Nefrologia Flashcards

(396 cards)

1
Q

o folheto interno da cápsulade Bowman é formado pelos …

A

podócitos,

  • são células especiais situadas junto às alças glomerulares.
    Estas células emitem prolongamentos que se
    orientam em sentido radial, denominados primários
    que, por sua vez, originam prolongamentos
    secundários, os quais “abraçam” meticulosamente
    as alças capilares de forma análoga
    aos tentáculos de um polvo. Os prolongamentos
    secundários, ao se cruzarem, delimitam
    importantes espaços alongados – as
    fendas de filtração.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Como as células endoteliais são fenestradas, e
o folheto visceral da cápsula de Bowman apresenta
estas fendas de filtração, a única estrutura contínua que separa o sangue glomerular do espaço de Bowman é

A

a membrana basal das alças glomerulares

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

A estrutura da Membrana Glomérulo-capilar, através da
qual o plasma é filtrado, originando o fluido
tubular (futura urina), constitui-se do …

A

endotélio fenestrado + membrana basal + fendas de filtração dos podócitos (epitélio visceral).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

As arteríolas aferentes, antes de se capilarizarem
em glomérulos, apresentam uma modificação
da camada média onde passam a exibir
células especiais que, pela localização, são
chamadas de …

A

células justaglomerulares

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

O túbulo contorcido distal, em determinado
ponto de seu trajeto, aproxima-se da arteríola
aferente (do mesmo néfron), exatamente
ao nível das células justaglomerulares. Neste
local sua parede se modifica, formando
uma estrutura conhecida como…

A

mácula densa

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

O conjunto de células justaglomerulares com

a mácula densa forma o …

A

Aparelho Justaglomerular.

  • Esta estrutura
    histológica é fundamental para permitir um
    “meio de comunicação” entre o fluido tubular
    e a arteríola aferente – o chamado feedback
    tubuloglomerular, importante para a regulação
    da filtração glomerular.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Os glomérulos estão interpostos
no sistema arterial periférico dos rins, e, assim,
são as … que, em última
análise, nutrem o parênquima do córtex
renal com sangue arterial. Além disso, elas
também originam arteríolas secundárias que
se projetam para irrigar a medula renal …

A

arteríolas eferentes

os vasos retos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

A vascularização da …é extremamente
escassa, tornando esta região muito
sensível a pequenas alterações de perfusão. Como
a estrutura anatômica do tecido renal mais distante
da origem destes vasos é a …, entendemos
o motivo da existência da entidade patológica
conhecida como …

A

medula

Papila

“necrose de papila renal”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

TFG normal

A

90 - 120 ml/min

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Descreva resumidamente os mecanismos de autorregulação da TFG

A

(1) Vasoconstricção da arteríola Eferente: esta
arteríola contém mais células musculares do que
a arteríola Aferente, tendo uma propensão maior
a se contrair. Em resposta à liberação local ou
sistêmica de Angiotensina II, a arteríola Eferente se contrai em condições de baixo fluxo renal,
fazendo aumentar a pressão intraglomerular,
evitando assim que a TFG seja reduzida. O baixo
fluxo renal estimula as células justaglomerulares
a produzirem um hormônio chamado Renina
que, por sua vez, transforma o Angiotensinogênio
em Angiotensina I. Esta última, por ação
da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina),
é convertida em Angiotensina II.

(2) Vasodilatação da arteríola Aferente: os
mesmos estímulos para o aumento intrarrenal
da angiotensina II – um vasoconstrictor potente
da arteríola Eferente – também acabam liberando
substâncias vasodilatadoras da arteríola Aferente,
como a PGE2, as cininas e o óxido nítrico.
A dilatação desta arteríola aumenta o fluxo sanguíneo
renal e a pressão intraglomerular

(3) Feedback Tubuloglomerular: Ao comunicar o túbulo contorcido distal à arteríola Aferente, esta estrutura é capaz de ajustar a filtração glomerular de acordo com
o fluxo de fluido tubular. O mecanismo depende da reabsorção de cloreto pelas células da mácula densa. Veja: caso haja uma pequena redução inicial da TFG, menos NaCl chegará à mácula densa e, portanto, menos cloreto será reabsorvido neste segmento tubular. A queda na reabsorção de cloreto é “sentida” pelas células justaglomerulares da arteríola Aferente,
promovendo uma vasodilatação arteriolar que logo corrige o desvio inicial da TFG. Um aumento inicial da TFG terá um efeito exatamente oposto: mais NaCl chega à mácula densa, mais cloreto é reabsorvido, levando à vasoconstricção da arteríola Aferente.

(4) Retenção Hidrossalina e Natriurese: o baixo fluxo renal e a redução da reabsorção de cloreto na mácula densa são importantes estímulos para a secreção de renina pelas células justaglomerulares. Como vimos, a renina contribui de forma crucial para a formação de angiotensina II. Finalmente, esta substância estimula
a produção e liberação de aldosterona pelas suprarrenais, um hormônio que estimula a retenção de sódio e água pelos túbulos renais. A retenção volêmica contribui para a restauração do fluxo renal e TFG. Por outro lado, condições de alto fluxo renal (ex: hipervolemia) exercem efeito oposto, desativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Esse fato, somado à liberação do Peptídeo Natriurético Atrial (PNA) nos estados hipervolêmicos, induz um efeito
natriurético, reduzindo a volemia e retornando a TFG para o normal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

A reabsorção de sódio precisa ser acompanhada
pela reabsorção de ânions, de forma a manter o
equilíbrio eletroquímico no lúmen tubular (cargas
positivas = cargas negativas). Na primeira
porção do TCP, o principal ânion reabsorvido é
o …, enquanto na segunda porção do TCP, este ânion passa a ser o ….

A

bicarbonato (HCO3-)

cloreto (Cl-)

  • A reabsorção de bicarbonato segue uma via indireta, pois a célula tubular não possui um carreador específico para este ânion. Para penetrar na célula, o bicarbonato luminal precisa ser convertido em CO2 + H2O, utilizando para isso o H+ secretado pelo túbulo em troca do Na+ reabsorvido e a enzima anidrase carbônica luminal

** A acetazolamida (Diamox), tem o seu efeito
baseado na inibição da anidrase carbônica.
Com isso, a reabsorção de bicarbonato é inibida
junto com a reabsorção de sódio no TCP. O
resultado é natriurese e bicarbonatúria (isto é,
alcalinização urinária).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

São reabsorvidos no TCP os seguintes solutos:

A

Na, K, Cl, bicarbonato, glicose, aminoácidos, fosfato e ácido úrico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

A alça de Henle é responsável pela reabsorção
de 25% do sódio filtrado. Este segmento tubular
é fundamental para o controle da osmolaridade
urinária. Nela, um fenômeno chamado
…é responsável pela formação e manutenção de um interstício hiperosmolar e um fluido tubular hiposmolar

A

Mecanismo de Contracorrente

  • A porção descendente da alça de Henle promove
    o aumento da tonicidade do fluido tubular, por
    ser permeável à água mas impermeável aos solutos

** Já na porção ascendente ocorre o contrário:
não há reabsorção de água, porém ocorre a saída de solutos, que penetram na célula tubular através
do carreador Na-K-2Cl, impulsionados pelo
gradiente de concentração, gerado ativamente
pela bomba NaK-ATPase da membrana basolateral.
Esse mecanismo faz com que, ao final do
trajeto, haja uma urina hiposmolar, com um interstício
renal hiperosmolar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Esta porção do néfron é responsável pela reabsorção
de 5% do líquido e sódio filtrados. Na
membrana luminal das células tubulares deste
segmento existe o carreador Na-Cl, passível
de inibição pelos diuréticos tiazídicos. Além
desta ação, tem mais duas importantes
funções: (1) contém a mácula densa, uma parte
do túbulo que compõe o aparelho justaglomerular;
e (2) é o principal sítio de regulação da
reabsorção tubular de cálcio, sob ação do PTH

A

Túbulo contorcido distal

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Apesar de reabsorver, em média, apenas 10%
do líquido e sódio filtrados, podemos dizer que
o Néfron Distal (TCD + TC) é encarregado dos

A

“ajustes finos” da reabsorção e secreção tubular, respondendo
à ação de vários hormônios reguladores
do equilíbrio hidroeletrolítico

  • O TC pode ser dividido em porção Cortical
    e porção Medular. O TC Cortical é o segmento
    do néfron responsivo à Aldosterona, hormônio
    que controla a reabsorção distal de
    sódio e a secreção de potássio e H+. A reabsorção de sódio dependente de aldosterona
    ocorre por um processo diferente de
    todos os outros segmentos do néfron – é uma
    reabsorção de sódio eletrogênica. Isso significa
    que o sódio é reabsorvido sem nenhum
    ânion o acompanhando, gerando assim um
    potencial negativo intraluminal (eletronegatividade).
    Com o lúmen mais negativo, os cátions
    K+ e H+ são atraídos para o fluido tubular,
    estimulando a sua secreção

** o interstício que
banha a alça de Henle é o mesmo que banha o
TC Medular. Este interstício vai se tornando
mais concentrado à medida que se aproxima da
papila renal, quando apresenta uma osmolaridade
de 1.200 mOsm/L. As células do TC respondem
à ação do Hormônio Antidiurético (ADH
ou Vasopressina). O ADH age aumentando a
permeabilidade à água neste segmento, fazendo
a célula tubular expressar mais canais luminais
de H2O. Na presença de altos níveis plasmáticos
deste hormônio, a água luminal é reabsorvida
em direção ao interstício hiperosmolar. Quando o ADH
está suprimido (em níveis mínimos), praticamente
não há reabsorção de água no TC.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

A osmolaridade urinária de uma pessoa normal

pode variar entre …

A

50 mOsm/L (ADH suprimido – urina maximamente diluída)

e

1.200 mOsm/L (ADH elevado – urina maximamente concentrada).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

As doenças renais crônicas costumam apresentar
rins com tamanho reduzido, à exceção
da

A

1) Diabetes Mellitus
2) Doença Policística
3) Amiloidose
4) Anemia falciforme
5) Esclerodermia
6) Nefropatia obstrutiva
7) Nefropatia pelo HIV

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

presença de papila necrótica ao exame
macroscópico limita o diagnóstico a cinco doenças
principais:

A

1) Diabetes Mellitus
2) Obstrução
3) Anemia Falciforme
4) Nefropatia Analgésica
5) Pielonefrite Grave

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

a presença de deformidade calicial (cicatrizes

fibróticas) quase sempre indica

A

pielonefrite crônica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Caracterize a síndrome nefrítica

A

O paciente que desenvolve síndrome nefrítica é
aquele que se queixa de urina “presa” e “vermelho-
-acastanhada”, correspondentes à oligúria e à
hematúria, e desenvolve hipertensão arterial
e edema por congestão hídrica. O sedimento
urinário mostra dismorfismo eritrocitário, piúria
e cilindros celulares (hemáticos e leucocitários),
e a urina de 24h revela proteinúria em níveis de
150 mg a 3,5 g (subnefróticos).

OBS.: hematúria é o sinal mais característico e
mais comum da síndrome nefrítica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Achados eritrocitários que indicam origem glomerular da lesão

A
  • hematúria dismórfica
  • cilindros hemáticos
  • A hematúria de origem glomerular resulta da
    migração de hemácias através de “rupturas” ou
    “fendas” que surgem nas alças capilares dos glomérulos “inflamados” – as hemácias vão do interior
    dos glomérulos para o sistema tubular, e se
    deformam ao passarem por estes poros estreitos

** Além do dismorfismo eritrocitário e da presença
de cilindros hemáticos, o sedimento urinário da
síndrome nefrítica comumente revela piúria (leucocitúria) e cilindros leucocitários, deixando
evidente a natureza inflamatória do processo… A
eliminação destes cilindros celulares na urina é
um indício importante de que a lesão renal se
localiza no parênquima renal (glomérulos ou túbulos).
No caso dos cilindros hemáticos, a localização
da injúria, até que se prove o contrário,
é glomerular.

*** Diariamente, células epiteliais que compõem
a parede da alça de Henle secretam uma
proteína conhecida como “glicoproteína de
Tamm-Horsfall”. Esta proteína segue o fluxo
urinário e acaba se depositando nos túbulos
contorcidos distais e túbulos coletores, originando
uma superfície “pegajosa” em seu
interior. Como consequência, diversas substâncias,
partículas ou mesmo células podem
se aderir a estas proteínas, moldando um
corpo cilíndrico-tubular potencialmente
“descamável”. Qualquer condição que determine
a presença de elementos celulares
(epitélio tubular, hemácias e/ou leucócitos)
no interior do sistema tubular do néfron
pode ser acompanhada pelos cilindros celulares
no exame de sedimento de urina
(EAS). Os cilindros são classificados em
função de sua composição, mas podem ser
divididos basicamente em dois tipos: os
celulares (epiteliais, hemáticos e leucocitários),
sempre patológicos, e os acelulares
(como os hialinos), que podem ser encontrados
em indivíduos normais. Os cilindros
hemáticos indicam quase sempre uma doença
glomerular ( são vistos menos frequentemente com a doença tubulointersticial), enquanto os cilindros leucocitários, apesar de serem encontrados com
frequência nas glomerulopatias, estão mais
associados às nefrites intersticiais

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

acredita-se que sejam a evolução natural de um cilindro granuloso patológico. Apresentam uma cor amarelada e um alto índice de refração, sendo facilmente visualizado na sedimentoscopia. Estes
cilindros indicam disfunção renal avançada, pois são formados apenas quando o fluxo tubular é baixo.

A

Cilindros céreos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

destacam-se por terem um diâmetro bem maior que os outros cilindros, tendo geralmente o aspecto granular ou céreo. São formados pela
dilatação dos túbulos coletores, característica da insuficiência renal avançada.
Alguns autores os denominam “cilindros da insuficiência renal crônica”.

A

Cilindros largos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

são cilindros birrefringentes que denotam a presença de
gotículas de gordura e são característicos dos estados de lipidúria, como a síndrome
nefrótica.

