula), anomalias oculares (embriotoxon posterior), anormalidades cardiovasculares (estenose pulmonar, tetralogia de Fallot), defeitos vertebrais (vértebras em borboleta) e nefropatia tubulointersticial
síndrome de Alagille ou displasia artério-hepática
179
Manejo comum dos pacientes com colestase neonatal
1) Dieta complementada com triglicerídeos de cadeia média, cuja absorção não depende de ácidos biliares; 2) Reposição de vitaminas lipossolúveis; 3) Ácido ursodesoxicólico (Ursacol®) na dose de 15 mg/kg/ dia, que melhora o fluxo biliar, diminui a recirculação êntero-hepática dos ácidos biliares e reduz os níveis de colesterol circulantes; assim, tenta-se reduzir principalmente os sintomas de prurido e xantomas, que representam o acúmulo de ácidos biliares e colesterol nos tecidos; 4) Nos pacientes com hipertensão porta e ascite, deverá ser feita a restrição de ingesta de sódio (0,5 g/dia ou 1-2 mEq/kg/dia) e uso de diurético, preferencialmente a espironolactona (3-5 mg/kg/dia).
180
Nos RN a termo e sadios, níveis inferiores a 30 mg/dl não causam kernicterus. Contudo, quanto mais imaturo um RN, maior é a sua suscetibilidade a neurotoxicidade da bilirrubina. V ou F
F níveis inferiores a 25 mg/dl não causam a síndrome.
181
Quadro clínico da encefalopatia bilirrubínica (kernicterus)
Afecção aguda, surge em torno do segundo ao quinto dia nos RN a termo e pode aparecer até o sétimo dia em pré-termos. Dividida em 3 fases:  Fase 1: hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo durante algumas horas.  Fase 2: em que se instala hipertonia da musculatura extensora (opistótono), convulsões e febre.  Fase 3: de aparente melhora, em que a hipertonia diminui ou cede e que se instala após a primeira semana. Cerca de 75% dos neonatos que chegam a apresentar estes sinais neurológicos vêm a falecer (geralmente durante a segunda fase, de hipertonia), e dos sobreviventes, 80% apresentam sequelas, como coreoatetose, surdez, espasmo muscular involuntário (distúrbios extrapiramidais) e retardo mental. Essas manifestações surgem tardiamente, aos 2-3 meses A forma crônica é caracterizada por:  Primeiro ano: hipotonia, hiperreflexia profunda, persistência do reflexo tônico-cervical assimétrico e atraso motor;  Após o primeiro ano: síndrome extrapiramidal (tremores, coreoatetose, balismo), surdez sensório-neural.
182
Quadro com as etiologias da hiperbilirrubinemia não fisiológica do RN
galeria (foto 26)
183
Descreva a doença hemorrágica neonatal
neonato apresenta uma deficiência transitória de todos os fatores de coagulação dependentes de vitamina K, que são: II, VII, IX e X, especialmente entre 48 horas de vida até o 7º-10º dia. Isto ocorre fisiologicamente em função de algumas características peculiares a este período de vida:  Não há transferência de vitamina K livre para o feto de forma suficiente;  A quantidade de vitamina K presente no leite materno é inadequada para suprir a carência do período. Bebês amamentados ao seio são mais propensos a manifestar a doença hemorrágica;  O intestino do neonato é estéril, ou seja, não há flora bacteriana residente para sintetizar a vitamina K.
184
Descrevas as 3 formas clínicas da DHN
1. Forma precoce: início < 24 horas de vida. Associada ao uso de drogas maternas que interferem com a vitamina K, tais como: fenobarbital, fenitoína, isoniazida, rifampicina e warfarin, ou à presença de coagulopatias hereditárias. As manifestações clínicas poderão ser: céfalo-hematoma, sangramento intracraniano, gastrointestinal, umbilical ou intra-abdominal; 2. Forma clássica: início entre o 2º e o 7º dia de vida, e relacionada à carência de vitamina K no leite materno e à ausência de flora bacteriana saprófita intestinal capaz de sintetizar a vitamina K. Apresenta-se com sangramento pelo ouvido, nariz e boca, sangramento gastrointestinal, intracraniano, cutâneo e nos sítios de punção; 3. Forma tardia: início entre um e seis meses de vida. Associada a síndrome colestática (ex.: hepatite neonatal, atresia de vias biliares, fibrose cística) e a outras causas, como abetalipoproteinemia e ingestão de warfarin. Cursa com possibilidade de sangramento intracraniano, gastrointestinal, cutâneo, ouvido-nariz e boca e em locais de punção.
185
Achados laboratoriais da DHN
Laboratorialmente, observa-se um alargamento do TAP, PTT, tempo de coagulação, assim como redução dos fatores dependentes da carboxilação pela vitamina K (II, VII, IX e X) e valores normais de contagem plaquetária, tempo de sangramento, fibrinogênio, fator V e VIII
186
Como diferenciar a ingestão de sangue materno durante o parto ou por fissuras mamilares de um sangramento gastrointestinal de origem neonatal?
Teste de Apt, que se baseia na adição de álcali ao sobrenadante fecal. Se a coloração permanecer rosada ou avermelhada, provavelmente existe hemoglobina fetal resistente ao álcali e o sangramento é de origem gastrointestinal. Se, contudo, a coloração ficar amarelada, provavelmente existe hemoglobina adulta materna, que sofre desnaturação em contato com o álcali e o diagnóstico é a síndrome do sangue deglutido.
187
Prevenção/tto da DHN
A administração de vitamina K1, 1 mg IM ao nascimento é capaz de prevenir a doença hemorrágica neonatal. Se ainda assim houver sangramentos de vulto ou em região intracraniana, recomenda-se o uso de plasma fresco congelado, 10 ml/kg EV. O Ministério da Saúde recomenda as seguintes doses de vitamina K1 ao nascimento: vitamina K1 (1 ml = 10 mg): 1 mg intramuscular ou subcutânea
188
Sepse precoce vs tardia no RN
De acordo com o livro Nelson Textbook of Pediatrics, a sepse precoce acomete o RN em sua primeira semana de vida (se manifestando em geral nas primeiras 72 horas de vida), enquanto a sepse tardia acomete o concepto após sete dias de vida. Mais importante que um ponto de corte é compreender que a forma precoce se correlaciona a uma infecção adquirida no útero ou durante o parto e que a sepse tardia implica numa infecção por germes nosocomiais ou adquirida na comunidade após a alta hospitalar. De acordo com os manuais de neonatologia do Ministério da Saúde, a sepse neonatal é classificada da seguinte maneira: − Sepse neonatal precoce (< 48 horas de vida): provocada por patógenos do trato genital materno, como Streptococcus agalactiae, E. coli e L. monocytogenes; − Sepse neonatal tardia (> 48 horas de vida): provocada por patógenos do ambiente hospitalar, tais como: Gram-negativos, S. aureus, estafilococos coagulase negativo e fungos.
189
A sepse é a resposta inflamatória sistêmica desencadeada pela presença de um micro-organismo patogênico. Os critérios diagnósticos que definem esta resposta inflamatória sistêmica no RN são a presença de dois ou mais dos seguintes:
 Instabilidade de temperatura (< 35º ou > 38,5º);  Disfunção respiratória: - Taquipneia (mais de dois desvios padrões da média para idade); - Hipoxemia (PaO2 < 70 mmHg em ar ambiente).  Disfunção cardíaca: - Taquicardia (mais de dois desvios padrões da média para a idade); - Enchimento capilar periférico > 3 segundos; - Hipotensão (mais de dois desvios padrões da média para a idade).  Anormalidade de perfusão: - Oligúria (débito urinário < 0,5 ml/kg/hora); - Acidose láctica (lactato sérico elevado ou pH < 7,25); - Estado mental alterado.
190
A relação de neutrófilos imaturos (mielócitos + metamielócitos + bastonados) e neutrófilos totais (relação I/T) tem valor preditivo para sepse quando seu índice for igual ou superior a...
0,2 (I/T ≥ 0,2)
191
Fatores de risco maternos e do RN para sepse precoce neonatal precoce
Maternos  Febre materna (> 37,5ºC).  Infecção urinária.  Colonização por S. agalactiae.  Ruptura prolongada de membranas (> 18 horas).  Infecção do trato genital: corioamnionite, líquido fétido, leucorreia e herpes. Neonato  Taquicardia fetal 160-180 bpm.  Prematuridade.  Apgar no 5º minuto < 7 (asfixia).  Sexo masculino: a deficiência de receptores para interleucina-1 no sexo masculino pode predispor à infecção.  Primeiro gemelar.
192
Sinais clínicos de sepse neonatal precoce
 Instabilidade térmica: Tax < 36,5ºC ou Tax > 37,5ºC.  Dificuldade respiratória.  Hipotonia e convulsões.  Irritabilidade e letargia.  Manifestações gastrointestinais: intolerância alimentar, vômitos e distensão gástrica.  Icterícia idiopática.  Palidez cutânea.  Sinais de sangramento.  Avaliação subjetiva: RN que “parece não estar bem”.
193
Segundo o Ministério da Saúde, a presença de três ou mais sinais clínicos no RN, ou no mínimo dois sinais associados a fatores de risco maternos, autoriza o diagnóstico de sepse clínica ou síndrome séptica, justificando- se, nesse caso, o início da antibioticoterapia sem o auxílio de exames laboratoriais. V ou F
V
194
TTO empírico da sepse neonatal precoce
De acordo com o Ministério da Saúde, admite- -se como esquema empírico para sepse neonatal precoce a associação de: - Ampicilina 200 mg/kg/dia (cobertura de S. agalactiae e L. monocytogenes) + - Gentamicina 5 mg/kg/dia (cobertura sinérgica do S. agalactiae, L. monocytogenes e Gram-negativos entéricos).
195
TTO empírico da sepse neonatal tardia
Depende do padrão de resistência da instituição. Nas unidades com elevada prevalência de estafilococos coagulase-negativo e resistentes à oxacilina, a vancomicina deve ser empregada substituindo a ampicilina. Uma droga com largo espectro para Gram-negativos, como a cefepime, em geral é utilizada no tratamento inicial. As cefalosporinas de terceira geração não têm sido mais utilizadas devido ao risco de indução de resistência bacteriana.
196
A abordagem agressiva da corioamnionite materna com antibiótico intraparto é controversa. Eles podem aumentar a latência (tempo entre a rotura das membranas e o parto, para permitir que o feto amadureça um pouco mais), reduzem a incidência de corioamnionite e infecção puerperal, hemorragia intracraniana no RN e sepse precoce, mas não alteram a mortalidade. Eles ainda podem promover alteração na flora responsável por sepse precoce (cepas resistentes). Logo, a indicação deve ser individualizada V ou F
V
197
Descreva o algoritmo do manejo do neonato dentro do contexto do tto e prevenção de sepse neonatal precoce por (principalmente pelo SBG)
Galeria (foto 27)
198
A sífilis terciária é aquele que representa mair risco de transmissão vertical da mãe para o feto V ou F
F As mães nas fases primária e secundária da doença apresentam risco de transmissão vertical de 70 a 100% dos casos, taxa que se reduz para 30% nas fases tardias (latente tardia e terciária)
199
Classificação da sífilis congênita quanto ao momento de manifestações clínicas
- Precoce: quando as manifestações clínicas ocorrem após o nascimento até os primeiros 2 anos de vida - Tardia, quando os sinais e sintomas ocorrem a partir dos dois anos de vida em diante
200
A anemia hemolítica com Coombs negativo é um achado comum de sífilis congênita, sendo grave nas formas mais precoces V ou F
V
201
Em relação às lesões oculares da sífilis congênita, Predomina a coriorretinite na fase aguda, com o fundo de olho apresentando um aspecto de... característico. Outras lesões apresentadas são a ceratite intersticial, glaucoma, catarata, uveíte, cancro nas pálpebras e atrofia ótica.
“sal e pimenta”
202
Cite achados da sífilis neonatal tardia
 Sequelas da periostite na fase aguda: bossa frontal (fronte olímpica), espessamento da junção esternoclavicular (Sinal de Higoumenáki), arqueamento da porção média da tíbia (Tíbia em Sabre);  Anormalidades dentárias: dentes de Hutchinson e molares em formato de amora;  Face: maxilar curto; nariz em sela, com ou sem perfuração do septo nasal; rágades (por fissuras peribucais);  Articulação de Clutton (derrame articular estéril nos joelhos);  Ceratite intersticial, coroidite, retinite, atrofia óptica com possível evolução para cegueira;  Lesão de 8º par craniano, levando à surdez e à vertigem. A SC poderá afetar a audição por lesão do VIII par, bi ou unilateral. É o componente mais raro da tríade de Hutchinson (ceratite, alterações dentárias e surdez);  Hidrocefalia;  Retardo mental.
203
O que é detectado pelos teste não treponêmicos?
Detectam anticorpos não específicos anticardiolipina, lipídio liberado pelas células danificadas durante a infecção
204
 Dois exames de VDRL positivos e com titulações duas vezes superiores à titulação materna definem sífilis congênita. V ou F
V
205
 VDRL negativo não exclui sífilis congênita. Deve-se coletar novos exames com 1, 3, 6, 12 e 18 meses. Apenas dois exames consecutivos negativos excluem a infecção.
V
206
Os testes treponêmicos detectam anticorpos específicos contra o treponema. Uma vez positivos, permanecem assim por toda a vida e, por isso, não auxiliam no monitoramento de tratamento. São eles:  FTA-Abs;  ELISA;  TPHA;  TESTE RÁPIDO. V ou F
V
207
Quando um teste treponênico positivo pode ser considerado de maior valor no contexto da sífilis congênita?
Após 18 meses, pois após este período não existe mais IgG materna circulante
208
As alterações liquóricas sugestivas de neurossífilis congênita são:
> 25 células/mm3, > 150 mg/dl - VDRL reagente.
209
Segundo o MS, nos recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada, independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido, realizar: hemograma, radiografia de ossos longos, punção lombar (na impossibilidade de realizar este exame, tratar o caso como neurossífilis), e outros exames, quando clinicamente indicados V ou F
V
210
Os locais mais acometidos pela toxoplasmose congênita são:
- as túnicas oculares - o Sistema Nervoso Central (SNC).
211
Descreva a forma neurológica da toxo congênita
Geralmente é resultante de uma infecção nas fases iniciais da gestação. Caracteriza-se por alterações liquóricas, calcificações intracranianas, hidrocefalia, convulsões, microcefalia e retinocoroidite. A hidrocefalia tipo obstrutiva é considerada a manifestação neurológica clássica mais comumente encontrada na toxoplasmose congênita. As crises convulsivas podem fazer parte da clínica destes pacientes, podendo também ocorrer retardo do crescimento, opistótono, dificuldade de deglutição, e paralisia de membros.
212
Descreva a forma generalizada da toxo congênita
A forma generalizada pode ocorrer após a infecção em fases mais tardias da gestação. Os bebês podem se apresentar com retinocoroidite, alterações liquóricas, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, trombocitopenia, anemia, pneumonite, miocardite, síndrome nefrótica e alterações ósseas. A tétrade de Sabin é caracterizada por - coriorretinite - calcificações intracranianas difusas - hidrocefalia ou microcefalia - retardo mental.
213
Como avaliar acometimento fetal em gestante com toxoplasmose ativa?
1) Ultrassonografia fetal: os sinais mais sugestivos de infecção fetal são: alargamento dos ventrículos cerebrais, calcificações intracranianas, calcificações de plexo coroide, aumento da espessura da placenta, ascite e hepatoesplenomegalia; 2) Amniocentese e PCR: a amniocentese deverá ser realizada a partir das 18 semanas de gravidez com envio da amostra do líquido para detecção do DNA do toxoplasma pelo método de PCR.
214
Alterações mais comuns em hemograma de RN com toxo congênita
Linfocitose com eosinofilia (até 20%), Outras alterações possíveis são anemia e trombocitopenia
215
Em RN com toxo congênita a elevação da bilirrubina se deve à forma indireta V ou F
F Direta
216
Na presença de toxoplasmose congênita confirmada, o exame oftalmológico deverá ser feito a cada seis meses até a idade escolar. Após esse período, não havendo alterações oftalmológicas, o paciente recebe alta do acompanhamento com oftalmologista V ou F
F Na presença de toxoplasmose congênita confirmada, o exame oftalmológico deverá ser feito a cada seis meses até a idade escolar, e depois anualmente, pois lesões ativas novas e reativação de focos latentes podem surgir a qualquer momento.
217
Todos os neonatos com toxoplasmose congênita confirmada ou nos filhos de mães com toxoplasmose comprovada ou provável deverão receber tratamento por 12 meses, independente de apresentarem ou não sinais/sintomas da doença V ou F
V
218
Descreva o tto da toxo congênita
1. Pirimetamina (Daraprim® comp. = 25 mg):  1 mg/kg/dia em uma dose diária, durante dois a seis meses, dependendo da intensidade do acometimento. A seguir, 1 mg/kg três vezes por semana, até completar um ano de utilização do medicamento. 2. Sulfadiazina ou Trissulfapiridinas:  Dose: 100 mg/kg/dia via oral, duas vezes ao dia. 3. Glicocorticoide (Prednisona ou Metilprednisolona):  Dose: 1 mg/kg/dia;  Pode ser utilizado até o processo inflamatório diminuir;  Indicado na presença de retinocoroidite em atividade ou proteinorraquia > 1.000 mg/dl. 4. Ácido folínico:  Sempre deve ser utilizado durante o uso de pirimetamina, para diminuir a toxicidade (neutropenia/anemia);  10 mg administrados três vezes por semana. Na ocorrência de neutropenia: se < 1000 neutrófilos/mm3, aumentar a dose para 20 mg diários; se < 500 neutrófilos/mm3, suspender a pirimetamina até que ocorra recuperação. Manter por mais uma semana após interrupção do uso da pirimetamina;  Atenção: o ácido fólico não deve ser utilizado em substituição ao ácido folínico
219
Descreva o acompanhamento dos neonatos assintomáticos, filhos de mães com diagnóstico possível ou inconclusivo para toxo
realizar sorologias a cada dois meses, com fundo de olho, USG de fontanela e hemograma:  Se houver estabilização ou aumento comprovado dos títulos ao longo do acompanhamento, deve-se solicitar TC de crânio, avaliação de liquor, avaliação da função hepática e avaliação auditiva. Deve-se iniciar o tratamento e mantê-lo durante 12 meses. Filhos de mulheres com toxoplasmose gestacional improvável não necessitam de investigação e/ou acompanhamento adicional;  A criança não infectada é aquela que possui duas sorologias consecutivas (com intervalo de 2-3 meses) negativas.
220
O ser humano é o único hospedeiro conhecido do vírus da rubéola. O risco de defeitos congênitos é maior quando a grávida adquire infecção primária durante o primeiro trimestre. Ocorrem defeitos congênitos em 30% dos RN infectados durante as primeiras 11 semanas de gestação.
F 90%
221
Na presença de infecção fetal pela rubéola, o vírus pode ser excretado pela urina do recém-nascido até um ano de idade ou mais, necessitando de isolamento para evitar contaminação na maternidade. V ou F
V
222
Descreva as principais manifestações clínicas da rubéola congênita
OBS.: Mais de 50% é assintomático. Abaixo descrita a porcentagem da manifestação considerando apenas os sintomáticos  Deficiência auditiva (80-90%): é a manifestação mais comum.É provocada por alterações degenerativas da cóclea e do órgão de Corti (neurossensorial), clinicamente ocorrendo em graus variáveis e geralmente bilateral;  Retardo do crescimento intrauterino (50-85%): a rubéola é a infecção congênita mais associada ao CIUR e baixo peso ao nascer;  Manifestações cardíacas (30-40%): as principais cardiopatias congênitas associadas à rubéola são a persistência de canal arterial e estenose pulmonar;  Malformações oculares: são mais frequentes as lesões que afetam a acuidade e a área macular. Catarata geralmente bilateral, glaucoma (precoce ou tardio), retinopatia e microftalmia podem estar presentes;  SNC: microcefalia, meningoencefalite, tetraplegia espástica, retardo do desenvolvimento psicomotor;  Outras (viscerais): hepatomegalia e icterícia, esplenomegalia, púrpura trombocitopênica, pneumonite intersticial e lesões ósseas (franjeamento da metáfise: lesão em talo de aipo).
223
Todos os RN com suspeita de rubéola congênita deverão realizar hemograma, radiografia de ossos longos, ecocardiografia, exame de imagem do sistema nervoso central e avaliação audiométrica (emissões otoacústicas e BERA). V ou F
V
224
Manifestações clínicas da citomegalovirose congênita
 Prematuridade;  CIUR;  Hepatoesplenomegalia, hepatite e icterícia;  Pneumonia;  Trombocitopenia, anemia;  SNC: microcefalia, calcificações intracranianas periventriculares, coriorretinite, perda auditiva neurossensorial. A surdez é uma sequela bastante comum. A infecção congênita por CMV é a principal causa de surdez neurossensorial de causa viral na infância. Pode haver atrofia óptica. O concepto que adquire a infecção durante o nascimento não apresenta virúria em seus primeiros dias de vida. A forma mais grave da infecção (cerca de 1 a
225
A forma mais grave da infecção (cerca de 1 a 2% dos RN infectados) pelo CMV chama-se... e se caracteriza por icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias, microcefalia, coriorretinite e calcificações cerebrais periventriculares
doença de inclusão citomegálica
226
TTO da infecção congênita pelo CMV
Há controvérsias na literatura quanto à indicação e validade do tratamento da infecção congênita pelo CMV, haja vista a necessidade de terapia por tempo prolongado e os efeitos tóxicos da droga. Entretanto, alguns estudos randomizados e controlados mostraram que o uso do ganciclovir (dose de 12 mg/kg/dia EV) durante seis semanas mostrou reduzir a progressão da doença neurológica e auditiva em RN com a forma grave da doença. O principal efeito adverso associado ao ganciclovir é a neutropenia, que ocorre em até 30% dos casos. Em princípio, os casos de infecção congênita leve pelo CMV e as formas assintomáticas não teriam indicação de usar a medicação.
227
A eliminação do CMV no leite materno não contraindica o aleitamento materno nos RN a termo saudáveis, mas essa conduta é controversa no caso de RN prematuros. V ou F
V
228
 O Ministério da Saúde recomenda que casais que desejam a concepção aguardem um período de 6 MESES após os sinais/sintomas de zika V ou F
F O Ministério da Saúde recomenda que casais que desejam a concepção aguardem um período de 6 MESES após os sinais/sintomas de zika se o infectado for o homem e 8 SEMANAS após os sinais/sintomas de zika se a infectada for a mulher
229
Síndrome congênita associada ao vírus Zika:
○ Aborto; ○ Natimorto; ○ Microcefalia; ○ Desproporção craniofacial; ○ Paralisia cerebral com espasticidade e movimentos extrapiramidais; ○ Irritabilidade; ○ Crises convulsivas; ○ Disfunção de tronco encefálico: distúrbios de deglutição e respiração; ○ Contraturas dos membros (artrogripose); ○ Anormalidades oculares: atrofia/hipoplasia de nervo óptico, lesões cicatriciais coriorretinianas, lesões torpedo like, dispersão pigmentar, isoladas ou associadas, com menor frequência pode haver hemorragia retiniana e até atenuação vascular, catarata e glaucoma congênito, microftalmia, coloboma de íris e retina; ○ Anormalidades auditivas; ○ Malformações de SNC (Sistema Nervoso Central): calcificações corticais e subcorticais, lisencefalia, alterações de migração neuronal, hipoplasia de tronco cerebral e cerebelo.
230
Ao contrário da varicela, a ocorrência de herpes-zóster na gravidez não se constitui em risco para o feto, pois há passagem transplacentária de quantidade protetora de anticorpos e esta forma clínica não se acompanha de viremia significativa. V ou F
V
231
A infecção congênita é rara, com consequente fetopatia, extremamente grave. A tríade da infecção congênita consiste em vesículas cutâneas ou escaras de cicatrização, com alterações oculares e micro/hidrocefalia Qual o vírus em questão?
HSV OBS.: A infecção adquirida por contato em canal de parto deve ser considerada perinatal e não congênita
232
FORMA LOCALIZADA: OLHOS, BOCA E PELE Esta forma de apresentação da doença se caracteriza por ceratoconjuntivite, retinocoroidite, úlcera de córnea, catarata e atrofia óptica. As lesões de pele são vesiculares, podendo recidivar no mesmo ou em outros locais do corpo. Cerca de 70% dos pacientes com lesões limitadas à pele ou olhos, não tratadas, podem progredir para infecção disseminada ou do sistema nervoso. FORMA NEUROLÓGICA Geralmente ocorrem durante a segunda semana de vida, e consistem em letargia, irritabilidade, convulsões, crises de apneia e febre alta. As convulsões são de difícil tratamento e controle. FORMA DISSEMINADA É a forma mais grave e mais comum (50 a 70% dos casos) de apresentação da doença, uma vez que encontramos acometimento do SNC e disseminação visceral. As lesões graves apresentam sintomas na primeira semana de vida, sendo que mais da metade destas crianças não apresentam lesões cutâneas, o que pode nos levar com frequência a erros no diagnóstico. As manifestações clínicas incluem vômitos, anorexia, irritabilidade, desconforto respiratório, convulsões, icterícia, hepatoesplenomegalia e petéquias. Pode haver meningoencefalite grave, podendo levar à necrose hemorrágica do lobo temporal. O liquor mostra pleocitose à custa de linfomononucleares e dosagem de proteínas aumentada. Qual a doença?
Infecção perinatal por HSV
233
TTO da infeção neonatal pelo HSV
O aciclovir, 20 mg/kg/dose a cada oito horas, por 21 dias, é a droga de escolha para o tratamento
234
Iniciar AZT xarope ainda na sala de parto para o neonato, ou até quatro horas após o nascimento é uma das medidas de prevenção de infecção vertical pelo HIV
V
235
Quais indicações do uso de nevirapina no neonato?
Indicado para os neonatos filhos de gestantes HIV+ que não usaram TARV na gestação, ou nas gestantes que possuem CV ≥ 1.000 cópias ou CV desconhecida no terceiro trimestre
236
Descreva a conjuntivite neonatal
− Chlamydia trachomatis: atualmente é o agente que mais comumente provoca conjuntivite no período neonatal segundo dados epidemiológicos americanos. O período de incubação é de 5 a 14 dias, após os quais surge a conjuntivite que varia desde quadros leves a graves, podendo ocorrer descarga purulenta copiosa; − Neisseria gonorrhoeae: inicia-se entre dois a cinco dias após o nascimento, uni ou bilateral, com descarga serossanguinolenta inicialmente, evoluindo com quemose e descarga purulenta. Se não tratada evolui com ulceração de córnea e cegueira. A instilação preventiva do nitrato de prata 1% (Credé) após o nascimento reduz a incidência de conjuntivite gonocócica de 10% para 0,3%; − Pseudomonas aeruginosa: causa rara de oftalmia neonatorum, geralmente adquirida intra-hospitalar. Apresenta um período de incubação de 5 a 18 dias, e inicia-se com edema, eritema, descarga purulenta, sepse, choque e óbito; − Diagnóstico diferencial com conjuntivite química: o nitrato de prata 1% pode causar uma conjuntivite química em até 20% dos casos, geralmente, com sinais e sintomas iniciados ainda nas 12 primeiras horas de vida e resolução completa em 48 horas. Portanto, TODA CONJUNTIVITE QUE SE INICIA APÓS 48 HORAS, deve ser avaliada para a possibilidade de infecção
237
TTO das diferentes conjuntivites neonatais infecciosas
− Conjuntivite neonatal por clamídia: eritromicina 50 mg/kg/doa VO 6/6h por 14 dias além da irrigação ocular com salina fisiológica; − Conjuntivite neonatal por gonococo: ceftriaxone 50 mg/kg/dia uma dose IM ou cefotaxima 100 mg/kg/dia IV 12/12h por sete dias além da irrigação ocular com salina fisiológica; − Conjuntivite neonatal por pseudomonas: aminoglicosídeo parenteral + ocular, além da irrigação ocular com salina fisiológica
238
Como identificar um RN de baixo risco?
quando se responde “sim” às três perguntas cardinais: 1. A gestação é a termo? 2. O RN está chorando ou respirando? 3. O RN tem bom tono?
239
O APGAR não pode ser o fator que determinará o início das manobras de reanimação no RN V ou F
V
240
Quais os parâmetros avaliados no escore APGAR?
respiração frequência cardíaca cor resposta a estímulos tônus
241
A nota do primeiro minuto se correlaciona com... e é um índice de..., não estando relacionado com resultados a longo prazo
com o pH do cordão umbilical depressão intraparto
242
A permanência de pontuação baixa além do 1º minuto está vinculada a consequências deletérias em longo prazo. Um APGAR baixo no 20º minuto é altamente compatível com um mau prognóstico neonatal (mortalidade e disfunção neurológica permanente). V ou F
V
243
O boletim de APGAR não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aferição longitudinal permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o escore é inferior a 7 no 5º minuto, recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida. V ou F
V
244
Descreva o boletimapgar
Galeria (foto 28)
245
O moteamento da pele, também um exemplo de instabilidade vasomotora, estando sempre associado à doença grave (sendo um sinal inespecífico de desconforto respiratório ou sepse, por exemplo) V ou F
F O moteamento da pele, também um exemplo de instabilidade vasomotora, pode estar associado à doença grave (sendo um sinal inespecífico de desconforto respiratório ou sepse, por exemplo) ou apenas ser decorrente de uma flutuação transitória da temperatura cutânea.
246
Cor do Arlequim no RN se traduz por uma divisão do corpo da região frontal ao púbis em metades vermelha e pálida. É uma alteração vasomotora associada a processo patológico em que comprometimento da circulação. V ou F
F É uma alteração vasomotora transitória, não significando doença nem condição mórbida associada.
247
O que são as Pérolas de Epstein?
são acúmulos temporários de células epiteliais no palato duro, desaparecendo espontaneamente algumas semanas após o nascimento.
248
representadas por pigmentação cinza-azulada no dorso e nas nádegas, não possuem nenhuma importância clínica. Decorrem da presença de melanócitos na derme que ainda não migraram para epiderme e tendem a desaparecer no primeiro ano
Manchas mongólicas
249
manchas róseas ou vermelhas, que se exacerbam durante o choro, presentes na região da nuca, pálpebras ou glabela, decorrentes de ectasia capilar. São observadas em 30-40% dos RN e desaparecem em 1-2 anos.
Manchas salmão
250
é uma erupção cutânea composta de pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de um a três dias após o nascimento, sendo localizado na face, no tronco e nos membros. É classificado como um exantema benigno, desaparecendo em uma semana.
Eritema tóxico
251
Erupção cutânea pustulosa autolimitada, de causa desconhecida, observada em 2-5% dos RN da raça negra e apenas 0,6% da raça branca. Pode estar presente ao nascimento, caracterizando-se por grupamentos de pústulas estéreis de 2-3 mm (ricas em neutrófilos e eosinófilos), predominando na fronte, abaixo do mento, região retroauricular e cervical, dorso, mãos e pés (incluindo região palmoplantar). Após 2-3 dias, as pústulas desaparecem, deixando tipicamente pequenas máculas hipercrômicas com um colarete de escamas brancas. As manchas hiperpigmentadas permanecem por cerca de três meses.
Melanose pustulosa
252
são pápulas amarelo-esbranquiçadas que aparecem na fronte, nas asas do nariz e na genitália, correspondendo a pequenos cistos queratogênicos, causados por obstrução dos folículos pilossebáceos
Milium sebáceo
253
Miliária
pequeninas vesicopápulas que representam a obstrução ductal das glândulas sudoríparas écrinas, ocorrendo aproximadamente sete dias após o nascimento, em decorrência da sudorese excessiva (clima quente, roupas em excesso, febre). Dois tipos principais: (1) cristalina: a oclusão ductal se dá no nível da córnea; são vesículas tipo “gotas de orvalho” localizadas na fronte do RN; (2) rubra ou “brotoeja”: A oclusão ductal é intraepidérmica; a rotura do ducto sudoríparo leva ao extravasamento do suor para o tecido circunjacente, provocando inflamação. São pequenas pápulas ou vesicopápulas eritematosas, pruriginosas, eventualmente com pústula central, com predileção pela fronte, região cervical e axilar, por obstrução sudorípara intraepidérmica. Desaparece rapidamente pela aplicação de compressas frias e resfriamento do ambiente
254
acomete 20% dos RN, ocorrendo a partir de 7-14 dias de vida. Surgem comedões (pápulas com centro branco ou preto), pápulas eritematosas e pústulas, localizando-se preferencialmente na face e por vezes também no tronco superior e região proximal dos braços. As lesões desaparecem após semanas
Acne neonatal
255
área amolecida deprimida no osso parietal, próximo à sutura sagital. Esta alteração é fruto da compressão pontual do crânio pelo osso pélvico da mãe na cavidade uterina
Craniotabes
256
é a lesão traumática mais frequente. É uma coleção subcutânea assintomática, possui consistência mole, flutuante e com limites imprecisos, de localização variada. Pode aparecer na face, nos braços, nas pernas, nos genitais ou, mais frequentemente, no couro cabeludo, onde recebe a denominação caput succedaneum. No crânio, a característica é a depressibilidade e o fato de não respeitar os limites das suturas. Desaparece dentro de poucos dias.
Bossa serossanguínea (caput succedaneum)
257
é uma coleção subperióstea, dessa forma, sempre limitada pelas suturas. Não se observa coloração anormal do couro cabeludo suprajacente. É de consistência mais elástica, mais mole no centro e mais endurecido nas bordas, dando a impressão de falta de osso no local. Pode ser único ou múltiplo, geralmente de localização parietal, e seu aparecimento se dá após as primeiras horas de vida, crescendo lentamente e podendo ser mascarado pela bossa suprajacente. Uma fratura craniana linear eventualmente o acompanha. Este regride mais lentamente, no decorrer de duas a três semanas, ou, por vezes até três meses. Também é uma causa frequente de hiperbilirrubinemia indireta
cefalohematoma
258
representa o fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas. Quando localizada em uma ou duas suturas, desencadeia uma configuração ou formato de crânio alterado. Se ocorrer em todas as suturas, haverá um impedimento ao crescimento normal do crânio e desenvolvimento de hipertensão intracraniana
Craniossinostose
259
a permanência de fontanelas grande (principalmente a anterior) pode estar associada a doenças como:
acondroplasia hipotireoidismo congênito síndrome de rubéola congênita hidrocefalia raquitismo osteogênese imperfecta trissomias (21, 13 e 18).
260
Estrabismo é comum no RN e pode persistir até os 3-6 meses, uando a coordenação dos movimentos oculares se desenvolve. V ou F
V
261
FC e FR do RN
FC 90-180 FR 60-90
262
O fígado costuma ser palpável até... abaixo da margem costal. O sistema... não está completamente maduro, dando origem à icterícia fisiológica do RN (início com... e pico no... dia, desaparecendo no final da...). O baço geralmente não é palpável.
2 cm glicuroniltransferase 48h Teerceiro primeira semana
263
O mecônio pode ser eliminado logo após o nascimento, mas sua eliminação ocorre geralmente entre... (deve ser eliminado antes de...).
10 e 12 horas 24h
264
Nos bebês a termo, o cotovelo não alcança o esterno na adução passiva do braço (“sinal do...”) e o ângulo poplíteo é < 90º quando se tentada a flexão forçada sobre o tronco
cachecol
265
Descreva o reflexo de Monroe (do abraço)
Descrição: Na posição supina (tronco para cima), eleva-se o bebê pelo tronco acima do plano da mesa e repentinamente o solta, apoiando- o em seguida para que não caia. O objetivo é produzir uma extensão rápida do pescoço e cabeça. Obtemos a abdução seguida da adução e flexão das extremidades superiores, flexão do pescoço e choro. Aparecimento: 28-32 semanas de idade gestacional. Desaparecimento: Aos quatro meses ele desaparece em sua forma “típica” ou completa, conforme descrevemos. Aos seis meses desaparece definitivamente.
266
Descrição: O bebê na posição supina sofre uma rotação da cabeça para um lado por 15 segundos. A resposta esperada é a extensão das extremidades do lado do queixo e flexão das extremidades do lado occipital. Aparecimento: 35 semanas de idade gestacional. Desaparecimento: aos 3-4 meses pós-natais.
Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (Magnus de Kleijn)
267
Descreva o reflexo da preensão palmar
Descrição: Na posição supina, o examinador coloca o dedo na face palmar do bebê. A resposta esperada é a flexão dos dedos e o fechamento da mão. Aparecimento: 28-32 semanas de idade gestacional. Desaparecimento: aos 3-4 meses pós-natais.
268
Descreva o reflexo da preensão plantar
Descrição: Na posição supina, o examinador comprime o seu polegar sobre a face plantar, abaixo dos dedos. A resposta é a flexão dos dedos do pé. Desaparecimento: Aos 15 meses.
269
Descrição: Coloca-se o bebê em prona, com o tronco apoiado sobre o braço do examinador. Com o dedo da mão contralateral, estimula-se a pele do dorso, fazendo um movimento linear vertical que parte do ombro até as nádegas a cerca de 2 cm da coluna. A resposta esperada é a flexão do tronco, com a concavidade virada para o lado estimulado. Desaparecimento: Aos quatro meses.
Reflexo de Galant
270
Descrição: Na posição supina, pressiona-se a pele acima do púbis com os dedos. A resposta esperada é a extensão de ambos os membros inferiores, com rotação interna e adução da articulação coxofemoral. Desaparecimento: 1 mês
Reflexo do Extensor Suprapúbico
271
Descrição: O bebê é colocado em posição supina e uma das extremidades inferiores é submetida à flexão passiva. A resposta esperada é a extensão do membro inferior contralateral com adução e rotação interna da coxa. Desaparecimento: Após seis semanas (um mês e meio).
Reflexo doo extensor cruzado
272
Descrição: Na posição supina, percute-se duas a quatro vezes a superfície plantar. A resposta é a flexão dos dedos. Desaparecimento: Um mês.
Reflexo de Rossolimo
273
Descreva o reflexo do calcanhar
Descrição: Na posição supina, percute-se o calcanhar do bebê estando ele com o membro examinado em flexão de quadril e joelho, e tornozelo em posição neutra. A resposta é a extensão do membro inferior estudado. Desaparecimento: Em três semanas
274
Descrição: Com uma das mãos suspendemos o lactente pela superfície ventral. Com a outra mão flexionamos a cabeça rapidamente, e todo o corpo entra em flexão. Aparecimento e Desaparecimento: Surge aos três meses e desaparece ao final do segundo ano.
Reflexo de Landau
275
Descrição: Pressionamos a mão do lactente e o que verificamos é a abertura da boca.
Reflexo de Babkin
276
Descreva o reflexo da sucção
Descrição: Ao tocar os lábios de um lactente com o cotonete, verificamos movimentos de sucção. Desaparecimento: Em vigília aos três meses e durante o sono com seis meses.
277
Descrição: Ao tocarmos suavemente a bochecha do lactente, ele roda o pescoço em direção ao lado estimulado e abre a boca.
Reflexo da procura
278
Descrição: Ao tocarmos a língua do lactente com uma colher, por exemplo, ele faz movimentos de protrusão da mesma. Desaparecimento: Por volta dos dois meses. Sua permanência por um período maior que este deve levantar a suspeita de paralisia cerebral.
Reflexo da expulsão
279
Descrição: Segura-se o lactente pela região ventral e o aproxima da mesa de exame bruscamente, para dar-lhe a impressão de que está caindo. A resposta esperada é a de que a criança estenda os braços e abra as mãos na tentativa de proteger-se. Aparecimento: Surge aos 8-9 meses e permanece toda a vida.
Reflexo do paraquedista
280
Nos RN a termo, uma secreção mamária semelhante a colostro (“leite de bruxa”) pode aparecer, sem significado patológico. V ou F
V
281
Descreva as manobras de Barlow e Ortolani
são utilizadas para avaliação e diagnóstico da displasia de quadril. A manobra de Barlow é utilizada para induzir um deslocamento em quadris instáveis; o examinador segura as coxas do bebê apoiando seu polegar na virilha e o 4º e 5º dedos no grande trocanter femoral; gentilmente, com a coxa em adução, imprime uma força para trás na tentativa de induzir o deslocamento. A manobra de Ortolani é exatamente oposta, ou seja, é realizada para reduzir a cabeça femoral deslocada. As mãos do examinador ficam na mesma posição, mas agora o movimento passivo realizado é a abdução da coxa com tração para frente do grande trocanter. Dizemos que a manobra é positiva quando sentimos na mão um “clique” do quadril.
282
Quando as manobras de Barlow e Ortolani deixam dúvida, qual o exame a ser realizado?
USG da articulação
283
As refeições por sucção estão contraindicadas caso o RN apresente:
- peso inferior a 1.500 g ao nascimento - idade gestacional inferior a 34 semanas - evidências de doença grave (nestes casos a coordenação sucção-deglutição-respiração é ineficaz e o risco de broncoaspiração aumenta). - Desconforto respiratório (taquipneia e dispneia) Nestes casos, o alimento poderá ser fornecido através de sonda orogástrica com fluxo por gavagem (descida do leite na seringa por ação da gravidade) ou através de bombas de infusão que controlam a velocidade de fluxo
284
Indicações de dieta parenteral em RNs
- RN com menos de 1.500 g (em associação a uma dieta trófica enteral mínima) - RNs que apresentam alguma condição gastrointestinal que contraindique o uso de dieta enteral, como, por exemplo: 1) Enterocolite Necrosante (ECN); 2) Íleo paralítico; 3) Sinais de qualquer doença intestinal; e 4) Probabilidade de uso de indometacina para tratamento de canal arterial, pois sabemos que esta medicação é fator de risco para o desenvolvimento de ECN.
285
TTO da PCA
O tratamento é feito com restrição hídrica, furosemida, indometacina ou fechamento cirúrgico. Não se recomenda indometacina profilática para os bebês < 1.000 g, pois, apesar de esta medida reduzir a taxa de incidência de canal aberto e a necessidade de ligação cirúrgica, não se verificou a longo prazo benefícios ao sistema neurológico e respiratório.
286
A fototerapia profilática é iniciada para todos os bebês com menos de 1.000 g nas primeiras 24 horas de vida, independente dos níveis de bilirrubina. V ou F'
V
287
70% dos neonatos com síndrome de insuficiência placentária são pós-termo. V ou F
F 20%
288
Os pós-maturos têm morbidade neonatal aumentada devido à
- Asfixia - Síndrome de Aspiração do Mecônio (SAM) - Hipertensão pulmonar persistente - Hipoglicemia - Hipocalcemia - Policitemia
289
O RN PIG a termo é um RN de alto risco, sendo seu manejo semelhantes ao do prematuro, incluindo a incubadora nos RN instáveis, reposição de glicose, maior aporte hídrico, nutrição enteral ou parenteral se necessário V ou F
V
290
Descreva a Paralisia de Erb-Duchenne
O RN não consegue de forma alguma abduzir o membro superior no ombro, girar lateralmente o membro superior e supinar o antebraço. O quadro clínico apresenta-se com adução indolor, rotação interna do membro superior e pronação do antebraço. É ocasionado por lesão de quinto e sexto nervos cervicais. A paralisia do frênico (C3-4-5) pode acompanhar a clínica e produzir dificuldade respiratória. O reflexo de Moro está ausente no lado afetado. A preensão palmar está preservada, a menos que a parte inferior do plexo esteja comprometida
291
Descreva a Paralisia de Klumpke
Observamos paralisia da mão. Em caso de acometimento do plexo simpático, o RN pode apresentar síndrome de Horner homolateral à lesão. É ocasionada por lesão do sétimo e oitavo nervos cervicais e do primeiro nervo torácico. A preensão palmar está ausente no lado afetado.
292
Descreva a Paralisia Facial Periférica
Observamos que um hemilado da face não apresenta contração palpebral ou elevação do ângulo da boca. Ocorre geralmente (90% dos casos) no parto a fórcipe, resultando da compressão do nervo pela colher do instrumento. O prognóstico é bom com recuperação completa em 90% dos casos.
293
É de ocorrência neonatal bastante rara, estando relacionada a um grande céfalo-hematoma e fratura óssea. Geralmente resulta da ruptura de uma artéria meníngea. Na Tomografia Computadorizada de Crânio (TCC) aparece como uma imagem hiperdensa e convexa. A maioria dos casos resolve-se espontaneamente.
Hemorragia epidural
294
A fonte de sangramento são as pequenas veias que atravessam o espaço leptomeníngeo (bastante diferente dos adultos, cuja hemorragia deriva da ruptura de grandes vasos). Clinicamente, também se apresenta com convulsões, alterações do estado mental e sinais neurológicos focais. A TCC é um excelente exame; entretanto, a RNM de encéfalo, quando disponível, deverá ser empregada pela capacidade de identificar lesões compatíveis com injúria hipóxico-isquêmica e meningoencefalite que possam eventualmente estar relacionadas à hemorragia.
Hemorragia subaracnoide
295
Ocorre por lesão nas veias de drenagem ou nos seios venosos da dura-máter, principalmente localizadas no tentório cerebelar e falce cerebral. Quando a localização é infratentorial, pode haver compressão de tronco e desenvolvimento de rigidez de nuca, opistótono, redução do nível de consciência e apneia. O aumento da pressão intracraniana pode resultar em abaulamento de fontanela e separação de suturas. Caso o sangramento seja de vulto, sobrevêm a hipovolemia e anemia. As convulsões são comuns principalmente se o sangramento for perto do córtex. A imagem na TCC é caracterizada por uma área hiperdensa em forma de crescente. O tratamento é feito através do controle das convulsões, reposição volêmica e transfusão de hemoderivados. Sangramentos volumosos implicam na realização de testes de coagulação e avaliação para sepse neonatal. A drenagem cirúrgica faz-se necessária sempre que houver sintomas neurológicos graves e evolução para hidrocefalia. Felizmente, a maioria dos casos se resolve espontaneamente, o prognóstico é bom, sem sequelas neurológicas futuras
Hemorragia subdural
296
defeito do 4º arco branquial e 3ª e 4ª bolsas faríngeas que levam a hipoplasia/aplasia de timo, paratireoides, defeitos do arco aórtico e hipoplasia de mandíbula. Pode pode ser causada por deleções na região cromossômica 22q11.2 ou no 10p13
Sequência de DiGeorge
297
ocorre a partir do hipodesenvolvimento do arco mandibular, levando a alteração de língua (glossoptose com obstrução de vias aéreas) e fenda palatina
Sequência de Pierre-Robin
298
Descreva a sequência de Potter
displasia renal levando a oligodramnia, compressão facial, pé torto e hipodesenvolvimento pulmonar
299
Descreva a sequência da holoprosencefalia
falha no desenvolvimento do prosencéfalo, acarretando hipodesenvolvimento de face, hipotelorismo ocular, fenda labiopalatina e incisivo central único.
300
O que é uma associação no contexto das malformações congênitas
são várias anomalias que ocorrem juntas, mais do que numa frequência esperada pelo acaso, mas que não possuem uma etiologia única conhecida.
301
Descreva a associação VACTREL e MURCS
Na associação VACTERL encontram-se anomalias em vértebras + ânus + coração + fístula traqueoesofágica + rins + membros, Na associação MURCS encontram-se aplasia de ducto mülleriano + aplasia renal + displasia de somitos cervicotorácicos.
302
Hipotonia, excesso de pele na nuca e dorso, braquicefalia, fissuras palpebrais oblíquas, prega palmar única (simiesca), clinodactilia do 5º dedo, cardiopatia (defeito septal AV, CIV, CIA), displasia de quadril.
