Hepatologia Flashcards

1
Q

Os estreitos espaços que separam as placas de
hepatócitos dos sinusoides hepáticos são conhecidos
como…

A

espaços de Disse

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2
Q

Cada espaço-porta possui em seu interior

A
  • uma vênula (ramo da porta),
  • uma arteríola (ramo da artéria hepática),
  • um dúctulo biliar e vasos linfáticos

todos eles envoltos por uma bainha de tecido conjuntivo.

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3
Q

No centro de cada lóbulo hepático está um pequeno

e único vaso venoso…

A
  • a vênula central (ou centrolobular).

* Os sinusoides hepáticos “caminham” para o centro do lóbulo, desembocando na vênula central

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4
Q

A veia porta é responsável por… do fluxo sanguíneo hepático, ficando a artéria hepática com apenas…

Cerca de 50-70% da oxigenação do
fígado vem da… e 30-50% da…

A

70-75%

25-30% do fluxo total.

veia porta

artéria hepática

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5
Q

O espaço tubular formado pela união longitudinal

de vários hepatócitos é denominado…

A

canalículo biliar (ou bilífero)

*Note que os canalículos
biliares não têm parede própria, e são as primeiras
estruturas coletoras de bile

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6
Q

Os canalículos biliares formam uma extensa
rede, que continua pelas placas celulares, dirigindo-
se do… para…

A

centro do lóbulo

periferia

*fluxo retrógado (oposto do sangue)

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7
Q

Na periferia, os canalículos biliares desaguam

num…

A

ducto biliar (canal de Hering) que fica dentro do espaço-porta

*Os ductos biliares vão se unindo
uns aos outros, para formar os ductos hepáticos
(esquerdo e direito), que deixam o fígado.

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8
Q
Uma ligeira hipoglicemia (45 a 60 mg/dl)
ocorre em aproximadamente metade dos pacientes
com hepatite viral aguda não complicada.
Como regra, estes pacientes não são
hiperinsulinêmicos. Se a doença hepática
aguda for grave (hepatite fulminante), a hipoglicemia
pode ser acentuada e potencialmente
fatal. Explique
A

O fígado é o órgão responsável por manter os níveis séricos de glicose (fora dos momentos de alimentação) por meio da glicogenólise e gliconeogênese

***A intolerância a glicose, por outro lado, está
associada mais comumente à doença hepática
crônica e cirrose. As concentrações plasmáticas
de insulina tendem a ser altas, sugerindo um
estado de resistência periférica a este hormônio.
A resistência à insulina também pode refletir
uma maior secreção de glucagon, ou mesmo a
presença do shunt portossistêmico dos pacientes
cirróticos, que faz com que a insulina secretada
pelo pâncreas tenha menos “contato”
com o fígado (impedindo a inibição da gliconeogênese
hepática pela insulina).

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9
Q

O fígado gorduroso (esteatose hepática) reflete
habitualmente um acúmulo excessivo de…, resultante de um desequilíbrio entre a biossíntese destes e sua secreção no plasma na forma de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL).

Muitas condições podem ser responsáveis pelo
desenvolvimento da esteatose hepática, e entre
elas destacam-se a

A

triglicerídios

ingestão de etanol, a desnutrição proteicocalórica, o diabetes mellitus, a terapia com corticoides e a obesidade.

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10
Q

São várias as condições que determinam um
aumento do aporte de amônia para o sistema
nervoso central, e cada uma atua de maneira
diferente:

a) Uma doença hepática grave interfere na depuração
da amônia, predispondo diretamente
à encefalopatia hepática;

b) Caso esta doença curse com hipertensão porta,
o desenvolvimento de shunts portossistêmicos
exacerba mais ainda o processo (a amônia
absorvida no intestino vai direto para o sistema
nervoso central, sem passar pelo fígado);

c) Hemorragia digestiva: o metabolismo da
hemoglobina recém-liberada pelas bactérias da
flora intestinal forma amônia, produto do catabolismo
dos aminoácidos… A amônia é imediatamente
absorvida e, nos pacientes com
disfunção hepática crônica, pode exceder a
capacidade dos hepatócitos em metabolizá-la…

d) Equilíbrio eletrolítico e acidobásico: a hipercalemia
e a acidose metabólica podem desencadear
encefalopatia hepática em cirróticos.
Sabemos que a hipercalemia gera acidose. A
amônia circula em dois estados: dissociado
(NH3) e não dissociado (NH4+), este último
chamado amônio. O pH ácido aumenta a
conversão do NH4+ em NH3. Ao contrário do NH4+, o NH3 é lipossolúvel e, portanto, cruza com facilidade
a barreira hematoencefálica…
V ou F

A

F
d) Equilíbrio eletrolítico e acidobásico: a hipocalemia
e a alcalose metabólica podem desencadear
encefalopatia hepática em cirróticos.
Sabemos que a hipocalemia gera alcalose. A
amônia circula em dois estados: dissociado
(NH3) e não dissociado (NH4+), este último
chamado amônio. O pH alcalino aumenta a
conversão do NH4+ (forma ácida) em NH3
(forma básica). Ao contrário do NH4+, o NH3
é lipossolúvel e, portanto, cruza com facilidade
a barreira hematoencefálica…

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11
Q

A primeira substância formada a partir da protoporfirina
é a biliverdina, mas esta é rapidamente
reduzida à bilirrubina livre insolúvel,
que é liberada dos macrófagos para o plasma.
A bilirrubina livre imediatamente se combina
com a albumina plasmática, para manter a sua
solubilidade, sendo transportada dessa forma
na corrente sanguínea. A bilirrubina ligada à
albumina é chamada de bilirrubina indireta
ou não conjugada

O hepatócito desempenha um papel primordial
no metabolismo da bilirrubina, e três fases básicas
são reconhecidas:

A

1) Captação;
2) Conjugação;
3) Excreção.

*Dessas etapas, a terceira (excreção) parece
ser a que limita a velocidade do processo, e
é a mais suscetível quando ocorre dano na
célula hepática

Captação
A bilirrubina não conjugada ligada à albumina
chega ao hepatócito e se dissocia, penetrando
a célula e ligando-se a proteínas citoplasmáticas
(de forma a impedir seu retorno ao plasma).

Conjugação
A bilirrubina não conjugada é insolúvel em
água e precisa ser convertida num derivado
hidrossolúvel, para que possa ser excretada do
hepatócito para a bile. Este processo é efetuado
no citoplasma do hepatócito, por conjugação
da bilirrubina com o carboidrato glucoronídeo,
realizada pela importante enzima glucoroniltransferase.
Uma vez conjugada ao glucoronídeo,
a bilirrubina passa a ser chamada de
bilirrubina direta ou conjugada

Excreção para a Bile
A bilirrubina conjugada agora precisa sair do
hepatócito e ganhar os canalículos biliares. Este
processo é chamado de excreção e depende de
ATP. Por isso, como já dito, constitui a etapa
limitante do metabolismo da bilirrubina, e é a
primeira a ser afetada quando de um distúrbio
do hepatócito. Qualquer alteração desta etapa
significa acúmulo de bilirrubina direta no hepatócito,
que então “regurgita” de volta para o
plasma

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12
Q

Após o seu aparecimento na luz intestinal, a

bilirrubina direta pode seguir dois caminhos:

A

1- Ser excretada nas fezes;
2- Ser metabolizada em urobilinogênio (maior parte).

**Uma vez no intestino grosso, cerca de 50% da
bilirrubina conjugada é convertida em urobilinogênio
(uma substância altamente hidrossolúvel)
pelas bactérias intestinais no cólon ascendente.
Uma pequena parte do urobilinogênio
é reabsorvida pela mucosa intestinal de
volta ao fígado e corrente circulatória de onde
é excretada pelos rins através da urina em quantidade
que não excede 4 mg/dia. Por isso, todo
exame de urina (EAS) apresenta positividade
para urobilinogênio (mas não para bilirrubina!).
Após exposição da urina ao ar, o urobilinogênio
se oxida em urobilina, enquanto nas fezes,
após oxidação, transforma-se em estercobilina,
contribuindo para as colorações características
da urina e das fezes. Parte do urobilinogênio
que chega ao fígado é excretado novamente
na bile

***Nas situações em que a excreção hepática está
aumentada, como na produção exagerada de
bilirrubina (hemólise), os níveis de urobilinogênio
urinários podem subir muito,

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13
Q

A BI,
em virtude de estar fortemente ligada à albumina
(e também por ser insolúvel em água), não é filtrada
pelo glomérulo normal. Já a BD, nas condições
em que circula no sangue, é filtrada no
glomérulo e acaba aparecendo na urina. Portanto,
a hiperbilirrubinemia direta acarreta bilirrubinúria
V ou F

A

V

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14
Q

Os distúrbios do metabolismo da bilirrubina
podem ocorrer através de cinco mecanismos
básicos. Cite-os

A

Galeria (foto 1)

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15
Q

Numa classificação mais simplista, porém muito
popularizada, existem três grandes grupos
de icterícia:

A
  • Hemolítica (produção): predomina BI
  • Hepatocelular (captação – conjugação – excreção): Mista, predomina BD
  • Obstrutiva (colestática): Mista, predomina BD
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16
Q

Devido a sua elevada frequência (7% da população
caucasiana), é o distúrbio hereditário do metabolismo da bilirrubina mais comumente encontrado pelo médico

predomina no sexo masculino
(3:1) e resulta de uma leve deficiência da enzima
que realiza a conjugação da BI dentro do hepatócito
(ou seja, uma deficiência hereditária
“leve” de glucoronil-transferase). Comporta-se
de forma benigna, sem complicações, embora
seja crônica, caracterizando-se por uma hiperbilirrubinemia
indireta leve e persistente

Na maioria das vezes a icterícia se inicia em
torno dos 20 anos de idade, mas costuma ser tão
leve que o paciente geralmente só se dá conta
após exames laboratoriais de rotina, ou então
após um período de jejum prolongado (em que
ela se acentua – ver adiante). Os níveis de bilirrubina
total raramente ultrapassam 5 mg/dl

Tipicamente a icterícia se agravará após:
(1) Jejum prolongado ou retirada das gorduras
da dieta;
(2) Exercício intenso;
(3) Ingestão de álcool;
(4) Administração de ácido nicotínico.

suspeita-se desta síndrome quando o paciente apresenta hiperbilirrubinemia não conjugada leve e persistente, mas:
a) Não há outros sinais ou sintomas sistêmicos;
b) Não há hemólise laboratorialmente reconhecida;
c) As provas de função hepática são normais;
d) A biópsia (não necessária) é normal – embora
em alguns casos possa haver depósitos inespecíficos
de lipofuscina na zona centrolobular

Não é necessário tto. Alguns pacientes, por motivos puramente
estéticos (como modelos), podem receber fenobarbital
cronicamente em baixas doses para reduzir
a intensidade da icterícia. Esta droga aumenta
a atividade da glucoronil-transferase

A única consequência clínica potencial é o acúmulo de algumas drogas de metabolização hepática. Um exemplo é o quimioterápico irinotecan, que pode causar diarreia e mielotoxicidade.

A

síndrome de Gilbert

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17
Q

Os recém-nascidos desenvolvem hiperbilirrubinemia
indireta que pode atingir 45 mg/dl (a
BD está caracteristicamente ausente). Em
geral, essas crianças morrem dentro do primeiro
ano de vida (decorrente do kernicterus),
embora tenha sido relatada sobrevivência até
os 30 anos. A BI, ao contrário da BD, passa
facilmente a barreira hematoencefálica, provocando
efeitos tóxicos no SNC. As provas
de função hepática são normais, assim como
a histologia hepática.

A plasmaférese é considerada o melhor tratamento
clínico para esses pacientes. A fototerapia
pode reduzir de maneira temporária e
transitória o nível de bilirrubina não conjugada,
pela formação de um isômero “excretável” na
bile ou urina.

Da mesma forma, a inibição da
síntese de bilirrubina, pela administração de
inibidores da heme-oxigenase, como a tin-
-protoporfirina ou a tin-mesoporfirina, é útil
nas crises. O fenobarbital (indutor da transferase)
não é eficaz, já que não há nenhuma enzima
para ser induzida.
O transplante hepático é a única opção definitiva
de cura.

A

Síndrome de Crigler-Najjar Tipo I

Deficiência completa da glucoronil trasnferase

*O tipo II resulta de uma deficiência parcial
(moderada a grave) da glucoronil-transferase,
e suas consequências são menos graves que no
tipo I. Os níveis séricos de BI são relativamente
mais baixos (6 a 20 mg/dl), a icterícia pode
não aparecer até a adolescência e as complicações
neurológicas são raras. A bile contém
quantidades variáveis de BD.
O fenobarbital é eficaz na redução dos níveis
séricos de BI, na medida em que é um “indutor”
da transferase, e pode ser utilizado, inclusive,
na diferenciação entre o tipo I e o tipo II da
síndrome, já que no primeiro não há resposta
a esse medicamento.

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18
Q

também conhecida
como icterícia crônica idiopática, é um
distúrbio hereditário que resulta de um defeito na
fase de excreção, secundário a um defeito no gene
MRP2 – os hepatócitos não conseguem mais
excretar a bilirrubina já conjugada para a bile.
Trata-se de condição típica de judeus Sefarditas
(isto é, originários da região do Irã/Iraque)…

Os níveis de bilirrubina estão entre 2-5 mg/dl na
maioria dos casos (mas podem chegar a 25 mg/
dl). Predomina a fração direta, embora os níveis
de BI também estejam aumentados. Os anticoncepcionais
orais podem acentuar a icterícia, ou
mesmo produzir o primeiro episódio desta.

Os pacientes com esta síndrome ou são assintomáticos,
ou apresentam sintomas gastrointestinais
vagos, como hepatomegalia discreta
e hipersensível. Os estigmas de colestase, como
prurido e esteatorreia, em geral estão ausentes.
Os níveis séricos de fosfatase alcalina (bem
como qualquer outra enzima hepática) estão
caracteristicamente normais.
Neste contexto,
a dosagem da coproporfirina urinária confirma
o diagnóstico: nestes pacientes, apesar de os
níveis serem normais, a fração predominante
é a coproporfirina I, em vez da coproporfirina
III (que predomina em pessoas normais).

centrolobular
dos lóbulos hepáticos é característico (embora
a biópsia hepática seja desnecessária para
o diagnóstico).
Este pigmento representa a deposição tecidual
de polímeros de metabólitos da bilirrubina que
não consegue ser excretada. Macroscopicamente
o fígado adquire uma coloração completamente
enegrecida!
O prognóstico da síndrome de Dubin-Johnson
é excelente e não há necessidade de tratamento

A

Síndrome de Dubin-Johnson

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19
Q

É um distúrbio do armazenamento da bilirrubina
conjugada, que acaba retornando ao sangue antes
de ser excretada na bile – em muitos aspectos é
semelhante à síndrome de Dubin-Johnson. Diferencia-
se desta por haver aumento de 3-5 vezes
nos níveis urinários de coproporfirina e pelo fato
de não haver pigmentação característica nos hepatócitos
– aqui a biópsia também é desnecessária

A

Síndrome de Rotor

*olhar foto 2 galeria

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20
Q

A histopatologia demonstra acúmulo de pigmento
biliar nos hepatócitos e células de Kupffer.
Nos casos de doença do sistema de drenagem
biliar intra ou extra-hepático, observa-se dilatação
dos canalículos biliares entre os hepatócitos,
edema e degeneração hepatocitária (por efeito
detergente dos ácidos biliares), apoptose e alterações
nos espaços-porta (proliferação de dúctulos
biliares, edema, infiltrado neutrofílico).
Clinicamente, o paciente apresenta icterícia
(forte predomínio da BD) e o restante da síndrome
colestática: além da icterícia, colúria,
acolia fecal, prurido. O prurido tem fisiopatogênese
desconhecida, e parece estar relacionado
a um aumento no tônus opioidoérgico
(tanto que melhora com a administração de um
antagonista dos receptores opioides, o naloxone).
Também pode ter um componente de acúmulo
de ácidos e sais biliares na pele… A esteatorreia
e a deficiência de vitaminas lipossolúveis,
especialmente a vitamina K (coagulopatia),
ocorrem nos casos mais acentuados.

Laboratorialmente, as enzimas presentes
na superfície dos canalículos e dúctulos
biliares se elevam na corrente sanguínea, pelo
efeito detergente dos ácidos biliares. São elas:
fosfatase alcalina e gama-GT (gama-glutamil-
transpeptidase). A enzima 5’-nucleotidase
também é muito citada pela literatura estrangeira
como um eficiente marcador de colestase
a ser usado em conjunto com a fosfatase alcalina,
exatamente como a gama-GT.

A

Síndrome colestática

*Colestase intra-hepática
As causas de colestase intra-hepática incluem
as condições em que o hepatócito é incapaz de
excretar a bile (hepatite), e aquelas em que há
algum problema com a drenagem da bile pela
árvore biliar dentro do próprio parênquima
hepático. As principais são:
(a) Hepatite viral (especialmente a hepatite A
aguda);
(b) Hepatite tóxica e medicamentosa (principalmente
fenotiazinas e estrogênios);
(c) Doenças infiltrativas do fígado;
(d) Cirrose biliar primária (uma doença autoimune
dos dúctulos biliares).

** Colestase Extra-Hepática
A colestase extra-hepática ocorre por obstrução
de alguma grande via biliar (principalmente o
colédoco). As principais causas de obstrução
são os cálculos e as neoplasias. A colangite
esclerosante é uma doença autoimune que leva
a estenoses múltiplas no sistema biliar extra e
intra-hepático.

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21
Q

• Icterícia Rubínica (alaranjada) →

A

Leptospirose (disfunção hepatocelular + vasodilatação cutânea).

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22
Q

Icterícia associada a Telangiectasias, eritema palmar, linhas brancas transversais nas unhas (sinal de Muehrcke= hipoalbuminemia), diminuição de pilificação
secundária →

A

Cirrose

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23
Q

Icterícia + sopro arterial sobre o fígado →

A

Hepatite alcoólica

Carcinoma hepatocelular

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24
Q

Vesícula palpável indolor (ou mesmo visível

– Sinal de Courvoisier) + Icterícia →

A

Neoplasia periampular

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25
Q

No paciente ictérico, os níveis séricos aumentados de fosfatase alcalina e gama-GT confirmam a existência de colestase, mas não definem o local da obstrução
V ou F

A

V

*Lembrar que a atividade da Fosfatase Alcalina (FA) também pode estar aumentada em distúrbios
ósseos e na gestação, por isoformas diferentes. Da mesma maneira, é importante lembrar que a
atividade da Gama-Glutamil-Transpeptidase (GGT) pode ser exacerbada por certos medicamentos
ou pelo álcool (mesmo na ausência de um distúrbio hepático) – como esta enzima não é encontrada
no osso, valores normais indicam que o aumento da FA é de origem óssea. Conclusão: a FA e
a GGT devem ser analisadas em conjunto

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26
Q

Os… constituem um indicador muito sensível de colestase, mas este teste não
costuma ser disponível

A

ácidos biliares séricos

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27
Q

Os maiores níveis de aminotransferases são observados nas…

Nas obstruções biliares agudas por cálculo há um predomínio inicial e transitório das aminotransferases em relação às enzimas canaliculares, quadro que se
inverte passados alguns dias (isto é, o aumento é inicialmente maior em ALT/AST do que em FAL/
GGT, mas, depois, predomina o aumento de FAL/GGT sobre ALT/AST).

A

hepatites virais, hepatite isquêmica

e na intoxicação por paracetamol

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28
Q

Quando a AST se eleva mais que a ALT, numa relação > 2:1, devemos pensar em

A

hepatite alcoólica.

*Outras possíveis causas são esteato-hepatite não alcoólica, hepatite fulminante por doença
de Wilson ou evolução de qualquer hepatopatia crônica para cirrose.

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29
Q

Se o tempo de protrombina estiver alargado (com atividade de protrombina reduzida), a administração
parenteral de 10 mg de vitamina K o faz retornar ao normal nos casos de colestase, havendo
pouca ou nenhuma alteração nas icterícias hepatocelulares (é a chamada “prova da vitamina
K)
V ou F

A

V

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30
Q

Na suspeita de cirrose biliar primária, deve ser solicitada a pesquisa do…

A

anticorpo antimitocôndria

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31
Q

O “hepatograma” é dividido entre as enzimas
hepáticas e as provas de função hepática. As
enzimas são as transaminases (aminotransferases),
como a ALT (TGP) e a AST (TGO).
ALT (TGP) = alanina aminotransferase ou
transaminase glutâmico-pirúvica; AST (TGO)
= aspartato aminotransferase ou transaminase
glutâmico-oxalacética. Na síndrome de
lesão hepatocelular (hepatite aguda), encontramos
grande aumento das transaminases
(5-20x) e pouco aumento da fosfatase alcalina
e da gama-GT. Já na síndrome de colestase
(coledocolitíase, por exemplo) encontramos
exatamente o inverso: pouco ou nenhum
aumento das transaminases (2-3x) e grande
aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT.
Dentre as “provas de função hepática”, destacam-
se a albumina e o tempo de protrombina
(INR). Estas medem o poder de síntese
dos hepatócitos; quando gravemente disfuncionantes,
sintetizam menos albumina (hipoalbuminemia)
e menos fatores da coagulação
(TAP alargado). O TAP é melhor do que
o PTTa, por medir a via extrínseca, dependente
do fator VII, que é o primeiro fator da
coagulação que se torna depletado (dada a
sua curta meia-vida plasmática). A amônia
sérica (11-32 μmol/L) está elevada na insuficiência
hepática; esta última mede a função
detoxificadora do fígado.

V ou F

A

V

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32
Q

Tabela com os tipos de vírus da hepatite, transmissão, incubação e formas crônicas

A

Galeria (foto 3)

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33
Q

Todas as hepatites virais (agudas e crônicas)
são doenças de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓ-
RIA no Brasil, devendo a notificação ser feita
em até sete dias
V ou F

A

V

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34
Q

Vale ressaltar que a febre alta é um achado comum da hepatite viral, principalmente em um curso “fulminante”
V ou F

A

F
Vale ressaltar que a febre alta é um achado incomum
nas hepatites virais agudas, devendo
levar à consideração de outros diagnósticos
(ex.: virose respiratória, dengue, leptospirose,
colangite bacteriana, etc.). A febre alta pode,
no entanto, acompanhar uma hepatite viral de
curso “fulminante”

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35
Q

Manifestações clínicas da fase prodrômica das hepatites virais

A

Mal-Estar, Astenia, Anorexia, Náuseas e Diarreia;
Febre e Sinais das Vias Aéreas Superiores;
Perda ou Perversão do Paladar (Clássica);
Artralgias e/ou Artrite (15%);
Rash/Urticária;
Esplenomegalia (10%);
Glomerulonefrite Aguda.

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36
Q

Após um período de vários dias a poucas semanas,

a fase prodrômica evolui para a fase…, caracterizada clinicamente pelo surgimento de…

A

ictérica

icterícia, associada ou não com colúria,
hipocolia fecal e prurido (síndrome colestática).

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37
Q

A última fase das hepatites virais é a…, marcada clinicamente pela percepção, por parte do paciente,
da melhora dos sintomas (com volta gradual
da sensação de bem-estar) e pela melhora dos
sinais desenvolvidos durante a fase ictérica
(icterícia, colúria e acolia fecal).

A

fase de convalescência

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38
Q

Hemograma nas hepatites virais

A

É comum a leucopenia por queda de neutrófilos
e linfócitos, logo evoluindo para linfocitose.
O aumento do percentual de linfócitos
atípicos pode ocorrer, assemelhando-se
ao hemograma da mononucleose infecciosa.
A leucocitose neutrofílica é rara e geralmente
ocorre nos casos de hepatite fulminante.
Algumas formas de hepatite aguda que fazem
diagnóstico diferencial com a viral podem
cursar com leucocitose – é o caso típico da
hepatite alcoólica aguda, em que a leucocitose
vem acompanhada de importante desvio
à esquerda (aumento de neutrófilos e bastões).
A leptospirose é outra causa de icterícia
aguda que também pode cursar com
leucocitose neutrofílica (pois se trata de uma
infecção bacteriana).

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39
Q

a magnitude na elevação das
aminotransferases guarda relação direta
com o prognóstico da hepatopatia
V ou F

A

F
a magnitude na elevação das
aminotransferases não guarda relação direta
com o prognóstico da hepatopatia

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40
Q

Na síndrome hepatocelular, vista nas hepatites virais, qual a fração da bilirrubina aumenta mais? por quê?

A

BD.
Em relação ao metabolismo da bilirrubina, a
injúria da célula hepática (hepatócito) compromete
mais a etapa da excreção de bilirrubina
para os canalículos biliares do que as etapas
de captação e conjugação. Isso vem do fato
de a excreção de bilirrubina do hepatócito ser
um processo altamente dependente de ATP
(energia). Por isso, nas hepatites é comum o
aumento predominante da bilirrubina direta

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41
Q

alguns pacientes evoluem com
componente colestático associado (“colestase
intra-hepática”), com elevações moderadas da
fosfatase alcalina e gama-GT. Isso é particularmente
visto na chamada…

A

“forma colestática
da hepatite A”, mas pode ocorrer em outras
hepatites virais.

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42
Q

a…, a… e o… são os principais parâmetros de mau
prognóstico da hepatite viral aguda, pois significam
insuficiência hepática aguda

A

encefalopatia hepática

hipoalbuminemia

alargamentodo TP

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43
Q

É um vírus de RNA, com capsídeo
icosaédrico, desprovido de envelope, pertencente
à família Picornaviridae, gênero Hepatovirus.
Apesar de terem sido demonstradas
variações no genoma deste vírus (são descritos
seis genótipos distintos), existe apenas um sorotipo

Atualmente, no Brasil, o grupo mais acometido é o das crianças com idade abaixo
de dez anos, com pico de incidência na
faixa etária entre 5-6 anos.

A

HAV

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44
Q

é a hepatite viral mais relacionada
à síndrome colestática intra-hepática, cursando
com prurido intenso, colúria e acolia
fecal, bem como com elevação moderada da
fosfatase alcalina, gama-GT e bilirrubina direta.
Nas formas sintomáticas clássicas, as aminotransferases
começam a se elevar ainda no
período de incubação, normalizando 3-4 semanas
após o início dos sintomas.

A

HAV

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45
Q

Existe falso-positivo para a elevação do IgM

anti-HAV?

A

Sim, o fator reumatoide pode causar

falsa positividade nesse teste.

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46
Q
De acordo com o Ministério da Saúde, pode
ser necessário o afastamento do paciente de
suas atividades (principalmente crianças que
frequentam creche ou escola) durante
A

as primeiras
duas semanas da doença, e não mais
que um mês após o início da icterícia.

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47
Q

O vírus da hepatite B (HBV) é um vírus de DNA
pertencente à família Hepadnaviridae, sendo
bastante diferente do vírus da hepatite A. Estruturalmente, possui um
envoltório lipoproteico e um núcleo central
denso (core). O envoltório lipoproteico expressa
um antígeno, denominado antígeno de superfície
(…). O núcleo central denso possui
outro antígeno, conhecido como…

Um terceiro e importante antígeno do vírus B, denominado… é secretado na
corrente sanguínea pelos hepatócitos infectados
somente na vigência de elevadas taxas de replicação
viral.

Existe ainda mais um antígeno, cuja função até pouco tempo atrás era desconhecida: o …
Trata-se de uma molécula que estimula a transcrição de genes viraise celulares, que inclusive pode estimular a transcrição de genes de outros vírus, como o HIV (quando há coinfecção HBV-HIV).

A

HBsAg

HBcAg

“antígeno e” (HBeAg)

“antígeno x” (HBxAg)

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48
Q

O HBsAg é produzido em grande quantidade
durante a infecção pelo vírus B, sendo facilmente
detectado por exames sorológicos mesmo
quando o vírus não se encontra em estado
replicativo. Este antígeno circula na forma de
pequenas partículas livres, esféricas ou tubulares,
cujas concentrações plasmáticas são
cerca de 1.000 vezes maiores que as concentrações
do vírus completo. Por este motivo,
costuma-se dizer que o HBsAg é um

A

marcador da presença do HBV no corpo, esteja o vírus

ativo ou não

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49
Q

Hoje se reconhece a existência de dez genótipos
distintos do HBV (nomeados com letras
do alfabeto), os quais apresentam diferenças
significativas na sequência de nucleotídeos
do genoma. A prevalência desses genótipos
varia conforme a região geográfica: no Brasil,
os mais frequentes são os genótipos A, D e F.
Parece que o genótipo pode influir na taxa de
resposta ao tratamento, bem como na chance de
complicações (ex.: os genótipos A e B teriam
melhor resposta ao interferon, e os genótipos
C e F teriam maior chance de evoluir para hepatocarcinoma).
Todavia, a determinação do
genótipo do HBV não possui relevância prática,
uma vez que essa informação – pelo menos por
enquanto – não condiciona qualquer mudança
no algoritmo terapêutico.
V ou F

A

V

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50
Q

A transmissão perinatal responde por 20-25%
dos casos de transmissão vertical, sendo, por
conseguinte, o tipo mais importante. Ela ocorre
por: (1) microtransfusões de sangue materno
durante as contrações uterinas, (2) ruptura da
membrana amniótica com exposição do feto
ao sangue e às secreções contaminadas, (3)
contato das mucosas fetais com sangue e secreções
contaminadas presentes no canal vaginal
V ou F

A

F
A transmissão perinatal responde por 90-95%
dos casos de transmissão vertical

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51
Q

Quando
se iniciam os primeiros sinais e sintomas da
hepatite B, dois importantes eventos costumam
ser evidentes:

A
  • aumento das aminotransferases
  • aparecimento do anticorpo contra o antígeno
    do core, o anti-HBc
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52
Q

O… aparece no soro logo após o HBsAg (1-2 semanas),
juntamente com os sintomas da hepatite.
Este anticorpo permanece positivo por 4-5
meses. Em conjunto com o HBsAg, compõe
os dois marcadores sorológicos mais importantes
para o diagnóstico de hepatite B aguda.

O… aparece pouco tempo depois do IgM, permanecendo positivo indefinidamente, mesmo que ocorra cura (cicatriz sorológica) ou cronificação da doença.

A

anti-HBc IgM

anti-HBc IgG

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53
Q

Imagem com os marcadores e fases clínicas da HBV

A

Galeria (foto 4)

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54
Q

a presença do HBsAg por mais de
seis meses significa cronificação da infecção
V ou F

A

V

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55
Q

Uma hepatite será

considerada “fulminante” quando…

A

evoluir para
encefalopatia hepática (por insuficiência hepática)
num período de oito semanas a partir do
início do quadro clínico

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56
Q

Clinicamente, o início de uma evolução ruim
é com frequência prenunciado pela acentuação
dos sintomas gastrointestinais durante a fase
ictérica e do surgimento de febre persistente.
A própria icterícia também se intensifica, e o
fígado experimenta uma redução de seu volume
à palpação abdominal. A partir de então surgem
gradualmente os sintomas de insuficiência hepática,
como flapping, distúrbios eletrolíticos,
distúrbios da consciência entre outros. As
aminotransferases tendem a sofrer… de
seus níveis séricos, e pode haver leucocitose
com neutrofilia e desvio à esquerda.

A

redução

*Laboratorialmente, a hepatite fulminante se
caracteriza por extensa necrose do parênquima
hepático, com desenvolvimento precoce dos
anticorpos anti-HBs, anti-HBc e anti-HBe, e
desaparecimento dos antígenos virais correspondentes.
“A gravidade do dano hepático está
intimamente relacionada com a velocidade de
desaparecimento do HBV”… O anti-HBc IgM
é encontrado em altíssimos títulos.

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57
Q

A relação entre hepatite B e esta forma de vasculite
necrosante sistêmica se baseia no fato de
que cerca de 30% dos portadores de… apresentam
positividade para o HBsAg. Os imunocomplexos
envolvendo antígenos do HBV e os
anticorpos dirigidos contra eles parecem mediar,
nestes casos, a agressão à parede vascular

A

Poliarterite nodosa (PAN)

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58
Q

se manifesta
como uma erupção maculopapular, eritematosa,
não pruriginosa e simétrica sobre a face,
membros e nádegas, que costuma persistir por
15 a 20 dias. As mucosas são poupadas e é comum
o surgimento de adenopatia inguinal e
axilar. Esta acrodermatite é extremamente associada
à circulação do HBsAg em crianças, especialmente
aquelas com menos de 4 anos de
idade. As evidências clínicas de lesão hepatocelular
podem coincidir com o início das manifestações
cutâneas, ou, mais comumente, se
iniciam quando a dermatite começa a melhorar

A

Acrodermatite papular (doença de Gianotti)

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59
Q

A positividade do HBsAg indica a presença
do HBV no organismo, sendo compatível
com as seguintes situações clínicas:

A

1- Hepatite B aguda;
2- Hepatite B crônica;
3- Estado de portador assintomático do vírus

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60
Q

A negatividade do HBsAg torna bastante improvável,
mas não exclui a possibilidade de
hepatite B.
V ou F

A

V

*Isso porque existe um momento no
curso da infecção aguda, geralmente no final da
fase ictérica, em que o HBsAg pode começar a
circular em níveis indetectáveis ou estar realmente
ausente. Tal situação é conhecida como
“janela imunológica” e justifica a presença de
um resultado negativo (na verdade falso-negativo)
para este antígeno, em um paciente possuidor
do HBV. Outra explicação para a hepatite
B aguda HBsAg negativa é a presença de
níveis muito baixos, aquém da sensibilidade do
exame sorológico, ou ainda, infecção por um
“mutante de escape” (ver adiante). Esta condição
vem sendo chamada atualmente de “hepatite B
oculta”.

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61
Q

Se o paciente for negativo para HBsAg e positivo

para IgM anti-HBc, deve ser considerado…

A

na janela imunológica para o antígeno de superfície,
e o diagnóstico de hepatite B aguda
recente também deve ser firmado

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62
Q

Quando temos somente o anti-HBc IgG positivo,
ficamos com a seguinte dúvida: será que
o paciente é possuidor de hepatite B crônica e
o HBsAg está falsamente negativo (porque
circula em níveis muito baixos), ou será que o
HBsAg está realmente ausente, e a presença da
IgG representa apenas uma infecção por vírus
B antiga, já completamente curada, numa espécie
de cicatriz imunológica?

Para responder a esta pergunta, devemos observar
o último marcador, o…

A

anti-HBs

  • (IgG anti-HBc + / anti-HBs +), é sinal que o
    paciente teve sim um episódio de hepatite no
    passado, mas curou-se completamente e adquiriu
    imunidade (“cicatriz imunológica”).
  • Por outro lado, se este anticorpo estiver ausente
    (IgG anti-HBc + / anti-HBs –), nos restam duas
    possibilidades: o paciente tem hepatite B crônica
    ou o paciente teve hepatite B curada há
    muito tempo, quando eventualmente o anti-
    -HBs desaparece e o anti-HBc IgG se mantém.
    Somente a pesquisa do DNA viral poderá esclarecer
    essa dúvida..
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63
Q

Quando se encontra HBsAg e anti-

-HBs concomitante positivos, devemos pensar em…

A
  • erro laboratorial
  • infecção por diferentes tipos de HBsAg
  • anti-HBs não neutralizante (mutante por escape)
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64
Q

Principais combinações de testes da infecção pelo HBV e sua interpretação

A

galeria (foto 5)

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65
Q

Com razoável frequência, o vírus da hepatite
B adquire mutações durante o seu processo
replicativo. Uma das mais importantes e conhecidas
é a que ocorre na região pré-core do
DNA, levando a uma falha na expressão do
antígeno “e” (HBeAg).
Esta mutação se associa à ocorrência de…

A

hepatite aguda fulminante e exacerbações de quadros
de hepatites crônicas pelo HBV, produzindo
maiores graus de morbidade e mortalidade que
os observados nas infecções pelo HBV selvagem

Dito de outro modo, o mutante pré-core é
uma variante mais agressiva do vírus B!

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66
Q

São vírus que sofreram alteração no HBsAg,
impedindo a atividade neutralizante do anti-
-HBs (ficando resistentes a ele). Estes pacientes
podem apresentar altos títulos de anti-HBs
na presença do HBsAg, ou mesmo desenvolver
hepatite B sem positivar o HBsAg (positivando
apenas o anti-HBc, IgM ou IgG, dependendo
se a hepatite for aguda ou crônica).

A

Mutantes por escape

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67
Q

Em que situações que estará indicado o uso de tenofovir na mãe a partir da 28a semana de gestação (isto é, no terceiro trimestre), podendo a medicação ser
suspensa 30 dias após o parto (caso a paciente
não tenha indicação de manter o tratamento)?

A

> HBeAg reagente;
Carga viral > 200.000 UI/ml;
ALT > 2x limite superior de normalidade.

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68
Q

é um RNA-vírus.
Atualmente a literatura o divide em dois
subgrupos: (1) genótipos 1 e 2 – vírus primariamente
humanos, responsáveis pela clássica
doença epidêmica semelhante à hepatite A,
comum na Ásia e na África; (2) genótipos 3 e
4 – vírus primariamente suínos, prevalentes em
rebanhos de porcos (tanto selvagens quanto
domésticos) em todo o globo, incluindo países
desenvolvidos do ocidente.

A

HEV

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69
Q

Não há relato
de cronificação da hepatite E epidêmica, e a doença
predomina em adolescentes e adultos jovens.
Trata-se de uma condição relativamente agressiva
(a proporção de casos que apresenta infecção
clinicamente aparente é grande) cuja taxa média
de letalidade gira em torno de 5%. É digno de
nota que existe um subgrupo onde a ocorrência
de formas graves tende a ser maior:

A

as gestantes.

  • Nelas (principalmente quando a infecção é adquirida
    no terceiro trimestre), os casos de hepatite
    fulminante chegam a 20-30% do total
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70
Q

Diferentemente da hepatite E “epidêmica”, a

forma “autóctone” predomina em…

A

pessoas mais velhas

Acredita-se que a doença acometa diversas
faixas etárias mas, com exceção dos
idosos, ela costuma ser subclínica ou mesmo
assintomática! Quanto maior a idade do paciente,
maior a chance de surgirem manifestações
clínicas na infecção pelos genótipos 3 e
4 do HEV!!! Os homens também são mais
afetados do que as mulheres, numa proporção
de 3:1. As exatas razões para todos esses fenômenos
ainda são um mistério

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71
Q

Outras manifestações características da hepatite
E “autóctone” são os achados extra-hepáticos.
Artrite, pancreatite e aplasia de medula,
por exemplo, já foram claramente associados
à infecção pelos genótipos 3 e 4 do HEV. Todavia,
as manifestações extra-hepáticas mais
frequentes são as…

A

neuropatias: síndrome de Guillain-Barré, paralisia de Bell, polineuropatia periférica, ataxia e encefalopatia (confusão mental)

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72
Q

Existem duas formas clinicoepidemiológicas
distintas de hepatite E: (1) hepatite E “epidêmica”,
associada aos genótipos 1 e 2; (2)
hepatite E “autóctone”, associada aos genótipos
3 e 4. A primeira é uma doença
aguda e autolimitada semelhante à hepatite
A, transmissível pela via fecal-oral e de predomínio
em adolescentes e adultos jovens,
prevalente na Ásia e na África. Sua maior
peculiaridade é o fato de acarretar elevado
risco de hepatite fulminante em gestantes…
A segunda é uma verdadeira zoonose,
transmitida pelo consumo de carne de porco
mal cozida ou contato com suínos. Expressa-
se preferencialmente em pessoas
mais velhas, em geral com um padrão de
“agudização de uma hepatopatia crônica de
base”, ou com manifestações extra-hepáticas
(principalmente neurológicas) exuberantes.
Há relatos de cronificação da hepatite
E “autóctone” em imunocomprometidos,
inclusive com evolução para cirrose hepática
e suas complicações.
V ou F

A

V

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73
Q

pertence à família Flaviviridae, gênero
Hepacivirus, e é composto por RNA de cadeia
simples envolto por um capsídeo proteico contido
dentro de um envelope lipídico. Possui diversos
genótipos, o que tem extrema relevância
prática (diferentes respostas ao tratamento).
Já foram descritos 7 genótipos, diversos subtipos
e mais de 100 cepas diferentes. O mais frequente
em nosso meio é o genótipo 1 (64,9% dos
casos). Os outros genótipos que circulam no
Brasil são o 3 (30,2%), o 2 (4,6%), o 4 (0,2%)
e o 5 (0,1%). Além das diferenças sorotípicas, é extremamente mutagênico,
o que torna a criação de uma vacina
bastante difícil, e explica também a enorme
capacidade que esse vírus tem de “escapar” do
sistema imune do hospedeiro

A

HCV

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74
Q

A transmissão vertical ocorre em cerca de…
dos bebês nascidos de mães com carga viral
elevada (> 10^5 cópias/ml). A coinfecção pelo HIV
parece multiplicar esse risco por 4A transmissão vertical ocorre em cerca de 5%
dos bebês nascidos de mães com carga viral
elevada (> 105 cópias/ml). A coinfecção pelo HIV
parece multiplicar esse risco por 4

A

5%

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75
Q

aleitamento não deve ser evitado, mesmo se a mulher estiver em uso do tratamento antiviral específico para o HCV
V ou F

A

F
aleitamento deve ser evitado se a mulher estiver
em uso do tratamento antiviral específico.

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76
Q

A hemotransfusão como via de contágio
da hepatite C torna-se mais provável em portadores
crônicos do vírus que têm história de
transfusão antes de

A

1993 (ano de introdução da

sorologia anti-HCV nos bancos de sangue).