A

Cilindros graxos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
podem evoluir para cilindros granulosos, pela degeneração celular. A sua presença indica lesão tubular renal, como a necrose tubular aguda e as nefropatias tubulointersticiais
cilindros epiteliais
26
A necrose tubular aguda é uma causa clássica de cilindros ... , que costumam ser do tipo pigmentares. Uma pessoa normal raramente pode apresentar um ou outro – neste caso, o aspecto granular deve-se à agregação de proteínas aos cilindros hialinos.
granulosos
27
Doenças primárias do groméluro que cursam com síndrome nefrítica
``` ! Doença de Berger ! GN Membranoproliferativa (Mesangiocapilar) - GN Proliferativa Mesangial - GN por “imunocomplexos” idiopática - GN antimembrana Basal Glomerular - GN pauci-imune (ANCA positivo) ```
28
Embora possa acometer indivíduos de qualquer idade, a GNPE é tipicamente uma doença de crianças e adolescentes, ocorrendo mais frequentemente entre ... O mecanismo fisiopatogênico da GNPE envolve... os pacientes sintomáticos em geral apresentam os sinais e sintomas clássicos de uma síndrome nefrítica! A apresentação típica se faz com o início abrupto de ... acompanhada de mal-estar e sintomas gastrointestinais vagos (como dor abdominal e náuseas), e dor lombar bilateral por intumescimento da cápsula renal. O paciente refere urina “presa” e “escura”
2 e 15 anos deposição de imunocomplexos nos glomérulos do paciente, o que ativa a cascata do complemento resultando em inflamação local. hematúria macroscópica, oligúria, edema e hipertensão arterial,
29
Apesar de representar o grande protótipo das glomerulonefrites agudas, sabe-se hoje em dia que a maioria dos portadores de GNPE é na realidade assintomática V ou F
V
30
Em relação às manifestações clínicas da GNPE, a hematúria é um achado sempre presente na GNPE sendo, na maioria das vezes, macroscópica. A oligúria é detectada em até 50% dos pacientes, sendo inferior a 200 ml/dia em 15% dos casos. ``` O edema é muito comum (cerca de 2/3 dos casos) e tende a ocorrer precocemente na evolução do quadro (na maioria das vezes o paciente já tem edema quando procura o médico). Inicialmente é periorbitário e matutino, mas pode se tornar grave e evoluir para anasarca. ``` A hipertensão arterial também é comum, ocorrendo em 50-90%. Como já dito, é volume-dependente. É considerada grave em 50% e pode evoluir para encefalopatia hipertensiva em um pequeno percentual (5-10%). A congestão volêmica sintomática, levando ao edema agudo de pulmão, é outra complicação temida da GNPE. A hipercalemia pode ocorrer em alguns pacientes, pelo hipoaldosteronismo hiporreninêmico. V ou F
F a hematúria é um achado sempre presente na GNPE, porém, na maioria das vezes é apenas microscópica. Apesar de ser considerada um achado típico, a hematúria macroscópica só é observada em 30-50% dos casos.
31
A queda do complemento (C3 e CH50) constitui achado laboratorial bastante sensível (90%) para o diagnóstico de GNPE, porém é importante reconhecer que se trata de uma alteração inespecífica V ou F
F A queda do complemento (C3 e CH50) constitui achado laboratorial obrigatório para o diagnóstico, porém é importante reconhecer que se trata de uma alteração inespecífica
32
A grande utilidade da dosagem de complemento sérico na GNPE reside em ...
seu acompanhamento evolutivo: a GNPE é uma forma autolimitada de GNDA, sendo esperada a normalização do complemento em, no máximo, oito semanas (na maioria dos casos o complemento normaliza antes de duas semanas)! ``` * As demais formas de GNDA que também consomem complemento de um modo geral são glomerulopatias crônicas em que o complemento permanece reduzido por mais de oito semanas ```
33
Indicações de biópsia renal na suspeita de GNPE segundo a SBP
1) Anúria ou oligúria “importante” por mais de 72h. 2) C3 baixo que não melhora em até oito semanas. 3) Proteinúria > 50 mg/kg/24h (faixa nefrótica na criança) por mais de quatro semanas. 4) Hipertensão arterial ou hematúria macroscópica por mais de seis semanas. 5) Azotemia “acentuada” ou “prolongada”. *Indicações clássicas de biópsia renal na suspeita de GNPE 1) Oligúria por mais de uma semana. 2) Hipocomplementemia que não melhora em até oito semanas. 3) Proteinúria > 3,5 g/24h em adultos ou > 50 mg/kg/24h na criança (faixa nefrótica). 4) Evidências clínicas ou sorológicas de doença sistêmica. 5) Evidência clínica de Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva (GNRP), como anúria ou um aumento acelerado das escórias nitrogenadas. 6) Ausência de evidências laboratoriais de infecção estreptocócica. 7) Complemento sérico normal.
34
A glomerulonefrite membranoproliferativa deve ser suspeitada em um quadro inicialmente considerado GNPE caso haja ...
proteinúria na faixa nefrótica, ou persistência da hipocomplementemia por mais de oito semanas
35
Manejo da GNPE
- Repouso e Restrição Hidrossalina (fundamental) - Diuréticos de Alça - Vasodilatadores (para a hipertensão, se necessário) - Diálise (se necessário)
36
A antibioticoterapia precoce é fundamental no tto de infecções causadas por E. Pyogenes, uma vez que previne o aparecimento de GNPE V ou F
F A antibioticoterapia precoce, em um quadro de infecção estreptocócica, não previne o aparecimento de GNPE
37
Está indicado o tratamento com antibióticos | para aqueles que se apresentam com GNPE?
SIM. A antibioticoterapia não previne nem influencia o curso de uma GNPE, mas deve ser indicada em todos os portadores de GNPE que têm evidências de colonização persistente pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (ex.: cultura de pele ou orofaringe positiva no momento do diagnóstico). O objetivo não é solucionar nem melhorar o quadro agudo de glomerulite, mas sim eliminar da orofaringe (ou pele) as cepas “nefritogênicas” do estreptococo, evitando uma possível recidiva futura, além de reduzir a transmissão para contactantes suscetíveis
38
Existe, assim como na febre reumática, a | necessidade de utilizarmos antibioticoprofilaxia desenvolveram um episódio de GNPE?
NÃO. Indivíduos com história pessoal de GNPE não estão sob maior risco de desenvolver um novo episódio do que a população geral, e a GNPE, ao contrário da febre reumática, não deixa sequelas... Logo, um segundo ou terceiro episódios teriam a mesma expectativa de morbidade que o primeiro, não havendo benefício confirmado na literatura com a antibioticoprofilaxia...
39
as alterações do sedimento urinário, especialmente a hematúria microscópica e a proteinúria, persistem por no máximo 1 ano após um quadro de GNPE. Sua permanência por tempo maior indica investigação de o outras causas V ou F
F as alterações do sedimento urinário, especialmente a hematúria microscópica e a proteinúria, PODEM persistir por até 1-2 anos e 2-5 anos, respectivamente, como achados laboratoriais isolados * De uma forma geral podemos descrever a história natural da GNPE destacando o tempo máximo esperado para a reversão de cada achado: - Oligúria: até 7 dias. - HAS e hematúria macroscópica: até 6 semanas. - Hipocomplementenemia: até 8 semanas. - Hematúria microscópica: até 1-2 anos. - Proteinúria subnefrótica: até 2-5 anos (ou 7-10 anos, segundo alguns autores).
40
Infecções mais frequentemente envolvidas na GNDA não etreptocócica:
a endocardite bacteriana subaguda, as infecções supurativas crônicas (abscessos viscerais, empiemas cavitários, osteomielite), o shunt VP (Ventriculoperitoneal) infectado, pneumonia por micoplasma, a hepatite viral e a mononucleose infecciosa.
41
Se um paciente com ... for submetido à biópsia renal na fase precoce, provavelmente se encontrará a formação dos chamados Crescentes em mais de 50% dos seus glomérulos renais. Os crescentes são formações expansivas que se estabelecem no interior da cápsula de Bowman e rapidamente invadem o espaço das alças glomerulares, desestruturando toda a arquitetura do corpúsculo de Malpighi. Sabe-se hoje que eles são formados pela migração de monócitos (macrófagos) através de alças capilares intensamente lesadas para o interior da cápsula de Bowman – podemos considerar a lesão capilar glomerular o evento inicial deflagrador dos crescentes
glomerulonefrite rapidamente progressiva
42
A GNRP pode ser classificada em 3 tipos - Tipo I - Depósitos de Anticorpo Anti-MBG (10% dos casos) MBG = Membrana Basal Glomerular * Doença de Goodpasture * Glomerulonefrite Anti-MBG idiopática (GN Crescêntica Idiopática Tipo I) - Tipo II - Depósitos de Imunocomplexos (45% dos casos) Renais Primárias * Doença de Berger (Nefropatia por IgA) * GN Membranoproliferativa * GN Crescêntica Idiopática Tipo II Infecciosas/Pós-Infecciosas * GNPE * Endocardite Infecciosa * Hepatite Viral B ou C * Outros Não Infecciosas Sistêmicas * Lúpus Eritematoso Sistêmico * Púrpura de Henoch-Schönlein * Crioglobulinemia * Tumores Tipo III - Pauci-imunes (pouco ou nenhum depósito) (45% dos casos) * Granulomatose de Wegener (c-ANCA positivo) * Poliarterite Microscópica (p-ANCA positivo) * Glomerulonefrite Crescêntica Pauci-imune Idiopática (Tipo III) V ou F
V * Três exames sorológicos também auxiliam na classificação da GNRP: 1) Anticorpo anti-MBG elevado: Tipo I (GN anti-MBG, síndrome de Goodpasture). 2) C3, CH50 (complemento sérico) reduzido: Tipo II (GN por imunocomplexos). 3) ANCA positivo: Tipo III (GN pauci-imune ou relacionada a vasculites sistêmicas). ANCA é o anticorpo anticitoplasma de neutrófilo.
43
No caso da Glomerulonefrite Antimembrana Basal Glomerular, a imunofluorescência indireta demonstra um padrão ..., representando os depósitos de anticorpo na membrana basal glomerular. Nas Glomerulonefrites por Imunocomplexos, este exame revela um padrão .... Finalmente, nas Glomerulonefrites Pauci-imunes, a IFI mostra ...
LINEAR GRANULAR POUCO ou NENHUM depósito imune
44
acomete basicamente homens jovens (especialmente entre 20-30 anos), com uma relação masculino/feminino de 6:1. Está associada ao marcador genético HLA-DR2 e há nítida relação com história de tabagismo, infecção respiratória recente ou exposição a hidrocarbonetos voláteis (solventes). A hemorragia pulmonar geralmente precede a glomerulite por semanas a meses. A hemoptise é o sintoma predominante. A radiografia de tórax mostra infiltrado alveolar bilateral difuso, correspondendo à hemorragia alveolar generalizada. O diagnóstico diferencial deve ser feito com as outras causas da chamada Síndrome Pulmão-Rim (hemoptise + glomerulite), como a leptospirose e algumas vasculites sistêmicas
Síndrome de Goodpasture *O componente renal da síndrome se manifesta como uma GNRP clássica, na verdade, a de evolução mais fulminante e de pior prognóstico! A pesquisa do anti-MBG no soro é positiva em > 90% dos casos, sendo um importante método diagnóstico. Agora cuidado: cerca de 40% dos pacientes também apresentam o ANCA positivo, o que pode indicar a coexistência de uma vasculite sistêmica ** A terapia deve ser feita com Plasmaférese (troca de plasma) diária ou em dias alternados, até a negativação do anti-MBG no soro. Este é o pilar do tratamento da síndrome de Goodpasture. Juntamente com a plasmaférese, devemos acrescentar Prednisona (1 mg/ kg/dia) e um imunossupressor, que pode ser a Ciclofosfamida (2 mg/kg/dia) ou a Azatioprina (1-2 mg/kg/dia), sendo esta última usada principalmente após a remissão, na terapia de manutenção.
45
Em quais das glomerulonefrites abaixo há queda do complemento? Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica Glomerulonefrite Infecciosa não Pós-Estreptocócica* Glomerulonefrite do LES ou da Crioglobulinemia Glomerulonefrite Membranoproliferativa Glomerulonefrite da Doença de Berger Glomerulonefrite da Doença de Goodpasture (ou Glomerulonefrite Anti-MBG) Glomerulonefrite das Vasculites em geral (ou Glomerulonefrite Pauci-imune) * Alguns
- Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica: SIM (por oito semanas) - Glomerulonefrite Infecciosa não Pós-Estreptocócica: SIM - Glomerulonefrite do LES ou da Crioglobulinemia: SIM - Glomerulonefrite Membranoproliferativa: SIM - Glomerulonefrite da Doença de Berger: NÃO - Glomerulonefrite da Doença de Goodpasture: NÃO (ou Glomerulonefrite Anti-MBG) Glomerulonefrite das Vasculites em geral: NÃO (ou Glomerulonefrite Pauci-imune) * Alguns
46
A síndrome nefrótica deve ser entendida como o conjunto de sinais, sintomas e achados laboratoriais que se desenvolvem quando, por alguma razão, ocorre aumento patologicamente exagerado da permeabilidade dos glomérulos às proteínas, levando à proteinúria maciça. Define-se a proteinúria na “faixa nefrótica” como aquela superior a
3,5 g/1,73 m2/24h, o que equivale a > 3-3,5 g/24h no adulto e > 40-50 mg/kg/24h na criança.
47
A proteinúria maciça é o estigma da síndrome, e resulta nos demais achados clinicolaboratoriais da síndrome nefrótica: (
a) hipoalbuminemia; (b) edema; (c) hiperlipidemia; (d) lipidúria. * Embora não façam parte da definição da síndrome, as alterações do sedimento urinário do tipo hematúria microscópica, dismórfica e cilindros hemáticos podem ser detectadas em algumas glomerulopatias nefróticas. A função renal costuma estar relativamente preservada no momento da apresentação e geralmente não há oligúria. A hipertensão arterial é um achado variável, dependendo do tipo de glomerulopatia, não fazendo também parte da síndrome
48
Principais proteínas perdidas na síndrome | nefrótica e suas repercussões.
Albumina - Edema Antitrombina III - Hipercoagulabilidade (Trombose Venosa) TBG - Altera exames de função tireoideana Proteína fixadora do colecalciferol - Hiperparatireoidismo Secundário Transferina - Anemia hipo-micro (resistente à reposição de Ferro) Imunoglobulinas - Maior suscetibilidade às Infecções * na síndrome nefrótica a perda urinária de IgG provoca hipogamaglobulinemia, que, aliada à perda de dois fatores da via alternativa do complemento (fator B e properdina), predispõe à infecção por bactérias encapsuladas, especialmente o Streptococcus pneumoniae. Apesar de uma queda expressiva da IgG, outras imunoglobulinas (IgM, IgA) podem estar até elevadas na síndrome nefrótica