Trissomia do 21 (Síndrome de Down):
303
holoprosencefalia, surdez, microcefalia com fontanelas e suturas amplas, microftalmia, fenda labiopalatina, defeitos cutâneos do escalpe na região parietoccipital, cardiopatia (CIV, PCA).
Trissomia do 13 (Síndrome de Patau):
304
occipital proeminente, fronte estreita, orelhas baixo implantadas, fissuras palpebrais pequenas, mãos fechadas com o dedo indicador em cima do 3º, e o 5º dedo em cima do 4º dedo, tórax estreito, pelve estreita com limitação da abdução de quadril, cútis marmorata, criptorquidismo, cardiopatia congênita (CIV, canal arterial patente).
Trissomia do 18 (Síndrome de Edwards)
305
crescimento intrauterino restrito, microcefalia, atraso do desenvolvimento, anomalias faciais (hipoplasia maxilar, nariz curto, filtro longo com lábio superior fino), anomalias de comportamento e cardiopatias.
Álcool (Síndrome do Álcool Fetal):
306
microtia, assimetria facial, e cardiopatia congênita (ex.: transposição dos grandes vasos, tetralogia de Fallot).
Isotretinoína (Embriopatia pelo ácido retinoico)
307
Deformação X Disrupção X displasia X malformação
 Deformação: forças mecânicas intrauterinas que causam uma alteração na forma de uma estrutura ou órgão. Exemplo: útero bicorno ou oligodramnia levando a deslocamento de quadril, deformidades de membros...  Disrupção: forças mecânicas intrauterinas que causam uma destruição de uma estrutura já formada, pele, músculos e ossos. Exemplo: bandas amnióticas levando à amputação de dedos ou de todo o membro  Displasia: são anomalias resultantes de defeitos enzimáticos ou de síntese de proteínas intracelulares que levam à desorganização estrutural do tecido, e que ao longo do tempo vão provocar alterações dismórficas. São exemplos, as displasias esqueléticas e displasias ectodérmicas (dentes, unhas, cabelos).  Malformação: decorre de um erro/etiologia específica (genético, cromossômico, infecção, drogas, doenças maternas) durante a embriogênese, afetando uma única estrutura anatômica ou vários sistemas.
308
Malformações mneores vs maiores
- Malformações menores: são defeitos anatômicos que não comprometem a função, e podem ser herdados de modo autossômico dominante, por exemplo: dedos extranumerários, apêndices auriculares, microglossia, fenda labial, fenda palatina, micrognatia, manchas café com leite e pé torto congênito. A presença de mais de três malformações menores sinaliza uma síndrome, e indica a procura por uma malformação maior. - Malformações maiores: são anomalias em órgãos vitais, que comprometem o funcionamento e a sobrevida, como por exemplo: defeitos de SNC (ex.: anencefalia, holoprosencefalia), cardiopatias congênitas, agenesia renal. Sua presença sinaliza a presença de uma síndrome.
309
Descrição geral dos defeitos do fechamento do rubo neural
são decorrentes de falha no fechamento do tubo neural entre a 3º e a 4º semana de gestação. Esta “falha” de fechamento permite que substâncias secretadas pelo feto sejam encontradas no líquido amniótico, como a alfafetoproteína e a acetilcolinesterase – os quais servem como biomarcadores da malformação. São exemplos de DTN: anencefalia, encefalocele, mielomeningocele, meningocele, espinha bífida oculta, sinus dermal, medula ancorada, síndrome de regressão caudal, siringomielia, diastematomielia e lipoma de cone medular. As causas precisas dos DTN não são conhecidas, mas alguns fatores podem ter participação, tais como: hipertermia, ácido valproico, desnutrição materna, obesidade, diabetes mellitus e causas genéticas (mutações das vias enzimáticas relacionadas ao ácido fólico)
310
defeito no qual o cone medular está abaixo de L2 (geralmente termina em L1) e, quando existe qualquer fixação desta estrutura, as raízes e nervos são “estirados”. Clinicamente, podem ser observados: síndrome neuro-ortopédica (um dos pés é menor, tem o arco plantar mais arqueado, e atrofia de panturrilha), incontinência urinária, fecal, fraqueza muscular e dor lombar
Medula ancorada
311
é a distensão cística do canal central da medula, muitas vezes associadas à malformação de Chiari I e II. Apresenta sinais clínicos muito tardios, geralmente com diminuição de sensibilidade em ombros (distribuição em “capa”) associada à fraqueza de membros superiores.
Siringomielia
312
pode resultar apenas numa fusão dos corpos vertebrais da região lombossacra, sem nenhuma anormalidade de medula, meninges e nervos. Outras vezes, pode haver sobre a pele, algumas alterações como dimples atípicos (profundos, > 5 mm), hemangiomas, lipomas, tufo de cabelos, sinus dermal (abertura na pele por onde sai um conduto estreito que se comunica com a duramáter, localizado na região occipital ou lombossacra e associado a meningites de repetição) que podem denunciar a presença de outros defeitos como medula ancorada, siringomielia e diastematomielia.
Espinha bífida oculta
313
é um defeito raro caracterizado pela divisão da medula nervosa em duas metades. Podem ser observados desde pacientes assintomáticos, até aqueles com moderada atrofia de panturrilha unilateral e arco plantar arqueado. Alguns casos estão associados ao ancoramento da medula, e pode-se observar disfunções de cólon e bexiga no futuro.
Diastematomielia
314
é a herniação das meninges através de um defeito de fechamento do arco vertebral posterior, estando a medula em sua posição original. Muitas vezes, o defeito é recoberto por pele. É, entretanto, necessário investigar a medula com exames de imagem, pois pode haver associação com medula ancorada, siringomielia e diastematomielia
Meningocele
315
é a forma mais grave de disrafismo espinhal, na qual observa-se herniação de medula e meninges através da coluna, e chega a afetar 1:4.000 nascidos vivos. A etiologia exata é desconhecida, mas parece haver participação genética, pois o risco de recorrência após um filho afetado é de 3 a 4%. O ácido fólico é intrinsecamente envolvido com a prevenção dos defeitos de tubo neural e seu uso no período periconcepcional reduz o risco em até 50%. Pode localizar-se em qualquer ponto do neuroeixo, mais frequentemente em região lombossacra (75%). Clinicamente, pode afetar o esqueleto, sistema nervoso central, sistema nervoso periférico e tratos gastrointestinal e geniturinário. Se a lesão for sacral baixa, haverá anestesia do períneo, incontinência fecal e urinária, sem deficit motor, mas se estiver localizada em região lombar média ou na transição toracolombar observar-se-á paralisia flácida dos membros inferiores, anestesia, deformidades em membros inferiores (ex.: pé torto, displasia de quadril), além das disfunções para controle vesical e retal.
Mielomeningocele
316
saco que possui elementos nervosos em seu interior (ex.: córtex cerebral, cerebelo, porções do tronco).Pode podem estar localizadaa na região occipital (mais frequentemente), na região frontal ou frontonasal. Existe um risco aumentado de desenvolvimento de hidrocefalia em função da associação com outros defeitos, tais como estenose de Aqueduto de Sylvius, malformação de Dandy-Walker e malformação de Chiari. Também pode fazer parte de uma síndrome, como na Sd. de Meckel-Gruber: ... + microcefalia + microftalmia + fenda labial/ palatina + rins policísticos + anomalias genitais + polidactilia.
Encefalocele
317
O que originam o prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo?
Prosencéfalo: telencéfalo e diencéfalo Mesencéfalo: mesencéfalo Rombencéfalo: metencéfalo (ponte + cerebelo) e mielencéfalo (bulbo)
318
agenesia de corpo caloso, coloboma de retina/lacunas coriorretinianas, espasmos infantis (hemi-hipsarritmia), retardo mental grave e hemivértebras.
Síndrome de Aicardi
319
é uma anomalia caracterizada pela presença de no mínimo dois dos seguintes achados: hipoplasia de nervos ópticos, ausência de septo pelúcido/corpo caloso e anomalia de hipófise. Outras anomalias de encéfalo como polimicrogiria e esquizencefalia, e anomalias de face como fenda labiopalatina podem estar presentes. Clinicamente, poderão ser observados: nistagmo, desordens endocrinológicas secundárias às deficiências hormonais hipofisárias com hipoglicemia, hipotireoidismo, hipogonadismo hipogonadotrófico (microfalo e criptorquidia), deficit de crescimento (GH), diabetes insipidus (ADH) e deficit de termorregulação.
Displasia septo-óptica
320
Discorra sobre a malformação de Chiari
Conforme a descrição de Chiari: - o tipo I consiste no deslocamento caudal das amígdalas cerebelares através do forâmen magno; - o tipo II, na herniação das amígdalas, verme cerebelar, IV ventrículo e porção inferior do bulbo, através do forâmen occipital; - o tipo III na herniação do cerebelo e tronco encefálico dentro de uma meningocele cervical alta sendo que, - No tipo IV, há hipoplasia cerebelar sem herniação − Chiari I: herniação das tonsilas cerebelares através do forame magno. Está frequentemente associada a siringomielia. Manifesta- -se na adolescência com cefaleia e sinais cerebelares. − Chiari II (Malformação de Arnold-Chiari): herniação das tonsilas cerebelares através do forame magno. Está associada a 100% das disrafias espinhais. Manifesta-se clinicamente com hidrocefalia e sinais de compressão da medula.
321
é a malformação congênita mais comum do cerebelo, afetando 1:5.000 nascidos vivos. Caracteriza- -se por hipoplasia/agenesia do verme cerebelar, deslocamento superior da tórcula e tentório tentório e dilatação cística do IV ventrículo. Frequentemente está associada à hidrocefalia supratentorial. Clinicamente há grande variabilidade. Cerca de metade dos pacientes tem cognição normal, enquanto outros apresentam deficit intelectual grave. Outros defeitos sistêmicos poderão estar associados: cardiopatias (CIV, PCA, TGA), anomalias urogenitais, atresia duodenal, fenda palatina, etc.
Malformação de Dandy-Walker
322
1/3 dos pacientes com atresia duodenal apresentam trissomia do 21 V ou f
V
323
O neonato apresenta sinais logo após o nascimento, com salivação, tosse, engasgos, dificuldades respiratórias e cianose. A tentativa de alimentação piora os sintomas, e pode levar à broncoaspiração e à pneumonite química. No período gestacional pode haver polidrâmnio
Atresia esofágica
324
Clinicamente, o neonato apresenta vômitos biliosos SEM distensão abdominal nas primeiras 24 horas de vida. O diagnóstico é feito pelo sinal da dupla bolha na radiografia de abdome
Atresia duodenal
325
Nas atresias duodenais, outras anomalias congênitas são frequentes -cardiopatias congênitas (30%), má rotação (20- 30%), pâncreas anular (30%)...; Nas atresias jejunoileais, por outro lado, não se observa frequentemente outras anomalias extraintestinais. V ou F
V
326
Medula ancorada: ocorre em 25% dos pacientes com malformações anorretais. V ou F
V
327
resulta de um septo ósseo (90%) uni ou bilateral ou membranoso (10%) entre o nariz e a faringe. Tem uma frequência aproximada de 1:7.000 nascidos vivos e, em cerca de 50-70% dos casos, existem outras anomalias associadas, tal como na síndrome CHARGE (Coloboma, Cardiopatia, Atresia de coanas, Retardo do crescimento/desenvolvimento puberal e neurológico, e Surdez/ anomalias auriculares). Se for bilateral, o neonato desenvolverá insuficiência respiratória logo após o nascimento, e haverá incapacidade de progredir a sonda através das narinas por 3-4 cm. É necessária a intubação orotraqueal para garantir a perviedade das vias aéreas até a correção cirúrgica.
Atresia de coanas
328
A hérnia diafragmática é mais frequente em meninos V ou F
F É mais em meninas (2:1)
329
Por que prematuros apresentam incidência aumentada de PCA?
A alta incidência de PCA nos prematuros se deve a fatores como: 1) hipóxia associada principalmente à doença da membrana hialina e outros distúrbios respiratórios; 2) menor capacidade de resposta ao fechamento induzido pelo oxigênio pela imaturidade do sistema; 3) o ducto arterioso dos prematuros continua a se dilatar em resposta à PGE2 e NO (Óxido Nítrico), ao contrário dos RN a termo, que perdem esta capacidade de resposta logo após o nascimento. Além disso, nos prematuros pode haver um fechamento do canal precoce e espontâneo, e reabertura dias depois, com repercussões respiratórias e hemodinâmicas
330
Quadro clínico da PCA
Com o aumento do fluxo sanguíneo no leito vascular pulmonar ocorre a formação de edema intersticial e piora da mecânica ventilatória, maior risco de hemorragia pulmonar e broncodisplasia. Além disso, com o shunt esquerda- -direita, o fluxo sistêmico fica reduzido apesar da tentativa de aumento compensatório do débito cardíaco pelo aumento da contratilidade de VE. Este “roubo” de fluxo da circulação sistêmica atinge principalmente órgãos como cérebro, trato gastrointestinal, rins, fígado e baço, explicando parcialmente a maior incidência de enterocolite necrosante e hemorragia intraventricular nestes pacientes Ao exame físico, verificam-se sinais como: 1) precórdio hiperdinâmico; 2) sopro sistólico ou sistodiastólico (em “maquinária”) na região infraclavicular e paraesternal esquerda; 3) pulsos periféricos amplos; 4) pressão de pulso elevada (> 25 mmHg).
331
O ecocardiograma com Doppler é o exame padrão-ouro para o diagnóstico de PCA e possui também a importante função de afastar outras lesões que mimetizam um quadro clínico semelhante (ex.: fístula arteriovenosa e janela aortopulmonar). O diâmetro transverso, > 1.5 mm, revela um canal clinicamente significante, com grande risco de provocar sintomas de hipoperfusão sistêmica. V ou F
V
332
Contraindicações ao uso de indometacina para ttto de PCA
- trombocitopenia (< 50.000) - sangramentos, - oligúria (< 1 ml/kg/hora) - enterocolite necrosante - perfuração intestinal - creatinina > 1,8 mg/dl.
333
O ibuprofeno mostrou ter eficácia similar à indometacina para fechamento do canal, apresentando uma menor incidência de efeitos deletérios sobre a função tubular renal e o fluxo esplâncnico. Contudo, aumentou o risco de hipertensão pulmonar e broncodisplasia. V ou F
V
334
Indicações ligadura para tto do PCA e possíveis complicações
1) a não resposta ao curso de indometacina em duas ocasiões 2) naqueles bebês que exibem alguma contraindicação ao uso do fármaco. Os principais riscos associados ao procedimento são: síndrome de Horner, infecção, hemorragia, quilotórax e pneumotórax.
335
Amina vasoativa de escolha para tto do choque em RN
Dopamina
336
Afecção neurológica mais comum no período neonatal
A Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica Neonatal (EHIN)
337
A EHI deve ser suspeitada sempre que houver sinais/sintomas compatíveis adicionados de evidências como:
1) Apgar = 3 no 5º minuto; 2) FR fetal < 60 bpm; 3) Acidose neonatal > 1 hora após o nascimento; 4) Convulsões nas primeiras 24-48 horas de vida; 5) EEG com padrão de surto-supressão; 6) Necessidade de ventilação com pressão positiva por mais de um minuto ou primeiro choro atrasado por mais de cinco minutos.
338
O quadro clínico motor característico da Leucomalácia Periventricular é
a paralisia cerebral, forma diplégica espástica ou síndrome de Litlle. A forma diplégica espástica caracteriza-se por sinais piramidais (paresia, espasticidade e hiper-reflexia) mais exuberantes nos membros inferiores. Tal achado clínico é justificado pela anatomopatologia da LP, localizado preferencialmente na cápsula interna, próximo ao feixe piramidal responsável pela motricidade dos membros inferiores.
339
caracterizada por graus variados de necrose de mucosa e/ou de parede intestinal. O segmento acometido pode exibir acúmulo de gás na parede intestinal (pneumatose intestinal), podendo evoluir para perfuração, peritonite e sepse. Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento da doença são a asfixia perinatal e a prematuridade
Enterocolite necrotizante
340
Locais mais frequentes de enterocolite necrotizante
O íleo distal e cólon ascendente proximal são os locais onde preferencialmente ocorre a ECN
341
A displasia de quadril é encontrada em 1-1,5 de cada 1.000 nascidos vivos, preferencialmente no sexo... havendo história familiar positiva em 12 a 33% dos casos. O lado mais afetado é o...
feminino (80%) Esquerdo
342
Os limites inferiores da normalidade para a glicemia sérica no RN
- 28 mg/dl ( com 1-2 horas de vida – nadir fisiológico), - - 40 mg/dl (3 a 23 horas), - 41 mg/dl (24 a 47 horas) - 48 mg/dl (48-72 horas).
343
Cite causas de hipoglicemia hiperinsulinêmicas (categoria I) no RN
 Filho de mãe diabética.  Eritroblastose fetal.  RN GIG de mãe obesa.  Hiperinsulinemia esporádica ou familiar.  Síndrome de Beckwith-Wiedemann (macrossomia, macroglossia, onfalocele, visceromegalia).
344
Cite causas de Hipoglicemia Secundária a Aumento da Demanda Metabólica ( Categoria II) no RN
 Hemorragia Intracraniana (HIC), asfixia, malformações do SNC, encefalopatia bilirrubínica.  Relacionada à infecção: sepse.  Cardiopatia congênita cianótica; policitemia (elevado consumo pela massa eritrocitária), hiperviscosidade  Relacionada à cessação abrupta da infusão venosa de glicose.  Relacionada à hipotermia e jejum
345
Cite causas de Hipoglicemia por Redução das Reservas (categoria III) no RN
 RN PIG.  RN PT (pré termo).  Gêmeos discordantes.
346
Cite causas de Hipoglicemia por Defeito Genético ou Metabólicos Primários (categoria IV) no RN
 Deficiências enzimáticas (glicogenoses, galactosemia, tirosinemia, deficiência de glicogênio sintetase, doença do xarope de bordo).  Intolerância à frutose, acidemia metilmalônica e propiônica.
347
Sinais e sintomas da hipoglicemia no RN
○ tremores; reflexo de Moro exacerbado ○ irritabilidade, letargia ○ sucção débil ○ taquipneia ○ cianose ○ hipotermia
348
Quais condições deverão ser rastreadas para hipoglicemia?
○ PIG ○ GIG ○ Gemelar discordante: peso 10% inferior ao do gêmeo maior ○ Baixo peso de nascimento ○ Filho de mãe diabética ○ Hipotermia ○ Policetemia (> 70%) ○ Eritroblastose fetal ○ Síndrome de Backwith-Wiedemann ○ Micropênis ou defeito de linha média ○ Suspeita de infecção ○ Desconforto respiratório
349
A hiperglicemia no RN, na grande maioria das vezes, ocorre por.... Consideramos hiperglicemia valores de glicemia no plasma acima de..., ou no sangue total acima de
iatrogenia 150 mg/dl 125 mg/dl.
350
Fatores de risco para a hipocalcemia neonatal precoce
 Prematuridade (imaturidade do controle metabólico e baixa oferta de cálcio através do leite).  Asfixia (induzindo produção de cortisol atuando como hipocalcemiante direto e a liberação de catecolaminas que aumentam o nível de calcitonina).  Diabetes materno (maior probabilidade de nascimento prematuro e de asfixia neonatal, além da possível associação à hipomagnesemia).
351
Esta variedade de hipocalcemia ocorre cinco a sete dias após o nascimento e encontra-se associada à hiperfosfatemia tendo como apresentação clínica a tetania. As principais causas são:  Uso de fórmulas artificiais (com concentração elevada de fosfato), pouco frequente nos dias de hoje.  Imaturidade da função renal (principalmente a baixa taxa de filtração glomerular) e paratireoides (retendo fósforo).
HIPOCALCEMIA NEONATAL TARDIA OU TETANIA CLÁSSICA NEONATAL
352
Nos RNs com sódio abaixo de 120 mEq/l, como a reposição deverá ser feita?
mEq Na = (Na desejado - Na encontrado) X peso X 0,6 Na desejado = 125 mEq/L
353
Em casos de desidratação hiponatrêmica, com nível de sódio maior do que 120 mEq/l, o esquema de correção deverá ser feito com... Caso o paciente apresente nível inferior a 120 mEq/l, devemos repor a quantidade de sódio de acordo com a fórmula, utilizando...
soro fisiológico e soro glicosado a 5% em partes iguais, no volume correspondente ao deficit avaliado salina a 3%.
354
Em neonatos filhos de mães com DM que desenvolvem a Síndrome de hiperexcitabilidade (tremores, choro, abalos) nas PRIMEIRAS 72 horas de vida, a Causa mais comum é
HIPOGLICEMIA
355
Em neonatos filhos de mães com DM que desenvolvem a Síndrome de hiperexcitabilidade (tremores, choro, abalos) APÓS 72 horas de vida, a causa mais comum é
HIPOCALCEMIA
356
Malformações cardíacas mais comuns nos RNs filhos de mães diabéticas
- Comunicação Interventricular (CIV) e Interatrial (CIA) - transposição de grandes vasos - truncus arteriosus - dupla via de saída de VD - atresia tricúspide - coarctação de aorta.
357
As principais malformações gerais em filhos de mães diabéticas são:
1) cardíacas (já descritas em tópico anterior) 2) agenesia lombossacra; 3) defeitos de tubo neural; 4) hidronefrose, agenesia/displasia renal; 5) atresia anorretal ou duodenal; 6) situs inverso
358
Como fazer o controle da glicemia nos RNs filhos de mãe diabéticas? Qual o valor ideal de gliemia?
30 minutos após a primeira dieta, e horária nas três primeiras horas de vida. O valor ideal da glicemia capilar é ≥ 45 mg/dl antes da dieta.
359
Como realizar o tto da hipoglicemia
- Se glicemia < 40 mg/dl + sintomas OU < 30 mg/dl sem sintomas iniciar dieta (leite materno, ou fórmula infantil de partida, por sucção ou gavagem). - Se a glicemia capilar for < 25 mg/dl nas quatro primeiras horas de vida ou < 35 nas primeiras 24 horas de vida, iniciar bolus de glicose 10% 2 ml/kg EV e manutenção com hidratação venosa com soro glicosado 10% (4-8 mg/kg/min).
360
Nas crianças com 34 ou mais semanas, a VPP inicial é feita em ar ambiente; já naquelas com menos de 34 semanas, é feita com concentração de oxigênio de 30% V ou F
V
361
Na deficiência de G6PD, o indivíduo irá desenvolver hemólise e anemia quando exposto a algum estresse oxidativo, como acidose, hipoglicemia, infecção ou exposição a algumas drogas, como a naftalina. O mais comum é que a icterícia se manifeste a partir do 2o ou 3o dia de vida, como nesse caso. O diagnóstico é confirmado pela dosagem de G6PD e, na avaliação do sangue periférico, podemos identificar os corpúsculos de Heinz V ou F
V
362
Em RN com sífilis, dor à movimentação ativa ou passiva dos membros e, devido a esta dor, há irritabilidade e imobilidade, principalmente do membro superior
pseudoparalisia de Parrot
363
dificuldades de pega/posicionamento ao seio materno, atraso na apojadura, perda de peso > 10% antes de 7 dias de vida e aumento da bilirrubina indireta
ICTERÍCIA DA AMAMENTAÇÃO DE FORMA PRECOCE (com a menor ingesta de leite, há redução da eliminação de mecônio e aumento do ciclo entero-hepático da bilirrubina).
364
Há indicação de profilaxia para a infecção pelo vírus sincicial respiratório em RNs com displasia broncopulmonar. Essas crianças representam uma população de maior risco para a infecção por esse agente e, desta maneira, são candidatas ao uso do palivizumabe nos dois primeiros anos de vida, caso tenham necessitado de terapia nos seis meses que antecederam o início da sazonalidade. profilaxia para a infecção pelo vírus sincicial respiratório. Essas crianças representam uma população de maior risco para a infecção por esse agente e, desta maneira, são candidatas ao uso do palivizumabe nos dois primeiros anos de vida, caso tenham necessitado de terapia nos seis meses que antecederam o início da sazonalidade. V ou F
V
365
O xarope de AZT para o neonato filho de mae HIV deverá ser feito até 12 semanas de vida V ou F
F O xarope de AZT para o neonato deverá ser feito até 4 semanas de vida
366
Como e quando fazer o testo do coraçãozinho?
O “teste do coraçãozinho” ou teste da oximetria é uma avaliação que faz parte da triagem neonatal obrigatória e tem como objetivo permitir a identificação precoce de algumas cardiopatias congênitas críticas. O teste é realizado entre 24 e 48 horas de vida (não entre 12 e 24 horas!) e consiste na oximetria do membro superior direito (que sempre informa a saturação pré-ductal) e de um dos membros inferiores (que sempre informa a saturação pós-ductal).
367
O quadro de citomegalovirose materna pode ser uma contraindicação para o aleitamento quando o recém-nascido tem menos de 32 semanas. Nos casos em que a criança tiver idade gestacional maior, isso não será um problema. Ainda que a criança seja infectada, a doença será branda ou assintomática. Os recém-nascidos a termo de mulheres com citomegalovirose podem ser amamentados. V ou F
V
368
a prematuridade restringe a triagem de hemoglobinopatias por estar associada a diferentes percentuais de hemoglobina fetal, também aumentando percentual de falso-negativos. V ou F
V
369
os recém-nascidos com íleo meconial apresentam, mais comumente, resultados falso-positivos na triagem pela dosagem de tripsinogênio imunorreativo (IRT) V ou F
F mais comum resultados falso-negativos
370
Todo recém-nascido que apresente logo após o nascimento salivação intensa, dificuldade respiratória, tosse, cianose ou engasgos, deve nos levantar a suspeita de...
atresia de esôfago.
371
Os indivíduos portadores do traço falcêmico são identificados no teste do pezinho pelo
padrão de hemoglobina FAS
372
A hipotermia terapêutica (33-34ºC, iniciada na UTI neonatal nas primeiras 6 horas de vida e mantida por 72 horas) é uma das estratégias de neuroproteção para melhorar o prognóstico dos neonatos com idade gestacional...
acima de 35 semanas, que necessitaram de reanimação na sala de parto e evoluíram com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada/grave.
373
recomendações atuais do Ministério da Saúde (MS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre a alimentação dos RNs
1. Aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida. 2. Aleitamento materno complementado de seis meses até dois anos de vida. - A partir dos seis meses de vida, o leite materno como alimento único se torna insuficiente, e deve ter inicio a introdução de alimentação complementar. 3. O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os dois anos de vida.
374
Benefícios do aleitamento materno para a mãe
- Prevenção da hemorragia pós-parto - Método contraceptivo - Remineralização óssea - Redução do risco de ca de mama e ovário - Proteção contra DM2 - Perda ponderal -
375
A OMS/Unicef contraindica o uso de bicos, pois:
1) facilitam o desmame porque o recém-nascido passa a posicionar erroneamente a língua ao sugar a mama 2) favorecem alterações ortodônticas 3) aumento da incidência de candidíase oral 4) servem de veículo para enteroparasitoses.
376
Cite alterações fisiológicas maternas após a saída da placenta que contribuem para a produção/ejeção de leite
os efeitos inibitórios do progestogênio e lactogênio placentário sobre a prolactina (secretada pela adeno -hipófise) cessam, e a secreção do leite aumenta (lactogênese fase II). Da mesma forma, inicia-se a síntese de ocitocina (secretada pela neuro-hipófise), que atuará na ejeção ou saída do leite.
377
Entre o 3º e o 4º dia pós-parto, ocorre a “descida do leite” ou “apojadura”, etapa que depende da sucção do mamilo pelo bebê. V ou F
Entre o 3º e o 4º dia pós-parto, ocorre a “descida do leite” ou “apojadura”, etapa que não depende da sucção do mamilo pelo bebê. Esta fase está sob controle hormonal, e mesmo que não haja sucção (ex.: feto morto, bebês filhos de mães HIV + que não podem amamentar), ela acontecerá!!!
378
Descreva a fase III da lactogênese
Galactopoiese ou lactogênese fase III é a manutenção da produção e ejeção do leite sob total dependência da sucção do mamilo pelo bebê e esvaziamento das mamas. Isto é, quanto mais o lactente suga, mais leite será produzido.
379
Quais reflexos do RN fazem parte do processo de amamentação?
• Reflexo dos pontos cardeais ou de busca. Faz com que o bebê se vire em direção a algo que toque sua bochecha (seio materno) e abra a sua boca em antecipação à pega do mamilo. • Reflexo de sucção. O contato do mamilo com a parte posterior da língua e o palato inicia o processo de sucção, ou melhor, ordenha dos seios lactíferos. • Reflexo de deglutição. Por fim, o leite é levado para a orofaringe e é deglutido. A incoordenação do reflexo de deglutição pode estar presente em prematuros com idade gestacional inferior a 34 semanas.
380
O bebê em aleitamento materno costuma evacuar toda vez que mama, podendo ter fezes líquidas, explosivas, amareladas ou mesmo esverdeadas (reflexo gastrocólico exacerbado). Em outro momento, alguns, no entanto, podem ficar de cinco a sete dias sem evacuar. Ambas as situações são normais V ou F
V
381
São sinais de técnica incorreta de amamentação:
• Bochechas do bebê encovadas durante a sucção. • Ruídos da língua. • Mama muito esticada ou deformada durante a mamada. • Dor à amamentação.
382
Como o leite materno tem baixa concentração de vitamina K e o intestino do recém-nascido só iniciará sua produção através da flora saprófita com duas semanas de vida, recomenda- -se a aplicação de vitamina K IM a todos os recém-nascidos após o nascimento a fim de evitar a doença hemorrágica. V ou F
V
383
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todos os lactentes recebam vitamina D profilática, desde o final da primeira semana de vida até 6 meses V ou F
F Até 2 anos
384
Diferenças entre o colostro e o leite maduro
O colostro apresenta conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas lipossolúveis (principalmente vitamina A, que lhe confere coloração amarelada), minerais e a concentração de imunoglobulinas maior, destacando- se a alta concentração de IgA e lactoferrina. Por outro lado, possui menos gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis. É um leite imaturo, basicamente um exsudato plasmático
385
Quando o leite maduro é produzido? Qual leite produzido antes dele e após o colostro?
Maduro a partir da quarta semana Antes dele é o leite de transição
386
No ingurgitamento mamário patológico acontecem três eventos, cite-os
- o leite não é drenado de forma eficiente - há aumento da vascularização local com congestão - há obstrução linfática
387
Manejo do ingurgitamento mamário
 Manter a amamentação, com mais frequência e livre demanda.  Ordenhar manualmente o excesso de leite.  Realizar massagem circular quando as mamas estiverem túrgidas.  Ordenhar um pouco de leite antes da mamada.  Começar a mamada pelo seio mais túrgido; o bebê com fome suga mais forte ajudando a esvaziar melhor o seio que está mais cheio.  Recomendar o uso de sutiã apropriado, de alças largas, que sustente bem os seios.  Fazer compressas frias nos intervalos entre as mamadas por um período não superior a quinze minutos, para diminuir a produção láctea.  Banho morno auxilia na liberação do leite. As compressas mornas não têm mais sido recomendadas pelo risco de queimaduras.  Se necessário, usar analgésicos (ex.: paracetamol) ou anti-inflamatórios (ex.: ibuprofeno).
388
O que é a galactocele? Como manejar?
Cistos presentes em meio ao tecido mamário, onde há grande produção de leite. O diagnóstico é feito através do exame clínico e ultrassonografia da mama. O tratamento consiste em excisão cirúrgica devido a sua tendência à recidiva.
389
Em caso de abcesso mamário, se o dreno ou a incisão cirúrgica estiver longe da aréola, a mãe não precisará necessariamente interromper a amamentação na mama afetada. A manutenção da amamentação é segura mesmo na presença de bactérias (estafilococos) presentes no leite. V ou F
V Contudo, a recomendação da OMS é a de que a amamentação seja suspensa na mama com abscesso até que o mesmo tenha sido drenado
390
TTO da candidíase mamária
aplicação local de nistatina, miconazol ou cetoconazol por 14 dias e tratamento da criança simultaneamente, mesmo que ela não tenha sintomas. Se o tratamento não for efetivo, usa-se fluconazol via oral por 14 a 18 dias para a nutriz
391
Cite Medicações e/ou substâncias que determinem a redução da produção de leite
- bromocriptina (derivado da ergolina, agonista da dopamina, que é usado no tratamento da tumores da hipófise, doença de Parkinson, hiperprolactinemia, síndrome neuroléptica maligna e diabetes tipo 2) - cabergolina (agonista dopaminérgico derivado do ergot, fungo contaminante comum do centeio e outros cereais, ou pelo uso excessivo ou mal orientado de drogas derivadas da ergolina. com longa ação, utilizado como inibidor da secreção de leite, bloqueando a prolactina) - estrogênios, - progestagênios - pseudoefedrina, - álcool - nicotina
392
Portanto, mães soropositivas para HTLV-1 e 2 estão contraindicadas de praticar o aleitamento. V ou F
V
393
TB materna ativa contraindica a amamentação
F tuberculose ativa materna não é contraindicação a amamentação, desde que a mãe use máscara durante o período bacilífero e a criança receba quimioprofilaxia
394
Contraindicações à amamentação relacionadas à criança
- Galactosemia {erro inato do metabolismo da galactose causada por deficiência em alguma das destas três principais enzimas: galactose-1-fosfato-uridil-transferase (GALT), galactoquinase e uridina difosfato galactose-4-epimerase (GALE)} OBS.: Neonatos com fenilcetonúria podem receber leite materno até seis meses, desde que tenham controle dos níveis níveis séricos de fenilalanina. Para RN com fenilalanina > 17 mg/dl, deve-se suspender o aleitamento materno por 5 dias, substituindo-o por fórmula isenta de fenilalanina (150-200 ml/kg/dia). À medida que os níveis séricos de fenilalanina vão caindo, o aleitamento pode ser reintroduzido paulatinamente. A doença do xarope de bordo (leucinose) é outra doença metabólica do grupo das aminoacidopatias (como a fenilcetonúria) que permite a amamentação desde que os níveis de leucina, valina e isoleucina no sangue sejam monitorados.
395
O principal efetuador do crescimento linear pré e pós-natal é o..., sintetizado pelo... por estímulo do..., e cuja principal ação é atuar na... promovendo sua hiperplasia e hipertrofia.
IGF-1 ou somatomedina C fígado GH e hormônios tireoidianos cartilagem de crescimento
396
Descreva o ganho de peso esperado ao nascimento, 1°, 2°, 3°, e 4° trimestres, oré escolar e escolar
- Ao nascimento A média do peso ao nascimento é de 3,4 kg. Existe uma perda de 10% do peso de nascimento nos primeiros 7 dias de vida. Recuperação por volta do 14º dia. - 1º Trimestre 700 g/mês ou 25-30 g/dia - 2º Trimestre 600 g/mês ou 20 g/dia - 3º Trimestre 500 g/mês ou 15 g/dia - 4º Trimestre 400 g/mês ou 12 g/dia - PRÉ-ESCOLAR 2 kg/ano ou 8-6 g/dia - ESCOLAR 3-3,5 kg/ano
397
Até quantos anos o comprimento deverá ser medido com a criança na posição deitada>
2 anos
398
Crescimento esperado nas crianças
1º Ano: 25 cm/ano  1º trimestre 8-9 cm (3 cm/mês)  2º trimestre 6-7 cm (2 cm/mês)  3º trimestre 5 cm (1,5 cm/mês)  4º trimestre 5 cm (1,2 cm/mês) 2º Ano 12 cm/ano Pré-escolar (2 a 6 anos incompletos) 7-8 cm/ano Escolar (6 a 10 anos incompletos) 6-7 cm/ano Adolescência - Meninas: 8-9 cm/ano - Meninos: 9-10 cm/ano
399
Crescimento do PC esperado nas crianças
- Ao nascimento A média do PC ao nascimento é de 35 cm. - 1º Trimestre 2 cm/mês - 2º Trimestre 1 cm/mês - 3º e 4º Trimestres 0,5 cm/mês - 1º Ano Aumento de 12 cm. O PC médio é de 47 cm. - 2º Ano 2 cm/ano - PRÉ-ESCOLAR ATÉ 18 anos 5cm
400
A relação entre o segmento superior (Estatura – SI) e o segmento inferior (distância entre a sínfise púbica e o chão) é fisiologicamente..., evolui para 1.3 aos três anos, e por volta da puberdade alcança valores entre... . Doenças ósseas como displasias ósseas e raquitismo levam ao...
maior ao nascimento (1.7) 0,9-1 aumento da relação SS:SI.
401
a pasta de dente fluorada está liberada apenas após os..., e mesmo assim, em pequeníssimas quantidades (um grão de arroz), pois antes desta idade a criança poderá engolir
quatro anos de vida
402
Considera-se atraso na dentição primária quando não houver dente algum após... As causas mais comuns incluem
13 meses hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, origem familiar e a mais comum, idiopática. Já causas de perda precoce dos dentes decíduos incluem: histiocitose X, neutropenia cíclica, leucemia, trauma e fatores idiopáticos
403
Como calcular o Z escore para estatura?
Z escore = Estatura paciente (cm) – Estatura Média(cm) Desvio padrão Veja um exemplo: João tem 100 cm, e a estatura média para a mesma idade e sexo é 120 cm. O desvio padrão para esta população é 5 cm. Então, o resultado é – 4 DP. Portanto, este paciente está a 4 desvios padrões abaixo da média populacional, resultado muito inferior ao aceitável, pode haver alguma doença subjacente.
404
Correlação entre o escore Z e o percentil
- Escore Z + 3: percentil 99,8; - Escore Z + 2: percentil 97,7; - Escore Z + 1: percentil 84,2; - Média: percentil 50 (Mediana); - Escore Z - 1: percentil 15,8; - Escore Z - 2: percentil 2,28; - Escores Z - 3: percentil 0,15.
405
Como calcular a idade em crianças com nascimento prematuro?
As crianças que foram prematuras (< 37 semanas de idade gestacional) deverão ter o crescimento (peso, comprimento e perímetro cefálico) acompanhadorealizando-se a correção da idade cronológica. Considera-se o termo completo as 40 semanas de idade gestacional, e assim, deve-se descontar da idade cronológica o número de semanas que faltam para as 40 semanas completas. Por exemplo, se o lactente tem dois meses de idade cronológica e nasceu com 36 semanas, ele terá a idade corrigida de um mês (pois faltaram quatro semanas ou um mês para completar o termo de 40 semanas)
406
Correlacione os valores do percentil e do escore Z com o peso, estatura e com o IMC
Tabelas na galeria (foto 29 e 30)
407
Tabelas com os marcos do desenvolvimento
galeria (fotos 31 a 34)
408
Resumo da ordem ou sequência temporal dos eventos puberais femininos:
1. Telarca (M2); 2. Pubarca (P2); 3. Pico da velocidade de crescimento; 4. Mama estágio 3 (M3); 5. Pelos pubianos estágio 3 (P3); 6. Pelos pubianos estágio 4 (P4); 7. Mama estágio 4 (M4); 8. Menarca; 9. Pelos pubianos estágio 5 (P5); 10. Mama estágio 5 (M5).
409
A ginecomastia ou aumento das mamas no sexo masculino é fenômeno normal na puberdade, acometendo cerca de 40-65% dos meninos devido a um excesso de estimulação estrogênica durante os estágios 2-3 de Tanner. Geralmente é bilateral e se menor que 4 cm de diâmetro tem 90% de chance de resolução espontânea em três anos V ou F
V
410
Resumo da ordem ou sequência temporal dos eventos puberais masculinos:
1. Aumento do volume testicular (G2); 2. Aumento do pênis em comprimento (G3); 3. Pelos pubianos estágio 2 (P2); 4. Aumento do pênis em diâmetro (G4); 5. Pelos pubianos estágio 3 (P3); 6. Pico da velocidade de crescimento; 7. Pelos pubianos estágio 4 (P4); 8. Aumento do pênis estágio 5 (G5); 9. Pelos pubianos estágio 5 (P5).
411
Conduta, em relação ao aleitamento em mães com TB
a mãe bacilífera deve amamentar com a utilização de máscara em ambiente arejado. Deve ser administrada medicação profilática (quimioprofilaxia primária) ao recém- -nascido (isoniazida 10 mg/kg/dia) e não realizar a vacinação com BCG. Com três meses de vida, realiza-se o teste tuberculínico, para avaliar a possibilidade de infecção e adoecimento. Se o PPD for não reator, o lactente não foi infectado, logo se interrompe o uso de isoniazida e vacina-se a criança com BCG. Se o PPD for reator (> 5 mm), deve- -se procurar por sinais de adoecimento, pois a criança, muito provavelmente, foi infectada. Se assintomática, o uso de isoniazida deve continuar por mais três meses e ser suspenso com seis meses de vida. Não é necessário vacinar com BCG após esse período. Se sintomática, iniciar tratamento.
412
Quando a mãe está sob tratamento adequado para hanseníase, não existe qualquer contraindicação à amamentação, apenas ela deverá seguir orientações gerais como cuidado as secreções nasais, contato pele a pele e higiene de mãos. Estas medidas são necessárias porque as principais formas de contágio da hanseníase são através das secreções respiratórias e lesões de pele. V ou F
V
413
Em que situação a mãe com hanseníase não pode amamentar?
lesões em atividade na mama e mães com hanseníase virchowiana (em que a transmissão do bacilo também pode acontecer pelo leite materno) não tratadas, ou tratadas com tempo inferior a três meses com sulfona (ex.: dapsona ou clofazimina) ou três semanas com rifampicina
414
Conduta na amamentação de mãe com varicela
As mães com varicela iniciada cinco dias antes do parto ou até dois dias depois deverão ser isoladas do recém-nascido durante a fase contagiante, pois este poderá desenvolver forma grave de varicela. O leite deverá ser ordenhado e oferecido ao bebê. O contato mãe/filho deve ocorrer apenas na fase de crostas. Deve-se administrar imunoglobulina específica (VZIG) ao recém-nascido.
415
Aleitamento e doença de chagas
o aleitamento será suspenso apenas na fase aguda da doença (alta parasitemia) OU se houver lesões sangrantes na pele do mamilo.
416
Aleitamento na Leptospirose, listeriose e brucelose
as lactantes na fase aguda da doença poderão transmitir estes agentes bacterianos à criança, e, portanto, recomenda-se que neste período o leite seja ordenhado e pasteurizado
417
A suplementação com vitamina D está indicada para todos os lactentes amamentados ao seio materno ou amamentados com fórmula infantil (desde que recebam < 1.000 ml/dia). V ou F
V
418
A aplicação de vitamina K intramuscular é feita de rotina para RNs prematuros ou com baixo peso ao nascer importante da prevenção da doença hemorrágica do recém-nascido. RN a termo com peso adequado não necessita essa suplementação V ou F
F A aplicação de vitamina K intramuscular a todos os recém-nascidos é medida importante da prevenção da doença hemorrágica do recém-nascido
419
São medidas para atenuar as cólicas do lactente: segurá-lo na posição horizontal, aplicação de compressas quentes sobre o abdome, evitar a subalimentação ou excessos e observar se existem correlações entre a cólica e os alimentos consumidos pela mãe V ou F
F Posição vertical Compressas mornas
420
A anemia fisiológica da infância não requer tratamento. Prematuros saudáveis toleram bem níveis de hemoglobina até 6,5 mg/dl. V ou F
V
421
Níveis de hb que são considerados anemia nas crianças
considera-se anemia quando os níveis de hemoglobina forem menores que: - 11g/dl para crianças entre 6 e 59 meses; - 11,5 g/dl para aquelas entre 5 e 11 anos; - 12 g/dl para crianças entre 12 e 14 anos.
422
Descreva fatores facilitadores e inibodores da conversão do ferro na sua forma ferrosa (Fe+2)
Fatores facilitadores:  Ácido ascórbico (vitamina C), o principal fator potencializador da absorção do ferro. Fontes alimentares: acerola, laranja, mamão, morango e limão.  Frutose. Fontes: frutas em geral.  Vitamina A. Fontes: leite, manteiga, queijos, gemas de ovos, fígado, cenoura, couve, abóbora e espinafre.  Alguns aminoácidos (cisteína, lisina, histidina). Fontes: carnes em geral. Fatores inibidores:  Fitatos. Fontes: cereais (aveia, farelo de trigo e arroz) e semente de leguminosas.  Compostos fenólicos (flavonoides, ácidos fenólicos e tanino). Fontes: cebola, achocolatados, chás, café, vinho e refrigerantes.  Fibras.  Sais de cálcio e fósforo. Fontes: soja, leite e ovo.
423
Descreva o esquema de profilaxia de anemia ferropriva na criança
galeria
424
Cerca de 72-96 horas após o início da reposição com ferro, já se verifica um aumento dos reticulócitos plasmáticos cujo pico é em torno do 5º e 7º dia. Com 4-30 dias os níveis de hemoglobina sobem e com 1-3 meses os estoques de ferro são restaurados. V ou F
V
425
Como fazer a administração de vit D profilática
 Primeira semana de vida até 12 meses: 400 UI/dia;  A partir de 1 ano: 600 UI/dia.
426
Representa o escorregamento não traumático e gradual da epífise sobre a metáfise femoral no sentido inferior e posterior, de modo a enfraquecer o anel pericondral. Apresenta uma incidência de 2/100.000 adolescentes, sendo mais comum entre 12 e 15 anos. São mais acometidos os indivíduos do sexo masculino (3:2), a raça negra, o lado esquerdo e os obesos. Pode ser bilateral em até 60% dos casos. Em relação à etiologia, pouco conhecimento está definido, mas estudos mostram que fatores endócrinos e metabólicos têm papel importante. Classificada como aguda quando iniciada em menos de três semanas, e manifesta-se geralmente com instabilidade (incapacidade de marcha) e dor intensa em região inguinal, coxa ou joelho, levando à posição antálgica com rotação externa da coxofemoral. A forma crônica é a mais frequente, e geralmente o paciente se queixa de uma dor vaga há vários meses, localizada na região inguinal, coxa anterior ou joelho e agravada por exercícios físicos. Ao exame articular constatamos limitação da rotação interna, abdução e flexão da coxa O tratamento dependerá do grau de escorregamento. O procedimento cirúrgico principal envolve a colocação de pino através do colo e cabeça femoral com o objetivo de fixar um ao outro. O tratamento do lado contralateral, mesmo que assintomático, é recomendado em pacientes com distúrbio metabólico ou endócrino estabelecidos
Epifisólise proximal do fêmur (coxa vara do adolescente)
427
É uma desordem do quadril caracterizada por uma interrupção temporária do suprimento sanguíneo da cabeça do fêmur, levando a necrose avascular e deformidade. É uma desordem do quadril caracterizada por uma interrupção temporária do suprimento sanguíneo da cabeça do fêmur, levando a necrose avascular e deformidade. É mais comum em meninos (4 a 5:1), na faixa etária compreendida entre quatro e oito anos, sendo por isso, uma afecção ortopédica mais frequente do escolar. Afeta cerca de 1/1.200 crianças, e em apenas 10% dos casos é bilateral. O sintoma mais comum é a claudicação, seguida da dor, que pode estar localizada na virilha ou mais comumente, referida para a parte anteromedial da coxa ou joelho. O diagnóstico é firmado através da radiografia simples de quadril, obtida nas posições AP e Lauestain lateral (frog-leg). O tratamento é feito com limitação do movimento, uso de anti-inflamatórios não esteroidais, fisioterapia, repouso e tração nos casos em que a dor for mais severa, e órteses para manter a coxa em abdução (epífise dentro do acetábulo). A reparação cirúrgica é indicada para casos mais graves.
