Nefrologia Flashcards
(396 cards)
o folheto interno da cápsulade Bowman é formado pelos …
podócitos,
- são células especiais situadas junto às alças glomerulares.
Estas células emitem prolongamentos que se
orientam em sentido radial, denominados primários
que, por sua vez, originam prolongamentos
secundários, os quais “abraçam” meticulosamente
as alças capilares de forma análoga
aos tentáculos de um polvo. Os prolongamentos
secundários, ao se cruzarem, delimitam
importantes espaços alongados – as
fendas de filtração.
Como as células endoteliais são fenestradas, e
o folheto visceral da cápsula de Bowman apresenta
estas fendas de filtração, a única estrutura contínua que separa o sangue glomerular do espaço de Bowman é
a membrana basal das alças glomerulares
A estrutura da Membrana Glomérulo-capilar, através da
qual o plasma é filtrado, originando o fluido
tubular (futura urina), constitui-se do …
endotélio fenestrado + membrana basal + fendas de filtração dos podócitos (epitélio visceral).
As arteríolas aferentes, antes de se capilarizarem
em glomérulos, apresentam uma modificação
da camada média onde passam a exibir
células especiais que, pela localização, são
chamadas de …
células justaglomerulares
O túbulo contorcido distal, em determinado
ponto de seu trajeto, aproxima-se da arteríola
aferente (do mesmo néfron), exatamente
ao nível das células justaglomerulares. Neste
local sua parede se modifica, formando
uma estrutura conhecida como…
mácula densa
O conjunto de células justaglomerulares com
a mácula densa forma o …
Aparelho Justaglomerular.
- Esta estrutura
histológica é fundamental para permitir um
“meio de comunicação” entre o fluido tubular
e a arteríola aferente – o chamado feedback
tubuloglomerular, importante para a regulação
da filtração glomerular.
Os glomérulos estão interpostos
no sistema arterial periférico dos rins, e, assim,
são as … que, em última
análise, nutrem o parênquima do córtex
renal com sangue arterial. Além disso, elas
também originam arteríolas secundárias que
se projetam para irrigar a medula renal …
arteríolas eferentes
os vasos retos
A vascularização da …é extremamente
escassa, tornando esta região muito
sensível a pequenas alterações de perfusão. Como
a estrutura anatômica do tecido renal mais distante
da origem destes vasos é a …, entendemos
o motivo da existência da entidade patológica
conhecida como …
medula
Papila
“necrose de papila renal”
TFG normal
90 - 120 ml/min
Descreva resumidamente os mecanismos de autorregulação da TFG
(1) Vasoconstricção da arteríola Eferente: esta
arteríola contém mais células musculares do que
a arteríola Aferente, tendo uma propensão maior
a se contrair. Em resposta à liberação local ou
sistêmica de Angiotensina II, a arteríola Eferente se contrai em condições de baixo fluxo renal,
fazendo aumentar a pressão intraglomerular,
evitando assim que a TFG seja reduzida. O baixo
fluxo renal estimula as células justaglomerulares
a produzirem um hormônio chamado Renina
que, por sua vez, transforma o Angiotensinogênio
em Angiotensina I. Esta última, por ação
da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina),
é convertida em Angiotensina II.
(2) Vasodilatação da arteríola Aferente: os
mesmos estímulos para o aumento intrarrenal
da angiotensina II – um vasoconstrictor potente
da arteríola Eferente – também acabam liberando
substâncias vasodilatadoras da arteríola Aferente,
como a PGE2, as cininas e o óxido nítrico.
A dilatação desta arteríola aumenta o fluxo sanguíneo
renal e a pressão intraglomerular
(3) Feedback Tubuloglomerular: Ao comunicar o túbulo contorcido distal à arteríola Aferente, esta estrutura é capaz de ajustar a filtração glomerular de acordo com
o fluxo de fluido tubular. O mecanismo depende da reabsorção de cloreto pelas células da mácula densa. Veja: caso haja uma pequena redução inicial da TFG, menos NaCl chegará à mácula densa e, portanto, menos cloreto será reabsorvido neste segmento tubular. A queda na reabsorção de cloreto é “sentida” pelas células justaglomerulares da arteríola Aferente,
promovendo uma vasodilatação arteriolar que logo corrige o desvio inicial da TFG. Um aumento inicial da TFG terá um efeito exatamente oposto: mais NaCl chega à mácula densa, mais cloreto é reabsorvido, levando à vasoconstricção da arteríola Aferente.