49
Em relação à hiperlipidemia, na maioria das vezes, o paciente com síndrome nefrótica desenvolve ... O mecanismo da hipercolesterolemia é ...
hipercolesterolemia, com aumento da lipoproteína LDL, a mais aterogênica de todas o aumento da síntese hepática de lipoproteínas, estimulada pela queda da pressão oncótica induzida pela hipoalbuminemia * A hipertrigliceridemia é causada muito mais pela redução do catabolismo do VLDL (perda urinária da enzima lipoproteína-lipase, que degrada o VLDL). Por razões desconhecidas, pacientes com certas formas de síndrome nefrótica não desenvolvem hiperlipidemia, como em muitos casos de lúpus eritematoso e amiloidose
50
Cite duas classes importantes de complicações da síndrome nefrótica
(1) fenômenos tromboembólicos; - especialmente das veias renais (2) infecções. * a perda de antitrombina III pela urina é o principal fator determinante da hipercoagulabilidade, mas existem outros: redução dos níveis e/ou atividade das proteínas C e S, hiperfibrinogenemia, comprometimento da fibrinólise e ainda maior agregação plaquetária.
51
As veias renais são particularmente suscetíveis, sendo obrigatória a suspeita de Trombose de Veia Renal (TVR) em todo paciente com síndrome nefrótica que desenvolva subitamente as seguintes manifestações clínicas
(a) dor nos flancos ou na virilha; (b) varicocele do lado esquerdo – lembrar que a veia testicular esquerda drena diretamente na veia renal; (c) hematúria macroscópica; (d) aumento significativo da proteinúria; (e) redução inexplicada do débito urinário; (f) edema renal, com assimetria do tamanho e/ou função dos rins (urografia).
52
A anticoagulação plena está sempre indicada em pacientes nefróticos que tiveram alguma complicação tromboembólica documentada. Porém, não há, até o momento, indicação de anticoagulação profilática V ou F
V
53
Uma infecção bastante comum em pacientes nefróticos é a... que acomete os pacientes com ascite. ... é o agente mais comum, responsável por metade dos casos, seguido ...
peritonite bacteriana espontânea, O pneumococo pela Escherichia coli.
54
As duas principais causas de síndrome nefrótica secundária a doenças sistêmicas são ...
o diabetes mellitus (glomeruloesclerose diabética) amiloidose (glomerulopatia amiloide)
55
Causas de sind nefrótica por doença primária renal
1- GLOMERULOESCLEROSE FOCAL E SEGMENTAR 25 35% (> 50% em negros) 2- GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA 25-30% 3- DOENÇA POR LESÃO MÍNIMA (DLM) 10 a 15% 4- GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA 5 a 15% 5- GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA MESANGIAL 5 a 10% Tipo Histológico Incidência em Adultos* * Em crianças a maioria dos casos é representada pela DLM 85%.
56
O curso da DLM é marcado essencialmente | por duas características básicas:
(1) períodos de “remissão” e “atividade”; | (2) a resposta dramática à corticoterapia
57
Condições associadas à DLM
Linfoma de Hodgkin (principal) Drogas - AINE (derivados do ácido propriônico)** - Ampicilina - Rifampicina - Alfainterferon **Fenoprofeno, Ibuprofeno, Naproxeno, Cetoprofeno.
58
Exaems laboratoriais nna DLM
- A proteinúria costuma ser seletiva (mais albumina). - Não há consumo de Complemento. - Pode haver hematúria microscópica em até 20% dos casos. - Os níveis de IgG costumam estar bastante reduzidos, mas os de IgM, aumentados. - O EAS não revela sinais de glomerulite
59
Em 85-95% das crianças com DLM idiopática (e 75-85% dos adultos), observa-se melhora da proteinúria nas primeiras semanas após o início da corticoterapia. Se a proteinúria persistir por mais de ... semanas, em crianças, o paciente é classificado como “resistente aos corticoides”. Um adulto será considerado “resistente aos corticoides” somente se a proteinúria não remitir após ... semanas de tratamento (é esperado que a resposta à corticoterapia em adultos seja comparativamente mais tardia)... Nos casos ditos “resistentes”, em crianças, a biópsia renal estará indicada, e com frequência revela um padrão de GEFS ou proliferação mesangial.
oito 16
60
embora possa surgir em qualquer faixa etária (incluindo crianças), a maioria dos pacientes tem entre 25-35 anos de idade. Nas últimas décadas sua incidência vem aumentando em todas as raças e, hoje, no Brasil, ela representa a principal forma de síndrome nefrótica primária em adultos (independentemente da raça)! MAS ATENÇÃO: referências internacionais afirmam que, nos EUA, a glomerulopatia membranosa representa a forma mais comum de síndrome nefrótica primária em brancos, sendo a GEFSi a forma mais comum somente em negros e hispânicos
Glomeruloesclerose focal segmentar primária
61
Na GEFS a proteinúria é do tipo ...
Não seletiva
62
Na GESF idiopática o nível de complemento está ...
normal
63
Os ... são drogas capazes de reduzir em até 40% a proteinúria dos pacientes com GEFS, reduzindo assim a progressão para falência renal crônica.
Inibidores da ECA * Ao inibir o efeito constrictor da angiotensina II na arteríola eferente, o IECA reduz a pressão de filtração glomerular, diminuindo a proteinúria e o efeito “esclerosante” da hiperfiltração. Os Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA) apresentam efeito semelhante ao IECA na proteinúria, servindo como alternativa nos casos de intolerância aos IECA. ** Segundo estudos recentes, o uso de Estatinas nos pacientes nefróticos com hipercolesterolemia também contribui para frear a perda da função renal, além de reduzir o risco cardiovascular global
64
caracteriza-se, como o nome revela, pela proliferação celular no mesângio dos glomérulos, e representa cerca de 5-10% de todas as causas de síndrome nefrótica idiopática. O comprometimento glomerular é quase sempre uniforme, apesar de haver alguma acentuação segmentar de hipercelularidade. Na forma idiopática, a proliferação mesangial está associada a depósitos esparsos de IgM e C3, ao contrário das glomerulites mesangiais secundárias (LES, pós-infecciosas), em que predominam os depósitos de IgG e C3. Apesar disso, os níveis séricos de complemento estão quase sempre normais Pode ser IDIOPÁTICA, secundária a LES, Vasculites Crioglobulinemia essencial, Endocardite infecciosa Esquistossomose, HIV
Glomerulonefrite proliferativa mesangial
65
GN mesangial é a causa mais comum de proteinúria isolada (proteinúria com o restante do sedimento urinário normal), correspondendo a 10-40% dos casos V ou F
F GN mesangial é a causa mais comum de proteinúria isolada (proteinúria com o restante do sedimento urinário normal), correspondendo a 30-70% dos casos
66
No Brasil, a ... atualmente é a segunda forma mais comum de síndrome nefrótica primária em adultos. A alteração histopatológica que caracteriza esta condição é o espessamento da Membrana Basal Glomerular (MBG), na ausência de proliferação celular. Ao contrário da esclerose focal, a GM apresenta comprometimento uniforme dos glomérulos (padrão difuso e homogêneo).
Glomerulopatia Membranosa idiopática (GMi)
67
Causa infecciosa mais associada à glomerulopatia membranosa
Hepatite B * outras: - Hanseníase - Sífilis - Esquistossomose - Malária por P. malariae - Outras: hepatite C, filariose, hidatidose
68
Medicação mais associada à glomerulopatia membranosa
Captopril * outras: - Sais de ouro - D-penicilamina - Fenoprofeno
69
MO: Espessamento difuso das alças capilares, sem qualquer hipercelularidade. MIF: Depósitos imunes de IgG e C3 ao longo da superfície subepitelial de todas as alças capilares glomerulares, determinando um padrão GRANULAR difuso. ME: Depósitos eletrondensos em uma disposição exclusivamente subepitelial, com apagamento dos processos podocitários sobrejacentes. Esses achados indicam
glomerulopatia membranosa
70
A ... na verdade não representa uma doença específica, mas sim um padrão característico de lesão glomerular, que pode ocorrer de forma primária ou idiopática, ou complicar o curso de diversas doenças sistêmicas (formas secundárias). Independente da origem, todas exibem um denominador em comum: um grande aumento da celularidade mesangial (proliferação mesangial), com intensa proeminência destas células por entre as alças capilares e o epitélio visceral (podócitos). Esta interposição confere o aspecto mais característico dessa patologia: a observação, à luz da microscopia óptica, de um espessamento em “duplo-contorno” da parede capilar glomerular
Glomerulonefrite Membranoproliferativa | (GNMP), também conhecida como Mesangiocapilar,
71
A GNMP primária está classicamente associada a uma síndrome ... que cursa com hipocomplementemia persistente e atinge crianças e adultos jovens. Isso a torna um dos mais importantes diagnósticos diferenciais da...
“mista” (elementos nefríticos e nefróticos) GNPE (GN pós-estreptocócica).
72
Autores modernos têm ressaltado que, através da análise por imunofluorescência da biópsia renal, podemos dividir a GNMP em causas associadas à deposição de imunocomplexos (imunoglobulinas + complemento), que geram os subtipos I e III de lesão, e causas associadas à deposição de complemento (com pouca ou nenhuma imunoglobulina), que geram GNMP tipo II. Neste último caso é comum a detecção, no soro do paciente, do chamado ...
fator nefrítico C3 – um autoanticorpo anti-C3 convertase * O anti-C3 convertase “estabiliza” a C3 convertase, aumentando sua meia-vida, o que promove a geração sustentada e exagerada de “fragmentos” do C3 (anafilotoxinas). A consequência final é uma HIPERATIVAÇÃO do complemento, com deposição de seus produtos nos glomérulos renais, induzindo inflamação
73
Não devemos esquecer que a GNMP, junto com a GM e a amiloidose, é uma das formas de síndrome nefrótica mais associadas à ...
trombose de veia renal
74
Em relação aos exames complementares na GNMP, chama a atenção a frequente associação de... É característico o complemento ..., que, ao contrário da GNPE, persiste por .... Nos pacientes com GNMP tipo II pode-se detectar o autoanticorpo ...
hematúria e proteinúria (esta última nefrótica em mais da metade dos casos) baixo mais de oito semanas “fator nefrítico C3” (anti-C3 convertase).
75
É importante frisar que, antes de se pensar no tratamento imunossupressor para GNMP, é mandatória a investigação de uma CAUSA SECUNDÁRIA, em especial quando a GNMP é do tipo I!! Deve- se sempre buscar o diagnóstico de hepatite ...
C crônica
76
Dentre as cinco formas de síndrome | nefrótica primária, quais apresentam queda do complemento?
glomerulonefrite membranoproliferativa
77
É a mais frequente entre todas as patologias glomerulares primárias, sendo responsável pela maior parte dos casos de hematúria macroscópica recorrente de origem glomerular. Na maioria das vezes, o início dos sintomas ocorre entre 10-40 anos, e há predominância no sexo masculino (2:1) e em indivíduos de origem asiática. Ou seja, a doença deve sempre ser considerada em homens jovens com hematúria recorrente pode ser considerada uma forma monossintomática (restrita aos rins) da condição sistêmica conhecida como púrpura de Henoch-Schönlein (uma forma de vasculite leucocitoclástica). A nefrite lúpica classe II (nefrite mesangial) é a única outra doença glomerular que cursa com intensa deposição de IgA no mesângio, embora possa ser diferenciada da doença em questão pela presença de consumo do complemento
doença de berger (nefropatia por IgA)
78
Principais condições associadas à deposição de IgA no mesângio.
- Cirrose Hepática depósitos de IgA podem ser encontrados no mesângio de até 1/3 dos pacientes cirróticos. Uma explicação proposta seria a redução da depuração hepática desta imunoglobulina. - Doença Celíaca (DC) e Dermatite Herpetiforme (DH) os pacientes com enteropatia pelo glúten apresentam depósitos mesangiais de IgA em 1/3 dos casos. A DH está estatisticamente doença herpetiforme associada à DC. Infecção pelo HIV apesar de ser a GEF colapsante a principal lesão glomerular do HIV, não são raros os casos de nefropatia mesangial por IgA em tais pacientes.
79
É uma causa rara (mas de prognóstico reservado) de hematúria assintomática em crianças. Trata-se de uma doença genética heterogênea, geralmente ligada ao X (mas às vezes autossômica), que pode ter caráter recessivo ou dominante, dependendo da mutação específica... O resultado final é sempre um grave defeito no colágeno tipo IV – um importante constituinte da membrana basal glomerular, presente também em outros órgãos. Esta doença, apesar de rara na prática, é comum nos concursos de residência médica (Prova de Pediatria). Produz uma síndrome clínica multissistêmica, caracterizada por surdez neurossensorial, anormalidades oftalmológicas, hematúria glomerular e insuficiência renal progressiva.
Malde Alport
80
Definimos proteinúria como níveis superiores a ... na urina de 24h. Uma proteinúria > ... já pode ser detectada no EAS (ou Urina Tipo I), pelo método colorimétrico semiquantitativo da fita (dipstick). No EAS, a albumina é a proteína mais detectada; outras proteínas, como a proteína de Bence-Jones (cadeia leve da imunoglobulina), presente no mieloma múltiplo, não aparecem no método da fita (dipstick). Exames falso-positivos podem ocorrer em urinas ... ou com pH > 7,0, com a presença de hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria ou uso de certos fármacos, como radiocontraste iodado. Exames falso-negativos ocorrem em urinas ...
150 mg 300 mg/dia hiperconcentradas (densidade > 1.025), hiperdiluídas (densidade < 1.006).
81
A caus mais comum de proteinúria isolada em adultos | jovens é a ...
proteinúria ortostática
82