Doença de Legg-Calvé-Perthes
428
É uma epifisite da tuberosidade anterior da tíbia, desencadeada na adolescência na fase do estirão de crescimento. É mais frequente no sexo masculino (3:1), e há história prévia de esforço físico. A interseção entre a tuberosidade da tíbia e o osso é feita por cartilagem de crescimento, uma região mais frágil e susceptível ao trauma produzido pela contração vigorosa do quadríceps femoral. Assim, infere-se que a ação do quadríceps, mesmo que não muito intensa, possa obliterar o suprimento sanguíneo local facilitando a necrose avascular do local. O quadro clínico caracteriza-se por dor abaixo da patela, às vezes bilateral, que piora após esforço físico e melhora com o repouso. Ao exame, dor à compressão local e edema podem ser verificados. A radiografia mostra fragmentação óssea. O tratamento é clínico e recomenda repouso e analgésicos. Em alguns casos a imobilização gessada pode ser empregada.
Doençade Osgood-Schlatter
429
definição de atraso puberal
Define-se atraso puberal como a ausência de mamas em meninas após os 13 anos e ausência de aumento testicular em meninos após os 14 anos.
430
Amenorreia Primária x Atraso Puberal
Atraso Puberal Feminino: Ausência de telarca após 13 anos na menina. Amenorreia Primária: Ausência de menarca após 14 anos sem desenvolvimento de caracteres sexuais secundários OU após 16 anos na presença de caracteres sexuais secundários.
431
É a causa mais frequente de atraso puberal, e representa uma variação da normalidade. Além disso, verifica-se baixa estatura, baixa velocidade de crescimento, idade óssea atrasada em relação à idade cronológica. Há casos semelhantes em outros membros da família. Ocorre uma lentificação em todo processo fisiológico de crescimento e desenvolvimento, que, entretanto, não ultrapassa dois a quatro anos. As dosagens de FSH/LH estão em níveis prépúberes e de estradiol na faixa de diminuído a normal. A confirmação e certeza do diagnóstico somente são alcançadas com o acompanhamento evolutivo e desencadeamento dos eventos puberais
Atraso Constitucional da Puberdade
432
A presença de doenças crônicas em atividade (doença inflamatória intestinal, fibrose cística, asma grave, cardiopatias, anemia falciforme, desnutrição, anorexia) podem causar atraso puberal, uma vez que elas limitam a utilização de substratos pelo organismo, que desvia toda sua bioquímica para o controle do processo patológico. Consequentemente, as vias metabólicas menos vitais, como é o caso da puberdade, ficam estagnadas até que se seja possível o retorno à fisiologia normal V ou F
V
433
É a forma mais comum de deficiência isolada de gonadotrofinas (FSH e LH). Resulta de uma incapacidade de produção de GnRH pelos neurônios hipotalâmicos ou de uma mutação no receptor de GnRH hipofisário. Afeta mais homens, com uma relação entre os sexos masculino e feminino de 5:1. No período neonatal cursa com micropênis e/ou criptorquidismo. Na infância, quando associado à anosmia, fenda labiopalatina e sindactilia é referida como a Síndrome de Kallmann. No adolescente manifesta-se como atraso puberal.
Hipogonadismo Hipogonadotrófico Idiopático (Deficiência Congênita de GnRH)
434
Puberdade iniciada que é em seguida interrompida, associada a casos familiares semelhantes, sugerem o diagnóstico de atraso constitucional. V ou F
V
435
A presença de pelos pubianos é mais frequente na deficiência de GnRH que cursa com adrenarca normal, No atraso constitucional geralmente todo desenvolvimento sexual está atrasado. V ou F
V
436
no sexo masculino, produz a síndrome do eunuco fértil, ou seja, um indivíduo do sexo masculino com testosterona diminuída e espermatogênese preservada pelo estímulo do FSH.
Ausência isolada de LH
437
produz, nas meninas a ausência de desenvolvimento folicular e, nos meninos, oligo ou azoospermia.
Ausência isolada de FSH
438
Outra causa de atraso puberal por hipogonadismo hipogonadotrófico é a... 75% dos indivíduos com essa síndrome apresentam deleção do braço longo do cromossoma 15. A prevalência estimada é de um em cada 15.000 crianças. As principais características são: obesidade iniciada aos seis meses, falta de saciedade, obsessão alimentar, diâmetro bifrontal estreito, cabelos, pele e olhos claros, retardo mental, hipotonia, pés e mãos pequenos, micropênis e hipogonadismo
Síndrome de Prader Willi
439
É o tumor da região hipotalâmica-hipofisária mais comumente envolvido com atraso puberal por hipogonadismo hipogonadotrófco. Deriva de remanescentes da bolsa de Ratke, geralmente de localização suprasselar com componentes sólidos e císticos. Em 80% dos casos ocorrem calcificações. As principais manifestações clínicas são cefaleia, náuseas, vômitos, alterações visuais, poliúria e polidipsia. O tratamento consiste na remoção cirúrgica e radioterapia.
Craniofaringioma
440
Nesse grupo de etiologias de atrso puberal, estão incluídas as desordens das gônadas, cuja produção de esteroides sexuais (testosterona e estrogênios) é pequena ou ausente. Sem o “feedback” negativo desses hormônios sobre a hipófise, ocorrem altos níveis de gonadotrofinas.
Hipogonadismo hipergonadotrófico
441
A ginecomastia no hipogonadismo primário é provavelmente resultado da estimulação da... pelo FSH/LH, enzima que aumenta a conversão de testosterona em estradiol. O testículo passa a secretar estradiol em concentrações relativamente maiores que testosterona.
aromatase testicular
442
É a causa mais frequente de hipogonadismo no sexo masculino, afetando 1 entre cada 500-1000 homens. O cariótipo mais comum é o 46, XXY, mas podem ocorrer 48 XXXY e mosaicos 46 XY, 47 XXY. Quanto maior o número de cromossomas X, mais grave serão as alterações fenotípicas gonadais e extragonadais. Há uma disgenesia de túbulos seminíferos e por isso, a espermatogênese está ausente. Há hábito eunucoide (relação segmento superior: inferior < 1) por aumento desproporcional do comprimento dos membros inferiores, ginecomastia, micropênis, testículos pequenos e endurecidos.
síndrome de Klinefelter
443
É a causa mais frequente de hipogonadismo no sexo feminino. Estima-se que ocorra em 1,5% das concepções, 10% dos abortos espontâneos e 1:2500 dos nascidos vivos. Caracteriza- -se pelo cariótipo 45, X0 e mosaicos 45, X0; 46, XX (> 50% dos casos). O cromossoma mais frequentemente perdido é o paterno, e a idade materna avançada não é considerada um fator de risco para esta aneuploidia.
Síndrome de Turner
444
É uma síndrome que cursa com hipogonadismo hipergonadotrófico, com aspectos fenotípicos semelhantes à síndrome de Turner, mas causada por uma mutação no braço longo do cromossoma 12. O cariótipo pode ser XX ou XY. As mulheres portadoras não apresentam disfunção gonadal, ao passo que os homens possuem criptorquidia e disfunção das células de Leydig, produtoras de testosterona.
Síndrome de Noonan
445
Exames complementares iniciais na avaliação do atraso puberal
Os exames iniciais são a idade óssea e dosagens hormonais (FSH, LH, estradiol e testosterona).
446
Definição de puberdade precoce
É definida como o aparecimento de qualquer característica sexual secundária em idade dois desvios padrões abaixo da média. Outro limite usado na prática é a idade de oito anos para meninas e nove anos para meninos.
447
A puberdade precoce é didaticamente dividida em:
 Puberdade Precoce Central ou Verdadeira – aquela em que ocorre por aumento de GnRH por maturação e ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada.  Puberdade Precoce Periférica – aquela que ocorre sem aumento de GnRH, desencadeada por produção independente de testosterona ou estradiol. Pode ser do tipo isossexual ou heterossexual  Precocidade Puberal Incompleta – dentro deste grupo encontram-se aquelas condições de aparecimento isolado de apenas um caracter sexual secundário, como por exemplo: telarca isolada, pubarca isolada e menarca isolada.
448
Responde pela grande maioria (90%) das causas de puberdade precoce central e é mais comum no sexo feminino cerca de 10 a 20 vezes. Mas independente da estatística e da normalidade ao exame físico, é importante que se faça um exame de imagem do sistema nervoso central (TC ou RNM) para estudos de possíveis lesões que possam justificar a precocidade de desenvolvimento puberal.
Idiopática
449
Os... de túber cinéreo são os principais tumores de SNC que provocam puberdade precoce, geralmente antes de três anos de idade. Eles são formados por neurônios secretores de GnRH em localização ectópica
hamartomas
450
Hidrocefalia, anoxia perinatal, infecções, epilepsia, trauma e radioterapia são algumas condições neurológicas também implicadas no desencadeamento do desenvolvimento sexual precoce. V ou F
V
451
Como é feito o controle da puberda precoce central?
Atualmente o tratamento é feito com análogos do GnRH (Lupron® – Leuprolide uso intramuscular; Zoladex® – Gozerelina uso subcutâneo). O mecanismo de ação consta de uma estimulação inicial do análogo sobre a hipófise, seguido de uma dessensibilização dos receptores hipofisários (down-regulation).
452
Causas mais comuns de puberdade precoce periférica
As causas mais comuns relacionam-se às glândulas adrenais, seja pela Hiperplasia Suprarrenal Congênita (HSRC) e pelos tumores adrenocorticais, ou atividade independente nas gônadas (tumores, cistos, síndrome de McCune Albright e testotoxicose).
453
É uma síndrome rara caracterizada pela tríade manchas café com leite, displasia fibrosa poliostótica (ossos longos e crânio) e precocidade puberal. Acomete ambos os sexos, mas tem predomínio feminino. Deve ser considerada no diagnóstico de meninas que nos dois primeiros anos de vida manifestam sangramento vaginal provocado por cistos foliculares autônomos recorrentes, já que as lesões cutâneas e ósseas podem se desenvolver mais tardiamente. A síndrome é decorrente de uma mutação no gene que codifica a proteína G3, cuja função é estimular a adenilatociclase. Com isso, todas as glândulas endócrinas são estimuladas, podendo resultar em diferentes síndromes clínicas: precocidade puberal, gigantismo, síndrome de Cushing, tireotoxicose e hiperplasia adrenal. O raquitismo hipofosfatêmico é uma condição de deficiência de vitamina D que cursa com fosfato baixo. É causada por perda renal deste íon, a qual é estimulada pela fosfatonina, substância secretada pelas lesões ósseas. A displasia óssea aparece nas radiografias como imagens císticas. Entretanto, o exame mais sensível para detectá-las é a cintilografia óssea. Há maior predisposição a fraturas e deformidades ósseas. Quando há comprometimento do crânio, pode haver compressão do nervo óptico, ptose e assimetria facial. Seu Tratamento é feito com inibidores da aromatase (ex.: anastrazol e letrozol) associados a bloqueadores dos receptores androgênicos (ex.: bicalutamida).
Síndrome de McCune Albright
454
• É causada por uma mutação que ativa o receptor de LH nas células de Leydig, levando ao seu amadurecimento prematuro e secreção de testosterona. Os meninos afetados têm entre um e quatro anos, e apresentam sinais de virilização (aumento do tamanho do pênis aceleração da velocidade de crescimento e avanço na idade óssea) que são mais evidentes que o aumento do volume testicular. A herança é autossômica dominante. • A testosterona encontra-se em níveis elevados, e as gonadotrofinas LH e FSH estão em níveis pré-puberais. • Tratamento: inibidores da aromatase (ex.: anastrazol e letrozol) associados a bloqueadores dos receptores androgênicos (ex.: bicalutamida).
Testotoxicose Esporádica ou Familiar (mutação ativadora do receptor de LH)
455
são a causa de puberdade periférica mais comum nas meninas. Quando possuem um tamanho maior que 8 mm tendem a secretar estrógenos. O quadro clínico principal é marcado por dor abdominal, massa abdominal palpável e sangramento vaginal. As dosagens séricas de estradiol são bastante elevadas. • O tratamento é feito com acetato de medroxiprogesterona, que atua na involução do cisto, diminuindo o risco de torção.
Cistos foliculares ovarianos
456
O... é a principal neoplasia ovariana implicada como causa de puberdade precoce
tumor das células da granulosa
457
Nas variações benignas do desenvolvimento puberal ou puberdade incompleta ocorre o aparecimento de apenas uma característica sexual secundária de modo isolado. Não há aceleração da velocidade de crescimento e nem amadurecimento ósseo prematuro. V ou F
V
458
Definição de adrenarca precoce
aparecimento de pelos pubianos (pubarca) e/ou axilares antes de oito anos de modo isolado
459
Nas meninas, a adrenarca precoce é fator de risco para o desenvolvimento da
Síndrome dos ovários policísticos,
460
5% das crianças com adrenarca precoce apresentarão progressão para precocidade puberal central, e por isso o acompanhamento médico é fortemente recomendado. V ou F
F 20% delas
461
Descreva diferentes tipos de mutação genética
○ Mutações missense: A modificação de um par de base resulta na modificação de um aminoácido na proteína formada. ○ Mutações nonsense: A modificação de um par de base resulta na formação de um código de parada (stop códon) na leitura do RNAm, levando a uma parada prematura do processo de translação e consequentemente, à formação de uma proteína truncada, de menor função. ○ Mutações frameshift por adição ou por deleção: A troca de um par de base resulta em uma modificação na estrutura de leitura do gene (reading frame), levando à introdução ou à deleção de um outro aminoácido, e em seguida a um código de parada (stop códon).
462
Cite duas doenças resultantes de mutações unigênicas
anemia falciforme e fibrose cística. OBS: A transmissão à prole segue caracteristicamente a herança mendeliana
463
O fenótipo das doenças mitocondriais é muito amplo, com variados graus de intensidade. Isto se deve à heteroplasmia, ou seja, à quantidade de mitocôndrias mutadas e sãs nas células V ou F
V
464
Explique as doenças causadas por defeitos de “imprinting”
Para um pequeno número de genes, apenas um é ativo, e o outro é silenciado através da metilação do DNA devido a uma mutação (modificação epigenética). Por exemplo, as síndromes de Angelman e Prader-Willi são provocadas por uma microdeleção do cromossoma 15q11-12, contudo os fenótipos são totalmente diferentes, na dependência do gene inativado. Na síndrome de Prader-Willi o alelo com as microdeleções é o de origem paterna, e na síndrome de Angelman o alelo mutado é o de origem materna.
465
Incidência: 1:600 a 1:800 nascidos vivos. É a doença cromossômica mais frequente. É também a causa genética mais frequente de retardo mental moderado!!! Na maioria dos casos a síndrome de Down ocorre por trissomia completa do cromossoma 21 (94%), um erro de disjunção durante a meiose do gameta feminino. Por isso, este defeito genético é tanto mais frequente quanto mais “idosa” for a mãe. Uma minoria dos casos se deve ou ao mosaicismo do cromossoma 21 (2%), no qual algumas células têm cariótipo normal e outras apresentam a trissomia do 21, ou ainda, a um defeito de translocação cromossômica (3%), no qual o cromossoma 21 extra encontra-se aderido ao cromossoma 14
Síndrome de Down
466
 Clínica: • Constitucional: Baixo peso de nascimento (2.480 g). • Face: Microcefalia com sutura sagital ampla, fenda labiopalatina (60-80%), anomalias auriculares com baixa implantação, hipotelorismo ocular, ciclopia, anoftalmia/ microftalmia, coloboma de íris. • Extremidades: Prega palmar única, polidactilia, unhas hiperconvexas, camptodactilia, calcanhares proeminentes. • Pele: Hemangiomas capilares em fronte, aplasia cútis em couro cabeludo. • Sistema nervoso central: Malformações (ex.: holoprosencefalia com desenvolvimento incompleto dos nervos olfatórios e ópticos), retardo mental grave, epilepsia, apneia central. • Sistema sensorial: surdez, cegueira. • Sistema osteoarticular: Pelve hipoplásica (estreita), acetábulo raso. • Sistema cardiovascular: Cardiopatias congênitas (80%), tais como: CIV, ducto arterioso patente, CIA, e dextroposição cardíaca. • Sistema geniturinário: Nos meninos criptorquidia e nas meninas útero bicorno; artéria umbilical única, rins policísticos (31%), hidronefrose. • Sistema gastrointestinal: Onfalocele
Síndrome de Patau (trissomia do 13)
467
 Clínica: • Constitucional: Prematuridade (1/3 dos casos), baixo peso de nascimento (2.340 g) pós-maturidade (1/3 dos casos), polidramnia, artéria umbilical única, deficit de crescimento, rarefação da gordura subcutânea e músculos, hipertonia, choro fraco. • Face: Região occipital proeminente, diâmetro bifrontal estreito, orelhas baixo implantadas e malformadas, fissuras palpebrais curtas, pequena abertura oral, micrognatia, palato ogival; microcefalia. • Extremidades: Dedos das mãos se sobrepõe (caracteristicamente, o dedo indicador está sobre o terceiro dedo, e o quinto dedo, se sobrepõe ao quarto dedo), hipoplasia ungueal, especialmente no 5º dedo da mão e dedos dos pés; hálux pequeno e dorsifletido; prega palmar única, calcanhares proeminentes. • Tórax: Esterno curto e mamilos hipoplásicos. • Abdome: Hérnia de retos abdominais, umbilical e inguinal. • Pele: Cútis marmorata, pele redundante. • Sistema nervoso central: Retardo mental, paralisia cerebral, defeito de mielinização, microgiria, hipoplasia cerebelar. • Sistema osteoarticular: Pelve estreita com limitação da abdução. • Sistema cardiovascular: Cardiopatias congênitas (> 50%), tais como: CIV, CIA, ducto arterioso patente. • Sistema geniturinário: Nos meninos criptorquidia; nas meninas, hipoplasia de grandes lábios com clitóris proeminente
Síndrome de Edwards (trissomia do 18)
468
Nesta síndrome, não se observa aumento do risco com a progressão da idade materna. A síndrome é de ocorrência esporádica na maioria das vezes. Em 99% das vezes, os fetos são abortados ainda no primeiro trimestre de gravidez. São também encontrados cistos nucais (higroma cístico nucal), linfedema grave ou hidropsia fetal. • Ao nascimento: Linfedema de membros inferiores, pterigium coli (pele redundante no dorso e pescoço). • Crescimento: Baixa estatura (estatura final sem tratamento é de 143 cm, e com a reposição do hormônio de crescimento é de 150 cm) e tendência à obesidade. • Face e pescoço: Epicanto, palato em ogiva, mandíbula pequena, orelhas proeminentes, pescoço curto e alado, baixa implantação da linha dos cabelos, prega redundante na nuca. • Tórax: Em escudo com hipertelorismo mamilar (afastamento dos mamilos), mamilos hipoplásicos, pectus escavatum, escoliose. • Extremidades: Cúbito valgo, exostose tibial medial, deslocamento de quadril, 4º metatarso e 4º metacarpo curtos, unhas hiperconvexas. • Sistema nervoso central: Inteligência normal (QI = 90), retardo na conduta motora e coordenação motora fina ruim, dificuldades na matemática, baixa autoestima, tendência à depressão. • Sistema sensorial: Hipoacusia. • Sistema genital: Disgenesia gonadal levando a retardo puberal. • Sistema urinário: Rins em ferradura, duplicação do sistema pielocaliciano. • Sistema cardiovascular: Valva aórtica bicúspide (30%), coarctação de aorta (10%). • Doenças crônicas: Diabetes mellitus, hipertensão arterial primária, colite ulcerativa, doença de Crohn, hipotireoidismo e agenesia do corpo caloso.
Síndrome de Turner - 45, X0; - Mosaicos 46, XX / 45, X0 ou 46, XY / 45, X0 (nestes casos com genitália ambígua ou masculina); - Deleção parcial do cromossoma X (46, X-isocromossoma X). A grande maioria dos fenótipos é feminino.
469
microdeleção do 7q11.23, uma região que inclui aproximadamente 17 genes. O gene da elastina (ELN) está presente nesta porção deletada. Esta proteína é parte integrante das fibras elásticas, abundantes nos tecidos conectivos. Clínica: fácies anormal (100%), cardiopatia congênita (mais comumente estenose aórtica supravalval em 80%), retardo mental (75%), perfil cognitivo peculiar (90%), e hipercalcemia (15%). • Face: Espessamento periorbital, olhos claros com uma íris “estrelada”, nariz curto com aletas nasais grossas, filtro longo, lábios grossos e voz rouca. • Sistema cardiovascular: a cardiopatia mais comum é a estenose supravalvar aórtica, que normalmente é progressiva e exigirá reparo cirúrgico no futuro. Outras anormalidades são: estenose arterial pulmonar periférica, coarctação de aorta, estenose de artéria renal, e hipertensão arterial sistêmica. • Sistema endócrino: 1) Hipercalcemia, hipercalciúria, nefrocalcinose: o mecanismo etiopatogênico das alterações do cálcio plasmático e do metabolismo da vitamina D é desconhecido. Alguns sintomas decorrentes da hipercalcemia (ex.: irritabilidade, vômitos, constipação, cãibras musculares) são mais observados durante a lactância, resolvendose na pré-escola; 2) hipotireoidismo. • Sistema osteoligamentar: Frouxidão ligamentar, contraturas articulares, cifoses, lordoses. • Sistema nervoso central: Malformação de Arnold Chiari I, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (condutas motora, linguagem, cognitivo), humor amável e empático, hipersensibilidade ao som, tendência a transtornos psiquiátricos (ansiedade, TDAH). • Sistema sensorial: hiperopia, estrabismo. • Sistema gastrointestinal: Divertículos intestinais, prolapso retal.
Síndrome de Williams
470
É considerada das causas hereditárias mais comuns de retardo mental. Afeta 1:1.250 meninos e 1:5.000 meninas.  Etiologia: Há uma banda “frágil” localizada no Xq27.3, na qual se insere o gene FMR1. Em indivíduos normais existem cerca de 50 repetições de trinucleotídeos CGG. Se o indivíduo possui entre 50-200 repetições ele é designado como portador da pré-mutação. Na síndrome, esta repetição ultrapassa o número de 200, e consequentemente o gene é “desligado” e a proteína FRM1 não é formada.  Clínica: Retardo mental, aspectos faciais característicos tais como: fronte proeminente, face fina e longa, mandíbula proeminente mais evidente na adolescência, orelhas grandes e protuberantes, e macro-orquidismo. Outros achados menos frequentes são: fenda palatina, estrabismo, otite serosa, frouxidão ligamentar, deslocamento de quadril, epilepsia, TDAH, estereotipias, linguagem perseverativa e prolapso de valva mitral. Este fenótipo é típico e plenamente desenvolvido nos indivíduos do sexo masculino. Nas meninas, o aspecto clínico é variável, observando-se desde um fenótipo típico até casos com poucas características. A inteligência nas meninas é também variável: há pacientes de QI normal assim como há pacientes com retardo mental profundo.
Síndrome do X frágil
471
É a desordem convulsiva mais comum da infância, com uma incidência aproximada de 2 a 5% dos lactentes e pré-escolares
Crise convulsiva febril
472
Principais características clínicas da crise febril típica ou simples
 Faixa etária: 6 meses até 60 meses (5 anos) de idade (média de idade da primeira crise é aos 14-18 meses). Incomum antes de 3 meses;  Tipo de crise: tônico-clônica generalizada;  Duração: < 15 minutos;  Período pós-ictal: sonolência breve;  Crise única em 24 horas;  A crise febril simples é benigna e não provoca dano neurológico em longo prazo, mesmo que a criança tenha tido várias crises febris simples. Além disso, a ocorrência de crise febril simples na infância não aumenta o risco de epilepsia no futuro.
473
Chamamos de CRISE FEBRIL COMPLEXA OU ATÍPICA ou complicada as convulsões em vigência de febre que apresentam uma ou mais das seguintes características:
 Tipo de crise: focal;  Duração: > 15 minutos;  Período pós-ictal: presença de sinal neurológico (ex.: paralisia de Todd) ou sonolência duradoura;  Recorrência da crise dentro de 24 horas.
474
O risco de epilepsia futura nas crianças com crise febril é similar àquele encontrado na população geral, ou seja, em torno de 1%. Entretanto, alguns fatores de risco, quando associados à crise febril, podem aumentar a probabilidade de epilepsia. Quais são eles?
1. Atraso no neurodesenvolvimento: 33% de risco de epilepsia no futuro; 2. Crise febril complexa (focal): 29% de risco de epilepsia no futuro; 3. História familiar de epilepsia: 18% de risco de epilepsia no futuro; 4. Duração da febre < 1 hora antes da crise convulsiva: 11% de risco de epilepsia no futuro; 5. Crise febril complexa (> 15 minutos de duração ou recorrente em 24 horas): 6% de risco de epilepsia no futuro; 6. Crises febris recorrentes: 4% de risco de epilepsia no futuro.
475
Existem algumas síndromes epiléticas da infância que caracteristicamente iniciam-se com crises febris na lactância, tais como: GESF + (epilepsia generalizada com crises febris plus), síndrome de Dravet (epilepsia mioclônica grave da infância), e epilepsias temporais com esclerose mesial temporal secundária. V ou F
V
476
As crises convulsivas provocadas por meningites, encefalites, distúrbios eletrolíticos (ex.: sódio, cálcio), da glicemia (ex.: hipoglicemia) ou intoxicação exógena não são consideradas crises febris V ou F
V São denominadas crises sintomáticas
477
O exame neurológico da criança costuma demostrar alterações (ex.: nistagmo) após a crise convulsiva febril V ou F
F O exame neurológico da criança é inteiramente normal após a crise.
478
caso não seja identificada a causa infecciosa responsável pelo suposto quadro de crise convulsiva febril, ou se a criança entrar em estado de mal epilético (crise com duração superior a 30 minutos ou várias crises reentrantes sem recuperação da consciência entre elas), ou se observar qualquer sinal de alerta (ex.: toxemia, crise complexa, nível de consciência muito reduzido após a crise), é FUNDAMENTAL A REALIZAÇÃO DE
PUNÇÃO LOMBAR
479
Criança com < 6 meses com convulsão + febre, a PL deve ser SEMPRE realizada se não houverem contraindicações V ou F
V
480
Crianças entre 6 e 12 meses com convulsão + febre, a PL PODERÁ ser realizada. Na presença de sinais de irritação meníngea ou outras anormalidades neurológicas, ou de outra forma, se durante a história clínica e exame físico, o pediatra não conseguir identificar o sítio da infecção extracraniana (ex.: otite, faringoamigdalite), a PL é obrigatória V ou F
V
481
Mesmo diante de uma crise febril simples em vigência de uma infecção viral ou bacteriana bem estabelecida (ex.: otite, laringite, doença exantemática), é importante a realização de um Eletroencefalograma (EEG) ou exame de imagem do sistema nervoso central (ex.: tomografia ou ressonância nuclear magnética), visando descartar outras causas V ou F
F Nesses casos, não existe indicação para realização desses exames
482
Descreva o manejo da crise convulsiva febril
crise convulsiva com duração superior a cinco minutos: uso de anticonvulsivante com benzodiazepínicos (ex.: diazepam venoso ou retal, na dose de 0,3-0,5 mg/kg, midazolan ou lorazepan) Nas crises febris SEM fatores de risco para epilepsia no futuro:  Assegurar que as crises febris são benignas, não provocam deficit intelectual ou anormalidade neurológica futura, não evoluem para epilepsia na grande maioria dos casos e são autolimitadas, cessando ao final da fase pré-escolar;  O uso de antitérmicos (ex.: paracetamol e dipirona) reduz o mal-estar associado à febre, mas não impede a ocorrência da crise febril, até porque suspeita-se que a mesma seja desencadeada durante a fase de ascensão ou queda da temperatura Nas crises febris COM fatores de risco para epilepsia no futuro:  Considerar a realização de EEG (30 minutos acordado e 30 minutos em sono) e/ou exame de neuroimagem;  Considerar diazepam intermitente ou anticonvulsivante contínuo
483
O status epilepticus ou estado de mal é caracterizado pela...
ocorrência de uma crise com duração superior a trinta minutos ou a recorrência de várias crises (crises subentrantes) sem que tenha havido a recuperação da consciência entre elas
484
O diagnóstico clínico de epilepsia é feito mediante a presença de
pelo menos UMA CRISE CONVULSIVA + evidências de EEG ou HISTÓRIA CLÍNICA (ex.: anormalidades no exame neurológico, atraso no desenvolvimento) que sugiram risco de recorrência das mesmas no futuro. Outra definição epidemiológica útil é considerar a epilepsia como a presença de duas ou mais crises convulsivas não provocadas e com intervalo entre elas maior que 24 horas.
485
período logo após a crise convulsiva, que frequentemente é marcado por sonolência (geralmente de trinta minutos até duas horas), vômitos ou cefaleia. Além da sonolência, o exame físico pode revelar ataxia, hiper-reflexia profunda com clônus e sinal de Babinski. Estas alterações são transitórias e exibem resolução espontânea. Refletem uma disfunção neuronal temporária da área cortical afetada
Estado pós-ictal
486
manifestação motora, caracterizada geralmente por hemiparesia transitória, que pode se instalar no período pós-ictal de uma crise focal motora. Demonstra resolução espontânea dentro de 24 horas, não mais que isso. Sua permanência além do tempo habitual deve levantar a suspeita de um evento isquêmico.
Paralisia de Todd
487
A infância é um período da vida particularmente vulnerável ao desenvolvimento de crises epiléticas. Isso acontece porque o encéfalo da criança é mais vulnerável a agentes infecciosos, os quais causam um quadro patogênico suficiente para desencadear crises convulsivas, mas que não prejudicam outras funções orgânicas. V ou F
F A infância é um período da vida particularmente vulnerável ao desenvolvimento de crises epiléticas. A incidência da epilepsia é grande nos primeiros anos de vida, atingindo um pico com um ano e permanecendo elevada nas fases de lactente e pré-escolar. As explicações fisiopatológicas que sustentam estes achados baseiam-se no fato de que o encéfalo pós-natal apresenta grande desenvolvimento de dendritos, mielinização e plasticidade, com formação e destruição de sinapses continuamente. Existe um predomínio de neurotransmissores excitatórios (ex.: glutamato e aspartato) na infância, o que parece ser fundamental para o processo de aprendizagem. Além disso, o principal neurotransmissor inibitório do SNC, o GABA (Ácido Gama-Aminobutírico), parece exercer um papel excitatório paradoxal nas fases iniciais da vida, contribuindo ainda mais para o potencial epileptogênico.
488
Os fatores de mau prognóstico associado à epilepsia na infância são:
- idade de início precoce - crises de difícil controle com anticonvulsivantes - crises que levam à deterioração cognitiva e motora - anormalidades neurológicas prévias (ex.: atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor).
489
O EEG é um exame que corrobora o diagnóstico de epilepsia, e a presença de descargas em ponta ou pontas-ondas está associada com a epilepsia em 90% dos casos. Entretanto, a ausência de anormalidade eletrográfica não exclui o diagnóstico de epilepsia, pois, quando o exame é realizado na fase interictal de uma criança epilética, poderá ser normal em até 40% dos casos V ou F
V
490
São também chamadas crises do 5º dia, pois tendem a se iniciar entre o 3º e 7º dia de vida. Caracterizam-se por movimentos clônicos unilaterais geralmente associados à apneia, que recorrem várias vezes em 24-48 horas e desaparecem sem deixar sequelas. É mais frequente no sexo masculino. O prognóstico é bom e o desenvolvimento neurológico é normal. O EEG interictal pode ser normal, focal, multifocal ou revelar padrão teta pontiagudo alternante. O EEG ictal geralmente mostra espículas ou ondas lentas em região centrotemporal.
Crises focais neonatais benignas
491
É uma síndrome epilética de transmissão autossômica, determinada por uma mutação no braço longo do cromossoma 20 (20q 13,2). Caracterizam-se por movimentos tônicos unilaterais, associados à taquicardia e à apneia iniciadas entre o 2º e o 3º dia de vida, e persistem por longo período. Tendem a desaparecer sem deixar sequela, mas o risco de ocorrência de epilepsia secundária é de 11%, um pouco maior que para a população geral. O EEG interictal pode ser normal, focal, multifocal ou revelar padrão teta pontiagudo alternante. O EEG ictal geralmente mostra atenuação da atividade de base seguida de espículas ou ondas lentas focais ou generalizadas.
Crises focais neonatais benignas familiares
492
No contexto dos Distúrbios Paroxísticos Não Epiléticos (DPNE), como diferenciar os abalos, em neonatos, de uma crise convulsiva?
Os abalos são tremores dos membros frequentemente observados em neonatos a termo saudáveis ou naqueles policitêmicos, filhos de mães diabéticas, síndrome de abstinência ou naqueles com algum grau de hipóxia ao nascimento. Os tremores diferem dos abalos clônicos convulsivos por ocorrerem sempre com o neonato desperto, geralmente após estímulo tátil, cessarem após reposicionamento dos membros, serem mais rápidos e de menor amplitude que as crises clônicas e não estarem associados a movimentos oculares/orobucolinguais anormais ou alterações da cor/ apneia/frequência cardíaca.
493
São movimentos mioclônicos (assemelham-se a “sustos”) que ocorrem naturalmente no início do sono ou próximo ao despertar. Não têm representação epileptiforme no EEG.
Mioclonia benigna do sono
494
É a forma mais frequente da crise de perda de fôlego. O episódio sempre é precedido por raiva ou frustração imposta ao bebê, seguido de choro agudo, e na sequência, uma expiração forçada, apneia e cianose, com duração aproximada de um minuto. Se for prolongada, o lactente perde a consciência e pode apresentar enrijecimento tônico dos membros, assumindo uma postura de opistótono. Nesta forma, ocorre um espasmo da glote e musculatura expiratória ao final da expiração, elevando a pressão intratorácica; com isso, o débito cardíaco fica reduzido e a oxigenação cerebral diminuída.
Forma cianótica
495
é decorrente de um reflexo vasovagal exacerbado deflagrado por um episódio de medo súbito ou dor (ex.: bater a cabeça, cair). A criança inicia o choro, e rapidamente fica pálida, perde a consciência, e na sequência, pode apresentar uma crise reflexa hipóxica, caracterizada por abalos clônicos e incontinência urinária. Alguns episódios podem ter componente cianótico associado. Nesta forma, o aumento do reflexo vagal induz à bradicardia, baixo débito cardíaco e redução da perfusão cerebral. A compressão ocular pode desencadear um episódio semelhante, pois tal medida leva a uma descarga vagal com bradicardia através do reflexo oculocardíaco, no qual a via aferente é via trigêmeo (V par) e a via eferente é o vago (X par). Contudo, não se recomenda a realização deste teste por médico inexperiente ou sem a presença de equipamentos/medicações para tratamento de assistolia. A presença de anemia ferropriva intensifica a perda de fôlego forma pálida. Recomenda-se que para todo o lactente com crise de perda de fôlego sejam solicitados: hemograma + ferritina para investigação de anemia ferropriva associada; e ECG para avaliar a presença de bradicardia/assistolia durante o reflexo oculocardíaco e para investigar a síndrome do QT longo, que poderá induzir à síncope
Forma pálida da crise de perda de fôlego
496
Manejo de uma criança com crise de perda de fôlego
A principal medida na condução destes casos é tranquilizar os pais acerca da benignidade e transitoriedade dos episódios. Orientá-los a NÃO molhar a criança, ou sacudi-la ou realizar respiração boca a boca. Basta deitá-la em superfície plana ou virá-la em decúbito lateral. Alguns estudos experimentaram o uso do piracetam (análogo do GABA) na dose de 50-100 mg/kg/dia associado à suplementação de ferro, e observaram uma redução na frequência das crises. Contudo, esta não é uma conduta terapêutica unânime. Apenas nas crises forma pálida muito recorrentes e nas quais se constata assistolia prolongada (> 2s), recomenda-se o uso da atropina via oral na dose de 0,01 mg/kg (máximo de 0,4 mg/ dia), por bloquear a condução vagal no coração.
497
Ocorre em crianças a partir de 2-8 meses de vida, e se resolve espontaneamente por volta de 2-3 anos. Caracteriza-se por um desvio tônico do pescoço, associado a palidez, agitação, vômitos, sem perda da consciência. Na fase pré-escolar pode evoluir para a vertigem paroxística benigna, e na fase escolar/adolescência pode ser observada enxaqueca. Tais casos podem estar associados à mutação do canal de cálcio. .
Torcicolo paroxístico
498
São episódios típicos, caracterizados pela tríade: nistagmo pendular, acenos com a cabeça e torcicolo. Inicia-se entre quatro meses e um ano. Na maioria dos casos é uma condição benigna e transitória, mas outras vezes pode ser a manifestação de um tumor hipotalâmico ou de quiasma óptico
Spasmus Nutans
499
Trata-se de um balanço rítmico e demorado da cabeça no início e durante o sono. Parece ser um movimento reconfortante para a criança. Não há qualquer alteração do tono e outros movimentos anormais. Mais frequentemente observado em torno de um ano.
Jactatio capitis
500
São episódios caracterizados por perda da consciência, perda do tono muscular, seguida ou não de contrações tônicas breves da face, tronco e extremidades. Algumas crianças podem apresentar desvio do olhar para cima. Podem ser diferenciadas das crises convulsivas por serem mais breves (< 20 segundos), haver sensação de cabeça “vazia”, náusea, suores, turvação visual e fraqueza associadas e completa recuperação da memória do episódio.
Síncope
501
ocorre por uma redução do fluxo sanguíneo cerebral em decorrência de hipotensão arterial. Geralmente, estímulos como dor, medo, excitação ou permanência prolongada na posição ortostática durante o clima quente, desencadeia um reflexo parassimpático, levando à bradicardia e à hipotensão arterial. Com a isquemia, os centros corticais liberam a inibição sobre a formação reticular ascendente do tronco, e o indivíduo perde a consciência.
Síncope vasovagal
502
É mais comum em crianças asmáticas, geralmente deflagrada pela tosse intensa logo após o início do sono. A criança tosse, produzindo intenso aumento da pressão intratorácica, com redução do retorno venoso e redução do to cardíaco, levando à isquemia/hipóxia cerebral. Assim, há perda da consciência, perda do tono muscular, desvio do olhar para cima e movimentos clônicos associados nos casos de isquemia cerebral prolongada. O tratamento é feito com controle das crises de asma
Síncope associada à tosse
503
Inicia-se entre um a três anos, cessando espontaneamente aos quatro anos. Geralmente, são crianças que apresentaram torcicolo paroxístico na fase de lactentes. Clinicamente, caracteriza-se por perda do equilíbrio, queda ao solo, nistagmo, náusea/vômitos e sensação de tontura (descrita pelas crianças maiores). Alguns autores sugerem uma disfunção labiríntica. Não há resposta com drogas antiepiléticas, meclizina ou dimenidrato
Vertigem paroxística
504
A idade de início é de oito a catorze anos. Inicia- se com coreoatetose ou postura distônica uni ou bilateral de braços ou pernas, geralmente associado ao careteamento da face e disartria, durando menos de um minuto e SEM perda da consciência. O movimento é deflagrado por movimento súbito de levantar-se após um longo período na posição sentada, medo ou excitação. Geralmente há história familiar positiva, demonstrando o caráter possivelmente genético. Ao contrário dos demais DPNE, pode haver melhora dos episódios com o uso da fenitoína.
Coreoatetose cinesiogênica paroxística
505
definida por um súbito ataque de sono durante o dia. Afeta geralmente adolescentes, a uma incidência de 1:2.000 casos. O EEG revela que estes “ataques de sono” são na verdade sono REM (Rapid Eye Moviment). Os pacientes são facilmente despertáveis, podendo haver convulsão posterior ou tonteira/letargia pós-ictal. O tratamento é feito com psicoestimulantes como modafinil 200 mg/dia.
Narcolepsia
506
pode ser confundida com epilepsia (crises atônico-astáticas), pois o paciente perde subitamente o tono e cai ao chão, e somente recupera os movimentos após poucos minutos. Não há perda da consciência, e os episódios podem ser deflagrados por estresse, medo ou gritos. O tratamento é feito com metilfenidato, e antidepressivos tricíclicos
Cataplexia
507
São movimentos estereotipados, involuntários e repetidos de determinados grupos musculares, levando a contrações de certas partes do corpo ou vocalizações. Representam uma descarga eletroquímica cerebral em resposta a uma sobrecarga de tensão emocional. Caracteristicamente, estes movimentos anormais pioram com o estresse e melhoram com a atividade física e mental moderada. Têm caráter flutuante, com períodos de melhora e exacerbação. Podem ser transitórios (duração < 1 ano) ou crônicos (duração > 1 ano).
Tiques
508
Quais são os tipos de tiques
 Motores simples: envolvem apenas um grupamento muscular. Por exemplo: piscar, virar a cabeça, levantar os ombros, balançar/ mexer as mãos;  Motores complexos: determinam a contração de vários grupamentos musculares, determinando movimentos mais complexos. Por exemplo: ecocinesia (imitar o movimento de outra pessoa);  Vocais simples: tosse, ronco, barulho de “limpar” a garganta;  Vocais complexos: coprolalia (verbalização de palavras obscenas), ecolalia (repetição de palavras ditas por outra pessoa), palilalia (repetição das próprias palavras);
509
caracterizada pela presença de tiques motores e vocais (não necessariamente concomitantes) com duração > 1 ano, sem que haja um período livre dos mesmos por mais de 3 meses + início antes de 18 anos + não associado à causa orgânica de disfunção do SNC. A coprolalia é um sinal muito característico, embora esteja presente em apenas 10% dos casos. Geralmente, a síndrome se inicia antes dos sete anos com tiques motores, evoluindo com tiques vocais ao redor de 10-12 anos. Apresenta uma prevalência de 0,5:1.000 indivíduos, cerca de três a quatro vezes mais comum na população masculina, podendo haver traço autossômico dominante, haja vista a alta taxa de recorrência em parentes de primeiro grau. É relativamente frequente a associação de tiques motores/vocais com outras desordens neuropsiquiátricas, tais como TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade) e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Síndrome de Tourette
510
Como diferenciar os tiques de epilepsia ou dicinesias
Se diferem das epilepsias por não alterarem a interação do indivíduo com o meio e não determinarem amnésia após o evento. São distintos das discinesias e distonias por cessarem durante o sono e poderem ser brevemente suprimidos pela vontade.
511
Manejo dos tiques
Os tiques devem ser tratados com medicações e/ou psicoterapia quando houver grande prejuízo emocional, social ou acadêmico. As classes de medicações mais utilizadas são: 1) neurolépticos: haloperidol (0,25 mg/dia a 6 mg/dia, em aumentos progressivos semanais), risperidona; 2) antagonistas dopaminérgicos: pimozide; 3) alfa-2 agonistas: clonidina (inicialmente na dose 0,05 mg/dia até o máximo de 0,2 mg/dia); 4) antidepressivos tricíclicos: clomipramina. Geralmente, o curso natural da síndrome de Tourette é a sua redução de frequência e intensidade a partir do final da adolescência e fase de adulto jovem.
512
Quando é possível suspender os anticonvulsivantes em crianças com epilepsia?
Após o início da terapia, as crianças que permanecerem livres de crises por cerca de dois anos (e que não pertençam a grupo de risco) podem ter suas drogas antiepilépticas suspensas
515
Principais antiepilépticos
galeria (1ª foto)
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Características do TDAH
Três manifestações clínicas principais: - desatenção - impulsividade (falta de autocontrole) - hiperatividade motora Inadequados para a faixa etária e de surgimento anterior aos doze anos. Para que estas características reunidas sejam consideradas como definidoras de uma “doença”, não basta apenas a sua identificação na criança. É necessário que exista um prejuízo funcional do indivíduo, ou seja, dificuldades de convívio familiar e social ou queda na performance acadêmica/trabalho para que estes aspectos do comportamento ganhem uma conotação “patológica”. Mais frequente em meninos 2:1
517
O que estabelece a teoria dopaminérgica no contexto do TDAH?
Esta teoria defende que o TDAH seja a expressão bioquímica de uma desorganização das transmissões sinápticas dopaminérgicas em determinadas regiões cerebrais (ex.: córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento de ações, e núcleos da base, responsável pelo controle fino dos movimentos e sua modulação)
518
Qual entidade clínica pode cursar com estas manifestações: 1. Deficit na reciprocidade social-emocional (ex.: falha ao iniciar ou responder às interações sociais, falha em compartilhar interesses, emoções e afetos, falha em manter um diálogo). 2. Deficit de comunicação não verbal (ex.: falha em usar o contato visual, linguagem corporal, compreensão de gestos e falta de expressão facial). 3. Deficit em desenvolver relações sociais (ex.: ausência de interesse nos pares da mesma idade, falha em usar o pensamento simbólico e a brincadeira imaginativa, dificuldade em ajustar seu comportamento aos diferentes contextos sociais). 4. Estereotipias (movimentos motores repetitivos): balançar as mãos, alinhar brinquedos, sacudir brinquedos, ecolalia, frases idiossincrásicas. 5. Rotinas e comportamentos ritualizados: mesmo alimento, mesmo ritual de saudação, estresse em pequenas mudanças. 6. Interesse restrito e foco intenso e anormal em objetos incomuns, assuntos ou temas. 7. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais: aparente indiferença a dor/temperatura, resposta adversa a sons/diferentes texturas, mania de cheirar/tocar objetos, e fascinação com luzes e objetos que giram (ex.: ventilador).
Transtorno do Espectro Autista
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Cerca de 25% das crianças com TEA podem apresentar macrocefalia, sendo este um achado do exame neurológico que não necessita de avaliação por neuroimagem caso esteja presente de forma isolada V ou F
V
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esta síndrome é mais frequente em meninas, sendo resultado da mutação no gene MECP2. Estas crianças apresentam desenvolvimento psíquico e motor normal até os seis meses de vida em média. A partir de então, há uma desaceleração do crescimento do perímetro cefálico e regressão dos marcos já alcançados. A microcefalia passa a ser evidente aos dois anos, o bebê deixa de falar, de se comunicar através de gestos, perde a interação social e emocional e regride progressivamente os marcos motores. A marcha torna-se atáxica e progride com a perda da capacidade para andar, deixando as crianças restritas à cadeira de rodas. O controle esfinctérico também é perdido. Há o desenvolvimento de movimentos típicos de mãos (ex.: balanço, esfregar uma sobre a outra, movimentos de “lavar”) com perda do movimento intencional. Este aspecto semiológico é muito típico da síndrome. TRATAMENTO
Síndrome de Rett
521
é uma encefalopatia epilética que se desenvolve em crianças previamente hígidas, com performance cognitiva e linguagem normais. A idade média de aparecimento é ao redor de cinco anos e meio, também mais frequente em meninos, caracterizada por deterioração progressiva da linguagem e descargas elétricas temporais predominantes no sono. As crises convulsivas podem estar associadas em 80% dos casos.
Síndrome de Landau-Kleffner:
522
Representa a causa mais comum de diarreia em menores de dois anos de idade, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento
Rotavírus É um RNA-vírus com sete grupos identificados A, B, C, D, E, F e G, mas apenas os grupos A, B e C causam doença em humanos. A doença está mais relacionada ao grupo A.
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Faixa etária: crianças mais velhas.  Período de incubação: 12-48 horas.  Sazonalidade: verão e inverno.  Clínica: semelhante à intoxicação alimentar (ex.: toxinas pré-formadas do S. aureus e B. cereus), com náuseas e vômitos importantes; a diarreia em geral, de intensidade de leve a moderada.  Duração de 12-60 horas.