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77
Q

A probabilidade de um paciente agudamente
infectado se tornar portador crônico do HCV
é de aproximadamente

A

80%.

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78
Q

Dos métodos que pesquisam o RNA viral (“métodos
de amplificação molecular”), o mais
empregado na prática é a PCR (reação em
cadeia da polimerase). Estes testes são chamados
genericamente de HCV-RNA. O tipo de
PCR recomendado para diagnóstico pelo Ministério
da Saúde é a

A

PCR quantitativa (que já fornece a carga viral).

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79
Q

A pesquisa de anticorpos anti-HCV pelo método
“RIBA” pode ser solicitada quando temos
anti-HCV positivo e HCV-RNA negativo: um
RIBA positivo nesta situação sugere infecção
prévia curada. Atente para o fato de que nem
todos os autores concordam com a realização
rotineira do RIBA, e o protocolo do Ministério
da Saúde não o recomenda
V ou F.

A

V

  • Como é feito o RIBA
    (Recombinant Immunoblot Assay)?
    Diferentes antígenos do vírus C são separados
    por eletroforese numa tira de gel, criando “bandas”
    contendo antígenos virais de acordo com
    o peso molecular. O soro do paciente é incubado
    no sistema… Depois de um tempo, a tira
    é lavada de modo a remover os anticorpos
    não ligados a nenhuma banda. Adicionam-se
    então substâncias “reveladoras”, que mostram
    se os anticorpos presentes no soro do paciente
    se ligaram ou não a alguma banda específica…
    Os novos RIBA (3a geração) são “positivos”
    se duas ou mais bandas forem marcadas
    (contato prévio com o vírus C). Uma única
    banda marcada é um resultado “indeterminado”.
    Se nenhuma banda for marcada (RIBA
    “negativo”) conclui-se que o anti-HCV é “falso-
    -positivo” (o paciente nunca teve contato com
    o vírus C, e o anti-HCV positivo é devido a uma
    “reação cruzada” com algum outro anticorpo).
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80
Q

A genotipagem do HCV deve ser feita em casos selecionados para tratamento

A

F

A genotipagem do HCV sempre deve ser feita
após confirmação do diagnóstico (anti-HCV
e HCV-RNA positivos), uma vez que tal informação
é indispensável para definir a melhor
estratégia terapêutica

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81
Q

O tratamento da hepatite C aguda com drogas
antivirais pode prevenir a evolução para a forma
crônica da doença e, por este motivo, sempre
que possível deve ser realizado! A taxa de
cura pode chegar a …

Constatou- se que, quanto mais precoce for o tratamento, maior a chance de resposta virológica
sustentada!!!

A

98%

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82
Q

Os critérios para início do tratamento agudo do

HCV são:

A
  1. Pacientes SINTOMÁTICOS (ex.: icterícia):
    aguardar 12 semanas após início dos
    sintomas. Se o HCV-RNA continuar positivo
    após este período, iniciar o tratamento;
  2. Pacientes ASSINTOMÁTICOS COM
    DATA DE INFECÇÃO CONHECIDA (ex.: monitoramento pós-acidente perfurocortante): iniciar o tratamento imediatamente após o diagnóstico;

Pacientes ASSINTOMÁTICOS COM
DATA DE INFECÇÃO DESCONHECIDA,
mas nos quais se suspeita de infecção aguda
(ex.: populações de alto risco que monitoram
regularmente o anti-HCV, como homens que
fazem sexo com homens ou usuários de drogas
endovenosas, que desenvolvem anti-HCV
positivo recente, confirmado por HCV-RNA
também positivo):
- repetir HCV-RNA na quarta semana após o primeiro exame. Caso não ocorra diminuição da carga viral de pelo menos 2 log10, iniciar o tratamento. Caso a carga viral tenha se reduzido mais do que 2 log10, não iniciar
o tratamento e repetir o HCV-RNA na 12ª
semana após o primeiro exame. Se positivo,
iniciar tratamento. Se negativo, paciente curado
(repetir novamente o HCV-RNA após 24 e 48
semanas, a fim de confirmar a ocorrência de
clareamento viral definitivo).

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83
Q

O vírus da hepatite D (delta) ou HDV é um vírus
RNA defectivo que necessita da função do vírus
B (HBV) para a sua facilitar sua disseminação
(os vírions do HDV necessitam do envelope
sintetizado pelo HBV para terem sua formação
completa). Na auencia do HBV, o HDV se replica, mas não causa doença
V ou F

A

F
O vírus da hepatite D (delta) ou HDV é um vírus
RNA defectivo que necessita da função do vírus
B (HBV) para a sua sobrevivência e disseminação
(os vírions do HDV necessitam do envelope
sintetizado pelo HBV para terem sua formação
completa).

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84
Q

O HDV pode infectar o indivíduo
de forma simultânea com o HBV, ao que
chamamos de… (hepatite aguda B +
D), ou então pode infectar alguém cronicamente
infectado pelo HBV, ao que se denomina…. A dependência do HDV em
relação ao HBV é tão grande que a duração da
infecção do primeiro nunca ultrapassa a duração
da infecção deste último.

A

coinfecção

superinfecção

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85
Q

A hepatite D tende

a ser, em comparação com a hepatite B isolada, …

A

mais grave e com maior probabilidade de levar à hepatite fulminante, hepatite crônica grave e cirrose.

  • cerca de 70% dos pacientes com superinfecção
    evoluem para cirrose hepática num período tão
    curto quanto 2 anos. A mortalidade da superinfecção
    varia entre 2-20%, o que é cerca de 10x
    maior que na hepatite B isolada

1- A coinfecção HDV + HBV aumenta a frequência
de hepatite fulminante de cerca de
1% para 5%.
2- A superinfecção da hepatite B crônica pelo
HDV cursa com hepatite fulminante em até
20% dos casos, ou então piora o prognóstico
da doença, com maior evolução para
cirrose (70% em dois anos).
3- Todo paciente HBsAg+ que reside ou esteve
em área endêmica para o vírus D deve
realizar exames para a pesquisa deste agente

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86
Q

O vírus D é o único entre os vírus das hepatites A a E
que é diretamente citopático. Esse é o
principal mecanismo implicado na hepatite
D aguda, enquanto na forma crônica predomina
a lesão mediada pela resposta imune.
- Pode ser detectada elevação do anticorpo
anti-LKM-3 durante a infecção pelo vírus D.
- A presença do vírus D inibe a replicação do
vírus B. Todavia, isso, por algum motivo, não
ocorre em pacientes HIV positivos
V ou F

A

V

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87
Q

Uma forma peculiar de hepatite D é a chamada… na qual o quadro histológico revela necrose hepatocelular moderada – com balonização de hepatócitos – e hepatócitos aumentados de volume por conta da presença de gotículas de gordura em volta do núcleo. Essas células infiltradas com gordura
são denominadas células de mórula ou espongiócitos,
o que justifica o outro nome dessa
forma de hepatite D: hepatite espongiocitária.

A

febre de Lábrea (em referência a uma região

da bacia amazônica, no alto Purus),

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88
Q

Descreva o escore de METAVIR

A

ESTÁGIO DA FIBROSE/CIRROSE

  • F0: ausência de fibrose
  • F1: expansão fibrótica periportal
  • F2: com septos fibrosos porta-porta (mais de um)
  • F3: com septos fibrosos portocentrais
  • F4: cirrose

GRAU DE ATIVIDADE NECROINFLAMATÓRIA

  • A0: ausente
  • A1: leve
  • A2: moderada
  • A3: acentuada

Valores de F ou de A ≥ 2 são compatíveis com necessidade de tratamento

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89
Q

A chance de evolução para cirrose hepática ao
longo de 20 anos, no portador de hepatite B crônica,
beira os …

Dos pacientes com cirrose, … evolui com hepatocarcinoma

A

50%

5-15%

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90
Q

na hepatite C crônica o hepatocarcinoma só
se desenvolve se houver cirrose pré-estabelecida, enquanto que, na infecção crônica pelo vírus B, o hepatocarcinoma pode surgir na ausência de cirrose em até 30-50% dos casos
V ou F

A

V

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91
Q

Que fatores aumentam a chance de cronificação do

vírus B?

A
  • Idade (quanto menor, maior o risco),
  • sexo masculino,
  • imunodepressão,
  • DRC (principalmente se em programa de hemodiálise ou transplante renal),
  • infecção pelo HIV,
  • síndrome de Down
  • doenças linfoproliferativas.
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92
Q

Que fatores aumentam a chance de cirrose hepática e

hepatocarcinoma no portador de hepatite B crônica?

A
  • Álcool,
  • fumo,
  • sexo masculino,
  • extremos de idade,
  • história familiar de hepatocarcinoma,
  • aflatoxinas (presentes na dieta),
  • replicação viral persistente,
  • genótipos C e F,
  • mutante pré-core,
  • coinfecção pelo HIV, HDV, HCV
  • outras hepatopatias crônicas.
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93
Q

A hepatite B crônica possui três fases evolutivas…
e, por vezes, uma quarta fase…

Atualmente, tem-se considerado ainda a existência de uma quinta fase em alguns pacientes: a fase “não reativa” que caracteriza a chamada hepatite B oculta.

A

(imunotolerância, imunoeliminação e soroconversão)

(reativação)

*As duas primeiras fases compõem o período
REPLICATIVO do vírus. A primeira é a de Imunotolerância,
que no adulto dura o tempo do
período de incubação (4-24 semanas) e na criança
(transmissão perinatal) pode durar décadas
(10-30 anos). Nesta fase, há intensa replicação
viral (HBeAg positivo, anti-HBe negativo, DNA
viral > 20.000 cópias/ml), pois o sistema imunológico
ainda não “reconheceu” os hepatócitos
infectados, por um mecanismo pouco compreendido.
As aminotransferases são normais e não
há lesão hepática apreciável na biópsia! A transmissibilidade
é máxima neste período

A segunda fase é a de Imunoeliminação (imunoclearance),
na qual ocorre importante lesão
hepatocitária pelo ataque imune às células
hepáticas infectadas pelo vírus B, associado a
uma replicação viral ainda em níveis elevados
(HBeAg positivo, anti-HBe negativo, DNA
viral de valor variável). Neste momento, as
aminotransferases sobem e a biópsia hepática
demonstra lesão necroinflamatória e fibrose

A terceira fase é NÃO REPLICATIVA e chamada
de Soroconversão, definida pelo HBeAg negativo,
anti-HBe positivo e DNA viral indetectável,
ou detectável em níveis baixíssimos. Há regressão
parcial ou total da lesão necroinflamatória
hepática, embora possa persistir a fibrose,
e as aminotransferases voltam ao normal. Esses
pacientes são ditos portadores inativos. O tratamento
antiviral não está indicado no portador
inativo, e o prognóstico daqueles que permanecem
indefinidamente nessa fase é bom.
Durante a soroconversão costuma haver uma
nova elevação das enzimas hepáticas e mais
um período de agressão hepatocitária (o chamado
“flare”)… Na maioria das vezes, o HBsAg
(marcador da hepatite B crônica) permanece
positivo indefinidamente, embora em alguns
pacientes esse antígeno negative com o surgimento
do anti-HBs (0,5-2% ao ano), quando
então dizemos que ocorreu a CURA ESPONTÂNEA
da hepatite B crônica, com HBsAg
negativo e anti-HBc IgG e anti-HBs positivos

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94
Q

existem indícios
de que raros pacientes que evoluíram para
o que sempre se considerou como a “cura” da
hepatite B (HBsAg negativo, anti-HBc IgG positivo
e anti-HBs positivo) podem voltar a ter
replicação viral, mesmo com a persistência do
referido perfil sorológico (isto é, mesmo com
anti-HBs positivo)! É a chamada…

A

“hepatite B oculta”

*se caracteriza por novo aumento
das aminotransferases e da carga viral (e às
vezes até do HBeAg), a despeito do HBsAg
negativo e anti-HBs positivo… A explicação é
a seguinte: o vírus que infectou esses pacientes
(cujo DNA permanece incorporado ao genoma
do hospedeiro indefinidamente, mesmo
após controle da replicação viral) já tinha uma
mutação “de escape” no HBsAg (deleção da
região pré-S1), a qual só é expressa na vigência
de imunodepressão. Assim, mesmo tendo
controlado a infecção antes, portadores desse
vírus mutante que desenvolvem imunodepressão
por qualquer motivo podem ter retorno da
replicação viral, que acontece sem que haja
produção do HBsAg. Logo, o anti-HBs existente
PERDE SUA CAPACIDADE NEUTRALIZADORA
e a doença retorna, podendo, inclusive,
ser grave

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95
Q

As manifestações extra-hepáticas da hepatite B são típicas da hepatite B crônica.
Nesse contexto, a principal é a…
pela…
Esta complicação é bem mais comum em crianças,
sendo quase sempre uma…
com remissão espontânea em 30-60%
dos casos (coincidindo com a soroconversão
HBeAg para anti-HBe).
Em adultos, a lesão pode ser….

Outra manifestação extra-hepática típica da hepatite B crônica é a…

A

síndrome nefrótica

glomerulopatia por imunocomplexos

nefropatia membranosa

nefropatia membranosa (mais típica) ou membranoproliferativa

Poliarterite Nodosa (PAN).

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96
Q

A biópsia hepática não é obrigatória na hepatite
B, pois, conforme veremos adiante, seus
resultados não são imprescindíveis para a tomada
de decisões terapêuticas
V ou F

A

V

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97
Q

Carga viral suprimida do HBV =

A

< 10.000 cópias/ml ou < 2.000 UI/ml

1 unidade internacional (UI) = 5,26 cópias

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98
Q
No indivíduo que já está cirrótico, a
negativação ou supressão da carga viral
do HBV não reduz a chance de descompensação
hepática nem propicia aumento
no tempo de sobrevida
V ou F
A

F
Mesmo no indivíduo que já está cirrótico, a
negativação ou supressão da carga viral
comprovadamente reduz a chance de descompensação
hepática, e propicia aumento
no tempo de sobrevida

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99
Q

A manifestação extra-hepática mais frequente da hepatite C crônica é a…

Possíveis manifestações dermatológicas da
hepatite C incluem …

A síndrome de Sjögren também é descrita em associação ao HCV, assim como a fibrose pulmonar intersticial e linfoma de células B

A

crioglobulinemia mista (tipo II), que, quando sintomática, pode cursar com vasculite cutânea e glomerulonefrite membranoproliferativa (por deposição de imunocomplexos contendo antígenos virais e crioglobulinas).

a porfiria cutânea tarda e o líquen plano

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100
Q

portadores de hepatite C crônica têm chance aumentada de desenvolver qual câncer além do hepatocrcinoma?

A

Linfomas não Hodgkin de
células B, como linfoma folicular, linfoma
linfocítico crônico, linfoma linfoplasmacítico
e linfoma da zona marginal. Uma gamopatia
monoclonal de significado indeterminado
(isto é, não associada ao mieloma múltiplo)
também pode ser encontrada.

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101
Q

A evolução da infecção pelo vírus C é a seguinte:
após a infecção aguda (geralmente
assintomática), cerca de … resolvem (eliminam
o vírus espontaneamente) e … cronificam.
Dos casos de infecção crônica, …
evoluirá para cirrose hepática em menos de
20 anos (“progressores rápidos”), … entre
20-50 anos (“progressores intermediários”) e
… após mais de 50 anos (“progressores lentos”).

A

20%

80%

1/3

1/3

1/3

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102
Q

A “insuficiência hepática fulminante” é uma
síndrome que se origina de súbita e intensa disfunção
hepatocelular, sendo clinicamente marcada
pela ocorrência de

A
  • encefalopatia (com ou sem edema cerebral),
  • coagulopatia
  • predisposição a infecções

*OBS: definições de hepatite fulminante:
- Surgimento de encefalopatia dentro de 8
semanas após o início da doença, em pacientes SEM hepatopatia prévia;

  • Surgimento de encefalopatia dentro de 2
    semanas após o início da icterícia, em pacientes
    COM hepatopatia prévia

**classificação proposta
por O’Grady:
- Insuficiência hepática hiperaguda: início de
encefalopatia nos primeiros 7 dias após o início
do quadro;
- Insuficiência hepática aguda: início de encefalopatia
entre 8 e 28 dias após o início do
quadro;
- Insuficiência hepática subaguda: início de
encefalopatia e

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103
Q

quanto mais aguda for a insuficiência
hepática (ex.: hiperaguda), maior será
a chance de surgir

A

edema cerebral

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104
Q

A dose tóxica mínima do paracetamol
é… na criança e… no adulto.
Em pessoas previamente hígidas, os sintomas
da intoxicação só costumam aparecer
quando elas tomam doses superiores a 250 mg/
kg (crianças) e 12 g (adultos) num período de
24h.

Preste muita atenção no seguinte conceito:
pacientes com… podem sofrer toxicidade com doses
menores de paracetamol

A

150 mg/kg

7,5 g

disfunção hepática prévia ou
uso crônico de álcool ou drogas que também
induzam o citocromo P-450 (ex.: anticonvulsivantes)

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105
Q

doses inferiores a 4 g/dia de paracetamol são
seguras na maioria dos pacientes! O prognóstico
da hepatite fulminante por paracetamol é relativamente bom, com número significativo de doentes recuperando a função hepática sem necessidade de transplante. Nos casos onde o diagnóstico é precoce, podemos lançar mão de um antídoto eficaz, a…

A

N-acetilcisteína

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106
Q

O livro Sleisenger
(referência em Gastro) cita que as quatro
principais drogas associadas à insuficiência
hepática idiossincrásica nos EUA são:

A

isoniazida (19%),
propiltiouracil (9%),
fenitoína (7%)
valproato (7%).

*As reações idiossincrásicas
são raras, ocorrendo em 1/10.000 ou
1/1.000.000 de pacientes-ano. Curiosamente,
a maioria dos indivíduos é do sexo feminino
(70%) e a icterícia costuma surgir dentro dos
primeiros 6 meses de uso da droga (isto é, comumente
a idiossincrasia gera quadros de insuficiência
hepática subfulminante)…

**O prognóstico
é péssimo, com baixa probabilidade de
recuperação espontânea após suspensão do
fármaco e, em geral, o transplante hepático é
necessário... O cogumelo de nome Amanita
phalloides pode causar IHF associada à insuficiência
renal aguda, sendo principalmente
encontrado na Europa Central.
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107
Q

As principais e mais precoces alterações laboratoriais laboratoriais que indicam comprometimento grave da
função sintética do fígado são

A
  • o alargamento do Tempo de Protrombina (TP)

- redução dos fatores V e VII para níveis abaixo de 50% do normal.

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108
Q

Devemos suspeitar de hepatite fulminante em
todo paciente ictérico, com síndrome de lesão
hepatocelular, que desenvolva encefalopatia,
edema cerebral, coagulopatia, infecções bacterianas,
insuficiência renal, hipoglicemia e
acidose lática. O fígado experimenta uma rápida
redução de seu tamanho, e as aminotransferases,
que no início do quadro ictérico tendem
a grandes elevações séricas, costumam sofrer
redução progressiva na medida em que há significativa
perda da massa de hepatócitos.
V ou f

A

V

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109
Q

Causa mais comum de more na hepatite fulminante

A

hipertensão intracraniana e herniação cerebral secundárias ao edema cerebral

*O mecanismo fisiopatogênico do edema
cerebral é incerto. Contudo, acredita-se que
neurotoxinas provenientes do tubo digestivo
(que não foram metabolizadas pelo fígado doente)
são capazes de causar lesão nos astrócitos
(gerando edema tipo citotóxico) e nas células
endoteliais e membrana basal dos vasos cerebrais
(gerando edema tipo vasogênico)

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110
Q

quais são as indicações de
monitorização invasiva da PIC (Pressão Intracraniana)
na HF?

A

Encefalopatia grau III e IV
Pcts que serão submetidos ao Tx

*Antes de implantar o cateter de PIC é mandatório realizar uma TC de crânio, para afastar outras doenças
que possam justificar as alterações do sensório
e que possam requerer tratamento específico
(ex: AVE hemorrágico).
**A coagulopatia deve ser
avaliada e corrigida antes do procedimento de
implantação… Lembre-se que todo paciente com
monitorização da PIC também deve ser monitorizado
quanto à sua pressão arterial (monitorização
invasiva de PAM – Pressão Arterial Média
– com cateter arterial). O objetivo desta última
medida é permitir a estimativa da PPC (Pressão
de Perfusão Cerebral = PAM menos PIC)

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111
Q

Critérios de West-Haven para graduação da EH

A
  • Ausente: nenhuma anormalidade detectada
  • Mínima: alterações nos testes psicométricos ou neurofisiológicos
  • Grau 1: falta de atenção, euforia, ansiedade, desempenho prejudicado, distúrbios do sono
  • Grau 2: flapping; letargia, desorientação leve tempo e espaço, mudança súbita personalidade
  • Grau 3: flapping; sonolento, mas responsivo a estímulos, confusão e desorientação
    importante, comportamento bizarro
  • Grau 4: coma
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112
Q

Manejo da EH

A

• Lactulose: menos eficaz do que na EH das
hepatopatias crônicas. Se houver íleo, não
deve ser administrada por via oral ou por
sonda nasogástrica, mas por via retal. Alguns
autores recomendam a descontinuação
de seu uso se não houver melhora do
nível de consciência após 3 ou 4 semanas
de tratamento. Além disso, na presença de
íleo, a lactulose retida pode causar hemorragia
digestiva baixa;

• Correção de fatores agravantes: hipoxemia,
hipoglicemia, sepse, hipocalemia e hemorragia
digestiva devem ser rapidamente identificados
e controlados;

• Metronidazol/Neomicina: potencialmente
úteis (neomicina pode causar nefrotoxicidade
nestes pacientes);

• Antibióticos para descontaminação seletiva
do cólon (Neomicina): pelo risco de nefrotoxicidade
devem ser evitados;

• Antagonistas de benzodiazepínicos (Flumazenil):
sem eficácia comprovada, exceto nos
casos de uso prévio de benzodiazepínicos
por motivo de agitação psicomotora, quando
pode melhorar o nível de consciência.

Para o tratamento da agitação psicomotora,
nos casos estritamente necessários (de extrema
agitação), as drogas utilizadas podem ser:
• Benzodiazepínicos de curta ação: midazolan,
lorazepan, clordiazepóxido;
• Morfina.

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113
Q

Para o manejo da coagulopatia assintomática
leve a moderada tem-se o plasma fresco congelado recomendado como profilaxia de sangramento
V ou f

A

O tratamento da coagulopatia assintomática
leve a moderada é a simples observação e a
monitorização continuada do TP (ou fator V).
O plasma fresco congelado NÃO é recomendado
como profilaxia de sangramentos, pois pode piorar o edema cerebral e a má distribuição
hídrica, além de interferir na avaliação da
função hepática

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114
Q

O envolvimento cardíaco é frequente na HF e

geralmente se manifesta através de

A

bradicardia, fibrilação atrial, extrassístoles ventriculares ou bloqueios atrioventriculares.

*Pode haver supradesnível
de ST, por vezes acentuado. Hemodinamicamente,
pacientes com IHF têm um débito
cardíaco aumentado, baixa resistência
vascular periférica e hipotensão arterial relativa,
sendo um padrão hemodinâmico semelhante
ao encontrado na sepse. A origem das alterações
microcirculatórias é multifatorial, e
acredita-se que os principais mecanismos implicados sejam os seguintes: (1) menor depuração
hepática de substâncias endógenas vasoativas;
(2) liberação de actina pelos hepatócitos
necrosados, que sofre polimerização na circulação
periférica e lesa as células endoteliais;
(3) ocorrência de CIVD, com piora da disfunção
endotelial e isquemia de múltiplos tecidos

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115
Q

A hipocalemia e a alcalose metabólica devem
ser abordadas e tratadas corretamente na
insuficiência hepática, pois, como você sabe,
estes dois fatores são potenciais desencadeantes
(ou agravantes) de…

A

encefalopatia hepática,

*pelo estímulo à síntese renal de
amônia e transformação do amônio (NH4
+) em amônia (NH3), esta última capaz de cruzar
a barreira hematoencefálica.

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116
Q

Tabela com aspectos clínicos e seus respectivos manejos na HF

A

Galeria (foto 6 e 7)

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117
Q

O transplante ortotópico de fígado (TxH) é
a única terapia comprovadamente eficaz em
aumentar a sobrevida na IHF
V ou F

A

V

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118
Q

Descreva os Critérios do King’s College para transplante
hepático na IHF.

*A positividade para esses critérios
identifica pacientes com maior risco de óbito com o
tratamento clínico isolado, e prediz a necessidade de
TxH precoce.

A
  • Pacientes com IHF secundária ao paracetamol
     pH na admissão < 7,3 ou…
     Lactato arterial > 3,5 mEq/L 4h após ressuscitação
    volêmica ou…
     Lactato arterial > 3,0 mEq/L 12h após ressuscitação
    volêmica ou…
     INR ≥ 6,5 (tempo de protrombina > 100s) +
    Cr > 3,4 mg/dl + encefalopatia grau III ou IV.
  • IHF não associada ao paracetamol:
    INR > 6,5 (tempo de protrombina > 100s)… ou três dos parâmetros seguintes:
     Etiologia: reação idiossincrásica a uma droga,
    hepatite viral não A, não B, hepatite de
    causa desconhecida, hepatite por halotano;
     Idade < 10 e > 40 anos;
     Intervalo icterícia-EH > 7 dias;
     Bilirrubina total > 17,5 mg/dl;
     INR > 3,5 (tempo de protrombina > 50s
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119
Q

o escore MELD (Model
for End-stage Liver Disease), um importante
e bem estabelecido preditor de mortalidade
em hepatopatas crônicos na fila de espera por
um transplante hepático, pode ser usado
para avaliar a gravidade ou o prognóstico de
pacientes com IHF
V ou F

A

F
Observação importante: o escore MELD (Model
for End-stage Liver Disease), um importante
e bem estabelecido preditor de mortalidade
em hepatopatas crônicos na fila de espera por
um transplante hepático, NÃO pode ser usado
para avaliar a gravidade ou o prognóstico de
pacientes com IHF, pois esta condição e a cirrose
são duas entidades bem diferentes

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120
Q

Embora a importância clínica
da gamaglutamil transferase esteja ligada às doenças do
fígado e das vias biliares, sua maior concentração é encontrada
no…

A

tecido renal

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121
Q

Existem duas características fundamentais
dos sinusoides hepáticos, que os distinguem
dos demais capilares do corpo – (1) eles são
altamente fenestrados (fenestra = “janela”,
isto é, contêm verdadeiros “buracos” em sua
parede) e (2) são desprovidos de membrana
basal (facilitando a saída de macromoléculas
para fora do vaso)… Assim, todas as substâncias
presentes no sangue podem atravessar livremente
as fenestras sinusoidais e alcançar o
espaço de Disse, que fica entre o sinusoide e o
hepatócito. Tal espaço representa o interstício
lobular, e contém as células mais importantes
para a gênese da cirrose hepática – as

A

células estreladas ou células de Ito

  • As células estreladas normalmente são
    “quiescentes” (isto é, apresentam pouca atividade
    metabólica) e têm a função primordial
    de armazenar vitamina A. Entretanto, na
    presença de certos estímulos (ex.: atividade
    necroinflamatória crônica no parênquima)
    podem se transformar em células altamente
    capazes de sintetizar matriz extracelular (em particular colágeno tipo I e III). Essa transformação
    é induzida por efeitos parácrinos
    de citocinas pró-inflamatórias, secretadas
    pelas células de Kupffer ativadas e outras
    células do sistema imunológico
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122
Q

O que é Cirrose Hepática?

A

Cirrose hepática é um processo patológico
irreversível do parênquima hepático caracterizado
por dois componentes:

(1) fibrose hepática “em ponte”, com formação de shunts vasculares no interior dessas traves fibróticas,

(2) rearranjo da arquitetura lobular nos
chamados nódulos de regeneração, desprovidos
de comunicação com uma veia centrolobular.

É a resposta comum do parênquima hepático a qualquer estímulo lesivo persistente, representado geralmente por inflamação
e necrose hepatocitária

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123
Q

um dado semiológico

patognomônico de cirrose é

A

o encontro de
redução do lobo hepático direito (< 7 cm) à
hepatimetria de percussão, associado a um
lobo esquerdo aumentado, palpável abaixo do
gradil costal, de superfície nodular e consistência
endurecida…

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124
Q

Tabela com as principais manifestações clínicas da cirrose

A

Galeria (foto 8)

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125
Q

os achados clínicos da cirrose
hepática não são específicos de nenhuma
etiologia, exceção feita aos seguintes sinais,
que são sugestivos de etiologia alcoólica:

A
  • Intumescimento de parótidas;
  • Contratura palmar de Dupuytren;
  • Neuropatia;
  • Pancreatite crônica associada.
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126
Q

A grande “pista diagnóstica” que as aminotransferases

nos fornecem é a seguinte:

A

numa hepatopatia
sem cirrose, os níveis de ALT (TGP)
costumam ser maiores que os de AST (TGO),
dando uma relação ALT/AST > 1. A partir do
momento em que a cirrose se instala, é típica
uma inversão desse padrão, com o paciente
apresentando ALT/AST < 1. Exceção deve ser
feita aos casos de doença hepática alcoólica –
neste contexto, a relação ALT/AST costuma ser
< 1 mesmo nas fases pré-cirróticas…

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127
Q

qual a origem da hipergamaglobulinemia na cirrose?

A

O cirrótico apresenta tendência aumentada à
ocorrência do fenômeno de translocação intestinal
bacteriana (bacteremia espontânea a
partir do trato gastrointestinal). O menor clearance
hepático de bactérias presentes no sangue
portal, bem como a “fuga” dessas bactérias
pelos shunts portossistêmicos, explicam tal
fato. Assim, o braço humoral do sistema imunológico
(linfócitos B) sofre um certo grau de
hiperestimulação constante na cirrose hepática,
o que pode resultar em hipergamaglobulinemia
policlonal quando da presença de cirrose hepática
avançada e hipertensão porta grave.
Lembrar também que na doença hepática alcoólica
há típico aumento da fração IgA; na
cirrose biliar primária há aumento característico
da fração IgM, e na hepatite autoimune há
elevação de IgG.

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128
Q

A hiponatremia é um marcador de péssimo
prognóstico na cirrose avançada com ascite.
Seu mecanismo é a incapacidade de excretar
água livre, decorrente do

A

excesso de Hormônio Antidiurético (ADH).

  • Este excesso, por sua vez, é estimulado pela redução do volume circulante efetivo (secreção “não osmótica”
    de ADH)
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129
Q

a biópsia hepática percutânea não deve ser

realizada em pacientes possivelmente cirróticos com

A

atividade de protrombina < 50% ou INR > 1,30 ou plaquetas < 80.000/mm³. Caso a biópsia seja estritamente necessária nestes indivíduos, devemos corrigir previamente os distúrbios da coagulação,
com transfusão de plasma e/ou plaquetas, podendo-
se obter também pela coleta de tecido
pela via transjugular…

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130
Q

Descreva a classificação funcional de Child-Turcotte modificada por Pugh.

A

Galeria

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131
Q

Principais etiologias de cirrose

A

Galeria (foto 10)

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132
Q

Segundo dados nacionais de prevalência,
cerca de 43% dos casos relatados de cirrose
hepática estão associados à

A

hepatite crônica C, de maneira isolada ou em conjunto com hepatite crônica B ou doença hepática alcoólica.

*Além disso, 37% dos pacientes possui
história de etilismo, com ou sem associação
às hepatites crônicas virais.

**Com base nestes dados, estima-se que a
hepatite C crônica e a doença hepática alcoólica
sejam responsáveis por cerca de
80% dos casos de cirrose no Brasil

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133
Q

se caracteriza pela presença de níveis séricos reduzidos do principal inibidor da elastase dos neutrófilos (…).

A

deficiência de alfa-1-antitripsina

([a1-antitripsina] < 85 mg/dl)

  • O gene que codifica
    a a1-antitripsina é chamado de “PI”, e mais
    de 100 alelos anormais do PI já foram identificados.
    O alelo saudável mais frequente é designado
    M e os alelos que conferem maior risco de
    enfisema pulmonar, quando em homozigose, são
    chamados de Null, Z e S. Os portadores de homozigose ZZ ou NullHong Kong NullHong Kong também possuem risco de hepatopatia crônica.

** No caso do enfisema pulmonar, a fisiopatologia envolve destruição dos septos alveolares pela elastase
neutrofílica, que atua sem a contraposição de
seu inibidor natural (isto é, a a1-antitripsina).
Mas no caso da cirrose hepática, o mecanismo
é a polimerização e acúmulo da a1-antitripsina
mutante no interior dos hepatócitos! Este acúmulo,
por mecanismos pouco compreendidos,
gera lesão crônica no parênquima hepático, e
pode evoluir para cirrose… O diagnóstico de
deficiência de a1-antitripsina deve ser suspeitado
diante do seguinte cenário clínico: JOVEM
+ CIRROSE HEPÁTICA/ENFISEMA PULMONAR (principalmente se o enfisema for nos lobos inferiores) + HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA.

***A confirmação deve
ser feita através de genotipagem da a1-antitripsina.
O tratamento específico é a reposição
enzimática, que tem sido usada com sucesso
para retardar a progressão do enfisema pulmonar,
porém, não produz qualquer efeito sobre a
doença hepática

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134
Q

É interessante notar que a histopatologia da “cirrose cardíaca”, descreva-a

A

apresenta algumas peculiaridades… Geralmente
(ex.: cirrose por hepatite viral crônica), a
formação dos septos fibrosos se dá a partir dos
espaços-porta em direção à veia centrolobular
ou outros espaços-porta (são as “pontes” de
fibrose porta-centro e porta-porta). Como na
cirrose cardíaca as lesões necróticas (necrose
hemorrágica) inicialmente são mais intensas na
zona 3 do ácino hepático (região centrolobular),
a fibrose se inicia a partir da veia centrolobular
em direção aos espaços porta e outras veias
centrolobulares.

O aspecto clássico da cirrose cardíaca é a presença de pontes de fibrose interligando várias veias centrolobulares poupando os espaços-porta

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135
Q

A galactosemia clássica é um erro inato do metabolismo, de caráter autossômico recessivo,
causado pela deficiência de galactose-1-fosfato-
-uridiltransferase (GALT), que se não reconhecido
e tratado resulta em

A
  • desnutrição
  • hepatopatia crônica
  • catarata
  • retardo mental progressivos
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136
Q

Existem três formas clínicas diferentes de tirosinemia
hereditária (tipos 1, 2 e 3), um erro
inato do metabolismo de caráter autossômico
recessivo causado por mutações nos genes envolvidos
com o catabolismo da tirosina, que
resulta em níveis séricos aumentados desse
aminoácido.
- Tipo 1 (tirosinemia hepatorrenal
– a forma mais grave de todas): A enzima
deficiente neste caso é a Fumarilacetoacetato
Hidrolase (FAH), que normalmente se localiza
nos hepatócitos e células do túbulo proximal,
justificando seu quadro clínico ser caracterizado
por lesão hepática crônica (que evolui para cirrose)
e lesão tubular renal (que evolui com disfunção
completa do túbulo proximal, gerando a
síndrome de Fanconi). As manifestações clínicas tendem a ser precoces, com o paciente apresentando hepatomegalia, baixo ganho pôndero-estatural e elevados níveis séricos de tirosina já na primeira infância. Se não reconhecida e tratada pode levar à falência hepática no segundo ano de vida ou – nos sobreviventes sobreviventes – gera cirrose hepática e carcinoma hepatocelular ainda na infância
Atualmente existe um tratamento específico: a Nitisinona (previamente chamada de NTBC). Usuários desse medicamento devem complementar a estratégia terapêutica fazendo restrição dietética de fenilalanina
e tirosina
V ou F

A

V

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137
Q

A cirrose hepática é responsável por virtualmente
todas as mortes de causa não pulmonar em
pacientes com fibrose cística! O acúmulo de
material eosinofílico amorfo nos pequenos
ductos biliares gera uma reação inflamatória
progressiva que culmina em

A

Cirrose Biliar Focal (CBF)

*A CBF pode evoluir para cirrose
biliar multilobular. A cirrose biliar também
pode surgir em decorrência da obstrução persistente
do colédoco terminal por fibrose da
cabeça do pâncreas

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138
Q

Os cistos de colédoco respondem por 2 a 5%
das colestases extra-hepáticas neonatais, principalmente
nos países asiáticos. Suas manifestações
clínicas, laboratoriais e histológicas são
indistinguíveis dos achados na atresia biliar.
Na verdade, os cistos sintomáticos neonatais
são geralmente associados à atresia do colédoco.
Eventualmente, pode-se palpar uma massa
subepática, a qual deve motivar a confirmação
diagnóstica através de USG. Icterícia obstrutiva,
colangites de repetição e dor abdominal são
comuns. Nos pacientes que se mantém assintomáticos ou pouco sintomático, não é necessário remover os cistos
V ou F

A

F

Uma vez que 5 a 15% dos cistos sofrem
degeneração maligna na vida adulta, a
excisão precoce do cisto é mandatória. A técnica
cirúrgica de escolha é a excisão com anastomose
coledocojejunal.

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139
Q

é uma doença de herança
autossômica recessiva que constitui a segunda
causa mais frequente de colestase intra-hepática
familiar, perdendo somente para a síndrome
de Alagille

Se inicia nos primeiros 6 a 12 meses
de idade, com icterícia de intensidade variável,
prurido intenso e persistente, colúria e hipocolia
fecal. Há hepatomegalia com ou sem esplenomegalia.

Em consequência da colestase crônica, surgem deficit de crescimento, síndrome de má absorção, deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Não há tratamento que evite a evolução da doença: a maioria
dos afetados evolui com cirrose e insuficiência
hepática, necessitando de TOF.

A

Colestase intra-hepática familiar progressiva
(sigla em inglês, PFIC), também chamada de
Doença de Byler

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140
Q

pode ser subdividida didaticamente
em duas formas: a forma sindrômica (síndrome
de Alagille), associada a várias outras malformações
congênitas; e a variedade não sindrômica,
caracterizada pela presença isolada de
colestase intra-hepática congênita sem anomalias
extra-hepáticas.

A síndrome de Alagille constitui a causa mais comum de colestase intra-hepática familiar, sendo também chamada de displasia artério-hepática. É uma doença
autossômica dominante que acomete mais comumente
crianças do sexo masculino, as quais
geralmente nascem pequenas para a idade gestacional. As principais manifestações clínicas
da síndrome são:
− Fácies típico: fronte e orelhas proeminentes,
olhos fundos e com hipertelorismo e hipognatismo;
− Voz estridente e aguda;
− Colestase com icterícia variável, prurido
(com 3 a 6 meses de vida) e xantomas tardios.
As enzimas hepáticas estão elevadas e as
aminotransferases discretamente aumentadas,
com síntese hepática preservada;
− Cardiopatias congênitas, principalmente estenose
de um ramo periférico da artéria pulmonar
ou estenose da valva pulmonar. Outras
anomalias que podem surgir incluem defeito
de septo atrial, coarctação da aorta e tetralogia
de Fallot;
− Defeitos do arco vertebral, com fusão incompleta
de corpos vertebrais ou do arco anterior
(deformidade em borboleta);
− Anomalias oculares, notadamente o embriotoxon
posterior;
− Anomalias renais: rins displásicos, ectasia
tubular renal, rim único, hematúria;
− Alterações neurológicas e retardo mental:
arreflexia, ataxia e oftalmoplegia, associadas
à deficiência de vitamina E;
− Hipogonadismo com micropênis.

O tratamento é baseado no suporte
nutricional com reposição de vitaminas lipossolúveis
e no uso de UDCA. São alternativos
a colestiramina e o fenobarbital. O prognóstico
é melhor na variante sindrômica. Nesta, apenas
30 a 40% desenvolvem complicações graves
da doença, o que ocorre em mais de 70% dos
portadores da forma não sindrômica, os quais
frequentemente evoluem com cirrose hepática

A

Rarefação de Ductos Biliares Interlobulares (RDBIL)

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141
Q

Quantidade de álcool que deve ser ingerida por dia para que o indivído desenvolva formas graves da doença hepática alcóolica

A

Em homens,as formas graves da doença em geral só parecem quando o consumo é > 80 g/dia por mais de 10 anos, ao passo que, nas mulheres, este limiar é
um pouco mais baixo: > 30-40 g/dia por mais
de 10 anos.

*A maior suscetibilidade do sexo feminino ao
dano hepático induzido pelo álcool é explicada
em parte pela menor concentração da enzima
álcool-desidrogenase na mucosa gástrica… É
por isso, inclusive, que os níveis séricos de
etanol são maiores nas mulheres em comparação
com os homens, após a ingestão de uma
mesma dose de bebida alcoólica

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142
Q

Fatores responsáveis por amplificar o dano hepático associado ao álcool

A
  • hepatites virais crônicas (B e C)
  • obesidade
  • outras hepatopatias (ex.: hemocromatose)
  • Desnutrição
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143
Q

excesso de etanol absorvido pela circulação porta
é metabolizado predominantemente na região… do lóbulo hepático, local onde
existe a maior concentração da enzima …

Durante tal processo o oxigênio
acaba sendo intensamente consumido, o que
gera hipóxia centrolobular. A hipóxia prejudica
o funcionamento das mitocôndrias, bloqueando
a oxidação dos ácidos graxos que, desse
modo, se acumulam no interior da célula na
forma de gotículas de gordura (esteatose).