Deve-se sempre ter em mente que um quadro de proteinúria isolada persistente pode estar, na verdade, representando a fase inicial de um processo mais amplo. Em cerca de 30-70% dos casos, o achado na biópsia é o de uma GN Proliferativa Mesangial; em 20% dos casos, uma GEFS. Outras formas de glomerulopatia, como a GMi, a Nefropatia Diabética e a Amiloidose, também podem se manifestar inicialmente com proteinúria isolada. Independente das suspeitas, em pacientes com proteinúria persistente fixa, menor que 2 g/24h, não acompanhada por hematúria, estigmas de doença sistêmica ou mesmo alterações da função renal, não existe indicação para a realização de biópsia. V ou F
V
83
Esta entidade é a causa mais comum de insuficiência renal aguda intrínseca em crianças pequenas. Na maioria das vezes o quadro se inicia em cerca de três dias após um episódio de gastroenterite invasiva, com diarreia sanguinolenta, sendo o agente etiológico mais comum a bactéria Escherichia coli sorotipo O157:H7. Este germe produz uma toxina chamada verotoxina, capaz de desencadear a síndrome. Também se associa às infecções por Shigella e, menos comumente, outros patógenos (ex.: pneumococo, vírus), podendo ainda ser desencadeada por medicamentos e doenças sistêmicas ``` Na prática, o diagnóstico costuma ser estabelecido pelo reconhecimento da tríade clássica: 1- Insuficiência renal aguda oligúrica; 2- Trombocitopenia; 3- Anemia hemolítica microangiopática ```
Síndrome hemolítico urêmica
84
Na forma mais comum de SHU, isto é, a forma pós-disentérica, o uso de antimicrobianos para erradicar a infecção intestinal é fundamental para o controle da síndrome V ou F
F Na forma mais comum de SHU, isto é, a forma pós-disentérica, o uso de antimicrobianos para erradicar a infecção intestinal é CONTRAINDICADO, pois a morte das bactérias no intestino pode aumentar a liberação de verotoxina, agravando as lesões microvasculares do glomérulo
85
Sempre que na prova de residência for apresentado um quadro de insulto glomerular grave, que se manifesta com insuficiência renal e uma mistura de componentes nefríticos e nefróticos, temos que pensar no padrão histopatológico conhecido como ... é uma glomerulopatia que cursa com consumo importante do complemento, em geral da fração C3. Lembre-se, inclusive, de que ela é o principal diagnóstico diferencial da GNPE (GN Pós-Estreptocócica) Grande parte dos casos em adultos é classificada como “secundária”, isto é, existe uma doença não renal subjacente. Em quase 100% das vezes essa doença será a hepatite C crônica. Portadores de hepatite C crônica que desenvolvem glomerulopatia secundária geralmente possuem uma alteração sorológica clássica: a crioglobulinemia mista, São justamente os imunocomplexos contendo crioglobulinas que se depositam nos glomérulos e desencadeiam o processo inflamatório local A cura da hepatite C tem o potencial de interromper a produção de crioglobulinas e, por conseguinte, finalizar a agressão glomerular inflamatória
glomerulonefrite membranoproliferativa (também chamada por alguns de GN mesangiocapilar, uma vez que as células mesangiais ativadas emitem prolongamentos em torno das alças capilares que se interpõem entre a face externa dessas alças e a membrana basal, dando a impressão de um “duplo contorno” da membrana basal no exame de microscopia óptica).
86
Em que situações devemos suspeitar de doença | tubulointersticial?
Sempre que o quadro clínico for dominado por distúrbios da concen- tração urinária (poliúria, isostenúria) e do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico (hipocalemia, acidose metabólica hiperclorêmica), sugerindo comprometimento desproporcional das funções tubulares em relação às glomerulares.
87
Principais causas de IRA em pacientes hospitalizados
1- Pré-renal (hipofluxo) – 55-60%; 2- NTA (Necrose Tubular Aguda) – 35-40%; 3- Pós-renal (obstrutiva) – 5-10%. * Analisando especificamente a população de doentes críticos (isto é, aqueles internados no CTI), observa-se uma proporção diferente, com a NTA sendo responsável por 50% dos casos de insuficiência renal aguda, seguida pela pré-renal (35%) e pós-renal (10%).
88
Principais causas de NTA
1- Choque ou hipotensão arterial prolongada. 2- Sepse. 3- SIRS (ex.: pancreatite aguda, grande queimado). 4- Pós-operatório, principalmente de: - Cirurgia cardíaca; - Ressecção de aneurisma de aorta abdominal; - Cirurgia hepatobiliar. 5- Medicamentos Nefrotóxicos: - Aminoglicosídeos; - Anfotericina B; - Foscarnet; - Pentamidina; - Contraste iodado; - Ciclosporina; - Cisplatina, ifosfamida. 6- Pigmentos Nefrotóxicos: - Mioglobina (rabdomiólise); - Hemoglobina (hemólise intravascular: reação transfusional, malária falciparum). 7- Venenos: - Etilenoglicol; - Paraquat; - Veneno de cobra ou aranha.
89
A NTA associada aos aminoglicosídeos geralmente surge após 2 semanas do seu uso, já tendo sido provado que a administração em dose única diária se relaciona a uma menor toxicidade renal do que doses múltiplas, sem comprometer o potencial bactericida. A toxidade desses antibióticos é maior no túbulo proximal. V ou F
V * O prejuízo à reabsorção proximal de sódio aumenta o aporte deste eletrólito ao néfron distal. Como resultado, há maior excreção renal de potássio, já que o K+ é secretado no néfron distal em troca do Na+ reabsorvido. A porção ascendente espessa da alça de Henle é o segundo segmento mais afetado, justificando o defeito na concentração urinária e a perda urinária de magnésio (segmento tubular encarregado da reabsorção de Mg+). O resultado é que tanto a hipocalemia quanto a hipomagnesemia são tipicamente encontradas.
90
A ocorrência de NTA é quase inevitável quando a dose cumulativa da anfotericina B ultrapassa ... sendo também frequente com doses menores. É comum encontrarmos hipocalemia, hipomagnesemia, diabetes insipidus nefrogênico e acidose tubular renal tipo I, pelo refluxo de íons H+ no néfron distal. Pode ocorrer ainda hipofosfatemia e hipocalcemia
1 g
91
A insuficiência renal aguda por Contraste Iodado costuma ter início ... após sua administração, com pico de elevação das escórias nitrogenadas entre 3-5 dias e recuperação em aproximadamente ...
24-48h uma semana
92
Como diferenciar a IRA pré renal da NTA
A insuficiência pré-renal é um estado reversível de hipofluxo renal, instalado de imediato sempre que a pressão de perfusão média cai abaixo de 80 mmHg. O padrão-ouro nesta diferenciação é o retorno do débito urinário após a “prova de volume”, feita geralmente com pelo menos 1.000 ml de cristaloide (soro fisiológico). As escórias nitrogenadas começam a cair nos próximos dias, voltando ao normal se a volemia for restaurada. Em caso de NTA oligúrica, não haverá resposta significativa e consistente à prova de volume. * Na IRA, a urina é caracteristicamente pobre em sódio e bastante concentrada (pobre em água). Já na NTA, o prejuízo à reabsorção determina uma urina rica em sódio e ao mesmo tempo diluída, ou seja, rica em água (é como se a NTA “desligasse” os túbulos renais).
93
Que alterações no EAS a NTA causa? E o que mostra a bioquímica urinária na NTA?
- É frequente o encontro de uma urina com densidade < 1.015 (diluída) e presença de cilindros epiteliais e granulosos pigmentares (em 70-80% dos casos). Hematúria, piúria, cilindros hemáticos ou piocitários sugerem outra causa de lesão renal intrínseca, como glomerulonefrite ou nefrite intersticial aguda. - Com poucas exceções, a urina na NTA apresenta concentração de sódio elevada (> 40 mEq/l), baixa osmolaridade (< 350 mOsm/l) e, fundamentalmente, uma fração excretória de sódio aumentada (FENa > 1%).
94
Descreva o tto específico da NTA
Não há tratamento específico comprovadamente eficaz contra a Necrose Tubular Aguda (NTA)
95
A Necrose Cortical Aguda (NCA) é fruto de uma injúria renal gravíssima, em geral num contexto de sepse e complicações obstétricas. É bem mais rara, e tem pior prognóstico que a NTA... As principais complicações obstétricas causadoras de NCA são:
- Descolamento prematuro de placenta; - Placenta prévia; - Embolia amniótica; - Síndrome HELLP; - Aborto séptico.
96
Pelo menos dois dos abaixo (surgindo três dias antes ou até sete dias depois do início da QT): - Ácido úrico sérico ≥ 8 mg/dl ou aumento ≥ 25% em relação ao basal; - Potássio sérico ≥ 6 mEq/L ou aumento ≥ 25% em relação ao basal; - Fósforo sérico ≥ 6,5 mg/dl (crianças) ou ≥ 4,5 mg/dl (adultos) ou aumento ≥ 25% em relação ao basal; - Cálcio sérico ≤ 7 mg/dl ou queda ≥ 25% em relação ao basal. CRITÉRIOS CLÍNICOS - Satisfazer o critério laboratorial. - Apresentar pelo menos um dos seguintes (na ausência de outra etiologia provável): • Creatinina plasmática > 1,5x o limite superior da normalidade; • Arritmia cardíaca (ou episódio de morte súbita abortada); • Crise convulsiva. A qual entidade clínica esses critérios diagnósticos se refere?
critérios de Cairo-Bishop Diagnóstico da síndrome da lise tumoral
97
Principal causa de nefrite intersticial aguda
Farmacoinduzida Destaque para: - penicilina, ampicilina - cefalotina - clotrimazol, sulfametoxazol - rifampcina - AINEs (fenoprofeno, ibuprofeno, naproxeno) - Fenitoína - Tiazídicos - Alopurinol - Cimetidina
98
1- Qual é o quadro clínico da NIA? 2- Por que oligúria? 3- O que chama a atenção para o diagnóstico de NIA? 4- Quais são os achados laborato- riais característicos? 5- Como está a USG renal? 6- Qual é o exame “padrão-ouro” para o diagnóstico de NIA? 7- Se for necessário um diurético no paciente com suspeita de NIA por sulfa, qual deve ser prescrito?
1- IRA oligúrica. 2- Compressão tubular pelo edema intersticial. 3- Desenvolvimento aparentemente inexplicado de IRA + introdução recente de medicamentos sabidamente associados a esta complicação. 4- Piúria à custa de eosinófilos (na forma medicamentosa). Cilindros leucocitários no EAS. FeNa > 1%. 5- Costuma haver discreto aumento do tamanho renal e da ecogenicidade do córtex. 6- Biópsia renal. 7- Deve-se prescrever um não sulfonamídico, como o áci- do etacrínico
99
Além do risco de desenvolvimento de nefro- | patia, os indivíduos que fazem uso crônico e exagerado de analgésicos também estão sob risco aumentado de...
carcinoma urotelial (ex.: Ca de bexiga e de pelve renal) – os metabólitos tóxicos da fenacetina também podem lesar as células do epitélio de transição.
100
Eaxem completamentar para diagnóstico de necrose de papila
Urografia excretora
101
A cistinúria é uma condição patológica que se caracteriza pela perda urinária não só de cisti- na, mas de todos os aminoácidos básicos – a cistinúria é a aminoacidúria básica. As perdas urinárias da lisina, ornitina e argini- na são virtualmente assintomáticas; entretanto, no caso da cistina, em função da sua menor solubilidade, pode haver... A suspeita pode vir pelo EAS, que evidencia...
precipitação renal e formação de cálculos os cristais hexagonais típicos, mas a confirmação só pode ser feita pela documentação direta da excreção total de cistina * O tratamento consiste na profilaxia da nefrolitíase, com me- didas para evitar a precipitação de cistina: (1) aumento da ingesta hídrica; (2) alcalinização da urina, que aumenta sua solubilidade na urina; e (3) abstinência de metionina, seu precursor. Quando as medidas conservadoras falham, está recomendada a D-penicilamina, que se liga à cistina num composto muito mais solúvel, fazendo a excreção de cistina aumentar sem precipitação. Infelizmente, a D-penicilamina tem muitos efeitos colaterais.
102
A cistinúria é uma condição patológica que se caracteriza pela perda urinária não só de cisti- na, mas de todos os aminoácidos básicos – a cistinúria é a aminoacidúria básica. As perdas urinárias da lisina, ornitina e argini- na são virtualmente assintomáticas; entretanto, no caso da cistina, em função da sua menor solubilidade, pode haver... A suspeita pode vir pelo EAS, que evidencia...
precipitação renal e formação de cálculos os cristais hexagonais típicos, mas a confirmação só pode ser feita pela documentação direta da excreção total de cistina * O tratamento consiste na profilaxia da nefrolitíase, com me- didas para evitar a precipitação de cistina: (1) aumento da ingesta hídrica; (2) alcalinização da urina, que aumenta sua solubilidade na urina; e (3) abstinência de metionina, seu precursor. Quando as medidas conservadoras falham, está recomendada a D-penicilamina, que se liga à cistina num composto muito mais solúvel, fazendo a excreção de cistina aumentar sem precipitação. Infelizmente, a D-penicilamina tem muitos efeitos colaterais.
103
O triptofano é um dos precursores da... A deficiência de... é a causa da... . Assim, as características clínicas da doença de Hartnup (aminoacidúria neutra) são virtualmen- te idênticas às da doença supracitada, embora sejam intermitentes e menos intensas: os sinais e sinto- mas se manifestam em “ataques”, caracterizados por um rash crostoso avermelhado, exacerbado pela exposição ao sol, e que pode se associar a ataxia cerebelar, distúrbios psiquiátricos e diarreia. Frequentemente, estes “ata- ques” se iniciam após inadequação dietética
niacina (termo utilizado em referência ao ácido nicotínico e à nicotinamida). niacina, também conhecida como vitamina B3, pelagra
104
O ânion-gap estará elevado sempre que se acumular no plasma um... São exemplos:...
ânion “novo”, que não o cloreto e o bicarbonato lactato (acidose lática), cetoânions (ce- toacidose) e uremia grave (sulfato).
105
O ânion-gap estará elevado sempre que se acumular no plasma um... São exemplos:...
ânion “novo”, que não o cloreto e o bicarbonato lactato (acidose lática), cetoânions (ce- toacidose) e uremia grave (sulfato).
106
Todas as acidoses tubulares renais são, em relação ao cloro, ... e possuem o ânion-gap...
hiperclorêmicas (aumento do cloreto sérico) normal
107