Calicivírus (Norovírus e Sapovírus)
524
Duração: > 14 dias.  Faixa etária: 1 a 3 anos.  Sem sazonalidade.  Estão associados a infecções nosocomiais, surtos de diarreia em creches e diarreia em imunodeprimidos.  Clínica: diarreia leve a moderada.  Duração: 1 a 4 dias.
Astrovírus
525
ƒƒMecanismo etiopatogênico: secretor através da produção de enterotoxinas: termolábel e termoestável, que aumentam o AMPc e GMPc, respectivamente. ƒƒÉ a principal causa de diarreia bacteriana no Brasil. ƒƒAcomete indivíduos de todas as idades. Causa a diarreia do viajante. ƒƒTransmitida principalmente através da água e alimentos contaminados. ƒƒClínica: evacuação abundante, aquosa e explosiva, sem muco ou leucócitos, com náuseas e dor abdominal. Dura em média três a cinco dias. ƒƒNão há febre.
E. coli Enterotoxigênica (ECET)
526
 Mecanismo etiopatogênico: osmótico e secretor (via toxina NSP4).  Agente viral mais frequente em crianças pequenas (< 2 anos).  Faixa etária: 6-24 meses.  Período de incubação: 1-3 dias.  Sazonalidade: períodos de inverno (países temperados) e todo ano (países tropicais).  Clínica: vômitos, febre, seguidos de diarreia líquida e volumosa.  Duração: 4-8 dias.
Rotavírus
527
ƒƒTransmitida principalmente pela ingestão de carne bovina malcozida e leite não pasteurizado. ƒƒPeríodo de incubação: 1-8 dias. ƒƒFaixa etária: seis meses a dez anos e adultos. ƒƒEstas cepas produzem duas potentes toxinas: 1) Shiga-like toxina I; e 2) Shiga-like toxina II. O sorotipo mais associado à síndrome hemolítico-urêmica (anemia hemolítica + trombocitopenia + insuficiência renal aguda) é o O157:H7. Estima-se que 5 a 10% dos surtos evoluam para SHU. ƒƒExistem reservatórios animais e portadores assintomáticos. ƒƒClínica: início agudo com cólica, vômitos, diarreia aquosa, que rapidamente pode se tornar sanguinolenta. Pode simular um quadro de abdome agudo. Uma importante pista diagnóstica dentro das síndromes de disenteria é a ausência de febre ou febre baixa. A diarreia tem duração de 1 a 24 dias. Complicações: síndrome hemolítica urêmica e, menos frequentemente, púrpura trombocitopênica trombótica (em adultos).
E. coli Êntero-Hemorrágica (ECEH)
528
ƒƒTransmissão: ingestão de produtos animais contaminados, especialmente carne, ovos, leite e aves. ƒƒIncubação: 12-72h. ƒƒClínica: início abrupto com febre, cólicas e diarreia líquida; em alguns casos, sangue e muco. Algumas crianças podem ter doença intensa, com febre elevada, cefaleia, confusão mental, meningismo e convulsões. Há aumento dos leucócitos fecais e pesquisa de sangue oculto positiva. Pode haver leucocitose leve. Os sintomas cedem dentro de dois a sete dias. ƒƒEm 6% dos casos: bacteremia; pode causar meningite, osteomielite e sepse. A bacteremia é mais comum em lactentes com menos de três meses e em crianças com resposta imune reduzida, como aquelas com desnutrição, doenças granulomatosas crônicas, neoplasias hematológicas, Aids e anemias hemolíticas crônicas, particularmente hemoglobinopatias (anemia falciforme). ƒƒA excreção fecal é prolongada, podendo durar meses até um ano. ƒƒExiste estado de portador crônico. A infecção crônica está associada à colelitíase, envolvimento hepatoesplênico por S. mansoni e infecção urinária.
Salmonella sp OBS.: ƒƒAs Salmonellas são divididas em dois grupos: tifoides (S. typhi e S. paratyphi) e não tifoides (S. enteritidis). O grupo das Salmonellas tifoides infecta exclusivamente o homem e causa infecção sistêmica. As não tifoides infectam o homem e animais domésticos e selvagens.
529
ƒƒ São classificadas em quatro espécies: S. dysenteriae; S. flexneri; S. boydii; S. sonnei, também denominados como grupos A, B, C e D, respectivamente. A S. flexneri é a mais comum nos países em desenvolvimento. ƒƒTransmissão: fecal-oral e interpessoal. Alta infectividade. Um inóculo de apenas dez micro-organismos já é capaz de produzir doença. ƒƒFaixa etária: 1-4 anos. ƒƒÉ a principal causa da disenteria (diarreia com pus e sangue) em nosso meio. ƒƒPeríodo de incubação: um a quatro dias. ƒƒClínica: diarreia aquosa leve que, por volta do segundo dia, evolui para disenteria com tenesmo e cólicas abdominais: fezes em pequena quantidade, com elevada frequência associada à eliminação de sangue, muco e pus. Se não tratada, remite em 1-2 semanas. Dez por cento dos casos evoluem para diarreia persistente. Há aumento dos leucócitos fecais, e o hemograma mostra leucocitose com desvio para a esquerda. ƒƒA S. dysenteriae produz uma potente toxina, a shigatoxina, envolvida também na síndrome hemolítico-urêmica. ƒƒManifestações extraintestinais são comuns: alterações neurológicas em 40% (convulsões, rigidez de nuca podem aparecer antes ou após a diarreia), SIADH.
Shigella sp
530
ƒƒIncidência: mais observada em crianças menores de dois anos. ƒƒPeríodo de incubação: 2-5 dias. ƒƒÉ a principal causa de síndrome disentérica nos países desenvolvidos. ƒƒTransmissão: fecal-oral e interpessoal. Alimentos malcozidos e água contaminada. É comum a presença de animais domésticos nas casas das crianças afetadas. ƒƒClínica: semelhante à disenteria por Shigella. ƒƒDuração da doença: dois a dez dias. ƒƒTratamento: casos graves devem ser tratados com azitromicina ou quinolonas. � Algumas cepas estão associados à síndrome de Guillain-Barré (uma a doze semanas após o início da diarreia); artrite reativa (cinco a quarenta dias depois do início da diarreia) acometendo grandes articulações, migratória, sem febre, em crianças maiores e adolescentes, principalmente naqueles com HLAB27; síndrome de Reiter e eritema nodoso
Campylobacter sp (jejuni)
531
ƒƒTransmissão: fecal-oral. ƒƒIncubação: 1-11 dias. ƒƒClínica: diarreia, febre e dor abdominal. Leucocitose é um achado frequente. Em crianças maiores pode mimetizar a apendicite, pois causa uma adenite mesentérica importante. ƒƒComplicações: ulcerações difusas intestinais, intussuscepção e megacólon tóxico.
Yersinia enterocolitica
532
ƒƒTransmissão: pessoa a pessoa. Causa importante de infecção nosocomial em função de sua capacidade de permanecer viável em objetos por longos períodos de tempo. ƒƒClínica: variável de diarreia leve à colite pseudomembranosa. A colite pseudomembranosa é caracterizada por uma síndrome disentérica, com muito tenesmo, distensão abdominal, dor, febre e desidratação, podendo evoluir para megacólon tóxico e óbito. ƒƒOs antibióticos mais comumente envolvidos são cefalosporinas, ampicilina, clindamicina e metotrexate. O quadro pode surgir dias após o início destes agentes ou meses após seu término, e não é uma reação dose-dependente. ƒƒO tratamento de casos graves é feito com metronidazol ou vancomicina oral por sete a dez dias.
Clostridium difficile
533
ƒƒPeríodo de incubação: crianças e adultos (12-72 horas) e < 1 ano (3-30 dias). ƒƒTransmissão: alimentos enlatados, mel, xarope de milho. ƒƒClínica: ▫ < 1 anos: letargia, fraqueza, hipotonia, deficit de sucção, e constipação; ▫ Crianças e adultos: vômitos/diarreia, visão borrada, diplopia, disfagia, fraqueza descendente. ƒƒLaboratório: pesquisa da toxina nas fezes, soro e alimentos. Cultura da bactéria.
Clostridium botulinum
534
ƒƒO soro grupo 1 é o único patogênico. Possui dois subtipos: clássico e El Tor (responsável pelas epidemias recentes). ƒƒTransmissão: fecal-oral (principalmente mariscos e peixes malcozidos). É necessário um grande inóculo (aproximadamente 108) para causar doença, pois normalmente é destruído pela acidez gástrica. Por isso, o uso de bloqueadores H1 e inibidores da bomba de prótons predispõe à doença grave. ƒƒClínica: vai desde pacientes assintomáticos, diarreia leve ou moderada (90% dos casos) até casos graves, que podem levar ao choque e morte em poucas horas. Os casos típicos caracterizam-se por início súbito, com diarreia aquosa profusa (grande perda de água, sódio, bicarbonato e potássio), com fezes líquidas amarelo-esverdeadas, com odor peculiar de peixe, sem muco ou sangue, “água de arroz” (riziformes). Não há dor abdominal ou febre!!! ƒƒExistem portadores crônicos.
Vibrio cholerae
535
 Incidência: aumenta com a idade.  Transmissão: fecal-oral ou interpessoal.  Clínica: 90% são assintomáticos. Quando invade a mucosa, causa diarreia persistente, disenteria fulminante, abscesso hepático, colite com febre, dor abdominal, calafrios, tenesmo, diarreia intensa e desidratação. Pode causar megacólon tóxico, peritonite e perfuração intestinal.
Entamoeba hystolitica OBSERVAÇÃO: A única ameba patogênica é a E. histolytica. As demais (E. dispar, Entamoeba coli, E. hartmanni) são espécies não patogênicas, e por isso, mesmo que identificadas laboratorialmente, não necessitam de tratamento.
536
 Incidência: crianças entre um e cinco anos.  Transmissão fecal-oral (água) ou interpessoal. Resistem à cloração da água.  Período de incubação: uma a duas semanas. Distensão abdominal, cólicas, flatulência, tenesmo, diarreia intercalando com períodos de constipação. Pode levar à má absorção de nutrientes com perda de peso e fezes gordurosas. A giardíase pode ameaçar a vida de pacientes com hipogamaglobulinemia e fibrose cística
Giardia lamblia (também chamada G. duodenalis; G. intestinalis)
537
Características clínicas e laboratoriais na diarreia osmótica e secretória.
Galeria (2ª foto)
538
Artrite reativa: aparece cerca de uma a três semanas após a infecção. Associada à infecção por:
Salmonella Shigella Campylobacter Cryptosporidium.
539
Síndrome de Guillain-Barré: associada à infecção por
Campylobacter.
540
Nefropatia por IgA: associada à infecção por
Campylobacter.
541
Glomerulonefrite: associada à infecção por
Shigella, Yersinia, Campylobacter.
542
Síndrome hemolítico-urêmica:
E. coli EO157:H7 e Shigella.
543
Anemia hemolítica:
Campylobacter e Yersinia.
544
Eritema nodoso:
Yersinia, Campylobacter, Salmonella.
545
Quais pacientes com GEA devem ser tratados desta forma: 1. Dar líquidos adicionais:  Amamentar por mais tempo e com maior frequência;  Crianças em aleitamento materno exclusivo podem receber a SRO;  Crianças que não estejam em aleitamento materno exclusivo devem receber a SRO, líquidos caseiros, como o soro caseiro, ou água. A quantidade de líquidos extras pode ser calculada da seguinte forma: menores de 1 ano: 50-100 ml após cada evacuação; maiores de 1 ano: 100-200 ml após cada evacuação. 2. Continuar a alimentar. 3. Alertar para sinais de perigo e quando retornar ao serviço de saúde. Os sinais de perigo que indicam a necessidade de internação incluem: criança não consegue beber nem mamar no peito; criança apresenta piora do estado geral; ocorre o aparecimento ou a piora da febre. Além disso, nos casos de diarreia aguda, também há necessidade de retorno em caso de sangue nas fezes ou dificuldades para beber. Caso não ocorra melhora em cinco dias, deve ser feita uma reavaliação. Além de tudo isso, é indicado o uso de zinco durante dez dias, que melhora o epitélio intestinal inflamado durante a diarreia e fortalece o sistema imunitário da criança.
Plano A: Criança sem Desidratação
546
Quais pacientes com GEA devem ser tratados desta forma: administração de SRO na unidade de saúde, por um período de 4 horas, ou até que a criança esteja hidratada.  O volume de SRO pode ser calculado da seguinte forma: - < 6 kg (até 4 meses): 200-400 ml; - 6-10 kg (4 a 11 meses): 400-700 ml; - 10-12 kg (12 meses a 2 anos): 700-900 ml; - 12-19 kg (2 a 5 anos): 900-1.400 ml; ou - Outra forma de cálculo do volume: 75 x peso (kg). Observação: Em alguns manuais, o Ministério da Saúde orienta o uso de 50-100 ml/kg em um período de 4 a 6 horas.  Forma de hidratação: dar, com frequência, pequenos goles de líquidos usando copo ou colher.  Se a criança vomitar, aguardar dez minutos e depois continuar, porém mais lentamente.  Caso persistam os vômitos, use ondansetrona.  Continuar a amamentar no peito sempre que a criança o desejar. Outros alimentos não devem ser oferecidos neste período.  Após 4 horas, avaliar a criança, reclassificá- -la e tratá-la de acordo. Caso a criança não esteja aceitando a SRO ou pareça estar piorando, a avaliação deve ser feita mais precocemente.
Plano B: Criança com Desidratação
547
Quais pacientes com GEA devem ser tratados desta forma: Se houver possibilidade de iniciar logo a hidratação venosa, prescrever como abaixo:  Hidratação venosa (fase de expansão): - Menores de 1 ano: SF 0,9% ou Ringer lactato, 30 ml/kg EV, em 1 hora; e 70 ml/ kg nas próximas 5 horas; - Maiores de 1 ano: SF 0,9% ou Ringer lactato, 30 ml/kg EV, em 30 minutos; e 70 ml/kg em 2 horas e 30 minutos.  Avaliar a criança a cada 30 minutos. Se não houver melhora, aumentar a velocidade do gotejamento.  SRO: iniciar tão logo a criança conseguir beber, no volume de 5 ml/kg/hora.  Reclassificar a desidratação, e retomar o tratamento (plano A, B ou C).  Hidratação venosa (fase de manutenção), enquanto a transferência é aguardada, da seguinte forma: - SF 0,9% + SG 5%: relação 1:1, volume de 4 ml/kg/hora.ol
Plano C: Criança com Desidratação Grave
548
Nas crianças com disenteria e que permanecem com comprometimento do estado geral após a reidratação, deve ser prescrito o tratamento para o quadro de shigelose e agendado retorno em dois dias. Os antimicrobianos prescritos são os seguintes:
 Antibiótico de primeira linha: ceftriaxona, 50 mg/kg/dia, 1 vez ao dia, por três dias;  Antibiótico de segunda linha: sulfametoxazol + trimetoprim, 40 mg/kg/dia, VO, 12/12h, por cinco dias.
549
TTO para agentes etiológicos específicos de GEA
 Cólera: azitromicina, ciprofloxacino;  Shigella: azitromicina, ceftriaxona e ácido nalidíxico;  Ameba invasiva: metronidazol seguido do uso da nitazoxanida para a total eliminação dos cistos. A nitazoxanida é um antiparasitário eficaz contra Giardia lamblia, Entamoeba hystolitica e Cryptosporidium parvum. Alguns estudos têm demonstrado a ação da nitazoxanida reduzindo a replicação do rotavírus no hospedeiro;  Giardíase: metronidazol, tinidazol, secnidazol;  Campylobacter: azitromicina, ciprofloxacino;  E. coli enteropatogênica, enterotoxigênica e invasiva: ciprofloxacino, ceftriaxona;  Clostridium difficile: metronidazol, vancomicina.
550
Um resultado > 2+ na pesquisa de substâncias redutoras nas fezes (Clinitest®) sugere
má absorção de carboidratos, pois seu excesso na luz intestinal é fermentado pelas bactérias intestinais e é transformado em ácidos orgânicos que podem ser detectados pelo teste.
551
crianças normais conseguem absorver mais de... da gordura ingerida na dieta. Recém-nascidos prematuros e lactentes muito jovens têm essa capacidade reduzida a... respectivamente
95% 75 e 90%
552
Cite as causas mais comuns de diarreia crônica, no contexto da pediatria, de acordo com a faixa etária
Galeria (3ª foto)
553
Caracterize a patogênese diarreia funcional
A diarreia funcional é uma das principais causas de diarreia crônica nos primeiros anos de vida. Cabe notar que não há alterações no transporte de água e de eletrólitos, não há esteatorreia e a absorção de glicose é normal. Mecanismos que levam ao quadro podem incluir alguns fatores nutricionais, tais como o consumo excessivo de sucos de frutas, a ingestão excessiva de carboidratos com pouca quantidade de gordura, bem como a ingestão de sorbitol em grandes quantidades.
554
Os seguintes critérios diagnósticos dizem respeito a qual entidade clínica? Todos os critérios abaixo: 1. Quatro ou mais defecações diárias, indolores, com fezes volumosas e malformadas; 2. Sintomas duram mais de 4 semanas; 3. Início entre 6 e 60 meses; 4. Ausência de deficit de crescimento se a ingestão calórica for adequada.
Critérios de Roma IV para Diarreia funcional
555
Manejo da diarreia funcional
- Tranquilizar os pais - 4 Fs: * Fat – aumento da gordura na dieta, pois frequentemente os pais reduzem o aporte de lipídios diante do quadro. As gorduras têm por função lentificar o trânsito intestinal; * Fibre – aumentar a ingestão de fibras (legumes, verduras e leguminosas), que adsorvem água, ácidos graxos e sais biliares, evitando que ao chegarem ao cólon estimulem excessivamente a motilidade; * Fluid – redução da ingesta de líquidos; * Fruit – substituir os sucos pela fruta em pedaços, pois, assim, aumentamos a ingestão de fibras OBS: possível quinto F: fármacos - exceção
556
Os três principais testes sorológicos para pesquisa de doença celíaca são os anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase. A avaliação habitualmente indicada na abordagem inicial é a dosagem de antitransglutaminase IgA Porém, o diagnóstico definitivo é feito através da biópsia de intestino delgado com achados histopatológicos compatíveis com a doença: atrofia de microvilosidades, alongamento de criptas, aumento do número de linfócitos da lâmina própria e diminuição da altura das células epiteliais. V ou F
V
557
A doença celíaca está associada ao linfoma intestinal e outras formas de câncer, como adenocarcinoma de intestino delgado, faringe e esôfago. Estudos não mostram, porém, que a dieta isenta de glúten, mesmo quando iniciada precocemente, previne o desenvolvimento de malignidades. V ou F
F Diversos estudos mostram que a dieta isenta de glúten quando iniciada precocemente nestes pacientes previne o desenvolvimento de malignidades.
558
Síndrome autossômica recessiva caracterizada por insuficiência pancreática exócrina, baixa estatura, neutropenia cíclica e alterações esqueléticas. Acomete 1:20.000 nascidos vivos. Estes pacientes podem ser diferenciados daqueles com fibrose cística por um teste do suor normal e alterações esqueléticas típicas. Trombocitopenia e anemia também são achados comuns. Muitos podem evoluir para uma síndrome mielodisplásica.
Síndrome de Shwachman-Diamond
559
É uma doença mitocondrial cuja mutação afeta a fosforilação oxidativa. Manifesta-se com anemia macrocítica, sideroblastos em anel, trombocitopenia e insuficiência pancreática
Síndrome de Pearson
560
é uma doença caracterizada pela obstrução dos vasos linfáticos intestinais, de natureza congênita (primária) ou secundária a alguma outra condição (como pericardite constritiva, insuficiência cardíaca congestiva, tuberculose abdominal, linfoma). Sua forma congênita está frequentemente associada a algumas síndromes genéticas (Turner, Noonan e Klippel-Trenaunay). A linfa (rica em proteínas, gorduras e linfócitos) drena para a luz do intestino delgado, resultando em uma perda entérica destes produtos. As consequências para o organismo são: hipoalbuminemia, edema, ascite, deficiência de vitaminas lipossolúveis, hipogamaglobulinemia e linfocitopenia.
Linfangiectasia intestinal
561
É uma doença autossômica recessiva causada por uma mutação no gene que codifica uma das lipoproteínas do quilomícron. Nessa doença, não há quilomícrons, nem VLDL, nem LDL e nem ApoB em decorrência do defeito genético que impede a formação destas estruturas a nível linfático. Assim, vamos ter um quadro clínico caracterizado por fezes esteatorreicas desde o nascimento, dificuldade de desenvolvimento e ganho ponderal, e deficit de proteínas lipossolúveis, especialmente A, E e K. A carência das vitaminas leva aos quadros típicos das hipovitaminoses.
Abetalipoproteinemia
562
É a causa mais comum de constipação crônica na infância. Costuma ter início apenas após o período neonatal Caracteristicamente, o quadro se instaura após um evento em que há passagem dolorosa do bolo fecal pelo reto, desencadeando o ciclo vicioso dor – retenção fecal – constipação – dor
Constipação funcional
563
Manejo da constipação funcional
- Desimpactação fecal: pode ser feita por via oral (com polietilenoglicol) ou enema. Costumam ser necessários de três a cinco dias. - Tratamento de manutenção: deve ser iniciado apenas após a desimpactação, quando esta for indicada. Os laxativos usados diariamente podem ser o polietilenoglicol (vem sendo considerado a primeira escolha), o leite de magnésia e a lactulona. O óleo mineral ainda é citado em algumas fontes. Cabe lembrar que este não pode ser usado em menores de dois anos e em crianças com distúrbios da deglutição, pelo risco de broncoaspiração e desenvolvimento de pneumonia lipoídica.
564
Qual a síndrome caracterizada por distonia espasmódica de torção, com arqueamento das costas e postura de opistótono, sendo uma manifestação específica, mas rara, de DRGE. Ela deve ser diferenciada de outras causas de movimentos anormais, incluindo convulsões, espasmos infantis, e distonia. A doença pode ser uma resposta reflexa vagal mediada pela exposição ácida esofágica e se resolve com tratamento antirrefluxo.
Síndrome de Sandifer
565
A doença tipicamente manifesta-se após as três primeiras semanas de vida (mas podem aparecer desde a 1ª semana, como somente após o 5º mês), com vômitos pós-alimentares que pioram progressivamente. São vômitos de características não biliosa. Logo após o vômito, o lactente está faminto. Com a intensificação dos vômitos surgem as consequências metabólicas: alcalose metabólica hipoclorêmica (por perda de ácido clorídrico), desidratação, perda de peso (ou ganho inadequado de peso) com desnutrição e com potássio sérico geralmente mantido, apesar da quantidade corporal total estar reduzida. Ao exame físico, pode-se palpar uma massa móvel, firme, de aproximadamente 2 cm de comprimento, em forma de oliva, localizada à direita da região epigástrica ao lado da borda hepática. Após a alimentação, é possível visualizar as ondas peristálticas do estômago através do abdome
Estenose hipertrófica de piloro
566
Atb associado à EHP em RN < 1 mês
Eritromicina
567
TTO da EHP
pilorotomia a Ramstedt, caracterizada pela secção parcial das fibras musculares do piloro.
568
Inicia-se por volta de 2-5 anos, mas pode ser observada em lactentes e adultos. A frequência dos episódios de vômitos é variável (média de doze episódios ao ano), durando em média 2-3 dias, com quatro ou mais crises de vômitos por hora. Geralmente, estes episódios de vômitos ocorrem pela manhã ou ao acordar. Pode haver pródromos como náuseas, palidez, sudorese, intolerância a luz ou barulho, cefaleia, letargia, dor epigástrica e diarreia. Os principais fatores precipitantes são infecção, estresse físico e psicológico. Importante associação com enxaqueca
Síndrome dos Vômitos Cíclicos
569
TTO da SVC
O tratamento dos episódios agudos inclui hidratação e o uso de antieméticos. Para a prevenção são usadas medicações como: ciproeptadina em menores de cinco anos, e amitriptilina nos maiores de cinco anos.
570
Os seguintes critérios diagnósticos de Roma IV dizem respeito a qual entidade clínica? Todos os critérios abaixo: 1. Um lactente com menos de 5 meses de idade no início e término dos sintomas; 2. Períodos recorrentes e prolongados de choro do lactente ou irritabilidade relatados pelos cuidadores, sem causa óbvia e que não podem ser prevenidos ou resolvidos pelos mesmos; 3. Ausência de febre, deficiência de crescimento ou qualquer outra evidência de doença.
Cólica do lactente
571
Os seguintes critérios diagnósticos de Roma IV dizem respeito a qual entidade clínica? Um ou mais dos sintomas incômodos abaixo, pelo menos quatro dias por mês, por pelo menos dois meses antes do diagnóstico: 1. Plenitude pós-prandial 2. Saciedade precoce. 3. Dor ou queimação epigástricas não relacionadas com a defecação. Após a avaliação apropriada, os sintomas não podem ser explicados por outra condição médica. Há dois subtipos: síndrome do desconforto pós-prandial e síndrome da dor epigástrica, em função dos sintomas predominantes.
Dispepsia funcional
572
Os seguintes critérios diagnósticos de Roma IV dizem respeito a qual entidade clínica? Todos os critérios, por pelo menos dois meses antes do diagnóstico: 1. Dor abdominal ≥ 4 dias/mês associado a um ou mais dos seguintes: - Relacionada à defecação; - Mudança na frequência da evacuação; - Mudança no aspecto das fezes. 2. Nas crianças com constipação, a dor não melhora após a resolução da constipação (as crianças que apresentam melhora da dor apresentam constipação) 3. Após avaliação apropriada, os sintomas não podem ser explicados por outra causa médica.
Síndrome do intestino irritável
573
Os seguintes critérios diagnósticos de Roma IV dizem respeito a qual entidade clínica? Todos os critérios abaixo ocorrendo no mínimo duas vezes, presentes por pelo menos seis meses antes do diagnóstico: 1. Episódios paroxísticos de dor intensa, periumbilical, na linha média ou difusa, durando uma hora ou mais (deve ser o sintoma mais intenso do paciente); 2. Episódios são separados por semanas a meses; 3. A dor é incapacitante e interfere com a execução de atividades rotineiras; 4. Padrão estereotipado dos sintomas em cada paciente; 5. A dor é associada a dois ou mais dos seguintes: a. Anorexia; b. Náusea; c. Vômito; d. Cefaleia; e. Fotofobia; f. Palidez. Após avaliação apropriada, os sinais e sintomas não podem ser explicados por outra causa médica.
Enxaqueca abdominal OBS: Tratamento Parece haver benefícios com o uso de pizotifeno, e também de tratamentos profiláticos com amitriptilina, propranolol e ciproeptadina.
574
Dor abdominal associada à presença de lesões purpúricas, com alterações no hemograma e sinais de nefrite devem sugerir outras possibilidades diagnósticas, tais como
- púrpura de Henoch-Shönlein - síndrome hemolítico- urêmica.
575
A presença do reflexo cremastérico torna a torção testicular uma hipótese improvável. V ou F
V
576
causa de dor testicular mais comum em meninos de dois a dez anos, sendo rara em adolescentes
Torção do apêndice testicular
577
epididimite é uma inflamação do epidídimo provocada por uma infecção ascendente a partir da uretra, geralmente causada por...
E. Coli
578
Desordem autossômica recessiva e se caracteriza por uma incapacidade de absorção do zinco na dieta. O típico é que as manifestações tenham início nos primeiros meses de vida, quando ocorre a transição da oferta do leite materno para o leite de vaca, exatamente como no caso descrito. O que existe de mais característico é o surgimento de lesões vesicobolhosas, eczematosas, secas, descamativas ou psoriasiformes. Essas lesões distribuem-se de forma simétrica na região perioral, acral e perineal. As outras manifestações associadas incluem alterações nos cabelos (alterações na cor e alopecia), manifestações oculares, diarreia crônica, estomatite, glossite, paroníquia e atraso de crescimento. Há também atraso na cicatrização de feridas, infecções bacterianas e superinfecção por cândida
acrodermatite enteropática
579
Nos meninos, as infecções do trato urinário são mais comuns durante o primeiro ano de vida e naqueles não circuncidados, havendo uma relação de frequência entre o sexo masculino e o feminino de 2,8-5,4:1, aproximadamente, sendo a única fase da vida em que a ITU é mais frequente no sexo masculino V ou F
V
580
Em meninas, cerca de 75-90% dos casos de ITU são causados por bactérias...
Gram-negativas da flora intestinal do cólon, pertencentes à família Enterobacteriaceae: E. coli (principal patógeno), seguida de Klebsiella spp., Proteus spp, Enterobacter, Citrobacter e Serratia
581
Os principais vírus causadores de ITU são
os adenovírus tipo 11 e 21 e o poliomavírus. * O adenovírus causa um quadro de cistite hemorrágica (AE mais frequente porém é a E coli), mais comum em meninos, de curso autolimitado e término da hematúria em quatro dias.
582
manifesta-se através de hematúria, dilatação ureteral e até hidronefrose em função de massas formadas por infiltrado eosinofílico nas paredes internas da bexiga. Frequentemente, é necessária a biópsia com análise histopatológica das lesões para diferenciá-las de processos neoplásicos. A etiologia não é conhecida, mas suspeita-se de origem imunoalérgica. O tratamento é feito com anti-histamínicos e anti-inflamatórios não esteroidais;
Cistite eosinofílica
583
manifesta-se através de urgência, frequência e disúria associadas à dor pélvica e aliviadas pela micção. São mais frequentes em meninas adolescentes. A cistoscopia revela presença de úlceras na mucosa vesical. A etiologia não é conhecida. O tratamento é feito com a eletrocauterização das úlceras.
Cistite intersticial
584
Os lactentes (um mês até dois anos) apresentam um quadro clínico inespecífico na vigência de uma infecção urinária. São comuns manifestações como ganho ponderoestatural insuficiente (até três meses de vida), febre, hiporexia, recusa alimentar, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e, eventualmente, choro às micções e alterações de odor urinário V ou F
V
585
As principais consequências da lesão renal crônica causada pela pielonefrite são a
HIPERTENSÃO ARTERIAL INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA.
586
Exame padrão-ouro para avaliação das cicatrizes renais, com sensibilidade aproximada de 100%.
Cintigrafia renal, realizada com o Ácido Dimercaptossuccínico (DMSA)
587
Indicações de quimioprofilaxia de ITU em crianças
 Durante a investigação morfofuncional do trato urinário após o primeiro episódiode ITU;  Aquelas que possuem refluxo vesicoureteral grave, graus III, IV e V;  Aquelas que possuem uropatias obstrutivas;  Aquelas que possuem cálculos renais;  Aquelas que possuem bexiga neurogênica;  SBP: recidivas frequentes, mesmo com investigação por imagem normal, recomenda-se a quimioprofilaxia por 6-12 meses.
588
As principais consequências da hidronefrose diagnosticada ainda no pré-natal são
- hipoplasia pulmonar (nas uropatias obstrutivas que cursam com oligodramnia) - perda da função renal.
589
Principais causas de hidronefrose em pediatria
Dentre as causas obstrutivas de hidronefrose, destacam-se nesta ordem de frequência: 1) obstrução da junção ureteropélvica (24-30% do total de casos): frequência de 1:2.000 neonatos, geralmente com hidronefrose unilateral; 2) válvula de uretra posterior (8% do total de casos): frequência de 1:8.000 meninos, geralmente com hidronefrose bilateral. Entre as causas não obstrutivas encontramos: 1) refluxo vesicoureteral (10 a 20% do total de causas); 2) rim multicístico (14% do total de casos). Outras etiologias menos comuns de hidronefrose são: ureterocele ectópica (frequência de 1:10.000 neonatos) e síndrome de Prune-Belly (frequência de 1:40.000 neonatos).
590
Em 60% dos casos a obstrução da JUP ocorre unilateralmente do lado direito, e em uma minoria é bilateral (10%). É mais frequente no sexo masculino (relação 2:1). V ou F
F Em 60% dos casos ocorre unilateralmente do lado esquerdo
591
Cite exames de imagem que podem fazer parte da propedêutica da hidronefrose no contexto da pediatria
1) ultrassonografia de rins e vias urinárias; 2) uretrocistografia pós-miccional, pois com muita frequência as uropatias obstrutivas estão associadas ao refluxo; 3) cintilografia com DMSA para avaliação funcional do rim e identificação de cicatrizes renais; 4) cintilografia com DTPA para investigar o local da obstrução 5) urografia excretora, especialmente útil quando se suspeita de duplicação pielocalicial, ureter ectópico ou megaureter.
592
Em que momento se deve solicitar exames de ureia e creatinina em RN com suspeita de lesão renal?
Os exames de função renal, como medição da ureia e creatinina séricas, deverão ser solicitados após 72 horas de vida, uma vez que até esse momento a creatinina neonatal reflete a passagem transplacentária da creatinina materna.
593
− A bexiga é funcionalmente, mas não anatomicamente, menor que o habitual e exibe várias contrações não inibidas. − Causa mais comum de IU diurna em crianças − Clínica: frequente desejo para urinar, geralmente associado a manobras de contenção (cruzar as pernas, apertar a região genital com a mão) a fim de adiar a micção e evitar perda involuntária de urina. − Uretrocistografia miccional: estreitamento do colo vesical e uretra com dilatação proximal e estreitamento distal. − Prognóstico: resolução na adolescência.
Bexiga hiperativa
594
TTO medicamentoso da bexiga hiperativa
Anticolinérgicos para diminuir a hiperatividade vesical: oxibutinina 5 mg VO duas a três vezes/dia; tolterodina.
595
Nas crianças, são mais frequentes quais grupos de neoplasias?
- sistema linfohematopoiético (40%) - sistema nervoso central (30%) - sarcomas/tecidos embrionários (10%).
596
Primeiro ano de vida: são mais comuns os tumores...
de origem embrionária, como o neuroblastoma, nefroblastoma (tumor de Wilms), retinoblastoma, rabdomiossarcoma, hepatoblastoma e meduloblastoma (SNC).
597
Escolares e adolescentes: aumenta a incidência das neoplasias ósseas, linfoma de Hodgkin e tumores gonadais. V ou F
V
598
Tabela de síndromes genéticas e predisposição ao câncer
galeria (4ª foto)
599
Tabela correlacionando principais manifestações clínicas com a neoplasia
galeria (5ª foto)
600
As bactérias mais frequentemente implicadas no desencadeamento de sepse nos neutropênicos são... E em relação aos fungos, os que mais acometem o neutropênico são...
Cocos Gram-positivos, (estafilococos coagulase-negativos associados ao cateter venoso central; S. aureus; S. pneumoniae; Streptococcus viridans associados à mucosite grave provocada pela Citarabina), bactérias Gram-negativas (P. aeruginosa, E. coli, Klebsiella, Enterobacter e Acinetobacter). Candida e Aspergillus
601
Segundo o Nelson 20ª edição, as crianças com contagem de neutrófilos ≤ 750/mm3 e com febre (T ≥ 38.3ºC) deverão receber antibióticos venosos, conforme as orientações abaixo, sendo então, reavaliados em três dias.  Monoterapia (ex.: cefepime, ceftazidima, carbapenêmico) ou duoterapia (ex.: aminoglicosídeo + betalactâmico antipseudomonas).  Acrescentar vancomicina ao esquema acima na presença das indicações abaixo: • Presença de hipotensão; • Colonização com MRSA; • Suspeita de infecção pelo cateter; • Risco de infecção por Streptococcus viridans: mucosite grave, LMA e profilaxia com quinolona. V ou F
F Neutrófilos < 500/mm3
602
Síndrome composta por um quadro metabólico decorrente da destruição rápida e maciça de um grande número de células malignas. Pode ocorrer de forma espontânea ou por volta do quinto dia após o início da quimioterapia, geralmente a partir de tumores de alta celularidade, como o linfoma de Burkitt, linfomas de células T, LLA, hepatoblastoma, tumores de linhagem germinativa ou neuroblastoma. A destruição das células tumorais leva à liberação de seu conteúdo para a corrente sanguínea, principalmente fosfato, potássio e ácidos nucleicos. O resultado deste influxo maciço de eletrólitos e material genético no sangue é a hiperfosfatemia, hiperpotassemia e hiperuricemia (pela metabolização dos ácidos nucleicos em ácido úrico), respectivamente
Síndrome de Lise tumoral
603
é definida por uma contagem leucocitária superior a 100.000 células/mm³. Está principalmente associada à LLA e à LMA. Fisiopatologia. O excesso de leucócitos da circulação provoca hiperviscosidade sanguínea, estase, oclusão e formação microtrombos dos leitos vasculares, especialmente cerebral e pulmonar. Os mieloblastos são, em geral, maiores e menos deformáveis que os linfoblastos, e por isso a LMA está tão fortemente associada a esta síndrome. Podem ocorrer sintomas decorrentes da isquemia e hemorragia.
Hiperleucocitose
604
Os principais cânceres associados a essa síndrome são os linfomas não Hodgkin, linfomas Hodgkin, LLA tipo T, teratomas malignos, timomas e neuroblastoma. Ela cursa com pletora de face, intercalada com palidez, edema de face, turgência jugular, cianose, papiledema, pulso paradoxal, dispneia e ortopneia – manifestações intensificadas com a manobra de Valsalva (inspiração profunda seguida de pausa), que aumenta o retorno venoso ao coração.
Síndrome de Veia Cava Superior
605
da infância, respondendo por 31% de todos os cânceres pediátricos. A Leucemia Linfocítica crônica (LLC) é o subtipo mais comum, representado por 77% dos casos, seguida da - Leucemia Mieloide Aguda (LMA) – 11%, - Leucemia Mieloide Crônica (LMC) – 2% a 3% - Leucemia Mieloide Crônica Juvenil (LMCJ) – 1% a 2%. V ou F
F da infância, respondendo por 31% de todos os cânceres pediátricos. A Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) é o subtipo mais comum, representado por 77% dos casos,
606
Na LLA o pico de incidência ocorre de dois até seis anos, de raça branca, sendo mais comum em meninos. Na LMA muitas crianças acometidas apresentam menos de um ano ou são adolescentes V ou F
V
607
A análise do liquor é uma etapa importante do estadiamento da leucemia e deve ser realizada para todos os pacientes. O achado de blastos com ou sem pleocitose define a meningite leucêmica, o que reflete pior prognóstico. A punção diagnóstica para estadiamento da doença é também seguida pela primeira injeção intratecal de metotrexate, um quimioterápico usado para tratamento da infiltração leucêmica meníngea. V ou F
V
608
Os sinais precoces de papiledema são
- aumento do ponto cego - discromatopsia (perda da visão de cores).
609
Ocorre quando a porção medial (úncus) do lobo temporal desloca-se caudal e medialmente sobre o mesencéfalo, comprimindo o terceiro par, a artéria cerebral posterior e o pedúnculo cerebral. Clinicamente há depressão do nível de consciência (por compressão do sistema reticular ativado ascendente), midríase ipsilateral (compressão do terceiro par), postura de decorticação e hemiparesia ipsilateral
Herniação transtentorial
610
Ocorre por edema de ambos os hemisférios levando à compressão de estruturas diencefálicas. Clinicamente, caracteriza-se por redução do nível de consciência, pupilas mióticas (disfunção simpática ao nível do diencéfalo) e respiração de Cheyne- Stokes. Com a progressão caudal da herniação desenvolvem-se a hiperventilação neurogênica e a postura de descerebração
Herniação central
611
ocorre em vigência de massas em fossa posterior, deslocando estas estruturas sobre o bulbo e porção superior da medula cervical. Sinais precoces são representados pela rigidez nucal e torcicolo. Com a progressão da doença, ocorre perda da consciência, opistótono, ritmo respiratório irregular (Biot) e apneia.
Herniação tonsilar
612
Ocorre deslocamento da porção inferior do hemisfério para o lado contralateral através da foice do cérebro. Há compressão da artéria cerebral anterior e veia cerebral interna.
Herniação do giro do cíngulo
613
Caracteriza-se por marcha de base alargada ou ebriosa, disbasia (aumento da base de sustentação para permanecer de pé), incoordenação, tremor, disdiadococinesia (incapacidade de realizar movimentos alternados), dismetria (incapacidade de realizar as provas dedo-dedo, dedo-nariz), hipotonia e disartria (fala escandida).
Síndrome atáxica (lesão em cerebelos ou suas vias)
614
Espasticidade, hiper-reflexia tendinosa profunda, clônus, reflexos patológicos (ex.: sinal de Babinski e sucedâneos; sinal de Hoffmann)
Síndrome piramidal podem ser encontrados na vigência de compressão de vias piramidais (ex.: coroa radiada, cápsula interna, pedúnculos cerebrais).
615
Caracterizada por falência de crescimento e desenvolvimento, emagrecimento importante, edemaciação, aumento do apetite e humor eufórico. Mais comum entre 18 meses e 3 anos.
Síndrome diencefálica ( de Russel)
616
Provocada por tumores na região pineal. Manifesta-se por retração palpebral, incapacidade de realizar a mirada ocular para cima, reflexos pupilares direto e indireto ausentes com resposta pupilar somente a acomodação e nistagmo.
Síndrome de Parinaud
617
Indique a localização do tumor Clinicamente se manifestam com sintomas de HIC, anormalidades na fala (núcleo ventrolateral do...), ataxia (trato rubrodentotalâmico), distonia e coreia (envolvimento de núcleos da base). Raramente é verificada qualquer manifestação sensorial. Sintomas cognitivos, como perda de memória e labilidade emocional, são comuns
Tálamo (São geralmente astrocitomas)
618
Indique a localização do tumor Também são mais comuns os astrocitomas (tipo pilocítico juvenil). A clínica manifesta-se com distúrbios endócrinos (ex.: obesidade, diabetes insipidus, precocidade puberal, atraso puberal, distúrbios tireoidianos, falência de crescimento, edemaciação) ou visuais.
Hipotálamo
619
Os craniofaringeomas são os tumores mais frequentes nesta localização. É uma massa de paredes firmes, de componente sólido-cístico. Há manifestações de HIC e perda visual. Síndromes endócrinas com baixa estatura e hipotireoidismo também podem ocorrer.
Região suprasselar
620
Representam 55% dos tumores de SNC na infância. Cursam com sintomas de HIC e síndrome atáxica. Os mais frequentes são nesta ordem: meduloblastoma, astrocitoma (tipo pilocítico juvenil) e ependimomas.
Tumores de fossa posterior
621
O tumor de SNC mais frequente na infância é o astrocitoma. O tumor de fossa posterior mais frequente na infância é o meduloblastoma V ou F
V
622
é uma neoplasia embrionária originada do sistema nervoso simpático periférico. É o tumor sólido fora do SNC mais comum na infância, respondendo por 8% dos tumores pediátricos. Ocorre, na maioria dos casos, por volta de 22 meses. As crianças do sexo masculino e da raça branca são as mais acometidas. A evolução é extremamente heterogênea, variando desde a regressão espontânea até a ocorrência de tumores altamente agressivos e não responsivos à terapia É um tumor derivado das células da crista neural. Estas células no período embrionário migram para formar a medula adrenal, gânglios simpáticos, timo, células de Schwann, melanócitos e osso membranoso
Neuroblastoma
623
O neuroblastoma pode estar associado a outras anormalidades da crista neural, tais como:
doença de Hirschprung, neurofibromatose tipo I, síndrome da hipoventilação congênita central (síndrome de Ondine) e a cardiopatias congênitas. A incidência de neuroblastoma também está elevada em crianças com a síndrome de Beckwith-Wiedemann
624
é uma síndrome paraneoplásica rara de natureza autoimune. Ela se caracteriza por ataxia do tronco e movimentos oculares rápidos. Esta desordem encontra-se presente na doença localizada geralmente em tórax ou abdome e regride após o tratamento do tumor primário. O SNC está livre de doença!
opsoclonus mioclonus
625
No estadiamento do neuroblastoma, o que representa o 4S?
Representa aqueles tumores localizados (1, 2A ou 2B) em crianças com < 1 ano, e que têm metástases para pele, fígado e medula óssea. A sobrevida em cinco anos é maior que 80%
626
TTO do neuroblastoma
O tratamento para a doença localizada (estágios 1 e 2) é cirúrgico. Crianças com estágio 4S ficam apenas em observação, pois muitos casos regridem espontaneamente. A quimioterapia (doxorrubicina, cisplatina, etoposide e ciclofosfamida) é empregada para doença avançada e pode reduzir o tamanho da massa tumoral e torná-la ressecável. Outras opções de tratamento incluem a radioterapia, transplante de medula óssea e isotretinoína
627
é um tumor originado a partir dos tecidos embrionários do rim e contém três elementos básicos: blastoma, epitélio e estroma. É a segunda neoplasia sólida abdominal (pois a primeira é o neuroblastoma) mais comum em crianças, respondendo por 6% dos tumores pediátricos. Pode acometer um ou ambos os rins (7%). Sua distribuição é igual em ambos os sexos.
Nefroblastoma (tumor de Wilms)
628
A maioria dos casos de tumor de Wilms está associado com anormalidades genéticas e síndromes. As principais associações são: síndrome WAGR (Wilms, Aniridia, anomalias Geniturinárias e Retardo mental); síndrome de Denys-Drash (pseudo-hermafroditismo, insuficiência renal) e síndrome de Beckwith- Wiedemann (hemi-hipertrofia, macroglossia, hipoglicemia e visceromegalia). V ou F
F A maioria dos casos de tumor de Wilms é esporádica, mas alguns podem estar associados com anormalidades genéticas e síndromes.
629
A grande maioria das crianças com tumor de Wilms nos estágios I-III é curada (88 a 98%). O grande problema deste tumor é a recorrência. Ao contrário dos outros tumores sólidos da infância, mesmo na presença de recidiva, a cura ainda é possível V ou F
V
630
é o tipo de rabdomiosarcoma mais comum, sendo responsável por cerca de 60% dos casos. Tem prognóstico intermediário. As células têm forma de fuso e boiam em uma matriz mixoide abundante.
Embrionário
631
é uma forma variante do rabdomiosarcoma embrionário. Este tumor cresce semelhante a um “cacho de uvas” e se projeta para cavidades. Esta neoplasia é mais comumente encontrada na vagina, nasofaringe, útero, bexiga e ouvido médio.
Botrioide
632
crescem em extremidades e tronco e tem um prognóstico sombrio. Eles representam cerca de 15% dos rabdomiosarcomas e se caracterizam por translocações entre os cromossomas 2;13 ou 1;13.
Alveolares
633
No geral, o... é o tumor ósseo maligno mais comum, somando-se infância e adolescência, seguido pelo... Entretanto em crianças menores de dez anos, existe uma preponderância do...
osteossarcoma sarcoma de Ewing sarcoma de Ewing
634
Cerca de 90% dos osteossarcomas se desenvolvem na metáfise de ossos longos; e apenas 10%, na diáfise. Os locais preferenciais de acometimento são: fêmur distal, a tíbia, em sua porção proximal, e o úmero proximal. V ou F
V
635
um sarcoma indiferenciado do osso, responde por 1% de todos os casos de câncer na infância. Ele é mais comum em homens (1,5:1) e afeta brancos mais do que negros. Esta neoplasia maligna pode, também, originar-se de tecidos moles Os sítios preferencialmente acometidos são as diáfises de ossos longos e ossos planos, como os que compõem a caixa torácica (tumor de Askin), a pelve e a coluna vertebral. Ao contrario do osteossarcoma, pode estar associado a manifestações sistêmicas, como febre e perda ponderal, muitas vezes sendo confundido com osteomielite
Sarcoma de Ewing
636
Tabela diferenciando osteossarcoma de sarcoma de Ewing
Galeria (6ª foto)
637
Manejo do retinoblastoma
A doença unilateral, quando pequena, pode ser manejada com fotocoagulação com laser ou crioterapia. Tumores de dimensões maiores podem necessitar de quimioterapia com múltiplos agentes. A enucleação é recomendada se houver perda completa da visão. A doença bilateral pode ser manejada com fotocoagulação ou crioterapia. A irradiação externa ou a braquiterapia (implante de sementes radioativas) podem ser úteis em pacientes que não respondem. A enucleação se constitui na última alternativa.