O principal metabólito do etanol é o …,
molécula que logo após ser formada se liga covalentemente a diversas proteínas teciduais,
criando “neoantígenos”. Estes induzem uma
resposta autoimune que compõe o processo necroinflamatório do parênquima hepático (hepatite)

Outro fator contribuinte é o aumento de permeabilidade da mucosa intestinal induzido diretamente pelo álcool, o que faz aumentar a absorção de toxinas bacterianas como o lipopolissacarídeo (LPS ou “endotoxina”). A translocação de LPS para o fígado através da veia porta estimula as … a produzir citocinas como o TNF-alfa, que amplifica todos os processos já descritos.

A

centrolobular

álcool-desidrogenase

acetaldeído
* O acetaldeído também é diretamente tóxico,
promovendo peroxidação das membranas
celulares e necrose hepatocitária

células de Kupffer (macrófagos hepáticos)

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144
Q

Em relação ao tamanho das vesículas de gordura, a esteatose da DHA costuma ser…

A

MACROvesicular,

mas pode ser microvesicular ou “mista”

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145
Q

Cite causas de esteatose macro e microvesicular

A

MACROVESICULAR

  • Álcool
  • Desnutrição
  • Obesidade
  • Diabetes Mellitus
  • Corticosteroides
  • Nutrição Parenteral Total

MICROVESICULAR

  • Álcool
  • Esteatose Aguda da Gravidez
  • Síndrome de Reye
  • Ácido Valproico
  • Tetraciclina
  • “Doença dos Vômitos da Jamaica”
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146
Q

Dizemos que a esteatose hepática está sendo
complicada por um quadro de “hepatite alcoólica”
sobreposta quando todas as alterações a
seguir forem notadas na biópsia hepática:

A

1- Necrose Hepatocitária;
2- Infiltrado Neutrofílico;
3- Distribuição Perivenular (central) do Infiltrado;
4- Corpúsculos de Mallory.*

*Alguns autores argumentam que os corpúsculos
de Mallory não são “obrigatórios” para o diagnóstico, uma vez que na prática eles raramente são encontrados.
Os corpúsculos de Mallory (também chamados
de “hialino de Mallory”) são acúmulos
intracitoplasmáticos de material eosinofílico.
Não parecem ter papel direto no dano hepático,
representando, na verdade, apenas uma
consequência da lesão induzida pelo etanol…
Apesar de clássicos da hepatite alcoólica,
também podem aparecer em outras condições
como: esteato-hepatite não alcoólica, doença
de Wilson, cirrose biliar primária, desnutrição
grave, após cirurgia de derivação jejunoileal
para obesidade mórbida e após uso de certas
drogas, como amiodarona e griseofulvina.

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147
Q

O que define a existência de “esteato-hepatite”
é a presença de necrose hepatocitária e
infiltração por leucócitos num parênquima
esteatótico. Na esteato-hepatite alcoólica o
tipo de leucócito predominante é o

A

neutrófilo polimorfonuclear

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148
Q

A esteatose hepática “pura” costuma ser assintomática,
com o paciente apresentando apenas
hepatomegalia ao exame físico. Alguns portadores
de esteatose muito intensa referem desconforto
no quadrante superior direito do abdome,
além de náuseas e discreta icterícia.

Já a esteato-hepatite alcoólica geralmente se manifesta com uma ampla gama de sinais e sintomas!
Anorexia, hepatomegalia dolorosa, febre e icterícia
acentuada constituem a síndrome clássica
de apresentação. Cumpre ressaltar que a hepatite
alcoólica também pode ser assintomática, sendo reconhecida apenas por alterações laboratoriais
sugestivas (ver adiante), num paciente com história
de etilismo importante… Ascite e hemorragia
digestiva por rotura de varizes esofagogástricas
não ocorrem nesse estagio, sendo necessário que um quadro de cirrose hepática para que elas aconteçam em um paciente
V ou F

A

F

Ascite e hemorragia digestiva por rotura de varizes esofagogástricas complicam até 30% dos casos de hepatite alcoólica aguda, mesmo na ausência de cirrose
pré-estabelecida. Tal fato é explicado por um hipertensão porta “transitória”, decorrente do edema hepatocelular difuso.

*Casos graves de hepatite alcoólica aguda são mais propensos a desenvolver infecções bacterianas intercorrentes (ex.: pneumonia, ITU, bacteremia), e a falência hepática fulminante pode ser a primeira manifestação em alguns doentes.

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149
Q

Na esteato-hepatite alcoólica, por outro lado,
a elevação das aminotransferases é a regra,
apresentando, contudo, uma curiosa peculiaridade:
relação AST/ALT > 2 sempre.
É digno de nota que raramente a AST ultrapassa
300 U/l em valores absolutos… Fosfatase alcalina
e gama-GT também aumentam na hepatite
alcoólica, mas nunca > 3x o LSN! Entre
60-90% dos casos cursam com hiperbilirrubinemia
direta, e níveis > 10 mg/dl indicam hepatite
alcoólica “grave”
V ou F

A

V

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150
Q

Tabela com achados laboratoriais da esteato-hepatite alcoólica

A

ENZIMAS HEPÁTICAS

  • Relação AST/ALT > 2
  • AST geralmente ≤ 300 U/l
  • FAL e GGT aumentadas até 3x o LSN

PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA

  • Hiperbilirrubinemia direta
  • Hipoalbuminemia
  • TAP/INR alargados

ALTERAÇÕES METABÓLICAS

  • Hiperglicemia
  • Hipertrigliceridemia
  • Hiperuricemia
  • Hipocalemia, hipomagnesemia e hipofosfatemia (desnutrição)
  • Ácido fólico reduzido

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS

  • Anemia macrocítica
  • Leucocitose com desvio à esquerda (às vezes reação leucemoide)
  • Plaquetopenia (10%)
  • Hipergamaglobulinemia policlonal (até 75%)
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151
Q

Cite medicamentos que, em um contexto adequado de apoio psicossocial, podem contribuir com a abstinência alcoólica em alcoolistas

A

(1) naltrexone,
(2) acamprosato
(3) baclofeno.

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152
Q

portadores de hepatite alcoólica aguda que apresentam ENCEFALOPATIA e/ou um ÍNDICE DE
FUNÇÃO DISCRIMINANTE DE MADDREY
≥ 32 (IFD) se beneficiam da…

A

Corticoterapia por um mês (com redução da mortalidade em curto prazo).

O esquema de escolha é: prednisolona 32 mg/dia VO (ou doses equivalentes de outras formulações de glicocorticoide).

*A prednisolona é preferida em relação à tradicional
prednisona porque esta última requer
conversão hepática à prednisolona (forma
ativa), um processo que pode estar comprometido
na hepatite alcoólica grave
** Se houver alguma contraindicação ao corticoide,
a droga de escolha passa a ser a pentoxifilina
(400 mg VO 3x dia durante um
mês), que também reduz mortalidade em
curto prazo, principalmente por reduzir a
ocorrência de síndrome hepatorrenal.

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153
Q

O surgimento de… num paciente com hepatite alcoólica tem sido considerado o melhor preditor isolado da chance de óbito nos próximos 90 dias.

A

injúria renal aguda

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154
Q

Descreva o questionário CAGE

A

C) Alguma vez você já sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? (Cut down)

A) As pessoas o aborrecem por que criticam o seu modo de beber? (Annoyed)

G) Você se sente culpado/chateado consigo mesmo pela maneira como costuma beber? (Guilty)

E) O senhor costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca? (Eye-opener)

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155
Q

Tabela com as principais síndromes psiquiátricas do alcoolismo

A

Galeria (foto 11)

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156
Q

Cite causas de DHGNA além da síndrome metabólica

A
  1. Desnutrição proteicocalórica (Kwashiorkor)
    Comum em crianças de países pobres, quadros semelhantes podem ser observados nos
    portadores de doenças crônicas que ficam muito desnutridos… Qual é o mecanismo? O
    tecido adiposo mobiliza suas reservas lipídicas (estimulado pelo deficit calórico), porém,
    a síntese hepática de proteínas está comprometida (deficit proteico), reduzindo a quantidade
    de lipoproteínas secretadas. Assim, em vez de serem exportados na forma de lipoproteínas,
    os ácidos graxos acabam se acumulando no fígado, o que lesa os hepatócitos!
  2. Cirurgias para obesidade mórbida
    Existem dois tipos de cirurgia bariátrica – as restritivas e as “mal-absortivas”. Cirurgias
    mal-absortivas “puras” foram abandonadas devido à alta incidência de complicações,
    como a falência hepática por esteato-hepatite aguda!!! A grande causa desta complicação
    é a hiperproliferação bacteriana, que resulta em INTOXICAÇÃO HEPÁTICA POR LIPOPOLISSACARÍDEO
    (LPS). A exclusão de um longo segmento intestinal favorece esse supercrescimento da microbiota… Na tentativa de solucionar tal problema associou-se
    a técnica de derivação biliopancreática, mas ela também apresenta desvantagens (anemia,
    doença ulcerosa, diarreia)… Hoje, as técnicas de cirurgia bariátrica conjugam componentes
    restritivos e mal-absortivos (este último em menor escala que antigamente).
  3. Perda ponderal rápida
    Dietas com menos de 600 kcal/dia induzem uma lipólise periférica exagerada, e o
    fígado não dá conta de metabolizar tanto ácido graxo (vide o mecanismo da desnutrição).
    Além do mais, é bem conhecido o risco de colelitíase neste contexto… Um estudo sugeriu limitar a velocidade de perda ponderal dos pacientes obesos em no
    máximo 1,5 kg/semana para os adultos e 500 g/semana para as crianças…
  4. Nutrição parenteral total
    A grande quantidade de gorduras infundida na veia pode ultrapassar a capacidade
    hepática de metabolizar lipídios, que então se acumulam no parênquima hepático.
  5. Drogas
    Diversos medicamentos podem causar infiltração gordurosa hepática, o que ocorre pela
    interferência no metabolismo lipídico (por exemplo, é comum a inibição da betaoxidação
    mitocondrial).
    (Corticoides, Tetraciclina, Ácido Valproico, Antirretrovirais, AINES, Amiodarona, Nifedipina, Tamoxifeno, Diltiazem, Cloroquina, Estrogênios, Hidrazina, L-Asparaginase, Metotrexate, Bleomicina)
  6. Intoxicações Exposição ocupacional a certas toxinas como:
    • DDT, tetracloreto de metila, fósforo amarelo, produtos petroquímicos, antimônio,
    sais de bário, cromo, tálio, urânio…
    O perfil dos pacientes acometidos é típico: quase todos são homens e jovens! Geralmente
    não se observam os fatores de risco para a síndrome metabólica, e a grande
    maioria obtém a cura com o afastamento do trabalho…
  7. Gravidez
    A esteatose hepática aguda da gravidez é uma complicação tardia (terceiro trimestre)
    e muitas vezes fatal!!! É mais frequente quando o feto é masculino, e nas mulheres
    com deficiência da 3-hidroxiacil-CoA-desidrogenase (uma enzima mitocondrial do
    sistema de betaoxidação). O tratamento é a remoção imediata do feto! Pode recorrer
    em gestações subsequentes…
  8. Síndrome dos vômitos da Jamaica
    Causada pela ingestão de certas frutas comuns na Jamaica que, às vezes, podem
    estar contaminadas pela Hipoglicina A (uma toxina do ambiente). Esta substância
    inibe o sistema de betaoxidação mitocondrial (gerando esteatose hepática), o que
    torna o fígado dependente do metabolismo glicídico para obter energia… O processo
    da gliconeogênese também acaba sendo afetado, e o paciente evolui com um quadro
    de hipoglicemia grave, que pode resultar em óbito.
  9. Infecções
    O genótipo 3 do vírus da hepatite C tem sido associado ao desenvolvimento de esteatose hepática! O mecanismo é desconhecido, mas parece haver correlação entre a carga viral e a intensidade da infiltração gordurosa. Na infecção pelo genótipo
    1 (mais frequente), a esteatose só é vista nos portadores de comorbidades como a síndrome metabólica, e não por um efeito direto do vírus
  10. Miscelânea
    Hipotireoidismo, síndrome de Cushing, diverticulose do delgado com supercrescimento bacteriano, doença inflamatória intestinal, anemia grave, lipodistrofia,
    abetalipoproteinemia, galactosemia, tirosinemia, doença de Wilson, síndrome
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157
Q

Evidências recentes indicam que os principais fatores
envolvidos na gênese da resistência à insulina
são oriundos do TECIDO ADIPOSO,
especialmente quando ele se prolifera de
forma exagerada (obesidade)!!! Adipócitos
“abarrotados” de gordura aumentam a secreção
de… e diminuem a secreção de…
As consequências da resistência
insulínica não se restringem apenas
ao descontrole glicêmico… Também observamos
com frequência alterações cutâneas
(como a acantose nigricans), musculoesqueléticas
(cãibras), hiperandrogenismo e anovulação
(ovários policísticos) e… ESTEATOSE
HEPÁTICA

A

TNF-alfa

Adiponectina.

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158
Q

Como a resistência insulínica causa esteatose hepática?

A
  • A RI induz aumento da lipólise periférica;
  • A RI induz aumento da captação hepática de lipídios;
  • A RI induz uma diminuição na betaoxidação mitocondrial;
  • A RI induz aumento na biossíntese de triglicerídeos.
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159
Q

Por que alguns indivíduos com DHGNA desenvolvem esteato-hepatite não alcoólica?

A

A sobrecarga do citoplasma hepatocitário
é capaz de ativar alguns sistemas enzimáticos,
como a via da IKK-beta (Inhibitor
Kappa-Kinase beta), que fosforila e ativa o
fator de transcrição NFkB, que por sua vez se
dirige ao núcleo e induz a célula a sintetizar
TNF-alfa e Interleucina-6.

O TNF-alfa em altos níveis
dentro do fígado exerce uma série de efeitos locais… O mais importante deles é a disfunção
da mitocôndria, que em vez de oxidar os ácidos
graxos (betaoxidação), começa a fazer a
peroxidação destas substâncias. Ácidos graxos
peroxidados são poderosas Espécies Reativas
de Oxigênio (ERO)!!! São estas ERO que promovem
o estresse oxidativo responsável pelo
desenvolvimento de Esteato-Hepatite

Além do mais, o gradiente hepático de TNF-
-alfa gera quimiotaxia, atraindo e ativando
leucócitos no parênquima

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160
Q
Parece que a Angiotensina II também tem
papel na ativação das células estreladas. Constatou-se que os níveis séricos dessa substância são preditores independentes do risco de fibrose hepática na
DHGNA. Além disso, um pequeno ensaio
clínico mostrou que os Antagonistas do
Receptor de Angiotensina II podem “atrasar”
o desenvolvimento de cirrose (e até
mesmo revertera fibrose inicial) nos
hipertensos portadores de DHGNA que são
tratados com esta droga
V ou F
A

V

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161
Q

Em relação a fosfatase alcalina, seus níveis não sobem
muito na DHGNA (no máximo até 2 vezes o
valor normal), de tal modo que, se a fosfatase alcalina subir mais do que isso (por exemplo, 5 a 10 vezes o valor normal) a principal suspeita diagnóstica deve
recair sobre uma doença biliar (que pode estar
associada à DHGNA) ou uma infiltração do
parênquima hepático (por exemplo, por doença
neoplásica metastática)
V ou F

A

V

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162
Q

a clássica “assinatura patológica” da esteato-hepatite alcoólica (esteatose macrovesicular + inflamação
lobular + corpúsculos de Mallory) só pode ser
encontrado ou na…

A

DHA ou na DHGNA

  • na hepatite autoimune esperamos a clássica “hepatite
    de interface” (infiltrado inflamatório concentrado no
    espaço porta formando uma “linha de frente” com as arestas do lóbulo hepático. Os hepatócitos mais periféricos vão sendo progressivamente destruídos na medida em que o processo avança na direção
    centrolobular)
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163
Q

é o exame
mais acurado na avaliação não invasiva da esteatose
hepática

A

RM

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164
Q

A Hepatite Autoimune (HAI) é uma doença
típica de mulheres jovens em que um processo
de hepatite crônica caracterizado pela “hepatite
de interface” se acompanha de
hipergamaglobulinemia e positividade para
certos marcadores sorológicos, como

A
  • FAN e antimúsculo liso (HAI tipo 1 – forma mais comum da doença)
  • anti-LKM (HAI tipo 2 – variante que predomina em crianças)
  • anti-SLA (HAI tipo 3 – forma mais agressiva).
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165
Q

Em 10% dos casos a HAI se apresenta de
forma aguda, assumindo, ocasionalmente, um
padrão “fulminante”. No restante, a HAI segue
um curso tipicamente insidioso, evoluindo com
queixas progressivas de fadiga, anorexia, icterícia
e artralgia. Em mulheres, são comuns
ainda as queixas de amenorreia (que pode ser
a primeira manifestação clínica da doença),
hirsutismo e acne
V ou F

A

F

Em 40% dos casos a HAI se apresenta de
forma aguda

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166
Q

O risco de carcinoma hepatocelular
em portadores de HAI com cirrose hepática
é de cerca de

A

1% ao ano (inferior ao da

cirrose causada por hepatites virais crônicas).

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167
Q

as enzimas canaliculares (fosfatase alcalina e gama-GT) em geral estão bastante aumentadas na HAI
V ou F

A

F

as enzimas canaliculares
(fosfatase alcalina e gama-GT) em geral são
normais ou discretamente aumentadas… Quando
tais enzimas têm aumentos proeminentes,
temos que pensar numa síndrome de superposição
entre HAI e cirrose biliar primária, ou
entre HAI e colangite esclerosante primária

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168
Q

Um achado laboratorial característico é a hipergamaglobulinemia
(> 2,5 g/dl). Trata-se de uma
hipergama “policlonal”, que pode justificar um
resultado “falso-positivo” na pesquisa…

A

do fator reumatoide, bem como em diversas sorologias
virais, incluindo hepatite C (o RIBA e o PCR
para HCV-RNA serão negativos nestes casos).

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169
Q

Tabela com os tipos de HAI

A

Galeria (foto 12)

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170
Q

A biópsia hepática é sempre indicada na avaliação
de um caso suspeito de HAI: o achado
de “hepatite de interface” não é patognomônico,
pois pode ser observado em outras hepatites
crônicas, no entanto, num contexto clinicolaboratorial
sugestivo de HAI tal achado confere
especificidade ao diagnóstico
V ou F

A

V

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171
Q
A imunossupressão com...
representa a base da conduta terapêutica
e comprovadamente induz melhora dos
sintomas, do laboratório (hepatograma, hipergamaglobulinemia)
e das alterações histopatológicas.
A principal indicação de tratamento é
a existência de HAI “grave”, definida pela
presença de qualquer um dos abaixo:
  1. Sintomas de hepatite crônica;
  2. Aumento das aminotransferases ≥ 10x o
    LSN;
  3. Aumento das aminotransferases ≥ 5x o
    LSN + gamaglobulinas ≥ 2x o LSN;
  4. Achados histopatológicos “severos”, como
    necrose em ponte e necrose multilobular.
A

glicocorticoide + azatioprina

  • É praxe repetir a biópsia hepática
    após 18 meses de tratamento, com o
    objetivo de confirmar a ocorrência ou não de
    “remissão completa”.
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172
Q

A… é uma hepatopatia autoimune crônica caracterizada
pela destruição seletiva dos pequenos
ductos biliares intra-hepáticos, o que promove
alterações histopatológicas bastante estereotipadas
e resulta num quadro clinicolaboratorial
de colestase intra-hepática progressiva.
Trata-se de uma doença insidiosa, que
predomina em mulheres com idade entre
40-60 anos, sendo comumente diagnosticada
por acaso quando da demonstração de níveis
séricos elevados de fosfatase alcalina em indivíduos
assintomáticos. Existe um marcador
sorológico específico, o…,
com os demais exames refletindo
as consequências da colestase (hipercolesterolemia,
icterícia, deficiência de vitaminas
lipossolúveis).

O prognóstico não é bom na ausência do tratamento com…, porém, o diagnóstico precoce
e o início do tratamento em fases incipientes
conseguem prevenir ou pelo menos
atrasar a evolução para cirrose hepática

A

antiga “cirrose biliar primária”, agora denominada
Colangite Biliar Primária (CBP),

autoanticorpo antimitocôndria

ácido ursodesoxicólico

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173
Q

Alguns fatores ambientais são capazes de desencadear
a CBP em indivíduos geneticamente predispostos, por exemplo:
(1) infecções por…, …, Novosphingobium aromaticivorans e Betaretrovirus humano;

(2) vacinação com…;
(3) tabagismo;
(4) terapia de reposição hormonal;
(5) exposição a…

A

Chlamydophila pneumoniae, E. coli

Lactobacillus na prevenção da vaginite recorrente

tintas de cabelo.

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174
Q

Boa parte dos pacientes com CBP permanece assintomática por anos, sendo o início da doença tipicamente insidioso. Os primeiros sintomas que
costumam ser notados são …
Ao exame físico, notam-se hepatoesplenomegalia
e uma típica alteração cutânea indicativa
de hipercolesterolemia acentuada (consequência
da colestase intra-hepática): as lesões…

Icterícia, esteatorreia e sinais e sintomas
de hipertensão porta costumam ser manifestações
tardias, indicativas de cirrose hepática.
Desmineralização óssea (osteopenia/osteoporose)
pode acontecer em decorrência da deficiência
de vitamina D. Muitos pacientes desenvolvem
quadros de disautonomia com hipotensão
ortostática e agravamento da sensação de
fadiga, além de deficit cognitivo, ambos de
mecanismo pouco compreendido.

A

a fadiga e o prurido

xantomatosas (xantoma = “tumor amarelo”), que são depósitos de colesterol na pele

*O prurido desses pacientes é secundário ao
acúmulo de ácido lisofosfatídico no organismo.
Tal fenômeno, por sua vez, é decorrente
de um aumento na atividade da enzima
autotaxina, o que é diretamente induzido
pela doença.

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175
Q

A primeira alteração laboratorial observada na
CBP (geralmente com o paciente ainda assintomático)
é o aumento da …

Na medida em que a colestase intra-hepática
evolui, é muito comum o surgimento de
hipercolesterolemia, com aumento particularmente
pronunciado dos níveis de …

Somente em estágios
avançados é que sobrevém a hiperbilirrubinemia
(com predomínio da fração direta).

A

fosfatase alcalina sérica

HDL (Lipoproteína de Alta Densidade).

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176
Q

O autoanticorpo antimitocôndria está presente
em 95% dos casos, sendo sensível e específico
para o diagnóstico de CBP (S = 95%, E
= 98%)
V ou F

A

V

*Ele tem como antígeno alvo uma porção
da enzima piruvato desidrogenase mitocondrial
(a fração “di-hidrolipoamida acetiltransferase”).
O antimitocôndria é uma imunoglobulina
da classe IgM, explicando o aumento
de IgM na eletroforese de proteínas do paciente.

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177
Q

Critérios Diagnósticos de CBP (AASLD)

A
  1. Presença do Antimitocôndria.
  2. Hepatograma sugestivo de colestase (comumente
    aumento isolado da fosfatase alcalina).
  3. Biópsia hepática mostrando colangite destrutiva
    não supurativa, com lesão dos ductos
    biliares interlobulares.

Presença de 2 desses 3

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178
Q

O prurido na CBP é tradicionalmente abordado com…

Outros fármacos que se
mostraram benéficos no controle do prurido da
CBP são: ondansetron (4 mg VO conforme
necessidade, até 3x dia) e a sertralina (75-100
mg/dia). O primeiro é um antiemético antagonista
do receptor 5-HT3 de serotonina, o segundo
é um antidepressivo inibidor seletivo da
recaptação de serotonina no SNC. Casos refratários
e insuportáveis podem ser submetidos à
plasmaférese

A

colestiramina (4 g diluído em água 3x ao dia).
Este quelante de ácidos biliares atua aumentando
a eliminação intestinal de substâncias
relacionadas ao prurido que se acumulam no
corpo do paciente.

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179
Q

A droga que se mostrou mais eficaz em tratar
especificamente a CBP é o …
Tal fármaco comprovadamente atrasa a
progressão da doença, em particular se iniciado
em fases precoces, estabilizando a histologia
hepática e aumentando a sobrevida em longo
prazo. A necessidade de um transplante hepático
pode ser protelada e até mesmo evitada em
muitos indivíduos… O fato é que 20% dos pacientes
tratados apresentam normalização do hepatograma dentro de dois anos, proporção que aumenta para
40% após cinco anos. O principal efeito colateral
é o ganho de peso e, eventualmente, diarreia

A

ácido ursodesoxicólico (13-15 mg/kg/dia, dividido em 1-2 tomadas)

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180
Q

é uma anomalia
hereditária transmitida de forma autossômico-
-recessiva, que se caracteriza pelo acúmulo
tóxico de cobre no organismo. Este metal está
normalmente presente na estrutura de diversas
enzimas e ligado a proteínas transportadoras
plasmáticas, as ceruloplasminas, que evitam
que ele circule na forma livre. Em condições
normais, sua eliminação se dá através do metabolismo
hepático de todas essas proteínas,
com subsequente excreção na bile

A

Doença de Wilson

*O defeito genético subjacente à doença de
Wilson consiste numa inativação do gene
ATP7B. Este gene é responsável pela síntese
de uma proteína de membrana do hepatócito
que realiza a transferência do cobre (ATP-
-dependente) do citoplasma para os canalículos
biliares

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181
Q

manifestações clínicas do excesso de cobre são raras antes dos seis anos de idade, e metade dos pacientes
não tratados permanece assintomática durante
a adolescência.
V ou F

A

V

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182
Q

Em crianças com DW, os sintomas… são mais proeminentes, enquanto
nos adultos é comum encontrarmos a
sobreposição de sintomas…

A

hepáticos (forma hepática)

neuropsiquiátricos (forma neurológica).

  • Forma hepática: Os efeitos tóxicos do cobre sobre o fígado podem determinar qualquer um dos três tipos de lesão: a) hepatite crônica ativa; b) hepatite
    fulminante; c) cirrose

** forma neurológica: Distonia, Tremores, Disartria,
Hipertonia, Espasmos, Disfonia, Rigidez, Contraturas, Disfagia

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183
Q

anéis formados por depósitos de cobre na membrana de Descemet da córnea, que adquirem uma coloração
verde-dourada. Nunca interferem com a visão,
mas indicam que o cobre hepático foi liberado
e produziu lesão cerebral.

A

Anéis de Kayser-Feischer

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184
Q

Quando um paciente
com doença neurológica ou psiquiátrica não
apresenta os anéis de Kayser-Fleischer ao exame
clínico, pode-se praticamente excluir a DW
do diagnóstico diferencial
V ou F

A

V

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185
Q

Os rins também podem ser afetados pela doença
de Wilson. Depósitos de cobre nos… podem justificar glicosúria, aminoacidúria, acidose tubular renal tipo II, ou mesmo todas em conjunto, no espectro da …

A

túbulos proximais

síndrome de Fanconi.

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186
Q

Além da DW, que outras condições podem reduzir os níveis séricos de ceruloplasmina?

A

desnutrição, síndrome nefrótica,
insuficiência hepática e a presença do “traço” da
doença de Wilson

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187
Q

O método padrão-ouro para a confirmação

diagnóstica da DW é a

A

biópsia hepática, com quantificação
da quantidade de cobre (em microgramas)
por grama de peso seco de tecido.

  • Valores > 200 mcg/g confirmam o diagnóstico na ausência de colestase obstrutiva prolongada (esta
    última situação também aumenta o cobre hepático,
    e pode justificar o surgimento dos anéis
    de Kayser-Fleischer).
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188
Q

Antes de indicar a biópsia hepática para diagnóstico de DW, podemos lançar mão de testes que avaliam o metabolismo do cobre, a fim de detectar indícios da
existência de sobrecarga deste oligoelemento.
O exame mais útil com este intuito é

A

a dosagem de cobre na urina de 24h.

*Valores > 100 mcg/dia, num paciente com sintomas
compatíveis, são muito sugestivos do diagnóstico!

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189
Q

Para pacientes com DW em fase pré-sintomática ou com doença hepática compensada, sem evidências
de acometimento do SNC, a estratégia de escolha para o manejo é

A

a suplementação diária de zinco pelo resto da vida.

  • O zinco é comprovadamente
    eficaz na DW, sendo em geral bem tolerado.
    Ele atua principalmente pela inibição da absorção
    intestinal de cobre, favorecendo um
    balanço negativo deste elemento (pela eliminação
    urinária do excesso de cobre). Outro
    efeito do zinco é a indução da síntese hepática de metalotioneína, um quelante endógeno de
    cobre expresso no citoplasma do hepatócito,
    que ajuda a reduzir o cobre livre
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190
Q

Quando o indivíduo se apresenta com doença
hepática descompensada (ex.: ascite, hemorragia
digestiva alta, encefalopatia), a literatura atual
recomenda uma avaliação especificamente padronizada
da gravidade do quadro. O método sugerido
é chamado de índice de Nazer (Tabela 2), e
consiste num escore capaz de predizer o prognóstico
da falência hepática induzida pela DW…
Um índice de Nazer < 7 indica tratamento clínico,
sendo a estratégia de escolha uma combinação
de zinco (para reduzir a absorção intestinal
de cobre) com um quelante (drogas que
aumentam ativamente a eliminação urinária de
cobre), de preferência o trientine. Não se deve
administrar zinco e trientine ao mesmo tempo,
pois o trientine forma um complexo inabsorvível
com o zinco no tubo digestivo, bloqueando
o efeito terapêutico de ambas as medicações.
O intervalo entre a tomada de cada droga deve
ser de no mínimo uma hora.
Um índice de Nazer > 9 indica péssimo prognóstico
e baixa probabilidade de resposta ao
tratamento clínico, sendo recomendável proceder
diretamente ao Transplante Ortotópico
de Fígado (TOF). Nazer entre 7-9 requer avaliação
individualizada da conduta
V ou F

A

V

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191
Q

A deposição excessiva de ferro nas células
parenquimatosas, em especial do… acaba por estimular a peroxidação lipídica e produção de radicais livres,
lesando-as e promovendo fibrose progressiva

A

fígado, pâncreas e coração

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192
Q

Por outro lado, 30 a 60% dos pacientes com
hemocromatose avançada têm diabetes mellitus, sendo 70% insulinodependentes. Tanto a resistência à insulina
quanto a sua diminuição de produção
são encontradas. A presença de diabetes piora
o prognóstico.
V ou F

A

V

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193
Q

Em pacientes com hemocromatose que apresentam estágios avançados de ICC, o tratamento com flebotomia e deferoxamina é paliativo, geralmente não se obtendo boa resposta
V ou F

A

F

Mesmo nos casos avançados de ICC, pode-se
obter boa resposta clínica após depleção de
ferro através de programa de flebotomias em
associação com deferoxamina.

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194
Q

na hemocromatose há uma maior predisposição a infecções, notadamente por…
Especula-se que a maior oferta de ferro não
ligado a transferrina e uma possível disfunção
dos linfócitos CD8 e macrófagos possam ter
algum papel nesta predisposição

A

Yersinia enterocolitica, Vibrio vulnificus, Listeria monocytogenes e Pasteurella pseudotuberculosis.

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195
Q

Descreva a regras dos 3 As para suspeita de hemocromatoe em estágios clínicos iniciais

A
  • Astenia crônica imotivada e/
  • Artralgia e/ou
  • Aminotransferases elevadas
    sem motivo aparente, principalmente quando
    a elevação for inferior a três vezes o limite
    superior da normalidade:
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196
Q

Qual a importância do índice de saturação da trasnferrina no contexto da hemocromatose?

A

o IST é o teste isolado mais sensível para a
identificação fenotípica de homozigotos para
HH. É calculado a partir do quociente entre o
ferro sérico e a capacidade total de ligação do
ferro, multiplicado por 100. O valor normal do
IST situa-se entre 30 e 40%, sendo geralmente
maior que 60% nos homens e maior que 50%
nas mulheres com HH clínica. É um índice mais
estável que o ferro sérico e mais precoce, já
que frequentemente se eleva já na adolescência
dos pacientes com HH. É sabido que o IST é
mais sensível para o diagnóstico de HH do que
a ferritina sérica, a qual só se torna elevada na
presença de grandes acúmulos de ferro.

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197
Q

A deferoxamina é um agente quelante do ferro
introduzido na prática clínica há mais de 20
anos. Entretanto, não é recomendada habitualmente
no tratamento da HH já que é uma droga
de alto custo, de administração trabalhosa
(geralmente como infusão subcutânea contínua
em um período de 12 horas por 4 a 6 dias por
semana através de uma bomba especial portátil)
e, sozinha, é praticamente ineficaz neste
tipo de doença, pois possibilita a excreção
diária de apenas 20 a 90 mg de ferro. Além
disso, existem complicações potenciais com o
uso crônico da deferoxamina tais como infecções
por Yersinia spp, lesões retinianas e de
nervo acústico.
A deferoxamina poderá ser útil, todavia, como
coadjuvante das flebotomias em alguns casos
de HH com…

A

cardiopatia ou naqueles indivíduos

que não toleram o programa de sangrias.

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198
Q

O tratamento da hemocromatose não reverte a cirrose já estabelecida, mas proporciona uma nítida melhora
clínica e laboratorial da disfunção hepática
presente. Ele reduz também a dependência à
insulina dos pacientes com diabetes mellitus,
melhora a pigmentação anormal da pele, os
distúrbios cardíacos determinados pela síndrome,
o mal-estar geral, a astenia e as dores abdominais,
se já presentes.
Por outro lado, as flebotomias não melhoram
o hipogonadismo e suas consequências, não
impedem o aparecimento e a progressão da
artropatia e não impedem o surgimento de Carcinoma
Hepatocelular (CHC).
V ou F

A

V

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199
Q

Tabela com a classificação das hepatopatias farmacoinduzidas

A

galeria (foto 13)

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200
Q

casos onde múltiplas possibilidades etiológicas
são aventadas poderiam ser resolvidos pelo
encontro de certos achados (incomuns) bastante
sugestivos de hepatopatia farmacoinduzida:
infiltração eosinofílica hepática ou formação
de granulomas no parênquima
V ou F

A

V

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201
Q
à menor suspeita de hepatotoxicidade
após a introdução de um novo
medicamento (ex.: aumento de ALT > 5x o
LSN), o mesmo deve ser imediatamente suspenso
V ou F
A

F

à menor suspeita de hepatotoxicidade
após a introdução de um novo
medicamento (ex.: aumento de ALT > 3x o
LSN), o mesmo deve ser imediatamente suspenso

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202
Q

Com exceção da toxicidade
pelo paracetamol, em que um antídoto específico
é comprovadamente benéfico (…),
e da toxicidade pela tetraciclina (…), nos demais casos só podemos
oferecer tratamento de suporte e o transplante
ortotópico de fígado, quando indicado

A

N-acetilcisteína

onde a L-carnitina se mostrou benéfica

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203
Q

Em algumas horas o paciente apresenta náuseas,
vômitos e diarreia, manifestações iniciais
que regridem rapidamente, sendo seguidas por
uma fase assintomática. Os sinais clínicos e
laboratoriais de dano hepático tornam-se evidentes
24 a 48 horas após a ingestão do fármaco.
São comuns níveis séricos de aminotransferases
> 5.000 UI/L, e a lesão hepática grave
pode resultar em insuficiência hepática progressiva,
com encefalopatia, coagulopatia, hipoglicemia
e acidose láctica.

A

Intoxicação por paracetamol

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204
Q

O tratamento inicial da superdosagem do paracetamol
consiste em medidas de suporte e
descontaminação gástrica, como o uso de
carvão ativado pela via oral (1 g/kg de peso,
dose máxima 50 g), dentro das primeiras 4h
da ingestão tóxica. Deve-se administrar N-acetilcisteína
(NAC) a pacientes de alto risco,
isto é, aqueles que ingeriram quantidades
previsivelmente tóxicas do fármaco! Nestes
casos, a NAC reduz a gravidade da necrose
hepática e a taxa de mortalidade, principalmente
se administrada ANTES da elevação
das aminotransferases. Como regra geral,
recomenda-se que a NAC seja administrada,
nestes indivíduos, dentro das primeiras… da
ingestão

A

8h

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205
Q

Três drogas do esquema RIPE (Rifampicina,
Isoniazida e Pirazinamida) possuem potencial
para lesão hepática aguda. A associação isoniazida
+ rifampicina tem sinergismo hepatotóxico.
Das três, a isoniazida é a mais estudada. Essa
droga tem um metabólito chamado acetilidrazina
– o verdadeiro responsável pela lesão hepática,
formado pelo sistema do citocromo P450.
As drogas indutoras deste sistema enzimático,
como a rifampicina, aumentam os níveis do
metabólito, aumentando a chance de hepatotoxicidade.
Os indivíduos… são
mais suscetíveis ao acúmulo desse metabólito,
pois a sua transformação para a substância atóxica
diacetilidrazina está lentificada

A

acetiladores lentos

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206
Q

Quando o paciente está em uso do esquema
RHZE, um aumento de até 150 UI/ml das aminotransferases,
estável ou em involução, não
justifica a suspensão das drogas
Porém, se houver icterícia ou elevação de aminotransferases acima desses níveis, a conduta deve ser suspender todo o esquema RIPE e introduzir droga por droga, com intervalo de quatro dias
V ou F

A

F

Quando o paciente está em uso do esquema
RIPE, um aumento de até 250 UI/ml das aminotransferases,
estável ou em involução, não
justifica a suspensão das drogas

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207
Q

1 a 3% dos pacientes que recebem
amiodarona desenvolvem lesão hepática mais
grave, que se assemelha, histologicamente, à…, com infiltração gordurosa
dos hepatócitos, necrose focal, fibrose, infiltrados
de leucócitos Polimorfonucleares (PMN) e corpúsculo
de Mallory

A

hepatite alcoólica aguda

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208
Q

Até 6% dos pacientes tratados com este agente
anti-hipertensivo desenvolvem alterações assintomáticas
nas provas de função hepática. A hepatotoxidade
clinicamente óbvia, que habitualmente
se assemelha à hepatite viral aguda ou à
hepatite ativa crônica, é muito menos comum e
surge, em geral, nas 20 semanas após o início
da administração de metildopa. O teste de
Coombs pode se tornar positivo nos usuários
desse fármaco, porém não se correlaciona com
o desenvolvimento de lesão hepática

A

Alfa metildopa

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209
Q

Tipicamente, a hepatotoxidade desse farmaco manifesta-se como síndrome aguda de dor no hipocôndrio direito, febre e sintomas colestáticos variáveis.
O quadro clínico pode imitar bastante o
da colecistite aguda ou colangite, e, em alguns
casos, exige exploração cirúrgica. O prognóstico
é sempre excelente, porém a reação pode
sofrer recidiva alguns dias após a readministração
do fármaco.

A

Eritromicina

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210
Q

Este medicamento pode estar raramente
associado a um quadro de injúria hepática
grave, semelhante à hepatite viral (em termos
de histopatológico e laboratório), porém, cursando
também com sinais proeminentes de
“hipersensibilidade” (do tipo “doença do
soro”). Os sintomas começam dentro de seis
semanas do seu uso, apresentando-se com
mal-estar, febre alta, linfadenopatia e rash
cutâneo. O hemograma revela leucocitose
neutrofílica, linfocitose atípica e eosinofilia.
A hepatite difere da hepatite viral aguda apenas
por conter eosinófilos no infiltrado portal

A

fenitoína

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211
Q

Qual a função da carnitina

A

molécula responsável pelo transporte de ácidos graxos para o interior da mitocôndria, onde sofrem betaoxidação

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212
Q

a administração de L-carnitina pela
via endovenosa (50 mg/kg/dia) reduz de forma
importante a morbimortalidade associada à hepatotoxicidade da fenitoína. mas não ácido valproico
V ou F

A

F

a administração de L-carnitina pela
via endovenosa (50 mg/kg/dia) reduz de forma
importante a morbimortalidade associada à hepatotoxicidade do ácido valproico
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213
Q

Resumos das alterações hemodinâmicas associadas à cirrose

A

Galeria (foto 14)

Obs.: fibrose pulmonar > aumento da pressão no sistema porta > aumento da produção de NO > vasodilatações esplâncnica…

Translocação de gram - LPS contribuem com vasodilatação sistêmica

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214
Q

Por que em pacientes cirróticos com ascite o uso de altas doses de diuréticos pode desencadear uma IRA por hipovolemia?

A

Imaginemos que você prescreveu 100 mg
de espironolactona + 120 mg de furosemida por
dia. Nos três dias subsequentes, o paciente perdeu
uma média de 2 kg de peso/dia. Agora, ele se
encontra bastante enfraquecido, taquicárdico (120
bpm), hipotenso (80 x 50 mmHg) e oligúrico. O
que aconteceu? Você fez uma dose muito alta de
diurético para um paciente que já tinha um “volume
arterial efetivo” reduzido. O resultado não
poderia ser outro: ele descompensou a hipovolemia
e evoluiu com insuficiência renal aguda oligúrica,
provavelmente de padrão pré-renal. Para
evitar esse desfecho, sempre comece com uma
dose mais baixa de diurético nesses pacientes
“virgens de tratamento” – não esqueça que ele
tem um estado hemodinâmico que funciona como
uma hipovolemia relativa! Conforme veremos
adiante, recomenda-se que o tratamento diurético
para a ascite promova uma redução em torno de
0,5 kg/dia no peso do paciente e de 1 kg/dia se,
além da ascite, houver também edema de membros
inferiores…

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215
Q

foram identificadas benzodiazepinas
endógenas que se acumulam em
pacientes com encefalopatia hepática. Isso
explica o porquê de alguns pacientes obterem
melhora dos sintomas com…

A

flumazenil – um antagonista benzodiazepínico

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216
Q

É definida pela presença de alterações neuropsiquiátricas
só detectadas pelos testes neuropsicométricos,
pelo fato de serem sutis. Tais
alterações geralmente não são percebidas nem
pelo paciente, nem pelo médico, mas estão
presentes em até 70% dos cirróticos! Exames
complementares como o eletroencefalograma
podem reforçar o diagnóstico, mas, na prática,
em geral NÃO se recomenda a pesquisa deste
tipo de encefalopatia em todos os cirróticos,
pois seus critérios diagnósticos não são bem
estabelecidos

A

Encefalopatia hepática mínima (subclínica)

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217
Q

O asterixis (ou flapping) não é patognomônico
da encefalopatia hepática! Pode ocorrer
em outras condições importantes na prática
médica, como a .