se caracteriza por um defeito no néfron proximal em reabsorver o bicarbonato filtrado. Como o néfron distal normalmente reabsorve muito pouco bicarbonato, ele se perde na urina (bicarbonatúria). À medida em que o bicarbonato vai sendo perdido na urina, desenvolve-se uma acidose metabólica (queda dos níveis de bicarbonato no sangue < 22 mEq/l, propiciando a redução do pH). O néfron proximal não deixa de reabsorver totalmente o bicarbonato, pois, neste caso, o paciente morreria rapidamente de acidose! Há uma queda parcial na reabsorção desta base. No rim normal, todo o bicarbonato filtrado é reabsorvido até uma concentração plasmática em torno de 28 mEq/l (“Limiar de Bicarbonato”). Nessa doença, este limiar cai para 15-20 mEq/l, o que signi- fica que haverá bicarbonatúria (e, portanto, perda urinária de bicarbonato) até que os níveis plasmáticos se estabilizem entre 15-20 mEq/l (acidose metabólica). Nas fases iniciais do processo patológico, a bicarbonatúria determina a formação de uma urina alcalina; porém, assim que se desenvolve a acidose metabólica, a perda urinária de bicarbonato cessa, justificando uma urina fisiologicamente ácida (como em qualquer acidose). Por essa razão, ao contrário do que se poderia esperar (em função da etiopatoge-nia), a urina quando essa doença está plenamente desenvolvida, é ácida, pobre em bicarbonato. O aporte excessivo de bicarbonato ao néfron distal acaba resultando na secreção excessiva de potássio e hipocalemia.
Acidose Tubular Renal (ATR) tipo II,
108
O que é o teste do bicarbonato e para que ele serve?
O Teste do Bicarbonato é usado para diferenciar ATR tipo I da ATR tipo II. Consiste na administração de NaHCO3 (bicarbonato de sódio) venoso para normalizar os níveisplasmáticos de bicarbonato. Apenas na ATR tipo II haverá uma bicarbonatúria importante (ex- creção superior a 15% do bicarbonato filtrado). Para isso, calcula-se a fração excretória de bicarbonato (FEHCO3)*. Na impossibilidade de se calcular a FEHCO3, observa-se apenas a variação do pH urinário: após a adminis- tração de NaHCO3, o pH urinário eleva-se acima de 7,0.
109
Como tratar a ATR tipo II
O tratamento deve ser a reposição de bases, com a preferência para o citrato de potássio, pois o citrato é convertido em bicarbonato no hepatócito e é mais palatável que o bicarbonato. A dose deve ser alta (10 mEq/kg/dia), já que boa parte do bicarbonato formado será perdido na urina. Deve-se tomar muito cuidado com a reposição de bases, em função da possibilidade do agra- vamento das perdas de potássio
110
Como a acidose tubular renal tipo II pode ser secundária (ver quadro adiante), deve-se sempre investigar uma possível condição de base, ou mesmo o uso de determinadas substâncias. Na imensa maioria das vezes, entretanto, ela ocorre associada a...
um distúrbio geral do néfron proximal, ou seja, como parte da síndrome de Fanconi. * causas de ATR II Hereditárias: 1- Cistinose; 2- Doença de Wilson; 3- Intolerância à frutose. ``` Adquiridas: 1- Idiopática da criança (transitória); 2- Diuréticos inibidores da anidrase carbônica(acetazolamida); 3- Mieloma múltiplo / outras disproteinemias; 4- Amiloidose; 5- Intoxicação por chumbo. ```
111
Como a acidose tubular renal tipo II pode ser secundária (ver quadro adiante), deve-se sempre investigar uma possível condição de base, ou mesmo o uso de determinadas substâncias. Na imensa maioria das vezes, entretanto, ela ocorre associada a...
um distúrbio geral do néfron proximal, ou seja, como parte da síndrome de Fanconi. * causas de ATR II Hereditárias: 1- Cistinose; 2- Doença de Wilson; 3- Intolerância à frutose. ``` Adquiridas: 1- Idiopática da criança (transitória); 2- Diuréticos inibidores da anidrase carbônica(acetazolamida); 3- Mieloma múltiplo / outras disproteinemias; 4- Amiloidose; 5- Intoxicação por chumbo. ```
112
traduz um distúrbio generalizado das funções reabsortivas do né- fron proximal, normalmente se caracterizando pela presença simultânea de glicosúria, ami- noacidúria, bicarbonatúria (acidose tubular renal tipo II), fosfatúria e uricosúria (perda urinária de ácido úrico). Também faz parte da síndrome uma deficiência relativa de calcitriol (1,25 vitamina D) – níveis séricos normais ou discretamente baixos na vigência de hipofosfatemia. Uma leve proteinú- ria de baixo peso molecular pode estar presen- te em alguns casos. As alterações clínicas mais importantes estão relacionadas ao metabolismo do cálcio/fosfato, fazendo com que esta síndrome se manifeste principalmente por um quadro de doença óssea (raquitismo em crianças e osteomalácea em adultos), associado a sintomas como anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza muscular, poliúria e polidipsia.
Síndrome de Fanconi
113
``` Em adultos (forma adquirida) com síndrome de Fanconi, deve-se sus- peitar em primeiro lugar... ```
das discrasias plasmocitárias, em especial o mieloma múltiplo, tornando a eletroforese do soro e da urina de fundamental importância diagnóstica * Outras causas importantes da síndrome de Fan- coni são a doença de Wilson e a intoxicação por metais pesados, em especial o saturnismo (intoxicação por chumbo). Em crianças (forma hereditária), a principal etiologia é a cistinose (não confundir com cistinúria).
114
A deficiência da reabsorção pelo ramo ascen- dente espesso da alça de Henle ocorre em duas clássicas situações:
(a) tratamento com diuréticos de alça; | (b) síndrome de Bartter.
115
A deficiência da reabsorção pelo ramo ascen- dente espesso da alça de Henle ocorre em duas clássicas situações:
(a) tratamento com diuréticos de alça; | (b) síndrome de Bartter.
116
é uma disfun- ção hereditária (autossômica recessiva) da porção ascendente espessa da alça de Henle. Apresenta-se em crianças menores de seis anos e seus achados típicos são o (1) retardo do crescimento; (2) poliúria e polidipsia; (3) alcalose metabólica; (4) hipocalemia; e (5) hipercalciúria e hipocalcemia. Os pacientes geralmente são normotensos. A suspeita clí- nica vem do encontro de uma criança com atraso no crescimento, fraqueza muscular, cãibras, poliúria e noctúria. A hipocalemia grave é o que mais chama atenção nos exames. Este distúrbio não é corrigido pela reposição de KCl
Síndrome de Bartter
117
distúrbio hereditário do túbulo contorcido distal, o segmento que se segue à alça de Henle. Trata-se de uma disfunção hereditária do carreador Na-Cl, ou “NCC” (o mesmo inibido pelos diuréticos tiazídicos), apresentando-se em crianças acima de seis anos ou em adolescentes. Estes pacientes manifestam-se apenas com alcalose metabólica e hipocalemia de causa obscura. Ao contrário da síndrome de Bartter, a excreção de cálcio está diminuída (hipocalciúria), porém, a excreção de magnésio encontra-se bastante aumentada (hipermagnesiúria e hipomagnesemia). Também há perda fecal de magnésio, pelo prejuízo na absorção intestinal deste eletrólito. Os sintomas são decorrentes da tríade hipocalemia-hipomagnesemia-alcalose (cãibras, parestesias, tetania). O tratamento deve ser a reposição de potássio e magnésio
Síndrome de Gitelman
118
É uma síndrome que se caracteriza pela incapacidade das células tubulares do néfron distal em secretar íons H+ para a urina, ou seja, um prejuízo direto da acidificação urinária. A secreção de H+ ocorre no túbulo coletor cortical, em um tipo de célula chamada “intercalada”, que se encontra lado a lado à célula “principal” – aquela que reabsorve Na+ e secreta K+ em resposta à aldosterona. Quando este hormônio faz a célula “principal” reabsorver Na+, criase uma eletronegatividade no lúmen tubular. O resultado é a secreção de K+ (pela própria célula “principal”) e de H+ (pela célula “intercalada”). Para cada Na+ reabsorvido, será secretado um K+ ou um H+. Em outras palavras, a força motriz para a secreção de H+ no néfron distal é a reabsorção de Na+ na célula “principal”. Na medida em que o H+ vai sendo secretado, sua concentração aumenta no lúmen tubular, até que o pH urinário caia para 4,50 (acidificação urinária máxima). Para que o H+ saia do citoplasma da célula “intercalada” e ganhe o lúmen tubular, precisa vencer um enorme gradiente de concentração (o lúmen tem 100 a 1.000 vezes mais H+ do que a célula). Esta tarefa é executada pela H+-ATPase, presente na membrana luminal da célula “intercalada”. Sem esta enzima, o H+ não consegue ser secretado, e a urina não pode ser acidificada! Na doença em questão, há um defeito na H+-ATPase das células “intercaladas” do néfron distal. A acidificação urinária está diretamente prejudicada. O pH urinário não consegue ficar abaixo de 5,30 (mesmo na vigência de uma acidose metabólica grave).
Acidose Tubular Renal Tipo I * retenção deste H+ consome o bicarbonato plasmático, levando à acidose metabólica. Tal como ocorre com qualquer acidose tubular renal, para compensar a queda de um ânion plasmático (o bicarbonato), o cloreto é retido – acidose hiperclorêmica, com ânion-gap normal. A excreção de NH4 + está prejudicada, pois há pouco H+ para se ligar ao NH3 luminal, que então é reabsorvido. Com pouco NH4 + na urina, o ânion-gap urinário tenderá a positivo ou neutro ** ATR tipo I é uma acidose metabólica hiperclorêmica e hipocalêmica (como a ATR tipo II)
119
A ATR tipo I apresenta enorme associação com ... A acidose crônica aumenta a liberação de ... (como forma de tamponamento), aumentando a excreção renal desses dois eletrólitos.
nefrolitíase e nefrocalcinose cálcio e fosfato do osso * A hipercalciúria e a hiperfosfatúria são exacerbadas pela inibição da reabsorção desses íons, por razões desconhecidas ** Um fator que contribui muito para a precipitação de fosfato de cálcio é a queda do citrato urinário (hipocitratúria), causada pelo aumento da reabsorção de citrato no túbulo proximal, estimulada pela acidemia. O citrato se liga ao cálcio urinário, funcionando como um agente protetor contra a litíase e a nefrocalcinose. TTO é feito com citrato de potássio em baixas doses ou bicarbonato de sódio
120
As principais causas de ATR tipo I são: ``` Hereditárias: 1- Forma hereditária da criança; 2- Doença de Wilson. Adquiridas: 1- Idiopática da criança; 2- Síndrome de Angelman; 3- Artrite reumatoide; 4- Hipercalciúria idiopática (nefrocalcinose); 5- Hiperparatireoidismo primário (nefrocalcinose); 6- Sarcoidose (nefrocalcinose); 7- Voricnazol; 8- Sais de lítio; 9- Depleção volêmica grave; 10- Exposição ao benzeno (cola de sapateiro). ``` V ou F
``` Hereditárias: 1- Forma hereditária da criança; 2- Doença de Wilson. Adquiridas: 1- Idiopática da criança; 2- Síndrome de Sjögren; 3- Artrite reumatoide; 4- Hipercalciúria idiopática (nefrocalcinose); 5- Hiperparatireoidismo primário (nefrocalcinose); 6- Sarcoidose (nefrocalcinose); 7- Anfotericina B; 8- Sais de lítio; 9- Depleção volêmica grave; 10- Exposição ao tolueno (cola de sapateiro). ``` ** Em adultos, o destaque é para a síndrome de Sjögren (uma colagenose), a artrite reumatoide e a nefrocalcinose
121
é, na verdade, uma síndrome que surge sempre que a aldosterona não consegue atuar normalmente no néfron distal (no túbulo coletor cortical), seja pela queda de seus níveis plasmáticos, seja pela resistência tubular à sua ação.
Acidose tubular renal distal (tipo IV)
122
Causas de hipoaldosteronismo hiperreninêmico
- Doença de Adisson (insuficiência adrenal) - Uso de IECA - pseudohipoaldosteronismo (Lesão do túbulo coletor cortical, onde estão os receptores da aldosterona; ou uma forma genética de lesão, caracterizada por um distúrbio dos receptores para aldosterona.)
123
É resultante de uma “hiperatividade” do néfron distal em reabsorver sódio e secretar potássio e H+, caracterizando-se por: (a) hipertensão; (b) alcalose metabólica; (c) hipocalemia; e (d) hipoaldosteronismo. O tratamento deve ser feito com diuréticos poupadores de potássio como o amiloride e o triantereno, além é claro, de uma dieta pobre em sal. A espironolactona é ineficaz nestes casos
Síndrome de Liddle (pseudohiperaldosteronismo)
124
Caracteriza-se por uma resposta inadequada do túbulo coletor ao ADH (Hormônio Antidiurético ou vasopressina). O paciente se manifesta com poliúria aquosa (osmolaridade e densidade urinária baixa) e polidipsia. Há uma perda na capacidade de concentração urinária (hipostenúria – osmolaridade urinária menor que a do plasma). A hipernatremia costuma ser evitada pela polidipsia, surgindo apenas na ausência desta última (por exemplo, se o paciente estiver incapacitado de usar a via oral)
Diabetes insipidus nefrogênico * é diferenciado do central pela não responsividade à desmopressina (dDAVP), análogo da vasopressina (ADH). ** o tratamento baseia-se na diminuição da ingestão de sal e proteínas (principais fontes de soluto urinário). Se apenas esta medida não for suficiente, devemos acrescentar um diurético tiazídico. Sim, esses diuréticos reduzem o volume urinário no diabetes insipidus nefrogênico! São dois mecanismos: (1) bloqueiam a reabsorção de NaCl no túbulo contorcido distal (bloqueando a diluição do fluido tubular), o que aumenta a quantidade de solutos eliminada por volume de urina; e (2) ao provocarem hipovolemia, estimulam o sistema renina-angiotensina, fazendo aumentar a reabsorção de sal e água no túbulo proximal e no túbulo coletor cortical, reduzindo, portanto, o aporte de fluido para o túbulo coletor medular
125
Raro distúrbio autossômico recessivo secun- dário a mutações na anidrase carbônica tipo II, uma enzima fundamental para os mecanismos de excreção ácida tubular e reabsorção de bi- carbonato presente tanto no néfron distal quan- to no néfron proximal. Produz uma síndrome clínica mista entre as acidoses tubulares tipo I e tipo II. Além de acidose hiperclorêmica, estes pacientes apresentam osteopetrose, calcifica- ções cerebrais e importante retardo mental.
Acidose tubular renal tipo III
126
As principais etiologias da estenose de artéria | renal são:
1) Aterosclerose (> 2/3 casos); 2) Displasia fibromuscular. Outras causas de estenose de artéria renal (ex.: vasculite de Takayasu) representam a minoria dos casos.