638
A Histiocitose de células de Langerhans pode ser considerada uma doença pseudotumoral, pois uma neoplasia verdadeira possui um curso invariavelmente progressivo, mas a HCL pode evoluir com regressão espontânea e períodos de exacerbação. Outras formas requerem tratamento agressivo. V ou F
V
639
Manejo da HCL
O tratamento depende da extensão da doença e do número de órgãos acometidos.  Na doença avançada, as drogas mais utilizadas são os corticoides, vimblastina, metotrexato e do 6-mercaptopurina.  As lesões ósseas isoladas podem ser conduzidas de forma expectante.
640
A HCL pode acometer múltiplos sitemas. Dentre os achados clínicos, estão incluídos:  OSSO: as lesões ósseas podem estar localizadas em calota craniana, ossos longos, costelas, vértebras e pelve, e podem produzir tumefação dolorosa ou não. Na órbita podem se manifestar com proptose, e na mandíbula com tumefação, infiltração de gengiva e perda de dentes. Na radiografia simples, identificam-se lesões osteolíticas  PELE: exantema máculo-papular, purpúrico, úlcero-crostoso, com descamação, podendo assemelhar-se à dermatite seborreica resistente ao tratamento. Se atingem o couro cabeludo, podem provocar alopecia.  LINFONODOS: linfonodos aumentados difusamente, especialmente em cadeias cervicais podem ser a única manifestação da doença.  PULMÃO: ocorre infiltração do parênquima com fibrose, levando a sintomas como tosse e dispneia. O lavado broncoalveolar com células de Langerhans define o diagnóstico.  FÍGADO E BAÇO: podem estar infiltrados na doença avançada. Pode haver evolução para disfunção hepática, ascite e colangite esclerosante.  TRATO GASTROINTESTINAL: síndrome disabsortiva com enteropatia perdedora de proteínas.  SISTEMA ENDÓCRINO: a doença de Hand- -Schuller-Christian manifesta-se com proptose ocular, lesões líticas em crânio e diabetes insipidus. Associadas a estas alterações, também pode haver deficiências do hormônio do crescimento e gonadotrofinas, levando à baixa estatura e atraso puberal, respectivamente. V ou F
V
641
principais “sinais de alerta” para possibilidade de imunodeficiência primária
1. ≥ 2 pneumonias/ano; 2. ≥ 4 otites médias/ano; 3. Estomatite de repetição ou candidíase oral >2 meses; 4. Abscessos de repetição; 5. Diarreia crônica; 6. ≥ 1 infecção grave (ex.: meningite, osteomielite, sepse); 7. Asma grave, doença do colágeno; 8. Efeito adverso ao BCG; 9. Fenótipo clínico sugestivo de alguma IP; 10. História familiar de IP.
642
 Manifesta-se precocemente, entre 2 e 6 meses;  Infecções por germes oportunistas, doenças graves por vírus comuns (CMV, EBV, enterovírus, adenovírus, parainfluenza, varicela), fungos (candidíase mucocutânea extensa);  Diarreia crônica, deficit ponderoestatural, reações vacinais adversas (BCG, varicela), doença do enxerto-versus-hospedeiro pós- -transfusão com sangue não irradiado.
Deficiência de linfócitos T
643
 Manifesta-se mais tardiamente, após 6 meses, momento que coincide com a queda dos anticorpos maternos, ou ainda, no final da primeira infância;  Infecções por bactérias encapsuladas (ex.: pneumococo, hemófilos), e outras bactérias (ex.: estreptococos, estafilococos, micoplasma) e meningoencefalite por enterovírus;  Pneumonias/sinusites, diarreia, risco de neoplasias (linfomas e leucemias) e reação vacinal adversa (pólio vacinal), vitiligo, alopecia
Deficiência de linfócitos B
644
 Manifesta-se precocemente;  Infecções por estafilococos e Gram-negativos (Pseudomonas, Samonella, Klebsiella);  Pele (impetigos, celulites, abscessos), linfonodos (adenite supurativa), abscessos e osteomielite, demora de queda do coto umbilical, cicatrização deficiente de feridas.
Defeitos de Fagócitos: Granulócitos (Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos) e Mononucleares (Monócitos e Macrófagos)
645
 Manifesta-se em qualquer idade;  Infecções por Streptococcus pneumoniae e Neisseria;  Pneumonias/sinusite, meningite, osteomielite, artrite, sepse;  Associação com doenças autoimunes: lúpus, dermatomiosite, esclerodermia, vasculite.
Defeitos do Sistema Complemento
646
É a imunodeficiência mais comum, afetando até 0,33% das crianças. Afeta pessoas de diferentes gerações, sugerindo traço autossômico dominante com expressão variável.  Há infecções respiratórias, gastrointestinais e urogenitais. Há associação com doenças autoimunes, como alergia à proteína do leite de vaca (IgG), doença celíaca, e autoanticorpos anti-IgA da classe IgE (reação anafilática durante a administração de hemoderivados ou imunoglobulinas contendo IgA do doador).
Deficiência seletiva de IgA
647
 Resulta da dismorfogênese do 3º e 4º arcos branquiais, ocasionando hipoplasia de timo, de paratireoides (hipocalcemia neonatal), atresia/estenose de esôfago, cardiopatia congênita, hipoplasia de mandíbula, úvula bífida, filtro labial curto, orelhas baixo implantadas e hipertelorismo ocular.  A contagem total de linfócitos é baixa para idade, e a citometria de fluxo revela redução dos linfócitos T CD 3.
Síndrome de DiGeorge (hipoplasia tímica)
648
 Doença genética ligada ao X (gen que codifica a proteína WASP), caracterizada pela tríade: dermatite atópica + trombocitopenia (plaquetas pequenas e em menor quantidade) + imunodeficiência.
Síndrome de Wiskott-Aldrich
649
 Doença genética causada por uma mutação no gen ATM, que determina: ataxia cerebelar + telangiectasias oculares + imunodeficiência
Síndrome da Ataxia-Telangiectasia (Loui-Barr)
650
É uma doença autossômica dominante caracterizada pela incapacidade de sintetizar o inibidor de C1. Sem o inibidor, a atividade de C1 fica descontrolada, levando à quebra de C2 e C4 e produção de bradicinina, que leva à vasodilatação e edema sem cacifo.  Manifesta-se com desenvolvimento de edema de qualquer parte do corpo, nos dois primeiros anos de vida, geralmente mãos e pés, mas sem urticária, sem prurido, sem rubor e sem dor. Torna-se mais intenso a partir da adolescência. Pode durar de dois a três dias, e então resolver-se. Quando afeta a mucosa do trato gastrointestinal pode ocorrer dor abdominal intensa, vômitos e diarreia, simulando um quadro de abdome agudo. Apesar do edema laríngeo ser incomum, é geralmente uma complicação fatal, muitas vezes desencadeada por anestesia em gengivas para procedimentos dentários. Outros fatores desencadeantes para o aparecimento de angioedema são estresse emocional, exercício físico extenuante, menstruação ou febre
Angioedema hereditário
651
A mortalidade neonatal (0 a 27 dias) representa o componente de maior peso da MI (crianças < 1 ano), representando 60 a 70% de todas as mortes em menores de um ano. V ou F
V
652
Cerca de 73,01% das internações hospitalares são por causas externas, incluindo-se todas as faixas etárias até 19 anos. Qual a principal causa externa, considerando todas as faixas etárias (1 - 19)?
Quedas
653
os acidentes de transporte são a primeira causa de morte, seguida dos acidentes por queimadura em segundo lugar entre as crianças de um a quatorze anos V ou F
F Em segundo lugar estão os acidentes por submersão As queimaduras são a terceira causa de mortes externas nessa faixa etária
654
Assento de segurança em carros de acordo com idade/peso/altura da criança
- Até dois anos: Assento infantil tipo bebê conforto no banco traseiro, de costas para o painel do carro, preso ao cinto de segurança. - Entre três e sete anos (até 22 kg): Assento infantil tipo cadeirinha no banco traseiro, de frente para o painel do carro, presa ao banco do carro. - Entre oito e onze anos: Assento infantil tipo elevação (booster) de frente para o painel do carro, preso ao cinto de segurança. - > 1,45 m de altura: Banco traseiro com cinto de segurança.
655
A shaken baby syndrome – é provocada por sacudidas vigorosas em bebês até dois anos e caracteriza-se por
- hemorragia subdural - subaracnoidea - edema cerebral difuso - hemorragia retiniana (50 a 80% dos casos) - geralmente, ausência de outros sinais de lesão
656
Clínica da síndrome da orelha de lata
- equimose unilateral da orelha - edema cerebral ipsilateral - Retinopatia hemorrágica
657
Segundo o artigo 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990), a simples suspeita ou a confirmação de maus-tratos à criança ou ao adolescente deverão ser obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade e sem prejuízo das demais providências legais V ou F
V
658
Manifestações clínicas da cetoacidose diabética
 Desidratação.  Ritmo respiratório de Kussmaul.  Náusea, vômitos e dor abdominal.  Alterações do nível e conteúdo da consciência.  Leucocitose com desvio à esquerda.  Elevação da amilase.  Febre, apenas se infecção estiver presente.
659
Critérios bioquímicos da CAD
 Hiperglicemia (glicemia sérica > 200 mg/dl).  Acidose metabólica: pH < 7.3 ou HCO3 < 15 mmol/L.  Cetonemia ou cetonúria (EAS: cetonúria > 3+).
660
Tabelas com a substância tóxica e respectiva síndrome clínica
Galeria (2 fotos - 7ª e 8ª)
661
o carvão ativado pode ser usado para algumas drogas: antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes (ex.: fenobarbital, fenitoína e carbamazepina), AAS, metotrexato e digitálicos. Não tem efeito com metais pesados, ferro e derivados do petróleo V ou F
V
662
Tabela com antídotos específicos para certas intoxicações
Galeria (9ª foto)
663
TTO do estado de mal epiléptico
1ª ETAPA: Benzodiazepínicos. Opções: 1) diazepam, 0,1-0,3 mg/kg/dose EV, podendo ser repetida até três vezes ou 0,2-0,5 mg/kg/dose por via retal quando se estiver longe do hospital ou enquanto o acesso venoso não é puncionado; 2) midazolam 0,5 mg/kg/dose por via oral ou nasal ou 0,05-0,1 mg/kg/dose venosa; 3) lorazepam. 2ª ETAPA: a) Fenitoína: não diluí-la com SG 5%, pois seu sal precipita e há perda do efeito terapêutico. A dose de ataque é de 15-20 mg/ kg/dose EV, com manutenção de 3-9 mg/kg/ dia 12/12h, após 12 horas a dose de ataque. b) Fenobarbital: alguns centros preferem o fenobarbital à fenitoína, por considerá-lo mais eficaz e com menor variação sérica. A dose de ataque é de 20-40 mg/kg em neonatos e de 20 mg/kg em crianças maiores, seguida da manutenção de 3-5 mg/kg/dia 12/12h após 24 horas. Nesta fase, também podem ser feitos ácido valproico e levetiracetam. Na Unidade de Terapia Intensiva: 3ª ETAPA: a) Midazolam infusão contínua, 0,2-0,4 mg/kg/h; b) Propofol infusão contínua, 1-2 mg/kg/h. 4ª ETAPA: a) Tiopental (coma barbitúrico): dose de ataque de 2-4 mg/kg titulável até ocorrer ocorrer supressão do EEG. Mantém-se por 48 horas em silêncio elétrico, e suspende-se a medicação, monitorizando-se seu nível sérico. 5ª ETAPA: a) Anestesia geral com halotano ou isoflurano.
664
Alguns sinais encontrados ao exame físico nas crianças alertam para maior possibilidade de determinados tipos de câncer. Numere os tipos de tumores na coluna da direita com base nos sinais de alerta na coluna da esquerda. 1. Hemi-hipertrofia; ( ) Neuroblastoma; 2. Aniridia; ( ) Carcinoma de suprarrenal; 3. Heterocromia de íris; ( ) Retinoblastoma; 4. Mancha café com leite; ( ) Tumor de Wilms; 5. Leucocoria. ( ) Gliomas. Assinale a alternativa que apresenta a numeração CORRETA na coluna da direita, de cima para baixo: a) 1 – 5 – 3 – 2 – 4. b) 5 – 1 – 2 – 3 – 4. c) 3 – 1 – 5 – 2 – 4. d) 4 – 1 – 2 – 5 – 3. e) 3 – 2 – 5 – 4 – 1.
C A hemi-hipertrofia pode estar associada com o tumor de Wilms, tumor de suprarrenal, hepatoblastoma A aniridia está tipicamente associada com o tumor de Wilms (nefroblastoma), ainda que também possa estar associada com o carcinoma de suprarrenal. Na verdade, existem algumas síndromes associadas com o tumor de Wilms. Talvez a mais comum nas provas seja a síndrome de Beckwith-Wiedemann, mas não é a única. Outras síndromes incluem as síndromes de Denys-Drash e WAGR (tumor de Wilms + aniridia + anomalias geniturinárias + retardo mental) A heterocromia da íris pode estar associada com a síndrome de Horner congênita, por lesão na via oculossimpática. A síndrome de Horner na infância pode ser congênita ou adquirida e estar associada com tumores em diversas regiões e os neuroblastomas são a causa mais comum As manchas café com leite podem estar presentes em algumas síndromes genéticas. Uma delas é a neurofibromatose tipo 1, associada a um maior risco de gliomas ópticos e, também, de outros tumores do sistema nervoso central leucocoria é uma das possíveis manifestações do retinoblastoma. Essa pode ser a queixa inicial trazida à consulta: a história típica, nesses casos, é da ausência do reflexo vermelho em um dos olhos da criança durante uma fotografia.
665
O tumor de Wilms é classicamente descrito como uma massa lisa que não ultrapassa a linha média, enquanto que no neuroblastoma a massa em geral é irregular, frequentemente nodular e ultrapassa a linha média. Além disso, o tumor de Wilms pode ser uma massa assintomática, descoberta por acaso, muitas vezes pelos próprios pais, em uma criança que não apresenta nenhum outro sinal de doença, exatamente como descrito. Já no neuroblastoma, o mais comum é a presença de comprometimento do estado geral no momento do diagnóstico, com relato de febre, emagrecimento, palidez, dor óssea ou nódulos subcutâneos. V ou F
V
666
A síndrome de Down sabidamente aumenta o risco de desenvolvimento de leucemias. Além da maior predisposição para leucemias, os portadores de síndrome de Down podem ter outras alterações hematológicas, como a mielodisplasia transitória na infância e a macrocitose eritrocítica V ou F
V
667
Na síndrome de Edwards podemos encontrar maior associação com algumas neoplasias, como o tumor de Wilms e o hepatoblastoma V ou F
V
668
O neuroblastoma pode desenvolver- -se em qualquer ponto do sistema nervoso simpático, mas, mais comumente, desenvolve-se na medula da suprarrenal. A disseminação metastática é mais comum em crianças maiores de 1 ano e os locais mais comumente acometidos são os linfonodos regionais e à distância, os ossos longos e o crânio, a medula óssea, o fígado e a pele. As metástases para pulmões e cérebro são muito raras V ou F
V
669
As paralisias periódicas são miopatias metabólicas/canalopatias causadas por mutações nos canais de potássio, cálcio e sódio dos músculos esqueléticos. São geralmente classificadas em hipocalêmicas ou hipercalêmicas, na dependência da variação dos níveis séricos de potássio. Clinicamente, caracterizam-se por episódios de fraqueza muscular localizada ou generalizada (preservam a musculatura da face e respiratória), geralmente após descanso de exercício físico, refeições ricas em carboidratos ou pela manhã, por volta da idade escolar e início da adolescência. Muitas formas são autossômicas dominantes e, por isso, é frequente a ocorrência de casos similares dentro da mesma família. Durante os episódios de fraqueza muscular aguda, os reflexos profundos estão abolidos, e a duração poderá variar de minutos a horas. Na idade adulta, os episódios se tornam mais frequentes. Laboratorialmente, é possível detectar durante os ataques variações nos níveis séricos de potássio (hipo ou hipercalemia) e sódio (hiponatremia, principalmente na paralisia hipercalêmica), alterações no ECG (onda T) e discreta elevação da CPK. V ou F
V
670
O sarampo é causado por um vírus DNA da família Paramyxoviridae, gênero Morbillivírus V ou F
F É um vírus de RNA
671
Além do homem, sabe-se que ratos atuam como hospedeiros do vírus do sarampo. Sua transmissão ocorre através de pequenas gotículas de saliva eliminadas através da fala, espirros ou tosse, ou ainda através de aerossóis. Partículas virais podem permanecer suspensas e viáveis no ar por até 1 hora V ou F
F O homem é o único hospedeiro conhecido do vírus.
672
No epitélio respiratório, o vírus do sarampo causa uma necrose celular, vasculite de pequenos vasos, infiltrado linfocítico e formação das células gigantes de Warthin-Finkeldey, que são patognomônicas da doença. Estas células gigantes são formadas pela fusão de várias células epiteliais infectadas, dando origem a uma estrutura com mais de 26 núcleos (podem chegar a 100) e várias inclusões intracitoplasmáticas, que representam as partículas virais. V ou F
V
673
Manifestação clínica patognomônica do sarampo
enantema (cerca de um a quatro dias antes do exantema), caracterizado por pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos pré-molares, mas que também podem ser encontrados nos lábios, palato duro, gengivas, conjuntiva e vagina. Estas lesões são chamadas de manchas de Koplik
674
Descreva o exantema do sarampo
Entre o 2º e o 4º dia começa a fase exantemático, durante o qual surge o exantema maculopapular avermelhado (morbiliforme, ou seja, com áreas de pele sã de permeio), inicialmente na região retroauricular com disseminação para a região frontal seguindo a linha de implantação capilar, atrás das orelhas e pescoço, disseminando- -se para dorso, extremidades, palmas e solas (50% dos casos). Entretanto, o acometimento das mãos e pés é menos proeminente do que na escarlatina e na doença de Kawasaki. O exantema tende à confluência em face e tronco, seguindo um padrão de distribuição cefalocaudal.
675
Se, no sarampo, a febre persistir além de 3 dias após o início do exantema é indício de complicações: pneumonias, otites, diarreia e complicações neurológicas. Contudo, a encefalite pode aparecer até o 20º dia da doença. V ou F
V
676
Quadro com evolução típicas das manifestações clínicas do sarampo
galeria (10ª foto)
677
Sinais que indicam que esteja ocorrendo uma complicação em quadro de sarampo. Complicações mais frequentes
Suspeita-se que esteja ocorrendo alguma complicação clínica quando a febre dura além do 3º, 4º ou 5º dia do exantema, quando a febre volta após um período sem hipertermia, ou ainda, quando no hemograma revela-se leucocitose. Nestes casos deve-se pensar nas duas complicações mais frequentes do sarampo: a otite média aguda e a pneumonia
678
Principal causa de morte no sarampo
pneumonia
679
É uma forma crônica de complicação do sarampo. A doença manifesta-se cerca de 10 anos após a infecção primária, e seus sinais/sintomas podem ser divididos em quatro estágios: 1) Fase I – caracterizada por mudanças súbitas de comportamento, com irritabilidade, agressividade e desatenção; 2) Fase II – é marcada por mioclonias maciças de membros (apendiculares) e de tronco (axiais), que se correlaciona do ponto de vista anatomopatológico com lesões nos núcleos da base; 3) Fase III – instalam-se movimentos coreoatetoides, distônicos e rigidez, traduzindo clinicamente a destruição mais pronunciada dos núcleos da base; há, progressivamente, estabelecimento de demenciação, estupor e coma; 4) Fase IV – perda do controle dos centros autonômicos do tronco encefálico (ex.: respiração, cardiocirculatório), sendo a morte um evento próximo nesta fase da doença
Panencefalite esclerosante subaguda (PEES)
680
É uma forma rara e muito grave de sarampo vista na atualidade. Caracteriza-se pela presença de lesões cutâneas hemorrágicas, ceratite ocular e trombocitopenia. O curso é fatal em grande parte dos casos.
Sarampo negro ou hemorrágico
681
DDX do sarampo
1. Rubéola: doença febril de sintomas constitucionais mais brandos; o rash é róseo e mais discreto, iniciado no 2º dia de febre, com desaparecimento no 6º dia sem descamação. 2. Eritema Infeccioso: o exantema surge tardiamente, cerca de uma semana após o início dos sintomas gerais. O rash é típico, evoluindo em três estágios: estágio 1 – face eritematosa, conhecida como “aparência de bochecha esbofeteada”; estágio 2 – caracterizado como exantema maculopapular, distribuído simetricamente no tronco e nas extremidades, podendo ser acompanhado de prurido; estágio 3 – mudança de intensidade no rash, com duração de uma ou mais semanas, exacerbado por exposição ao sol ou fatores emocionais. 3. Exantema Súbito: doença de lactentes, caracteriza-se por febre alta e criança em bom estado geral, que dura cerca de 3 a 4 dias. Após o desaparecimento da febre, surge o rash, semelhante ao da rubéola, mas muito fugaz. Desaparece sem descamar. 4. Dengue: o exantema costuma aparecer com o declínio da febre. 5. Enteroviroses: o exantema pode manifestar- se de várias formas, na maioria dos casos acometendo a região palmoplantar e sem descamação.
682
Resoluçãodo exantema nosarampo
o exantema resolve-se em sete dias, tornando-se acastanhado e deixando no local uma fina descamação (furfuráceo)
683
Quando tempo de isolamento respiratório a criança com sarampo deve ter?'
até quatro dias após o início do exantema.
684
vitamina A está indicada para todas as crianças no mesmo dia do diagnóstico do sarampo V ou F
V
685
Quando e em quem fazer a vacinação de bloqueio contra o sarampo
Encontra-se indicada em todos os contactantes íntimos sem história prévia de sarampo. A vacina pode ser empregada até 72 horas após o contato (vacinação de bloqueio). Esta vacinação de bloqueio poderá ser feita a partir de seis meses. Se a criança tiver entre 6 e 12 meses, a dose da vacinação de bloqueio deverá ser desconsiderada, e a mesma deverá receber uma nova dose de tríplice viral aos 12 meses e tetra viral aos 15 meses, conforme recomenda o calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde.
686
Quando e em quem fazer a imunização passiva contra o sarampo
A imunoglobulina (imunização passiva) pode ser utilizada até 6 dias da exposição ao caso índice, na dose de 0,25-0,5 mg/kg, intramuscular. A imunização passiva está indicada em contatos íntimos que tenham alguma contraindicação à vacina (< 6 meses, grávidas, AIDS, transplantados, imunodeficiências congênitas etc.), independentemente de seu status de imunização, ou se houver mais de 72 horas até seis dias da exposição. A gamaglobulina confere proteção por um período de quatro semanas. Em caso de nova exposição, a dose deve ser repetida.
687
O vírus da rubéola é constituído de RNA altamente sensível ao calor, ao pH extremo e a um número variável de agentes químicos. Pertence à família Togaviridae e ao gênero Rubivírus. Os humanos são os únicos hospedeiros conhecidos. V ou F
V
688
Manifestações clínicas da rubéola
Após um período de incubação que varia de duas a três semanas, a criança inicia um quadro de febre baixa, mal-estar, anorexia, mialgias, dor de garganta e hiperemia conjuntival. Surgem adenomegalias principalmente localizadas na região suboccipital, retroauricular e cervical posterior. Em crianças, muitas vezes, a primeira manifestação da rubéola pode ser o aparecimento do rash, maculopapular puntiforme, róseo, com tendência à coalescência que começa na cabeça e pescoço e dissemina-se pelo tronco, dorso e extremidades. Quando aparece no tronco, geralmente, já está desaparecendo da face. Junto com o exantema, podem surgir lesões rosadas (manchas de Forcheimer - também ocorrem na faringite estreptocócica e escarlatina) e petéquias em palato mole e amígdalas. O exantema da rubéola dura em média três dias e desaparece sem descamar . Cerca de 25-40% das crianças desenvolvem uma forma subclínica sem rash. Poliartralgia e poliartrite transitória são raras em crianças e mais frequentes em adolescentes e adultos, especialmente do sexo feminino.
689
Complicações da rubéola
- Trombocitopenia pós-infecciosa. Ocorre em 1:3.000 casos de rubéola, mais comum entre crianças do sexo feminino. Geralmente se inicia duas semanas após o início do rash, com petéquias, epistaxes, sangramento gastrointestinal e hematúria, geralmente de resolução espontânea e autolimitada. - Artrite. Acomete mulheres jovens com maior frequência, geralmente uma semana após o exantema. Afeta classicamente as pequenas articulações das mãos. - Encefalite pós-infecciosa. É de todas, a mais grave das complicações. Ocorre sob duas formas. A encefalite pós-infecciosa acomete 1:5.000 crianças e se inicia sete dias após o exantema com cefaleia, convulsões, confusão, coma e manifestações neurológicas focais. O liquor pode revelar pleocitose linfocítica com aumento de proteínas. A mortalidade associada é de 20%, sendo registradas sequelas em alguns casos. - Panencefalite progressiva da rubéola. Assemelha-se clinicamente à panencefalite associada ao sarampo. A morte sobrevém em dois a cinco anos depois do início da doença. - Outras. Manifestações mais raras como síndrome de Guillain-Barré, neurite periférica e miocardite podem ser relatadas.
690
O VVZ é um vírus RNA pertencente à família Herpesviridae, assim como os vírus Herpes- -simples, EBV e CMV. Eles possuem, como característica peculiar, a tendência de persistirem no organismo de forma latente após a infecção primária. V ou F
F O VVZ é um vírus DNA
691
taxa de ataque (percentual de contaminados após o contato com o indivíduo infectado) da varicela é próxima a 90%, ao passo que para o herpes-zóster é de apenas 15% V ou F
V
692
Descreva a que o seguinte texto se refere O indivíduo infectado passa a eliminar o vírus cerca de dois dias antes do aparecimento do rash até sete dias após o seu início, cessando no momento em que todas as lesões estiverem sob a forma de crostas. Durante o período de incubação inicial (duração de 10-21 dias), ocorre a replicação do vírus no tecido linfoide local, havendo a primeira viremia. É apenas na segunda viremia que o vírus se dissemina para pele e mucosas, produzindo um exantema típico por degeneração e vacuolização celular da camada espinhosa da epiderme e acúmulo de células gigantes multinucleadas. Nesse momento, os vírus ascendem através das terminações sensitivas axonais da pele até os corpos celulares dos neurônios ganglionares, permanecendo aí sob a forma latente (silenciosa) por muito tempo
Patogenia do VVZ
693
Caracterize o exantema da varicela
O exantema se inicia no couro cabeludo, face e pescoço, disseminando-se para o tronco e extremidades. Como as lesões são mais concentradas em face e tronco, dizemos que o rash exibe distribuição caracteristicamente centrípeta. As lesões aparecem em surtos; inicialmente surgem máculas eritematosas pruriginosas, que evoluem para pápulas, vesículas de conteúdo claro, pústulas com umbilicação central e, finalmente, crostas. O tempo médio desta evolução é de 24-48 horas. A coexistência de lesões em vários estágios de desenvolvimento (polimorfismo) é um aspecto muito característico da doença
694
DDX da varciela
1) Impetigo – infecção cutânea de origem bacteriana (S. pyogenes ou S. aureus) cujas lesões estão distribuídas de forma preferencial sobre os membros (centrífuga), não existe polimorfismo (lesões em vários estágios ao mesmo tempo), e não existe acometimento mucoso; 2) Escabiose – infecção cutânea parasitária causada pelo Sarcoptes scabiei, com predileção por dobras e espaços interdigitais; 3) Estrófulo – reação cutânea inflamatória desencadeada pela picada de insetos; também tem distribuição preferencial em membros, e a história prévia de “alergia” nos auxilia no diagnóstico diferencial; 4) Enteroviroses – o coxsakievírus produz lesões papulovesiculares de tamanho menor que a varicela, principalmente no verão e de localização em boca, pé e mão.
695
toda gestante com varicela iniciada cinco dias antes do parto ou dois dias após tenha o aleitamento materno suspenso temporariamente e seu bebê receba imunoglobulina antivaricela zóster hiperimune (VZIG). V ou F
V
696
Embriopatia associada à infecção primária da mãe pelo vírus nas primeiras 20 semanas de gestação. Afeta cerca de 2% dos fetos, levando a retardo de crescimento intrauterino, hipoplasia de extremidades, cicatrizes cutâneas, defeitos oculares (microftalmia, coriorretinite, catarata) e comprometimento do SNC, que se manifesta como retardo mental, convulsões, atrofia cortical etc. A identificação da infecção fetal pode ser feita através da coleta de sangue de cordão com realização de técnica de PCR para detecção do DNA viral. No período pós-natal, a persistência de IgG positiva após 12 meses também é um indicador de infecção adquirida na fase perinatal.
Síndrome da varicela congênita
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Complicação mais frequente da varicela
infecção bacteriana secundária da pele
698
Complicações neurológicas da varicela
O acometimento neurológico inclui a ataxia cerebelar (1:4.000 casos), meningoencefalite (1:50.000 casos), mielite transversa, síndrome de Guillain-Barré, síndrome de Reye e neuropatia periférica
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encefalopatia associada à hepatite (hepatomegalia, aumento das transaminases) provocada pela ingestão de salicilatos
Síndrome de Reye
700
A pneumonia bacteriana é a principal causa de óbito em crianças com varicela em nosso meio. Manifesta-se com febre persistente após três a quatro dias do início do exantema com tosse e dispneia V ou F
V
701
Indicações de aciclovir VO na varicela
 Adolescente > 12 anos.  Crianças > 12 meses que tenham: – Doença cutânea crônica; – Doença pulmonar crônica; – Uso de corticoide inalatório (aerossol) ou sistêmico; – Uso crônico de ácido acetilsalicílico; – 2º caso na família.
702
É uma doença causada pelo Herpesvírus Humano (HHV) tipo 6 e 7, ambos pertencentes à família Herpesviridae (junto com CMV, Herpes-simples, VVZ, EBV). Pode se iniciar com sintomas prodrômicos tipo infecção de vias aéreas superiores, como rinorreia, hiperemia conjuntival e dor de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer, e algumas crianças apresentam leve edema palpebral. Logo após, instala-se a febre alta (39º-40ºC) e, nesse momento, podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas. Em alguns casos são verificadas úlceras no palato mole e úvula, chamadas manchas de Nagayama. A febre dura em média três a cinco dias e pode desaparecer bruscamente (em crise) ou gradualmente ao longo de 24-36 horas (em lise). Cerca de 12-24 horas após o desaparecimento da febre, aparece o rash, róseo, macular, não pruriginoso, primeiramente em tronco, com disseminação para pescoço, face e extremidades
Exantema súbito
703
É uma doença exantemática, benigna, causada pelo Parvovírus B19 (DNA-vírus pertencente ao gênero Erythrovirus e à família Parvovirida). É mais comum entre a faixa etária dos escolares, com 70% dos casos ocorrendo entre 5 e 15 anos.
Eritema infeccioso
704
Caracterize o exantema nos quadros de eritema
1º estágio – O exantema aparece primeiro na face (aspecto de bofetada), o que somado à palidez perioral determina as maiores características do eritema infeccioso. 2º estágio – Aproximadamente um dia depois do envolvimento da face ou de forma concomitante, o exantema se dissemina como manchas vermelhas simetricamente distribuídas no tronco e parte proximal das extremidades superiores e inferiores. Com a evolução, as lesões cutâneas começam a clarear centralmente, dando a aparência rendilhada. Este estágio pode durar dias ou semanas. Palmas e plantas são poupadas. As lesões desaparecem sem descamar. 3º estágio – É o ressurgimento das alterações cutâneas depois da melhora clínica, após uma a três semanas. O exantema pode reaparecer mediante alterações ambientais como, por exemplo, mudanças de temperatura e exposição à luz solar. Exercício, estresse e sol são alguns exemplos de fatores desencadeantes.
705
O acometimento articular, no contexto do eritema infeccioso, sob a forma de poliartralgia ou poliartrite pode aparecer de forma isolada ou associada a outras manifestações. É mais comum em meninas adolescentes e adultos jovens. As articulações mais afetadas são as das mãos, punhos, joelhos e tornozelos. A duração média dos sintomas é de duas a quatro semanas, apresentando curso autolimitado, e não destrutivo. V ou F
V
706
Manejo do eritema infeccioso
Em crianças, raramente o tratamento sintomático é necessário. Em pacientes com imunodepressão e falência medular pode estar indicado o emprego de imunoglobulina intravenosa, que, geralmente, apresenta bons resultados, muito embora transitórios. A dose recomendada é de 200 mg/kg/dia por cinco a dez dias ou 1 g/kg/ dia por três dias. Nos casos que evoluem para anemia aplástica, com redução importante dos índices hematimétricos, a transfusão de hemoderivados pode ser necessária. Fetos infectados podem ser tratados com transfusões intraútero.
707
O risco de transmissão do Parvovírus ocorre antes do surgimento das manifestações clínicas de eritema infeccioso, na fase de viremia. Como o rash e a artropatia, sinais semiológicos mais importantes para o diagnóstico clínico da doença, são fenômenos imunologicamente mediados, as crianças nesta fase não oferecem risco de transmissão a outras pessoas. V ou F
V
708
inicia, geralmente, na face (ao redor das narinas) e nas extremidades como uma papulovesícula eritematosa, que evolui para formação de pus em seu interior e crostas espessas cor de âmbar, com tendência a confluir. Pode haver linfadenite regional, mas geralmente não há febre ou qualquer outro sinal sistêmico
impetigo crostoso
709
é menos comum, afetando mais neonatos e lactentes jovens. Formam-se pequenas bolhas < 3 cm de diâmetro, flácidas, especialmente localizadas em face, nádegas, tronco e períneo.
impetigo bolhoso
710
doença exantemática mais encontrada em pré-escolares e escolares, na faixa etária de 3 a 15 anos. Ocorre mais frequentemente associada à faringite e, raramente, com piodermite ou ferida cirúrgica infectada. Os estreptococos do grupo A responsáveis pelo desenvolvimento do exantema típico dessa doença produzem uma toxina chamada toxina eritrogênica, que pode ser do tipo A, B ou C. A doença tem início agudo com febre alta (39ºC a 40ºC), calafrios, vômitos, cefaleia, prostração, amigdalite e dor abdominal. O exantema surge após 24 a 48 horas, com aspecto eritematoso e micropapular, dando à pele uma textura áspera semelhante à “lixa”. O rash se inicia no tórax e se dissemina para pescoço e membros, poupando palmas e plantas. Na face, a fronte e as bochechas ficam hiperemiadas enquanto a região perioral torna-se pálida (Sinal de Filatov). Nas regiões flexurais (ex.: prega poplítea, axilas, prega cubital) o exantema é mais intenso, levando à formação de linhas transversais (Sinal de Pastia). O rash começa a desaparecer após a 1ª semana, iniciando-se pela face e pescoço, deixando uma descamação fina. Os pés e as mãos são os últimos a descamar e o fazem de modo mais intenso. O processo se completa ao final de três semanas em média. As amígdalas frequentemente estão edemaciadas, hiperemiadas e recobertas por um exsudato. A úvula também pode estar hiperemiada, com petéquias, e edemaciada com aspecto gelatinoso. A língua, no primeiro dia da infecção, apresenta- se com aspecto de “morango branco” em função das papilas hipertrofiadas e exsudato branco recobrindo sua superfície. No terceiro dia, a língua adquire um aspecto de “morango vermelho” ou “framboesa”, pois o exsudato desaparece e as papilas linguais avermelhadas tornam-se evidentes.
Escarlatina
711
Clínica da febre reumática
 Artrite (75%): é a manifestação mais comum, com dor, edema e limitação de movimentos. É autolimitada e não deixa sequelas. Tem padrão assimétrico e migratório, principalmente das grandes articulações dos membros inferiores. A resposta aos AINEs é drástica, com melhora da dor em 24 horas e desaparecimentos dos sinais inflamatórios em 2-3 dias  Cardite (40-70%): é a manifestação mais grave, havendo uma pancardite (pericárdio, miocárdio e endocárdio). Contudo, a maioria dos sintomas clínicos se devem ao acometimento valvar. Pode haver atrito/derrame pericárdico de pouco volume, miocardite expressa por cardiomegalia e insuficiência cardíaca e lesões valvares, especialmente as regurgitações de valvas mitral e aórtica na fase aguda. As lesões estenóticas prevalecem na fase crônica  Coreia de Sydenham (5-36%): prevalecem no sexo feminino, e pode aparecer como manifestação tardia isolada até sete meses após a infecção estreptocócica. Algumas vezes, pode estar associada à cardite subclínica. Aparece de forma insidiosa, com labilidade emocional, queda do rendimento escolar, movimentos coreicos de face, língua (levando a disartria), tronco e membros. Tais movimentos involuntários tendem a desaparecer com o sono e aumentar com o estresse emocional. Podem também ser verificados tiques e comportamentos obsessivo-compulsivos. Duram cerca de 2-3 meses, mas podem perdurar por um ano. Em todo caso de coreia aguda deve ser solicitado o FAN, pois a coreia reumática deve ser diferenciada da coreia lúpica. Pode haver recorrência da coreia reumática.  Eritema marginado (< 3%): lesões eritematosas com bordos elevados e centro claro podendo adquirir aspecto serpinginoso, geralmente localizados em tronco e face interna dos membros. São indolores e não pruriginosos, estando geralmente associados à cardite.  Nódulos subcutâneos (2 a 5%): são formações arredondadas, firmes, de 0,5-2 cm de diâmetro, indolores, localizados sobre cotovelo, punhos, joelhos, tornozelos e região occipital. Estão fortemente associados à presença de cardite grave.
712
Diagnóstico da febre reumática
Critérios de Jones (galeria 11ª foto) − Dois critérios maiores + evidência de infecção estreptocócica. − Um critério maior + 2 critérios menores + evidência de infecção estreptocócica.  Em casos de coreia de Sydenham e cardite indolente não há necessidade de outros critérios maiores ou menores para o diagnóstico de FR, e nem mesmo a necessidade de evidência de infecção estreptocócica, pois tais manifestações clínicas podem aparecer muito tardiamente, em um momento em que já não existem alterações laboratoriais.  A glicoproteína ácida e a alfa-2-globulina (eletroforese de proteínas) são reagentes de fase aguda que podem ser utilizados para o acompanhamento da atividade de doença.
713
Manejo da febre reumática
1. Erradicação do estreptococo da orofaringe: profilaxia primária. 2. Tratamento da artrite: AAS na dose de 80- 100 mg/kg/dia 6/6h ou naproxeno 10-20 mg/kg/dia 12/12h. 3. Tratamento da cardite: prednisona 1-2 mg/ kg/dia durante 2-3 semanas, com redução progressiva da dose nas próximas dez semanas. Na cardite grave refratária a corticoterapia inicial, pode-se tentar a pulsoterapia com metilprednisolona (30 mg/kg/dia EV). Além disso, são utilizados sintomáticos para a insuficiência cardíaca, como: diuréticos (furosemida e espironolactona), anti-hipertensivos (inibidores da recaptação de serotonina) e digitálicos. 4. Tratamento da coreia: apenas indicado para as formas graves: haloperidol, ácido valproico e carbamazepina.
714
Profilaxia secundária da febre reumática: atb e duração
 Penicilina G Benzatina: < 20 kg - 600.000 UI IM e para > 20 kg - 1.200.000 UI IM em dose única, a cada 21/21 dias.  Sulfadiazina: < 30 kg - 500 mg VO 1x/dia ou para > 30 kg - 1g VO 1x/dia todos os dias.  Eritromicina: 250 mg VO 12/12h todos os dias. Duração: • FR sem cardite: até 21 anos, ou após 5 anos do último surto, o que for mais longo. • FR com cardite, mas de resolução completa: até 25 anos, ou após 10 anos do último surto, o que for mais longo. • FR com cardite e lesão residual: 40 anos ou por toda a vida.
715
A GNDA é a causa mais comum de síndrome nefrítica (hematúria, edema, hipertensão arterial e insuficiência renal) na infância, e é a outra complicação não supurativa tardia da infecção faríngea ou cutânea por cepas nefritogênicas (12 e 49) do estreptococo beta- -hemolítico do grupo A, geralmente com idades entre 5-12 anos. A GNDA surge entre 1-2 meses após a infecção faríngea ou 3-6 meses após a piodermite V ou F
F A GNDA surge entre 1-2 semanas após a infecção faríngea ou 3-6 semanas após a piodermite
716
Na GNDA pós estreptocócica, a proteinúria e a hipertensão normalizam-se em 4-6 semanas. O C3 normaliza-se em 6-8 semanas. Entretanto, a hematúria microscópica pode persistir por 1-2 anos. V ou F
V
717
Indicações de biópsia em caso suspeito de GNDA
1. Insuficiência renal aguda; 2. Síndrome nefrótica; 3. Ausência de evidência de infecção estreptocócica; 4. Complemento (C3, CH50) normal; 5. Persistência por mais de 8 semanas: proteinúria, complemento baixo e escórias renais aumentadas.
718
Manejo da GNDA
 Antibiótico antiestreptocócico por dez dias. Não previne a ocorrência e nem a evolução da GNDA, mas deve ser prescrito para eliminar a disseminação da bactéria.  Hipertensão: restrição de sódio, diuréticos (ex.: furosemida) e anti-hipertensivos (bloqueadores do canal de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina e vasodilatadores).
719
provocada cepas 71 e 55 de S. aureus a partir da nasofaringe. Tais cepas produzem as exfoliatinas A e B, que promovem a clivagem da epiderme ao nível da camada granulosa da epiderme. Provavelmente é devido à imaturidade renal em realizar o clearance destas toxinas que neonatos e lactentes jovens são mais predispostos a apresentar tal síndrome. Afeta crianças abaixo de cinco anos, e sua intensidade varia de pequenas bolhas localizadas até extensas lesões com comprometimento sistêmico. Pode haver febre, irritabilidade e sensibilidade cutânea precedendo o rash. O exantema é caracterizado por um eritema difuso e brilhante, mais acentuado em áreas periorificiais e flexuras de membros. Cerca de dois a cinco dias após o eritema, a pele torna-se enrugada, e começam as fissuras e destacamento da pele. Pode haver infecção bacteriana secundária e perda de água e eletrólitos através da pele.
Síndrome da pele escaldada (também conhecida como síndrome de Ritter)
720
Os critérios diagnósticos a seguir se referem a qual entidade clínica? CRITÉRIOS MAIORES (Todos)  Febre > 38.8ºC  Hipotensão  Rash (eritrodermia com descamação posterior de palmas e solas) CRITÉRIOS MENORES (Três ou mais)  Inflamação de mucosa (oral, lingual, vaginal ou conjuntival)  Vômitos e diarreia  Disfunção hepática  Disfunção renal  Mialgias e elevação de enzimas musculares  Disfunção neurológica  Trombocitopenia (< 100.000 plaquetas/mm³)
Síndrome do choque tóxico stafilocócico
721
DDX do choque tóxico satafilocócico
 Síndrome de Stevens-Johnson: exantema maculopurpúrico comprometendo < 10% da epiderme, lesões de mucosa oral, conjuntival, e febre. Etiologia relacionada ao uso de medicações (sufametoxazol, anticonvulsivantes, AINEs) ou a infecções (Mycoplasma pneumoniae). Caracteriza-se pela presença de pródromos catarrais, edema + hiperemia + sensação leve de ardência em lábios e orofaringe, seguida do aparecimento de máculas cutâneas eritematosas, que formam vesículas e depois bolhas, as quais se rompem e desnudam a pele subjacente. Acomete pele + duas ou mais mucosas (ex.: olhos, orofaringe, conjuntiva, trato gastrointestinal, e mucosa anogenital). Praticamente não existe dor ou sensibilidade aumentada na pele. Laboratorialmente, identificam-se leucocitose, elevação do VHS e aumento discreto das transaminases. Mortalidade 5%.  Necrólise epidérmica tóxica: exantema maculo-purpúrico comprometendo > 30% da epiderme. Alguns autores a consideram o espectro mais grave da síndrome de Stevens- ‑Johnson. A doença é definida pela presença de: 1) bolhas disseminadas e eritrodermia morbiliforme ou confluente COM dor cutânea (diferente do Stevens-Johnson); 2) ausência de lesões em alvo; 3) início súbito com generalização dentro de 24-48h; 4) necrose epidérmica SEM ou mínimo infiltrado inflamatório na derme. A doença começa com pródromos de febre, mal-estar, sensibilidade cutânea a eritema difuso. As bolhas são espessas. A biópsia cutânea auxilia na diferenciação diferenciação com a síndrome do choque tóxico estafilocócico, pois nesta, o plano de clivagem é intraepidérmica, ao nível da camada granular (2ª camada das quatro que compõem a epiderme) levando à formação de bolhas com pele fina. Na NET, o plano de clivagem é subepidérmico, mais profundo, com separação entre a camada basal da epiderme e a derme, produzindo bolhas de pele mais grossa. Mortalidade 40%.  Síndrome DRESS: exantema, febre, eosinofilia, disfunção hepática e linfadenopatia. Comumente relacionada ao uso de anticonvulsivantes.
722
Os enterovírus pertencem à família Picornaviridae, que encerra os vírus de DNA pequeno e incluem os seguintes subgrupos: Poliovírus (tipos 1, 2 e 3), coxsakievírus (tipos A e B) e Echovirus. V ou F
F São vírus de RNA
723
Doença que caracteriza-se por: 1) Febre baixa; 2) Vesículas em lábios, língua, mucosa jugal, gengivas, faringe posterior e amígdalas que podem ulcerar; 3) Exantema maculopapular ou vesicular em mãos, pés e nádegas; a superfície dorsal das extremidades é mais acometida. Estas lesões desaparecem em uma semana. Cite também o agente etiológico
Doença mão pé boca Coxsackievírus A16 e enterovírus 71
724
É mais frequentemente provocada pelo coxsakievírus. Caracteriza-se por febre alta (até 41ºC), disfagia, dor de garganta e irritabilidade. Crianças maiores poderão apresentar dor abdominal e vômitos. Ao exame, são vistas pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso na região posterior da orofaringe: tonsilas, pilares, úvula e palato mole. A febre dura, em média, um a quatro dias, e o restante dos sintomas se resolve com uma semana
Herpangina
725
Os enterovírus são responsáveis por 90% dos casos de meningite viral, particularmente em lactentes pequenos. Os sorotipos mais implicados são: coxsakievírus B2 – B5, echovirus e enterovírus 70 e 71 V ou F
V
726
Cite Sindromes linfoproliferativas benignas e síndromes linfoproliferativas malignas associadas ao EBV
- benignas: leucoplasia, pilosa oral em pacientes SIDA adultos, pneumonia intersticial linfoide em pacientes infantis... - malignas: 1. Carcinoma de nasofaringe; 2. Linfoma de Burkitt; 3. Doença de Hodgkin; 4. Leiomiossarcoma em pacientes imunossuprimidos; 5. Carcinoma de glândulas salivares.