A
  • encefalopatia urêmica
  • carbonarcose da DPOC
  • pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia
  • intoxicação pelo lítio
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218
Q

Classificação da encefalopatia hepática

A

Galeria (foto 15)

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219
Q

Principais fatores desencadeadores da EH

A
  • Hemorragia digestiva alta;
  • Hipocalemia;
  • Alcalose metabólica ou respiratória;
  • Desidratação/hipovolemia;
  • Diuréticos tiazídicos ou de alça (furosemida);
  • Infecções (incluindo a peritonite bacteriana espontânea);
  • Uso de sedativos (benzodiazepínicos e barbitúricos);
  • Dieta hiperproteica;
  • Procedimentos cirúrgicos;
  • Constipação intestinal;
  • Hipóxia;
  • Shunts portossistêmicos: espontâneos (ex.: esplenorrenal) e cirúrgicos (incluindo o TIPS – Transjugular Intrahepatic Portosystemic Shunt).
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220
Q

Todo paciente com ascite e encefalopatia
deve ter sua ascite investigada para infecção,
mesmo na ausência de sinais infecciosos
V ou F

A

V

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221
Q

Uma das formas de estimar a intensidade da EH é por meio da dosagem da amônia sérica
V ou F

A

F
A dosagem sérica de amônia não é recomendada de rotina; geralmente encontra-se elevada na encefalopatia hepática, porém sua especificidade é baixa (existem diversas patologias que podem elevar a amônia). E mais: seus níveis séricos não têm boa
correlação com o grau de encefalopatia!!!

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222
Q

a restrição proteica na dieta não está indicada de rotina no tratamento da EH aguda. Contudo, nos
pacientes com encefalopatia hepática aguda ou
crônica refratária ao tratamento com lactulose
e/ou antibióticos a manipulação
dietética tem papel adjuvante: nestes casos
recomenda-se substituir fontes proteicas animais
(ex.: carnes, ovos, leite) por fontes proteicas
vegetais (ex.: soja). Vale lembrar que
pacientes com EH estágio III ou IV devem ficar
em dieta zero pelo menos nas primeiras 24-48h,
e tão logo comecem a se recuperar, a dieta deve
ser reintroduzida
V ou F

A

V

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223
Q

é considerada a “pedra mestra” na terapia
da encefalopatia hepática aguda esporádica,
tendo uma eficácia oscilando entre 70-80%. Tem uma grande vantagem sobre os
outros açúcares dissacarídeos (como a sacarose,
a lactose e a frutose): ela não é “quebrada”
pelas dissacaridases presentes nas microvilosidades
dos enterócitos do intestino delgado e,
portanto, consegue atingir o cólon de forma
intacta. Seu principal mecanismo de ação vem
do fato de ser metabolizada pelas bactérias colônicas em ácidos graxos de cadeia curta (ácido lático e ácido acético), reduzindo o pH do lúmen colônico para em torno de 5,0. Com o pH mais ácido, o NH3 (amônia) é convertido em NH4
+ (amônio), este último inabsorvível
pela mucosa intestinal. O resultado é a menor
absorção de amônia e a melhora do quadro da
EH.
Também age pelo seu efeito
catártico (laxante)

A

Lactulose

A dose da lactulose deve ser 20-30 g (30-45 ml
da solução disponível no mercado) de duas a
quatro vezes por dia. A “meta” é fazer com que
o paciente tenha de 2-3 evacuações pastosas
por dia.

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224
Q

Quais paciente com EH, fora do contexto da infecção, se beneficiam do uso de ATB? Quais opções de atb?

A

pacientes intolerantes ou refratários à lactulose
* o antibiótico NÃO deve substituir a lactulose: tais pacientes utilizam lactulose + antibiótico para o controle da EH.

O mais tradicional é a neomicina, na dose 2-8
g/dia VO, em quatro tomadas (6/6h). Ou seja,
uma dose inicial de 500 mg VO 6/6h e máxima
de 2 g VO 6/6h. Mesmo sendo pouco absorvido
(menos de 4% da dose), este aminoglicosídeo
pode ser ototóxico e nefrotóxico, principalmente
quando tomado por longo tempo.
Outro antibiótico clássico é o metronidazol,
na dose 250 mg VO 8/8h, porém apresenta um
grande limitante ao seu uso crônico: o desenvolvimento
de neuropatia periférica. A rifaximina
550 mg VO 12/12h recentemente ganhou
espaço no tratamento da EH, após alguns estudos
terem sugerido que ela é tão ou mais eficaz
que os antimicrobianos anteriormente citados,
com a vantagem de não apresentar efeitos colaterais
significativos

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225
Q

Portadores de cirrose alcoólica que ainda
bebem podem se apresentar com quadros
de alteração do estado mental que têm
componentes tanto de encefalopatia hepática
quanto de abstinência alcoólica. O tratamento
da abstinência alcoólica envolve o
uso de benzodiazepínicos, porém sabemos
que esta classe de drogas deve ser evitada
no contexto da encefalopatia hepática (já
que os benzodiazepínicos podem desencadear
ou agravar esta última)… Como proceder
então?

A

os benzodiazepínicos
são excelentes sedativos, e até podem ser
usados em quadros de Agitação Psicomotora
(APM) mesmo em portadores de encefalopatia
hepática “pura”, quando se julga
que o paciente põe em risco sua integridade
física e a de terceiros, e principalmente
quando ele não responde ao tratamento
farmacológico padrão da APM, que consiste
no uso de antipsicóticos (ex.: haloperidol)
em baixas doses. Logo, perante a suspeita
das duas síndromes combinadas, principalmente
se houver APM importante e refratariedade
ao antipsicótico, com risco à integridade
física, podemos e devemos lançar
mão dos benzodiazepínicos! O detalhe está
na escolha da droga específica

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226
Q

Qual a primeira escolha de benzodiazepínico em cirróticos?

A

lorazepam

de todos os fármacos benzodiazepínicos é o que apresenta maior eliminação RENAL

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227
Q

As principais indicações de albumina exógena

nos cirróticos são:

A

(1) tratamento da PBE;
(2) tratamento da SHR
(3) após a paracentese de alívio nas grandes ascites. Nesta última situação, a fim de evitar o agravamento
da hipovolemia com a retirada de um grande
volume de líquido peritoneal (que contém albumina),
recomenda-se repor de 6-8 g de albumina
por cada litro de líquido ascítico retirado,
nas paracenteses acima de cinco litros

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228
Q

Considera-se um sinal laboratorial de insuficiência hepática pela avaliação do TP quando:

A

Atividade de Protrombina < 50%;

INR > 1,7.

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229
Q

No paciente hepatopata, o TP alargado (com
atividade de protrombina baixa e INR alto)
também pode ter outra explicação, diferente da
insuficiência hepatocelular, qual é ela e como diferenciar essas duas entidades

A

colestase!

A colestase
intra ou extra-hepática reduz a secreção
biliar e, portanto, há menos sais biliares chegando
ao intestino para auxiliar na absorção
das vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). A má
absorção da vitamina K pode causar uma coagulopatia
pela redução na síntese dos fatores
II, VII, IX e X, mais uma vez predominando a
depleção do fator VII

Por isso, todo hepatopata com TP alargado
deve ser submetido a uma prova terapêutica
com vitamina K exógena, dose única, ou
por até três dias, de 10 mg SC ou IV, obtendo-
-se novo TP (INR) 24h depois. Se houver resposta
significativa do coagulograma, há uma
boa chance do paciente ter colestase!

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230
Q

O paciente hepatopata que está sangrando

por coagulopatia deve ser tratado com

A

reposição de plasma fresco congelado (o único
hemoderivado que fornece todos os fatores
da coagulação).

*Não adianta fazer só vitamina
K (pois o problema pode não ser colestase
e, mesmo se for, o efeito da vitamina K
demora mais de 12h para acontecer) e não
adianta fazer crioprecipitado (que contém
apenas fibrinogênio, fvWb e os fatores VIII e
XIII). Existe controvérsia a respeito do uso
de fator VII ativado recombinante: apesar de
ser eficaz na restauração da reserva hemostática,
tal droga pode “ir além da conta”, aumentando
o risco de trombose aguda! O
fator VIIa recombinante tem sido reservado
para os casos de hemorragia refratária

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231
Q

O INR, por ter correlação direta com a probabilidade de sangramento, tem um papel importante na determinação de quais pacientes cirróticos apresentam maior chance de sangrar
V ou F

A

F
na cirrose hepática, o INR não possui
correlação direta com o risco de sangramento!
Isso é explicado pela diminuição concomitante
da fibrinólise endógena (mediada pelo plasminogênio,
que também é produzido no fígado). Assim,
mesmo com INR alargado, podem ocorrer
fenômenos tromboembólicos, principalmente em
pacientes hospitalizados por infecções agudas
(pois nesta situação soma-se o efeito pró-trombótico
sistêmico das citocinas pró-inflamatórias
e o fato de o paciente geralmente estar acamado).

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232
Q

episódios de anemia hemolítica
aguda autolimitada podem se desenvolver
em etilistas crônicos com hepatopatia
gordurosa ou cirrose. Os pacientes apresentam
dor abdominal intensa em quadrante superior
direito, icterícia, hiperlipidemia e anemia hemolítica,
quadro que conhecemos como

A

Síndrome de Zieve

A patogênese é desconhecida

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233
Q

Anemia Hemolítica com Acantócitos: cerca de
5% dos pacientes com disfunção hepatocelular
avançada desenvolvem uma anemia hemolítica
grave, marcada pela presença de múltiplos…. O mecanismo parece estar
relacionado ao aumento do teor de colesterol na
membrana eritrocítica, sem um aumento correspondente
da lecitina. A esplenectomia pode
corrigir apenas parcialmente esta anemia

A

Anemia hemolítica com acantócitos

…acantócitos na periferia

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234
Q

Descreva o espaço de Traube.

qual é o valor normal do tamanho do baço no US?

A

As bordas são as seguintes: sexta costela superiormente, linha axilar média lateralmente e margem inferior costal inferiormente.

O diâmetro cefalocaudal máximo é de 13 cm

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235
Q

A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é uma forma
de insuficiência renal funcional (isto é, não
acompanhada de alterações histopatológicas
renais), que ocorre geralmente em indivíduos
com hepatopatia crônica avançada, insuficiência
hepática grave e hipertensão portal. É caracterizada
pela perda progressiva da função
renal, secundária à … (com
consequente diminuição da Taxa de Filtração
Glomerular – TFG) e … (principalmente no leito mesentérico), havendo
queda da resistência vascular periférica e, eventualmente,
hipotensão arterial.

A

vasoconstrição renal

vasodilatação extrarrenal

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236
Q

A… parece ser um evento

precoce na gênese da SHR.

A

vasodilatação esplâncnica

  • Essa vasodilatação
    leva a uma diminuição do volume circulante
    efetivo, com ativação dos sistemas renina-angiotensina-
    aldosterona e noradrenérgico (simpático),
    cuja ação, por sua vez, ocorrerá predominantemente
    nos rins, levando à vasoconstrição
    renal. Estudos mostram que a causa da vasodilatação
    esplâncnica é a translocação bacteriana
    intestinal. Germes Gram-negativos do lúmen
    intestinal atravessam a mucosa lesada (cuja predisposição
    é maior no cirrótico), alcançando
    linfonodos mesentéricos e induzindo a secreção
    de citocinas como IL-6 e TNF-alfa por macrófagos
    locais. Tais citocinas estimulam o endotélio
    dos vasos mesentéricos a produzir quantidades
    absurdas de óxido nítrico, levando à vasodilatação
    nesta região
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237
Q

A apresentação clinicolaboratorial depende do

tipo de SHR. Existem dois: tipo 1 e tipo 2. Descreva-os

A

O tipo 1 é caracterizado pela rápida progressão
da insuficiência renal (< 2 semanas), havendo
aumento da creatinina sérica para além do dobro
do valor inicial (atingindo, por definição,
níveis superiores a 2,5 mg/dl), ou uma queda
no clearance de creatinina para < 50% do valor
inicial, atingindo um nível absoluto < 20 ml/
min. O quadro clínico é compatível com uma
insuficiência renal aguda oligúrica. O prognóstico
da SHR tipo 1 é extremamente ruim na
ausência de tratamento.

Na SHR tipo 2, a creatinina
sérica é > 1,5 mg/dl e/ou o clearance de
creatinina é < 40 ml/min, mas a evolução é mais
insidiosa e o prognóstico a curto prazo, mesmo
sem tratamento, é melhor.

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238
Q

Os CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DA SÍNDROME HEPATORRENAL,
segundo o International Ascites Club são:

  • Cirrose com ascite.
  • Creatinina sérica > 2 mg/dl ou aumento ≥ 0,3
    mg/dl em 48h ou ≥ 50% do valor basal em até
    sete dias*.
  • Ausência de melhora da creatinina sérica após
    dois dias de retirada de diuréticos e expansão
    volêmica com albumina (1 g/kg/dia).
  • Ausência de choque.
  • Ausência de uso recente ou atual de drogas
    nefrotóxicas.
  • Ausência de doença parenquimatosa renal,
    definida por: (1) proteinúria > 500 mg/dia; (2)
    hematúria > 50 células por campo de grande
    aumento e (3) US renal anormal
    V ou F
A

F
- Creatinina sérica > 1,5 mg/dl ou aumento ≥ 0,3
mg/dl em 48h ou ≥ 50% do valor basal em até
sete dias*.

*Em 2015 os critérios diagnósticos de SHR do International
Ascites Club foram revisados para incorporar
a definição mais atual de Injúria Renal
Aguda (IRA). O antigo ponto de corte para o valor
de creatinina (Cr > 1,5 mg/dl) continua válido,
porém deve-se ter em mente que, devido à queda na
produção endógena de creatinina, em consequência
à própria hepatopatia, muitos pacientes que já poderiam
receber um diagnóstico de SHR não se
apresentarão com Cr > 1,5 mg/dl… Logo, a incorporação
do conceito moderno de IRA aumenta a
sensibilidade dos critérios diagnósticos de SHR!

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239
Q

Fatores precipitantes da SHR

A
  • Sangramento gastrointestinal.
  • Infecção (especialmente PBE).
  • Diurese intensa com rápida perda de peso.
  • Paracentese de grande volume sem
    reposição de albumina.
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240
Q

Manejo da SHR

A

O tratamento conservador compreende medidas
gerais, tais como: repouso, manutenção do
estado euvolêmico e retirada de agentes nefrotóxicos
(principalmente aminoglicosídeos e
anti-inflamatórios). Paracenteses de alívio (de
pequeno volume) podem ser necessárias para
amenizar o desconforto da ascite.

O tratamento farmacológico está baseado na
combinação de drogas com ação vasoconstrictora
esplâncnica + infusão de albumina (1 g/kg
no primeiro dia seguido de 20-40 g/dia). O
vasoconstrictor de escolha é a terlipressina,
com taxas de resposta completa (creatinina
sérica abaixo de 1,5) de aproximadamente 60%.
Alternativas possíveis são: (1) noradrenalina;
(2) a combinação de midodrina (um agonista
α1-adrenérgico seletivo) com octreotide (um
análogo da somatostatina). A resposta inicial
à terapia deve ser observada em três dias, podendo-
se manter o esquema por 14 dias ou até
a resolução completa do quadro

O TIPS é uma alternativa nos pacientes que
não obtiveram boa resposta com o tratamento
farmacológico (principalmente na SHR tipo
II), porém seu uso é limitado devido ao risco
de encefalopatia e da exclusão para o procedimento
dos pacientes com história de encefalopatia
severa, bilirrubina > 5 mg/dl, Child-Pugh
> 11 e disfunção cardíaca ou pulmonar importante.
A terapia de substituição renal não aumenta
a sobrevida, mas pode ser usada como
ponte para o transplante hepático.

O transplante hepático é considerado o tratamento
de escolha da SHR, sendo o único tratamento
que efetivamente aumenta a sobrevida.
Em indivíduos com SHR, a taxa de sobrevida
em três anos é de cerca de 60%, uma taxa discretamente
menor quando comparada aos pacientes
sem SHR (70-80%).

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241
Q

O desenvolvimento da SHR pode ser prevenido
em dois contextos clínicos: (1) na peritonite
bacteriana espontânea, através da ….

(2) na hepatite alcoólica
aguda, através do …

A

infusão de albumina (1,5 g/kg de peso no primeiro dia,
depois 1 g/kg de peso no terceiro dia)

uso da pentoxifilina, um inibidor do TNF-α.

242
Q

O termo Síndrome Hepatopulmonar (SHP) se

refere a uma tríade clínica composta por:

A

1) Doença hepática crônica;
2) Hipoxemia: com gradiente alvéolo arterial aumentado (indicando a presença de shunt arteriovenoso);
3) Evidências de alterações vasculares intrapulmonares, referidas como “Dilatações Vasculares IntraPulmonares (DVIP)”

*A disfunção respiratória depende basicamente da
presença das DVIP, que funcionam como shunt
arteriovenoso pulmonar. O sangue dessaturado
“bypassa” alguns alvéolos ao prosseguir pelos
vasos dilatados, misturando-se ao restante do
sangue que sai dos pulmões. A mistura do sangue
dessaturado (vindo das DVIP) com o sangue do
restante do parênquima determina hipoxemia.

**A fisiopatogenia da SHP não é conhecida, mas
a principal hipótese é o aumento na circulação
pulmonar de vasodilatadores endógenos (ex.:
NO), resultante do deficit de detoxificação hepática
(por insuficiência hepatocelular e por
formação de anastomoses portossistêmicas).
Uma vez que a SHP tem sido descrita em doenças
que cursam com hipertensão portal e função
hepática preservada, deduz-se que a pressão
portal elevada constitui uma condição suficiente
para o seu desenvolvimento.

243
Q

O shunt da SHP não é considerado verdadeiro (como
na SARA), pois responde à suplementação de
oxigênio inalatório
V ou F

A

V

244
Q

A SHP pode ocorrer em 5-10% dos pacientes
com cirrose hepática independente da etiologia,
mas também pode se desenvolver em doenças
não cirróticas, tais como

A
  • esquistossomose
  • fibrose hepática congênita
  • hipertensão portal não cirrótica.

Além disso, a síndrome já foi descrita
após derivação portocava e derivação esplenorrenal,
assim como na vigência de hepatite fulminante
e na rejeição pós-transplante hepático

245
Q

Cite achados clínicos clássicos da SHP

A
  • platipneia (dispneia que piora com a posição
    sentada ou em pé). A platipneia é um achado
    clássico!!!
  • ortodeoxia: hipoxemia desencadeada ou agravada pela posição ortostática, outro achado clássico! A ortodeoxia é definida
    como um decréscimo ≥ 10% na PaO2 quando
    se passa da posição supina para a posição sentada
    ou em pé. A ortodeoxia é importante
    para a definição clínica da SHP. Pode ser explicada pela localização preferencial das
    DVIP nas bases pulmonares
246
Q

a saturação de O2pode estar falsamente
aumetada nos pacientes com hiperbilirrubinemia
V ou F

A

F
a saturação de O2pode
estar falsamente
diminuída nos pacientes com hiperbilirrubinemia

247
Q

O… é o exame não

invasivo mais importante para o diagnóstico

A

ecocardiograma contrastado

Consiste na administração endovenosa periférica
de verde de indocianina ou solução fisiológica
“agitada” (para a formação de microbolhas).
No indivíduo normal, não há passagem do contraste
para as cavidades esquerdas, pois este fica
retido no leito microvascular pulmonar. Se o
contraste passar, fica a pergunta: será o shunt
intracardíaco ou intrapulmonar? Na comunicação
intracardíaca anormal aparecerá opacificação
imediata das câmaras esquerdas após a
chegada das microbolhas nas câmaras direitas
do coração, enquanto na presença de SHP ocorrerá
opacificação tardia nas câmaras esquerdas,
entre 3 a 6 batimentos cardíacos após a chegada
das microbolhas no ventrículo direito

248
Q

Pelo acúmulo
de substâncias endotélio-tóxicas não depuradas
pelo fígado, as artérias pulmonares periféricas
sofrem remodelamento, com vasoconstrição,
hiperplasia da média, espessamento da íntima
e formação de trombos in situ. Existe a
hipótese (não comprovada) de que pequenas
embolias pulmonares de repetição, com pequenos
trombos provenientes do sistema porta submetido
à estase, possam contribuir com a gênese dessa entidade

A

hipertensão portopulmonar

uma síndrome semelhante
à hipertensão pulmonar primária, só
que associada à hipertensão porta

249
Q

Tecnicamente, a hipertensão porta é definida
por uma pressão na veia porta… No entanto, como a
mensuração direta da pressão na veia porta é
muito complicada, outra definição habitualmente
utilizada se refere a uma forma indireta
de avaliação: o chamado Gradiente de Pressão
Venosa Hepática (HVPG, em inglês), que
quando… identifica a existência de
hipertensão porta.
O HVPG, então, é calculado pela diferença
entre a pressão “encunhada” e a pressão
venosa hepática “livre

A

> 10 mmHg (normal = 5 a 10 mmHg)

> 5 mmHg (normal = 1-5 mmHg)

250
Q

A rede colateral constituída pela veia gástrica esquerda
(diretamente da veia porta) e pelas veias
gástricas curtas (pela veia esplênica), que drenam,
através das veias esofagianas e paraesofagianas,
para a veia…, é a mais
importante clinicamente, pois determina a formação
das “temidas” varizes esofagogástricas

A

ázigo (no tórax)

251
Q

Outros sítios de importância em que ocorre a
formação de colaterais incluem:
- Recanalização da veia umbilical, ligando o
ramo esquerdo da veia porta com as… A acentuação desta rede colateral dá origem ao sinal semiológico
conhecido como. É a chamada “circulação
colateral abdominal tipo portocava”.

  • Plexo venoso hemorroidário, conectando as
    veias… com as veias… A acentuação do
    fluxo sanguíneo nestes vasos colaterais, em
    consequência à hipertensão porta, justifica o
    surgimento de….
A

veias epigástricas (sistema cava)

“cabeça de medusa”

hemorroidárias superiores (tributárias da
mesentérica superior e, logo, do sistema portal)

hemorroidárias médias e inferiores (que
drenam para o sistema cava).

varizes anorretais

252
Q

A presença de varizes retais em pacientes com hipertensão portal justifica o aumento da incidência de hemorroidas nessa população
V ou F

A

É importante compreender que varizes retais não são
a mesma coisa que hemorroidas!!! Os vasos
que dão origem às hemorroidas não apresentam
comunicação com o sistema porta, logo,
a incidência de hemorroidas não está aumentada
na hipertensão porta

253
Q

Cite causas de HP intrahepática sinusoidal

A
  • Cirrose

- Hepatite aguda/crônica

254
Q

causa mais comum de HP intra-hepática Pré-Sinusoidal

A

Esquistossomose

*Nas
fases precoces da esquistossomose hepática, a
HP é decorrente de uma reação granulomatosa
nas vênulas hepáticas (localizadas nos espaços
-porta), provocada pela deposição de ovos do
parasita. Essa resposta inflamatória leva à fibrose
e obliteração das vênulas portais, com
manifestações de HP na ausência de injúria
hepatocelular importante, determinando uma
HP pré-sinusoidal. Sabemos que ao longo do
tempo, os espaços-porta tornam-se intensamente
fibrosados (fibrose de Simmers)

255
Q

É a principal causa de hipertensão portal pré-
-hepática. Esta desordem é mais frequentemente
encontrada na população pediátrica, tendo
sua origem a partir de uma infecção na veia
umbilical. Na população adulta encontramos
como causa importante a cirrose hepática e as
desordens trombofílicas (presentes em 60% dos
casos). O carcinoma hepatocelular, complicando
uma cirrose preestabelecida, também pode
se apresentar como trombose de veia porta.
Outras condições associadas incluem a doença
intestinal inflamatória, as síndromes mieloproliferativas,
hemoglobinúria paroxística noturna,
complicação de escleroterapia, gravidez, uso
de contraceptivos, etc.

A

Trombose da veia porta

256
Q

Na presença de hipertensão porta segmentar causada por trombose da veia esplênica devemos pensar em…

A

Patologias pancreáticas (pancreatite crônica, ca de pâncreas…)

257
Q

descrita
como uma mucosa com áreas esbranquiçadas
reticulares entremeadas a áreas róseas (por
vezes sangrantes), dando o aspecto de “pele de
cobra”. Seu reconhecimento, através da endoscopia,
é difícil, porém útil no diagnóstico diferencial
de hemorragias digestivas altas

A

Gastropatia hipertensiva portal

258
Q

As varizes esofagianas evoluem para sangramento
em pelo menos 30-40% dos casos e são
a causa mais comum de hemorragia digestiva
alta em pacientes com hipertensão porta. Para
os pacientes que sobrevivem à hemorragia inicial,
cerca de… voltam a sangrar novamente
em um período de um ano, com uma letalidade
de 30%.

A

70%

259
Q

Classificação das varizes esofagianas

A
F1 (pequeno calibre): varizes minimamente elevadas,
sem tortuosidades (< 5 mm de diâmetro).

F2 (médio calibre): varizes elevadas, tortuosas,
ocupando menos de 1/3 do lúmen (entre
5-20 mm).

F3 (grosso calibre): varizes elevadas, ocupando
mais de 1/3 do lúmen (> 20 mm de diâmetro)

260
Q

A… é a primeira
medida em qualquer hemorragia digestiva. A
reposição de solução cristaloide e mesmo sangue
é recomendada. O emprego de plasma
fresco congelado está indicado quando o INR
está acima de…, e a transfusão de plaquetas
quando a plaquetometria for inferior a…

A

estabilização da pressão arterial

  1. 7
  2. 000/mm³.
261
Q

Num paciente com sangramento ativo por varizes esofágicas, deve-se realizar a terapia via EDA imediatamente, mesmo com o paciente instável
V ou F

A

F

Deve-se estabilizar o paciente

262
Q

No tto via EDA das varizes esofágicas sangrantes, a técnica hemostática de escolha é a

A

ligadura elástica (preferencial à escleroterapia)

263
Q

Descreva a terapia farmacológica das varizes eofágicas sangrantes

A

É realizada com vasoconstritores esplâncnicos
intravenosos, que reduzem o fluxo sanguíneo
porta e, portanto, a pressão portal… Citamos
a terlipressina (análogo da vasopressina),
atualmente considerada a droga de escolha; a
somatostatina (pouco disponível no mercado);
o octreotídeo e seus derivados (análogos da
somatostatina). Estes últimos inibem a ação
vasodilatadora esplâncnica do glucagon. A
terapia com estas medicações deve ser iniciada
de imediato, uma vez diagnosticado o sangramento
por varizes, sendo considerada adjuvante
à terapia endoscópica ou terapia isolada
nas varizes gástricas e na gastropatia
hipertensiva portal sangrante. O potencial de
controle da hemorragia é de 80%, quando em terapia isolada. A terapia farmacológica é a
conduta de primeira linha para a hemorragia
das varizes gástricas ou da gastropatia
hipertensiva portal

264
Q

Antibioticoterapia profilática não mostrou

benefícios na hemorragia varicosa aguda. Antibióticos só são indicados na suspeita de infecções, como na PBE

A

F
antibioticoterapia profilática também mostrou
benefícios na hemorragia varicosa aguda. A terapia deve ser instituída já na admissão,
idealmente antes mesmo da endoscopia digestiva.
Seu uso mostrou diminuição na mortalidade,
baseado principalmente na diminuição
da incidência de infecções (como, por exemplo, a peritonite bacteriana espontânea). Estudos
mostraram também uma redução na taxa de
ressangramento pelas varizes… Tradicionalmente,
o antibiótico de escolha tem sido a
norfloxacina, na dose de 400 mg 12/12h, por
sete dias. Casos graves em que o paciente esteja
impossibilitado de utilizar a via oral podem
ser manejados com ceftriaxone IV ou IM (1 g
1x/dia), trocando-se posteriormente para norfloxacina
oral até completar sete dias

265
Q

Na ausência de procedimentos endoscópicos de
urgência ou nos pacientes que permanecem sangrando
a despeito da terapia endoscópica e farmacológica,
podemos empregar o tamponamento
com

A

Balão de Sengstaken-Blackmore (BSB).

  • O balão deve ser mantido por curta permanência
    (idealmente < 24h) até que o paciente encontre-
    -se estável hemodinamicamente para submeterse
    a procedimento cirúrgico descompressivo ou
    o procedimento endoscópico (se ainda não realizado).
    O tamponamento com balão é eficaz em
    90% dos casos, porém a maioria dos pacientes
    volta a sangrar se não realizada terapia definitiva.
    As complicações com o uso do balão situam-
    -se em torno de 20% (ruptura de esôfago, obstrução
    de via aérea e aspiração pulmonar).
266
Q

A cirurgia de urgência mais utilizada para controle das varizes esofágicas refratárias (em hospitais que não realizam TIPS, transjugular intrahepatic portosystemic shunt) é a

A

derivação portocava (não seletiva)

267
Q

Fluxograma do manejo das varizes gastroesofágicas sangrantes

A

Galeria (foto 16)

268
Q

a prevenção de novos sangramentos por varizes gastroesofágicas é feita pela combinação de:

A

(1) terapia endoscópica e (2) betabloqueadores.

269
Q

Os betabloqueadores… são comprovadamente benéficos em reduzir a incidência de ressangramento,
com uma queda em 25-40% da taxa, além
de uma tendência na redução da mortalidade em torno de 20%.

A

não seletivos (propranolol, nadolol)

270
Q

O BB… é preferível, pela
sua eliminação exclusivamente renal e pela
sua longa meia-vida

A

nadolol

271
Q

A terapia endoscópica erradicadora de varizes,

como profilaxia secundária, consiste em fazer…

A

ligaduras elásticas.

*Os procedimentos devem ser
realizados a cada 1-2 semanas até a erradicação
das varizes (geralmente três a cinco sessões),
com sucesso obtido em 2/3 dos casos. A ligadura
elástica é mais eficaz na prevenção do
ressangramento do que a escleroterapia (além
de ter menos complicações), sendo novamente
o método de escolha.
272
Q

TODO paciente com cirrose hepática deve ser submetido à endoscopia digestiva alta para rastrear
as varizes esofagogástricas!

Nos pacientes sem varizes, a EDA deve ser realizada a cada… anos e, nos pacientes com varizes de pequeno calibre, mas sem sinais de alto risco, a EDA
deve ser repetida…

A

2-3

anualmente.

273
Q

Na presença de
varizes de médio ou grosso calibre (classificação
F2 ou F3), ou pequeno calibre com
sinais de alto risco (ex.: pontos vermelhos,
Child B ou C) a profilaxia primária está indicada. Descrava a profilaxia primária

A

pode-se optar pelo uso de betabloqueadores não seletivos ou pela estratégia de erradicação endoscópica das varizes, isto é, diferentemente da profilaxia secundária (onde ambos os tratamentos devem ser feitos em conjunto), na profilaxia primária devemos escolher apenas um deles

274
Q

uma das complicações
do TIPS é…, observada
em cerca de 30% dos casos, sendo mais comum
quando o shunt possui um diâmetro > 10 mm.
Costuma se instalar 2-3 semanas
após a implantação do TIPS e geralmente responde
às medidas convencionais, como o uso
de lactulose.

Outro problema comum é…
O mecanismo principal é a hiperplasia da chamada pseudo-íntima em seu lúmen

A

a encefalopatia hepática

a estenose

275
Q

1- Quais são as principais indicações de TIPS na
cirrose?

2- Quais são as principais complicações?

3- Quais são as contraindicações ao procedimento?

A

1)

  • Hemorragia refratária ou recorrente por varizes esofagogástricas apesar de tratamento clínico endoscópico.
  • Ascite refratária.

2)

  • Encefalopatia hepática.
  • Estenose do stent (com retorno dos sintomas de hipertensão portal).

3)

(1) Insuficiência cardíaca congestiva; (2) múltiplos cistos hepáticos; (3) hipertensão pulmonar moderada/severa; (4) neoplasias muito vascularizadas; (5) trombose de porta ou de todas as veias hepáticas;
(6) encefalopatia hepática refratária; (7) dilatação da árvore biliar.

276
Q

O principal problema da cirurgia de Warren (derivação esplenorrenal distal - uma derivação portosistêmica seletiva) é …

A

a ascite

*Além de não a melhorar, por manter
a hipertensão porta dos sinusoides hepáticos
(onde a maior parte do líquido ascítico é
produzido), pode até piorá-la, por lesar a
circulação linfática retroperitoneal durante o
ato cirúrgico. Por isso, em pacientes com
ascite moderada ou grave, esta cirurgia é
contraindicada

**Atualmente, a cirurgia de Warren é a cirurgia
de escolha para a prevenção do ressangramento
varicoso em cirróticos sem
ascite ou com ascite leve refratários às medidas não cirúrgicas. Pode também ser
indicada na esquistossomose.

277
Q

Descreva o tto cirúrgico de escolha de acordo com as condições clínicas do paciente no contexto das varizes gastroesofágicas

A

1- Hipertensão porta com insuficiência hepática
avançada:
- Transplante hepático.

2- Profilaxia secundária de varizes por cirrose:

  • Sem ascite: derivação esplenorrenal distal.
  • Com ascite: derivação portocava calibrada.

3) Cirurgia de urgência no sangramento varicoso:
- Derivação portocava não seletiva (na impossibilidade
de colocação do TIPS).

4) Esquistossomose hepatoesplênica:
- Cirurgia de devascularização

278
Q

Quando o sinal do piparote está positivo?

A

só é positivo quando a ascite é muito grande, geralmente superior a cinco litros, e ainda pode ser negativo se houver tensão da parede abdominal

279
Q

é o melhor método
semiológico para detecção de ascite e baseia-
se na análise diferencial dos sons da percussão
abdominal, quando o paciente se posiciona
em várias angulações de decúbito lateral.

A

Macicez móvel de decúbito

280
Q

Descreva a técnica do teste da macicez móvel

A

Inicialmente se faz a
percussão do paciente em decúbito dorsal, marcando
o local do flanco em que o som fica maciço.
Pede-se então que o paciente adote uma
angulação de decúbito lateral. Percute-se no
local marcado e, se este estiver timpânico agora,
configura-se a macicez móvel de decúbito. Geralmente
detecta ascite a partir de 1,5 litros

281
Q

Onde realizara punção para paracentese de uma asicte

A

Para determinar o ponto de punção devemos
traçar uma linha imaginária do umbigo à espinha
ilíaca ântero-superior esquerda e dividi-la
em três partes. Na junção entre o terço médio
e o terço inferior, procede-se à inserção da
agulha para realização da paracentese. Mas por
que deve ser feito do lado esquerdo? Por um
motivo simples: o ceco (localizado à direita) é
mais fixo em sua posição do que as alças contralaterais,
aumentando o risco de perfuração
do lado direito

282
Q

Macroscopia do líquido da ascite

A

(I) Seroso: mais comum – o líquido é claro e
transparente ou amarelo-citrino e decorre de
várias causas. É o aspecto clássico da cirrose
não complicada;

(II) Hemorrágico: aspecto serossanguinolento,
róseo ou de cor sanguínea mais viva – pode ser
observado nas neoplasias e, mais raramente,
na peritonite tuberculosa. É importante não se
confundir com hemoperitôneo. Mas como diferenciar
a ascite hemorrágica de um acidente
de punção? Pode ser feito associando-se duas
informações: (1) normalmente no acidente de
punção o líquido ascítico vai clareando durante
a drenagem e (2) o sangue presente na ascite
hemorrágica não coagula, ao contrário do
sangue do acidente de punção;

(III) Turvo: sugestivo de infecção. Pode haver
odor fétido;

(IV) Lactescente: constituído por líquido branco-
amarelado, de aparência leitosa, distinguindo-
se duas variedades: (a) Quiloso – caracterizado
pela presença de linfa, resulta da obstrução
ou ruptura do canal torácico ou de vasos linfáticos
quilíferos. As causas mais frequentes são
as neoplasias e os traumatismos. (b) Quiliforme
– caracterizado pela presença de células endoteliais
e leucócitos em estados de degeneração
gordurosa (tumores do peritônio), ou de lipídios
em abundância (nefrose lipídica). Eventualmente
(0,5% dos casos) os pacientes cirróticos podem
se apresentar com ascite quilosa;

(V) Bilioso: de coloração esverdeada, observado
nos traumatismos das vias biliares (inclusive
cirúrgicos);

(VI) Gelatinoso: amarelado e espesso, de viscosidade
semelhante à da gelatina – observado
nos tumores mucinosos e no pseudomixoma
peritonei.

283
Q

Qual o local de vazamento que gera ascite nos casos de HP?

A

em condições de HP o fígado literalmente
“goteja” linfa para a cavidade peritoneal,
formando a ascite.

*existem “válvulas de segurança”
no meio deste sistema venoso que
permitem que haja um “escape” pressórico toda
vez que a pressão porta se eleva muito – exatamente
como em uma panela de pressão… Os
sinusoides hepáticos são esta válvula. Eles
são extremamente fenestrados, de forma que
qualquer aumento de pressão porta resulta em
extravasamento de líquido (linfa hepática) para
a cavidade peritoneal.

**As obstruções pré-sinusoidais dificilmente
geram ascite porque não envolvem os sinusoides
hepáticos – é o caso da esquistossomose,
em que a obstrução ocorre nos espaços-
-porta. Como não há “válvulas de escape”,
estes pacientes acabam desenvolvendo um
quadro clínico marcado por manifestações
graves de HP, como circulação colateral, varizes
de esôfago sangrantes e esplenomegalia severa, mas sem ascite. Menos comumente
surge ascite naqueles que desenvolvem concomitantemente
hipoalbuminemia grave ou
mesmo cirrose.

284
Q
É a segunda causa mais comum de ascite.
Embora na maioria dos casos se
revele um líquido amarelo-citrino, não
raramente se torna hemorrágica ou mesmo
quilosa.
A

Ascite neoplásica

285
Q

As neoplasias malignas mais comumente associadas

à ascite incluem

A
  • o tumor de ovário
  • o câncer colorretal,
  • do estômago,
  • do pâncreas

menos comumente, linfoma, mama, pulmão,
útero, mesotelioma, próstata, colangiocarcinoma
e neoplasia maligna do esôfago.

286
Q

No Brasil, é a terceira causa mais comum de ascite.
É, na maior parte das vezes, um exsudato amarelo-
-citrino, embora sejam mais raramente leitosos
(quilosos) e, mais raramente ainda, hemorrágicos.
A contagem de leucócitos costuma girar em
torno de 500 a 2.000 células/mm3, à custa de
mononucleares.
A enzima Adenosina
Deaminase (a famosa ADA) apresenta sensibilidade
e especificidade elevada para o diagnóstico, porém com
um limitador importante: nos pacientes com
cirrose hepática sua sensibilidade cai significativamente,
não estando indicado seu uso nesses
pacientes.

A

Ascite tuberculosa

287
Q

A ascite quilosa (quiloperitônio) apresenta aspecto
leitoso, possui triglicerídeos elevados (>
200 mg/dl, e comumente acima de 1.000 mg/
dl!) e é mais comumente associada…

No paciente com SIDA, … são
as principais causas.

A

à malignidade,
particularmente linfoma

o sarcoma de Kaposi e a infecção pelo Mycobacterium avium intracellulare

288
Q

ascite nefrótica tem um gradiente de
albumina soroascite…

A proteína total no líquido
ascítico é obrigatoriamente…

A

baixo, < 1,1, classificando-a como ascite “exsudativa”,

*Embora o seu mecanismo de formação seja por desequilíbrio pressórico (teoricamente, um transudato do ponto de vista patogênico).

… baixa (< 2,5 g/dl).

289
Q

Sua causa ainda é pouco
determinada, entretanto, uma lentidão da drenagem
linfática e um aumento da permeabilidade
capilar, fatores associados ao edema de membros
inferiores nestes pacientes, podem ser uma
explicação plausível para este fenômeno.
A histologia hepática evidencia, em alguns casos,
fibrose em torno da veia centrolobular, o
que representa hipertensão porta intra-hepática,
pós-sinusoidal. O líquido ascítico tem como
característica uma proteína total elevada e um
gradiente albumina S-A maior do que 1,1 g/
dl

A

Ascite mixedematosa

290
Q

consiste de: tumor de
ovário (em geral um fibroadenoma) + ascite +
derrame pleural. O líquido ascítico apresenta-se
como um transudato, portanto com baixo teor
de proteínas, e surge provavelmente por uma
dificuldade na drenagem venosa do tumor
(como uma transudação de um tecido ovariano
congesto e edemaciado).

A

Síndrome de Meigs

291
Q

Descrev com é feito o Gradiente de Albumina Soroascite (GASA) e o significado de acordo com o seu valor

A

pegamos a concentração plasmática
de albumina e subtraímos o valor da sua concentração
no líquido ascítico. Exemplo: albumina
sérica: 4 g/dl; albumina na ascite: 2 g/dl.
Logo, gradiente = (4 - 2) = 2.