(4) Retenção Hidrossalina e Natriurese: o baixo fluxo renal e a redução da reabsorção de cloreto na mácula densa são importantes estímulos para a secreção de renina pelas células justaglomerulares. Como vimos, a renina contribui de forma crucial para a formação de angiotensina II. Finalmente, esta substância estimula
a produção e liberação de aldosterona pelas suprarrenais, um hormônio que estimula a retenção de sódio e água pelos túbulos renais. A retenção volêmica contribui para a restauração do fluxo renal e TFG. Por outro lado, condições de alto fluxo renal (ex: hipervolemia) exercem efeito oposto, desativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Esse fato, somado à liberação do Peptídeo Natriurético Atrial (PNA) nos estados hipervolêmicos, induz um efeito
natriurético, reduzindo a volemia e retornando a TFG para o normal.
A reabsorção de sódio precisa ser acompanhada
pela reabsorção de ânions, de forma a manter o
equilíbrio eletroquímico no lúmen tubular (cargas
positivas = cargas negativas). Na primeira
porção do TCP, o principal ânion reabsorvido é
o …, enquanto na segunda porção do TCP, este ânion passa a ser o ….
bicarbonato (HCO3-)
cloreto (Cl-)
- A reabsorção de bicarbonato segue uma via indireta, pois a célula tubular não possui um carreador específico para este ânion. Para penetrar na célula, o bicarbonato luminal precisa ser convertido em CO2 + H2O, utilizando para isso o H+ secretado pelo túbulo em troca do Na+ reabsorvido e a enzima anidrase carbônica luminal
** A acetazolamida (Diamox), tem o seu efeito
baseado na inibição da anidrase carbônica.
Com isso, a reabsorção de bicarbonato é inibida
junto com a reabsorção de sódio no TCP. O
resultado é natriurese e bicarbonatúria (isto é,
alcalinização urinária).
São reabsorvidos no TCP os seguintes solutos:
Na, K, Cl, bicarbonato, glicose, aminoácidos, fosfato e ácido úrico
A alça de Henle é responsável pela reabsorção
de 25% do sódio filtrado. Este segmento tubular
é fundamental para o controle da osmolaridade
urinária. Nela, um fenômeno chamado
…é responsável pela formação e manutenção de um interstício hiperosmolar e um fluido tubular hiposmolar
Mecanismo de Contracorrente
- A porção descendente da alça de Henle promove
o aumento da tonicidade do fluido tubular, por
ser permeável à água mas impermeável aos solutos
** Já na porção ascendente ocorre o contrário:
não há reabsorção de água, porém ocorre a saída de solutos, que penetram na célula tubular através
do carreador Na-K-2Cl, impulsionados pelo
gradiente de concentração, gerado ativamente
pela bomba NaK-ATPase da membrana basolateral.
Esse mecanismo faz com que, ao final do
trajeto, haja uma urina hiposmolar, com um interstício
renal hiperosmolar
Esta porção do néfron é responsável pela reabsorção
de 5% do líquido e sódio filtrados. Na
membrana luminal das células tubulares deste
segmento existe o carreador Na-Cl, passível
de inibição pelos diuréticos tiazídicos. Além
desta ação, tem mais duas importantes
funções: (1) contém a mácula densa, uma parte
do túbulo que compõe o aparelho justaglomerular;
e (2) é o principal sítio de regulação da
reabsorção tubular de cálcio, sob ação do PTH
Túbulo contorcido distal
Apesar de reabsorver, em média, apenas 10%
do líquido e sódio filtrados, podemos dizer que
o Néfron Distal (TCD + TC) é encarregado dos
“ajustes finos” da reabsorção e secreção tubular, respondendo
à ação de vários hormônios reguladores
do equilíbrio hidroeletrolítico
- O TC pode ser dividido em porção Cortical
e porção Medular. O TC Cortical é o segmento
do néfron responsivo à Aldosterona, hormônio
que controla a reabsorção distal de
sódio e a secreção de potássio e H+. A reabsorção de sódio dependente de aldosterona
ocorre por um processo diferente de
todos os outros segmentos do néfron – é uma
reabsorção de sódio eletrogênica. Isso significa
que o sódio é reabsorvido sem nenhum
ânion o acompanhando, gerando assim um
potencial negativo intraluminal (eletronegatividade).
Com o lúmen mais negativo, os cátions
K+ e H+ são atraídos para o fluido tubular,
estimulando a sua secreção
** o interstício que
banha a alça de Henle é o mesmo que banha o
TC Medular. Este interstício vai se tornando
mais concentrado à medida que se aproxima da
papila renal, quando apresenta uma osmolaridade
de 1.200 mOsm/L. As células do TC respondem
à ação do Hormônio Antidiurético (ADH
ou Vasopressina). O ADH age aumentando a
permeabilidade à água neste segmento, fazendo
a célula tubular expressar mais canais luminais
de H2O. Na presença de altos níveis plasmáticos
deste hormônio, a água luminal é reabsorvida
em direção ao interstício hiperosmolar. Quando o ADH
está suprimido (em níveis mínimos), praticamente
não há reabsorção de água no TC.