727
Uma característica marcante da infecção pelo EBV é o surgimento de exantema em mais de 80% dos pacientes que, por algum motivo, fizeram uso de ampicilina ou amoxicilina. V ou f
V
728
A síndrome causada pela infecção por EBV ou HBV que caracteriza-se por um exantema papular eritematoso localizado em bochechas, extremidades e nádegas, com tendência a coalescência e duração de 15 a 50 dias. Pode assemelhar-se a uma dermatite atópica.
síndrome de Gianotti-Crosti
729
A presença do anti-VCA da classe IgM constitui-se no teste mais valioso e específico para o diagnóstico de infecção aguda pelo EBV, bastando este achado para a confirmação diagnóstica V ou F
V
730
Descreva a tétrade de Sabin
Vista na toxoplasmose congênita, encontrada em uma minoria de casos (10%) Caracterizada por - hidro ou microcefalia - retinocoroidite bilateral - calcificações cerebrais - retardo mental.
731
Todos os RN com diagnóstico laboratorial de toxoplasmose congênita deverão ser tratados durante um ano, independentemente se apresentam ou não manifestações clínicas aparentes V ou F
V
732
Apresentação da retinocoroidite típica da toxoplasmose
lesões necrosantes, focais, com lesões satélites cicatrizadas
733
No contexto da A Febre Sem Foco, FSC, condição caracterizada por febre (temperatura retal > 38ºC) como sinal único e isolado, diferencia a febre sem sinais localizatórios da febre de origem desconhecida (subcategorias da FSC)
 Febre sem sinais localizatórios: febre com duração > 1 semana, sem outros sinais ao exame físico. Esta condição se constitui em um dilema clínico, especialmente em menores de três anos, pelo maior risco de infecção bacteriana.  Febre de origem desconhecida: febre documentada por profissional de saúde para a qual não seja possível a identificação da causa três semanas após a investigação ambulatorial ou uma semana após a investigação hospitalar (pacientes internados).
734
Etiologia e conduta na FSC em neonatos
 Etiologia: bactérias: Streptococcus agalactiae (grupo B), E. coli, Listeria monocytogenes; vírus: Herpes-simples, enterovirus.  Síndromes clínicas: sepse, meningite, pneumonia, osteomielite, artrite séptica, enterite, infecção urinária. O risco de um neonato clinicamente bem e com febre ter uma bacteremia é de 7%.  Conduta: caso suspeite-se de que a temperatura corporal esteja elevada pelo excesso de roupas ou por aquecimento do ambiente, recomenda- se que o neonato seja descoberto, medindo-se a temperatura após 30min. Uma vez confirmada a febre, o neonato, em função da imaturidade do seu sistema imune e inespecificidade dos sinais clínicos nesta faixa etária, deverá ser: ○ Internado em unidade hospitalar; ○ Exames complementares: hemograma, hemocultura, urinocultura e liquor (glicose, proteínas, células, coloração pelo Gram, cultura para bactérias, PCR para Herpes- -simples e enterovírus). Cultura de fezes e radiografia de tórax complementam a investigação; ○ Antibioticoterapia empírica: ampicilina + gentamicina ou ampicilina + cefotaxime. Acrescentar aciclovir ao esquema se houver história de herpes genital na mãe, se o lactente apresentar pleocitose no liquor, crises convulsivas, hipotensão ou elevação das transaminases
735
Etiologia e conduta na FSC em lactentes de 1 - 3 meses
Etiologia: nesta faixa etária a grande maioria das infecções são virais. Alguns vírus tem a sazonalidade bem marcada, tal como o vírus sincicial respiratório e influenza durante os meses de inverno e os enterovirus com predomínio no verão e outono. Dentre as bactérias as mais frequentes são E. coli (principal), seguida do Streptococcus agalactiae (grupo B) e S. aureus. Outros incluem: Listerina monocytogenes, Samonella enteritidis, Neisseria meningitidis, S. pneumoniae e H. influenzae.  Síndromes clínicas: a principal infecção bacteriana deste período é a pielonefrite (principalmente provocada por E. coli), mais prevalente em meninos não circuncidados e naqueles lactentes com anomalias do trato urinário. Outras localizações incluem: otite média, pneumonia, onfalite, mastite, e infecções de pele/subcutâneo.  Conduta: – Se o lactente tem aparência “tóxica”, deverá: ○ Internado em unidade hospitalar; ○ Exames complementares: hemograma, hemocultura, urinocultura e liquor (glicose, proteínas, células, coloração pelo Gram, cultura para bactérias). Radiografia de tórax, e PCR (Polymerase Chain Reaction) para Herpes-simples; ○ Antibioticoterapia empírica: ampicilina (L. monocytogenes e Enterococcus) + Cefotaxima/Ceftriaxone. Acrescentar vancomicina ao esquema se houver anormalidades no liquor, pela possibilidade de pneumococo resistente. – Se lactente tem febre, mas sua aparência é “boa”, não existem anormalidades ao exame físico, e os pais são cuidadosos, com garantia de acesso ao sistema de saúde: ○ Exames laboratoriais normais: hemograma com leucometria baixa (5.000-15.000 céls/mm³), bastões ≤ 1.500 céls/mm³, exame de fezes < 5 leucócitos/campo, urina (nitrito negativo, esterase leucocitária negativa, < 10 leucócitos/campo de grande aumento), radiografia de tórax normal, liquor < 8 células. Colher cultura de sangue, urina e liquor; ○ CRITÉRIOS DE ROCHESTER: se o lactente tem bom estado geral e exame físico normal, e apresentar leucometria (15.000- -5.000 céls/mm³), bastões (≤ 1.500 céls/ mm³), EAS (< 10 leucócitos/campo) e EAF na diarreia (< 5 leucócitos/campo), ele terá BAIXA PROBABILIDADE DE TER UMA BACTEREMIA (valor preditivo negativo de 95%); ○ Não administrar antibióticos; ○ Retorno em 24 horas para reavaliação, e reconsultas diárias até resultado das culturas de sangue, urina e liquor.
736
Etiologia e conduta na FSC em crianças de 3 meses a 3 anos
 Etiologia: nesta faixa etária a grande maioria das infecções são virais. As bactérias mais comuns desta faixa etária são: S. pneumoniae, N. meingitidis e Samonella.  Fatores de risco para bacteremia oculta: temperatura ≥ 39ºC, leucometria ≥ 15.000 céls/mm³, neutrofilia, bastonemia (aumento de bastões), elevação da proteína C-reativa e da velocidade de hemossedimentação.  Conduta: – Se o lactente tem aparência “tóxica”, deverá: ○ Internado em unidade hospitalar; ○ Exames complementares: hemograma, hemocultura, urinocultura e liquor (glicose, proteínas, células, coloração pelo Gram, cultura para bactérias). Radiografia de tórax, e PCR (Polymerase Chain Reaction) para Herpes-simples; ○ Antibioticoterapia empírica: Cefotaxima/Ceftriaxone. Acrescentar vancomicina ao esquema se houver anormalidades no liquor, pela possibilidade de pneumococo resistente. – Temperatura entre 38ºC e 39ºC e bom estado geral: ○ Não colher exames complementares e nem iniciar antibióticos empíricos, pois provavelmente se trata de infecção viral benigna; ○ Garantir aos pais a observação domiciliar e retornar se T > 39ºC ou aparecerem sinais de piora. – Temperatura > 39ºC e bom estado geral: ○ Avaliar a caderneta de imunizações; ○ Se recebeu vacinas contra pneumococo e hemófilos: colher urina (nitrito, esterase, EAS e cultura) para todas as meninas, meninos < 6 meses, meninos não circuncidados e crianças com ITU de repetição; ○ Se não recebeu vacinas contra pneumococo e hemófilos e tem uma leucometria > 15.000 céls/mm³: iniciar antibiótico empírico.
737
Linfangite é a infecção dos vasos linfáticos de uma determinada áreas, geralmente provocada pelo...
Staphylococcus aureus
738
Diferencie os achados clássicos entre uma linfonodomegalia infecciosa e uma tumoral
 Linfonodomegalia de causa infecciosa: dolorosa, quente, eritematosa, podendo haver tendência à fistulização.  Linfonodomegalia de causa tumoral: indolores, firmes e aderidos a planos profundos.
739
Tabelas sobre adenomegalias localizadas
galeria (12ª foto)
740
Tabelas sobre adenomegalias generalizadas
galeria (13ª foto)
741
também conhecida como síndrome linfomucocutânea ou poliarterite nodosa infantil, é uma vasculite febril que afeta predominantemente crianças abaixo dos cinco anos de idade (80% dos casos), com média de idade entre 2-3 anos e com ligeiro predomínio entre meninos. É rara antes de três meses, o que pode estar associado a um possível papel protetor dos anticorpos maternos. A doença apresenta maior frequência entre as crianças asiáticas. Caracteriza-se por uma “inflamação” vascular generalizada, que acomete preferencialmente os vasos de calibre médio, principalmente as artérias coronárias podendo desenvolver dilatação aneurismática, trombose e estenose com quadros de infarto e morte súbita.
Doença de Kawasaki
742
Na doença de Kawasaki, o processo de inflamação vascular acomete as três camadas – íntima, média e externa; verificam-se anormalidades como edema, infiltração de células inflamatórias (ex.: polimorfonucleares, linfócitos, macrófagos) e depósitos de imunoglobulinas, principalmente a IgG nas camadas celulares. A consequente perda da integridade estrutural do vaso resulta em sua dilatação com formação de aneurismas fusiformes ou saculares. Com a lesão intimal e o alentecimento do fluxo sanguíneo, podem ocorrer trombos intraluminais. O processo de cicatrização subsequente, por sua vez, conduz ao desenvolvimento de uma estenose da parede da artéria. V ou F
F Principalmente IgA
743
São fatores associados ao pior prognóstico da doença de Kawasaki:
1. Idade jovem; 2. Sexo masculino; 3. Anormalidades laboratoriais: neutrofilia, trombocitopenia, elevação das transaminases hepáticas, hiponatremia, hipoalbuminemia, e elevação da proteína C reativa; 4. Febre prolongada ou recrudescência da mesma após um período afebril.
744
Manifestações clínicas principais da DK
galeria (14ª foto)
745
A DK típica é diagnosticada quan o paciente apresenta 5 dias de febre + 4 manifestações clínicas (Febre Congestão ocular, Alterações da cavidade oral Exantema polimorfo, Alterações nas extremidades Linfadenopatia cervical aguda não supurativa). Já a chamada doença de Kawasaki incompleta ou atípica pode ser estabelecida quando houver febre por tempo igual ou superior a 5 dias + 2 ou 3 dos demais critérios + proteína C reativa (= 3 mg/dl) e/ou VHS (= 40 mm/h), na presença de alguma das duas condições laboratoriais abaixo:  ≥ 3 dos seguintes: 1) Albumina ≤ 3 g/dl; 2) Anemia; 3) Elevação das transaminases; 4) Plaquetas ≥ 450.000/mm³ depois do 7º dia (mas podem chegar até 1.000.000/mm³); 5) Leucócitos ≥ 15.000/mm³; e 6) Leucocitúria ≥ 10 leucócitos/campo;  < 3 dos exames laboratoriais acima descritos E ECO compatível. V ou F
V
746
TTO da DK
altas doses de imunoglobulina intravenosa (2 g/kg de peso em dose única, em infusão contínua por 12 horas), que, para melhores melhores resultados, deve ser iniciada ainda durante a fase febril da doença (primeiros dez dias). A febre e outras manifestações sistêmicas geralmente desaparecem em 24 horas. Esta abordagem terapêutica parece ser efetiva na prevenção da coronariopatia se realizada até o 10º dia da doença. A imunoglobulina pode ter alguns efeitos colaterais como anafilaxia, calafrios, cefaleia e mialgia. Além da imunoglobulina devem ser administrados salicilatos em doses anti-inflamatórias (10 mg/kg/dia) até o 14º dia de doença ou até três dias após o desaparecimento da febre A partir daí, reduzir a dose para 3 a 5 mg/kg/dia para efeito antitrombótico. Essa dose deve ser mantida até normalização da VHS, geralmente de seis a oito semanas após o início da DK, quando não existem evidências de anormalidades coronarianas ao ecocardiograma. Na presença de aneurismas coronários, esta dose deve ser mantida indefinidamente.
747
é a principal vasculite da infância, acometendo pequenos vasos (arteríolas, capilares e vênulas) com localização preferencial na pele, rins, articulações e trato gastrointestinal. Caracteriza- se clinicamente por rash cutâneo purpúrico, artrite, dor abdominal e glomerulonefrite. A incidência média é de 14-20 casos/100.000, com predomínio no sexo masculino (relação 2:1) e na faixa etária de três a dez anos.
Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS)
748
Nos quadros de PHS, a microscopia óptica, eletrônica e técnica de imunofluorescência revelam achados histológicos idênticos àqueles verificados na nefrite por IgA (doença de batson). Contudo, nesta última doença não existe envolvimento de outros tecidos sistêmicos. V ou F
F nefrite por IgA (doença de berger)
749
Manejo da PHS
O tratamento sintomático da artrite, febre e mal-estar pode ser feito com analgésicos, como acetaminofen. O uso de frio local sobre o escroto edemaciado pode trazer algum conforto para as crianças que toleram esta medida. Corticoterapia As complicações gastrointestinais (ex.: hemorragia, perfuração, obstrução ou intussuscepção) e neurológicas (ex.: convulsão, hemiparesias, coma) deverão ser tratadas com corticoide: prednisona na dose de 1-2 mg/kg/dia, geralmente com boa resposta. Para alguns casos de intussuscepção intestinal podem ser necessárias à redução hidrostática com ar ou meio de contraste, ou, até mesmo, a ressecção cirúrgica da alça necrosada. Casos de púrpura recidivante ou crônica são raros e apresentam boa resposta à pulsoterapia com metilprednisolona na dose de 30 mg/kg/dia, máximo de 1 g, por três dias, uma a duas vezes por semanas seguida de redução progressiva da dose. Os casos de glomerulonefrite crescêntica e síndrome nefrótica franca podem ser tratados com corticoides ou agentes citotóxicos (ciclofosfamida ou azatioprina), mas nenhum dos estudos randomizados e controlados realizados até o momento demonstrou reduzir a progressão para a doença renal crônica.
750
A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) engloba um conjunto de doenças cuja característica principal é a artrite crônica (> 6 semanas) antes de 18 anos. A definição dos seis subtipos de AIJ requer uma evolução de seis meses. São eles: 1. Artrite sistêmica (10-20%); 2. Oligoartrite (50-60%); 3. Poliartrite com Fator Reumatoide (FR) negativo (20-30%); 4. Poliartrite com Fator Reumatoide (FR) positivo (5-10%); 5. Artrite relacionada à entesite (1-7%); 6. Artrite psoriásica (2-15%). V ou F
F antes dos 16 anos
751
O diagnóstico dessa forma de AIJ requer as 3 condições abaixo: 1. Artrite de uma ou mais articulações. Geralmente, afeta grandes articulações (joelhos, punhos, carpos, subtalares, tibiotársicas). Há grande aumento de volume com rigidez matinal. 2. Febre diária por pelo menos duas semanas. Está presente em todos os casos, às vezes com um a dois picos diários, iguais ou superiores a 39ºC. 3. Um ou mais dos seguintes:  Exantema maculopapular evanescente (95%): cor róseo-salmão, com tendência a confluir, localizado em tronco e áreas proximais dos membros. Exacerba-se com a febre, exposição ao sol, banhos quentes e estresse;  Linfadenomegalia generalizada: localizadas em região cervical, axilares, inguinais, epitrocleares e mesentéricos. Muitas vezes são volumosos;  Esplenomegalia discreta;  Hepatomegalia: menos comum que a esplenomegalia. Pode haver disfunção laboratorial. Se houver insuficiência hepática aguda grave deve-se suspeitar da SAM (Síndrome de Ativação Macrofágica), uma complicação que pode ocorrer em fases iniciais ou tardias da doença, e caracterizada por: disfunção hepática, coagulopatia, pancitopenia e manifestações neurológicas;  Serosite (pleurite, pericardite ou peritonite).
Artrite sistêmica
752
É definida pela presença de artrite em 5 ou mais articulações nos seis primeiros meses de doença, também predominando no sexo feminino e com idade abaixo de seis anos.  Poliartrite: progressiva, simétrica, cumulativa. Pode afetar grandes articulações, pequenas, articulação temporomandibular, coluna cervical, e mais tardiamente, quadril. Cistos sinoviais são comuns em região poplítea, punho e dorso dos pés.  Manifestações extra-articulares são incomuns.
Poliartrite com FR negativo
753
É definida pela presença de artrite em 4 ou menos articulações. Predomina no sexo feminino com pico de incidência entre um e três anos.  Artrite: pode afetar grandes articulações (joelhos e tornozelos) e pequenas (interfalangeanas).  Uveíte (íris e corpo ciliar) ou iridociclite: é a manifestação extra-articular mais comum, presente em até 20% dos pacientes, podendo ser mais grave que a própria artrite. A uveíte pode anteceder, ser concomitante ou ser posterior à artrite. Costuma ser bilateral e assintomática. Por isso, é necessário exame periódico com a lâmpada de fenda. Em fases avançadas gera um aspecto irregular da pupila, ceratopatia em faixa (depósitos de cálcio), catarata e glaucoma. Está associada ao anticorpo antinuclear.
Oligoartrite
754
É definida pela presença de artrite em cinco ou mais articulações nos seis primeiros meses de doença com FR positivo, também predominando no sexo feminino, porém com idade entre 12 e 16 anos.  Artrite agressiva, muitas vezes, levando a alterações erosivas já nos primeiros seis meses de doença.  Manifestações extra-articulares: mal-estar, fadiga e perda de peso em 50% dos pacientes.
Poliartrite com FR positivo
755
É definida como a presença de artrite + entesite (tendões, ligamentos, cápsulas e fáscias), ou apenas artrite, ou apenas entesite associada a pelo menos dois dos seguintes:  Dor à digitopressão das articulações sacroilíacas ou dor da coluna lombossacra;  Artrite em paciente masculino antes de seis anos;  Presença de HLA-B27;  Uveíte anterior sintomática;  História familiar de espondilite anquilosante, artrite relacionada à entesite, sacroileíte, doença intestinal inflamatória. Este subtipo engloba os casos de espondilite anquilosante juvenil e as espondiloartrites indiferenciadas.
Artrite associada à entesite
756
É definida pela presença de artrite + ... Entretanto, como a... pode aparecer anos após o início da artrite, admite-se o diagnóstico deste subtipo sempre que a artrite estiver associada a dois ou mais dos seguintes:  Dactilite (dedos em forma de salsicha);  Pequenas depressões ungueais puntiformes ou onicólise;  História familiar de ... em parente de 1º grau.
... = psoríase Artrite psoriásica
757
DDX de dor nos membros
galeria (15ª e 16ª fotos)
758
Cardiopatia congênita cianótica mais comum
O Nelson 20ª edição apresenta a Tetralogia de Fallot como a cardiopatia congênita cianótica mais comum. Contudo, o livro da Sociedade Brasileira de Pediatria 3ª edição, apresenta a Transposição de Grandes Vasos como a cardiopatia congênita cianótica mais comum em nosso país.
759
Resumo da fisiopatologia das cardiopatias congênitas acianóticas
por definição, a oxigenação pulmonar do sangue proveniente de VD está preservada e, por isso, não há cianose. Sua fisiopatologia pode ser compreendida através de dois mecanismos, com manifestações clínicas próprias: 1) lesões que cursam com sobrecarga de volume; e 2) lesões que cursam com sobrecarga de pressão. No primeiro grupo (sobrecarga de volume) estão incluídos: Defeito de Septo Atrioventricular (DSAV), Comunicação Interatrial (CIA), Interventricular (CIV) e Canal Arterial Patente (PCA). O denominador comum destas lesões é a comunicação entre o sangue de VD e de VE, levando a uma sobrecarga de volume intracavitária No segundo grupo (sobrecarga de pressão) encontramos as lesões que obstruem o fluxo de saída ventricular direito ou esquerdo: estenose de valva pulmonar, estenose de valva aórtica e coarctação de aorta. Neste modelo fisiopatológico, quando a obstrução é leve a moderada, o débito de VD e VE é mantido à custa de hipertrofia muscular em estágios iniciais e dilatação de câmaras subsequente com pouca ou nenhuma manifestação nas fases iniciais da vida. Por outro lado, se a obstrução ao fluxo é grave, já no período neonatal imediato serão observados os primeiros sintomas/sinais. Na estenose pulmonar grave, instala-se um quadro de falência de VD bastante precoce, com hepatomegalia, edema periférico e cianose (por desvio do sangue de AD para AE através do forame oval patente). Na estenose aórtica grave, ocorre uma falência de VE, com edema pulmonar (por congestão retrógrada), sintomas de baixo débito cardíaco com hipoperfusão de órgãos nobres como cérebro e rins e falência de VD (hepatomegalia e edema periférico). Na coarctação grave de aorta, o fluxo sistêmico é mantido através da patência do ducto arterioso, que permite o desvio de fluxo sanguíneo da artéria pulmonar para a aorta distal, by-passando a estenose. Quando, o ducto tende ao fechamento, sinais e sintomas graves começam a aparecer.
760
Resumo da fisiopatologia das cardiopatias congênitas cianóticas
Nas cardiopatias cianóticas, o principal achado semiológico é a cianose, provocada pela dessaturação do sangue arterial. Também podemos compreendê-la sob a ótica de dois modelos patológicos: 1) lesões que cursam com hiperfluxo pulmonar; 2) lesões que cursam com hipofluxo pulmonar. A principal cardiopatia congênita com hiperfluxo pulmonar é a transposição de grandes vasos, caracterizada pela saída da aorta a partir de VD e a saída do tronco da pulmonar de VE. A sobrevivência desta grave cardiopatia é dependente da presença de outras comunicações que permitam a mistura do sangue direito (sistêmico) e esquerdo (pulmonar), como a persistência do forame oval aberto e o canal arterial patente As lesões cianóticas com hipofluxo pulmonar são aquelas que levam a uma obstrução ao trato de saída de VD: tetralogia de Fallot (estenose infundibular, CIV, dextroposição da aorta e hipertrofia de VD), atresia tricúspide e estenose pulmonar. Com isso, o fluxo pulmonar fica restrito, e menor volume de sangue poderá ser oxigenado, resultando em cianose. É a presença de alguma comunicação esquerda-direita que minimiza a cianose, como CIA, CIV ou persistência de canal arterial.
761
 Na trissomia do 18 (Síndrome de Edwards), 90% dos pacientes têm cardiopatias congênitas associadas, principalmente...
CIV (95%) e tetralogia de Fallot (25%).
762
Na trissomia do 21(Síndrome de Down), 50% das crianças apresentam algum tipo de malformação cardíaca congênita. As mais frequentes são:
- Defeito de Septo Atrioventricular (DSAV) - CIV - CIA - Tetralogia de Fallot - Coarctação de aorta.
763
Na síndrome de Turner (46, X0), cerca de 40% das crianças apresentam cardiopatia congênita:
´- Estenose aórtica - Valva aórtica bicúspide - Coarctação de aorta.
764
Descreva a cardiopatia associada à rubéola congênit, sindrome alcoolica fetal, les, coxsackievirus, toxo e caxumba
- Rubéola Congênita: PCA e Estenose Pulmonar Periférica - Síndrome do Álcool Fetal: CIV e Tetralogia de Fallot - Lúpus Eritematoso Sistêmico: Bloqueio Cardíaco - Coxsackievírus B: Miocardite - Toxoplasmose: Miocardite - Caxumba: Fibroelastose
765
No sexo masculino notamos uma maior frequência de defeitos do tipo Comunicação Interatrial (CIA), Comunicação Interventricular (CIV), Persistência do Canal Arterial (PCA) e estenose pulmonar. A transposição das grandes artérias é mais comum no sexo feminino (65%). V ou F
F No sexo feminino notamos uma maior frequência de defeitos do tipo Comunicação Interatrial (CIA), Comunicação Interventricular (CIV), Persistência do Canal Arterial (PCA) e estenose pulmonar. A transposição das grandes artérias é mais comum no sexo masculino (65%).
766
A cianose é definida semiologicamente como a coloração azulada de pele e mucosas. Aparece sempre que existe uma concentração de hemoglobina reduzida (desoxigenada) maior que... na circulação periférica
5 g/dl
767
O teste da hiperóxia é uma ferramenta semiológica que pode ser utilizada com finalidades diagnósticas até que o ECO esteja disponível. Em outras palavras, o teste da hiperóxia é utilizado para definir se a cianose é de origem cardíaca ou não cardíaca (hematológica, pulmonar ou neuromuscular). Descreva o teste
Um aumento da PaO2 acima de 160 mmHg, após a administração de oxigênio a 100% por cinco a dez minutos, sugere a ausência de cardiopatia congênita, enquanto a elevação acima de 250 mmHg efetivamente a exclui.
768
Tabela correlacionando fluxo pulmonar, clínica e principais cardiopatias congênitas cianóticas
galeria (17ª foto)
769
As características de um sopro inocente são:
- idade superior aos dois anos (entre três e sete anos), - sistólico (+/4+) - localizado na borda esternal esquerda média e inferior - com timbre musical ou surdo - sem irradiação - alterando-se com a respiração e decúbito e praticamente desaparecendo com a criança de pé
770
O fechamento anatômico do forme oval ocorre quando?
até o primeiro ano de vida
771
Tipos de CIA
As CIA podem ser classificadas: - tipo ostium primum em que a comunicação é de localização baixa em relação às válvulas atrioventriculares (s. down) - ostium secundum ou tipo fossa oval, mais superior - A CIA tipo seio venoso localiza-se próxima à entrada da veia cava superior e pode estar acompanhada de drenagem anômala das veias pulmonares. - tipo seio coronário A CIA tipo ostium secundum é a mais comum dos tipos descritos.
772
Curso clínico da CIA
O fluxo esquerda-direita entre AE e AD não é importante no recém-nascido e lactente jovem, pois o VD oferece maior resistência ao seu enchimento diastólico, uma vez que suas paredes são mais musculares e menos complacentes. Além disso, a resistência vascular pulmonar ainda é elevada no período neonatal imediato, limitando a passagem de sangue. Após três ou quatro anos de vida, a complacência ventricular direita diminui, permitindo um maior shunt esquerda-direita. A partir de então, poderão aparecer os sintomas clínicos mais importantes. O grande fluxo sanguíneo pelas cavidades direitas promoverá um aumento do AD e VD e dilatação da artéria pulmonar. O AE pode encontrar- se alargado, porém o VE e a aorta têm diâmetros normais. Se não for corrigido, a CIA poderá manifestar-se na idade adulta com ICC e arritmias
773
Sinais da CIA
- Dedobramento fixo de B2 - Ruflar diastólico em área tricuspide por hiperfluxo - Sopro sistólico ejetivo por hiperfluxo na valva pulmonar
774
Achados do ecocardiograma na CIA
 Tamanho e posição da CIA.  Aumento de AD e VD.  Quantificação entre o fluxo pulmonar (Qp) e sistêmico (Qs) avalia a repercussão hemodinâmica da CIA. O normal é uma relação Qp:Qs 1:1.
775
Achados do ECG na CIA
 Ritmo sinusal com onda P morfologicamente normal (maioria dos pacientes).  QRS aumentado configurando bloqueio incompleto do ramo direito.  Padrão RSR em V1 (CIA pequena), com crescimento do R conforme aumento do shunt, com aspecto de letra M.
776
Incações de correção cirúrgica na CIA
Sintomáticos dilatação de camaras cardíacas Qp:Qs > 1,5:1
777
A Comunicação Interventricular (CIV) é a segunda cardiopatia congênita mais frequente (perde apenas pela CIA), sendo responsável por 25-30% dos casos V ou F
F A Comunicação Interventricular (CIV) é a cardiopatia congênita mais frequente, sendo responsável por 25-30% dos casos
778
Tipos de CIV
- CIV perimembranosa (membranosa): as mais comuns (~ 80%). O septo membranoso é uma pequena área do SIV adjacente à válvula aórtica (lado esquerdo) e ao lado da válvula tricúspide (lado direito). - CIV muscular (septo trabecular): 5-20% das CIV, sendo subdivididas em apical (a mais comum), mesosseptal (central), anterior (superior) e posterior. São muitas vezes múltiplas (SIV tipo “queijo suíço”) ou associada a outros defeitos. Esta prevalência pode estar subestimada, pois existem estudos recentes – baseado em diagnóstico com modernos aparelhos de ecocardiografia - que sugerem a existência de um número muito superior de mínimas CIVs musculares (até 5% da população lactente) que encerram em 90% dos casos até ao final do primeiro ano de vida. - CIV duplamente relacionada (infundibular, subpulmonar ou subarterial): 5-7% das CIV (30% na população asiática), localizam-se no septo de saída sendo as suas margens constituídas pelo anel pulmonar e aórtico, podendo haver prolapso de um das cuspes da válvula aórtica e regurgitação da mesma associada. - CIV de entrada (posteriores): 5-8% das CIV, localizam-se no septo que separa as porções septais dos anéis mitral e tricúspide (postero-inferior às CIV perimembranosas e inferior ao folheto septal da válvula tricúspide).
779
FAtores de determinam o fluxo do shunt na CIV
Na CIV restritiva (< 0,5 cm²), a pressão em VE é maior que em VD, e o tamanho do defeito limita a magnitude do shunt esquerda-direita. Na CIV não restritiva (> 1 cm²), o defeito é grande de modo a equalizar as pressões entre os ventrículos direito e esquerdo. Dessa forma, é a resistência vascular pulmonar o determinante do sentido do fluxo. Portanto, ambos os fatores – o tamanho da CIV e a resistência vascular – determinam a direção e intensidade do shunt.
780
Classificação da intensidade da CIV
- CIV pequena (relação Qp:Qs entre 1- 1,5:1) A pressão em VD geralmente é normal. O paciente é assintomático, com bom desenvolvimento ponderoestatural. Ao exame físico podemos identificar uma 2ª bulha discretamente aumentada e um sopro sistólico na borda esternal esquerda baixa. - CIV moderada (relação Qp:Qs entre 1,5-2:1) Há hiperfluxo pulmonar, aumento da sobrecarga de ambas as câmaras ventriculares. Há sintomas de ICC, infecções respiratórias de repetição e deficit ponderoestatural. - CIV grande (relação Qp:Qs > 2:1) O diâmetro da comunicação interventricular é igual ou maior que o diâmetro da aorta. Há grande aumento das cavidades esquerdas e grave congestão pulmonar, e todo o quadro de manifestações clínicas aparece de forma mais exuberante.
781
Sopro da CIV
Sopro sistólico na borda esternal esquerda inferior holossistólico rude e alto quando a CIV é pequena e menos rude quando a CIV é grande.
782
ECG na CIV
Nos defeitos grandes não complicados, poderá ser observado padrão de sobrecarga biventricular ou predomínio de ventrículo esquerdo com crescimento atrial associado; onda T invertida em V1 sugere ausência de hipertensão pulmonar, enquanto onda T ascendente indica sua presença.
783
Manejo da CIV'
- As CIV pequenas fecham espontaneamente em 30-50% dos casos nos primeiros dois anos de vida. Se o defeito septal for do tipo muscular, a taxa de fechamento é de 80% versus 35%, que é a taxa de fechamento do septo membranoso. De qualquer forma, as CIV pequenas e sem repercussão hemodinâmica não têm indicação de fechamento cirúrgico. - O tratamento da CIV moderada a grande divide- se em manejo clínico e cirúrgico. O manejo clínico compreende o uso de diuréticos, digitálicos, inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (iECA) e restrição hídrica, com objetivo de controlar os sintomas e garantir um crescimento adequado. As indicações cirúrgicas incluem: - pacientes de qualquer idade com defeitos significativos, nos quais os sintomas de insuficiência cardíaca não puderam ser controlados clinicamente; - - - lactentes entre 6 e 12 meses com defeitos significativos, mesmo que controlados clinicamente, com hipertensão pulmonar - naqueles com mais de dois anos com uma relação Qp:Qs maior que 2:1. - Em crianças com grandes defeitos (> 1,0 cm2), a operação realizada durante o primeiro ano de vida previne, na maior parte dos casos, a doença vascular pulmonar.
784
É a hipertensão vascular pulmonar desenvolvida por cardiopatias que cursam com hiperfluxo e congestão pulmonar prolongada, como CIV, CIA grande, PCA e defeitos septais atrioventriculares
Síndrome de Eisenmenger *** A presença de fatores como aumento do fluxo sanguíneo e pressão sobre o leito vascular pulmonar associados à hipóxia e hipercapnia induz a um remodelamento da parede do vaso. As pequenas arteríolas e artérias musculares são as estruturas que sofrem maior impacto dessas alterações, das quais podemos destacar: hipertrofia da camada média, hiperplasia intimal, obliteração do lúmen vascular, dilatação arteriolar e formação de redes vasculares anormais. O resultado desta “obliteração” dos vasos pulmonares é a reversão do shunt, que passa a ocorrer da direita para esquerda. A razão entre a resistência pulmonar e sistêmica torna-se maior ou igual a 1.
785
Fechamento funcional e anatômico do canal arterial
Seu fechamento funcional ocorre em torno de 12 horas de vida, enquanto o fechamento anatômico se completa dentro de 14 a 21 dias após o nascimento.
786
A PCA é mais comum em homens e está associada à síndrome da sífilis congênita V ou F
F A PCA é mais comum em mulheres e está associada à síndrome da rubéola congênita
787
Manejo do PCA
Independente da idade, a conduta sempre visa fechar o canal arterial, ou cirurgicamente ou por meio de cateter em laboratórios de hemodinâmica. Mesmo os pequenos canais arteriais devem ser fechados para prevenção de endarterite infecciosa, uma complicação grave que se encontra associada à trombose e êmbolos pulmonares. A cirurgia é indicada em todos os pacientes antes do primeiro ano de vida. A presença de hipertensão pulmonar não é uma contraindicação, caso fique provado, ao cateterismo, que o shunt esquerdadireita ainda se mantém. e sistêmicos. A insuficiência cardíaca, caso presente, deve ser controlada farmacologicamente.
788
Na maioria dos casos (98%), as coarctações localizam- se...
abaixo da emergência da artéria subclávia esquerda na origem do ductus arteriosus (justaductal ou do tipo adulto) *** A CoAo pode também se apresentar como uma hipoplasia tubular da aorta, que se inicia na altura dos vasos para a cabeça e pescoço e se continua até o ducto (pré-ductal ou do tipo infantil)
789
A coarctação poderá ser uma lesão isolada ou associada a outras anomalias, sendo a mais frequente a...
válvula aórtica bicúspide (70% dos casos)
790
A CoAo é duas vezes mais comum no sexo masculino, sendo também muito frequente na síndrome de Turner, em que 70% das meninas acometidas apresentam coarctação da aorta associada à valva aórtica bicúspide. V ou F
V
791
em pessoas saudáveis, a pressão sistólica dos membros inferiores é superior em 10-20 mmHg em relação àquela dos membros superiores. Na CoaA, a pressão arterial dos membros inferiores é menor que a dos membros superiores. V ou F
V
792
Manejo da CoAo
Em neonatos com coarctação grave, o canal arterial deve ser mantido pérvio através do uso de prostaglandina E1 em infusão contínua para permitir a perfusão das extremidades inferiores. O tratamento da CoAo é cirúrgico. O uso da angioplastia por balão tem demonstrado resultados controversos. Crianças sintomáticas com insuficiência cardíaca devem ser tratadas e compensadas antes do procedimento operatório. Crianças assintomáticas e portadoras de CoAo isolada podem ter seu defeito corrigido entre um e dois anos de idade.
793
quais são as 4 características da tetralogia de Fallot
- Estenose pulmonar - comumente do tipo infundíbulo-ânulo-valvar (obstrução ao trato de saída de VD) - CIV perimembranoso - Dextroposição da aorta - Hipertrofia de VD
794
O que é o Fallot rosa ou acianótico?
Se a estenose for discreta, haverá um predomínio do shunt esquerda- direita (através do defeito do septo interventricular) e a cianose poderá não ocorrer
795
O que são as crises hipercianóticas no contexto da T4F?
As crises hipercianóticas paroxísticas ou crises de hipóxia constituem-se em um sério problema e ocorrem nos primeiros dois anos de vida (especialmente entre 6 e 12 meses); têm como característica hiperpneia, agitação, agravamento ainda maior da cianose e síncope. As crises graves podem também se seguir de hemiparesia e convulsões. Os ataques ocorrem pela manhã ou após choro, são imprevisíveis e espontâneos. Durante a crise, o sopro sistólico da estenose infundibular diminui de intensidade e duração, podendo mesmo desaparecer, pois um mecanismo da crise cianótica é justamente o espasmo da musculatura infundibular com fechamento completo da passagem de sangue pela artéria pulmonar e redução do shunt E > D pela CIV. Os fatores que pioram a crise estão relacionados ao aumento da resistência ao fluxo de saída de VD (choro, agitação, digitálicos...), ou à diminuição da resistência vascular sistêmica (calor, hipotensão, medicamentos ou exercícios).
796
Achados do exame físico da T4F
Sopro sistólico ao longo da borda esternal esquerda, na altura do 3º e 4º espaço intercostal, e estalido protossistólico audível junto à borda esternal esquerda, de origem aórtica. A intensidade e duração do sopro são proporcionais ao grau da estenose infundibular; entretanto, nas obstruções graves, o sopro pode ser menos proeminente, ou até mesmo desaparecer nas crises hipercianóticas.  A segunda bulha é praticamente única, correspondendo ao fechamento da válvula aórtica.
797
Descreva o sinal do tamanco holandes
Entre os achados radiológicos da T4F temos o arco médio da aorta escavado, botão aórtico saliente e elevação da ponta cardíaca (coração em “bota" ou “tamanco holandês”), que está relacionada ao aumento de tamanho do ventrículo direito.
798
Manejo da T4F
Deve-se, como medidas de manutenção, evitar a anemia e a policitemia. Enquanto aguardam a cirurgia, os pacientes podem se beneficiar do propranolol (0,5 a 1,5 mg/kg/dia), betabloqueador que promove relaxamento da musculatura infundibular e diminui as crises de cianose Recém-nascidos com obstrução importante do trato de saída de VD devem ser mantidos até a cirurgia com infusão contínua de prostaglandina E1 (0,05-0,20 μ/kg/min). Não existe consenso sobre o melhor procedimento cirúrgico para o tratamento destes recém-nascidos, se o procedimento paliativo ou a cirurgia definitiva com correção total Em crianças abaixo de seis meses de idade ou naquelas em más condições clínicas ou com a anatomia da lesão desfavorável, em geral se opta pela correção paliativa com o shunt de Blalock-Taussig modificado. Este consiste de um conduto que liga a artéria subclávia ao ramo homolateral da artéria pulmonar. As complicações desta cirurgia incluem quilotórax, síndrome de Horner e paralisia diafragmática. Em crianças que possuam anatomia favorável, com cianose menos grave, crescimento relativamente bom e na ausência de crises cianóticas, está indicada a correção cirúrgica total entre quatro e seis meses de vida. Esta consiste de alívio da obstrução do trato de saída de VD, removendo as faixas de músculo aí localizadas e fechamento da CIV com um patch. Em casos de valva pulmonar estenótica, o cirurgião realiza uma valvotomia.
799
Manejo das crises hipercianóticas
 Manter a criança em posição genupeitoral, visando aumentar a resistência periférica (diminuir shunt direita-esquerda).  Administrar oxigênio.  Uso de morfina (0,2 mg/kg SC, IM ou EV): visa inibir o centro respiratório e melhorar a taquidispneia.  Propranolol (0,5-1,5 mg/kg/dia): relaxamento da musculatura infundibular.  Cetamina (1-3 mg/kg EV): sedação e aumento da resistência vascular periférica.  Bicarbonato de sódio (1 mg/kg EV) é empregado na correção da acidose metabólica. Esta se encontra presente sempre que a PO2 cai abaixo de 40 mmHg.  Vasoconstrictores (aminas): epinefrina 0,01 mg/kg EV para aumentar a resistência vascular periférica.  Quando não houver melhora clínica com as medidas acima citadas, está indicada a correção cirúrgica paliativa através do procedimento Blalock-Taussig, que consiste na colocação de um shunt entre a artéria subclávia e a artéria pulmonar como tentativa de ultrapassar a obstrução no trato de saída de VD.
800
Radiografia na transposição de grandes vasos (ou artérias)
mediastino superior estreito, e a aparência da sombra cardíaca é descrita como um “ovo deitado”. A trama vascular pulmonar costuma estar normal ou aumentada, se houver CIV associada.
801
Manejo da TGV
No recém-nascido cianótico, devemos aumentar a mistura de sangue saturado e dessaturado. Isso se faz com infusão de prostaglandina E1 (0,05-0,20 mg/kg/min), com intuito de manter o canal arterial pérvio. Obviamente a manutenção do RN aquecido (hipotermia provoca acidose metabólica) e o controle da glicemia (evitando hipoglicemia) são elementos fundamentais no manejo pré-operatório destes pacientes. Os recém-nascidos que permanecem permanecem cianóticos, a despeito da infusão de prostaglandina, devem ser submetidos à atriosseptostomia de Rashkind por balão, que consiste na confecção de uma comunicação entre o AD e o AE para permitir maior mistura de sangue venoso e arterial. O procedimento cirúrgico definitivo para a transposição de grandes vasos com septo ventricular íntegro é a inversão arterial de Jatene. Ele deve ser realizado nas primeiras duas semanas de vida, para preservar a massa muscular de VE. Com a queda da resistência vascular pulmonar nas primeiras semanas de vida, o VE – que está conectado ao tronco da pulmonar – passa a ejetar sangue contra um território de baixa resistência. Se este processo se perpetua, há uma redução significativa da massa muscular de VE, e os resultados hemodinâmicos de uma inversão cirúrgica tardia com reconstrução da aorta à esquerda será ruim, pois a resistência periférica é alta..
802
Nessa cardiopatia congênita, a cianose é precoce e tão mais grave na medida em que o canal arterial se fecha. À ausculta observa- se B2 única, e um sopro sistólico contínuo decorrente do fluxo pelo canal arterial. Se houver hepatomegalia, suspeita-se que o forame oval seja do tipo restritivo. - Radiografia de Tórax  Área cardíaca normal.  Hipofluxo pulmonar. - Eletrocardiograma  Sobrecarga ventricular esquerda.  Sobrecarga atrial direita. Manejo: Iniciar a infusão de prostaglandina para manter o canal arterial aberto até a correção cirúrgica. Em corações nos quais o VD não é hipoplásico, pode-se perfurar a estrutura acometida por cateter de alta frequência. Contudo, trata-se de uma cardiopatia grave, com mortalidade de 50% no primeiro mês de vida.
Atresia pulmonar com septo IV íntegro
803
Como fazer o diagnóstico de HAS no contexto da pediatria?
Pressão Arterial sistólica (PAs) e/ou diastólica (PAd) igual ou acima do percentil 95 para idade e sexo em três ou mais ocasiões
804
 Pré-hipertensão: PAs e/ou PAd:  Hipertensão Arterial estágio 1:  Hipertensão Arterial estágio 2:
≥ percentil 90 e < percentil 95. PA igual ou acima do percentil 95 e < percentil 99 + 5 mmHg. PA acima do percentil 99 + 5 mmHg.
805
Causas mais comum de HAS de acordo com a faixa etária
Neonatos - Trombose de artéria renal após cateterização de artéria umbilical. Lactentes e Pré-escolares - Doença renal. - Coarctação de aorta. - Doenças endócrinas. - Medicações. Adolescentes - HAS essencial.
806
A aferição da Pressão Arterial (PA) deve fazer parte do exame físico de rotina de crianças a partir de...
três anos de idade. ***Em crianças abaixo de três anos, deverá ser aferida nos casos em que houver hipertensão intracraniana, história de prematuridade, doença cardíaca congênita, doença renal, transplante de órgãos sólidos, história de câncer ou uso de medicações que levem ao aumento da pressão arterial.
807
acima de 12 anos (adolescentes) com PA ≥ 120 x 80 mmHg já devem ser considerados pré-hipertensos V ou F
V
808
fluxograma para avaliação de criança com hipertensão arterial
galeria (18ª foto)
809
Tabela correlacionando a IC e suas principais causas de acordo com a faixa etária
galeria (19ª foto)
810
Apenas 5 a 15% das PCR em pediatria ocorrem por arritmias cardíacas, como Fibrilação Ventricular (FV) e Taquicardia Ventricular sem pulso (TV). V ou F
V
811
O pulso deve ser checado na região braquial em < 1 ano e na região carotídea/inguinal em > 1 ano. V ou F
V
812
Conduta na criança inconsciente de acordo com a presença ou não de respiração e pulso
– Se houver respiração e pulso: aguarde a chegada da emergência ao lado da vítima. – Se não houver respiração, mas houver pulso: ○ Inicie a ventilação a cada 3-5 segundos (12-20 respirações/min); ○ Inicie compressões se FC ≤ 60 bpm ou se houver sinais de má perfusão; ○ Cheque o pulso a cada dois minutos. – Se não houver respiração e nem pulso: ○ Inicie CAB: 30 compressões torácicas para cada 2 ventilações (ou 15 compressões: 2 ventilações, quando o segundo socorrista chegar).
813
As pás “infantis” são indicadas para crianças com peso...; já as pás adultas (8-10 cm) são reservadas para crianças...
< 10 kg > 1 ano ou com > 10 kg.
814
Se após a correta intubação e posicionamento, o paciente apresentar deterioração clínica, pensar em que possibilidades?
DOPE Displacement (deslocamento do tubo) Obstruction (obstrução do tubo) Pneumothorax Equipament failure
815
Locais para realização de acesso intra ósseo em crianças
tíbia proximal, tíbia distal (acima do maléolo medial), fêmur distal e espinha ilíaca anterossuperior.
816
Se o profissional de saúde está diante de uma criança necessitando de RCP e não existe acesso vascular (intraósseo, veia periférica ou profunda), permite-se que algumas medicações lipossolúveis sejam administradas através do TOT. Quais?
“ANEL” A. Atropina; N. Naloxone; E. Epinefrina L. Lidocaína.
817
Para o choque refratário por FV ou TVp, isto é, aquele que mantém a arritmia mesmo após três desfibrilações elétricas e uso de adrenalina, poder-se-á usar...
amiodarona ou lidocaína.
818
linfonodomegalia supraclavicular sempre é patológica, havendo, inclusive, um alto risco de malignidade. Então, diante de um paciente com linfonodo > 1 cm na região supraclavicular esquerda (chamado de gânglio de Virchow, que sugere doença neoplásica localizada no abdome superior), sempre devemos submeter o paciente a uma investigação etiológica V ou F
V
819
Criança em idade escolar, há 2 (duas) semanas após uma infecção respiratória aguda, apresenta dores articulares com edema dos joelhos e tornozelos. Outras queixas: cólicas abdominais e duas vezes evacuou fezes mucossanguinolentas. A família notou, desde o início da doença, manchas vermelhas palpáveis nos membros inferiores. A principal hipótese diagnóstica desse caso é: a) Artrite idiopática juvenil. b) Leucemia linfoblástica aguda. c) Púrpura anafilactoide. d) Síndrome hemolítica urêmica. e) Púrpura trombocitopênica imune
C Temos um escolar com púrpura palpável em membros inferiores e nádegas, associada à artrite e dor abdominal. Deve-se pensar em púrpura de Henoch-Schönlein, também chamada de púrpura anafilactoide. É a principal vasculite da infância, acometendo pequenos vasos, principalmente em pele, trato gastrointestinal, articulações e rins, acarretando, desta forma, os sinais e sintomas típicos. O rash característico é purpúrico e palpável, localizado nas regiões de tecido conjuntivo frouxo que sofrem ação da gravidade e, portanto, em crianças na faixa etária escolar, localizam-se, frequentemente, em membros inferiores e nádegas. Artrite e artralgias ocorrem em 75% dos casos, principalmente em joelhos e tornozelos, sendo autolimitadas e não deixando sequelas. A dor abdominal é em cólica, podendo haver hemorragia de alça pela vasculite. Em 50% dos casos há envolvimento renal, sendo mais comum a síndrome nefrítica. Além disso, o quadro ocorre tipicamente após infecções do trato respiratório superior.