127
O comprometimento arterial nessa entidade distribui-se mais comumente na porção distal da artéria principal e seus ramos, mas eventualmente a lesão aparece no terço médio. É característica a presença de múltiplas “teias” intravasculares, dando um aspecto de colar de contas ao vaso acometido
Displasia fibromuscular
128
Quando suspeitar que um quadro de hipertensão é secundário à doença renovascular?
1) Início abrupto, precoce ou tardio, da hiper- tensão: antes dos 30 ou após os 50 anos. 2) Hipertensão grave: PA diast > 120 mmHg, es- pecialmente se houver retinopatia grau III ou IV. 3) Hipertensão resistente*. 4) Hipertensão moderada/grave + aterosclerose difusa extrarrenal + tabagismo (“tríade clássica”). 5) Sopro abdominal sistodiastólico. 6) Hipertensão moderada/grave + assimetria do tamanho renal ao US. 7) Hipertensão + IRA precipitada por inibidores da ECA ou antagonistas da angio II. 8) Edema pulmonar hipertensivo recorrente. (*) Define-se como hipertensão resistente aquela em que a meta pressórica não consegue ser atingida mesmo com o uso de três anti-hipertensivos em dose máxima, sendo um deles um diurético.
129
Os exames não invasivos atualmente recomendados como triagem de doença renovascular são:
(1) Cintilografia renal (renograma) com captopril; (2) Duplex-scan de artérias renais; (3) Tomografia computadorizada helicoidal; (4) Angiorressonância nuclear magnética. * A arteriografia renal continua sendo o exame “padrão-ouro” (embora, como vimos, nem sempre seja obrigatório). Tem a desvantagem de ser um exame invasivo, passível de complicações do tipo hematoma no sítio de punção, pseudoaneurisma femoral e ateroembolismo renal (a mais temida).
130
portadores de insuficiência renal com taxa de filtração glomerular ≤ 30 ml/min não devem ser submetidos à administração de gadolíneo devido ao risco de uma grave doença chama- da .... Nestes últimos, recomen- da-se a realização de exames com contraste iodado, mesmo com todos os riscos de IRA pelo radiocontraste
Esclerose (fibrose) Sistêmica Nefrogênica * Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN) é uma complicação potencialmente grave em pacien- tes com insuficiência renal expostos ao gadolínio. Antigamente era chamada de dermopatia fibrosante nefrogênica, porém, a terminologia foi modificada, pois além do envolvimento cutâneo existem manifestações sistêmicas que podem levar ao óbito.... O gadolínio é rapi- damente eliminado em pacientes com função renal normal, mas naqueles com insuficiência renal a meia-vida é prolongada (34-53 horas). A FSN se caracteriza pela fibrose da pele e dos tecidos conjuntivos em todo corpo. As lesões costumam ser simétricas, distribuídas especialmente nos membros (extremidades distais) e tronco, podendo limitar a flexão e extensão e acarretar contraturas e incapacidade física. Uma apresentação clínica comum é o aparecimento da FSN durante a piora aguda de uma até então estável IRC. Aproximadamente 90% dos casos relatados vinham em programa de diálise. A doença pode evoluir com acometimento de outros órgãos como pulmão, fígado, músculos e coração. O diagnóstico diferencial inclui escleromixedema, fasciíte eosinofílica, esclerose sistêmica, fibrose induzida por drogas, entre outros. O padrão-ouro para o diagnóstico é a biópsia cutânea. Ainda não existe tratamento especí- fico, porém, a melhora da função renal parece diminuir a progressão da doença ou mesmo promover melhora gradual.
131
No caso da nefropatia isquêmica (es- tenose bilateral ou em rim único) secundária a aterosclerose da artéria renal, a revasculari- zação pode ser benéfica, porém, na prática é difícil encontrar um paciente que possa verda- deiramente se beneficiar do procedimento (rim > 8 cm, índice de resistência intrarrenal < 0.8, captação na cintilografia > 15%) No caso da displasia fibromuscular, não há dúvida – o me- lhor tratamento é a angioplastia transluminal percutânea com implante de stent V ou F
F No caso da displasia fibromuscular, não há dúvida – o melhor tratamento é a angioplastia transluminal percutânea com balão (sem necessidade de stent)
132
Os IECA e os Ant. Angio II são contraindicados nos pacientes com estenose uni ou bilateral de artéria renal V ou F
F Os IECA e os Ant. Angio II são contrain- dicados nos pacientes com estenose BILATERAL de artéria renal
133
Segundo o guideline da AHA/ACC, a revas- cularização renal seria prioritária nos por- tadores de HRV que apresentassem pelo menos uma das seguintes situações:
- Hipertensão arterial não controlada pela terapia medicamentosa isolada (em doses otimizadas); - Hipertensão acelerada maligna; - Insuficiência cardíaca de início recente; - Edema agudo hipertensivo recorrente; - Nefropatia isquêmica associada; - Piora recente da função renal.
134
Na hipertensão renovascular por estenose uni- lateral ... são drogas de primeira linha, simplesmente pela sua maior eficácia em controlar a pressão arterial, quando comparados a outras classes de anti-hipertensivos.
os Inibidores da ECA e os Antagonistas Angio II
135
Os ... são as drogas de primeira linha no tratamento medicamentoso da nefropatia isquêmica, por aumentarem o fluxo glomerular (efeito dilatador da arteríola aferente).
Antagonistas do Cálcio * O tratamento definitivo é a revascularização renal!
136
Em relação à embolia renal, as principais condi- | ções que podem ser responsabilizadas são:
(1) estenose mitral com fibrilação atrial; (2) endocardite infecciosa; (3) trombos murais recobrindo infartos do miocárdio; e (4) aterosclerose ulcerativa da aorta.
137
Causas de IRA com hipocalemia
1- Leptospirose. 2- Lesão renal por aminoglicosídeos. 3- Lesão renal pela anfotericina B. 4- Nefroesclerose hipertensiva maligna.
138
Vale a pena lembrar uma reação colateral (im- portante em provas) da vancomicina: a ... um rash eritematoso de tronco e face, que surge principalmente após infusão rápida (menos de 1h) de doses maiores que 1 g. Esta reação não é alérgica e não mais ocorrerá após in- fundirmos corretamente a droga
síndrome do homem vermelho
139
Vale a pena lembrar uma reação colateral (im- portante em provas) da vancomicina: a ... um rash eritematoso de tronco e face, que surge principalmente após infusão rápida (menos de 1h) de doses maiores que 1 g. Esta reação não é alérgica e não mais ocorrerá após in- fundirmos corretamente a droga
síndrome do homem vermelho
140
A osmolaridade plasmática (e, por conseguinte, | a natremia) possui dois mecanismos regulatórios:
1- Hormônio antidiurético (ADH ou arginina-vasopressina); 2- Centro da sede.
141
O centro da sede está representado por um grupo de neurônios no ... ativado por aumentos da osmolaridade sérica acima de 290 mOsm/L. A sede é o principal fator protetor contra a...
Hipotálamo anterior hiperosmolaridade
142
Causas de hiponatremia hipotônica
Galeria (foto 1)
143
ocorre na primeira semana após uma lesão cerebral grave. Dois mecanismos parecem justificar a hiponatremia hipovolêmica com excreção urinária de sódio > 40 mEq/L nesta síndrome: (1) hiperativação simpática (por desregulação do sistema nervoso autônomo), levando a um aumento da “natriurese pressórica”, isto é, o aumento da pressão arterial sistêmica (por efeito das catecolaminas) promove aumento da filtração glomerular e da natriurese; (2) secreção anômala de Peptídeo Natriurético Cerebral (BNP), que estimula diretamente a perda de sódio pelos túbulos renais. Por causa disso, tais pacientes são tipicamente hipovolêmicos, apresentam sódio urinário e fração excretória de sódio elevados e, pelo menos na fase inicial, ficam poliúricos. A poliúria acaba dando lugar à redução do débito urinário, na medida em que a volemia se reduz e ocorre aumento (apropriado) dos níveis de ADH. O quadro costuma se resolver espontaneamente em 2-4 semanas. Apesar de ser dez vezes menos frequente que a SIAD, é um importante diagnóstico diferencial a ser considerado, já que ambas podem ter o mesmo fator neurológico desencadeante
Síndrome cerebral perdedora de sal
144
O hipoaldosteronismo está associado a qual tipo de distúrbio nos níveis corporais de sódio?
Hiponatremia hipotônica hipovolêmica com excreção urinária de sódio > 40 mEq/L
145
Qual o tipo de hiponatremia associado à insuficiência renal? Explique sua gênese
Hiponatremia hipotônica hipervolêmica Na insuficiência renal, a queda na taxa de filtração glomerular abaixo de 10-20% predispõe à hiponatremia, seja na insuficiência renal aguda ou crônica. A explicação é que uma maior quantidade de solutos tem que ser excretada por cada néfron funcionante, o que compromete a capacidade de diluição urinária (capacidade de eliminar água livre). Veja bem: normalmente a osmolaridade urinária mínima pode chegar a 50 mOsm/L, mas nos casos de insuficiência renal avançada ela não cai abaixo de 200-250 mOsm/L (os néfrons remanescentes precisam excretar uma fração mais elevada de sódio e ureia, a fim de compensar a perda de néfrons). Logo, o paciente não consegue eliminar um eventual excesso de água livre ingerido! Se não seguir as orientações de restrição hídrica, ele desenvolverá hiponatremia
146
O principal mecanismo da hiponatremia nesses casos é a incapacidade renal de excretar água livre, secundária à hipersecreção de ADH... O sódio urinário é maior que 40 mEq/L e a osmolaridade urinária está inapropriadamente elevada (> 100 mOsm/L). As três causas aqui incluídas são a insuficiência suprarrenal (secundária), o hipotireoidismo e a Síndrome da Antidiurese Inapropriada (SIAD)
Hiponatremia hipovolêmica com diurese hipertônica
147
Síndrome de Antidiurese Inapropriada (SIAD) Esta síndrome (que ainda é chamada de SIADH por muitos autores – Síndrome de Secreção Inapropriada do Hormônio Antidiurético) representa uma das principais causas de hiponatremia na prática médica! Existem quatro tipos de SIAD: (1) Secreção de ADH na ausência de estímulos hemodinâmicos ou osmóticos, como nos casos de produção ectópica (ex.: câncer de ...) ou secreção induzida por drogas; (2) Reajuste do “osmostato” hipotalâmico (“reset osmostat”), gerando um novo alvo para a osmolaridade do plasma (típico de pacientes desnutridos, com caquexia); (3) Resposta normal do ADH aos estados hipertônicos, seguida de falha em sua supressão quando a osmolaridade se torna baixa (ex.: secção incompleta do pedículo hipofisário, situação em que o ADH “fica vazando” a partir dos axônios da neuro-hipófise); (4) Secreção de ADH abolida, porém, com mutações genéticas do tipo “ganho de função” nos receptores V2 do ADH no túbulo coletor. Um mecanismo alternativo para este tipo de SIAD seria a presença de outro fator antidiurético não identificado. A descoberta desse último tipo de SIAD, onde na verdade não ocorre hipersecreção de ADH (pelo contrário, seus níveis estão suprimidos), motivou a mudança da nomenclatura para SIAD (Syndrome of Inappropriate Antidiuresis – Síndrome da Antidiurese Inapropriada).
pulmão
148
Na SIAD, a volemia é mantida, pois a tendência à hipervolemia é combatida com liberação do peptídeo atrial natriurético, que mantém uma elevada excreção urinária de sódio (impedindo a retenção volêmica). Por isso, o sódio urinário é tipicamente > 40 mEq/L nos casos de SIAD! A excreção de ... também se encontra aumentada pelo estímulo natriurético, o que faz da ... outro dado característico da síndrome
ácido úrico hipouricemia
149
Principais causas de SIAD
Meningites HSA TCE Ca de pulmão pequenas células Ca de próstata Legionelose ``` Clorpropramida Carbamazepina Neurolépticos Ocitocina Ecstasy ``` Cirurgias de grande porte
150
dados que ajudam na diferenciação entre SIAD e CSWS: • Resposta favorável da natremia à infusão de SF 0,9% indicando ... • Diminuição da osmolaridade urinária após infusão de SF 0,9%, sugerindo ...
CSWS (na SIAD a hiponatremia piora); CSWS *Hipovolemia -> CSWA
151
Qual o tipo de hiponatremia do maratonist? Como prevenir
Hiponatremia hipotônica normovolêmica Tomar água durante a maratona apenas quando sentir sede
152
É o único grupo que cursa com osmolaridade urinária apropriadamente baixa (< 100 mOsm/L). Aqui o distúrbio primário pode ser tanto o influxo de soluções hipotônicas quanto a baixa ingestão de solutos. No primeiro caso a resposta renal é apropriada, com eliminação de urina maximamente diluída, e a interrupção da administração de fluidos hipotônicos dá início à recuperação do quadro No segundo caso, há um deficit de solutos, o que prejudica a excreção do excesso de água livre, conforme veremos adiante A polidipsia primária é um distúrbio comum em pacientes psiquiátricos, em geral esquizofrênicos ou maníacos, que ingerem líquido compulsivamente. Uma ingesta diária > 16 L excede a capacidade renal fisiológica de eliminação de água livre, levando à hiponatremia A cirurgia de Ressecção Transuretral de Próstata (RTU) exige a instilação de um grande volume de solução isotônica (manitol) ou hipotônica (glicina, sorbitol), com o intuito de lavar a bexiga. A utilização das soluções hipotônicas (às vezes até 20 L) pode precipitar hiponatremia aguda nos pós-operatórios, não raro com repercussões clínicas.
Hiponatremia normovolêmica com urina hipotônica
153
Causas de hiponatremia hipertônica
síndromes hiperglicêmicas do diabético (cetoacidose e estado hiperosmolar não cetótico) Infusão de manitol hipertônico (ex.: tratamento do edema cerebral * Um aumento importante da glicemia é capaz de elevar a osmolaridade plasmática o suficiente para “puxar” água de dentro das células, diluindo o sódio sérico... De uma forma geral, para cada 100 pontos de aumento na glicemia (acima de 100 mg/dl), teremos em média uma redução de 1,6 pontos na natremia! Logo, o chamado “sódio corrigido” deve ser calculado somando-se 1,6 à natremia mensurada, para cada 100 pontos de aumento da glicemia
154
O que pode causar pseudo-hiponatremia