  • se o valor do gradiente de albumina soroascite
    for inferior a 1,1 g/dl, o líquido ascítico é classificado
    como exsudato;
  • se o valor for maior ou igual a 1,1 g/dl trata-se de um transudato.
292
Q

Fluxograma diagnóstico das ascites

A

Galeria (foto 17)

293
Q

Manejo das ascites

A

Exsudato: foco no tto da doenças de base

Transudato (especialmente secundário à doença hepática):
1 - Tratamento da Doença Hepática de Base

2 - Repouso, Restrição de Sal e de Água (2 g de sódio ao dia = equivalente a 4 g de sal (NaCl), ou duas colheres
de chá rasas). Somente na presença de hiponatremia
importante (Na < 120-125 mEq/L), uma
restrição hídrica é recomendada, em torno de
1.000-1.500 ml/dia

3- Diuréticos
Em pacientes com ascite sem edema de membros inferiores, não se deve ultrapassar o limite de 0,5 kg/dia de perda; acima dele, a hipovolemia é provável. Já em pacientes que possuem edema de membros inferiores, pode-se fazer o paciente perder 1 kg/
dia, sem problemas. A espironolactona, um antagonista da aldosterona, é o diurético de escolha para a terapia
inicial. A ginecomastia dolorosa é indicação
de suspensão da droga; a amilorida e o triamtereno,
através do fechamento dos canais de sódio
sensíveis à aldosterona, são alternativas nestes
casos. A furosemida deve ser acrescentada ao esquema terapêutico em indivíduos não responsivos
às doses iniciais de espironolactona

294
Q

Consideramos uma ascite como refratária quando
observamos resistência à associação diurética
com … mg de furosemida e … mg de
espironolactona. Nestes casos um período de
observação de pelo menos 12 semanas é recomendado
antes de rotularmos o paciente como
“não responsivo”.

A

160

400

295
Q

Para a ascite verdadeiramente refratária, recomenda-
se a retirada de … litros a cada duas
semanas.

No intuito de evitar a instabilidade hemodinâmica e renal associada à paracentese,
é necessária a infusão de … em paracenteses
superiores a … litros. Recomenda-se
a infusão de … para cada litro
retirado, quando a paracentese é superior a
… litros

A

5-9

coloides

cinco

6-8 g de albumina

cinco

*(ex.: se retirarmos seis litros de
líquido ascítico, a dose de albumina a ser reposta
é 6 x 6 = 36 g).

296
Q

Caracteristicamente, a PBE é monobacteriana,
sendo que a maioria dos casos de PBE (70%)
é causada por

A

Gram-negativos entéricos, com
destaque para a Escherichia coli, seguida da
Klebsiella pneumoniae, que chegam ao peritônio
a partir de disseminação linfo-hematogênica
após translocação bacteriana intestinal.
Os Gram-positivos, como o Streptococcus
pneumoniae (pneumococo), também podem
causar PBE, sendo geralmente provenientes
de um foco à distância

297
Q
A Escherichia coli
é o principal patógeno da PBE na cirrose hepática
enquanto o pneumococo é o agente
mais comum da PBE na ascite nefrótica
V ou F
A

V

298
Q

Os sinais e sintomas mais comuns de apresentação
da PBE são (percentual de ocorrência
entre parênteses):

A
  • febre em torno de 38 ºC (70%),
  • dor abdominal difusa (60%),
  • alteração do estado mental por encefalopatia hepática (55%),
  • dor à palpação abdominal (50%)

e outros (diarreia, íleo paralítico, hipotensão arterial).
Pela presença da ascite, os sinais de peritonite
são praticamente inexistentes. Em até
1/3 dos casos, porém o paciente está com ascite
assintomática, e o diagnóstico da PBE é
feito apenas pelo exame do líquido ascítico

299
Q

o diagnóstico de PBE é definido pela

A

contagem de polimorfonucleares (PMN) no líquido ascítico ≥ 250/mm³, com cultura positiva monobacteriana.

*Como a cultura demora 48h para revelar
o resultado e o tratamento não pode esperar, o
diagnóstico já pode ser considerado apenas pelo
critério dos leucócitos

**Se o resultado da cultura
for negativo, estamos diante de uma entidade
chamada ascite neutrofílica cultura negativa, que
geralmente é tratada como PBE

***se houver hemácias
na amostra, a cada 250 hemácias, deve-se
subtrair um leucócito do total.

**O diagnóstico de PBE é feito
na presença de mais de 250 polimorfonucleares
e não de mais de 250 leucócitos!!!
Esta é uma armadilha frequente nas provas
de residência

300
Q
Uma variante da PBE, chamada bacterascite,
é definida pela cultura positiva monobacteriana
na ausência do critério leucocitário. A bacterascite é uma fase muito precoce na patogênese
da PBE (representando a “chegada” da
bactéria ao líquido ascítico) e, em 60% dos
casos, resolve espontaneamente, sem evoluir
para a peritonite espontânea. A recomendação
atual é que os pacientes com bacterascite sintomáticos
(febre, dor abdominal etc.) sejam
tratados, enquanto os assintomáticos devem ser
apenas observados.
V ou F
A

V

301
Q

O diagnóstico diferencial entre PBE e PBS é feito pela dosagem de proteína total, glicose e LDH do líquido
ascítico. Dois ou mais dos seguintes critérios
indicam peritonite secundária e, portanto, provável
laparotomia

A
  • Proteína total > 1,0 g/dl;
  • Glicose < 50 mg/dl;
  • LDH maior que o limite sérico normal.

*Esses critérios apresentam alta sensibilidade
para peritonite com perfuração intestinal, com
queda importante do seu rendimento nas peritonites
não perfurativas (ex.: abscesso perinefrético).
Outros exames que podem auxiliar no
diagnóstico da forma perfurada são a dosagem
aumentada de CEA (> 5 ng/ml) e fosfatase
alcalina (> 240 U/L) no líquido ascítico. A não
melhora clínica do paciente associada a uma
piora na contagem dos polimorfonucleares são
as grandes dicas para a forma não perfurada

**A peritonite bacteriana secundária também é
caracterizada por uma infecção polimicrobiana
e identificação de numerosas bactérias na bacterioscopia
do líquido ascítico; o achado de
número muito elevado de polimorfonucleares
(usualmente milhares) também sugere a origem
secundária da peritonite

302
Q

TTO da PBE

A

A terapia de escolha é uma cefalosporina de
terceira geração venosa: cefotaxime 2 g IV
12/12h. O ceftriaxone é uma alternativa. A
duração é de cinco dias, quando então o paciente
é reavaliado. Em pacientes com PBE
adquirida na comunidade, sem encefalopatia e
com função renal normal, a ofloxacina oral é
uma alternativa válida

303
Q

Conduta após reavaliação da PBE com 5 dias de atb

A

Se houve melhora sintomática dramática, a
terapia está encerrada; se não, uma nova paracentese
deve ser realizada.
- se PMN < 250/mm3: terapia encerrada;
- se PMN > 250/mm3, porém menor que a contagem
da paracentese anterior: completar sete
dias e realizar nova paracentese;
- se PMN aumentar em relação à paracentese
anterior: reavaliar possibilidade de peritonite
secundária.

304
Q

A expansão plasmática com albumina deve ser usada no contexto da PBE quando o paciente realizar drenagem de ascite volumosa, não sendo indicada na sua ausência

A

F

A expansão plasmática com albumina, usada
como terapia adjuvante à antibioticoterapia, faz
parte do tratamento padrão da PBE, diminuindo
a incidência de insuficiência renal (incluindo
de síndrome hepatorrenal) e melhorando
substancialmente a sobrevida dos cirróticos
com PBE.

  • A dose recomendada é de 1,5 g/kg
    no 1º dia de tratamento e 1,0 g/kg no 3º dia.
305
Q

os pacientes CHILD B e C que desenvolveram PBE
devem receber profilaxia secundária com norfloxacina
400 mg/dia, ciprofloxacina 500 mg/
dia ou sulfametoxazol/trimetoprim (800/160
mg/dia) até o desaparecimento da ascite. CHILD A.
V ou F

A

F

Todos os pacientes que desenvolveram PBE
devem receber profilaxia secundária com norfloxacina
400 mg/dia, ciprofloxacina 500 mg/
dia ou sulfametoxazol/trimetoprim (800/160
mg/dia) até o desaparecimento da ascite

306
Q

A profilaxia primária aguda da PBE é indicada após…
Esses pacientes têm risco elevado de PBE

Já a profilaxia primária crônica é geralmente utilizada em pacientes cirróticos com

A

… qualquer hemorragia por varizes esofagogástricas
em um paciente cirrótico com ascite.
* Ela é feita pela administração de norfloxacina 400
mg 12/12h por sete dias, tendo como alternativa
o ceftriaxone 1 g/dia, de preferência pela via IV,
pelo mesmo período.

… níveis de proteína total no líquido ascítico < 1,0 g/dl.
** Alguns autores recomendam
a profilaxia primária crônica também nos
pacientes com insuficiência hepática avançada,
com bilirrubina sérica > 2,5 mg/dl.

307
Q

Uma vez que a sobrevida média após o primeiro
episódio de PBE é de cerca de 15 meses, esta
infecção deve motivar a colocação do paciente
em lista de espera para o transplante hepático.
V ou F

A

F

Uma vez que a sobrevida média após o primeiro
episódio de PBE é de cerca de 9 meses, esta
infecção deve motivar a colocação do paciente
em lista de espera para o transplante hepático.

308
Q

O escore MELD se baseia em apenas três variáveis: bilirrubina, INR e creatinina. O paciente adulto
poderá ser inscrito na lista nacional de transplante
de fígado quando seu MELD for

A

maior ou igual a 11

309
Q

Os portadores de hepatocarcinoma
podem receber um transplante hepático
somente se obedecerem aos Critérios de
Milão:

A

(1) lesão única ≤ 5 cm;
(2) lesões múltiplas (até 3) todas menores que 3 cm; (3) ausência de metástases à distância ou invasão do
pedículo vascular hepático.

310
Q

o sistema HLA não precisa ser compatível no tx hepático, já que o enxerto hepático é pouco
imunogênico
V ou F

A

V

311
Q

A drenagem linfática da porção superior das vias
biliares se faz para …;

já a porção inferior drena tanto para os linfonodos hepáticos quanto para ….

A vesícula biliar e o ducto cístico drenam para

A

cadeia hepática, linfonodos localizados no trajeto da artéria hepática, que se esvaziam nos linfonodos celíacos

os pancreáticos superiores

o linfonodo do ducto cístico (de Mascagni), localizado na junção do ducto cístico com o hepático comum,

312
Q

representam cerca de 75% dos cálculos biliares. São amarelados, podem ser únicos ou múltiplos e geralmente medem de 1 mm a 4 cm.

A

cálculos de colesterol

313
Q

Os cálculos biliares pretos são formados na vesícula e consistem basicamente de…

Não costumam ter mais de 1 cm. São os cálculos classicamente relacionados à…

A cirrose também pode causar estes cálculos, pois,
com a disfunção hepatocelular, pode haver aumento da secreção de bilirrubina não conjugada

A

bilirrubinato de cálcio

hemólise crônica

314
Q

Nos casos de cálculos biliares castanhos, o bilirrubinato de cálcio é alternado
por camadas de colesterol e outros sais
de cálcio. Na maioria das vezes, os cálculos
castanhos são formados em que local?

A

no colédoco

*Na ausência de doença da árvore
biliar, existe associação com divertículo duodenal
justapapilar. Bactérias (especialmente E.
coli) estão presentes em mais de 90% dos casos

315
Q

Cite fatores de risco para a formação de cálculos biliares

A

Ser do sexo feminino
Ter 60 anos de idade ou mais
Estar acima do peso
Obesidade
Gravidez
Ter uma dieta rica em gordura e colesterol e pobre em fibras
Ter histórico familiar de cálculos biliares
Diabetes
Perda de peso muito rápida
Fazer uso de alguns medicamentos para baixar o colesterol
Fazer uso de medicamentos que contêm estrogênio, como terapia hormonal
Hemólise (destruição de hemácias) crônica
Cirurgia ou doenças que acometam a porção final do íleo
Cirrose
Infecção biliar
Dismotilidade da vesícula biliar

316
Q

Descreva a vesículade courvoisier

A

Uma vesícula biliar constantemente dilatada e
indolor.
Indica obstrução mais distal, geralmente por tumor periampular

317
Q

Qual é o melhor método para a confirmação do diagnóstico de colecistite aguda?

A

Cintilografia biliar

  • O enchimento dos ductos, mas não da vesícula, confirma o diagnóstico de colecistite.
    A explicação é a seguinte: a bile rica em
    tecnécio secretada na árvore biliar não consegue
    refluir para o interior da vesícula quando da
    contração fisiológica do esfíncter de Oddi, pois
    o ducto cístico encontra-se obstruído
318
Q

A complicação mais comum da CPRE é …

A … é a causa mais comum de morte e a segunda complicação mais comum

A

a pancreatite aguda (5% dos casos)

colangite

319
Q

Tanto a CTP quanto a CPRE estão contraindicadas
quando há …, a não ser quando se
planeja uma manobra terapêutica de desobstrução

Além disso, tanto a CTP quanto a CPRE estão contraindicadas quando há pancreatite aguda (visto que a inflamação pode agravar-se após injeção do contraste), a não ser quando se planeja uma manobra terapêutica como a retirada de um cálculo impactado
que esteja causando pancreatite biliar

A

colangite

320
Q

a maioria dos pacientes com cálculos
biliares não manifestará qualquer sintoma
durante a vida! A taxa de aparecimento de
sintomas é de apenas 12% ao ano nos
doentes assintomáticos
V ou F

A

F

1%

321
Q

Pacientes com quadro típico de colelitíase podem
ter, na verdade, dois diagnósticos alternativos:
a colesterolose e a adenomiomatose.
A colesterolose decorre da deposição de colesterol
em macrófagos da mucosa da vesícula
biliar (na forma de pólipos ou não), produzindo
um aspecto macroscópico clássico de…

Na adenomiomatose
ocorre a formação de bandas hipertróficas de
músculo liso, que crescem para a luz da vesícula.
Desenvolvem-se, então, pólipos granulomatosos,
e a parede da vesícula se afina.
Ambas as condições podem ser diagnosticadas
à US e têm tratamento cirúrgico caso o
paciente seja sintomático.

A

“vesícula em morango”

322
Q

corresponde à calcificação difusa da parede da vesícula, facilmente diagnosticada à radiografia
simples de abdome, com achado
similar a uma casca de ovo. É fator de risco para o surgimento de Ca de vesícula biliar;

A

Vesícula em porcelana

323
Q

forma-se uma fístula colecistoduodenal, com passagem
de cálculo biliar que irá se impactar no
bulbo duodenal, gerando um quadro de
obstrução pilórica. Qual o nome dessa síndrome?

A

Síndrome de Bouveret

324
Q

Indicações inequívocas de colecistectomia no contexto dos cálculos de vesícula biliar

A

(1) Paciente que tenha apresentado dor biliar
(ou seja, pacientes com litíase biliar SINTOMÁTICA);
(2) História de complicação prévia da doença
calculosa independente do estado sintomático
atual (colecistite, pancreatite etc.).

325
Q

Recomenda-se a colecistectomia profilática em
todos os pacientes com episódios recorrentes
de dor, em que, ao menos duas vezes, se tenha
conseguido documentar a presença de
lama biliar na ocasião de um episódio álgico
V ou F

A

V

326
Q

Em gestantes que tenham sintomas recorrentes,
o momento ideal para a cirurgia é
o …

A

segundo trimestre

327
Q

De um modo geral, recomenda-se a
abordagem cirúrgica em
pacientes ASSINTOMÁTICOS que tenham:

A
  • Cálculos > 3 cm;
  • Pólipos de vesícula biliar;
  • Vesícula em porcelana;
  • Anomalia congênita da vesícula biliar (vesícula
    dupla);
  • Microesferocitose hereditária com litíase comprovada;
  • Pacientes que serão submetidos a uma cirurgia
    bariátrica ou transplante cardíaco
328
Q

Em pacientes que se recusam a realizar a colecistectomia e em
situações de risco cirúrgico proibitivo, pode-se
optar por uma terapia conservadora com

A

solventes de cálculo

  • O Ursodesoxicolato (URSO), na dose de 8-13
    mg/kg/dia, tem a propriedade de dissolver pequenos
    cálculos. A dissolução parcial dos cálculos
    ocorre em 60% dos doentes.
    ** A terapia de dissolução é ineficaz para os
    cálculos pigmentados (radiopacos) e muito
    ruim para cálculos com mais de 5 mm
329
Q

A fim de “quebrar” os cálculos maiores de 5
mm, tornando-os acessíveis ao URSO, vem
sendo empregada, com sucesso de 50% (ou até
90%, em centros com vasta experiência), a litotripsia
extracorpórea com ondas de choque
V ou F

A

V

330
Q

Quando há inflamação (colecistite aguda), podem
ser encontradas bactérias em até 50% dos
pacientes. Quais as bactérias mais comuns?

A

A E.coli é a bactéria mais frequentemente
isolada, seguida por Klebsiella, Enterococcus
faecalis, Proteus e Clostridium – ou
seja, a “flora” microbiana típica de uma colecistite
aguda consiste de bastonetes Gram-negativos,
enterococo e anaeróbios

331
Q

Descreva o quadro clínico típico da colecistite aguda

A

O paciente típico é uma mulher de meia-idade,
sabidamente portadora de cálculos biliares e
que já havia experimentado surtos de dor biliar.
Uma crise de colecistite aguda começa com dor
abdominal, que aumenta paulatinamente de intensidade,
e se localiza, desde o início, debaixo
do gradil costal direito. Entretanto, de forma
análoga ao que acontece com a apendicite, a dor
da colecistite aguda pode iniciar no epigástrio,
e, com o passar das horas, quando o processo se
estende para a superfície peritoneal da vesícula,
a dor torna-se localizada tipicamente no QSD.

Ao contrário da dor biliar da colelitíase crônica,
a dor da colecistite aguda persiste por mais
de seis horas. Este é o ponto de corte que devemos
memorizar, cogitando fortemente o
diagnóstico de colecistite aguda quando a dor
biliar persistir além deste período

É comum a irradiação da dor para a região
infraescapular

É comum a presença de febre baixa a moderada.
Febre com calafrios sugere colecistite
supurativa ou colangite associada

332
Q

Na colecistite aguda, a região subcostal direita está hipersensível à palpação, com defesa muscular e, ocasionalmente, contratura involuntária local. O
exame físico revela o sinal de … em
metade dos pacientes

A

Murphy

*Pede-se ao paciente
que inspire profundamente, e palpa-se
a região subcostal direita – se o paciente interromper
uma inspiração profunda quando
da palpação, o sinal é positivo, sendo fortemente
preditivo de colecistite aguda.

333
Q

Achados laboratoriais da colecistite aguda

A

(1) 12.000-15.000 leucócitos/mm3 (se leucometria
muito alta, suspeitar de perfuração);
(2) Aumento discreto de bilirrubina (se mais que 4 mg/dl, suspeitar de coledocolitíase associada);
(3) Aumento discreto de FA e AST (TGO);
(4) Aumento da amilase sérica, que não necessariamente indica pancreatite aguda.

334
Q

Qual o o primeiro exame a ser solicitado na

suspeita de colecistite aguda? cite 3 achados que indiquem CA

A

Ultrassonografia da VB

• Demonstração de cálculos no colo da vesícula;
• Espessamento da parede da vesícula;
• Líquido perivesicular;
• Aumento da interface entre o fígado e a
vesícula;
• Sinal de Murphy ultrassonográfico (dor
quando o transdutor está sobre a vesícula);
• Aumento significativo do diâmetro transverso
do fundo da vesícula.

335
Q

é o exame mais acurado para
se confirmar a suspeita clínica de uma colecistite
aguda calculosa, possuindo sensibilidade
e especificidade de 97% e 90%, respectivamente.

A

Cintilografia das vias biliares

336
Q

A precisão da TC para o diagnóstico de CA é inferior ao US

V ou F

A

V

337
Q

Manejo da CA

A
Os primeiros passos perante um caso de colecistite
aguda se fundamentam em medidas de
suporte clínico:
(1) Internação hospitalar;
(2) Hidratação venosa;
(3) Analgesia;
(4) Dieta zero;
(5) Antibioticoterapia parenteral

Entre os ATBs mais utilizados temos a monoterapia com drogas de amplo espectro, como

  • betalactâmicos + inibidores de betalactamase (ex.: amoxicilina-clavulanato, ampicilina- sulbactam)

ou

  • a combinação de uma cefalosporina de 3ª geração (ex.: ceftriaxone) ou uma quinolona (ex.: ciprofloxacina, levofloxacina) com metronidazol

O tratamento definitivo é cirúrgico, através de
colecistectomia
OBS.: As contraindicações absolutas à colecistectomia
laparoscópica são: coagulopatia não
controlada e cirrose hepática terminal

338
Q

É a obstrução do delgado por um cálculo biliar
volumoso (mais de 2,5 cm) que foi parar no
intestino através de uma fístula. Com bastante
frequência, admite-se que o evento que dá origem
à fístula seja uma colecistite aguda, embora
apenas 30% dos casos revelem uma história
compatível.

A

Íleo biliar

  • O diagnóstico é dado na radiografia de abdome,
    pela associação de estigmas de obstrução
    intestinal (alças de delgado distendidas + níveis
    hidroaéreos) à presença de ar nas vias biliares
    (aerobilia) ou cálculo na luz intestinal.

** O tratamento inclui enterotomia proximal,
com retirada do cálculo impactado. É recomendada
a realização de uma colecistectomia no
mesmo procedimento, já que é alta a chance de
recorrência do íleo biliar e que pacientes com
fístulas biliares têm uma elevada (15%) incidência
de câncer de vesícula a longo prazo

339
Q

Colecistite alitiásica em um paciente HIV positivo

deve suscitar a pesquisa de

A

microsporídeo e criptosporídeo nas fezes e sorologia
para CMV, pois estes germes estão associados
a essa patologia no contexto da Aids.

340
Q

A CA alitiásica raramente ocorre como um evento isolado, sendo que geralmente esta condição costuma
surgir cerca de duas semanas após …

A

um quadro clínico
grave, como cirurgias de grande porte, traumatismo
grave, queimaduras de grande extensão corporal, doença renal terminal, leucemia e infecções

341
Q

Ocorre em apenas 1% dos pacientes com colecistite
aguda. A maioria dos
pacientes são homens idosos (acima dos 60
anos) e diabéticos. Os germes mais frequentemente
envolvidos são o Clostridium perfringens,
Clostridium welchii e aeróbios, como a E. coli.
O quadro clínico é semelhante ao descrito
para a colecistite calculosa, no entanto a instalação
é súbita, a evolução mais rápida, e o
paciente apresenta reposta inflamatória sistêmica
mais intensa.

A

CA enfisematosa

*caracteriza-se pela presença de gás na parede da vesícula biliar.

** Sua característica patognomônica é a presença de
gás na topografia de vesícula biliar visualizado
na radiografia simples de abdome

342
Q

Descreva a colecistite tifoide

A

É evento raro no curso clínico da febre tifoide,
geralmente na terceira semana de evolução. Não
são identificados cálculos, a cultura de bile é positiva
para S. Typhi e o risco de perfuração é alto.
O tratamento é a colecistectomia emergencial

343
Q

Descrita em 1948 por um cirurgião argentino,
esta síndrome pode ser definida como obstrução
do ducto hepático comum causada por
compressão de cálculo grande em infundíbulo
(bolsa de Hartmann) ou ducto cístico. A
inserção baixa de um ducto cístico longo, que
corre paralelo ao colédoco, parece ser fator
predisponente importante.

Apresenta-se clinicamente como colecistite
crônica, ou seja, dor biliar, de longa data. É
comum a presença de icterícia e elevação da
fosfatase alcalina

A

Síndrome de Mirizzi

*Simplificadamente pode ser dividido em tipo
I, no qual ocorre apenas compressão extrínseca
do ducto hepático comum pelo cálculo localizado
no ducto cístico, e
tipos II, III e IV, nos quais a presença do cálculo
leva ao desenvolvimento de colecistite
crônica e formação de fístula entre o infundíbulo
e o ducto hepático, denominada de fístula
colecistocoledociana ou biliobiliar

** A ultrassonografia normalmente mostra dilatação
do ducto biliar comum acima da inserção
do ducto cístico, com calibre normal abaixo
deste e vesícula “murcha”; além da presença de
cálculo no infundíbulo da vesícula. O diagnóstico
geralmente é intraoperatório ou por CPRE.

*** O tratamento normalmente é cirúrgico, optando-
se pela via aberta, já que a dissecção do
pedículo hepático na vigência de fístula colecistocoledociana
é extremamente trabalhosa e
arriscada. O tipo de cirurgia depende do grau
de comprometimento da via biliar principal,
variando desde colecistectomia simples, colecistectomia
com drenagem do colédoco
através de dreno de Kehr, até anastomoses
biliodigestivas altas (i.e. hepaticojejunostomia
em y de Roux).

344
Q

Em países ocidentais, como o Brasil, cerca de
90-95% dos casos de coledocolitíase resultam
da passagem de um cálculo formado na vesícula
biliar através do ducto cístico (coledocolitíase
secundária), num fenômeno experimentado
por cerca de 50% dos portadores de
colelitíase.
No restante dos casos, ocorre formação
de cálculos no próprio colédoco (coledocolitíase
primária), geralmente quando
existe dilatação e estase por obstrução crônica
V ou F

A

F

num fenômeno experimentado
por cerca de 6-12% dos portadores de
colelitíase.

345
Q

Arbitrariamente,

os cálculos descobertos há mais de … após colecistectomia são primários

A

dois anos

346
Q

quadro bastante sugestivo de coledocolitíase

A

O paciente apresenta surtos transitórios de

síndrome colestática e icterícia flutuante

347
Q

A colangite bacteriana aguda cursa com a

tríade de Charcot:

A

(1) dor tipo biliar,
(2) icterícia,
(3) febre com calafrios

348
Q

pêntade de Reynold

A

dor biliar + icterícia + febre + confusão/

letargia + hipotensão arterial

349
Q

A coledocolitíase, assim como a colelitíase, deve ser tratada apenas em pacientes sintomáticos ou com alto risco para complicação
V ou F

A

F

A coledocolitíase deve sempre ser tratada,
mesmo se assintomática, pelo risco de complicações
potencialmente graves, como colangite
e pancreatite aguda

350
Q

Como regra, todo paciente com alguma suspeita de coledocolitíase, submetido à colecistectomia,
deve ser submetido a …

A

uma colangiografia transoperatória durante o procedimento

351
Q

Sempre que for realizada a coledocotomia, é

obrigatória a colocação de …

A

um dreno de Kehr (dreno
em “T”), suturando-se as bordas do colédoco
justapostas aos “braços” do dreno

352
Q

Pacientes que evoluem com icterícia progressiva
meses após manipulação cirúrgica de
vias biliares podem ter desenvolvido …

O diagnóstico é confirmado
pela …, e o tratamento ideal é a colocação
de um …

A

estenose cicatricial

CPRE

stent de via biliar

353
Q

Manejo da colangite aguda

A

Na colangite aguda não complicada, devemos
iniciar o esquema antibioticoterápico empírico
e aguardar a evolução. A melhora do quadro
infeccioso costuma ser dramática, e o paciente,
em menos de 48h de tratamento, já mostra sinais
clínicos como resgate do estado geral e
queda da febre. A desobstrução da árvore biliar
deve ser retardada até que a infecção biliar
tenha sido completamente controlada, o que
deve ser observado especialmente pelo estado
de apirexia e pelo hemograma. A partir de então,
programa-se uma desobstrução eletiva,
cirúrgica ou endoscópica.

Na colangite tóxica (“pus sob pressão”), quando
o paciente se apresenta já com sinais de
sepse (instabilidade hemodinâmica e alterações
do estado de consciência), a conduta é outra
– iniciamos a antibioticoterapia empírica, mas
não podemos retardar a desobstrução, que deve
ser feita o mais rápido possível. Nestes pacientes,
a antibioticoterapia isolada não resolve o
problema e o prognóstico depende do alívio
imediato da obstrução.

354
Q

é a víscera abdominal mais frequentemente
acometida por abscessos. Nele, se localizam
13% de todos os abscessos intra-abdominais
e 48% dos abscessos viscerais abdominais.

A

Fígado

355
Q

é o método de imagem de escolha, com sensibilidade

superior a 95%.

A

TC

  • Entretanto, devido ao
    seu menor custo e maior facilidade de realização
    na maioria dos serviços, a Ultrassonografia (US)
    costuma ser o primeiro exame solicitado para
    investigação diagnóstica
356
Q

Quadro sugestivo de abcesso hepático amebiano

A
  1. Residente em área endêmica.
  2. Hepatomegalia dolorosa no homem jovem.
  3. Resposta ao metronidazol.
  4. Leucocitose sem anemia nos pacientes com
    doença aguda, e leucocitose mais branda com
    anemia nos quadros mais prolongados.
  5. RX tórax sugestivo (derrame pleural, atelectasia,
    elevação da hemicúpula diafragmática à direita).
  6. USG, TC ou RNM identificando o abscesso.
  7. Sorologia antiameba positiva
357
Q

Quais são os quatro dados cardinais a serem observados em pacientes com abcesso hepático, em que a positividade de todos eles será fortemente
preditiva de abscesso piogênico, praticamente
afastando abscesso amebiano?

A
  1. Idade > 50 anos;
  2. Achados pulmonares ao exame físico;
  3. Abscessos múltiplos;
  4. Sorologias para ameba negativas
358
Q

O material aspirado de um abscesso hepático
amebiano possui o clássico aspecto de …, um líquido proteináceo e acelular, de
cor amarronzada, constituído predominantemente
por hepatócitos necrosados

A

“pasta de anchova”

359
Q

Causado pelo Echinococcus granulosus, esta
patologia, também conhecida como equinococose,
é adquirida através da ingesta de parasitos
oriundos de fezes de cães, os quais, por sua vez,
adquirem a infecção intestinal a partir da ingesta
de “miúdos” (restos de vísceras) de ovelhas.
O parasito atinge o fígado, após ser absorvido,
onde começa a crescer em forma de cisto. Áreas
rurais onde existe criação de ovelhas são os locais
mais prevalentes para a equinococose

A

Cisto hidático

*O quadro clínico é arrastado, incluindo dor
abdominal, náusea e hepatomegalia, sem febre.
Os cistos podem sofrer infecção bacteriana
secundária, ou mesmo se romper, causando
anafilaxia. Não há achados laboratoriais de
inflamação, e eosinofilia não é a regra.

**Devido ao alto risco de complicações (ex.: rotura
e anafilaxia; infecção secundária), o tratamento
é eminentemente cirúrgico, exceto em
cistos pequenos e pacientes com risco cirúrgico
proibitivo. Albendazol em altas doses (400
mg 2x dia), por tempo prolongado (três meses),
deve ser prescrito em todos os casos.

360
Q

é uma rara lesão hepática sólida identificada
principalmente em mulheres em idade
fértil. Sua relação etiológica com o uso
de Anticoncepcionais Orais (ACO) é inquestionável:
esses tumores foram raramente relatados
antes da difusão do uso daqueles fármacos,
ou seja, antes de 1960. É notório que eles
não são tão comumente identificados como nos
anos 1970 e 1980, o que poderia ser explicado
pela menor concentração de estrógenos nos
ACOs modernos. O maior risco ocorre em
mulheres com mais de 30 anos que fazem uso
de ACO por mais de cinco anos

O risco estimado do seu desenvolvimento
em mulheres que fazem uso contínuo de ACO
por 5 a 7 anos é 5 vezes maior que na população
geral e 25 vezes maior quando o uso
é por período superior a 9 anos.

O uso de ACO não
apenas está relacionado a uma maior incidência
desse tipo de tumor (93% dos casos), como também estes tumores tendem a ser maiores e evoluir com
um maior risco de sangramento

Ocorrem em também associação com
diabetes mellitus, glicogenose Tipo I ou III,
gravidez e uso crônico de esteroides anabolizantes.

É um tumor geralmente único (exceto nos portadores de glicogenose), macio, bem circunscrito, com ou sem cápsula, variando em tamanho entre 1 a 30 cm. Pode
haver áreas centrais de necrose e hemorragia.
Histologicamente, o tumor é caracterizado pela
presença de hepatócitos discretamente atípicos
(pálidos, pouco aumentados) dispostos em
cordões separados por sinusoides dilatados e
com finas paredes (o que pode justificar sua
tendência hemorrágica). Uma característica
marcante é a ausência de ductos biliares, tratos
portais e, na maioria dos pacientes, das células
de Kupffer

A

Adenoma hepatocelular

361
Q

Como costuma se apresentar o laboratorio de um paciente com adenoma hepático? Quais exames indicados para o diagnósticos?

A

a Alfafetoproteína (AFP) e
os testes bioquímicos hepáticos encontram-se
normais, exceto por eventuais elevações de
Fosfatase Alcalina (FA) e Gama-Glutamiltranspeptidade
(GGT) em um subgrupo de pacientes
que evoluem com hemorragias intratumorais
ou intraperitoneais ou ainda nos casos de adenomatose hepática (dez ou mais adenomas).

O diagnóstico é feito basicamente pelo conjunto
dos achados imaginológicos à TC, US ou
RNM, sendo que a arteriografia
hepática é um procedimento de grande valia.
Casos de difícil diagnóstico, especialmente
aqueles nos quais não se consegue afastar a
presença de carcinoma hepatocelular, podem
requerer ressecção para diagnóstico histopatológico.
As biópsias percutâneas por aspiração
não têm papel nestes pacientes (risco elevado
de sangramento e baixo valor diagnóstico).

362
Q

Os adenomas assintomáticos não requerem tto cirúrgico, uma vez que o risco de sangramento é baixo e o rico de transformação maligna é virtualmente inexistente
V ou F

A

O tratamento dos AHCs consiste, fundamentalmente,
em excisão cirúrgica, em virtude de:
(1) risco de hemorragia intratumoral ou intraperitoneal;
(2) risco – provavelmente baixo
– de transformação maligna em carcinoma
hepatocelular; e (3) frequente dificuldade de
diferenciação histológica com hepatocarcinomas
bem diferenciados. Adenomas multifocais
ou difusos podem requerer Transplante Ortotópico
de Fígado (TOF), principalmente se a
AFP estiver aumentada ou se uma transformação
maligna já tiver sido diagnosticada. Se o
TOF não for possível, uma USG associada à
dosagem de AFP a cada seis meses é aconselhável.
A embolização pode ser usada para o
controle de sangramento, para reduzir o tamanho
do tumor no pré-operatório ou para aliviar
sintomas em pacientes inoperáveis.

  • Os adenomas < 4-5 cm, assintomáticos, em
    usuárias de pílulas, são tema de controvérsia
    atualmente: enquanto alguns autores advogam
    a ressecção irrestrita de qualquer adenoma,
    outros defendem que estes adenomas sejam
    manejados de maneira conservadora, com
    suspensão do anticoncepcional e acompanha acompanhamento
    seriado com exames de imagem e alfafetoproteína.
    A não regressão da lesão com
    estas medidas tornaria indicada a cirurgia.
363
Q

é o tumor sólido hepático
mais comum depois dos hemangiomas,
com uma incidência em séries de necrópsias
entre 0,31 e 0,6%.

consiste de uma lesão nodular não neoplásica
encontrada em pacientes de todas as idades
e em ambos os sexos, embora seja mais frequente
em mulheres entre 20 e 50 anos de idade.
Sua relação com os ACOs não é bem estabelecida.

Acredita-se que seja uma resposta
hepatocelular hiperplásica (e não neoplásica)
à hiperperfusão ou injúria vascular originadas
por uma preexistente artéria anômala
no local da lesão.

Possuem uma espessa cicatriz central com septos
radiais que subdividem o tumor em nódulos.
Microscopicamente, a lesão assemelha-se à
cirrose inativa, com o parênquima hepático
dividido por septos fibrosos contendo numerosos
dúctulos, vasos sanguíneos e células inflamatórias
crônicas.

A

Hiperplasia nodular focal

  • A cintilografia com enxofre coloidal-99Tc é
    bastante útil na diferenciação com o adenoma
    hepatocelular: a captação do radioisótopo só
    costuma ocorrer na HNF, já que os adenomas
    quase nunca contêm células de Kupffer. Na angiografia,
    a captação do contraste é central, em
    contraste com a captação periférica observada
    nos adenomas. Na TC, podem ser observadas as
    cicatrizes hipodensas centrais, típicas da HNF

** O prognóstico das HNFs não ressecadas é excelente:
a maioria dos pacientes permanece
assintomática, assim como a maioria das lesões
permanece sem alterações.
O tratamento é expectante na maioria dos casos,
já que são lesões normalmente assintomáticas
e que não se associam com transformação maligna.
Lesões volumosas ou pedunculadas raramente
podem ser complicadas com torção ou
infarto, requerendo tratamento cirúrgico

*** As evidências científicas disponíveis na literatura
médica mundial ainda não justificam
a suspensão do uso de ACO, quando a HNF
não é ressecada. Há uma minoria de autores,
todavia, que recomenda a suspensão

364
Q

é o mais comum dos tumores hepáticos
mesenquimais benignos. Sua frequência
em séries de necropsia varia entre 0,4 e 20%.
Quando maiores que 5 cm, são arbitrariamente
chamados de gigantes

Esses tumores aumentam de volume
durante a gestação ou durante o uso de estrógenos
e são mais comuns em multíparas.
Entretanto, a despeito de sua provável relação
com os estrógenos, sua etiologia
não é conhecida.

A biópsia hepática percutânea é contraindicada
em virtude do grande risco de hemorragia
intraperitoneal.

A

Hemangioma cavernoso

  • Pacientes com HC gigantes podem desenvolver
    coagulopatia de consumo no interior do tumor
    e apresentar evidências de coagulação intravascular
    disseminada – trombocitopenia e hipofibrinogenemia,
    o que é conhecido por síndrome
    de Kasabach-Merritt.

** Em geral, o tratamento dos HCs é expectante,
a despeito do pequeno risco potencial
de ruptura. Apenas ocasionalmente, haverá
crescimento do tumor ou aparecimento de
sintomas, requerendo ressecção cirúrgica.

*** A terapêutica cirúrgica somente é indicada nos
pacientes muito sintomáticos ou na vigência
de complicações

365
Q

A apresentação clínica do CHC se faz principalmente

de quatro formas:

A

(1) Tríade clássica: dor em Quadrante Superior
Direito do Abdome (QSDA) + aumento do
volume abdominal + perda de peso;
(2) Identificação incidental por método de imagem
em paciente assintomático, com ou sem
massa palpável em QSDA;
(3) Piora do estado clínico ou trombose de
veia porta em paciente cirrótico previamente
compensado;
(4) Manifestações paraneoplásicas: febre, leucocitose,
caquexia, eritrocitose, hipercalcemia,
síndrome carcinoide, hipoglicemia, porfiria
cutânea tarda etc.

366
Q

é o principal marcador
tumoral do CHC. Trata-se de uma proteína oncofetal
produzida pelo fígado e saco vitelino que
diminui após o nascimento. Quando > 20 ng/
ml em paciente com cirrose hepática já sugere
CHC, embora uma reativação da hepatite viral
(por vezes subclínica) possa elevar os níveis deste
marcador entre 20-200 ng/ml. Também
se encontra aumentada nas metástases hepáticas,
tumores de testículos ou ovários e gravidez. Um
valor acima de 200 ng/ml (400 ng/ml para alguns
autores) num paciente cirrótico tem elevada especificidade
para CHC.

A

Alfafetoproteína

367
Q

A USG pode identificar com facilidade lesões
sólidas hepáticas acima de … cm que, num paciente
cirrótico, costumam indicar CHC. Neste
exame, lesões pequenas são tipicamente
hipoecoicas em relação ao restante do parênquima
hepático. Com o tempo, estas lesões
tornam-se hiperecoicas, embora comumente
produzam um halo hipoecoico. Ao Doppler,
nota-se tipicamente um padrão de vascularização…

Pela disponibilidade e baixo custo
do método, a USG é utilizada juntamente com
a dosagem da AFP no rastreamento do CHC

A

2

arterial

368
Q

é o exame de escolha para a confirmação diagnóstica

do CHC

A

A tomografia helicoidal trifásica

  • Embora o fígado tenha 75% de sua
    vascularização proveniente do sangue porta e
    25% do sangue da artéria hepática, o CHC é
    vascularizado quase que exclusivamente pela
    artéria hepática. Portanto, uma lesão sólida
    em um fígado cirrótico, que só aparece na fase
    arterial, é virtualmente diagnóstica deste tumor
    (principalmente se > 2 cm). A visualização
    de nódulos satélites ou de uma massa em
    padrão mosaico (múltiplos pequenos nódulos
    separados por traves fibróticas) também sugere
    hepatocarcinoma.

Após a administração do contraste se notará sua impregnação na fase
arterial e o wash-out (eliminação do contraste)
na fase venosa

369
Q

Como é feito o rastreamento de CHC?

A

o rastreamento é feito a cada seis
meses com US abdominal, associada ou não
à alfafetoproteína.

370
Q

Como é estabelecido o diagnóstico do CHC?