820
critérios de inclusão e exclusão da dor do crescimento
Os critérios de inclusão são: dor intermitente; dor não articular; dor bilateral nos membros inferiores; e ocorrência, geralmente no fim do dia ou à noite. Já os critérios de exclusão são: dor contínua; dor articular; dor localizada em um membro; sinais inflamatórios (edema, calor, rubor, limitação de movimentos, claudicação); e alterações em exames laboratoriais ou de imagem
821
A causa mais comum de linfonodomegalia inflamatória crônica com duração acima de 3 semanas é a
DOENÇA DA ARRANHADURA DO GATO, doença infecciosa causada pela bactéria Bartonella henselae
822
Descrevas as etapas da imunização após a vacinação
Após a exposição do indivíduo à vacina, assim como após a exposição ao micro- organismo agressor, inicia-se a resposta primária: - Período de latência (com duração de 1-14 dias, média de 7 a 10 dias), caracteriza-se pela ausência de anticorpos circulantes. O antígeno está sendo modificado e preparado pelas células apresentadoras de antígeno para que seja reconhecido pelos linfócitos. Nesta fase, o indivíduo ainda não é imune ao agente. - Período de crescimento (que dura cerca de 28 dias), quando ocorre rápido aumento nos títulos de anticorpos: sendo o primeiro pico de IgM e depois de IgG. É esse período de crescimento que justifica um intervalo mínimo de um mês aproximadamente entre duas doses da mesma vacina. - Período de declínio, ocorre queda do título de anticorpos até valores menores. Podem ocorrer declínio para doses baixas mas protetoras para o resto da vida (nas vacinas que não necessitam de várias doses ou reforços) ou para valores indetectáveis que não conferem proteção (vacinas que necessitam de várias doses ou reforço). Na resposta secundária (anamnéstica/ booster), uma subpopulação de linfócitos T e B que entrou em contato com o imunógeno na resposta primária se diferenciou em linfócitos de memória. Assim, quando a segunda dose da vacina é aplicada, há uma resposta específica contra esse agente biológico. Essa resposta secundária é caracterizada pela virtual ausência do período de latência e por um período de crescimento maior e mais intenso. Nessa situação, a IgG é o anticorpo predominante. Como o período de crescimento é maior, o título de anticorpos irá se manter significativamente maior do que após a primeira dose durante a fase de declínio, promovendo proteção por período prolongado.
823
Os antígenos mais potentes são
os peptídeos e as proteínas, pois incitam uma resposta imunológica T-dependente e, portanto, desencadeiam uma proteção prolongada durante anos.
824
Os antígenos polissacarídicos são T-independentes e são capazes de estimular apenas... Estes antígenos não suscitam resposta imune em menores de dois anos e não estimulam a formação de células de memória.
os linfócitos B
825
O que são as vacinas conjugadas?
(ou glicoconjugadas), são vacinas em que os componentes polissacarídicos são conjugados a proteínas criando-se um complexo antigênico capaz de provocar respostas imunológicas T-dependentes. Exemplo: vacinas conjugadas contra Haemophilus influenzae do tipo b, vacinas conjugadas contra o pneumococo e vacinas conjugadas contra o meningococo
826
Quando é possível realizar vacinação simultânea?
Como regra geral, vacinas inativas podem ser aplicadas simultaneamente e, se não forem feitas no mesmo dia, não há necessidade de aguardar nenhum intervalo de tempo entre elas, isto é, uma pode ser feita em um dia e a outra no dia seguinte, sem nenhum prejuízo para indução de imunidade protetora As vacinas inativadas e atenuadas podem ser administradas também no mesmo dia (simultaneamente), e se não forem, também não será necessário aguardar intervalo de tempo entre elas As vacinas virais atenuadas administradas por via parenteral, como a vacina varicela e a vacina tríplice viral, podem ser administradas simultaneamente. Porém, se isso não ocorrer, deve ser respeitado um intervalo de 30 dias entre essas vacinas Um cuidado especial diz respeito à vacina de febre amarela, que não pode ser administrada simultaneamente com a vacina tríplice ou tetra viral em menores de dois anos. Um intervalo de 30 dias entre estas vacinas sempre deve ser respeitado.
827
A Academia Americana de Pediatria recomenda que as vacinas atuais não contenham o conservante timerosal pelo risco de intoxicação por
mercúrio *** O timerosal é utilizado como conservante em vacinas inativadas mais antigas, como a DTP, gripe, hepatite B, DT ou dT
828
Nas vacinas, adjuvante é um imunopotencializador colocado em algumas vacinas para aumentar o seu poder imunológico. O principal adjuvante usado em humanos é o..., que tem por característica aumentar o tempo de exposição do antígeno e melhorar a eficácia da vacina. Esta é uma ferramenta usada nas vacinas não vivas, a exceção da vacina injetável contra a poliomielite e anti -influenza, que não usam... em sua formulação
alumínio alumínio
829
A presença do alumínio impõe a conservação da vacina à temperatura de..., pois em temperaturas mais baixas (ex.: congelamento) ocorre a formação de grumos de alumínio imperceptíveis ao olho humano, que comprometem o efeito da vacina e aumentam a sua reatogenicidade. Além disso, a presença do alumínio é responsável pela produção de eventos adversos no local da injeção intramuscular – dor, edema e vermelhidão.
2ºC e 8ºC
830
Qual a diferença entre a vacina dT e a DT?
A diferença entre as duas vacinas está na concentração de toxoide. A vacina dupla do tipo infantil (DT) contém a mesma concentração de toxoide diftérico e de toxoide tetânico presente na vacina tríplice (DTP), enquanto a dupla do tipo adulto (dT) contém menor quantidade de toxoide diftérico.
831
Vacinas com administração subcutânea
São empregadas por esta via as vacinas de vírus vivos atenuados (não necessitam de alumínio). Citamos como exemplo a tríplice viral, a vacina contra a febre amarela e a varicela.
832
Por que se aplica a tríplice viral e vacina contra a varicela penas após os 12 meses?
a aplicação da vacina contra varicela e a tríplice viral é feita apenas após os 12 meses de vida porque até esta idade, os anticorpos protetores maternos transmitidos pela placenta podem prejudicar a resposta imune vacinal. Já para as vacinas não vivas, não há qualquer interferência na eficácia produzida por imuno e hemoderivados administrados a intervalo próximo.
833
Por que a BCG e a vacina contra o rotavírus, mesmo sendo compostas por AE vivos atenuados, podem ser administradas antes dos 12 meses?
- a vacina contra rotavírus induz imunidade via mucosa intestinal e não sofre interferência das imunoglobulinas circulantes. - A vacinação contra o BCG induz imunidade celular e não humoral, e por isso não sofre interferência dos anticorpos maternos.
834
Em que momento após a aplicação da vacina se espera efeitos sistêmico no caso de uma vacina inativa? E no caso de uma atenuada?
As vacinas não vivas tendem a apresentar com maior frequência efeitos locais, como dor, calor, rubor e edema devido a presença do alumínio em sua formulação. Estes aparecem precocemente, cerca de horas após a administração intramuscular. Seus efeitos sistêmicos, como, por exemplo, febre e irritabilidade, também tendem a aparecer em um período curto após a administração da vacina. A tríplice bacteriana é um exemplo de vacina que cursa com muitos eventos adversos, locais e também sistêmicos, principalmente pelo seu componente pertussis As vacinas vivas atenuadas produzem eventos sistêmicos iniciados em um intervalo maior após a aplicação, tempo este correspondente ao período de incubação do agente vacinal. Os sintomas clínicos são coincidentes com a viremia, ou período de replicação viral no organismo e “mimetizam” a doença original de uma forma mais “branda”. Uma exceção a esta regra é a vacina contra a febre amarela, que pode cursar com sintomas sistêmicos após 48 horas da aplicação, embora o mais convencional seja após o quinto dia da aplicação.
835
Descreva os eventos decorrentes de reações de hipersensibilidade a vacinas, que são de acordo com a classificação de Gell e Coombs
Reação Tipo I – mediada por IgE. Tempo de início: 2-30 minutos. Incluem as reações anafiláticas que se manifestam dentro de minutos após a aplicação da vacina. Geralmente são desencadeadas por algum componente da vacina, e não pelo agente infeccioso em si. Os soros heterólogos também podem desencadear este tipo de reação. As principais manifestações são:  Cutâneas: urticária, prurido, vermelhidão, angioedema;  Respiratórias: broncoespasmo, estridor, rouquidão (por edema de glote e laringe);  Olhos e nariz: congestão nasal, coriza, espirros, congestão e hiperemia conjuntivais;  Cardiovascular: taquicardia, hipotensão, perda da consciência;  Gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia. A gelatina usada em algumas vacinas como estabilizador (ex.: MMR e varicela) podem causar reação tipo I, e por isso pessoas com história de alergia a este alimento devem receber estas vacinas em locais que disponham para atendimento de emergência. Da mesma forma, pacientes com alergia a proteína do ovo deverão ter precaução em relação às vacinas contra febre amarela e anti-influenza, já que estes vírus são cultivados em células de embrião de galinha e, portanto, a vacina pode conter resquícios destas substâncias. Reação Tipo II – citotóxica, caracterizada pela destruição de células marcadas com anticorpos pelos linfócitos natural killer. Tempo de início: 5 a 8 horas. É o mecanismo que acontece, por exemplo, na destruição da bainha de mielina após algumas vacinas, produzindo quadros de encefalomielite pós- -vacinal e síndrome de Guillain-Barré. Reação Tipo III – mediada por imunocomplexos. Tempo de início: 2 horas. Cursam com vasculite e necrose tecidual local. É o que ocorre nas aplicações repetidas das vacinas contra difteria e tétano. Reação Tipo IV – hipersensibilidade tardia, reação mediada pela imunidade celular, com linfócitos T citotóxicos direcionados contra as células do hospedeiro. Tempo de início: 24 a 72 horas. São exemplos, as reações cutâneas à neomicina e timerosal, usados como conservantes nas vacinas
836
Os neonatos filhos de mães HIV positivas (verticalmente expostos) não deverão receber a BCG V ou F
F Os neonatos filhos de mães HIV positivas (verticalmente expostos) também deverão receber a BCG o mais precocemente possível. Se estas crianças chegarem ao serviço de saúde ainda não vacinadas, poderão ser vacinadas se assintomáticas e sem sinais de imunodepressão até 18 meses. Aquelas com idade entre 18 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias, que chegarem ao serviço sem vacina BCG, poderão receber a vacina se estiverem assintomáticas e sem sinais de imunodepressão. A partir dos cinco anos de idade, as crianças portadoras de HIV não devem receber a vacina, mesmo que assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência. ATENÇÃO: OK! Vocês já aprenderam que vacinas atenuadas não devem ser administradas em pacientes imunodeprimidos pelo risco de adoecimento pelo agente vacinal. Corretíssimo. Entretanto, as crianças verticalmente expostas ao HIV ao nascimento, mesmo que tenham sido infectadas pelo HIV na gestação, no período neonatal ainda não desenvolveram imunodeficiência clínica e nem laboratorial para contraindicar a administração da vacina BCG. Por isso, a vacina É RECOMENDADA AO NASCIMENTO.
837
No caso de contatos intradomiciliares de portadores de hanseníase de qualquer forma clínica (paucibacilar ou multibacilar) e sem sinais da doença no momento da avaliação, quando vacinar esses pacientes?
- Sem cicatriz de BCG, fazer uma dose de vacina; - Com uma cicatriz de BCG, fazer uma dose de vacina - Com 2 cicatrizes de BCG, não vacinar
838
Contraindicações à BCG
Relativas (a vacinação deverá ser adiada até a resolução destas situações)  Recém-nascidos com peso < 2 kg.  Afecções dermatológicas extensas no local da aplicação.  Uso de imunodepressores: em tratamento com corticosteroides em dose elevada; quimioterapia, radioterapia. A vacina deverá ser adiada até três meses após a suspensão da medicação imunodepressora.  Neoplasias malignas.  RN de mães bacilíferas. A criança recebe quimioprofilaxia com isoniazida (INH) na dose de 10 mg/kg/dia até três meses de vida. Aos três meses de idade, indica-se a prova tuberculínica. Caso esta seja não reatora, suspende-se a INH e a BCG é aplicada. Em caso de PPD reator sendo a criança assintomática e apresentando radiografia de tórax sem alterações, mantém-se a INH por mais três a seis meses e não se aplica a BCG. Caso, a qualquer momento, o lactente apresente sinais clínicos ou radiológicos de adoecimento, é indicado o tratamento Absolutas  Crianças HIV positivas sintomáticas.  Imunodeficiências congênitas ou adquiridas.
839
Descreva a evolução da cicatriz da BCG
 1ª a 2ª semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de diâmetro.  3ª a 4ª semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo aparecimento de crosta.  4ª a 5ª semana: úlcera com 4 a 10 mm de diâmetro.  6ª a 12ª semana: cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos vacinados. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tipo de medicamento.
840
Mais de 95% das crianças vacinadas apresentam cicatriz. Se após seis meses de vacinação não houver cicatriz vacinal, a criança deverá ser revacinada com a BCG, sendo esta conduta preconizada e obrigatória para todos os menores de cinco anos. Estudos demonstram que após revacinação, mesmo sem marca vacinal, a criança está imunizada. V ou F
V
841
Manejo das complicações da BCG
 Abscessos subcutâneos frios ou quentes. Os abcessos frios devem ser tratados com isoniazida 10 mg/kg/dia (máximo de 400 mg) até a completa regressão da lesão. Para os abcessos quentes está indicado o uso de antimicrobianos apropriados para germes de pele.  Úlceras de grandes dimensões (> 1 cm) que não evoluem para cicatrização dentro de 12 semanas. A conduta é notificar e acompanhar. A não cicatrização após 12 semanas orienta início de isoniazida 10 mg/kg/dia (máximo de 400 mg/dia) até a completa regressão da lesão.  Linfonodos grandes (> 3 cm de diâmetro) ou flutuantes e fistulizados representam eventos adversos. Quando há apenas o aumento, é feita a notificação e o acompanhamento. Quando a linfadenopatia é supurada, não importa o tamanho, além da notificação também é feito o tratamento com isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia (máximo de 400 mg/ dia). Não está indicada a punção do gânglio. Dentre as reações sistêmicas, pode ocorrer uma forma disseminada, quando o quadro mimetiza a forma de tuberculose disseminada, com hepatoesplenomegalia, febre e linfadenite generalizada. Nestes casos utiliza-se o esquema tríplice, substituindo a pirazinamida pelo etambutol, uma vez que o M. bovis é naturalmente resistente a essa droga.
842
Porcentagem de evolução para doença crônica em pessoas infectadas com HBV de acordocom a idade
- 90% daqueles infectados no período perinatal terão infecção crônica; - para crianças entre 1-5 anos o risco é de 30%, - para adultos apenas 5-10%.
843
No contexto da infecção aguda pelo HBV, antes do estabelecimento do quadro de hepatite propriamente dita, pode haver uma doença do soro like, com manifestações cutâneas (ex.: erupção urticariforme, purpúrica, macular ou maculopapular) e articulares. Também pode ocorrer a síndrome de Gianotti- Crosti ou acrodermatite papular, caracterizada por poucos sintomas sistêmicos (às vezes mal-estar e febre baixa) associada a uma erupção papular elevada, de 1-10 mm, eritematosas, em grupos distalmente distribuídas e simétricas: face, nádegas, plantas e solas e membros V ou F
V
844
Sabe-se que apenas 0,1% dos infectados desenvolve a forma paralítica. A grande maioria (90-95%) dos infectados não apresenta qualquer manifestação clínica. A poliomielite paralítica apresenta três síndromes clínicas que representam um continuum da infecção em diferentes partes do sistema nervoso, a saber:
1) poliomielite paralítica forma espinhal; Na forma espinhal ou medular, após um período de 2-3 dias de manifestações clínicas genéricas (febre, mal-estar, dor de garganta, cefaleia e dor abdominal) o paciente sente-se melhor, e por volta do quinto dia uma cefaleia intensa e febre retornam. Há intensa dor muscular e fenômenos motores (paresia/plegia flácida assimétrica mais acentuada em nível proximal e extremidades inferiores) aparecem. Não há alterações de sensibilidade. São comuns disfunções vesicais e retais, com incontinência ou retenção de urina e fezes, respectivamente. É importante o diagnóstico diferencial com outras paralisias de início agudo, como a síndrome de Guillain-Barré, mielite transversa, botulismo, difteria, miastenia gravis, paralisia periódica hipocalêmica e miosite viral. A falta de melhora da força nos primeiros meses após a doença é sinal de mau prognóstico, com desenvolvimento de paralisia permanente. 2) poliomielite paralítica forma bulbar; Na forma bulbar destacam-se os sinais de paralisia de pares cranianos e disfunção dos centros vitais bulbares. Verificamos paralisia facial, de músculos extraoculares, mastigatórios, palato, faringe, laringe e cordas vocais. O paciente passa a apresentar dificuldades de deglutição, rouquidão, voz nasalada, afonia e dificuldades respiratórias. O envolvimento bulbar é evidente através das alterações nos ritmos respiratórios e alterações cardiovasculares (hipertensão, seguido de hipotensão e choque). 3) polioencefalite. O nível encefálico de comprometimento é diagnosticado pela presença de alterações de nível e conteúdo de consciência (ex.: torpor e coma), convulsões e paralisia espástica por envolvimento do trato piramidal.
845
Esquema de vacinação contra poliomielite
 Ministério da Saúde / PNI: A VOP será usada nos reforços aos 15 meses e 4 anos. Lembre-se de que as três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses de vida, deverão ser feitas com a Vacina Inativada contra a Pólio (VIP).  SBP: A recomendação da SBP é de que os reforços sejam feitos também com a VIP, mas é aceitável o uso da VOP nos reforços feitos aos 15 meses e 4 anos, como proposto pelo PNI.
846
Cite complicações da difteria (doença causada pelo Corynebacterium diphtheriae, bacilo Gram-positivo cujo reservatório exclusivo são as mucosas e pele do homem)
A absorção sistêmica da toxina está relacionada ao desenvolvimento de complicações como necrose tubular renal aguda, trombocitopenia, miocardite e desmielinização neuronal. Estas duas últimas complicações parecem ser mediadas imunologicamente, pois se desenvolvem duas a três semanas após o início do quadro. A miocardiopatia tóxica manifesta- se em cerca de 10-25% dos pacientes com difteria e é a responsável por metade dos óbitos. Suspeita-se quando o paciente, na 2ª ou 3ª semana de doença, apresenta uma taquicardia desproporcional à febre. Pode haver aumento de cavidades e distúrbios de ritmo (bloqueio atrioventricular de 1º, 2º ou 3º grau). A neuropatia tóxica da difteria também é uma das complicações que se inicia na 2ª ou 3ª semana de doença. Pode haver comprometimento de nervos cranianos (ex.: paralisia de oculomotor, facial, alterações pupilares, paralisia de palato), bulbar com alterações nos centros respiratório e cardiovascular, e uma neuropatia periférica com paralisia ascendente semelhante à síndrome de Guillain-Barré. Os corticoides não são recomendados nas complicações.
847
TTO da difteria
O tratamento é feito com Soro Antidiftérico (SAD), que deverá ser administrado o mais precocemente possível, pois os anticorpos neutralizam apenas a toxina livre circulante, e são ineficazes contra aquelas que já impregnaram o tecido. O SAD é um produto heterólogo, ou seja, extraído a partir do soro de cavalos imunizados, podendo, em razão de sua natureza, produzir reações alérgicas graves. Recomenda-se então, a realização de teste de sensibilidade antes da aplicação do soro. Além disso, a terapia com antibióticos deverá ser empregada como medida auxiliar no tratamento e com função de destruir os bacilos produtores da toxina. Os mais utilizados são a penicilina G cristalina, penicilina procaína e eritromicina por 14 dias, com eficácia similar.
848
Características do agente etiológico do tétano
O tétano é uma doença infecciosa que cursa com paralisia espástica aguda causada pela toxina tetânica, uma proteína sintetizada pelo Clostridium tetani. O clostrídio é um bacilo anaeróbio Gram-positiva, presente no ambiente (ex.: solo, poeira, trato gastrointestinal de diversos animais) sob a forma de esporos. Estes esporos são resistentes à fervura, mas não à autoclavagem. A sua forma vegetativa é facilmente destruída pela ação de antibióticos, calor e desinfectantes comuns.
849
Patogênese do tétano
Os esporos introduzidos no tecido germinam em sua forma vegetativa, se multiplicam e sintetizam a toxina tetânica (tetanospasmina). A bactéria em si não tem a capacidade de invasão sistêmica, permanecendo localizada no sítio da ferida, e todas as manifestações da doença são o resultado da ação maléfica da toxina. A tetanospasmina é endocitada pelas terminações dos motoneurônios alfa e ascendem retrogradamente até a medula. Neste local, a toxina também se liga aos interneurônios inibitórios, e impede a liberação do neurotransmissor GABA. Sabemos que a função dos interneurônios gabaérgicos medulares é inibir a contração dos músculos antagonistas durante a realização de um movimento voluntário. Sob o efeito da toxina, estes neurônios deixam de atuar e o resultado é a contração sustentada máxima dos músculos antagonistas
850
descreva o quadro clínico do tétano generalizado
Ocorre trismo (contração bilateral sustentada dos masseteres), cefaleia e irritabilidade como sintomas iniciais após um período de incubação de 2 a 14 dias. Posteriormente, desenvolve- se o riso sardônico produzido pela contração dos músculos da face e mastigação; há também disfagia, sialorreia e espasmos musculares, que acometem a musculatura laríngea, produzindo dificuldades respiratórias, tronco e membros; estas contrações musculares provocam uma postura de opistótono, como podemos perceber pelas figuras 7 e 8. Estímulos sutis como toque, som ou luminosidade poderão desencadear contrações espásticas tetânicas muito dolorosas – flexão e adução dos membros superiores e hiperextensão dos membros inferiores. A hipertermia é uma manifestação comum, relacionada ao grande dispêndio energético causado pela tetania. Há também marcante disfunção autonômica com taquicardia, hipertensão, arritmias cardíacas e vasoconstricção cutânea. O paciente mantém- se lúcido, pois não há envolvimento cortical na doença. Disúria e retenção urinária podem ser provocadas por espasmos esfinctéricos.
851
Manejo do tétano
O tratamento é feito com soro ou imunoglobulina antitetânica, cuja função é neutralizar a toxina que ainda não foi endocitada pela terminação nervosa e antibióticos para destruir as formas vegetativas existentes na ferida. Os antimicrobianos de escolha são a penicilina cristalina e o metronidazol. Benzodiazepínicos são úteis no controle das contrações musculares espásticas.
852
Esquema de vacinaçãoda DTP
A vacina é administrada a partir de 2 meses (2, 4 e 6 meses), em três doses, com intervalo de 60 dias entre elas (no mínimo 30 dias). Aos 2, 4 e 6 meses, a DTP é administrada sob a forma da vacina penta (DTP + Hib + Hepatite B). O primeiro reforço da DTP deverá ser aplicado de preferência aos 15 meses, e o segundo reforço aos 4 anos. As crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias deverão receber a penta em 3 doses com intervalo de 60 dias entre elas. É indicado um reforço a cada 10 anos com a dupla tipo adulto – toxoides diftérico e tetânico (dT).
853
Descreva o episódio hipotônico hiporresponsivo, uma possível complicação da DTP
Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH). Instalação súbita de quadro clínico constituído por diminuição do tônus muscular (hipotonia), diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos (hiporresponsividade), palidez ou cianose, manifestando- -se nas primeiras 48 horas (geralmente nas primeiras seis horas) que se seguem à aplicação da vacina. Na maioria das crianças, irritabilidade e febre ocorrem inicialmente. A duração é de alguns minutos até algumas horas. O prognóstico é bom, sendo o episódio autolimitado e não evolutivo para sequelas neurológicas. Embora esteja associado ao componente pertussis, o EEH já foi verificado com a administração de outras vacinas como: Hib, pneumocócica, DT e hepatite B. Sua ocorrência indica o uso de DTP acelular nas doses subsequentes.
854
Descreva o quadro de encefalopatia associada a DTP e quais modificações devem ser feitas em vacinações subsequentes
É um termo genérico que não indica uma doença específica, mas sim uma síndrome clínica caracterizada por início abrupto nos sete primeiros dias após aplicação da vacina com alteração de comportamento, alteração do nível de consciência (sonolência e torpor), cefaleia, sinais neurológicos focais (paralisia de pares cranianos, deficit de força em membros), crises convulsivas focais ou generalizadas e sinais de irritação meníngea. Contraindica-se a administração do componente pertussis, mesmo a vacina acelular. A criança deverá receber a dupla infantil (DT).
855
Descreva a conduta nas vacinações da DTP de acordo com o surgimento de complicações em vacinações anteriores
- Febre, vômitos, choro persistente e sonolência: não há contraindicação a doses subsequentes. Continuar o esquema com a DTP - Episódio hipotônico hiporresponsivo: completar o esquema com DTP acelular - Convulsões: completar o esquema com a DTP acelular - Encefalopatia: completar o esquema com DT - Reação alérgica tipo I: contraindica qualquer vacina (DTP celular, DTP acelular, DT, dT, TT)
856
Esquema de vacinação contra o HiB
Ministério da Saúde / PNI: É administrada sob a forma da vacina penta (DTP + Hib + HepB), aos 2, 4 e 6 meses * Um reforço é indicado com 12 - 15 meses apenas para imunossuprimidos (pacientes HIV positivos, transplantados, pós-quimioterapia, imunodeficiência congênita).
857
Esqeuema de vacinação da VORH (vacina oral contra o rotavirus humano)
 Ministério da Saúde / PNI: Vacina contra o rotavírus monovalente, com esquema em duas doses: 2 e 4 meses.  Ministério da Saúde / Calendário de Vacinação das Crianças e Adolescentes Vivendo com HIV: Esquema em duas doses: 2 e 4 meses. Crianças verticalmente expostas ao HIV ou infectadas pelo HIV podem receber a vacina VORH atenuada.  SBP: Traz como alternativa o uso da vacina contra o rotavírus pentavalente, com esquema em três doses: 2, 4 e 6 meses. A primeira dose deverá ser administrada no máximo até 3 meses e 15 dias e a terceira dose deverá ser administrada até no máximo 7 meses e 29 dias.
858
Um dos efeitos adversos comprovados da VORH é a intussuscepção intestinal V ou F
F A vacina atual é feita a partir de vírus humanos, e foi extensamente testada antes de ser introduzida no mercado. Portanto, não há relação causa-efeito entre a VORH e quadros de invaginação intestinal.
859
Fatores que predispõem a doença pneumocócica invasiva em crianças
- doença falciforme (a doença invasiva chega a ser 30 a 100 vezes mais prevalente neste grupo de crianças), - asplenia congênita ou funcional, - infecção pelo HIV, - implantes cocleares, - imunodeficiências congênitas e adquiridas, - cardiopatias crônicas (ex.: ICC e cardiopatias cianóticas), - pneumopatias crônicas (ex.: asma grave), - doença renal crônica (ex.: síndrome nefrótica), - terapias imunossupressoras (ex.: quimioterapia, radioterapia), - transplante de órgãos sólidos - diabetes mellitus.
860
Esquema vacinal da vacina pneumocócica
 Ministério da Saúde / PNI: Esquema de Pn10 com duas doses – 2, 4 e reforço aos 12 meses (podendo ser administrado até 4 anos, 11 meses e 29 dias). Para crianças de 12 meses até 4 anos, ainda não vacinadas, administrar apenas uma dose. A Pn23 é recomendada para indígenas e idosos de 60 anos ou mais que vivem acamados ou que vivem em instituições fechadas.  Ministério da Saúde / Calendário Vacinal das Crianças e Adolescentes Vivendo com HIV: Esquema com Pn10 em três doses – 2, 4 e 6 meses; reforço com Pn10 aos 12 meses. Recomenda-se, ainda, a Pn23 aos 2 anos, com um reforço após 5 anos. A Pn10 poderá ser administrada até 5 anos e, após o primeiro ano de vida, para as crianças não vacinadas, deverá ser feita em duas doses com intervalo de 2 meses entre elas.
861
Esquema de vacinação da MnC cojugada
 Ministério da Saúde / PNI: Esquema com duas doses da MnC conjugada: 3 e 5 meses; reforço com MnC conjugada aos 12 meses (podendo ser feito até 4 anos, 11 meses e 29 dias). Crianças de 12 meses até 4 anos não vacinadas deverão receber dose única
862
RNA vírus pertencente à família Orthomyxoviridae e se subdividem em três tipos: A, B e C. Possuem em sua superfície duas proteínas importantes: hemaglutinina e neuramidase, que se projetam como espículas a partir do envelope
Vírus influenza
863
RNA-vírus, pertencente à família Flaviviridae e gênero Flavivirus, sendo responsável por uma doença infecciosa caracterizada por disfunções hepáticas e renais.
Vírus da febre amarela
864
Vetores da febre amarela
É transmitido através da picada de um vetor, o mosquito Aedes aegypti nas áreas urbanas, ou mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes nas áreas silvestres. Não há transmissão da doença entre as pessoas
865
O sina de Faget pode estar presente em quadros de febre amarela. Descreva-o
Presença de pulso fino com temperatura corporal elevada
866
Quando realizar a vacinação de lactantes contra a febre amarela. Que orientação deve ser dada após a vacinação
Lactantes/Nutrizes (mulheres que estejam amamentando nos primeiros 6 meses de vida do lactente): deverão ser vacinadas apenas se residirem em local onde houve confirmação da circulação do vírus (ex.: epizootias, casos humanos e vetores na área afetada). A amamentação deverá ser suspensa 10 DIAS APÓS A VACINA.
867
Uma complicação temida associada à vacina contra a febre amarela é a encefalite. Surge com sinais de meningismo, convulsão, paresia iniciada 7 a 21 dias após a aplicação. Geralmente evolui para a cura, mas com manutenção de sequelas focais V ou F
F Geralmente evolui para a cura sem sequelas.
868
Trata-se de uma complicação grave que tem sido relatada envolvendo vacinas contra febre amarela de diferentes fabricantes e cepas. O quadro clínico se assemelha à febre amarela selvagem com início na primeira semana após a vacinação, de febre, astenia, icterícia, oligúria, instabilidade cardiovascular, hemorragia e necrose hepática. Em todos os casos, aconteceu após a primeira dose da vacina. Não parece ter havido alteração no genoma do vírus, e a conclusão que se chegou foi a de que a complicação resultou de suscetibilidade individual. As estimativas de risco mostram uma frequência de 1 óbito para 450.000 doses aplicadas, embora esses números variem bastante.
doença viscerotrópica aguda
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Possíveis complicações relacionadas à caxumba
meningite asséptica (que ocorre em 10- -30% das pessoas e se resolve em 7-10 dias), a orquite, tireoidite, artrite, glomerulonegrite, miocardite e ataxia cerebelar. Tais complicações podem ocorrer na ausência de parotidite,
870
é uma doença provocada por um vírus de RNA da família Togaviridae e gênero Rubivirus.
Rubéola
871
Esquema de vacinação da SRC
 Ministério da Saúde / PNI: Esquema com duas doses: 12 meses e 15 meses. Aos 12 meses, administra-se a tríplice viral e, aos 15 meses, administra-se a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela; corresponde à segunda dose de tríplice viral e à primeira dose de vacina contra a varicela). A vacina tríplice viral é recomendada para todos os indivíduos de até 49 anos. Os indivíduos de até 29 anos devem comprovar duas doses da vacina; os indivíduos entre 30 e 49 anos devem comprovar apenas uma dose
872
Cite as complicações da SRC que contraindicam nova dose da vacina
Meningite. Ocorre entre o 15º e 21º dia após a vacinação e está associado ao componente da caxumba, que tem por característica ser bastante neurotrópico. Tem curso benigno. Encefalite. Surge do 15º ao 30º dia após vacinação, afetando de 1/1.000.000 a 1/2.500.000 dos primovacinados. Está relacionado ao vírus do sarampo e ao da caxumba, sendo que o risco de encefalite vacinal não é maior do que população não vacinada. A Pan-Encefalite Esclerosante Subaguda pós-vacinal (PEESA), que apresenta o risco teórico de acontecer após a vacinação, não possui comprovação epidemiológica considerável. Entretanto, há casos na literatura de PEESA em crianças sem história de doença natural e que receberam a vacina. Alguns destes casos podem ter sido resultado de um sarampo não diagnosticado, mas a vacinação não pode ser excluída como causa. g. Associações temporais. Quadros de síndrome de Guillain-Barré, ataxia, neurite óptica, mielite transversa podem apresentar associação temporal com a vacina tríplice.  Há contraindicação a doses subsequentes da vacina em casos de meningite e encefalite. h. Púrpura trombocitopênica. Tem início em 2 a 3 semanas após a vacinação e apresenta curso benigno. Acomete cerca de 1:30.000 a 1:40.000 vacinados.  Contraindicar doses subsequentes em caso de púrpura vacinal. Pacientes que já apresentaram quadro de PTI antes apresentam Reação à vacian do tipo anafilática, contraindica doses subsequentes. OBS.: pessoas com anafilaxia ao ovo NÃO apresentam contraindicação a vacina tríplice ou dupla viral. Os estudos realizados demonstraram que mesmo as pessoas com reação de hipersensibilidade grave ao ovo têm risco insignificante de fazê-la após a administração da vacina
873
Quem e como fazer a profilaxia pós exposição do sarampo
A profilaxia pós-exposição encontra-se indicada em todos os contactantes íntimos suscetíveis de um indivíduo com sinais/sintomas sugestivos de sarampo Vacinação de Bloqueio. É feita com a administração da vacina (tríplice viral) até 72 horas após o contato, podendo ser usada a partir de seis meses. Sua eficácia baseia-se no fato de imunizar o suscetível em prazo menor que o tempo de incubação da doença. Quando for administrada em criança menor de 12 meses, não deve ser considerada como dose válida e a criança deverá ser revacinada aos 12 meses com a tríplice viral. Imunização Passiva. É realizada com a administração de imunoglobulina humana até seis dias após a exposição em uma dose intramuscular de 0,25 ml/kg (imunocompetentes) a 0,5 ml/kg (imunodeprimidos). A imunização passiva está indicada em contatos íntimos que tenham alguma contraindicação à vacina (< 6 meses, grávidas, Aids, transplantados, imunodeficiências congênitas etc.).
874
Quem e como fazer a profilaxia pós exposição da rubéola
A profilaxia pós-exposição a casos suspeitos de rubéola encontra-se também indicada aos contactantes íntimos suscetíveis. Faz-se através da administração da vacina tríplice até três dias após o contato. Mulheres grávidas suscetíveis (IgG para rubéola negativo) expostas a um caso suspeito de rubéola não podem receber vacinação de bloqueio, e a imunoglobulina não é rotineiramente recomendada pela razão de não garantir completamente a proteção do feto.
875
Indicações para uso de aciclovir em caso de varicela
As indicações para o uso do aciclovir são: 1) adultos e adolescentes (> 13 anos): aciclovir 800 mg oral 4x/dia por cinco dias, iniciado até 24h do início do exantema; 2) imunodeprimidos, varicela neonatal e qualquer paciente com sinais de varicela disseminada (encefalite, pneumonia, hepatite e trombocitopenia): aciclovir venoso 500 mg/m²/dose a cada 8h por sete dias ou até que não haja o aparecimento de novas lesões por 48 horas
876
Esquema de vacinação contra a varicela
 Ministério da Saúde / PNI: A vacina contra a varicela deverá ser administrada em duas doses: a primeira aos 15 meses (até 4 anos) – sob a forma de tetra viral (regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste) ou sob a forma de varicela + tríplice viral (regiões Sul e Sudeste); e a segunda dose entre 4 anos e 6 anos (6 anos, 11 meses e 29 dias)
877
Esquema de vacinação para HVA
 Ministério da Saúde / PNI: Dose única aos 15 meses. A idade máxima para administração da vacina contra a hepatite A em dose única é 4 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias).
878
De acordo com avaliação recente da Anvisa, a vacina contra a dengue (4 sorotipos de vírus atenuado) NÃO DEVE SER ADMINISTRADA EM INDIVÍDUOS SORONEGATIVOS, isto é, sem exposição prévia ao vírus da dengue. Esta recomendação baseia-se na verificação de que estes indivíduos poderão apresentar uma forma de dengue grave até 30 meses após a administração da vacina Vou F
V
879
Após um período variável de incubação (média de 45 dias no homem), surgem os pródromos que duram de dois a quatro dias, caracterizados com: mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, e sensação de angústia. Pode aparecer uma sensação de hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura. O quadro progride, e surgem alterações de comportamento (ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes), febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua determinam dificuldade para ingestão de líquido e o paciente apresenta intensa sialorreia. Há manutenção da consciência entre os períodos de alucinações, até que sobrevenha o coma e óbito. O período compreendido entre o início dos sintomas e o óbito é de cinco a sete dias
Raiva
880
Esquema e indicações da profilaxia pré exposição para raiva
Indicações: médicos veterinários, biólogos, agrônomos, funcionários de zoológicos, estudantes destas áreas, carteiros, dentre outros. Formas de administração:  3 doses: dias 0, 7 e 28;  IM profunda (0,5 ml) ou ID (0,1 ml).
881
Esquema e indicações da profilaxia pós exposição para raiva
Galeria (20ª foto)
882
Descreva a reação de Arthus
Reação de hiperssensibilidade tipo III, caracteriza-se por eritema intenso, enduração e edema no local de vacinação, acompanhada de dor importante e dificuldade de movimentação do membro, podendo em casos raros evoluir com a formação de bolhas de conteúdo seroso. Apresentam um início tardio (entre 6 h a alguns dias após a vacinação) e duração mais prolongada (7-14 dias), sendo também mais frequentes em pessoas acima de 60 anos ou após a revacinação precoce, associadas a presença de altos títulos de anticorpos contra os sorotipos vacinais (gerados por vacinação ou infecção prévias). Dentre as reações de hipersensibilidade relacionadas a vacinas, a “Reação de Arthus” tem sido na prática a mais frequentemente observada, principalmente com as vacinas anti-pneumocócicas (polissacarídica e conjugada) e as vacinas contendo o toxóide tetânico (como a dT). Conduta - Devido ao seu aspecto inflamatório intenso, esta reação é com uma certa frequência confundida com uma celulite e tratada com antibióticos e até mesmo internação hospitalar, o que acaba protelando a sua resolução, já que o tratamento mais indicado não é aplicado. Esta reação é normalmente autolimitada e a conduta mais adequada é a aplicação de compressas geladas nos dois primeiros dias e uso de medicação anti-histamínica via oral.
883
Esquema de profilaxia pós reexposição à raiva
Esquema anterior de profilaxia Completo: a) até 90 dias: não realizar esquema profilático b) após 90 dias: duas doses, uma no dia 0 e outra no dia 3 Esquema anterior de profilaxia Incompleto* a) até 90 dias: completar o número de doses b) após 90 dias: ver esquema de pós-exposição (conforme o caso) *Não considerar o esquema anterior se o paciente receber um número menor de doses do que o referido nas notas acima.
884
 Lactentes ainda internados além do período neonatal em berçário ou UTI neonatal deverão receber todas as vacinas do calendário básico de vacinação de acordo com sua idade cronológica, à exceção da
- Vacina Oral contra Pólio (VOP) - Vacina oral contra o rotavírus humano (VORH).
885
 Prematuros com menos de 31 semanas de gestação ou menos de 1.000 g deverão receber aos dois meses:
DTP acelular isoladamente, e depois, VIP, Hib e hepatite B. As demais doses aos 4 e 6 meses poderão ser feitas conforme o preconizado pelo calendário básico de imunizações. As demais vacinas em prematuros devem ser feitas conforme a idade cronológica, não pela idade corrigida.v
886
Os pacientes com neoplasias e que serão submetidos à tratamento quimioterápico/radioterápico deverão ter seu esquema vacinal atualizado até no máximo 14 dias antes do início do tratamento. Ainda assim, algumas vacinas atenuadas não poderão ser administradas mesmo antes do início do tratamento imunossupressor, tais como:
BCG e VOP
887
Os pacientes com doenças imunomediadas (ex.: artrite idiopática juvenil, lúpus, psoríase, doença de Crohn, retocolite ulcerativa) não deverão receber nenhuma vacina viva atenuada mesmo antes do tratamento imunossupressor. V ou F
V
888
É recomendada em duas doses, aos dois e quatro meses. A primeira dose só pode ser feita até 3 meses e 15 dias; a segunda dose tem idade limite de aplicação de 7 meses e 29 dias
VORH
889
Considera-se um caso suspeito de rubéola quando o paciente apresenta febre e exantema maculopapular, acompanhado de linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical, independentemente da idade e situação vacinal. A avaliação clínica e epidemiológica indica uma associação temporal entre a data do início dos sintomas e a data do recebimento da última dose da vacina, com o componente contra a rubéola, mesmo que não tenha sido realizada coleta de amostra. Dos critérios para descarte como associação temporal à vacina abaixo, é CORRETO afirmar que: a) Febre com temperatura que pode chegar a 39°C ou mais, com início entre o 3o e o 10o dias após a vacinação e duração média de 4 a 5 dias, podendo chegar até 7 dias. b) Exantema que dura de 3 a 6 dias, sendo geralmente benigno, e que surge entre o 1o e o 3o dias, após a administração da vacina. c) Cefaleia ocasional, irritabilidade, conjuntivite ou manifestações catarrais observadas, entre o 2o e o 3o dias após a vacinação. d) Linfadenopatias que se instalam entre o 7o e o 21o dias após a data de vacinação.
D De acordo com o Ministério, o caso suspeito de rubéola pode ser descartado quando tiver associação temporal com a vacina nas seguintes situações: - febre com temperatura que pode chegar a 39,5°C ou mais, com início entre o 5o e o 12o dia após a vacinação e duração de cerca de 1 a 2 dias, podendo chegar até 5 dias - exantema que dura de 1 a 2 dias, sendo geralmente benigno, e que surge entre o 7o e o 14o dia após a administração da vacina - cefaleia ocasional, irritabilidade, conjuntivite ou manifestações catarrais observadas entre o 5o e o 12o dia após a vacinação - linfadenopatias que se instalam entre o 7o e o 21o dia após a data de vacinação
890
A vacina BCG é administrada por via intradérmica e, no local de inoculação, podemos observar a formação de uma cicatriz vacinal. Quando não ocorrer a formação de cicatriz em..., uma segunda dose é feita. Quando novamente não há cicatriz, não é feita uma terceira dose. O Ministério da Saúde recomenda que a vacina seja feita até quatro anos, 11 meses e 29 dias
seis meses após a dose inicial,
891
 Curva peso/estatura – reflete o...  Curva estatura/idade – reflete o...
efeito agudo da desnutrição na vida da criança. efeito crônico da desnutrição na vida da criança.
892
Na desnutrição energeticoproteica, o consumo progressivo desses estoques de energia leva à queda plasmática nos níveis de glicose e aminoácidos, e com isto ocorre uma diminuição da insulina sérica e um aumento do glucagon e da adrenalina. Os níveis de GH se elevam, e com ele há maior estímulo à lipólise. Por outro lado, os níveis de IGF-1 (ou Somatomedina C) estão reduzidos. O estresse provocado pela DEP e as infecções estimulam a secreção de cortisol, que atua sobre a glicogenólise e gliconeogênese (consumo muscular), aumentando-a. Os níveis de T3 e T4 estão reduzidos em função da diminuição da atividade da enzima 5 monodeiodinidase e pela menor captação de iodo tireoidiano. Assim, há queda da termogênese corpórea e no consumo de oxigênio. ƒƒA atividade da bomba de sódio-potássio encontra- se muito reduzida pela menor oferta de ATP. Com isso, a célula passa a excretar menos sódio e importar menos potássio. O sódio corporal total está aumentado, mas seus níveis séricos estão reduzidos (HIPONATREMIA). Embora a água corporal total esteja diminuída em função da redução da massa muscular e do tecido adiposo, a célula tem tendência a edemaciar (pela retenção de sódio). O potássio intra e extracelular encontram-se reduzidos (HIPOCALEMIA). A redução do gradiente de sódio transmembrana faz com que menos H+ seja excretado, produzindo um quadro de acidose intracelular e alcalose extracelular. ƒƒTodo esse desequilíbrio hidroeletrolítico faz com que aumentem os níveis de cálcio intracitoplasmáticos, com desencadeamento de reações bioquímicas que levam à lise celular. A perda de potássio e o aumento do cálcio explicam a redução na força contrátil dos miócitos cardíacos na DEP grave. A deficiência de magnésio (HIPOMAGNESEMIA) também é comum na DEP grave. V ou F
V
893
No fígado da criança com DEP, ocorre esteatose, principalmente na forma..., podendo evoluir com fibrose perilobular e cirrose
kwashiorkor
894
Tabela indicando o achado no exame físico e as deficiências nutricionais mais assoiadas
Galeria (21ª foto)
895
A hipoalbuminemia está presente em ambas as formas de DEP grave, no kwashiorkor e no marasmo. Por que algumas crianças desenvolvem a forma edematosa (kwashiorkor) e outras a forma não edematosa (marasmo) ainda é um fato desconhecido Vou F
V OBS. :Alguns autores propõem que um dos fatores seja a variabilidade individual na composição corporal e requerimento de nutrientes no momento em que se dá a privação energeticoproteica, desviando o metabolismo para uma ou outra forma de DEP. Não somente a hipoalbuminemia é a responsável pela formação do edema subcutâneo. A diminuição da atividade da Na/K ATPase, liberação de radicais livres e diminuição de substâncias antioxidantes como a glutationa (sintetizada a partir da metionina proveniente da dieta) parecem contribuir para geração do edema. Crianças que desenvolvem a forma de desnutrição edematosa (kwashiorkor) parecem ter sofrido um maior estresse oxidativo, com redução de antioxidantes naturais (glutationa, vitaminas A, C, E, ácidos graxos essenciais) e cofatores (zinco, cobre e selênio).