hiperlipidemia, hiperproteinemia (ex.: mieloma múltiplo
155
Algoritmo diagnóstico da hiponatremia
galeria (foto 2)
156
A correção muito rápida de uma hiponatremia importante pode causar...
Síndrome da desmielinização osmótica * manifestando-se clinicamente por distúrbios da consciência (podendo evoluir para o coma), tetraparesia, disartria e disfagia (síndrome pseudobulbar). Particularmente sensíveis a este tipo de lesão são os axônios da ponte (tronco cerebral)! Por causa disso, a lesão anatomopatológica clássica é chamada de mielinólise pontina ``` ** A correção excessivamente rápida da natremia também promove disfunção da barreira hematoencefálica – dessa forma, constituintes do sistema imune podem penetrar no cérebro e “atacar” os oligodendrócitos, produzindo desmielinização. ```
157
fatores de risco para a SDO
``` Etilismo Desnutrição Encefalopatia hipóxico-isquêmica Hipocalemia Trasnplante Hepático ```
158
Manejo da hiponatremia hipovolêmica
O tratamento é a reposição volêmica com cristaloides, sendo o soro fisiológico 0,9% a solução de escolha! Aprenda o conceito certo: nesta situação, o SF 0,9% não corrige a hiponatremia simplesmente por ser um soro com alta concentração de sódio (154 mEq/ L)... Ele corrige a hiponatremia por restaurar a volemia do paciente, reduzindo o estímulo à secreção hipotalâmica de ADH * Na síndrome cerebral perdedora de sal, que também é uma causa de hiponatremia hipovolêmica, após normalização da volemia com SF 0,9% pode-se aumentar o aporte de sal na dieta do paciente, ou mesmo empregar uma droga que aumente a reabsorção tubular de sódio, como a fludrocortisona (análogo da aldosterona).
159
Qual o limite de velocidade da correção da natremia em pacientes com hiponatremia crônica?
As evidências mais recentes sugerem que o aumento do sódio sérico nesses casos deve ser inferior a 8-10 mEq/L em 24h e 18 mEq/L em 48h... Inclusive, já há autores que preconizam uma velocidade de correção ainda mais baixa: em torno de 6 mEq/L/dia apenas...
160
Como manejar o paciente com hiponatremia sintomática aguda?
Nesses pacientes há urgência em repor sódio devido à presença de sintomas, e o risco de mielinólise pontina é menor, já que os mecanismos de adaptação neuronal levam cerca de 48h para se completarem. Aí está o paciente que precisa de uma reposição calculada de sódio, utilizando-se soluções hipertônicas O objetivo da terapia inicial é aumentar a natremia em 1 a 2 mEq/L por hora nas primeiras 3h, ou seja, aumentar 3 a 6 mEq/L em 3h (geralmente 3 mEq/L em 3h). Em seguida, mantemos uma reposição de sódio para elevar a natremia 0,5 mEq/L por hora até completar 24h, respeitando uma elevação máxima de 12 mEq/L em 24h (NaCl a 3%). Esta solução já vem pronta ou pode ser preparada misturando-se 150 ml de NaCl a 20% (30 g de NaCl) com 850 ml de Água Bidestilada (ABD). Outra forma de preparo, muito comum em nosso meio (cuja concentração fica próxima ao NaCl 3%), é misturar SF 0,9% com NaCl 20% na proporção 9:1 (de 10 partes, 9 são de SF 0,9% e 1 é de NaCl 20%)
161
Fórmulas para correção de hiponatremia sintomática aguda
Homem: Deficit de sódio (mEq) = 0,6 x Peso x (variação desejada de Na) Mulher: Deficit de sódio (mEq) = 0,5 x Peso x (variação desejada de Na) Para calcular o volume de salina a 3% a infundir nas próximas 3h e 24h, considera-se a variação desejada de Na de 3 mEq/L e 12 mEq/L, respectivamente. Após calcular o deficit de sódio a ser reposto, divide-se o resultado por 17, multiplica-se por 100 e divide-se por 3. O resultado é o volume de salina a 3% a ser infundido Dados do paciente: homem, 50 anos, 60 kg, Na = 110 mEq/L. - Em 3h: Deficit de sódio = 0,6 x 60 x 3 = 108 mEq 108 ÷ 17 x 100 ÷ 3 = aproximadamente 210 ml - Em 24h: Deficit de sódio = 0,6 x 60 x 12 = 432 mEq 432 ÷ 17 x 100 ÷ 3 = aproximadamente 850 ml. Como já entraram 210 ml em 3h, nas próximas 21h, deve-se infundir 640 ml (850-210). Prescrição: salina a 3% 210 ml em 3h e 640 ml em 21h. Por que “dividir por 17, multiplicar por 100 e dividir por 3”??? Muito fácil! O deficit de sódio nos diz quantos mEqs de sódio o paciente precisará receber, não é mesmo? Ora, sabemos que 1 g de sódio tem 17 mEq, logo, ao dividirmos o deficit total por 17 descobrimos quantas gramas devemos utilizar! A partir daí basta fazer uma simples regra de três: 3 g está para 100 ml (salina hipertônica a 3%) assim como “x” gramas (deficit ÷ por 17) está para “y” ml (volume a ser infundido) Uma observação fundamental é que, para corrigir a hiponatremia aguda sintomática relacionada à SIAD ou à ICC ou à cirrose hepática, devemos administrar inicialmente furosemida 20 mg venosa, para trazer a osmolaridade urinária para 300 mOsm/L, pois, se a osmolaridade urinária for superior a este valor, a reposição não será tão eficaz na correção da hiponatremia... Após a reposição das primeiras 24h, o paciente deve ser mantido com restrição hídrica e furosemida oral.
162
Quadro com tto das hiponatremias
Galeria (foto 3)
163
A hipernatremia aguda grave leva à desidratação neuronal e cerebral, provocando ..., especialmente quando excede ... Surge rebaixamento da consciência, chegando ao coma e crise convulsiva (esta é mais comum durante a reidratação). Fraqueza e dor muscular são indícios de ... A mortalidade pode chegar a 40-60%, e o dano cerebral permanente pode ser observado em até 1/3 dos casos. A desidratação abrupta do cérebro pode romper pequenas veias levando à hemorragia intraparenquimatosa, subaracnoide ou mesmo subdural! Este último fato, todavia, é mais frequente em pacientes pediátricos, particularmente recém-natos
distúrbios neurológicos (Encefalopatia Hiperosmolar) 160 mEq/L (osmolaridade efetiva > 330 mOsm/L). rabdomiólise hipernatrêmica
164
A hipernatremia de instalação lenta e progressiva desencadeia um mecanismo protetor, caracterizado pela captura celular de substâncias osmóticas, tais como eletrólitos (Na+, K+, Cl-), aminoácidos e inositol, os chamados ... Com isso, as células ficam mais hiperosmolares, à semelhança do plasma, evitando uma desidratação celular acentuada. Nesses pacientes, é perigosa a reposição rápida de água livre, corrigindo abruptamente a osmolaridade para níveis normais; o plasma se torna subitamente hiposmolar em relação aos neurônios, provocando
osmoles idiogênicos edema cerebral agudo * Este edema justifica muitos casos de manutenção ou piora do estado de coma, ou crise convulsiva, após a correção da hipernatremia.
165
Manejo da hipernatremia
O tratamento da hipernatremia, ou de qualquer estado hiperosmolar, é a reposição de água livre. A água deve ser oferecida de preferência pela via oral, pelo cateter enteral, ou por qualquer outro tipo de acesso ao tubo digestivo (ex.: tubo de gastrostomia). Quando um grande volume for necessário, podemos dividi-lo entre as vias enteral e parenteral. Se houver indicação de reposição intravenosa exclusiva (ex.: redução do nível de consciência, obstrução intestinal), a solução escolhida não poderá ser a água destilada, pois a infusão de grandes quantidades desta solução na veia provoca hemólise. Por este fato, as soluções de escolha serão o soro glicosado a 5% ou a salina hipotônica (0,2% ou 0,45%), dependendo do tipo de perda que o paciente apresenta Reposição de água livre: pela via oral ou enteral daremos água potável, e pela via parenteral utilizaremos soro glicosado 5%. Quando escolhemos soro glicosado, especialmente se o paciente for diabético, precisamos ficar atentos para a possibilidade de hiperglicemia, que deve ser tratada com insulinoterapia Reposição de fluidos hipotônicos: se houver franca hipovolemia, inicialmente faremos SF 0,9% em bolus até a correção do volume circulante efetivo, mas na ausência de instabilidade hemodinâmica devemos evitar o soro fisiológico 0,9% (pois ele pode piorar a hipernatremia). A solução de escolha, então, é a salina hipotônica, que pode ser a 0,2% ou 0,45%.
166
O objetivo do tratamento da hipernatremia aguda sintomática é baixar a natremia a uma taxa máxima de... Uma correção mais rápida do que esta pode precipitar edema cerebral agudo e agravamento do quadro neurológico
10 mEq/L em 24h * Em pacientes com hipernatremia grave (Na+ > 160 mEq/L), é necessário corrigir o sódio sérico ao longo de 48-72h, para não ultrapassar o limite de 10 mEq/L a cada 24h ** O Nelson de Pediatria, por exemplo, mantém a recomendação clássica de corrigir a natremia a uma taxa de 0,5 mEq/L/h, permitindo uma variação do sódio sérico de até 12 mEq/L/dia
167
Fórmulas para calcular reposição de água na hipernatremia
Homem: Deficit de água (L) = 0,5 x Peso x (Na do paciente/Na desejado - 1) Mulher: Deficit de água (L) = 0,4 x Peso x (Na da paciente/Na desejado - 1) O deficit de água livre pode ser reposto com água potável via enteral, ou por via intravenosa com SG 5%, salina 0,2% (multiplicar por 1,33), ou ainda, salina 0,45% (multiplicar por 2). Exemplo: paciente do sexo masculino, 70 kg, Na = 160 mEq/L, estado comatoso: Em 24h: Na desejado = 160 - 10 = 150 mEq/L Deficit de água = 0,5 x 70 x (160/150 - 1) = 2,3 L (2.300 ml) Reposição de 24h: 2. 300 ml de água via enteral; ou 2. 300 ml de soro glicosado 5%; ou 3. 000 ml de salina 0,2%; ou 4. 600 ml de salina 0,45%. Lembre-se de adicionar a reposição das “perdas insensíveis” (1.500 ml), portanto: PRESCRIÇÃO de 24h: 3.800 ml de água via enteral; ou 3.800 ml de soro glicosado 5%; ou 5.000 ml de salina 0,2% (a reposição de perdas insensíveis também deve ser multiplicada por 1,33); 7.600 ml de salina 0,45% (a reposição de perdas insensíveis também deve ser multiplicada por 2).
168
HIPOnatremia Aguda: elevar o sódio sérico em ... Crônica: elevar o sódio sérico em não mais do que ...
1-2 mEq/L por hora nas primeiras 3h. Não ultrapassar 12 mEq/L em 24h. 8-10 mEq/L nas primeiras 24h e 18 mEq/L nas primeiras 48h
169
O DI central deve ser tratado com reposição exógena | de ...
desmopressina (dDAVP). As doses são: Desmopressina (dDAVP): 5-20 mcg intranasal 2x/dia (fazer 2/3 da dose à noite, para evitar a noctúria). Além da reposição do dDAVP, devemos restringir a ingestão de sal e proteína na dieta, para diminuir a poliúria. O débito urinário depende da osmolaridade urinária e da quantidade de solutos eliminados diariamente pelo rim. Na verdade, o débito urinário é a relação solutos/osmolaridade. Se, por exemplo, o indivíduo eliminar 800 mOsm por dia de soluto e a urina tiver osmolaridade fixa de 70 mOsm/ L, o débito urinário será 800/70 = 11 L. Se reduzirmos a eliminação de solutos para a metade (400 mOsm por dia), o débito urinário cairá também para a metade: 400/70 = 5,5 L
170
No diabetes insipidus nefrogênico, não adianta repor desmopressina!!! O tratamento se baseia na restrição de solutos da dieta (sal e proteína). Se a poliúria ainda for acentuada, devemos associar diuréticos tiazídicos, podendo acrescentar também o diurético amilorida... Parece paradoxal dar diuréticos a um paciente poliúrico, mas o fato é que os tiazídicos (e a amilorida) reduzem a poliúria no diabetes insipidus! O mecanismo é ... Os AINE também podem diminuir a poliúria no DIN: ao inibirem a ação de prostaglandinas no rim, os AINE potencializam a ação do ADH, levando, em última instância, à redução do volume urinário
o aumento da osmolaridade urinária, por agirem inibindo a reabsorção de NaCl nos segmentos diluidores da urina (túbulo contorcido distal e túbulo coletor), além de reduzirem a volemia do paciente o suficiente para reduzir a excreção urinária de sal – resultado: urina mais concentrada e eliminando menos soluto = menos poliúria
171
sinais e sintomas mais comuns da hipocalemia
- Fraqueza muscular; - Fadiga, intolerância ao exercício; - Palpitações (extrassistolia ou arritmias); - Dispneia (fraqueza dos músculos respiratórios); - Parestesias, cãibras musculares, hiporreflexia; - Constipação, distensão abdominal.
172
Além dessas alterações agudas, a depleção CRÔNICA de potássio pode causar ..., com ou sem nefropatia tubulointersticial associada, denominada ... Se a hipocalemia não for corrigida, o paciente pode evoluir com insuficiência renal crônica. A biópsia mostra lesão vacuolar nos túbulos, além de fibrose intersticial e formação de cistos medulares – “nefropatia vacuolar”.
diabetes insipidus nefrogênico (poliúria aquosa, polidipsia) nefropatia hipocalêmica
173
A arritmia cardíaca mais comum na hipocalemia é a ... Taquiarritmias do tipo fibrilação atrial, flutter atrial, taquicardia supraventricular paroxística, taquicardia ventricular e “torsades des pointes” também são descritas
extrassistolia, que pode ser atrial ou ventricular.
174
Importante relação entre hipocalemia e digitais
os digitais competem com o K+ na Na-K-ATPase cardíaca, logo, a presença de baixas concentrações de K+ resulta em maior ligação do digital a essa bomba, predispondo à intoxicação digitálica * O mecanismo de ação primário dos digitálicos é inibir a enzima Na-K adenosina trifosfato (ATPase) das células miocárdicas. O aumento do Na intracelular leva a uma elevação da troca de Na por Ca, aumentando finalmente as concentrações de Ca dentro do miócito
175
Qual a relação entre a hipocalemia e distúrbio ácido básico
A hipocalemia predispõe à alcalose metabólica... A hipocalemia crônica produz uma acidose INTRACELULAR, pela troca iônica de K+ por H+. A acidose das células tubulares renais estimula a produção de amônia (NH3 ), principal carreador do H+ urinário. A amônia é responsável pela excreção renal da maior parte do H+ produzido pelo nosso metabolismo. Portanto, a maior produção de NH3 leva a uma alcalose metabólica. Como veremos adiante, podemos dizer que tanto a alcalose metabólica pode causar hipocalemia como a hipocalemia pode causar alcalose metabólica
176
Em cirróticos, a hipocalemia pode desencadear ...