A osmolaridade urinária de uma pessoa normal
pode variar entre …
50 mOsm/L (ADH suprimido – urina maximamente diluída)
e
1.200 mOsm/L (ADH elevado – urina maximamente concentrada).
As doenças renais crônicas costumam apresentar
rins com tamanho reduzido, à exceção
da
1) Diabetes Mellitus
2) Doença Policística
3) Amiloidose
4) Anemia falciforme
5) Esclerodermia
6) Nefropatia obstrutiva
7) Nefropatia pelo HIV
presença de papila necrótica ao exame
macroscópico limita o diagnóstico a cinco doenças
principais:
1) Diabetes Mellitus
2) Obstrução
3) Anemia Falciforme
4) Nefropatia Analgésica
5) Pielonefrite Grave
a presença de deformidade calicial (cicatrizes
fibróticas) quase sempre indica
pielonefrite crônica
Caracterize a síndrome nefrítica
O paciente que desenvolve síndrome nefrítica é
aquele que se queixa de urina “presa” e “vermelho-
-acastanhada”, correspondentes à oligúria e à
hematúria, e desenvolve hipertensão arterial
e edema por congestão hídrica. O sedimento
urinário mostra dismorfismo eritrocitário, piúria
e cilindros celulares (hemáticos e leucocitários),
e a urina de 24h revela proteinúria em níveis de
150 mg a 3,5 g (subnefróticos).
OBS.: hematúria é o sinal mais característico e
mais comum da síndrome nefrítica
Achados eritrocitários que indicam origem glomerular da lesão
- hematúria dismórfica
- cilindros hemáticos
- A hematúria de origem glomerular resulta da
migração de hemácias através de “rupturas” ou
“fendas” que surgem nas alças capilares dos glomérulos “inflamados” – as hemácias vão do interior
dos glomérulos para o sistema tubular, e se
deformam ao passarem por estes poros estreitos
** Além do dismorfismo eritrocitário e da presença
de cilindros hemáticos, o sedimento urinário da
síndrome nefrítica comumente revela piúria (leucocitúria) e cilindros leucocitários, deixando
evidente a natureza inflamatória do processo… A
eliminação destes cilindros celulares na urina é
um indício importante de que a lesão renal se
localiza no parênquima renal (glomérulos ou túbulos).
No caso dos cilindros hemáticos, a localização
da injúria, até que se prove o contrário,
é glomerular.
*** Diariamente, células epiteliais que compõem
a parede da alça de Henle secretam uma
proteína conhecida como “glicoproteína de
Tamm-Horsfall”. Esta proteína segue o fluxo
urinário e acaba se depositando nos túbulos
contorcidos distais e túbulos coletores, originando
uma superfície “pegajosa” em seu
interior. Como consequência, diversas substâncias,
partículas ou mesmo células podem
se aderir a estas proteínas, moldando um
corpo cilíndrico-tubular potencialmente
“descamável”. Qualquer condição que determine
a presença de elementos celulares
(epitélio tubular, hemácias e/ou leucócitos)
no interior do sistema tubular do néfron
pode ser acompanhada pelos cilindros celulares
no exame de sedimento de urina
(EAS). Os cilindros são classificados em
função de sua composição, mas podem ser
divididos basicamente em dois tipos: os
celulares (epiteliais, hemáticos e leucocitários),
sempre patológicos, e os acelulares
(como os hialinos), que podem ser encontrados
em indivíduos normais. Os cilindros
hemáticos indicam quase sempre uma doença
glomerular ( são vistos menos frequentemente com a doença tubulointersticial), enquanto os cilindros leucocitários, apesar de serem encontrados com
frequência nas glomerulopatias, estão mais
associados às nefrites intersticiais
acredita-se que sejam a evolução natural de um cilindro granuloso patológico. Apresentam uma cor amarelada e um alto índice de refração, sendo facilmente visualizado na sedimentoscopia. Estes
cilindros indicam disfunção renal avançada, pois são formados apenas quando o fluxo tubular é baixo.
Cilindros céreos
destacam-se por terem um diâmetro bem maior que os outros cilindros, tendo geralmente o aspecto granular ou céreo. São formados pela
dilatação dos túbulos coletores, característica da insuficiência renal avançada.
Alguns autores os denominam “cilindros da insuficiência renal crônica”.
Cilindros largos
são cilindros birrefringentes que denotam a presença de
gotículas de gordura e são característicos dos estados de lipidúria, como a síndrome
nefrótica.
Cilindros graxos