A
1. Nódulos < 1 cm: deverão ser seguidos
com US seriadas a cada três meses. Se
não houver crescimento nos próximos
dois anos, retornar à estratégia inicial.
Caso cresça, agir conforme o recomendado
para o novo tamanho;
  1. Nódulos > 2 cm: bastará a positividade
    de um método de imagem dinâmico ou
    AFP > 200 ng/ml (ou 400) para selar o
    diagnóstico;
  2. Nódulos entre 1-2 cm: deverão ser investigados
    com dois exames contrastados
    dinâmicos. O diagnóstico é fechado diante
    da positividade dos dois métodos. Se
    somente um ou nenhum deles tiver características
    vasculares de hepatocarcinoma
    (captação na fase arterial + wash-out
    venoso), partir para a biópsia guiada por
    TC ou US.
*A biópsia fecha o diagnóstico, mas,
se negativa, não exclui. O paciente
com nódulo > 1 cm e biópsia negativa
deverá manter o seguimento, repetindo
a biópsia caso a lesão cresça.
Às vezes, o diagnóstico sai a partir da
ressecção de um presumido adenoma,
que, à biópsia de congelação, mostra
ser um hepatocarcinoma.
371
Q

O CHC em pacientes não cirróticos (o que pode
ocorrer em portadores de vírus B) e em cirróticos
Child A (e alguns Child B) pode ser tratado com
ressecção (hepatectomia parcial), se o tumor
não for muito grande e puder ser retirado com
margens de segurança de 1 cm, sem comprometer
a função hepática.
V ou F

A

V

372
Q

Recentemente
foram propostos os Critérios da Universidade
da Califórnia, mais liberais: o transplante
poderia ser tentado em pacientes com
tumor único ≤ 8 cm, ou até três tumores ≤ 5
cm, na ausência de metástases a distância ou
invasão do pedículo vascular hepático
V ou F

A

F

tumor único ≤ 6,5 cm, ou até três tumores ≤ 4,5
cm, na ausência de metástases a distância ou
invasão do pedículo vascular hepático

373
Q

Para os casos que não podem nem ser ressecados
nem submetidos ao transplante, existe a
terapia não cirúrgica. Um aumento pronunciado
da sobrevida tem sido observado com quatro
métodos terapêuticos:

A

1- Injeção tumoral de etanol;
2- Ablação tumoral por radiofrequência;
3- Termoablação;
4- Quimioembolização transarterial

  • Injeção intratumoral de etanol: indicado para
    tumores únicos menores de 5 cm de diâmetro.
    Cerca de 10-20 ml de etanol a 95% são injetados
    no interior do tumor, que sofre necrose
    total em 75% dos casos e parcial em mais 20%..

** Ablação por radiofrequência: um eletrodo-agulha
é introduzido no tumor (guiado por USG)
e ligado no gerador de radiofrequência que,
literalmente, “queima” o tumor. Os resultados
são melhores para tumores < 3-5 cm e são semelhantes

*** Termoablação: reúne duas modalidades distintas:
a termoablação por laser, que utiliza calor
para destruir as células neoplásicas; e a
crioablação, em que uma sonda é introduzida
no tumor, lançando nitrogênio líquido ou gás
aos do método anterior. argônio em temperaturas muito baixas. Este
último método também pode ser utilizado para
tumores maiores.

** Embolização transarterial: é uma outra opção
terapêutica paliativa. É indicada para
tumores irressecáveis grandes (> 5-10 cm)
ou multifocais, não candidatos às demais
terapias não cirúrgicas locais. Como o CHC
se nutre quase 100% da artéria hepática, a
obstrução desta vasculatura pode propiciar a
isquemia e necrose tumoral. Atualmente, a
embolização é feita com partículas de gelfoam.
A embolização de partículas ligadas a
agentes quimioterápicos para efeito local
(doxorrubicina, cisplatina) – a chamada quimioembolização
– não mostrou benefícios
adicionais, mas também é utilizada

374
Q

O SORAFENIB, uma pequena molécula que
pode ser ministrada por via oral e atua como
“inibidor multiquinase”, aumenta em 37% a
sobrevida dos portadores de CHC em estágio
avançado (o que se traduz na prática como um
ganho de 2-3 meses na sobrevida média)
V ou F

A

V

375
Q

É uma variante do CHC que pode ser encontrada
em pessoas jovens (ente 5 a 35 anos), em
ambos os sexos. Este tumor não se relaciona
ao uso de ACO, não é causado por VHB ou
VHC e quase sempre surge em um fígado não
cirrótico. Apresenta-se como uma massa abdominal,
algumas vezes dolorosa

A AFP é normal, já que o tumor não a secreta.
Pode haver pseudo-hiperparatireoidismo com
hipercalcemia. A USG mostra lesões hiperecoicas
homogêneas. A TC evidencia lesão hipodensa,
a qual capta avidamente o contraste.
Pode haver calcificações. Na RM, o tumor

O tratamento é cirúrgico, através de
ressecção ou TOF mostra-se isointenso em T1 e hipointenso em T2. Uma cicatriz central calcificada pode ser encontrada em até 55% dos casos

A

Carcinoma fibrolamelar

376
Q

As metástases hepáticas são muito mais comuns
do que os tumores primários do fígado
na maioria dos países. As fontes de metástases hepáticas mais comuns são o câncer colorretal e Tumores neuroendócrinos no Trato Gastrointestinal (TGI) constituem outra fonte potencial
V ou F

A

F

As fontes de metástases hepáticas mais comuns
são o câncer colorretal, pulmões, mamas e
tumores malignos urogenitais.

Tumores neuroendócrinos
no Trato Gastrointestinal (TGI)
constituem outra fonte potencial

377
Q

Geralmente, as metástases se apresentam como

Por outro lado, o CHC e até mesmo o
colangiocarcinoma, usualmente, possuem …

A

múltiplas pequenas lesões de tamanho semelhante

uma lesão dominante circundada ou não por pequenas lesões satélites

378
Q

Na grande maioria das vezes, a presença de
metástases hepáticas representa doença em
estado avançado, determinando um prognóstico
sombrio e proporcionando poucas opções
terapêuticas. O carcinoma metastático …
e as metástases hepáticas de tumores … constituem exceções.

A

colorretal

neuroendócrinos

379
Q

É a neoplasia mais comum do trato biliar, responsável
por 5% de todas as doenças malignas do
sistema digestivo. Acomete com maior frequência
os idosos (6a-7a décadas de vida) e as mulheres
(relação 3:1 em comparação com homens).

A

carcinoma de vesícula biliar

380
Q

A … é o principal fator de risco para CA de vesícula biliar, ocasionando
o processo inflamatório crônico que
resulta em proliferação celular e evolução para
displasia/neoplasia

A

colelitíase

  • Outras afecções igualmente associadas a risco
    aumentado de CVB (por também se acompanharem
    de inflamação crônica na parede da
    vesícula) são:
  • Fístula colecistoentérica;
  • Vesícula calcificada (vesícula em porcelana)
    – CVB em 12,5% a 60% dos casos;
  • Adenoma (pólipo benigno) é considerado
    lesão pré-neoplásica. Veremos adiante as
    principais indicações de colecistectomia
    profilática na presença de um pólipo;
  • Colecistite xantogranulomatosa – forma rara
    de colecistite crônica;
  • Retocolite ulcerativa – aumenta o risco de
    CVB e colangiocarcinoma, sobretudo nos
    pacientes com colangite esclerosante associada;
  • Junção pancreaticobiliar anômala (um tipo
    de malformação congênita).
    A obesidade, infecção por Salmonella typhi e
    cistos de colédoco também são fatores de risco
    independentes.
381
Q

O tipo histológico mais frequente é …,
que pode ser subclassificado como
cirroso, mucinoso ou papilar (este último de
melhor prognóstico, por apresentar comportamento
indolente e crescimento quase sempre
restrito à parede da vesícula).

A

adenocarcinoma

382
Q

Com relação à disseminação hematogênica,
uma peculiaridade anatômica da vesícula é a
existência de pequenas veias tributárias que se
comunicam diretamente com o …, podendo justificar invasão direta do
parênquima hepático a partir dessa topografia.

Cerca de 90% dos carcinomas de vesícula se
originam no …, e por
este motivo o paciente costuma ser assintomático
nas fases iniciais da doença!

A

segmento IV do fígado

fundo ou no corpo do órgão

383
Q

Diante de evidências de CVB, o próximo passo, após US, é a realização de …

A

uma tomografia computadorizada
de abdome com contraste

  • Segundo
    alguns autores a colangio-RM agora seria o método
    de escolha para o estadiamento clínico da
    lesão. A colangiografia pode identificar indiretamente
    o tumor, devido à presença de um longo
    trecho que apresenta “falha de enchimento”
    no ducto hepático comum.
384
Q

A única abordagem com possibilidade de cura
é a ressecção cirúrgica. Radioterapia e/ou
quimioterapia não alteram a sobrevida dos
portadores de Ca de vesícula
V ou F

A

V

385
Q

Recomenda-se a colecistectomia profilática em qualquer uma das situações de alto risco listadas a
seguir, num paciente que se apresenta com
pólipo de vesícula em exames de imagem:

A
  • Idade > 60 anos;
  • Coexistência de cálculos;
  • Tamanho > 1 cm ou crescimento documentado;
  • Presença de sintomas;
  • Colangite esclerosante.
386
Q

A cirurgia de escolha no CA de vesícula biliar é

A

a colecistectomia aberta convencional

387
Q

No CA de vesícula biliar diagnosticado após colecistectomia, em Lesões T1a
(invasão da lâmina própria, sem comprometer
a muscular) são consideradas adequadamente
tratadas após uma colecistectomia simples.
Lesões T1b (invasão da muscular) também
podem ser consideradas adequadamente tratadas
por uma colecistectomia simples, DESDE
QUE AS MARGENS CIRÚRGICAS ESTEJAM
LIVRES. Lesões T1b que se acompanham
de invasão perineural, linfática ou vascular
devem ser submetidas à colecistectomia
radical ou estendida (FIGURA 1)… Lesões T2
identificadas nesse contexto devem ser igualmente
tratadas por meio da colecistectomia
radical. Nesta cirurgia, além de colecistectomia,
realiza-se uma linfadenectomia regional
e ressecção do parênquima hepático adjacente
com pelo menos 2 cm de margem de segurança
V ou F

A

V

388
Q

Os principais fatores de risco para o colangiocarcinoma

são os seguintes:

A
  • Colangite esclerosante primária;
  • Cistos de colédoco;
  • Litíase intra-hepática;
  • Hepatites B e C
389
Q

Uma classificação simplificada divide a via
biliar em três porções: intra-hepática, localização
mais rara; peri-hilar, local mais frequente,
e distal Quando acomete especificamente
a confluência dos ductos hepáticos
esquerdo e direito, o colangiocarcinoma é denominado

A

tumor de Klatskin.

390
Q

até o momento não existe nenhum marcador
tumoral específico para o colangiocarcinoma,
porém, sabemos que tanto o… quanto o… podem estar aumentados no soro e na bile
desses pacientes

A

CEA

CA 19.9

391
Q

São lesões incomuns que SEMPRE demandam intervenção, já que o risco de colangiocarcinoma
pode chegar a 30% no futuro! A maioria parece ser congênita, ainda que o diagnóstico
geralmente seja feito apenas na vida adulta… São explicados por uma junção anômala
entre o colédoco e o ducto pancreático principal, localizada numa posição superior à
normal. Isto gera um longo segmento de ducto “comum” onde se misturam as secreções
pancreáticas e biliares! As enzimas do suco pancreático, através de um processo de autodigestão,
enfraqueceriam a parede deste ducto, promovendo sua dilatação com o passar
do tempo!

A

Cistos do colédoco

392
Q

Uma paciente com perda de peso, icterícia e
vesícula palpável é uma fortíssima candidata
a ter uma …

Inclui quatro doenças, a saber:

A

neoplasia periampular.

  1. Ca de cabeça de pâncreas;
  2. Colangiocarcinoma distal (já que os proximais não cursam com dilatação da vesícula);
  3. Ca de 2ª porção do duodeno, comprimindo a drenagem do colédoco;
  4. Ca de papila de Vater.
393
Q

é uma doença das
grandes vias biliares (extra e intra-hepáticas),
marcada pelo surgimento inexplicado de um
processo inflamatório-fibrosante, estenosante
e progressivo. Como tal processo se faz de
forma irregular ao longo de todo o sistema biliar,
acaba sendo configurada a característica
mais clássica desta condição: os estreitamentos
biliares segmentados. Acredita-se que a natureza
da doença esteja ligada a fatores autoimunes
e genéticos, já que existe clara associação
estatística com certos alelos do HLA como -B8,
-DR3, -DQ2, -DRw52A.

acomete homens jovens (a maioria com
menos de 45 anos). O início da doença é insidioso,
com os pacientes relatando sintomas
de intensidade variável que duram cerca de
dois anos antes do diagnóstico. As manifestações
incluem fadiga progressiva, dor no quadrante
superior direito, prurido e, por último,
icterícia.

A

colangite esclerosante

394
Q

Apesar de ser considerada uma condição primária
(idiopática), em 70-90% (!) dos casos a
colangite esclerosante se desenvolve em um
paciente portador de

A

uma doença inflamatória intestinal idiopática (mais comumente a retocolite ulcerativa)

* Veja: de todos os que desenvolvem
colangite esclerosante, 60-75%
têm também RCU; mas, de todos os portadores
de RCU, somente 5% desenvolvem
colangite esclerosante
395
Q

A presença de RCU pioora a história natural, a apresentação clínica e os achados radiológicos e histológicos da CEP. Alguns dos portadores de CEP associada à RCU têm colite apenas subclínica, sem nunca terem manifestado sintomas de doença intestinal inflamatória.
V ou F

A

F

A presença de RCU não afeta de forma alguma
a história natural, a apresentação clínica e os
achados radiológicos e histológicos da CEP.

396
Q

O risco de colangiocarcinoma e de Câncer Colorretal (CCR) estão aumentados apenas nos pacientes que apresentam CEP associada à RCU
V ou F

A

F

O risco de Câncer Colorretal
(CCR) também está aumentado, em particular
nos pacientes que possuem RCU concomitante.
Nesta situação, o risco de CCR é maior que
o atribuído somente pela presença de RCU

397
Q

Qual achado laboratorial tem alta sensibilidade para CEP

A

Elevação da fosfatase alcalina

398
Q

Manejo da CEP

A

As medidas gerais incluem a terapia para o
prurido com colestiramina e reposição de vitaminas
lipossolúveis, sobretudo a vitamina D
para o tratamento da doença óssea progressiva.

O ácido ursodesoxicólico, na dose de 15 mg/kg/d,
está associado à melhora dos parâmetros laboratoriais
(fosfatase alcalina, aminotransferases),
histológicos e clínicos. Entretanto, os resultados
de seu uso em longo prazo em relação à mortalidade
e ao encaminhamento para o transplante
hepático não são significativos

Os glicocorticoides, o metotrexato e a azatioprina
não se mostraram eficazes na maioria
dos estudos. Agentes antifibróticos associados
aos glicocorticoides também não demonstraram
benefício em longo prazo.
Procedimentos cirúrgicos capazes de curar a
RCU, como a proctocolectomia, não exercem
qualquer influência no curso da CEP. Inclusive,
sabemos que em pacientes com RCU, a CEP
pode se desenvolver anos após a cirurgia para
a erradicação da doença intestinal.

As reconstruções coledocoentéricas ou hepaticoentéricas
são procedimentos recomendados
para indivíduos com doença envolvendo
de forma predominante os ductos biliares
extra-hepáticos ou que apresentem uma grande
área de bloqueio extra-hepático. Pacientes
com estenoses únicas e graves e colangites de
repetição podem ser abordados por CPRE,
com colocação de stents endoscópicos

O tratamento definitivo para a doença avançada
é o transplante ortotópico de fígado

399
Q

se durante a colangiografia observarmos (1) colédoco maior que 2 cm; (2) mais de seis cálculos em seu interior; (3) cálculos intra-hepáticos residuais e/ou; (4) coledocolitíase primária (cálculos pigmentados castanhos), está indicada a

A

derivação biliodigestiva, realizada através de coledocoduodenostomia ou coledocojejunostomia.
Antes da derivação é mandatória a coledocotomia para a retirada dos cálculos

400
Q

indicações de colecistectomia em assintomáticos

A

(1) vesícula em porcelana;
(2) pólipos de alto risco (idade > 60 anos > 1 cm; crescimento documentado na USG seriada
(3) cálculos grandes (> 2,5-3 cm);
(4) vesículas com anomalia congênita (ex.: vesícula duplicada);
(5) anemias hemolíticas (ex.: anemia falciforme – como os cálculos pretos formados são pequenos, têm maior risco de escapar da vesícula e causar colecistite/coledocolitíase/ pancreatite); (6) portadores de um longo ducto após junção do colédoco e ducto pancreático

401
Q

cerca de 20% das colecistites agudas complicam com … da vesícula biliar, quer dizer, evolução para a necrose em algum ponto da parede da vesícula, geralmente o fundo, que é a região fisiologicamente menos perfundida.

A

gangrena

  • A gangrena da vesícula PODE OU NÃO evoluir
    para complicações subsequentes, como perfuração,
    fistulização e empiema. A perfuração da vesícula
    (principal complicação da gangrena da vesícula) só
    é observada em cerca de 2% dos casos, ou seja, sua
    frequência é 10x menor que a da gangrena
402
Q

Os cistos de colédoco, com exceção do … da classificação de Todani, representam um fator de risco claramente conhecido para o colangiocarcinoma.

Esse tipo de cisto representa uma dilatação intrapapilar, a qual não possui potencial maligno como as demais. Por isso, é a única que possui tratamento exclusivamente endoscópico

A

tipo III

403
Q

O colangiocarcinoma … é a

localização mais comum

A

proximal (na confluência dos ductos hepáticos - tumor de klatskin)

404
Q

A colecistite enfisematosa é uma infecção aguda da vesícula biliar causada por germes produtores
de gás. Ela responde por menos de 1% das colecistites agudas, classicamente … , e se caracteriza pela presença de ar …

É condição típica de pacientes diabéticos, idosos, predominando no sexo masculino. Dentre os germes mais comumente envolvidos temos principalmente os anaeróbios (ex.: Clostridium perfringens), mas também enterobactérias Gram-negativas não anaeróbias

A

acalculosas

DENTRO DA PAREDE DA VESÍCULA

405
Q

Mulher de 35 anos, altura de 165 cm, conviveu por anos com peso de 90 a 100 kg. Após programa bem-sucedido de dieta hipocalórica, atividade física e psicoterapia, atingiu peso de 70 kg. A partir de então, passou a apresentar crises frequentes de dor
abdominal, alterações psiquiátricas, fraqueza muscular, sintomas de neuropatia periférica e taquicardia. O sódio sérico variou de 125 a 128 mEq/L. Hemograma, glicemia, TSH, lipase, potássio, cálcio, CPK, FAN, complemento, vitamina B12 e tomografia de abdome foram normais. Para confirmar a principal hipótese diagnóstica, deve-se dosar
A) crioglobulinas.
B) ácido 5 hidroxi-indolacético.
C) ácido delta-aminolevulínico.
D) cobre.
E) chumbo.

A

Estamos diante de uma paciente com episódios de dor abdominal, fraqueza muscular e distúrbios neuropsiquiátricos. Embora o quadro clínico seja relativamente inespecífico, conseguimos pensar em algumas hipóteses diagnósticas após analisar as
alternativas.

(A) Podemos dosar as crioglobulinas em algumas condições autoimunes, como vasculites. Entretanto, a normalidade dos níveis de complemento e do hemograma, torna essas “hipóteses reumatológicas” menos prováveis.

(B) O ácido-5-hidroxiindolacético é o principal metabólito da serotonina. Condições que cursam com aumento desse hormônio, como os tumores carcinoides, provocam a sua elevação. Não parece ser o caso (TC normal, sem episódios de diarreia e rash facial)

(C) O ácido delta-aminolevulínico, mais conhecido como ALA, é uma das substâncias precursoras do heme. O metabolismo desta substância se encontra “comprometido” nas porfirias. Dessa forma, há acúmulo dessas moléculas, que podem ser detectadas no sangue e/ou na urina. O quadro clínico das porfirias pode variar dependendo do seu tipo, mas, de forma geral, a presença de dor abdominal e sintomas neuropsiquiátricos são típicos. A hiponatremia é um distúrbio eletrolítico que também pode estar associada.
Por isso, essa é a nossa principal hipótese diagnóstica (ainda longe de ser confirmada).

(D) O acúmulo de cobre no organismo provoca a doença de Wilson. De fato, essa condição cursa com sintomas neurológicos e psiquiátricos. Entretanto, outra manifestação clássica não foi citada: o acometimento hepático. Além disso, a história de episódios
de dor abdominal não é um fenômeno esperado.

(E) Já o acúmulo de chumbo causa o saturnismo. As dores abdominais fazem parte do quadro clínico, mas as manifestações psiquiátricas não são esperadas. Além disso, não há história ocupacional que nos faça considerar essa possibilidade.

Resposta: (C).

406
Q

Qual a conduta frente ao achado de GGT isoladamente elevada?

A

A GGT tem uma especificidade baixa para doença hepática e, por isso, não deve ser usada como um teste de rastreio para hepatopatia na ausência de outras alterações da bioquímica hepática. Níveis elevados podem ser encontrados em diferentes situações, como doença pancreática, infarto do
miocárdio, insuficiência renal, DPOC, diabetes, alcoolismo e uso de fármacos, como fenitoína e barbitúricos. Desta forma, uma elevação isolada de GGT não deve levar a qualquer avaliação exaustiva para doenças hepáticas

407
Q

Complete os tópicos a seguir
(1) Se o aumento das transaminases for > 10x o valor de referência (alguns falam > 300 U/L), a síndrome é, com certeza, …

(2) Se o aumento da fosfatase alcalina exceder 4x o valor de referência, a síndrome é com certeza …
(3) Níveis de transaminases superiores a 1.000 U/L, com TGP (ALT) > TGO (AST) são bastante sugestivos de hepatite viral aguda! Outras causas são: intoxicação por paracetamol e …
(4) Nas hepatites em geral, os níveis de TGP (ALT) costumam ser superiores aos de TGO (AST) – a inversão deste padrão clássico, em especial quando TGO > 2x TGP, sugere bastante a … como responsável pelo quadro. Nestes casos, a GGT costuma estar bem … (por um mecanismo diferente da colestase).

A

hepatocelular

colestática

isquemia hepática grave

hepatite alcoólica

elevada

408
Q

Cite causas de laboratório dúbio, revelando síndrome hepatocelular (transaminases > 300 U/L) e de colestase (FA > 4x valor de referência)

A

1- Hepatite viral aguda com padrão colestático (mais frequente na A)
2- Hepatite medicamentosa colestática
3- Hepatite viral em paciente com obtrução prévia a árvore biliar

409
Q

Período médio de incubação dos vírus A, B, C, D e E

A

> Hepatite A – 4 semanas (5-45 dias);
Hepatite E – 5-6 semanas (14-60 dias);
Hepatite C – 7 semanas (15-160 dias);
Hepatite B e D – 8-12 semanas (30 dias-6 meses).

410
Q

Cite uma causa de anti HBc IgM falso positivo

A

fator reumatoide positivo

411
Q

a GNDA relacionada à hepatite B é mais frequente em … Apesar de terem sido descritas lesões glomerulares do tipo membranoproliferativa ou mesmo nefropatia por IgA, a … é a forma histopatológica mais comumente encontrada;

A

crianças

glomerulonefrite membranosa

412
Q

Em quais situações está indicado o tto específico da hepatite B aguda?
Quais medicamento utilizar?

A

O tto está indicado nas formas graves

  • Hepatite fulminante
  • Coagulopatia
  • Icterícia por mais de 14 dias

Dever ser feito com antivirais orais: tenofovir, entecavir…

413
Q

qual a probabilidade de transmissão vertical do HBV?

A

> Mãe HBeAg (+): 90% de chance de transmissão para
o filho e maior risco de cronificação.

> Mãe HBeAg (-): 10-15% de chance de transmissão
para o filho

***Nos filhos de mães HBsAg positivas, deve ser feita vacina (0,5 ml) e imunoglobulina (0,5 ml) nas primeiras 12-24 horas após o nascimento – de preferência ainda na sala de parto. A aplicação de ambas é intramuscular e cada uma em um dos músculos vastos laterais. Nessas condições, a proteção conferida contra transmissão no momento do parto é superior
a 90%.

414
Q

Qual marcador autoimune pode estar positivo na hepatite D?

A

alguns casos de hepatite D são anti-LKM3 positivos!

415
Q

alguns casos de hepatite C são anti-… positivo. Este autoanticorpo é típico da hepatite autoimune tipo …

Por outro lado, alguns casos de hepatite autoimune são anti-HCV positivos. A grande diferenciação entre as duas doenças é o …

A

LKM1

II

HCV-RNA

416
Q

Qual o sintoma mais comum nas infecções crônicas por HCV ou HBV?

A

fadiga

417
Q

Escala METAVIR

GRAU de atividade necroinflamatória
A0: ausente.
A1: leve.
A2: moderada.
A3: acentuada.
ESTÁGIO de fibrose/cirrose
F0: ausente.
F1: fibrose portal.
F2: ...
F3: ...
F4: cirrose.
A

fibrose portal com septos

fibrose em ponte

418
Q

Qual a chance de um paciente com hepB crônica evoluir para cirrose em 20 anos de doença sem tto?

A

20-50%

419
Q

CIte as 5 fases esperadas na história natural da HepB crônica

A

1ª fase – imunotolerância
Existe replicação viral intensa (> 20.000 UI/ml), mas não há lesão hepática. Transaminases e biópsia normais. HBeAg (+)/anti-HBe (-). Esta fase dura poucas semanas nos adultos, mas pode durar décadas em crianças. Essa fase é geralmente mais longa nos indivíduos infectados por transmissão vertical. Em virtude da elevada viremia, os pacientes nessa fase podem transmitir a doença com maior facilidade

2ª fase – imunoclearance (imunoatividade ou imunorreativa)
A replicação viral continua, mas agora o sistema imune
“acorda” e inicia lesão dos hepatócitos. As transaminases aumentam e a biópsia é positiva para necroinflamação. Sem tratamento, cerca de metade evolui para cirrose ou hepatocarcinoma.

3ª fase – portador inativo
A reação imune consegue conter parcialmente o vírus,
evoluindo para a fase não replicativa: HBeAg (-)/anti-HBe (+). Em um primeiro momento, paradoxalmente, pode haver uma exacerbação imunoinflamatória que produz uma “agudização” do quadro com elevação ainda maior das transaminases. Em um segundo momento, as transaminases normalizam e a biópsia é negativa para necroinflamação. A doença se “acalma”… Então, esses pacientes são ditos “portadores crônicos inativos” do vírus B. Em raros casos, pode haver negativação do HBsAg.

4ª fase – reativação
Pode ocorrer por imunodepressão do hospedeiro
(quimioterapia, imunossupressores) ou mutações virais que escapam da vigilância imunológica.

5ª fase – fase HBsAg negativa (não reagente)
Mesmo após resposta imune com eliminação do HBsAg, há possibilidade de uma baixa replicação viral (índices indetectáveis ou muito baixos de HBV-DNA sérico).

420
Q

Qual a porcentagem de evolução par HCH em pacientes com HepB em 5 anos de doença?
Qual a porcentagem dos casos de HCH no paciente com HepB crônica ocorre antes do desenvolvimento de cirrose?

A

5-15% em cinco anos (grupo de maior
risco: cirrose, asiáticos, crianças).

30-50% dos hepatocarcinomas ocorrem sem cirrose prévia (particularidade importante do vírus B).

421
Q

Indicações de tto clássicos da HepB crônica

A

> Paciente com HBeAg reagente e ALT > 2x Limite Superior da Normalidade (LSN);
Adulto maior de 30 anos com HBeAg reagente;
Paciente com HBeAg não reagente, HBV-DNA > 2.000 UI/ml e ALT > 2x LSN.

422
Q

Descreva se os itens a seguir são indicações possíveis de tto da hepB crônica

1) História familiar de CHC;
2) Manifestações extra-hepáticas com acometimento motor incapacitante, artrite, vasculites, glomerulonefrite poliarterite nodosa;
3) Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV;
4) Hepatite aguda grave (coagulopatias ou icterícia por mais de 7 dias)
5) Reativação de hepatite B crônica;
6) Cirrose/insuficiência hepática;
7) Biópsia hepática METAVIR ≥ A1F1 ou elastografia hepática > 7,0 kPa;
8) Prevenção de reativação viral em pacientes que irão receber terapia Imunossupressora (IMSS) ou quimioterapia (QT).

A

1) V
2) V
3) V
4) F - hepatite por mais de 14 dias
5) V
6) V
7) F - Biópsia hepática METAVIR ≥ A2F2 ou elastografia hepática > 7,0 kPa;
8) V

423
Q

Quais as oções disponíveis hoje para o tto de HepB crônca?

A
  • Alfapeginterferona (citocina antiviral e imunomoduladora)
  • Tenofovir (antiviral análogo de nucleotídeo)
  • Entecavir (análogo de nucleosídeo).
  • Atualmente, o uso é maior do tenofovir e do entecavir, sendo o primeiro considerado a droga de primeira linha e o segundo mais utilizado nas contraindicações ao tenofovir e nos pacientes que também estejam em tratamento de imunossupressão e quimioterapia. A alfapeginterferona é enxergada hoje mais como um tratamento alternativo, que pode ser usado em paciente HBeAg reagente, que queiram um
    tratamento de curta duração e, de preferência, tenham uma infecção com genótipo A
424
Q

Quanto tempo dura o tto com tenofovir da HepB crônica? Qual a dose?

Cite contraindicações

A

300 mg/dia por tempo indeterminado, dependendo
da conversão sorológica

doença renal crônica;
osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo; terapia antirretroviral com didanosina (ddI);
cirrose hepática (contraindicação relativa);
intolerância ao medicamento.

O uso de tenofovir em pacientes portadores de cirrose hepática deve ser realizado com cautela e, quando possível, deve ser substituído por entecavir

425
Q

Quando indicar o entecavir no tto da hepB crônica?

A

Está indicado se houver contraindicação ao tenofovir ou presença de alteração renal em decorrência do seu uso. Além disso, deve ser o medicamento de primeira linha para pacientes em tratamento de imunossupressão e quimioterapia

426
Q

Como é feito o tto da hepB com o interferon?

Cite algumas contraindicações

A

> Alfapeguinterferona 2a: 180 mcg/semana, via SC;
Alfapeguinterferona 2b: 1,5 mcg/kg/semana, via SC.

Não há interações medicamentosas conhecidas. A duração do tratamento é de 48 semanas, não podendo estender ou repetir esse tratamento. Assim, a terapia que não apresentar soroconversão do anti-HBs ao final da 48ª semana deverá ser substituída por tenofovir (TDF) ou entecavir (ETV).

Contraindicações: gestação (efeitos teratogênicos), consumo atual de álcool e/ou drogas; cardiopatia grave; disfunção tireoidiana não controlada; distúrbios psiquiátricos não tratados; neoplasia recente; insuficiência hepática; antecedente de transplante (exceto hepático); distúrbios hematológicos (anemia, leucopenia, plaquetopenia < 30.000/mm³); doença autoimune; intolerância ao medicamento. Os pacientes devem fazer hemograma completo a cada 12 semanas; AST/ALT na 2ª semana de tratamento e a cada
quatro semanas de tratamento; glicemia de jejum, TSH e T4L a cada 12 semanas.

427
Q

Mulher, 57 anos, em tratamento para hepatite B crônica, mutante pré-core com Tenofovir há 12 meses, traz exames: Carga viral para o vírus B: não detectado; Anti-Hbs: Não reagente; HbsAg: reagente; Anti-HbeAg: reagente, e HbeAg: não reagente; TGO: 18; TGP: 27. Sobre esse caso, são propostas as seguintes medidas:
I. Manter a medicação (tenofovir).
II. Reavaliar em 6 meses com transaminases, Anti-Hbs, HbsAg, Anti-Hbe, HbeAg e Carga viral.
III. Encaminhar para vacinação da hepatite B, pois o anti-Hbs é negativo.
Quais estão CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.

A

A questão traz uma paciente em tratamento para hepatite B crônica mutante pré- core com droga de primeira linha e com uma resposta
aparentemente até satisfatória, uma vez que ALT está baixa e a carga viral, em níveis indetectáveis. Não há porque interromper o tratamento, principalmente porque o tenofovir é usado por tempo
indeterminado e também porque o desfecho ideal (perda sustentada do HBsAg) não foi alcançado (AFIRMATIVA I CORRETA). O anti-HBs permanece negativo porque não houve cura da hepatite e isso, de fato, raramente é alcançado, não havendo razão para vacinação, uma vez
que não há mais como prevenir a hepatite B – ela se encontra em curso e em tratamento (AFIRMATIVA III ERRADA). Quanto ao monitoramento do tratamento, ele deve ser feito anualmente (AFIRMATIVA II ERRADA). Resposta: opção A.

428
Q

Nos pacientes com risco alto para reativação do HBV, o tratamento profilático está indicado e deve ser iniciado antes da terapia imunossupressora ou, pelo menos, concomitantemente a esta. Nos casos de risco moderado, a terapia poderá ser iniciada imediatamente (profilaxia) ou postergada e iniciada apenas após o diagnóstico de reativação viral (preemptiva).
Pacientes que não iniciarem a terapia profilática deverão ter os níveis de HBV-DNA e ALT monitorados a cada … para detectar uma eventual reativação: considerada se houver:
- elevação da viremia (…) em relação à viremia basal;
- reaparecimento do HBV-DNA em pacientes com viremia inicialmente indetectável;
- a sororreversão HBsAg em pacientes antes HBsAg não reagentes.

Uma vez iniciadas as terapias antiviral profilática e preemptiva, elas deverão ser mantidas por … após o término do tratamento imunossupressor. Caso este seja por tempo indefinido (transplante renal e hepático, por exemplo), a terapia também deverá ser mantido indefinidamente

A

dois meses

≥ 2 log

6 a 12 meses

429
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP
Mulher de 55 anos com diagnóstico de artrite reumatoide, com indicação de tratamento com rituximabe, apresenta a seguinte sorologia para hepatite B: antiHBc total positivo, HBsAg negativo, antiHBs positivo, HBeAg negativo, antiHBe
negativo, enzimas hepáticas normais. A melhor conduta neste caso é:
a) Entecavir ou tenofovir, independente de carga viral.
b) Não introduzir antivirais.
c) Entecavir ou tenofovir apenas se a carga viral for positiva.
d) Entecavir ou tenofovir se aminotransferases se elevarem em
cinco vezes o normal.

A

O uso de rituximabe (anti-CD20) em um paciente com anti-HBc total positivo configura um alto risco de reativação do vírus B, sendo importante a instituição de terapia antiviral profilática, que seria, a princípio, idealmente com entecavir, mas o tenofovir é também uma opção. A carga viral será importante no acompanhamento do paciente para ajudar na detecção da ativação, mas não terá relevância na prescrição da profilaxia. Resposta certa:
letra A.

430
Q

Como tratar a coinfecção HBV-HDV?

A

a modalidade terapêutica selecionada pelo novo documento do MS constitui-se por administração simultânea de alfapeguinterferona 2a e um
análogo de nucleos(t)ídeo durante 48 semanas, renovada por outras 48 semanas mediante avaliação clínica e laboratorial. A presença de sinais e sintomas que demonstram atividade da doença hepática e/ou exames de função hepática com elevação dos índices de AST/ALT justificam imediata renovação do tratamento por mais 48 semanas, totalizando 96 semanas de terapia combinada. Ao final da 48ª ou da 96ª semana, os pacientes deverão continuar apenas com os medicamentos de administração oral, por tempo indefinido

431
Q

Qual a porcentagem de pacientes com Hep C crônica desenvolvem cirrose?
Qual o risco anual de desenvolvimento de CHC?

A

20%

1-5% (apenas aqueles com cirrose desenvolvem CHC)

432
Q

> Em pacientes anti-HCV (+) e HCV-RNA (-), mas com fatores de risco para infecção pelo vírus C, é recomendada a pesquisa de HCV-RNA no intervalo de … para confirmar a ausência de viremia;

> Em pacientes …, o HCV-RNA deve ser
solicitado independentemente do resultado do anti-HCV.

A

seis meses

imunossuprimidos

433
Q

Qual a utilidade dos escores APRI e FIB4 no contexto da HepC crônica?

Qual sua correlação com a escla metavir?

A

maior praticidade e disponibilidade da utilização dos métodos APRI e FIB4

APRI = 100 x (AST/LSN)/plaquetas (10^3/uL).

APRI ///// Metavir
< 0,5 Baixa probabilidade de fibrose hepática F2,
F3, ou F4.

0,5-1,49 Não é possível determinar o estágio de
fibrose hepática.

≥ 1,5 Alta probabilidade de fibrose hepática F3
ou F4.

FIB4= {idade (anos) X AST (U/L)} / contagem de plaquetas (109 /L) X {ALT (U/L)1/2}

FIB4 ///// Metavir
< 1,45 Baixa probabilidade de F2, F3 ou F4.

1,45-3,24 Não é possível determinar o estágio de
fibrose hepática.

≥ 3,25 Alta probabilidade de F3 ou F4

434
Q

O tratamento é conduzido de acordo com o genótipo do HCV
Quando não for possível caracterizar o genótipo, como nos casos que apresentam carga viral inferior ao limite de detecção (500 UI/ml), deve-se considerar o mesmo esquema terapêutico
proposto para o genótipo …

E, nas situações em que a subtipagem do genótipo 1 não for possível, devem-se adotar os esquemas de tratamento indicados para genótipo …

A

3

1a

435
Q

Os antivirais inibidores de … são contraindicados com Child B ou C pelo maior risco de toxicidade.

A

protease

436
Q

Esquemas disponíveis no SUS para tto de HepC em:

(1) Adulto sem tratamento prévio com DAA, com depuração de creatinina ≥ 30 mL/min: …
(2) Adulto sem tratamento prévio com DAA, com depuração de creatinina < 30 mL/min: …

A

(1) Adulto sem tratamento prévio com DAA, com depuração de creatinina ≥ 30 mL/min:
- Genótipo 1: ledipasvir/sofosbuvir
- Genótipos 2, 3, 4, 5 e 6: velpatasvir/sofosbuvir

(2) Adulto sem tratamento prévio com DAA, com depuração de creatinina < 30 mL/min:
- Todos os genótipos: glecaprevir/pibrentasvir (ou seja, para esses pacientes, não é necessária realização de exame de genotipagem)

437
Q

A cura da hepatite C após o uso de medicamentos, ou
mesmo após soroconversão espontânea, confere
imunidade, não sendo mais necessário dosar o anti HCV

V ou F

A

F

A cura da hepatite C após o uso de medicamentos, ou
mesmo após soroconversão espontânea, não confere
imunidade

438
Q

Para a ribavirina, os principais efeitos adversos são
…, …, prurido, congestão nasal e gota.

A ocorrência de neutropenia pode ser tratada com filgastrim objetivando manter neutrófilos …

O uso de alfaepoetina para manejo da anemia (que pode ocorrer pela ribavirina, por exemplo) é indicado em …

A

teratogenicidade

alteração hematológica

≥ 750 cel/mm³

sintomáticos ou com hemoglobina < 10 g/dl (ou queda > 3 g/dl).

439
Q

Para os antivirais de ação direta, as manifestações são
geralmente leves. Vale lembrar que é contraindicada a
utilização concomitante da … com sofosbuvir e daclatasvir

A

amiodarona

  • Essa associação pode causar bradicardia sintomática grave
440
Q

O tratamento da HepC deverá ser suspenso nas seguintes situações:

  • ocorrência de eventos adversos importantes;
  • ausência de adesão ao tratamento;
  • identificação de situação que
  • contraindique o tratamento, como a gestação;
  • elevação das aminotransferases em níveis … acima do limite superior da normalidade;
  • infecção bacteriana grave, independentemente da contagem de granulócitos;
  • ocorrência de sepse; descompensação hepática, como ascite e encefalopatia, ou significativo aumento de bilirrubina direta, em pacientes previamente compensados;
  • pacientes em uso de
  • alfapeguinterferona com plaquetas < …
A

dez vezes

25.000 mm³

441
Q

A combinação ledipasvir + sofosbuvir é restrita a quais genótipos?

A

1a e 1b

442
Q

O tratamento da HepC deve ser evitado durante a gestação, mas está liberado durante a amamentação

V ou F

A

F

O tratamento da HepC deve ser evitado durante a gestação e durante a amamentação

443
Q

Quais as enzimas que participam da metabolização do álcool?

A

(1) Desidrogenase alcoólica (ADH): responsável por todo o metabolismo do etanol em condições normais, de baixa concentração tecidual do álcool (< 50 mg/dl);
(2) CYP2E1: integrante do complexo do citocromo P450, a CYP2E1 tem sua atividade aumentada pelo alcoolismo crônico, sendo particularmente importante nos pacientes com maior concentração tecidual de etanol, agindo de forma complementar à ADH;
(3) Catalase: presente nos peroxissomas e mitocôndrias, possui papel menor no metabolismo do etanol.

Em seguida, o acetaldeído é oxidado a acetato pela enzima acetaldeído desidrogenase. O acetato é então liberado na circulação e metabolizado no tecido muscular.

444
Q

Explique a reação dissulfiram ou efeito antabuse

A

o acetaldeído é um metabólico tóxico e seu acúmulo leva a vasodilatação com hipotensão arterial, rubor facial, taquicardia, náusea e vômitos. Seu acúmulo decorre principalmente do uso de etanol concomitante à inibição da acetaldeído-desidrogenase por determinados fármacos: dissulfiram, metronidazol,
tinidazol, secnidazol, sulfonilureias (principalmente a
clorpropamida) e algumas cefalosporinas (cefamandol,
cefoperazona, cefotetan). Assim, é recomendável abstinência alcoólica durante o uso de tais substâncias.