896
A criança geralmente se apresenta com estatura e peso menores do que os esperados para a idade. A criança apresenta-se consumida, fato este observado principalmente nos músculos dos membros superiores e inferiores. Esse fato pode ser mascarado pelo edema. O edema é muito frequente e considerado a manifestação clínica mais importante dessa síndrome. Vale ressaltar que o edema pode afetar qualquer parte do corpo, sendo que em crianças que deambulam, mais frequentemente, o edema se inicia com ligeiro intumescimento dos pés se estendendo pelas pernas. Posteriormente, o edema pode acometer mãos e face (fácies de lua). Em meninos pode ser notado edema em bolsa escrotal. Alterações mentais/comportamentais estão invariavelmente presentes. A criança se apresenta apática, hipoativa, anorética e desinteressada pelos fatos que ocorrem ao seu redor. Ela geralmente não sorri, mesmo quando estimulada, e está permanentemente irritada, sem apetite. A criança tem tecido celular subcutâneo. O grau de gordura subcutânea dá uma indicação do grau de deficiência calórica. A pele da face está frequentemente despigmentada, desenvolvendo- se dermatoses em áreas de atrito, como, por exemplo, na região inguinal e no períneo. Surgem áreas de hiperpigmentação que, eventualmente, descamam dando um aspecto de dermatite em escamas (flaky paint dermatosis); a pele sob as escamas é muito pálida e facilmente infectável. Os cabelos apresentam alteração de textura e de cor (discromias) e são quebradiços. Os cabelos pretos tornam-se castanhos ou avermelhados. Pode estar presente o “sinal da bandeira”, que consiste na alteração segmentar (em faixas) da cor dos cabelos, traduzindo períodos alternados de pior e melhor nutrição. As fezes podem estar liquefeitas, com sangue e alimentos não digeridos. Anemia está presente na maioria dos casos. É, em parte, devida à deficiência proteica para síntese de eritrócitos, deficiência de ferro e de ácido fólico, parasitoses intestinais e infecções frequentes. Hipoalbuminemia e redução da proteína sérica total, relação com a intensidade do edema, são observadas em praticamente todos os pacientes. Geralmente as crianças com essa síndrome têm hepatomegalia (esteatose).
kwashiorkor
897
É uma ulceração crônica necrosante da gengiva e das bochechas, geralmente associada à desnutrição grave e a doença infecciosa debilitante (ex.: sarampo, malária, tuberculose e diarreia). Ocorre uma infecção polimicrobiana, com Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia, frequentemente presentes. Os principais sinais e sintomas são a lesão desfigurante na gengiva e nas bochechas, odor desagradável, febre, anemia, leucocitose e outros achados de desnutrição grave.
Noma
898
Quadro com proteínas que aumentam e diminuem na fase aguda de uma doença
galeria (22ª foto)
899
Na DEP como costuma estar o sódio sérico? E o sódio corporal total?
Sérico: Hiponatremia, porém esta é apenas dilucional, uma vez que o conteúdo total de sódio do organismo está aumentado (em parte, devido ao aumento do sódio intracelular por deficiência da bomba de sódio)
900
Qual situação do potássio na criança com DEP
 Hipocalemia – os conteúdos intra e extracelular de potássio encontram-se diminuídos. Os principais sintomas associados a este distúrbio são a fraqueza muscular, íleo paralítico e alterações da repolarização ventricular (achatamento ou inversão da onda T), onda U proeminente, infradesnivelamento do segmento ST e prolongamento do QU. Depleção grave de potássio pode levar ao prolongamento do PR e alargamento e redução da voltagem do QRS, bem como aumentar o risco de arritmias ventriculares.
901
Indicações de internação na DEP
1. Crianças cujo peso para a altura esteja abaixo de - 3DP (magreza acentuada) ou menos que 70% da mediana dos valores de referência do NCHS/OMS (“gravemente emagrecidas”); 2. Crianças com edema simétrico envolvendo no mínimo os pés (“desnutrição edematosa”) estão gravemente desnutridas. Elas devem ser internadas em hospital, onde poderão ser observadas, tratadas e alimentadas dia e noite; 3. Presença de descompensação metabólica, hidroeletrolítica, acidobásica, instabilidade hemodinâmica, infecção, anemia grave e hipotermia, determinam também a necessidade de tratamento iminente e internação hospitalar.
902
Manejo da hipoglicemia na DEP grave
– Criança consciente: 50 ml de glicose ou sacarose a 10%, ou alimentar a criança com preparação apropriada (Dieta F75) para esta fase ou 1 colher de chá de açúcar embaixo da língua – o que for mais rápido. Alimentar a criança de 2/2 horas pelo ao menos no primeiro dia. Mantê-la aquecida e iniciar antibióticos de amplo espectro. – Criança inconsciente: soro glicosado a 10% na dose de 5 ml/kg IV. Alimentar a criança de 2/2 horas pelo ao menos no primeiro dia. Mantê-la aquecida e iniciar antibióticos de amplo espectro.
903
Na criança desnutrida desidratada que aceita dieta oral, qual o fluido indicado para hidratação?
ReSoMal, uma solução com maior adequação de sódio, potássio e micronutrientes • O volume a ser oferecido é de 5 ml/kg a cada 30 minutos por duas horas por via oral ou SNG. • Posteriormente, dar 5-10 ml/kg por VO ou SNG em horas alternadas por 10 horas. • Monitorar hora/hora FC e FR. São sinais de sobrecarga hídrica o aumento em 25 bpm na FC e 5 iprm na FR ou ingurgitamento da veia jugular. • Parar quando a criança estiver hidratada: menos sede, urinando, prega cutânea desaparecendo menos lentamente, olhos menos encovados, boca menos seca, menos letárgica, menos taquicárdica.
904
Crianças gravemente desnutridas estão em alto risco de desenvolverem cegueira devida à deficiência de vitamina A. Por essa razão, uma dose alta de vitamina A deve ser dada às crianças desnutridas com indícios de deficiência de Vitamina A A dose é como se segue: 50.000 unidades internacionais (UI) por via oral para crianças menores de 6 meses, 100.000 UI para crianças de 6 a 12 meses de idade e 200.000 UI oralmente para crianças maiores de 12 meses. Repetir estas doses nos dias 2 e 14. V ou F
F Crianças gravemente desnutridas estão em alto risco de desenvolverem cegueira devida à deficiência de vitamina A. Por essa razão, uma dose alta de vitamina A deve ser dada rotineiramente a todas as crianças desnutridas no primeiro dia de internação, a menos que haja evidência segura de que uma dose de vitamina A tenha sido dada no mês anterior. A dose é como se segue: 50.000 unidades internacionais (UI) por via oral para crianças menores de 6 meses, 100.000 UI para crianças de 6 a 12 meses de idade e 200.000 UI oralmente para crianças maiores de 12 meses. Repetir estas doses nos dias 2 e 14.
905
Todas as crianças desnutridas devem receber 5 mg de ácido fólico oralmente no primeiro dia e 1 mg oralmente por dia, a partir de então. Mínimo de duas semanas. V ou
V
906
A reposição de zindo e cobre é feita da seguinte forma – Zinco: Dose recomendada de 20 mg/kg/dia. Mínimo de duas semanas. – Cobre: Dose recomendada de 2 mg/kg/dia. Mínimo de duas semanas. V ou F
F – Zinco: Dose recomendada de 2 mg/kg/dia. Mínimo de duas semanas. – Cobre: Dose recomendada de 0,2 mg/kg/dia. Mínimo de duas semanas.
907
Descreva a síndrome do refeeding
Ocorre após a primeira semana (na qual é feito o tto inicial). Caracteriza-se por um quadro grave de hipofosfatemia (pode haver também hipocalemia e/ou hipomagnesemia) provocada pela intensa receptação celular deste mineral. As principais manifestações clínicas quando seus níveis séricos caem abaixo de 0,5 mmol/L são: alteração no nível de consciência; convulsões; fraqueza; rabdomiólise; disfunção de neutrófilos; arritmias e morte súbita.
908
Conduta na ulceração corneana no paciente desnutrido
• Vitamina A imediatamente: < 6 meses 50.000 UI, 6 a 12 meses 100.000 UI, e > 12 meses 200.000 UI. • Gotas oftalmológicas: atropina 1% uma gota no olho afetado para relaxar a musculatura e evitar a extrusão do cristalino.
909
Entende-se que a criança entra na fase de reabilitação quando...
seu apetite volta e o edema periférico começa a regredir. Uma criança que esteja sendo alimentada por sonda nasogástrica não é considerada pronta para entrar na fase de reabilitação.
910
Não se recomenda suplementação de ferro na fase aguda do tratamento da desnutrição, pois o ferro é cofator de uma série de sistemas enzimáticos que aumentam a produção de radicais livres de oxigênio, amplificando a reação inflamatória sistêmica do desnutrido. A suplementação de ferro somente deve ser iniciada na fase de reabilitação, quando o doente já estiver com a infecção e o processo inflamatório controlados, e ganhando peso; V ou F
V
911
Critérios de alta da criança internada por desnutrição
– Peso para altura atingiu -1DP (90%) da mediana dos valores de referência do NCHS/ OMS. – Comendo uma quantidade adequada de dieta nutritiva que a mãe é capaz de preparar em casa. – Ganhando peso a uma velocidade normal ou aumentada. – Todas as deficiências de minerais e vitaminas foram tratadas. – Todas as infecções e outras condições foram ou estão sendo tratadas, incluindo anemia, diarreia, parasitoses intestinais, malária, tuberculose e otite média. – Começou o programa de imunização completa.
912
Descreva a síndrome de recuperação nutricional
Ocorre durante o tratamento correto dos casos de desnutrição grave, sendo mais exuberante nos casos de kwashiorkor, observada entre o 20º e o 40º dia de tratamento. Essas alterações costumam regredir por volta da 10ª a 12ª semana após o início do tratamento. Não se sabe ao certo a etiologia dessas alterações. As manifestações clínicas observadas nessa síndrome clínica variam de intensidade e as mais comumente encontradas são:  Hepatomegalia: à custa do lobo esquerdo, com maior aumento sendo encontrado por volta da quinta semana após o início do tratamento;  Distensão abdominal: com circulação venosa colateral e ascite;  Fácies de lua cheia;  Alterações de pele e fâneros: sudorese intensa em região cefálica, hipertricose, unhas com desnível transversal, cabelos com pontas mais claras;  Telangiectasias: mais visíveis na face. Dentre as alterações bioquímicas mais frequentes encontramos:  Hipergamaglobulinemia;  Eosinofilia;  Aumento da volemia.
913
hormônio secretado pelo duodeno em resposta à ingestão de proteínas e gorduras. Estimula a contração da vesícula biliar e secreção de enzimas do pâncreas. Envia um sinal via nervo vago até o hipotálamo informando a “saciedade” após a refeição.
Colecistoquinina
914
neuropeptídeo secretado no estômago que estimula a secreção de neuropeptídeo Y no hipotálamo (núcleo arqueado), e assim, estimula o apetite. Na síndrome de Prader-Willi parece haver um aumento dos níveis desse peptídeo, o que pode explicar a hiperfagia e obesidade associadas à síndrome.
grelina
915
hormônio secretado pelo tecido adiposo, que atua ao nível de hipotálamo levando à inibição do apetite e ao aumento do gasto energético. Os obesos parecem ter um aumento desse hormônio em função de sua massa adiposa, mas o apetite não está inibido em decorrência de uma diminuição da sensibilidade hipotalâmica ao hormônio
leptina
916
é um hormônio sintetizado pelo tecido adiposo com várias funções: antidiabética, antiteratogênica e anti-inflamatória. Quanto maior o grau de obesidade, menores os seus níveis.
Adiponectina
917
substância secretada pelo núcleo arqueado do hipotálamo em resposta ao jejum. Ele estimula o apetite.
Neuropeptídeo Y
918
A grande maioria dos casos de obesidade é classificada como primária (mais de 90%), ou seja, decorrente da reunião entre predisposição genética, alto consumo calórico e baixo gasto energético, não havendo qualquer outra condição patológica que a desencadeie V ou F
V
919
Critérios diagnósticos da síndrome metabólica na faixa etária dos 10-16 anos
Presença de circunferência abdominal maior ou igual ao percentil 90 e dois ou mais dos seguintes critérios:  Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl;  HDL-c < 40 mg/dl;  PA sistólica ≥ 130 / PA diastólica ≥ 85 mmHg;  Glicose ≥ 100 mg/dl.
920
É uma droga que atua diminuindo a recaptação de noradrenalina, serotonina e em menor grau dopamina no SNC. Promove uma indução da saciedade e eleva discretamente o metabolismo basal. Seus principais efeitos colaterais são a boca seca e a constipação. No Brasil só está liberada para uso adulto. Nos EUA, está liberada a partir de 16 anos
Sibutramina
921
É um inibidor da lipase pancreática, reduzindo cerca de 30% das gorduras ingeridas na dieta. A medicação é minimamente absorvida pela mucosa intestinal, e por isso seus efeitos colaterais sistêmicos são mínimos. Entretanto, como aumenta a perda fecal de gordura, produz flatulência, diarreia e perda de vitaminas lipossolúveis. Nos EUA é liberada para adolescentes > 12 anos. No Brasil é apenas liberada para adultos
Orlistat
922
É um análogo da somatostatina que reduz a secreção de insulina e GH. Pode ser usado nas obesidades de causa hipotalâmica, sem resposta ao tratamento convencional
Octreotide
923
Quais as condições que devem ser respeitadas para a realização de cx bariátrica no contexto da pediatria
adolescentes com 16 anos completos e menores de 18 anos poderão ser operados, mas, além das indicações clínicas da cirurgia, um pediatra deve estar presente na equipe multiprofissional e deve ser observada a consolidação das cartilagens das epífises de crescimento dos punhos. A cirurgia em menores de 18 anos é considerada experimental
924
Hormônios como a insulina, o fator de crescimento insulina-símile tipo I (IGF-1) e suas proteínas ligadoras, têm importância fundamental no crescimento do feto. O Hormônio do Crescimento (GH) e o hormônio tireoidiano produzidos pelo feto também tem participação importante no crescimento fetal V ou F
F O Hormônio do Crescimento (GH) e o hormônio tireoidiano produzidos pelo feto não parecem ter participação importante no crescimento do mesmo
925
o principal hormônio efetuador do crescimento linear pré e pós-natal é o..., sintetizado pelo fígado por estímulo de..., e cuja principal ação é atuar...
IGF-1 ou somatomedina C GH e hormônios tireoidianos na cartilagem de crescimento promovendo sua hiperplasia e hipertrofia
926
A fase de maior crescimento do indivíduo ocorre no..., com médias de Velocidade de Crescimento (VC) de... nos primeiro, segundo e terceiro trimestres respectivamente.
período pré-natal 1,5 cm/sem, 2,5 cm/sem e 0,5 cm/sem
927
No período pós-natal, as fases de maior crescimento ocorrem na..., com velocidades de crescimento de... no 1º ano de vida, ... no 2º ano de vida e ... durante a puberdade.
lactância e puberdade 25 cm/ano 12 cm/ano 10 cm/ano
928
Alterações da velocidade de crescimento estatural após o terceiro ano de vida, independentemente da altura apresentada pela criança, requerem avaliação e investigação. Devem ser consideradas resultado de doenças subjacentes, particularmente se a curva cruzar (de forma descendente) duas linhas de percentis V ou F
V
929
Para uma velocidade de crescimento estatural dentro da normalidade, mesmo com a estatura absoluta abaixo do percentil 5, é improvável a presença de alguma doença subjacente. V ou F
V
930
O valor da relação U/L (segmento superior/segmento inferior) ao nascimento é de..., aos três anos é de..., entre oito e dez anos é igual a... e até o final da puberdade fica entre...
1,7 1,3 1 0,9-1
931
Displasias esqueléticas envolvendo primariamente a coluna cursam com relação U/L aumentada para a idade. As alterações envolvendo basicamente ossos longos (ex.: acondroplasia, raquitismo) estão associadas com uma diminuição da relação U/L. V ou F
F Displasias esqueléticas envolvendo primariamente a coluna cursam com relação U/L diminuída para a idade. As alterações envolvendo basicamente ossos longos (ex.: acondroplasia, raquitismo) estão associadas com um aumento da relação U/L.
932
Descreva os gráficos de crescimento do paciente com baixa estatura familiar e com atraso constitucional do crescimento
Galeria (23ª foto)
933
Causa patológica de baia estatura desproporcional
Osteocondrodisplasias A displasia esquelética pode se apresentar com um encurtamento exuberante dos membros (acondroplasia típica) ou da coluna (espondilodisplasias). Na avaliação clínica notamos uma alteração evidente na relação U/L
934
Manejo do paciente com baixa estatura por RCIU (restrição do crescimento intrauterino)
O GH foi aprovado para pacientes com RCIU que não alcançam uma estatura dentro da média populacional ou dentro do padrão familiar até os dois anos. Os melhores resultados são obtidos quando o GH é iniciado (0,15 a 0,2 UI/kg/dia) com dois a quatro anos. Devido à associação entre RCIU e síndrome plurimetabólica é importante avaliação de glicemia e lipídios nestes pacientes. A terapia com GH mostrou aumentar a insulinemia, baixar os níveis de colesterol total e sua fração LDL, bem como melhorar a proporção de massa magra/massa gorda.
935
Caracterizada por baixa estatura, atraso de fechamento das fontanelas, assimetria no comprimento dos membros, clinodactilia do 5º dedo (dedo com curvatura para dentro), fácies triangular e pequena, fronte proeminente e micrognatia. Pele apresenta manchas café com leite e há tendência a sudorese intensa.
Síndrome de Silver Russel
936
Caracterizada por baixa estatura, pescoço curto, pterium coli (prega de pele redundante na região posterior do pescoço), pectus escavatum, criptorquidismo nos meninos e estenose pulmonar. O fenótipo é semelhante ao da síndrome de Turner, mas esta é exclusiva de mulheres.
Síndrome de Noonan
937
Caracterizada por baixa estatura grave, retardo mental, microcefalia secundária, cranioestenose prematura, nariz proeminente e micrognatia
Síndrome de Seckel
938
Caracterizada por baixa estatura, hipoplasia malar, telangiectasias faciais (dando um aspecto eritematoso à face) em asa de borboleta que se acentua com a exposição solar.
Síndrome de Bloom
939
Qual doença tireoidiana é bastante comum em indivíduos com síndrome de Turner?
tireoidite de Hashimoto (44%)
940
É a causa endócrina mais comum de baixa estatura
Hipotireoidismo
941
Existe um espectro clínico muito amplo da doença, variando desde casos típicos até deficiências parciais do hormônio. Em recém- nascidos, pode haver hipoglicemia e micropênis/criptorquidia em meninos. As crianças podem apresentar baixa estatura, fácies de “boneca” (fronte olímpica, maxilares pequenos, base nasal achatada, voz aguda e cabelos finos), obesidade troncular com pés e mãos pequenos. A redução da velocidade de crescimento é uma manifestação precoce e a idade óssea está atrasada
Deficiência de GH
942
Como fazer o diagnóstico de deficiência de GH?
as dosagens de IGF-1 e IGFBP-3 podem ser usados como testes de triagem. Lembrar sempre que os níveis de IGF-1 podem estar reduzidos na desnutrição, o que produz resultados falso-positivos. A confirmação do diagnóstico de deficiência de GH é feita através da constatação de dois testes de estímulo de GH diferentes mostrando um pico de GH inferior a 5-10 ng/ml. Exames de imagem da região hipotálamo-hipofisária também devem ser solicitados com o objetivo de pesquisar a origem da deficiência de GH. A ressonância nuclear magnética é o exame de escolha com esta finalidade
943
Cite 5 condições clínicas com indicação para tto com GH
1. Deficiência de GH (combinada ou isolada): a utilização do hormônio exógeno permite a aquisição de até 25 cm na estatura final. 2. Síndrome de Turner: pode haver um ganho estatural de 5-10 cm ao final da puberdade. 3. Síndrome de Prader-Willi: melhora aspectos como distribuição de gordura e hipotonia muscular. 4. PIG/CIUR: pode haver aumento de até 1 desvio-padrão na estatura. 5. Baixa estatura idiopática: o ganho estatural é variável (2-6 cm), dependendo da causa subjacente.
944
Uma criança obesa com baixa estatura e que apresenta provas de função tireoidiana normais e avaliações do hormônio do crescimento também dentro da normalidade, deve ser investigada para estados associados à... Nestes casos, a solicitação do ... ou do ... são os exames iniciais.
excesso de glicocorticoides (síndrome de Cushing) cortisol urinário livre ou do teste de supressão de dexametasona,
945
É a síndrome congênita que cursa com excesso de crescimento mais comum, acometendo cerca de 1:13.700 dos nascidos vivos. Em 85% dos casos acontece por mutação nova na região 11p15, levando a uma superexpressão do gene IGF-2. Suas principais características são: macroglossia, macrossomia, hipoglicemia neonatal, defeitos na parede abdominal, visceromegalia, hemi-hipertrofia e susceptibilidade aumentada para neoplasias (ex.: Tumor de Wilms e hepatoblastoma).
Síndrome de Beckwith Wiedemann
946
As crianças apresentam crescimento rápido durante a infância, com mãos e pés grandes, prognatismo, fronte proeminente, fissuras palpebrais inclinadas para baixo, dolicocefalia (aumento do diâmetro anteroposterior do crânio), atraso neuropsicomotor, coordenação ruim, retardo mental e distúrbios comportamentais. A puberdade acontece em um período um pouco mais precoce, acarretando fusão epifisária prematura e estatura final normal. O distúrbio é autossômico dominante, embora haja muitos casos esporádicos por mutação nova no gen NSD1 localizado no 5q35.
Síndrome de Sotos
947
Crescimento excessivo pré e pós-natal. As principais características são macrocefalia, retardo mental, fala disártrica, hipertonia, hipertelorismo ocular, epicanto, orelhas grandes, hipertonia, camptodactilia e extensão limitada do cotovelo. A maioria dos casos é esporádica, e tem se verificado mutações no gene NSD1, o mesmo da síndrome de Sotos.
Síndrome de Weaver
948
É a causa genética mais comum de hipogonadismo e infertilidade. Afeta aproximadamente 1 em cada 500 homens. Cursa com hipogenitalismo (pênis e testículos pequenos), hipogonadismo (produção inadequada de testosterona), ginecomastia (associado a uma alta incidência de câncer de mama), retardo mental, alterações de comportamento e membros longos. O diagnóstico também é obtido por cariotipagem.
Síndrome de Klinefelter (XXY)
949
É a causa genética de retardo mental mais comum no homem. Ocorre por repetição excessiva de trinucleotídeos (CGG) no gene FMR1 localizado no cromossoma Xq27. 3. Pessoas saudáveis possuem de 6 a 54 repetições, as mulheres e homens carreadores têm de 54 a 200 repetições, enquanto os indivíduos afetados têm mais de 200 cópias. Em relação ao fenótipo temos que as mulheres carreadoras têm um risco de 20% de falência ovariana prematura e distúrbios de ansiedade; os homens carreadores da pré-mutação também exibem sinais de ansiedade e tremor cerebelar. A expansão da pré-mutação ocorre exclusivamente durante a meiose feminina. Portanto, a filha B de um homem A portador da pré-mutação, será absolutamente saudável, ou seja, receberá um X normal de sua mãe sadia e um X paterno com a pré-mutação. Entretanto, o filho C desta filha B (neto do homem A) terá 50% de chance de nascer com a síndrome As características clínicas principais são o retardo mental, macrocefalia, orelhas e mandíbulas proeminentes e macro-orquidia (aumento dos testículos). A alta estatura é observada apenas durante a infância, e na adolescência a velocidade de crescimento tende a alentecer.
Síndrome do X-Frágil (Síndrome de Martin-Bell)
950
É uma doença de herança autossômica dominante, com ampla variação de expressão e alguns casos esporádicos. Acontece por mutação no gene da fibrilina (FBN1) localizado no cromossoma 15q15-21.3. A fibrilina é uma glicoproteína componente das microfibrilas extracelulares, que estão presentes nas fibras elásticas da epiderme, derme e zônulas oculares. As principais manifestações clínicas são:  Crescimento: alta estatura, membros longos, escassez de tecido subcutâneo e hipotonia muscular.  Esqueléticas: pectus excavatum, pectus carinatum, diminuição da relação entre segmento superior e inferior, escoliose > 20º, redução da extensão de cotovelo (< 170º) e pés planos.  Ocular: subluxação de cristalino, miopia e deslocamento de retina.  Cardiovascular: dilatação da aorta ascendente com ou sem regurgitação aórtica, dissecção da aorta ascendente, prolapso da valva mitral, dilatação da artéria pulmonar.
Síndrome de Marfan
951
uma doença metabólica causada pela deficiência da enzima cistationina-sintetase, que leva ao acúmulo de homocisteína e metionina. Suas características clínicas são a alta estatura e fenótipo marfanoide, retardo mental e complicações tromboembólicas. O tratamento pode ser feito com altas doses de piridoxina e dieta pobre em metionina.
Homocistinúria
952
Sua frequência é estimada em 1 para cada 3.000 nascidos vivos. É uma doença de herança autossômica dominante com alta penetrância e variabilidade de expressão. Em 50% ocorre uma mutação nova. O gene da NF1 localiza-se no cromossoma 17q11. 2, e codifica uma proteína chamada neurofibromina, com função supressora tumoral. Pode haver baixa ou alta estatura. Manifestações clínicas principais são:  Pele: seis ou mais manchas café com leite > 5 mm antes da puberdade e acima de 15 mm após a puberdade; efélides (semelhantes a “sardas”) axilares e inguinais.  Tumores: neurofibromas (tumores benignos da bainha de mielina dos nervos periféricos), gliomas ópticos, astrocitomas, meningiomas, hamartomas (lipomas, angiomas).  SNC: macrocefalia, epilepsia, retardo mental, problemas de fala, hiperatividade.  Olhos: nódulos de Lisch (hamartomas pigmentados na íris), glaucoma, opacidade córnea.  Esqueleto: escoliose, pectus escavatum, fusão de costelas, ausência de patela.
Neurofibromatose tipo 1
953
É a causa exógena mais comum de alta estatura. O excesso de gordura acelera o crescimento linear, maturação óssea e leva ao aparecimento precoce da puberdade. A estatura final não é, contudo, maior que a média.
Obesidade
954
Caracterizada por um aumento na secreção de GH. A causa principal é o adenoma hipofisário. Em indivíduos com as epífises abertas resulta em uma síndrome de..., e naqueles com as epífises fechadas produz uma síndrome ... O ... manifesta-se com aceleração do crescimento já nos primeiros anos de vida, pés e mãos grandes, prognatismo, fácies grosseira, sudorese excessiva, cefaleia e alterações visuais. Pode haver hiperprolactinemia associada como resultado da produção pluri-hormonal do adenoma.
gigantismo acromegálica gigantismo
955
Na... (tríade de precocidade puberal, manchas café com leite e displasia óssea) pode haver hiperplasia hipofisária por aumento da secreção de hormônios hipotalâmicos.
síndrome de Mc-Cune-Albright
956
Manejo do gigantismo
O tratamento é feito preferencialmente com cirurgia para ressecção do adenoma hipofisário. A terapia medicamentosa pode ser feita com agonistas dopaminérgicos (ex.: bromocriptina), análogos da somatostatina (ex.: Octreotide e Lanreotide), e mais recentemente com o uso de antagonistas do receptor de GH (Pegvisomante).
957
As principais manifestações clínicas da deficiência dessa vitamina são decorrentes das alterações desencadeadas nos diversos epitélios, caracterizadas pela proliferação da camada basal e formação de um tecido hiperceratótico e substituição do epitélio original pelo epitélio escamoso queratinizado estratificado – processo chamado metaplasia. O muco e os cílios no epitélio original desaparecem com a metaplasia. Assim, com as funções físicas de barreira prejudicadas e associadas ao deficit imune, processos infecciosos e inflamatórios se instalam com facilidade. Os tratos que mais sofrem são respiratório, pelve renal, ureteres, bexiga, mucosa vaginal, glândulas salivares e pancreáticas. Pode ocorrer também alterações oculares. Essas lesões se desenvolvem insidiosamente e são raras antes de dois anos.  O sintoma mais precoce é a diminuição da visão no escuro, até a completa cegueira noturna (nictalopia ou hemeralopia). A fotofobia também é um sintoma importante.  O epitélio da córnea também sofre alterações precoces: torna-se queratinizado, predispondo a infecções; camadas de células escamosas e secas se desenvolvem e configuram a xeroftalmia. O espessamento da córnea também contribui para a diminuição da acuidade visual. Em estágios mais avançados, com a infecção e infiltrado de linfócitos, a córnea torna-se enrugada, mole e se degenera irreversivelmente (ceratomalácia). Em casos muito graves, a córnea se rompe e permite o extravazamento do cristalino e humor vítreo.  A conjuntiva bulbar também sofre queratinização e desenvolve placas – as manchas de Bitot, outra lesão de surgimento precoce.  As glândulas lacrimais também podem queratinizar e ter seus ductos “entupidos”, diminuindo com isso a lubrificação e a manutenção do filme lacrimal. Outras manifestações clínicas, como parada de crescimento, diarreia, retardo mental, apatia e aumento da pressão intracraniana com separação de fontanelas também podem estar presentes.
Deficiência de vitamina A (All-Trans-Retinol)
958
Os sintomas precoces são: fadiga; apatia; irritabilidade; depressão; concentração ruim; anorexia; náusea e dor abdominal. Todos são elementos clínicos gerais e pouco característicos. A deficiência grave de... produz o..., doença caracterizada por sintomas neurológicos e cardiovasculares. A literatura descreve dois tipos de...: seco e úmido. A forma “seca” é constituída por sinais neurológicos. No úmido encontramos sinais cardíacos.  A neurite periférica é causada por degeneração da mielina. Há parestesias e disestesias em extremidades inferiores; perda da sensibilidade vibratória; diminuição dos reflexos profundos; cãibras e dor nas panturrilhas. Podem também ocorrer ptose palpebral e atrofia do nervo óptico. A rouquidão e a afonia são características marcantes da deficiência dessa vitamina, e traduzem a paresia do nervo laríngeo recorrente. Uma síndrome atáxica também pode se desenvolver.  As manifestações cardiovasculares são secundárias a uma síndrome de insuficiência cardíaca de alto débito. Há aumento das cavidades cardíacas, principalmente à direita, por degeneração gordurosa dos miócitos. Os principais sinais e sintomas são: cianose; taquidispneia; taquicardia; congestão venosa; hepatomegalia; edema periférico e derrames cavitários. O ECG revela inversão da onda T e alargamento do intervalo QT.  Encefalopatia de Wernicke: caracterizada por confusão mental; sonolência; irritabilidade; sinais oculares e ataxia. É rara em crianças.
B1 (tiamina) beribéri beribéri
959
Causas de deficiência de vitamina B1
Geralmente lactentes em uso de fórmula à base de soja, crianças em NPT prolongada sem reposição de tiamina, e descendentes do Oriente, onde o arroz é o alimento básico, são grupos de maior risco de hipovitaminose B1. Outras causas: consumo de certo tipo de peixe rico em tiaminase, que pode degradar a tiamina, e raramente pelo B. thyaminolyticus, parasita intestinal descrito no Japão, que consome grandes quantidades de tiamina.
960
como fzer o diagnóstico de deficiência de B1?
A dosagem de tiamina sérica tem pouco valor clínico, pois o método possui baixa sensibilidade e especificidade. Pode-se dosar os níveis séricos de transcetolase e a transcetolase eritrocitária, que na hipovitamina B1 estarão em níveis baixos e elevados, respectivamente
961
A doença causada pela deficiência de... chama-se..., e acarreta repercussões em todos os tecidos do corpo. As manifestações mais precoces são vagas e inespecíficas: anorexia, fraqueza, fadiga, sensação de queimação, tonteira e vertigem. Após um longo período de deficiência, surge a tríade clássica: dermatite, demência e diarreia.  Dermatite – pode se desenvolver abrupta ou insidiosamente, mas geralmente é desencadeada pela exposição solar. Inicia-se como uma queimadura de sol, com eritema de superfícies expostas. Podem aparecer vesículas e bolhas. Essas lesões cicatrizam, descamam e deixam a pele subjacente hiperpigmentada. É também muito comum a localização em “botas”, em “luvas” e ao redor do pescoço (colar de Casal). Podem estar associadas a glossite e a estomatite. Histologicamente são verificados edema e degeneração do colágeno da derme, infiltração linfocítica perivascular e hiperceratose da epiderme.  Diarreia – existe um espessamento e uma inflamação da parede do cólon; a mucosa está atrofiada e recoberta por uma pseudomembrana.  Demência – depressão, desorientação, insônia e delirium. A anatomia patológica mostra degeneração e desmielinização celular.
B3 (niacina) pelagra (pellis = pele; agra = áspera)
962
A deficiência isolada dessa vitamina é bastante rara, estando geralmente associada a outros distúrbios vitamínicos. O quadro clínico é caracterizado por queilose; glossite; dermatite seborreica; anemia hipocrômica e microcítica; linfopenia com prejuízo na diferenciação dos linfócitos, e redução da produção de anticorpos; neuropatia periférica e convulsões neonatais. Neonatos que iniciam crises convulsivas nos primeiros dez dias de vida, precedidas de hiperexcitabilidade e hiperacusia, em que os distúrbios etiológicos mais frequentes (cálcio, glicemia e infecção) foram descartados, devem ser tratados empiricamente com... Ocorre melhora eletroencefalográfica imediata. Essas crianças são então classificadas como portadoras de epilepsia dependente de..., doença pertencente ao imenso grupo dos erros inatos do metabolismo
vitamina B6 piridoxina 10-100 mg intravenosa piridoxina OBS.: A vitamina B6 engloba um grupo de substâncias: piridoxina, piridoxal e piridoxamina. Estes compostos têm a mesma atividade biológica e são interconvertíveis entre si. Participam de várias reações: - Metabolismo de aminoácidos (ex.: conversão de triptofano a niacina; conversão de metionina a cisteína); - Síntese de ácido araquidônico; - Síntese de protoporfirinas e heme; - Síntese de neurotransmissores, como a serotonina a partir do 5-hidroxitriptofano, Ácido Gama Amino Butírico (GABA) a partir do glutamato, e a dopamina;
963
As manifestações da deficiência dessa vitamina não são específicas e dificilmente esta deficiência acontece de modo isolado das demais. Podemos verificar queilite ou estomatite angular (fissuras no canto da boca, recobertas por placas amareladas); queilose (rachaduras e lesões labiais); glossite (língua avermelhada, dolorosa e edemaciada, com hiper ou atrofia das papilas linguais); conjuntivite; ceratite; fotofobia; lacrimejamento e dermatite seborreica (sulco nasolabial, região retroauricular, temporal, vestíbulo nasal e períneo). Essa vitamina interfere com o metabolismo do ferro, e por isto podemos encontrar anemia completando o quadro clínico.
Deficiência de B2 (riboflavina)
964
Dentre as manifestações clínicas associadas à deficiência dessa vitamina, pode ocorrer uma síndrome de degeneração combinada da medula por desmielinização das colunas dorsolaterais. O mecanismo fisiopatológico que leva a essa alteração não é completamente conhecido. Clinicamente manifesta-se com maior intensidade nos membros inferiores do que nos superiores; parestesias são as queixas iniciais, e evolui para uma síndrome de ataxia proprioceptiva, com perda da vibração e da posição segmentar. Pode agravar-se com paraplegia espástica e incontinência urinária e fecal. Outros sintomas podem ser decorrentes da degeneração neuronal dos nervos periféricos e sistema nervoso central: demenciação, perda de memória, irritabilidade e sinal de Lhermitte (dor em “choque” irradiada para baixo durante a flexão do pescoço). Um importantíssimo aspecto que deve ser lembrado é o fato de que a anemia pode não estar presente nos pacientes com sintomas neurológicos.
Deficiência de B12 (cobalamina)
965
A doença provocada pela carência dessa vitamina chama-se..., e as manifestações clínicas são mais evidentes no período de 6-24 meses. Os sintomas iniciais são gerais e inespecíficos: anorexia; irritabilidade; febre baixa; taquipneia e hipersensibilidade dolorosa nos membros inferiores, especialmente verificada durante a troca de fraldas. Alterações musculoesqueléticas A dor nos membros inferiores resulta em uma postura antálgica, e lembra uma pseudoparalisia: joelhos e quadris fletidos com a coxa rodada externamente. Esta postura é semiolgicamente conhecida como “posição de rã”. Pode haver um edema tenso nos membros e hemorragia subperióstea, que é comum principalmente nas extremidades. Há também formação de um “rosário” nas junções costocondrais e depressão esternal, à semelhança do que ocorre no raquitismo. Entretanto, a angulação do rosário nessa doença é mais aguda que na carência de vitamina D. Edema articular, artralgias e fraqueza também são achados comuns. Alterações cutâneas e mucosas Nas gengivas, há formação de um edema esponjoso com pontos hemorrágicos, principalmente localizados acima dos incisivos centrais superiores. Púrpura e equimoses cutâneas também podem ser verificadas. Na pele, são identificadas petéquias perifoliculares de aspecto típico. Há um prejuízo na cicatrização de feridas e na consolidação de fraturas ósseas. Um quadro semelhante à síndrome de Sjögren pode ser desencadeado, com: xerostomia, ceratoconjuntivite seca e aumento de parótidas. Pode ocorrer anemia por carência de ferro e folato, pois essa vitamina participa da facilitação da absorção intestinal de ferro e da conversão do ácido fólico em sua forma ativa.
Vitamina C (ácido ascórbico) escorbuto
966
Qual doença pode cursar com as seguintes alterações radiológicas: osteopenia; adelgaçamento da cortical da diáfise; linha branca espessa na metáfise (linha de Fraenkel), que corresponde a uma zona de cartilagem bem calcificada; núcleo epifisário com centro rarefeito e periferia densa (sinal do Anel de Wimberger); e em estágios bem avançados da doença, verificamos zonas de destruição logo abaixo da linha de Fraenkel. A hemorragia subperióstea não aparece na sua fase aguda, sendo apenas demonstrável quando calcifica, produzindo a clássica imagem em “halteres” ou “clavas”.
Escorbuto
967
Forma da vitamina D mais abundante na circulação e que, por isso, é a que melhor reflete os estoques de vitamina D do organismo.
25-hidroxivitamina D3
968
A 25-hidroxivitamina D3, nas mitocôndrias das células tubulares proximais renais, sob estímulo do PTH e da hipofosfatemia, sofre uma segunda hidroxilação, criando a forma mais ativa da vitamina D:
1,25(OH)2 vitamina D3 (calcitriol).
969
Algumas medicações induzem o sistema enzimático da P450, que é responsável pela degradação dos metabólitos ativos da vitamina D. Cite-as
fenobarbital, fenitoína, isoniazida, rifampicina
970
É uma doença de herança autossômica recessiva, caracterizada por uma alteração no gen que codifica a 1-a-hidroxilase renal, enzima responsável pela conversão da 25-D em 1,25-D. Assim, encontraremos altos níveis de 25-D no plasma ao lado de níveis reduzidos ou próximos do limite inferior de 1,25-D. Os níveis de PTH estão muito aumentados, pois o feedback negativo exercido pela 1,25-D está inoperante ou suboperante. Sabemos que o PTH aumenta as perdas renais de fosfato, aminoácidos e bicarbonato, levando ao desenvolvimento de uma acidose metabólica e hipofosfatemia. Os primeiros sinais e sintomas se desenvolvem em torno de dois anos, inclusive com hipocalcemia sintomática.
Raquitismo vitamina D-dependente tipo 1
971
também temos uma alteração genética herdada recessivamente, que produz uma alteração no receptor intracelular de vitamina D. Nesse caso, os níveis séricos de 1,25-D estão muito elevados. Ao lado das manifestações do raquitismo, encontramos alopécia em 50 a 70% dos pacientes, a qual é também um marcador da gravidade da doença.
Raquitismo vitamina D-dependente tipo 2
972
Um momento da vida em que a deficiência de cálcio e fósforo é um problema marcante, são os primeiros meses de vida de lactentes prematuros, que recebem apenas leite materno. Isso se dá porque é no terceiro trimestre de gestação que ocorre a intensa mineralização do esqueleto, e o leite materno supre apenas 25% das necessidades de ambos os minerais dos pré-termo. Então, para evitar a doença metabólica óssea da prematuridade, ou raquitismo da prematuridade, recomenda-se que o leite materno seja suplementado com 25 mg/kg/dia de fósforo e 50 mg/kg/dia de cálcio. V ou F
V
973
É uma síndrome caracterizada pela disfunção global do túbulo contornado proximal, levando à acidose metabólica (perda de bicarbonato), raquitismo (perda de fosfato e acidose metabólica crônica), perda de glicose, ácido úrico e aminoácidos. Além de importante dificuldade de ganho ponderoestatural, essas crianças desenvolvem poliúria, polidipsia, hipocalemia e hiponatremia. Etiologia Raramente é de causa primária familiar. As causas secundárias devem ser investigadas, principalmente a cistinose, tirosinemia, doença de Wilson, intoxicação por metais pesados, drogas (ácido valproico e aminoglicosídeos).
Síndrome de Fanconi
974
 Bossas frontais;  Craniotabes: amolecimento da calota craniana, que pode ser verificado durante a palpação da mesma, principalmente nas regiões parietal e occipital. A consistência assemelha- -se à de uma bola de pingue-pongue. Outras doenças que cursam com craniotabes são: osteogênese imperfecta, sífilis e hidrocefalia;  Rosário raquítico: provocado pelo alargamento das junções costocondrais. A força exercida pelo diafragma na inserção das costelas raquíticas produz o sulco de Harrison, que é visualizado como uma depressão logo abaixo do gradil costal durante a inspiração. Esse “amolecimento” das costelas prejudica a dinâmica ventilatória, podendo até mesmo predispor a atelectasias pulmonares e aumentar o risco de pneumonias;  Alargamento de punhos e tornozelos, refletindo o aumento da placa de crescimento, pois o osteoide continua a se expandir sem que haja uma adequada mineralização;  Depressão esternal;  Peito de pombo;  Cifoses e escolioses na coluna vertebral;  Alterações em membros inferiores: genu varum, genu valgum, coxa vara.
Raquitismo
975
a vitamina D deverá ser administrada de forma profilática a todas as crianças, independente da região do país, cor da pele ou tipo de alimentação. • Primeira semana de vida até 12 meses: 400 UI/dia. • 12 meses até 24 meses: 600 UI/dia. V ou F
V
976
Clínica da hipervitaminose por excesso de vitamina D
O efeito central da hipervitaminose D é a hipercalcemia, cuja fisiopatologia parece estar relacionada ao aumento da reabsorção óssea de cálcio. As manifestações clínicas são muito variadas:  Náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, anorexia e pancreatite;  Hipertensão e arritmias (redução do intervalo QT);  Letargia, confusão, alucinações e coma;  Poliúria, desidratação;  Hipernatremia;  Insuficiência renal aguda e crônica;  Nefrolitíase e nefrocalcinose. As alterações laboratoriais mais relevantes são o aumento da 25-D (> 150 ng/ml) e níveis normais da 1,25-D (provavelmente por downregulation sobre a 1-a-hidroxilase pelo PTH baixo e hiperfosfatemia), hiperfosfatemia e hipercalcemia.
977
Doença herdada de modo autossômico recessivo, e produz um deficit de absorção de lipídios a nível intestinal, por estar praticamente ausente a proteína Apo B-100. Cursa com baixíssimos níveis de colesterol e VLDL séricos laboratorialmente, e clinicamente com deficiência de vitamina E
abetalipoproteinemia
978
Muitas crianças podem desenvolver um quadro de ataxia crônica sem que haja história clínica de má absorção intestinal, recebendo erroneamente o diagnóstico de ataxia de Friedreich. Portanto, toda criança com síndrome atáxica deverá ser investigada sobre deficiência de vitamina E. V ou F
V
979
Lactentes prematuros, que desenvolvem anemia hemolítica com trombocitose após o primeiro mês de vida, devem ser tratados empiricamente com vitamina E. O tratamento é feito com 25 a 50 unidades/dia por uma semana. V ou F
V
980
Doença hemorrágica do recém-nascido: a deficiência de vitamina K no recém-nascido deve ser compreendida como o resultado de várias alterações fisiopatológicas importantes.
1- Existe uma pequena transferência placentária de vitamina K durante a gravidez, prevenindo a formação de estoques adequados. 2- O leite materno é uma fonte pobre de vitamina K (as fórmulas infantis são fortificadas). 3- Nos primeiros dias de vida, o intestino do bebê é praticamente estéril, o que exclui a produção endógena bacteriana como fonte da vitamina. 4- O uso de determinadas medicações pela mãe (como fenitoína, fenobarbital e warfarin) pode prejudicar ainda mais o metabolismo da vitamina K.
981
A Doença hemorrágica do recém-nascido pode ser dividida em três formas da doença, a saber:
1. Forma clássica ou precoce: acontece nas primeiras duas semanas de vida e manifesta- se com sangramento pelo trato gastrointestinal, mucosas, pele, cordão umbilical e local de circuncisão; 2. Forma tardia: ocorre mais comumente entre a 2ª e a 12ª semana de vida, embora casos sejam descritos até seis meses. Essas crianças são alimentadas exclusivamente com leite materno, e condições de risco para má absorção de vitamina K, como fibrose cística, atresia de vias biliares e deficiência de alfa-1-antitripsina devem sempre ser investigadas. Nessa forma, é comum haver sangramento intracraniano com desenvolvimento de crises convulsivas e sequelas neurológicas graves; 3. Secundária à ingestão materna de drogas: são exemplos os anticonvulsivantes e o warfarin.
982
Os derivados cumarínicos (ex.: warfarin) são substâncias estruturalmente semelhantes à naftoquinona, e exercem sua atividade anticoagulante ao...
impedira carboxilação mediada pela vitamina, dimiuiindo a síntese de fatores de coagulação (II, VII, IX e X)
983
Quais RNs devem receber vitamina K profilática?
• Bebês com idade gestacional > 32 semanas e > 1.000 g: 1 mg IM ou EV; • Bebês com < 32 semanas e > 1.000 g: 0,5 mg IM; • Bebês com < 1.000 g, independentemente da idade gestacional: 0,3 mg IM.
984
Doença genética, autossômica recessiva caracterizada por uma ineficaz absorção de zinco intestinal. Os sintomas se iniciam no primeiro mês de vida em bebês sob aleitamento materno ou uso de leite de vaca. As lesões cutâneas podem ser do tipo vesicobolhosas, eczematosas, secas ou psoriaziformes, de distribuição simétrica em regiões perioral, perineal, bochechas, cotovelos, joelhos e tornozelos. Os cabelos têm uma coloração avermelhada e locais de alopécia são comuns. Os sinais e sintomas oculares são: fotofobia, conjuntivite e blefarite. Outras manifestações: glossite, estomatite, diarreia crônica, prejuízo na cicatrização de feridas, retardo de crescimento, irritabilidade, infecções bacterianas de repetição (comprometimento imunológico) e superinfecção por Candida.
acrodermatite enteropática
985
ondição de herança recessiva ligada ao X, que acarreta um defeito na absorção intestinal de cobre. Seu quadro clínico é delineado por uma vasta gama de manifestações: 1) Sintomas neurológicos: degeneração cerebral e cerebelar iniciada nos primeiros meses de vida, levando a quadriparesia espástica até a postura de descerebração; retardo mental; crises convulsivas; 2) Cabeça: microcefalia, braquicefalia, rosto “rechonchudo” e cabelos enrolados, esparsos, curtos e brancos; 3) Pele: hipopigmentação.
Doença de Menkes
986
Quano iniciar as estatinas no contexto da pediatria?
A partir dos 10 anos, o tratamento farmacológico pode ser considerado, mas sempre será precedido por pelo menos seis meses de mudanças alimentares e atividades físicas. Apenas na ausência de melhora após essa intervenção, a terapia farmacológica é prescrita Na hipercolesterolemia, o tratamento farmacológico, após seis meses de dieta/atividade física, será indicado quando houver: - LDL-colesterol > 190 mg/dl - LDL-colesterol > 160 mg/dl e presença dos seguintes critérios: história familiar de DAC prematura ou dois ou mais fatores de risco (HDL-c < 35 mg/dl, fumo, hipertensão arterial, obesidade e diabetes).