445
Q

Doses diárias de álcool que se associam à hepatopatia alcoolica?

A

mulheres > 20 g/dia.

Homens 40-80 g/dia podem gerar esteatose

160 g/dia durante 10-20 anos causam hepatite ou cirrose

446
Q

Qual a quantidade em ml que representa 10-12g de álcool para cerveja, vinho e destilados de uma forma geral?

A

Cerveja 350ml

Vinho 150 ml

Destilados 50 ml

447
Q

… são achados característicos da

hepatopatia alcoólica

A

Entumescimento de parótida e contratura palmar de Dupuytren

448
Q

A cirrose alcoólica ainda pode cursar
com diminuição do ferro tecidual, devido à menor absorção intestinal deste íon em etilistas

V ou F

A

F

A cirrose alcoólica ainda pode cursar
com aumento do ferro tecidual, devido à maior absorção intestinal deste íon em etilistas. Por vezes, é necessário avaliação genética a fim de realizar diagnóstico diferencial com a hemocromatose hereditária

449
Q

O que é a sd de Zieve?

A

hemólise, icterícia colestática e hiperlipidemia transitória em usuários pesados ​​de álcool, geralmente após um episódio de ingestão de álcool agudamente aumentada (“binge drinking”). O mecanismo não é claro e normalmente se resolve com a abstinência ou, no caso de consumo excessivo de álcool, com o retorno à ingestão inicial de álcool

450
Q

Anemia Hemolítica com …: em até 5% dos
hepatopatas graves, o aumento do teor de colesterol da membrana sem aumento correspondente de lecitina leva a hemólise grave no baço, marcada pela presença de … (spur cells) ao esfregaço sanguíneo

A

Acantocitose

acantócitos

451
Q

Dado característico da DHA é a elevação
desproporcional da TGO (AST) em relação à TGP
(ALT), com a relação AST/ALT > 1-2. Tal fato deve-se à
… observada comumente em etilistas, que leva à diminuição do conteúdo hepatocitário de transaminases, principalmente da ALT

A

deficiência de piridoxina (vitamina B6)

452
Q

Quais dados laboratorias são necessário pra o cálculo do índice de Função Discriminate de Maddrey?

A

IFD = 4,6 x alargamento do TAP (s) + bilirrubina total

453
Q

Um paciente apresentou hepatite alcóolica grave (IFD > 32 e MELD > 20) tendo sido prescrito terapia com corticoide. Como determinar se esse paciente é classificado com respondedor ao corticoide?

A

Atualmente, a avaliação do tratamento é feito pelo escore de Lille no 7º dia (utiliza idade, albumina, bilirrubina, TAP, insuficiência renal): valor ≥ 0,45 indica um paciente não respondedor, possibilitando a interrupção da corticoterapia

454
Q

A pentoxifilina é uma opção terapêupica com benefício claro na hepatite alcoólica em pacientes que tem contraindicação ou falha terapêutica com o uso de corticoides

V ou F

A

F

A Pentoxifilina sempre foi considerada uma alternativa à corticoterapia, mas não é mais recomendada nas últimas diretrizes. Por ser um inibidor seletivo da fosfodiesterase, seu possível benefício (não comprovado) era associado à inibição da síntese do TNF

455
Q

Apesar do grande crescimento no números de casos de doença hepática gordurosa não alcoólica, a etiologia alcoólica segue como a patologia mais comum do fígado

V ou F

A

F

A DHGNA é atualmente a forma mais comum de doença hepática (prevalência = 20%).

  • A NASH ocorre em cerca de 25% dos pacientes com esteatose e 5% da população geral.
456
Q

Como fazer o diagnóstico definitivo de DHGNA?

A

(1) Exclusão de consumo significativo de álcool
Como a esteatose hepática pode ser causada pelo álcool, o consumo etílico deve ser avaliado… Define-se consumo de álcool significativo mais de 21 unidades/semana para homens (cerca de 140 g/semana) e mais de 14 unidades/semana para
mulheres (aproximadamente 70 g/semana).

(2) Exclusão de outras causas de esteatose hepática
Causas secundárias de esteatose podem ser divididas em:
> Macrovesicular: álcool, hepatite C (genótipo 3), doença de Wilson, lipodistrofia, desnutrição, nutrição parenteral, abetalipoproteinemia, drogas (metotrexate, amiodarona, glicocorticoides, tamoxifeno);
> Microvesicular: síndrome de Reye, drogas (antirretrovirais, valproato), esteatose hepática aguda da gravidez, síndrome HELLP, erros inatos do metabolismo (abetalipoproteinemia, galactosemia, homocistinúria, deficiência de lecitinacolesterol aciltransferase, doença de Wolman).

(3) Ausência de outras hepatopatias crônicas
(4) Demonstração de esteatose hepática por imagem ou biópsia

457
Q

No tto medicmentoso da DHGNA, a pioglitazona mostrou benefício tanto para diabéticos quanto para não diabéticos e aparentemente por mecanismo multifatorial, como redução de TNF-alfa e a ativação do PPAR-gama* (Peroxisome ProliferatorActivating Receptor gama). A metformina, por outro lado, não mostrou efeitos significativos e não está recomendada para tratamento da NASH em adultos.

V ou F

A

V

458
Q

A única droga que atingiu objetivos de melhorar a esteatohepatite não alcoólica, a inflamação lobular, o índice de esteatose sem aumentar o grau de fibrose e é considerada droga de primeira linha para tratamento dessas condições em pacientes não diabéticos é o(a):

a) Ômega-3.
b) Vitamina E.
c) Metformina.
d) N-acetilcisteína.

A

Acabamos de ver a organização terapêutica. Alguns estudos sugerem que a vitamina E pode melhorar a esteatose e a inflamação em pacientes com NASH comprovada com biópsia que não sejam diabéticos. Resposta: B.

459
Q

T.J.P. está sendo acompanhada na unidade básica de saúde por um médico de saúde da família. Apresenta síndrome metabólica, com tratamento para diabete com hipoglicemiante oral e estatina para dislipidemia já há 1 ano. A ecografia de abdome superior demonstra esteatose hepática grau 3. Tem NAFLD Score de 1.45. Qual a conclusão tirada a partir do resultado do NAFLD Score e que conduta deveremos tomar?

a) A paciente apresenta esteatose hepática e precisa melhorar o controle da dislipidemia.
b) A paciente apresenta diabete descompensado e precisa iniciar insulina para diminuir o índice.
c) A paciente apresenta baixo risco para fibrose hepática (F1 – F2) e deve-se prosseguir a conduta até agora empregada.
d) A paciente apresenta alto risco para fibrose significativa (F3 – F4) e necessita ser submetida à biópsia hepática.
e) A paciente deverá ser submetida a cirurgia bariátrica.

A

Com relação ao NAFLD Score, uma pontuação < –1,455 tem 90% de sensibilidade e 60% de especificidade para excluir fibrose avançada (F3-fibrose em ponte / F4-cirrose), enquanto um escore > 0,676 tem 67% de sensibilidade e 97% de especificidade para identificar esta condição. E são exatamente para os pacientes de maior risco para esteato-hepatite e/ou fibrose avançada que a biópsia é recomendada. Resposta: D.

460
Q
A técnica fora de fase na ressonância magnética hepática é
utilizada para o diagnóstico de:
a) Esteatose hepática.
b) Cirrose hepática.
c) Hemocromatose.
d) Hepatocarcinoma
A

Como a água e a gordura têm frequências de ressonância diferentes, a perda de intensidade de sinal do parênquima na imagem fora de fase, em comparação com a imagem em fase, indica uma mistura de águagordura no fígado e, com isso, é feito o diagnóstico de esteatose

461
Q

A mutação do gene ATP7B (cromossomo 13) resulto em qual doença?

A

Doença de Wilson

  • Esse gene codifica a enzima responsável pela secreção do cobre para a bile
462
Q

Alteração ocular associada à doença de Wilson

A

Anéis de Kayser-Fleischer

  • visto vem 95% dos pacientes com sintomas neurológicos e em 50% s/ sintomas neurológicos
463
Q

Quando pensar em doença de Wilson?

A

Hepatopatia inexplicada;
anemia hemolítica Coombs negativo;
síndrome parkinsoniana
distúrbios psiquiátricos em pacientes jovens

464
Q

Achados laboratoriais da doença de Wilson

A

> Ceruloplasmina diminuída (< 20 mg/dl).
Cobre hepático elevado (> 200-250 mcg/dl).
Fração livre do cobre aumentada.
Cobre total reduzido (por redução da ceruloplasmina).
Excreção urinária de cobre elevada.

465
Q

Os anéis de Kayser-Fleischer são patognomônicos da doença de Wilson

V ou F

A

F

Os anéis de Kayser-Fleischer não são absolutamente
específicos da DW, uma vez que já foram encontrados em pacientes com doenças colestáticas crônicas, inclusive crianças com colestase neonatal.

466
Q

Quais os sintomas neurológicos mais comuns da doença de wilson?

E quais os sintomas psiquiátricos mais comuns da doença de wilson?

A

distonia, incoordenação e tremor
Quadro pode se assemelhar à doença de Parkinson

Podem ocorrer síndromes indistinguíveis de
esquizofrenia, psicose maníaco-depressiva e neuroses
clássicas

467
Q

Quais alterações renais podem ser vistas na doença de Wilson?

A

glicosúria, aminoacidúria, acidose tubular renal tipo II, ou mesmo todas em conjunto (raramente), no espectro da síndrome de Fanconi.
Hematúria microscópica e nefrolitíase também estão descritas

468
Q

Qual o papel dos sais de zinco no tto da doença de Wilson?

A

A utilização isolada de sais de zinco seria
uma opção naqueles que não toleram o quelante, desde que se observe a cada quatro meses a função hepática. Esta modalidade, apesar de apresentar efeito mais tardio (4-6 meses), tem poucos efeitos gastrointestinais e age por dois efeitos principais:
(1) diminuir a absorção intestinal de cobre; e
(2) induzir a produção de uma proteína sequestradora de cobre – a metalotioneína.

Poderia ser uma alternativa também nas gestantes, já que as outras drogas apresentam potencial teratogênico.

469
Q

Opções terapêuticas do paciente com DW sintomática

A

Pacientes sintomáticos: trientina ou penicilamina. Para
alguns, o tratamento de escolha seria a trientina,
especialmente naqueles com acometimento neurológico, em que haveria menor probabilidade de exacerbar os sintomas (essa piora é reportada em 10-50% dos casos tratados com penicilamina).

A penicilamina, quando indicada, é administrada por via oral, na dose de 750-1.500 mg/dia, fracionada em 2-3 vezes (1 hora antes das refeições). Como esta droga pode ter um efeito antipiridoxínico, deve-se administrar também 25-50 mg/dia de vitamina B6 (piridoxina).

470
Q

Efeitos adversos associados à penicilamina

A

Efeitos adversos da penicilamina: a hipersensibilidade em geral aparece nos primeiros 14 dias e pode causar erupções cutâneas, neutropenia, trombocitopenia, linfadenopatia e proteinúria.

Em qualquer período do tratamento (mesmo após
anos de uso rotineiro!!!) podem ocorrer, além das citopenias, síndrome nefrótica, síndrome de Goodpasture, lúpus eritematoso, artralgias acentuadas e miastenia gravis

471
Q

A utilização da trientina ou da penicilamina requer
monitorização da …, através de …
(… no primeiro mês, … por três meses, mensalmente por quatro meses e depois a cada …).

A

supressão medular e proteinúria

hemograma, bioquímica e EAS seriados

semanalmente

quinzenalmente

semestre

472
Q

As principais mutações do gene HFE associada ao desenvolvimento de hemocromatose hereditária
são …

A

C282Y e H63D

473
Q

As principais mutações do gene HFE (que codifica uma proteína relacionada ao complexo maior de histocompatibilidae) associada ao desenvolvimento de hemocromatose hereditária são …

A

C282Y e H63D

474
Q

Qual parece ser a fisiopatologia por trás da hemocromatose hereditária?

A

acredita-se que esta mutação impeça o intestino de
reconhecer que o fígado já está repleto de ferro. Isso resulta em uma hiperabsorção intestinal de ferro, muito acima das necessidades orgânicas. Os pacientes com HH têm, assim, uma absorção aumentada de ferro a despeito da ingesta dietética com conteúdo normal do metal.

475
Q

Na HH, a … é regra! Estando presente em cerca de 95% dos pacientes sintomáticos e geralmente precede o desenvolvimento de sintomas ou alterações dos testes de função hepática

A

hepatomegalia

476
Q

No paciente com hemocromatose há uma maior predisposição a infecções, notadamente por …

A

Yersinia enterocolitica
Vibrio vulnificus
Listeria monocytogenes
Pasteurella pseudotuberculosis

477
Q

No paciente com hemocromatose há uma maior predisposição a infecções, notadamente por …

A
Yersinia enterocolitica (bacilo gram-)
Vibrio vulnificus (gram-)
Listeria monocytogenes (bacilo gram +)
Pasteurella (yersinia?) pseudotuberculosis
478
Q

Qual é o teste isolado mais sensível para a identificação fenotípica de homozigotos para HH, podendo já estar elevado mesmo quando a ferritina é
normal?

A

Índice de Saturação da Trasnferrina

IST = Ferro Sérico / TIBC (x 100)

O valor normal situa-se entre 20-45%, sendo geralmente maior que 60% nos homens e maior que 50% nas mulheres com HH clínica

479
Q

Como é feito o diagnóstico da HH?

Qual o papel da biópsia hepática?

A

a confirmação da HH geralmente se inicia a partir da medida do IST e dos níveis de ferritina. IST ≥ 45% e/ou ferritina elevada direcionam para realização de testes genéticos, à procura especialmente dos genótipos C282Y +/+ e C282Y/H63D

a biópsia hepática está classicamente indicada
em caso de ferritina sérica > 1.000 μg/L ou transaminases elevadas.
Atualmente, é possível refinar a indicação de biópsia
através de elastrografia (na elastografia transitória – referida frequentemente como FibroScan – valores > 13,9 associam-se à grande possibilidade de fibrose severa) ou ressonância nuclear magnética (quantificação de ferro feita em T2).
Alémdisso, a biópsia pode ser considerada nos casos suspeitos em que os testes genéticos se mostrem negativos.

480
Q

O … é outro importante exame na
avaliação dos estados de sobrecarga de ferro. É calculado dividindo-se o ferro hepático (em mmol/g) pela idade do paciente em anos e se baseia no fato de que, nos homozigotos para a mutação C282Y, a deposição de ferro no fígado vai aumentando proporcionalmente à idade do paciente, o que não
ocorre com os heterozigotos e nas doenças que se
acompanham de alguma sobrecarga secundária de ferro.
Na HH, o valor é maior que …
Nos pacientes com hepatopatia alcoólica é inferior a 1,5 e, nos indivíduos normais, entre 0,7 e 1,1.

Para os indivíduos com valores entre … há necessidade
de avaliação mais rigorosa

A

Índice Hepático de Ferro (IHF)

1,9

1,5 e 1,8

481
Q

O rastreamento familiar da HH está indicado entre parentes de primeiro grau, sendo que o teste genético geralmente não está indicado para crianças abaixo de dez anos. Indivíduos assintomáticos com testes genéticos positivos devem receber flebotomia no momento do diagnóstico para prevenir o desenvolvimento de manifestações clínicas.

V ou F

A

F

Indivíduos assintomáticos com testes genéticos positivos devem receber flebotomia quando os estoques de ferro se mostrem bem elevados.

482
Q

Qual a frequência das feblotomias na HH? Como monitorizar o tto?

A

Está indicada a retirada de 500 ml de sangue (o
que contém 200-250 mg de ferro) com frequência inicialmente semanal ou quinzenal de acordo com a tolerância de cada indivíduo

Através da dosagem da ferritina sérica e IST a cada três meses se monitora o tto.
No início, a ferritina pode oscilar muito, para em seguida cair progressivamente. Já o IST nem sempre é um bom parâmetro durante o programa de sangrias já que tende a se manter elevado até que os estoques se aproximem dos limites inferiores da normalidade.

Os níveis almejados de ferritina são 50-100 μg/L. Quando esses parâmetros são alcançados, o objetivo passa a ser o de evitar o reacúmulo, sendo suficiente, em geral, uma sangria de 500 ml a cada três a quatro meses por toda a vida

483
Q

O tratamento da HH reduz a hepatoesplenomegalia, a fibrose hepática, a dependência à insulina nos pacientes com diabetes, melhora a pigmentação anormal da pele, os distúrbios cardíacos determinados pela síndrome, o malestar geral, a astenia e as dores abdominais. Contudo, não melhora a cirrose, o hipogonadismo, a artropatia e não impede o surgimento de Carcinoma Hepatocelular (CHC).

V ou F

A

V

484
Q

A relação da intoxicação por paracetamol com
hepatite é dose-dependente e são necessários mais de 10-15 g para gerar sintomas em adultos. Cabe lembrar que a dose máxima recomendada é de …g/dia.

A metabolização hepática do fármaco gera uma substância extremamente tóxica, denominada …

Clinicamente, observamos uma evolução em duas fases. Há uma fase inicial e fugaz, caracterizada por náuseas, vômitos e diarreia, dor abdominal e choque. Após 24-48h há aumento de aminotransferases, que, como regra, é proeminente e maior do que nas hepatites virais, podendo alcançar níveis séricos de
até 30.000 UI/ml.

Na histologia hepática, encontramos lesão …

Os rins e o miocárdio podem também ser lesados.

O tratamento é feito com …

O nível plasmático de paracetamol também pode guiar a terapêutica.

A

4

NADPQI (N-acetil-p-benzo-quinona imina)

hepatocelular com necrose centrolobular

lavagem gástrica e carvão ativado (nas ingestões bem recentes), suporte e N-acetilcisteína

485
Q

É uma droga conhecida pelos seus potenciais tóxicos: fibrose pulmonar, disfunção tireoidiana, hepatite, lesão oftalmológica, fotossensibilidade, sintomas neuromusculares etc. O aumento de minotransferases é comum com o uso crônico (50%) e 1-3% dos usuários podem cursar com mau prognóstico, evoluindo inclusive para cirrose.
O padrão de lesão hepática é de esteatose macrovesicular e a droga idealmente deve ser suspensa

A

Amiodarona

486
Q

Os Anticoncepcionais Orais (ACO) causam lesão hepática com padrão …, caracteristicamente sem inflamação portal.

O principal efeito é atribuído ao …, mas … também participa, levando ao aparecimento de prurido e icterícia após semanas a meses da utilização.

Estão contraindicados em mulheres com história de icterícia recorrente da gravidez. Em geral, há resolução após dois a três meses da suspensão.

Os esteroides anabolizantes causam menos icterícia, mas podem levar tanto a neoplasias hepáticas
como a peliose hepática (cistos sanguíneos hepáticos).

A

colestático

estrogênio

a progesterona

487
Q

apesar de não ser uma droga de primeira linha no tto da hipertensão, é a mais classicamente associada à lesão hepatocelular, que simula perfeitamente uma hepatite viral aguda ou crônica, geralmente nas primeiras quatro semanas

A

metildopa

488
Q

O laboratório da hepatite autoimune é clássico da lesão …, acrescido de … com
predomínio de IgG, que é característica e reflete os altos níveis de autoanticorpos circulantes. Em contraste, os níveis de Ig… são baixos.

Fator reumatoide também é comum, bem como
níveis … das frações C3 e C4 do complemento.

Em caso de grande atividade de doença ou lesão avançada, podemos encontrar hipoalbuminemia.

A

hepatocelular

hipergamaglobulinemia policlonal (> 2,5 g/dl)

IgA

baixos

489
Q

A biópsia auxilia no diagnóstico da hepatite autoimune e pode indicar o grau de atividade inflamatória. Lembra muito a hepatite viral, sendo
sua característica diferencial a presença de infiltrado

A

mononuclear à custa de plasmócitos

490
Q

Hepatite Autoimune Tipo I (ou clássica): é a mais comum (75% dos casos), ocorrendo principalmente em …, está associado aos … e é caracterizado por importante …, apresentação aguda em 1/3 dos
casos e evolução precoce para cirrose (43% em três anos).

Principais autoanticorpos: FAN (padrão …) e/ou ….
Na verdade, sabe-se atualmente
que o … reflete a presença do anticorpo antiactina (não dosado rotineiramente nos laboratórios), um marcador mais específico, porém menos sensível para esta forma clínica
Outros anticorpos: p-ANCA e anti-asialoglicoproteína.

A

mulheres jovens

HLA-DR3 e DR4

hipergamaglobulinemia

homogêneo

Antimúsculo Liso (AML)

AML

491
Q

Hepatite Autoimune Tipo II: mais comum em …, … (90%) e na população do Mediterrâneo (Itália, Malta, Grécia, etc.), associado ao …, apresenta evolução ainda
mais precoce que a HAI tipo I para cirrose.

Principais autoanticorpos: é definida pela presença de … e/ou…

Sua evolução é mais grave que a do tipo I, e pode ser
subdividida em

  • Tipo IIA (verdadeira): crianças do sexo feminino / anti-LKM1 em altos títulos / hipergamaglobulinemia pronunciada/boa resposta aos …
  • Tipo IIB: homens mais velhos / associação à … crônica / antiLKM em baixos títulos / boa resposta ao …

Tipo III: para muitos autores, este tipo não existe e se trata de uma subcategoria do tipo I, de aspecto mais grave. Ela ocorreria mais em mulheres e estaria associado ao anticorpo …
Não possui FAN ou anti-LKM1 positivos.

A

crianças (2-15 anos)

mulheres

HLA-DRB1 e DQB1

antiLKM1* (Liver Kidney Microssome)

anticitosol hepático tipo 1

corticoides

hepatite C

interferon

anti-SLA

492
Q

A biópsia hepática é considerada um pré requisito para o diagnóstico de hepatite autoimune

V ou F

A

V

493
Q

Tto da hepatite autoimune

A

corticoide (prednisona* , prednisolona ou budesonida – esta última não usada em caso de cirrose) associado à azatioprina

Após 4-8 semanas, se houver remissão bioquímica, o
corticoide é reduzido ao longo de seis meses e a azatioprina é mantida. Se não tiver ocorrido melhora com este tratamento de primeira linha, as principais opções são micofenolato mofetil ou tacrolimus. Se ainda não houver resposta, anti-TNF e anti-CD20 são alternativas, mas com menor comprovação de eficácia.

Nos pacientes com apresentação aguda grave (icterícia, INR entre 1,5-2), é realizada uma tentativa isolada com prednisona (ou prednisolona) e, caso não haja melhora em 1-2 semanas, o paciente deve ser avaliado para transplante hepático, que também é a abordagem inicial para os casos com falência hepática aguda (encefalopatia, INR ≥ 2)

494
Q

Doença com forte associação com a colangite esclerosante primária

A

Retocolite ulcerativa (70% dos pacientes com CEP tem RCU)

495
Q

Apresentação clínica da CEP? Indivíduos mais acometidos?

A

Mais comum em homens (3:1) de 35-50 anos. Apresenta-se com prurido e fadiga, evoluindo com episódios de icterícia obstrutiva (colúria, hipocolia fecal).

496
Q

Qual o marcadro sorológico da CEP?

Qual o exame padrão ouro para o diagnóstico? Achado nesse exame

A

30-80% têm p-ANCA positivo.

Exame padrão ouro: Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), que irá demonstrar o famoso padrão de “contas de rosário” (estenoses + dilatações) da árvore biliar extrahepática e intra-hepátic

497
Q

Que neoplasias devem ser rastreadas em pacientes com CEP?

A

> Pesquisar Ca colorretal (associação com RCU). Fazer no momento do diagnóstico, se não houver relato prévio de doença intestinal, podendo ser repetida a cada cinco anos. Nos pacientes com CEP + RCU, colonoscopia anualmente depois do diagnóstico de CEP.

> Pesquisar Ca de vesícula (USG anual).

> A busca de rotina do colangiocarcinoma é controversa

498
Q

Cite complicações da CEP

A
  1. Cirrose biliar secundária, com necessidade de
    transplante hepático;
  2. colangiocarcinoma: a colangite esclerosante primária é um importante fator de risco para o
    câncer das vias biliares (risco em torno de 10%), geralmente da bifurcação dos hepáticos (tumor de Klatskin);
  3. síndrome disabsortiva pela colestase: má absorção de vitamina D (dor óssea, osteomalácia) e de vitamina K (TAP alargado);
  4. colelitíase e episódios repetidos de colangite;
  5. estenose de grandes ductos biliares;
  6. pancreatite;
  7. câncer de cólon, vesícula biliar e hepatocarcinoma.
499
Q

Prognóstico e tto da CEP

A

Sobrevida média de 10-12 anos.

Não existe nenhuma terapia medicamentosa que altere significativamente o curso da doença. Tratar problemas específicos:

  • colestiramina para o prurido;
  • vitaminas D e cálcio para dor óssea;
  • vitamina K para a coagulopatia

O uso de ácido ursodesoxicólico (UDSA) vem sendo desaconselhado no manejo da doença, bem como outros anti-inflamatórios, pela ausência de benefícios.

Tratamento definitivo (para doença avançada): transplante ortotópico de fígado.

500
Q

Em pacientes com RCU e CEP, a colectomia total não só cura a RCU com também resulte em interrupção da progressão da CEP

V ou F

A

F

uma vez instalada a colangite esclerosante, a
doença seguirá o seu curso, INDEPENDENTEMENTE da
retocolite. Mesmo se estabilizarmos ou até curarmos a
retocolite ulcerativa com uma colectomia total, a colangite continuará a progredir do mesmo jeito que progredia antes

501
Q

Uma doença muito semelhante à colangite esclerosante tem sido descrita: colangite associada à …

Os aspectos laboratoriais e colangiográficos são exatamente os mesmos, diferenciando-se pela ausência de relação com doença inflamatória intestinal. Ela deve ser suspeitada sempre que houver doença pancreática inexplicada (é característica a associação com pancreatite autoimune) e níveis elevados de … no fígado e
tecidos biliares. O tratamento se faz com glicocorticoides associados ou não à azatioprina.

A

imunoglobulina G4

IgG4 e de plasmócitos IgG4(+)

502
Q

Qual a doença que se caracteriza por:

Reação autoimune mediada por linfócitos T » inflamação crônica » ductopenia e fibrose » cirrose.

Observa-se reação inflamatória linfocítica ou granulomatosa dos espaços-porta, com lesão e destruição progressiva das pequenas vias biliares

A

Colangite biliar primária

503
Q

Qual o marcador presente em 95% dos casos de CBP?

A

Antimitocôndria

504
Q

Apresentação clínica da CBP? Indivíduos mais acometidos?

A

Mais comum em mulheres (9:1) de 30-60 anos (meia-idade).

O primeiro sintoma é sempre o prurido! É uma causa de prurido inexplicado. Pode vir associado à fadiga. Depois de vários anos, o paciente tem a famosa tríade: prurido + icterícia + hiperpigmentação cutânea (melanose).

505
Q

Diagnóstico em caso de biópsia confirmatória para CBP + antimitocôndria negativo

A

colangite autoimune (uma variante)

506
Q

Prognóstico e tto da CBP

A

Evolução variável – alguns pacientes com doença estável por muitos anos, outros com progressão mais rápida para cirrose.

Droga de escolha: Ursodiol (UDCA ou ácido
ursodesoxicólico) via oral 1x/dia, tomar indefinidamente.
Os dados mais atuais apontam para o fato de o UDCA retardar a progressão para doença hepática avançada, aumentar sobrevida e ser bem tolerado
Não há benefício na fadiga, prurido e osteoporose

Outra opção de tratamento é o ácido obeticólico (OCA), indicado para ser associado ao UDCA se não houver resposta após um ano de tratamento apenas com esta droga ou como monoterapia em caso de intolerância ao UDCA. O OCA é um agonista de receptor farsenoide X (FXR): a ativação desse
receptor reduz as concentrações de ácidos biliares nos
hepatócitos, o que minimiza a lesão nessas células.

Os problemas específicos da colestase são tratados tal como na colangite esclerosante primária (ex.: colestiramina para o prurido). Transplante hepático: ótimos resultados na fase de cirrose avançada.

507
Q

Diferencia a CBP da CEP

A

Ambas são doenças mediadas pela autoimunidade, entretanto a CEP (“colangite”) é uma doença de grandes ductos biliares.

Já a CBP caracteriza-se por um ataque mediado por linfócito T aos ductos intra-hepáticos. Com o tempo as estruturas ductais vão desaparecendo e levando à colestase. Esta é a responsável pelo desenvolvimento da cirrose

508
Q

Fazem parte do quadro clínico da CBP:
- Xantomas e xantelasmas
- Hiperpigmentação cutânea (as hipóteses aventadas
seriam de uma melanogênese excessiva ou defeito na
degeneração da melanina - mais aceita)
- osteoporose e osteomalácia. A primeira é a mais
comum e se associa à retenção de toxinas inibitórias do metabolismo ósseo. A segunda ocorre em pacientes acamados sem exposição ao sol. Há ainda na CBP diminuição da absorção de vitaminas lipossolúveis (A/D/E/K), que contribui para doença óssea.

V ou F

A

V

509
Q

É comum haver eosinofilia, aumento da fosfatase alcalina, hipercolesterolemia e aumento
dos níveis de IgM. na CBP

V ou F

A

V

510
Q

Caso estejamos com uma pessoa assintomática com anticorpo antimitocôndria positivo, porém com FA normal, a conduta é …

A

dosagem seriadas de FA

Este paciente é um provável candidato a desenvolver a doença no futuro e a dosagem seriada de FA permite diagnosticar a doença precocemente.

511
Q

Indicação de Tx hepático na CBP

A
  • prurido intratável
  • osteoporose refratária
  • falência hepática
512
Q

Descreva os critérios do Hospital King’s College de Londres para indicação de Tc hepático na insuficiência hepática aguda

A

Pacientes em uso de paracetamol:
- pH < 7,3 ou INR > 6,5 (tempo de protrombina > 100s) e creatinina > 3,4 mg/dl.

Pacientes que não estão em uso de paracetamol:
- INR > 6,5 (tempo de protrombina > 100s) ou três dos critérios abaixo:
> Idade < 10 ou > 40 anos;
> Etiologia desfavorável: hepatites (exceto vírus A e B),
halotano, reação idiossincrásica a drogas;
> Icterícia precedendo encefalopatia por mais de uma
semana;
> INR > 3,5 (tempo de protrombina > 50s);
> Bilirrubina > 18 mg/dl

513
Q

Distúrbio genético, familiar, autossômico, benigno, crônico e geralmente assintomático. Ocorre por uma deficiência parcial leve da glucoroniltransferase, o que significa que o processo de conjugação de bilirrubina é lento, mas ocorre. É como se no meio do caminho entre a bilirrubina indireta e a direta houvesse um grande engarrafamento. Por isso, tudo que está atrás do ponto de retenção fica acumulado.

A

Síndrome de Gilbert

514
Q

Clínica na sd de Gilbert

A

AS primeiras manifestações costumam ocorrer ao final da adolescência; ocorre icterícia discreta precipitada principalmente por jejum prolongado, exercício físico, febre, menstruação e uso de álcool e ácido nicotínico. O uso de corticoides se relaciona com diminuição plasmática da BI. Entretanto, a grande maioria é assintomática e o diagnóstico será feito após um exame de rotina que apresenta aumento de
bilirrubina indireta. Em geral os níveis de bilirrubinas totais não ultrapassam 3 mg/dl, mas podem chegar a 6 mg/dl

515
Q

Na sd de Gilbert tto não é necessário. Apenas por razões estéticas pode-se usar o …em baixas doses, que atua como indutor da glicuroniltransferase, aumentando a taxa de conjugação da bilirrubina, além de estimular a excreção de bilirrubina direta.

A

fenobarbital

516
Q

É um distúrbio hereditário do metabolismo da bilirrubina, autossômico recessivo, por deficiência da
glicoroniltransferase.
Existem dois tipos. O tipo I é um distúrbio grave associado à encefalopatia por kernicterus e a deficiência da enzima é completa. O tipo II consiste na deficiência parcial da enzima e não está associado a distúrbio neurológico.

A

Sd de Crigler-Najjar

*** A diferença com a doença de Gilbert é que, neste caso, o defeito encontra-se no próprio gene produtor da enzima que leva à produção defeituosa da mesma. Na doença de Gilbert o defeito genético concentra-se na região promotora e, por isso, produzem-se enzimas em pouca quantidade

517
Q

Manejo da Sd de Crigler-Najjar tipo I

A

Fototerapia e plasmaférese. Outras opções terapêuticas são reposição de cálcio + fósforo associados ou não ao orlistat. O transplante é a única opção curativa. O prognóstico é ruim.

518
Q

Como diferenciar a Sd de Gilbert e a Sd de Crigler-Najjar tipo II?

A

embora as duas estejam associadas a uma redução na atividade da enzima UDPglucoroniltransferase, na SCN a atividade está ainda menor, transformando apenas uma pequena parte da bilirrubina indireta, ocasionando mais icterícia que na síndrome de Gilbert.
Assim, o nível de bilirrubina está significativamente
maior que na SG. Cabe lembrar que a SG é também uma condição benigna, que não está relacionada a sintomas além da icterícia ocasional e prolongamento da icterícia neonatal.
Na SCN, situações como quadros infecciosos cursam com diminuição mais importante da atividade da enzima e maior risco de kernicterus.

Para resumir, as principais diferenças entre essas síndromes são: frequência; tipo de mutação e de herança (variável na SG e autossômica recessiva na SCNII); nível de bilirrubinas (até 5 na SG e 10-20 na SCNII) e risco de kernicterus (ausente na SG e
rara na SCNII).

519
Q

Na Síndrome de … há um defeito na fase de excreção da bilirrubina. A excreção ocorre após a conjugação e por isso o acúmulo será de bilirrubina direta
Os pacientes são assintomáticos. Fraqueza e dores
abdominais vagas são os únicos sintomas. Pode ocorrer colúria. Os níveis de BD ficam entre 2-5 mg/dl. Drogas como … podem desencadear o primeiro episódio ou agravar a hiperbilirrubinemia.

Observa-se aumento de bilirrubina com aproximadamente 50% do componente direto com provas de função hepáticas normais

A dosagem de … urinária é normal,
porém o componente principal é … tipo I (ao invés de tipo III como nas pessoas normais).

A biópsia apresenta uma característica importante: …. Mas cuidado: não é necessária para o diagnóstico.

Não é necessário tto.

A

Dubin-Johnson

anticoncepcionais orais

coproporfirina

coproporfirina

pigmentação escura em áreas centrolobulares

520
Q

A … é um distúrbio no armazenamento de bilirrubina direta que acaba retornando ao sangue antes de ser excretada.

O laboratório hepático é normal. A diferenciação com a
síndrome de Dubbin-Johnson é feita com a excreção
urinária de coproporfirina urinária. Nestes casos, a
dosagem de coproporfirina urinária está … com mais da metade de coproporfirina urinária sendo do tipo I

Não necessita tto.

A

Síndrome de Rotor

aumentada em 250-500%

521
Q

Paciente com cirrose Child-Pugh A foi encaminhado para investigação etiológica em centro terciário. Trazia os seguintes exames: HBsAg neg, Anti-HBc neg, Anti-HBs neg, Anti-HCV neg, Ferritina 800 μg/L (normal: 20-250 μg/L), ferro sérico normal, perfil de cobre sem alterações, saturação de transferrina 69% (normal: 20-50%), anticorpos anti- núcleo, anti-músculo liso e anti-LKM1 negativos. Eletroforese de proteínas séricas está disposta abaixo. Negava etilismo e tabagismo. Foi optado por se realizar biópsia hepática. Que achados você esperaria encontrar? Albumina: 4,0 g/dL (normal 4,01-4,78) Alfa-1 Globulina: 0,1 g/dL (0,2-0,41) Alfa-2 Globulina: 0,7
g/dL (0,58-0,92) Beta Globulina: 0,4 g/dL (0,3-0,5) Gama Globulina: 1,3 g/dL (0,75-1,32).

A) Infiltrado linfocitário periportal com necrose em saca-bocado e hepatócitos em vidro fosco
B) Infiltrado linfocitário periportal com ductopenia, reação ductular e granuloma não caseoso
C) Glóbulos hialinos intracitoplasmáticos positivos ao ácido periódico de Schiff e diastase resistentes
D) Glicogênio nucleolar, esteatose hepática com siderose e reatividade à coloração com rodanina.

A

Paciente com quadro de cirrose Child A, sorologias virais para vírus B e C negativas, cujos exames laboratoriais demonstram discreta hiperferritinemia, saturação de ferro aumentada e uma eletroforese de proteínas séricas com diminuição de alfa-1. Este paciente provavelmente apresenta deficiência de alfa-1 antitripsina. Os achados esperados na biópsia de um paciente com deficiência de alfa 1 antitripsina são glóbulos hialinos
intracitoplasmáticos positivo com periódico de Schiff.

522
Q

O que são as chamadas unhas de Terry?

A

Unhas intensamente brancas, muitas vezes com o leito ungueal apresentando uma zona fina de coloração castanha a cor-de-rosa na borda distal da unha. São um sinal de insuficiência hepática ou renal crônica.

523
Q

Já podemos dizer que há aumento da pressão no sistema porta quando o gradiente de pressão venosa hepática for superior a …

Ou então, o que quase ninguém faz, pela
medida direta na pressão porta durante a cirurgia acima de … ou, ainda, uma pressão esplênica acima de …

A partir daí, teremos elevações subsequentes acompanhadas da formação e rupturas das varizes.

A

5 mmHg

20 mmHg

15 mmHg

524
Q

Cite causas de HP intra-hepática pré-sinusoidal

A
  • Esquistossomose
  • Fibrose hepática congênita
  • Sarcoidose
  • Colangite biliar primária
  • Doença de Wilson
  • CHC
  • Hiperplasia nodular regenerativa
525
Q

Cite causas de trombose de veia porta

A
  • CIRROSE
  • Estados de hipercoagulabilidades:
    > Doenças mieloproliferativas: policitemia vera, trombocitemia essencial, hemoglobinúria paroxística noturna
    > Trombofilias: deficiência de proteína C, S ou antitrombina III, deficiência do fator V de Leiden, mutação no gene da protrombina
    > gravidez, ACO
  • DII
  • Pancreatite
  • Infecção
  • Esplenectomia, Tx hepático, TIPS
  • Trauma abdominal
526
Q

Varizes gástricas isoladas + função hepática normal, pensar em…

Principal causa dessa condição e manejo

A

Trombose de veia esplênica

As doenças do pâncreas representam a principal
causa dessa condição, sendo a pancreatite crônica a mais comum

Como as varizes são de difícil tratamento endoscópico
e, por se tratar de um distúrbio segmentar, a esplenectomia é o melhor tratamento.

  • A presença desse tipo de varizes ocorre pelo fato das veias gástricas curtas, responsáveis pela drenagem do fundo gástrico, serem tributárias da veia esplênica.
527
Q

Por que a HP pré sinusoidal e pré hepática não costuma cursar com ascite?

A

a ascite depende do extravasamento de líquido (linfa) dos sinusoides hepáticos para a cavidade peritoneal.
Portanto, as obstruções pré-sinusoidais não costumam apresentar ascite. Excepcionalmente, ela pode ocorrer nos casos mais graves que desenvolvem
hipoalbuminemia ou cirrose. Nestes casos, o líquido ascítico terá origem nos sinusoides mesentéricos

528
Q

A síndrome de …constitui o tipo idiopático de fibrose hepática não cirrótica e pode ter três variantes: fibrose e fleboesclerose intra-hepática, esclerose portoesplênica e trombose portoesplênica (podendo ser encarada também como uma condição pré-hepática).
Predomina em pessoas jovens e tem as mesmas características clínicas e patológicas da esquistossomose hepatoesplênica.

A causa não é bem definida na maioria dos casos, embora possa estar relacionada à intoxicação por …, exposição ao cloreto de vinila (composição do termoplástico PVC) e…

A

Banti

arsênio

hipervitaminose A

529
Q

Hiperplasia nodular regenerativa: descrita em condições cujo fluxo sanguíneo para o parênquima hepático esteja diminuído de maneira não uniforme. As principais causas são …

Como consequência do hipofluxo, ocorreria uma
transformação nodular sem tecido fibroso. Embora os
sinusoides também possam ser acometidos, os espaços-porta são os mais afetados, gerando uma HP pré-sinusoidal.

A

as doenças do colágeno (artrite reumatoide – síndrome de Felty), aterosclerose, vasculites, ICC, diabetes e idade
avançada

530
Q

lesão histológica rara do fígado caracterizada
pelo surgimento de cistos cheios de sangue de diversos tamanhos, que ocupam espaço nos lóbulos hepáticos. Sua origem pode ocorrer pela lesão e dilatação dos sinusoides. A HP não costuma chamar a atenção nesses pacientes. As principais causas incluem a toxicidade pela azatioprina em transplantados, aids, tuberculose, doença de Hodgkin e esteroides anabolizantes.

A

Peliosis hepatis

531
Q

Doença hepática veno-oclusiva: distúrbio mais comumente observado na …, sendo uma
complicação comum no transplante alogênico de medula óssea.

Outras causas incluem … e uso de … que contém ….

Esta condição acomete pequenas veias hepáticas, sendo caracterizada pela deposição de matriz rica em fibronectina em torno das veias centrolobulares (portanto pós-sinusoidal). Manifesta-se de
forma aguda com icterícia, hepatomegalia congestiva e
dolorosa, ascite e varizes esofagogástricas. A elevação de transaminases e bilirrubina é um achado frequente.

A

doença enxerto vs. hospedeiro

irradiação hepática

chá jamaicano (bush tea disease)

alcaloides de determinadas plantas (crotalaria)

532
Q

A ligação do ramo esquerdo da veia porta com as
periumbilicais (sistema cava), levam à formação da circulação colateral abdominal…

A
recanalização da veia umbilical (antes colabada e conhecida como …) pode vir acompanhada de frêmito e sopro, compondo a síndrome de …

A

“tipo porto-cava” ou cabeça de medusa

ligamento falciforme

Cruveilhier-Baumgarten

533
Q

A parede abdominal pode apresentar três padrões de
circulação colateral venosa, causados pela obstrução das veiascava superior, cava inferior e porta.
Como determinar no exame físico o tipo de circulação colateral?

A

comprimir a veia ingurgitada com os indicadores, afastá-los deslizando sobre a veia comprimida e soltá-los, um a um. Fluxo para cima (tipo cava inferior), para baixo (tipo cava superior), para cima e para baixo (tipo porta).

534
Q

Colaterais no … podem ser formadas, principalmente nas mulheres, pela comunicação com vasos ovarianos e veias ilíacas

A

retroperitônio (veias de Retzius)

535
Q

> Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA) ≥ … =
transudato = hipertensão porta

> Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA) < … =
exsudato = doença peritoneal.

A

1,1

1,1

536
Q

Causas de ascite com GASA alto (≥ 1,1 g/dl)

A

1) Hipertensão porta

1a) Hepatopatia
- Cirrose.
- Hepatite alcoólica.
- Insuficiência hepática fulminante.
- Metástases hepáticas.
- Esteatose de gravidez.

1b) Congestão
- Cardiogênica
- Síndrome de Budd-Chiari.

1c) Mixedema
1d) Síndrome de Meigs

537
Q

Causas de ascite com GASA baixo (<1,1 g/dl)

A

1) Malignidades
- Carcinomatose peritoneal.
- Mesotelioma primário.
- Pseudomixoma peritoneal.
- Carcinoma hepatocelular.

2) Infecções
- Peritonite tuberculosa.
- Peritonite fúngica.
- Peritonite associada ao HIV.

3) Hipoalbuminemia
- Síndrome nefrótica.
- Enteropatia perdedora de proteína.
- Desnutrição grave.

4) Condições incomuns
- Lesão ductal: biliar, quilosa e pancreática.
- Colagenoses e vasculites.
- Ascite urinária.

538
Q

é causa mais importante de ascite infecciosa. Deve ser suspeitada nos pacientes jovens não
cirróticos. Por ser uma das formas pós-primárias, em metade dos casos não se encontram outras evidências de tuberculose, exceto por febre moderada. No líquido ascítico, os leucócitos
giram em torno de 500 a 2.000 cel/mm³, com predomínio de mononucleares

A

Tuberculose peritoneal

539
Q

Em relação à ascite na tuberculose peritoneal, não costuma ser um bom local para a pesquisa do
bacilo de Koch (5% de positividade), sendo a cultura e a pesquisa da Adenosina Deaminase (ADA) mais sensíveis. O teste de maior sensibilidade (quase 100%) é a …

A

laparoscopia, que permite visualizar granulomas e aderências peritoneais típicas da tuberculose, além de permitir a biópsia por visualização direta

540
Q

A ascite pancreática (complicação rara da pancreatite) resulta do extravasamento de um pseudocisto ou de uma fístula do ducto pancreático para o peritônio. O líquido se acumula ao longo de semanas a meses e pode ser maciço. Como as enzimas estão inativas, não ocorre inflamação do peritônio e a ascite costuma ser indolor. O líquido ascítico pode ser hemorrágico, com proteína elevada (> 3 g/dl), mas a grande chave para o diagnóstico é … associada a valores normais (ou quase normais) da …
As … têm pouco valor diagnóstico.

O tratamento consiste na utilização de …, e, nos refratários, colocação de stent pancreático e drenagem cirúrgica

A

a amilase > 1.000 UI/L

amilase sérica

lipases

NPT e octreotide

541
Q

A ascite biliar (coleperitônio) resulta da lesão na vesícula ou vias biliares provocada por um cálculo ou procedimento (cirurgia, trauma, biópsia hepática, colangiografia transhepática percutânea-CTP). O acúmulo da bile pode ser rápido e cursar com peritonite química ou insidioso (“ascite biliosa”). O
líquido ascítico é de coloração esverdeada e a dosagem de bilirrubina é diagnóstica (…) com a razão bilirrubina ascítica/sérica …

A absorção da bile da cavidade pode ser o
suficiente para determinar icterícia. Além disso, é muito
comum o desenvolvimento de peritonite bacteriana
secundária. A … podem ser utilizadas para localizar a lesão quando se planeja uma cirurgia reparadora.

A

> 6 mg/dl

> 1

CPRE e a CTP

542
Q

A ascite quilosa é de aspecto leitoso, possui triglicerídeos elevados (> 1000 mg/dl) e está caracteristicamente associada à…

Causas menos comuns incluem: trauma pós-operatório, cirrose, tuberculose, irradiação, filariose e pancreatite.

O quiloperitônio em pacientes HIV positivos deve levantar a suspeita de …

O tratamento consiste na correção da doença de base, …

Como não há hipertensão porta associada, diuréticos são pouco eficazes.

A

obstrução linfática pelo linfoma

sarcoma de Kaposi ou infecção por Mycobacterium avium-intracellulare

utilização de triglicerídeos de cadeia média e repouso intestinal com NPT

543
Q

A ascite da síndrome nefrótica tem uma peculiaridade: apesar do mecanismo de formação ser um “desequilíbrio pressórico” por baixa pressão oncótica e retenção hidrossalina, a hipoalbuminemia reduz os valores do GASA para abaixo de 1,1; classificando-a erroneamente como uma ascite “exsudativa”

V ou F

A

V

544
Q

ainda é um tipo de ascite pouco compreendida que se desenvolve nos pacientes em diálise. Envolve provavelmente um mecanismo multifatorial, incluindo
desnutrição, hipoalbuminemia, congestão volêmica ou mesmo hepatopatias subjacentes (principalmente hepatopatia alcoólica e por vírus C). A presença de ascite denota pior prognóstico e, na coexistência de doença hepática e renal, o transplante de fígado e rim pode ser recomendado

A

Ascite nefrogênica

545
Q

Como fazer o diagnóstico da ascite urinária?

A

dosagem de ureia e creatinina no líquido ascítico

546
Q

A ascite mixedematosa é uma rara complicação do
hipotireoidismo e uma possível explicação seria a lentidão na drenagem linfática, associada ao aumento da permeabilidade capilar. No líquido ascítico temos paradoxalmente, …

A reposição hormonal corrige o distúrbio em semanas

A

proteína elevada com GASA ≥ 1,1

547
Q

Nos casos de hiperglobulinemia (maior que 5 g/dl) pode haver alteração do GASA e devemos utilizar um fator de correção: GASA corrigido =

A

GASA x 0,16 x (globulina em g/dl + 2,5).

548
Q

antes da descrição do GASA, as ascites eram
diferenciadas em transudato ou exsudato com base no valor da proteína do líquido ascítico. Valores menores que … representariam um transudato e os maiores, um exsudato. Embora esse critério tenha se mostrado inferior ao GASA na avaliação diagnóstica, ele ainda pode ser utilizado como instrumento adicional.

PROTEÍNA > … = EXSUDATO* / PROTEÍNA < … =
TRANSUDATO

*Segundo o Cecil, a ascite …seria uma exceção e entraria no grupo com proteína elevada

A

2,5 g/dl
2,5 g/dl
2,5 g/dl

cardiogênica

549
Q

Mulher, 36 anos, há uma semana queixa-se de dor no
hipocôndrio direito e aumento do volume abdominal. Ao exame, apresenta ascite e hepatomegalia dolorosa. Exames laboratoriais apresentam os seguintes resultados: (a) no sangue: proteína total = 6,5g/dL, albumina = 3,6g/dL, LDH = 240U/L, glicose = 86mg/dL; (b) no líquido ascítico: proteína total = 2,8g/dL, albumina = 2,1g/dL, LDH = 230U/L, glicose =
80mg/dL. O diagnóstico mais provável para o caso é de:
a) Síndrome nefrótica.
b) Síndrome de Budd-Chiari.
c) Carcinomatose peritoneal.
d) Cirrose hepática.
e) Peritonite tuberculosa.

A

Com o GASA de 1,5 (> 1,1), podemos considerar causas de ascite relacionadas com a hipertensão portal, o que exclui as alternativas A, C e E. Por conta do quadro agudo com dor em hipocôndrio direito, aliado à ausência de estigmas clínico ou laboratoriais de cirrose hepática, devemos considerar que haja obstrução da drenagem venosa do fígado, o que comumente ocorre por trombose venosa, caracterizando a síndrome de Budd-Chiari. Resposta: B.

550
Q

Manejo da ascite

A

Restrição de sódio: cerca de 2 g/dia ou 88 mEq/dia

Diuréticos: indicados quando a restrição de sódio não for suficiente.

Esquema clássico: dose única matinal de espironolactona 100 mg/dia e furosemida 40 mg/dia. A progressão na dose dos diuréticos deve ser feita a cada 3-5 dias, mantendo-se a proporção de 100:40.
A dose máxima é normalmente de 400 mg/dia de espirolactona (600 mg/dia pelo Harrison) e 160 mg/dia de furosemida, atentando sempre para a manutenção
dos níveis séricos de potássio

551
Q

Qual o parâmetro para ajuste dos diurétics no tto da ascite?

A

O objetivo básico é a perda diária de peso entre 0,5 a 1 kg/dia. O paciente internado na enfermaria deve ser pesado antes do café da manhã

> Ascite isolada = perda de 0,5 kg/dia.

> Ascite + edema de membros inferiores = embora não haja um limite preciso, recomenda-se perda de 1 kg/dia (ex.: se o paciente perdeu 0,3 kg devemos aumentar os diuréticos). Nestes casos, o líquido é mobilizado mais prontamente do tecido celular subcutâneo, evitando a espoliação intravascular e a mais temida das complicações hipovolêmicas no cirrótico: a síndrome hepatorrenal.

552
Q

O surgimento de encefalopatia ou retenção azotêmica durante o tto da ascite indica …

A

suspensão imediata da terapia diurética, já que pode se tratar de um evento deflagrador

553
Q

Quando fazer restrição hídrica no tto da ascite?

A

A restrição hídrica está indicada nos casos de hiponatremia grave (Na sérico < 120-125 mEq/L) ou sintomática

554
Q

A medida da … é um bom parâmetro para averiguar se a perda de peso é ou não satisfatória. O objetivo do tratamento é manter a excreção acima de 78 mmol/dia (isto porque uma ingesta diária de 88 mmol leva a uma excreção não urinária de 10 mmol, restando a eliminação dos outros 78 mmol pela urina).
Para
substituir a coleta da urina de 24h, o spot da urina (amostra única pela manhã) com relação … é uma alternativa.

A

excreção de sódio

sódio/potássio > 1

555
Q

Ascite resistente a diuréticos: representa menos de 10% dos pacientes. É definida quando o paciente apresenta um destes critérios:

A

(1) incapacidade de resolução da ascite apesar de
restrição dietética apropriada (confirmada por urina de 24h) e utilização de dose máxima tolerável de diuréticos;

(2) recorrência precoce após paracentese!

É também considerada incapacidade de resolução quando se desenvolvem contraindicações ao uso de diuréticos (azotemia/distúrbio eletrolítico progressivos, encefalopatia);

556
Q

Diante de casos de ascite refratária podemos indicar:

A

> Paracenteses terapêuticas seriadas;
TIPS (derivação porto-cava intra-hepática transjugular);
Transplante hepático;
Shunt peritônio-venoso: Le Veen, Denver (em último caso, por uma comunicação artificial da cavidade peritoneal com a veia cava superior, naqueles não candidatos ao TIPS ou transplante);
Terapias experimentais (infusão regular de albumina,
clonidina).

557
Q

Uma droga com efeito deletério em potencial em cirróticos com ascite refratária é o …
Um estudo observacional prospectivo mostrou que pacientes com ascite refratária que recebiam
… tinham menor sobrevida que os demais.
Ninguém sabe ainda direito o porquê deste achado. Algumas possíveis explicações seriam uma maior relação com hepatocarcinoma e redução da perfusão renal

A

propranolol

betabloqueadores não seletivos

558
Q

Homem de 60 anos, com diagnóstico de cirrose pelo vírus da hepatite C, recebeu alta da enfermaria de gastroenterologia. Fora internado com descompensação por ascite e episódio de
encefalopatia hepática. A recomendação diária de ingestão de sódio e proteínas é:
a) 80 mEq de sódio e normoproteica.
b) 40 mEq de sódio e hipoproteica.
c) 40 mEq de sódio, normoproteica e com lanche noturno.
d) 80 mEq de sódio, hipoproteica, com proteínas de origem vegetal.

A

A abordagem terapêutica de qualquer paciente com ascite consiste, inicialmente, na restrição de sódio e utilização de diuréticos orais (espironolactona e furosemida). A restrição de sódio deve ser de cerca
de 2 g/dia ou 88 mEq/dia. Não existe evidência clínica comprovando benefício da restrição proteica nos pacientes com encefalopatia hepática; pelo contrário, esta medida pode piorar a desnutrição desses
pacientes. Resposta: A.

559
Q

Caracteristicamente, a PBE é monobacteriana, sendo que, na maioria dos casos (70%), é causada por …, com destaque para a …, seguida da …, que chegam ao peritônio a partir de disseminação linfo-hematogênica após translocação bacteriana intestinal.

Em seguida, temos o …, proveniente de um foco à
distância.

A

Gram-negativos entéricos

Escherichia coli

Klebsiella pneumoniae

Streptococcus pneumoniae (pneumococo)

560
Q

O que é a Bacterascite não neutrofílica? Qual seu significado clínico e como manejar?

A

definida pela cultura positiva monobacteriana com PMN < 250/mm³. Na prática, você faz uma
paracentese que não apresenta critérios para PBE (PMN < 250/mm³), mas logo depois chega uma cultura positiva.

Significado: a bacterascite seria uma fase muito precoce na patogênese da PBE e, em 60% dos casos, resolve espontaneamente, sem evoluir para a peritonite espontânea

Conduta: como muitos pacientes com bacterascite resolvem espontaneamente, o tratamento pode ser individualizado e o seu grande valor é para aqueles que sejam sintomáticos. Nos casos assintomáticos, oderíamos repuncionar e tratar apenas se a PBE é confirmada em nova paracentese

561
Q

O que é a Ascite neutrofílica? Qual seu significado clínico e como manejar?

A

É o inverso da condição anterior, em que a
cultura é negativa, mas os PMN estão acima de 250/mm³. Na prática, você faz uma paracentese que apresenta critérios para PBE (PMN > 250/mm³), mas, logo depois, chega uma cultura negativa.

Significado: quanto mais sensível é o método utilizado para cultura dos germes, menor é a ocorrência deste achado. Como outras condições podem levar a mesma situação, devem ser considerados hemorragia, carcinomatose peritoneal, tuberculose, pancreatite e uso prévio de antibiótico.

Conduta: como nesse caso os pacientes costumam ter achados clínicos e mortalidade semelhantes aos da PBE, eles devem sempre receber antibioticoterapia.

562
Q

Como diferenciar PBE de PBS?

A

Na PBS, os pacientes podem apresentar exame abdominal mais alterado, leucocitose acentuada (> 10.000/mm³) com desvio para esquerda e cultura polimicrobiana. O diagnóstico diferencial é feito pela dosagem de proteína total, glicose e LDH do líquido
ascítico.

Dois ou mais dos seguintes critérios indicam peritonite
secundária e, portanto, provável laparotomia:

> Proteína total > 1,0 g/dl;
Glicose < 50 mg/dl;
LDH elevada.

No líquido ascítico, CEA > 5 ng/ml e fosfatase alcalina > 240 U/L também se mostraram acuradas para detectar perfuração intestinal.

Os casos suspeitos de peritonite secundária devem ser
submetidos a exames de imagem, como as radiografias (rotina de abdome agudo) e o exame intestinal contrastado. Pneumoperitônio ou extravasamento do contraste selam o diagnóstico, indicando pronta laparotomia

563
Q

ATB de escolha na PBE? Qual a duração do TTO?

A

A terapia de escolha é uma cefalosporina de terceira geração venosa: cefotaxime 2 g IV 8/8h.
O ceftriaxone é uma alternativa, porém relacionada ao
desenvolvimento de resistência. Além disso, depende da ligação proteica para entrar no líquido ascítico, o que estaria comprometido nesses pacientes.

A duração do esquema é de cinco dias.

A associação amoxicilina-clavulanato (Clavulin®)
mostrou-se eficaz em um ensaio clínico realizado e para pacientes com PBE adquirida na comunidade, sem
encefalopatia e com função renal normal. A ofloxacina (400 mg VO 12/12h) também é uma alternativa válida para aqueles sem1 vômitos, choque, encefalopatia ou disfunção renal importante

564
Q

Quando fazer uma paracentese de controle na PBE? O que se espera como resultado?

A

Não há necessidade de realização rotineira de paracentese de controle após 48 horas conforme se preconizava, estando reservada para aqueles que não melhoram ou pioram com o tratamento.
Nesse caso, espera-se uma queda de mais de 25%
de PMN do primeiro exame. A falta de resposta deve motivar prontamente a pesquisa de peritonite secundária

565
Q

A profilaxia primária aguda da PBE é indicada em pacientes cirróticos após … pelo risco elevado
de PBE nestes casos. Ela é feita pela administração, durante … dias, de antibióticos, tendo como opções principais: …

A

hemorragia gastrointestinal

7

ceftriaxone, sulfametoxazol-trimetoprim ou norfloxacino. Uma boa proposta seria iniciar com ceftriaxone 1 g IV diariamente, sendo substituída por norfloxacino 400 mg 12/12h quando o sangramento estiver controlado e o paciente tolerar a via oral.
Contudo, sempre deve ser pesado o perfil de resistência à quinolona na unidade, bem como o uso prévio desta medicação como profilaxia

566
Q

A profilaxia primária crônica da PBE é utilizada em pacientes cirróticos com níveis de proteína total no líquido ascítico ≤ … e, pelo menos, um dos seguintes achados: …

Ela é feita com …

Em pacientes com cirrose, hospitalizados por outras condições, e que tenham apenas uma proteína total no líquido ascítico ≤ 1,0 g/dl pode-se utilizar …

A

1,5 g/dl

(a) creatinina ≥ 1,2 mg/dl ou BUN ≥ 25 mg/dl (ureia > 53,5 mg/dl) ou sódio ≤ 130 mg/dl; ou
(b) Child-Pugh ≥ 9 pontos e bilirrubina total ≥ 3 mg/dl

norfloxacino 400 mg/dia ou sulfametoxazol/trimetoprim 800/160 mg/dia por tempo indeterminado (ou, como alguns autores colocam, até o desaparecimento da ascite ou a realização do transplante hepático). Ciprofloxacino 500 mg/dia é uma opção quando o
norfloxacino não estiver disponível.

norfloxacino ou sulfametoxazol-trimetoprim nas mesmas doses, até a alta do paciente

567
Q

A profilaxia secundária da PBE está indicada para todos os pacientes que …

A

desenvolveram PBE, também por tempo indeterminado, com as mesmas doses descritas acima para norfloxacino ou sulfametoxazol-trimetoprim.

*Aliás, uma vez que a sobrevida após o primeiro episódio de PBE é de cerca de nove meses,
esta infecção deve sempre motivar a colocação do paciente em lista de espera para o transplante hepático

568
Q

A PBE pode levar à disfunção renal em …% dos pacientes, pela diminuição do fluxo sanguíneo renal após vasodilatação esplâncnica mediada por …

Em um grande ensaio clínico, a albumina se mostrou eficaz na redução da disfunção renal e no aumento da sobrevida, graças aos seus efeitos benéficos sobre o volume intravascular (aumento da pressão oncótica).

Portanto, está indicada a expansão plasmática com albumina como terapia adjuvante à antibioticoterapia na dose …

A

33

óxido nítrico

> Albumina 1,5 g/kg nas primeiras seis horas da detecção e 1 g/kg no terceiro dia de tratamento. Esta dose é empírica e não deve exceder 100 g/dose

569
Q

Homem, 59a, é trazido ao Pronto-Socorro devido a queda do estado geral, aumento do volume abdominal e sonolência. Tem antecedentes de cirrose por esteato-hepatite não alcoólica complicada por hipertensão portal e ascite. Exame físico: sonolento, desorientado, afebril, ictérico (+/4+); abdome: ascite volumosa; extremidades: flapping em membros superiores e edema (++/4+) em membros inferiores.
Medicações em uso: furosemida 40mg/dia e espironolactona 100mg/dia. Exames laboratoriais: hemoglobina 12,7g/dL; leucócitos 7.830/mm³; plaquetas 98.000/mm³; RNI 1,3; bilirrubinas totais 4,1mg/dL, albumina 2,3g/dL, creatinina
1,2mg/dL. Realizada paracentese diagnóstica: 852 leucócitos (64% de polimorfonucleares neutrófilos, 30% de linfócitos); proteínas totais 1,2g/dL; albumina 0,7g/dL; glicose 112mg/dL. Foram realizadas culturas, em andamento. As condutas são:

a) Iniciar antibioticoterapia imediata. Em caso de piora da função renal, administrar albumina endovenosa e suspender dos diuréticos.
b) Iniciar antibioticoterapia após resultado de cultura do líquido ascítico e administrar albumina endovenosa.
c) Iniciar antibioticoterapia imediata. Realizar paracentese esvaziadora com reposição de albumina e aumentar doses de diuréticos para controle da ascite.
d) Iniciar antibioticoterapia associada à albumina endovenosa, suspender diuréticos e evitar paracentese volumosa neste momento.

A

Questão de PBE (> 250 PMN no líquido ascítico) em um paciente cirrótico, resultando em aumento do volume abdominal, sonolência, edema de membros inferiores e flapping. A conduta que se segue é a antibioticoterapia com ceftriaxone, suspensão dos diuréticos, não realização de paracentese volumosa e início de infusão de albumina 1,5 g/kg no primeiro dia e 1 g/kg no terceiro dia de tratamento. As medidas citadas, além do antibiótico, visam a prevenção da síndrome hepatorrenal, possível complicação associada ao quadro apresentado.
Resposta: D.

570
Q

A probabilidade de celulite mostrou-se cerca de três vezes maior que a de peritonite bacteriana espontânea em pacientes cirróticos com ascite durante internação hospitalar.

V ou F

A

V

571
Q

“Hidrotórax hepático”: condição comum nos pacientes
cirróticos em que aparece derrame pleural geralmente
… e à …

A origem parece estar num defeito no …

Como as pressões hidrostáticas são um pouco diferentes da que existe no sistema porta, o líquido pleural tende a apresentar concentração proteica … que a do líquido ascítico.

O tratamento consiste na restrição de sódio e diuréticos.

Casos refratários podem ser tratados com shunt peritônio-venoso, TIPS, pleurodese com tetraciclina, reparo cirúrgico do hemidiafragma ou transplante hepático.

A

unilateral

direita

hemidiafragma direito

maior

572
Q

A ruptura das varizes esofágicas é a mais importante
complicação da hipertensão porta, tendo as varizes uma prevalência de …% no momento do diagnóstico de cirrose e de …% quando a cirrose vem acompanhada de ascite;

> Dentre os portadores de varizes, … apresenta
sangramento;

> O ressangramento ocorre em …% dos pacientes em um período de apenas um ano, com letalidade de …% em cada episódio.

> Pacientes com sangramento por cirrose morrem mais que por outras causas.

A

30%

60%

1/3

60%

30%

573
Q

Classifique o tamanho das varizes esofágicas

A

F1 (pequeno calibre): pequenas varizes não tortuosas
(< 3 mm);

F2 (médio calibre): varizes aumentadas e tortuosas que ocupam < 1/3 do lúmen (3-5 mm);

F3 (grosso calibre): varizes grandes e tortuosas que ocupam > 1/3 do lúmen (> 5 mm).

574
Q

O sítio mais comum de sangramento das varizes esofágicas é o …

A

terço inferior do esôfago (85% das rupturas)

575
Q

Esta é uma condição caracterizada por alterações na mucosa do estômago também relacionadas à hipertensão porta. À endoscopia, é descrita como uma mucosa com áreas esbranquiçadas reticulares entremeadas a áreas róseas (por vezes sangrantes), dando o aspecto de “pele de cobra”. Sua principal forma de apresentação é a perda crônica de sangue
pelo trato gastrointestinal, algumas vezes com intensa anemia. Todavia, não são raros os casos de hematêmese e melena com instabilidade hemodinâmica! O sangramento é difuso
por toda a mucosa gástrica, não respondendo ao tratamento antiácido das doenças pépticas e de difícil controle pelo método endoscópico. O controle é obtido com fármacos, TIPS e as derivações cirúrgicas

A

Gastropatia Hipertensiva Portal

576
Q

Homem de 52 anos, bancário, natural e procedente de
Fortaleza. Etilista desde os 20 anos, tendo intensificado o consumo nos últimos 4 anos, procurou atendimento pois notou mudança na cor da urina. Na avaliação: ictérico +/4, normocorado, orientado, afebril. ACP: normal. Abdome: hepatimetria 13 cm, borda hepática romba, espaço de Traube ocupado, piparote negativo. Aranhas vasculares, ginecomastia bilateral discreta. Sem edema de MMII. Realizou exames: Htc: 34%, Hg: 10,5 g/dL, Leucócitos: 3.500/mm³, Plaquetas: 160.000/mm³. Bilirrubinas totais: 3 mg/dL, B. direta: 2 mg/dL, INR: 1,5, Creatinina: 1,0 mg/dL, Proteínas
totais: 7,0 g/dL, globulina: 4 g/dl. Colega solicitou elastografia hepática (fibroScan) cujo resultado foi 15 Kpa. Nesta ocasião foi solicitada uma endoscopia digestiva alta como screening para detectar varizes esofagogástricas com potencial de tratamento tendo em vista o risco de sangramento. De acordo com as recomendações de Baveno VI, a conduta foi:

a) Inadequada, pois o valor da contagem de plaquetas estava na faixa da normalidade.
b) Adequada, pois o valor da elastografia hepática indica doença com fibrose avançada.
c) Questionável tendo em vista a contagem de plaquetas acima de 150.000/mm³ e a elastografia abaixo de 20 Kpa.
d) Assertiva tendo em vista que com este perfil de plaquetas e elastografia hepática sugere presença de varizes de grosso calibre.

A

Pacientes com valores na ET < 20 kPa e contagem plaquetária > 150.000/mm³ têm risco muito baixo de apresentarem varizes esofagogástricas. Assim, o rastreio endoscópico seria desnecessário nesses casos. Eles deveriam ser seguidos apenas com contagem plaquetária e ET anuais: se a rigidez hepática aumentar ou a contagem plaquetária cair, o rastreio de varizes estará indicado

Resposta: C

577
Q

Quais as ndicações de profilaxia primária em cirróticos com varizes esofágicas? Como fazer?

A

> Varizes de médio e grande calibre (F2/F3); ou
Varizes de pequeno calibre em pacientes com alto risco de sangrar (Child B/C ou “pontos avermelhados” na EDA).

A profilaxia primária é feita com betabloqueadores (1° propranolol, naldol. 2° carvedilol) ou pela
ligadura endoscópica de varizes quando o paciente não tolera o fármaco (broncoespasmo, bloqueios cardíacos)

578
Q

Descreva o procedimento e controle da ligadura endoscópica de varizes na prevenção de HDA

A

É realizada a ligadura elástica das varizes a cada 1-2 semanas até obliteração do vaso. Em seguida, faz-se vigilância endoscópica com EDA 1-3 meses depois e, consecutivamente, a cada seis meses.

579
Q

Diferencia HDA leve, moderada e maciça

A

HDA leve: não há alterações hemodinâmicas.

HDA moderada: hipotensão reversível com a administração de sangue em até 1h.

HDA maciça: choque hipovolêmico após 1.000 ml na primeira hora ou 2.000 ml de sangue nas primeiras 24h, com hemoglobina ≤ 8 g/dl.

580
Q

A terapia farmacológica com vasoconstritores no manejo da HDA varicosa, deve ser iniciada na admissão (de preferência antes mesmo da endoscopia) e continuada pordois a cinco dias. Descreva as doses e medicamentos que podem ser empregados

A

> Octreotídio: bolus de 50 μg + manutenção de 50 μg/h;
Somatostatina: 250 μg + infusão contínua 250 μg/h;
Terlipressina: 2 mg a cada 4h até parar o sangramento.

581
Q

Quais são os parâmetros avaliados no ecore de Glasgow-Blatchford? Como interpretar o resultado?

A
1- Ureia
2- Hb 
3- PA
4- FC
5- Melena ao exame
6- Apresentação com síncope
7- Hepatopatia
8- IC 
Resultado:
- Risco muito alto: ≥ a 12
- Risco baixo: < 12
- Risco muito baixo:
      < 70 anos: ≤ 2 
      ≥ 70 anos: ≤ 1
582
Q

Descreva a técnica referente ao balão de Sengstaken-Blakemore

A

o balão possui três lumens (para encher o balonete gástrico, o balonete esofágico e para aspiração
gástrica). Modelos novos possuem um quarto lúmen para aspiração esofágica. O dispositivo deve ser passado até o estômago e inflado o balonete gástrico com 250 ml de ar, sendo duplamente pinçado; após devida tração do BSB, é colocado um peso com 500 ml de soro para mantê-lo tracionado. O balonete esofágico então é inflado com 40 mmHg de pressão de ar, sendo também pinçado. Parece que o efeito
hemostático mais importante do BSB deve-se ao balonete intragástrico tracionado

583
Q

Alternativa não cirúrgica ao balão de sengstaken-blakemore na HDA varicosa maciça refratária ao tto endoscópico

A

Prótese esofágica auto expansível

584
Q

Em relação às derivações do sistema porta, descreva a cirurgia de Warren

A

Derivação esplenorrenal distal

Nesta cirurgia, a veia esplênica é desconectada
das veias porta e anastomosada na veia renal esquerda, enquanto que as veias gástrica esquerda e gastroepiploicas são ligadas. Isso provoca uma descompressão portal compartimentalizada (somente do território esofagogástrico e esplênico), enquanto o fluxo mesentérico-porto-hepático é mantido em sua totalidade

585
Q

Qual é cirurgia de escolha para a profilaxia secundária do sangramento varicoso na esquistossomose hepatoesplênica?

A

técnica nacional desenvolvida em 1954 por Vasconcelos – a desconexão ázigo-portal + esplenectomia

586
Q

Descreva a técnica do TIPS

A

(1) POR CIMA: Punção da veia jugular interna direita e cateterismo da veia hepática direita, guiado pela radioscopia e injeção de contraste.

(2) POR BAIXO: Realização de uma venografia do sistema porta (portografia): cateterismo da artéria femoral, ascendendo pela artéria aorta até a saída da artéria esplênica, onde é injetado o
contraste. O baço é então visualizado e a veia esplênica se encarrega de contrastar a veia porta e seus ramos intrahepáticos

(3) Uma vez visualizados a veia hepática direita e o ramo direito da veia porta intra-hepática, num ponto em que esses vasos quase se encostam, uma agulha com um guia é transpassada pela parede dessas veias, comunicando-as, onde então é colocado um stent metálico (diâmetro de 10 mm), para manutenção do
shunt

587
Q

Indicação do TIPS

A

(1) Pacientes que aguardam transplante hepático;
(2) Aqueles que ressangraram apesar da terapia endoscópica e do tratamento medicamentoso;
(3) Ascite refratária.

588
Q

Contraindicações absolutas ao TIPS

A

(1) insuficiência cardíaca direita;

(2) doença policística hepática

589
Q

Descreva os tipos de encefalopatia hepática

A

Tipo A: associada à falência hepática aguda.
Tipo B: associada a by-pass portossistêmico.
Tipo C: associada à cirrose e à hipertensão porta.

590
Q

Fatores precipitantes da encefalopatia hepática

A

> Hemorragia gastrointestinal:
o sangue liberado no tubo digestivo
é digerido pelas bactérias colônicas. Do metabolismo da hemoglobina, forma-se mais amônia

> Alcalose metabólica:
o pH plasmático mais alcalino converte a forma ionizada NH4+ (amônio) na forma não ionizada NH3
(amônia). Esta última, por ser lipossolúvel, passa livremente na barreira hematoencefálica, aumentando a impregnação cerebral.

> Hipocalemia:
aumenta a produção renal de NH3, por reduzir o pH intracelular das células tubulares proximais (saem íons K + em troca de íons H+). A maior produção de
NH3 e a precipitação de uma alcalose fazem da hipocalemia um fator desencadeante de encefalopatia hepática

> Diuréticos, hipovolemia e desidratação.
Os diuréticos de alça (furosemida) e os tiazídicos podem causar encefalopatia em cirróticos (se usados
indiscriminadamente), por provocarem hipocalemia e
alcalose metabólica > Excesso de proteínas na dieta.

> Constipação.
> Hipóxia.
> Infecção (urinária, peritonite, etc.).
> Medicações (narcóticos, sedativos, etc.).
> TIPS e procedimentos cirúrgicos
591
Q

Qual a mudança na dieta tem valor no manejo da EH?

A

Algum benefício pode ser obtido com a
substituição da fonte proteica animal pela vegetal, ou pela reposição de fonte nitrogenada com aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA)

592
Q

Manejo farmacológico da EH

A

Lactulose: 30-120 ml/dia, divididos em quatro tomadas, até atingir 2-3 evacuações de fezes amolecidas. A lactulose (nome comercial Lactulona®) reduz o pH do lúmen colônico, convertendo NH3 (amônia) em NH4
+ (amônio), que não consegue ser absorvido pela mucosa intestinal. Outro mecanismo de ação da lactulose (um dissacarídeo não absorvível) é o seu efeito laxativo que elimina mais rapidamente as fontes proteicas do lúmen intestinal, além de reduzir a estase intestinal, evitando a proliferação bacteriana. Esta droga também possui um efeito direto no metabolismo
bacteriano das proteínas, fenômeno que diminui a formação de NH3

> Rifaximina: 550 mg, via oral, 12/12h. Menos efeitos
adversos e, por isso, considerada a melhor opção para ser adicionada à lactulose;

> Sulfato de neomicina: 500 mg – 1 g, via oral, 8/8h. A
neomicina é administrada no intuito de reduzir a flora
bacteriana colônica produtora de amônia. Mesmo sendo pouco absorvido, este aminoglicosídeo pode ser ototóxico e nefrotóxico, principalmente quando tomado por longo tempo;

> Metronidazol: 250 mg, via oral, duas a quatro vezes por dia. O grande risco é a neuropatia periférica.

593
Q

Cite outras drogas (com menor evidência) que podem ser incluídas no manejo da EH e que agem aumentando a eliminação de amônia do organismo

A

> Complexo ornitina-aspartato, que aumenta a
transformação de amônia em ureia nos hepatócitos;

> Benzoato de sódio, que aumenta a excreção renal de nitrogênio.

Essas drogas, assim como o sulfato de zinco (200 mg,
VO, 8/8h), podem ser utilizadas nos casos refratários.

Outras tentativas de relativo sucesso em alguns
estudos também já foram feitas com melatonina,
naltrexona, antagonistas serotoninérgicos e
suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada
(BCAA).

594
Q

Critérios diagnósticos da Sd Hepatorrenal

A

> Doença hepática aguda ou crônica com insuficiência
hepática avançada e hipertensão portal;

> Aumento da creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dl em 48h ou ≥ 50% em sete dias – alguns autores ainda utilizam a definição antiga de injúria renal aguda com elevação da creatinina sérica para valores > 1,5 mg/dl;

> Ausência da melhora da creatinina sérica após, pelo menos, dois dias de retirada de diuréticos e expansão volêmica com albumina (1 g/kg/dia até o limite de 100 g/dia);

> Ausência de causa aparente, entre elas: choque, infecção bacteriana, uso recente ou atual de drogas nefrotóxicas e ausência de sinal ultrassonográfico sugestivo de obstrução ou doença parenquimatosa renal;

> Hematúria < 50 hemácias por campo de maior aumento e proteinúria < 500 mg/dia

Cabe ressaltar que apenas uma minoria dos pacientes
cirróticos que apresentam azotemia possui, de fato, a SHR. Inclusive, atualmente, existem marcadores que podem nos ajudar nesta distinção, como é o caso da lipocalina neutrofílica urinária associada à gelatinase, que se mostra com valores mais elevados na lesão renal aguda (325 ng/ml) que na SHR (105 ng/ml).

595
Q

SHR tipo 1 vs tipo 2

A

O tipo 1 (mais grave) caracterizado pela rápida progressão da insuficiência renal (< duas semanas) com aumento da creatinina sérica em, pelo menos, duas vezes para um valor superior a 2,5 mg/dl, geralmente precipitada por um quadro de PBE.

O tipo 2 é diagnosticado quando a evolução da disfunção renal é mais insidiosa. Frequentemente encontra-se associada à ascite refratária.

596
Q

Manejo da SHR

A

A melhor terapia é o transplante hepático, com boa
recuperação da função renal!

O tratamento clínico é bem menos efetivo e a prevenção deve ser o foco das intervenções, evitando-se o uso inapropriado de diuréticos e corrigindo-se precocemente os distúrbios hidroeletrolíticos, hemorragias e infecções. Pacientes com peritonite bacteriana espontânea podem se beneficiar da
administração precoce de albumina para prevenir o
desenvolvimento da SHR, como visto anteriormente

Das abordagens farmacológicas propostas nos últimos anos, o uso de vasoconstritores sistêmicos (terlipressina, noradrenalina, octreotide mais midrodrina) associados à albumina intravenosa (1 g/kg/dia – 100 g no máximo – por dois a três dias) tem se mostrado como a melhor proposta. Deve
ser obtido um aumento de, pelo menos, 15 mmHg na pressão arterial média e a melhora clínica costuma ser observada após a primeira semana de tratamento. As doses indicadas estão a seguir:

> Terlipressina: 0,5-2 mg, a cada quatro ou seis horas;
Octreotide: 100-200 mcg, subcutâneo, três vezes por dia;
Midrodrina: 7,5-12,5 mg, oral, três vezes ao dia

597
Q

Caracteriza a síndrome hepatopulmonar e explique sua fisiopatologia

A

(1) Doença hepática estabelecida;
(2) Hipoxemia (gradiente alvéolo-arterial elevado em ar ambiente);
(3) Evidência de alterações vasculares intrapulmonares, referidas como “Dilatações Vasculares Intrapulmonares” (DVIP).

o paciente cirrótico é um indivíduo “naturalmente vasodilatado” pela predominância de substâncias como o óxido nítrico na circulação. A síndrome
hepatopulmonar seria uma complicação associada a este mecanismo, só que no leito pulmonar

Normalmente, os capilares pulmonares são bastante estreitos (cerca de 8 μm) de forma a permitir apenas a passagem de hemácia por hemácia (cada uma mede pouco menos de 8 μm). Nos pacientes com SHP, estes capilares estão extremamente dilatados, chegando a um diâmetro de até 500 μm. Assim, a hemácia passa rapidamente pelos alvéolos e com pequena proximidade, resultando numa baixa oxigenação! Como já é reconhecido na fisiologia pulmonar, esse processo se assemelha a um “ shunt direita-esquerda”

598
Q

O paciente com SHP apresenta tipicamente dispneia aos esforços, cianose de lábios e extremidades, baqueteamento digital e aranhas vasculares. No entanto, dois achados são clássicos: …

A
a platipneia (dispneia que surge ou se agrava com a posição sentada ou em pé) e a ortodeóxia (queda acentuada da saturação arterial com a posição ortostática). 
Uma das explicações é a localização preferencial das DVIP nas bases pulmonares.
599
Q

Diagnóstioc da SHP

A

(1) Hipoxemia arterial com PaO2 < 80 mmHg OU gradiente alvéoloarterial > 20 mmHg;
(2) Evidência de shunt vascular pulmonar (ECO contrastado/microbolha) OU cintinolografia com macroagregados de albumina.

600
Q

Quais são os padrões possíves na arteriografia em pacientes com SHP

A
  • alterações difusas aracneiformes correspondentes às DVIP (tipo 1)
  • comunicações arteriovenosas localizadas (tipo 2).
601
Q

Manejo da SHP

A
  • Suporte com O2

- Tx hepático

602
Q

Explique a associação entre doença hepática avançada de hipertensão pulmonar

A

Ao contrário da SHP, na hipertensão portopulmonar não temos uma vasodilatação do leito pulmonar, mas sim uma vasoconstrição. Embora o predomínio nestes pacientes seja de substâncias vasodilatadoras, por vezes, algumas substâncias vasoconstritoras produzidas pela circulação esplâncnica também podem chegar à circulação pulmonar, levando ao aumento da pressão neste local. Inicialmente, a Hipertensão Pulmonar (HP) é reversível; no entanto, com o tempo, vai
levando à proliferação endotelial, vasoconstrição, trombose in situ, obliteração dos vasos e HP irreversíve.

Atualmente, o tratamento é feito com base no que se conhece para a hipertensão pulmonar idiopática, baseado na anticoagulação e em drogas vasodilatadoras como epoprostenol, bosentan e sildenafil. Como a pressão pulmonar arterial média > 50-60 mmHg constitui uma contraindicação para o transplante, o procedimento pode não ser possível para esta condição.