encefalopatia hepática * O aumento da produção de amônia pelas células pode desencadear encefalopatia hepática em pacientes com cirrose hepática avançada. A alcalose metabólica associada converte a forma NH4 + (amônio – forma iônica) na forma NH3 (amônia – forma não iônica). O NH3, por ser lipossolúvel, passa livremente pela barreira hematoencefálica, sendo um dos principais “vilões” da encefalopatia hepática.
177
Descreva, por ordem de gravidade, as alterações no ECG associadas à hipocalemia
a) Onda T aplainada e aumento do intervalo QT; b) Aumento da onda U; c) Onda U proeminente, maior que a onda T; d) Desaparecimento da onda T + onda U proeminente; e) Onda P apiculada e alta; f) Alargamento do QRS (raro).
178
Quantos mEq de K há em 1g de KCL?
13 mEq
179
consideramos necessária uma reposição basal de potássio de pelo menos ... mEq/kg/dia nos pacientes normocalêmicos e sem aumento das perdas.
0,5-1,5 * Em um indivíduo de 70 kg, isso dá 40-100 mEq/dia, o correspondente a 3-7 g/dia de KCl. Uma reposição menor que 25 mEq/ dia (1,7 g/dia de KCl) quase sempre leva à hipocalemia
180
Cite entidades clínicas que cursam com acidose metabólica e hipocalemia
Perdas Gastrointestinais Abaixo do Piloro: são representadas pela diarreia, fístulas do tipo biliar, pancreática ou entérica. * São perdas muito ricas em potássio (50-90 mEq/L), portanto, esses pacientes perdem potássio diretamente pela via gastrointestinal. Eles não apresentam alcalose metabólica, e sim acidose, pois também perdem líquido rico em bicarbonato. Em outras palavras, a diarreia e as fístulas entéricas causam acidose com hipocalemia.
181
Existe um tipo de tumor de cólon – o adenoma viloso – que produz uma secreção muito rica em ... e pobre em ...!
potássio bicarbonato Os pacientes com adenoma viloso de grande tamanho (3-5 cm) e de localização distal (sigmoide ou reto) evoluem com diarreia aquosa de grande intensidade (2-3 L por dia), levando à hipocalemia grave e alcalose metabólica É o único exemplo de perda digestiva abaixo do piloro que leva à alcalose em vez de acidose
182
a hipocalemia ocorre em ...% dos pacientes em uso de anfotericina B. Esta droga aumenta a permeabilidade da membrana luminal do ..., aumentando sua secreção tubular. O uso de aminoglicosídeos também pode cursar com perda urinária de potássio, pela .... A penicilina G em altas doses provoca perda urinária de potássio pelo efeito dos ânions penicilinatos (carga negativa) carreando o potássio para a urina
50% túbulo coletor ao potássio tubulopatia proximal
183
Hipercortisolismo: a síndrome de Cushing, pelos altos níveis plasmáticos de cortisol, é outra causa de hipocalemia por perda renal de potássio, já que o glicocorticoide também apresenta efeito ...quando em níveis suprafisiológicos (por saturação da 11-beta-hidroxiesteroide desidrogenase, enzima que degrada glicocorticoides no ..., impedindo que eles se liguem aos receptores de ...)
mineralocorticoide túbulo coletor aldosterona
184
As perdas digestivas acima do piloro (vômitos, drenagem nasogástrica) contêm muito pouco potássio (10 mEq/L). Porém, uma grande perda urinária se instala devido ao efeito caliurético da ...
alcalose metabólica (principal distúrbio destes | pacientes, já que o suco gástrico é rico em HCl)
185
a insulina é um hormônio que promove influxo celular de potássio, por ...
estimulação da Na-K-ATPase
186
a adrenalina promove o influxo celular de potássio através da ativação dos receptores ... células musculares esqueléticas. Situações de estresse clínico (estados de choque, infarto agudo do miocárdio), cirúrgico (cirurgias de grande porte) ou traumático, promovem elevação dos níveis plasmáticos de adrenalina, podendo causar hipocalemia transitória, especialmente em quem já estava depletado de potássio... Aminas simpaticomiméticas, como a ..., também podem causar hipocalemia transitória por mecanismo semelhante
beta-2 das dobutamina
187
Como a hipotermia afeta o equilíbrio do K+?
a hipotermia grave é um estímulo direto para o influxo intracelular de potássio, provocando por vezes grave hipocalemia, frequentemente abaixo de 3 mEq/L
188
é uma doença hereditária rara, de caráter autossômico dominante, que se manifesta em pacientes jovens. Caracteriza-se por episódios agudos de paraparesia ou tetraparesia, devido a súbitas quedas da calemia por influxo celular de potássio. Os episódios são desencadeados por dietas ricas em carboidratos (pela liberação de insulina) ou pelo estresse (pela liberação de adrenalina). A melhora é espontânea, ocorrendo entre 6-48h do início do quadro. Pode haver, entretanto, paresia da musculatura respiratória, levando à apneia. O tratamento deve ser feito com reposição imediata de potássio
Paralisia periódica hipocalêmica
189
Como o hipertireoidismo afeta o equilíbrio do K+? Cite uma forma de manejo
Hipertireoidismo: ocorre influxo celular de potássio por estímulo direto da Na+/K+ ATPase e por “up-regulation” de receptores β-adrenérgicos. Podem ser observados episódios de paralisia flácida. A hipocalemia, nesses casos, pode ser tratada com betabloqueadores em altas doses
190
a é rara, sendo descrita em pacientes com leucemia mieloide aguda, com alta contagem leucocitária, quando o sangue do paciente, após a coleta, é deixado por um tempo prolongado em temperatura ambiente.
Pseudohipocalemia * Os mieloblastos consomem o potássio plasmático, reduzindo falsamente a calemia para níveis de até 1 mEq/L. Na suspeita de pseudo-hipocalemia, deve-se colocar o tubo de coleta no gelo, ou então separar rapidamente o plasma das células por centrifugação
191
Quando realizar reposição IV do K+?
(1) intolerância gastrointestinal; (2) perdas gastrointestinais importantes: vômitos, diarreia, fístulas; (3) hipocalemia grave.
192
Limitações para a Infusão Venosa de KCl 1- Velocidade de infusão: não pode ultrapassar ... Idealmente, não deve ultrapassar ... 2- Hipocalemia muito grave (K < 2,8 mEq/L): não repor em ... 3- A terceira limitação clássica (“não utilizar soluções muito concentradas em potássio”) atualmente é considerada controversa e, na prática, de um modo geral não tem sido mais respeitada
40 mEq/h 20 mEq/h. soro glicosado!!! * Velocidade de infusão superior a 40 mEq/h traz risco de complicações cardíacas (ex.: arritmias) por hipercalemia transitória **estudos recentes mostraram que, na realidade, o risco de flebite “cáustica” por concentrações elevadas de K+ nas soluções intravenosas não é tão significativo quanto se imaginava, principalmente quando tais soluções são ministradas por curtos períodos! Existem evidências de que a utilização de soluções com 200 mEq/l de K+ é segura e efetiva, garantindo aumentos da calemia sem que um grande volume de soro precise ser infundido!!! Estas soluções mais concentradas de K+ podem ser dadas tanto por veia central quanto por veia periférica, desde que, é claro, o paciente esteja sob monitorização cardíaca contínua e a taxa de infusão não ultrapasse 100 ml/h (20 mEq/h)
193
Para indivíduos com hipocalemia grave (K+ < 3) preconiza-se a reposição intravenosa, infundindo-se ... até o potássio sérico chegar próximo a 3 mEq/l (após o que poderemos utilizar o tratamento oral exclusivo). ``` Na vigência de manifestações clínicas extremamente graves (ex.: fraqueza diafragmática causando insuficiência respiratória aguda), um ... deve ser obtido e o potássio reposto na velocidade ..., com monitoração cardíaca contínua. O sítio ... é preferível ``` Uma vez a calemia atingindo 3 mEq/L, a reposição de manutenção será ..., por via oral, como descrito no tratamento da hipocalemia leve.
10-20 mEq/h acesso profundo máxima (40 mEq/h) femoral (há menor risco de arritmias cardíacas devido à maior distância entre o local de infusão da solução hiperconcentrada em potássio e o coração!) 40-80 mEq/dia
194
A primeira alteração eletrocardiográfica da hipercalemia é ... Em seguida, a lentificação da condução miocárdica manifesta-se com ... No final, a onda P desaparece, tornando o ritmo semelhante a um ritmo idioventricular. Entretanto, o ritmo continua a ser sinusal, porém, sem atividade miocárdica atrial. Este é o denominado ...
a diminuição do intervalo QT, associada a uma onda T alta e apiculada o aplainamento da onda P e o alargamento do QRS ``` ritmo sinoventricular (o estímulo chega ao nódulo AV através dos feixes internodais sem ativar o miocárdio atrial). ```
195
descreva a ordem de aparecimento das alterações do ECG na hipercalemia por ordem de gravidade
``` a) Redução do intervalo QT, com ondas T altas e apiculadas; b) Achatamento da onda P; c) Alargamento do QRS; d) Desaparecimento da onda P. ```
196
As arritmias mais frequentes da hipercalemia são:
(1) fibrilação ventricular; (2) bradiarritmias e bloqueios; (3) assistolia.
197
Na paralisia periódica hipercalêmica, a disfunção muscular pode ocorrer com níveis de ...
5,5 mEq/L.
198
é a causa mais importante de hipercalemia em pacientes hospitalizados
IRA Geralmente oligúrica
199
algumas formas de IRA não oligúrica, como a ..., costumam cursar com potássio normal ou baixo. A perda urinária de potássio passa a ser importante quando há lesão tubular proximal
necrose tubular por aminoglicosídeos e a leptospirose * A disfunção tubular proximal da leptospirose é o maior exemplo de IRA hipocalêmica
200
Insuficiência Renal Crônica (IRC): os pacientes com IRC costumam manter-se normocalêmicos até uma fase mais avançada da síndrome urêmica, quando a taxa de filtração glomerular está abaixo de ... Graças à inibição da ... pela uremia, esses pacientes podem desenvolver hipercalemia grave se receberem uma carga aguda de potássio.
10 ml/min Na-K-ATPase * A secreção de potássio pela mucosa colônica contribui significativamente para a excreção potássica
201
insuficiência suprarrenal secundária é causa hipercalemia uma vez que resulta em baixos níveis de aldosterona V ou F
F insuficiência suprarrenal secundária não causa hipercalemia (ocorre redução do ACTH, que influencia apenas o cortisol), pois os níveis de aldosterona encontram-se normais (estes são influenciados pelos níveis de angiotensina II e potássio)...
202
esta síndrome é responsável por 50-70% dos casos de hipercalemia crônica inexplicada. A grande maioria destes pacientes (80%) é diabética, geralmente com disfunção renal leve a moderada (clearance de creatinina entre 40-75 ml/min).
Hipoaldosteronismo hiporreninêmico * A queda na produção de renina pelo aparelho justaglomerular é o principal mecanismo da síndrome levando à redução dos níveis de angiotensina II e aldosterona. Com a queda dos níveis de aldosterona, a secreção tubular de potássio e H+ fica prejudicada, havendo forte predisposição à hipercalemia e acidose metabólica. Esta acidose é denominada Acidose Tubular Renal tipo IV (ATR tipo IV).
203
uma síndrome raríssima, mas sempre descrita nos tratados de medicina interna, na qual ocorre a tríade de hipercalemia, acidose metabólica e expansão volêmica. Tem como causa uma reabsorção anormal de Cl- no néfron distal, juntamente com Na+ (reabsorção NÃO ELETROGÊNICA de sódio, anulando o gradiente eletroquímico para a secreção de H+ e K+). Trata-se de uma hiperativação do transportador NaCl do TCD. A menor quantidade de cargas negativas no lúmen distal diminui o estímulo à secreção de K+ e H+, levando à hipercalemia e à acidose metabólica. O tratamento é feito com diuréticos tiazídicos
Síndrome de Gordon
204
a hiperosmolaridade plasmática (causada por hipernatremia ou hiperglicemia grave) possui um efeito hipercalêmico direto devido à saída de líquido das células para o extracelular, concentrando o potássio intracelular que, portanto, também tende a sair da célula. Em média, para cada 10 mOsm/L de aumento da osmolaridade plasmática, a calemia se eleva em ...
0,6 mEq/L
205
O exercício físico extenuante é causa de hipercalemia?
Sim * durante um exercício muscular, ocorre ativação dos canais de potássio da membrana e há saída deste íon para o interstício local. O potássio contribui para a resposta vasodilatadora muscular, necessária ao exercício físico. Contudo, um exercício prolongado e extenuante pode levar a uma perda muscular de potássio tão grande a ponto de causar hipercalemia, eventualmente chegando a 6,0 mEq/L. Se o indivíduo estiver em uso de betabloqueadores (ver adiante), a calemia pode se elevar ainda mais.
206
na acidemia, o H+ entra na célula para ser tamponado e em troca sai K+. Em média, para cada 0,1 ponto de queda no pH, a calemia aumenta 0,5 mEq/L. Por razões pouco compreendidas, este fenômeno ocorre mais na acidose ...
urêmica e menos na acidose lática, cetoacidose e na acidose respiratória
207
A ... um curare bastante utilizado em anestesia, ao despolarizar a membrana dos miócitos, promove o efluxo celular de potássio e é contraindicada na presença de hipercalemia
succinilcolina
208
Para investigar hipoaldosteronismo | podemos ...
dosar o potássio urinário, calculando- -se o chamado gradiente transtubular de potássio (GTTK). Um gradiente menor que 8, na vigência de hipercalemia, sugere muito o diagnóstico de hipoaldosteronismo GTTK = K urinário x Osmolaridade plasmática/ K plasmático x Osmolaridade urinária
209
Consideramos hipercalemia grave e potencialmente fatal um K+ > ... Neste caso, existe urgência para a correção da calemia. Qualquer hipercalemia que promova ... é considerada grave, e também deve ser prontamente corrigida
7,5 mEq/L alterações eletrocardiográficas
210
Qual é a primeira conduta na hipercalemia | grave “sintomática”?
Gluconato de cálcio/cloreto de cálcio * reposição rápida de cálcio, apesar de NÃO reduzir a calemia, possui um efeito extremamente importante de “proteção” das fibras cardíacas contra a hipercalemia. O aumento dos níveis extracelulares de cálcio ativa os canais de sódio que estavam inibidos pela hipercalemia, revertendo os distúrbios da eletrofisiologia cardíaca. O gluconato de cálcio ou o cloreto de cálcio podem ser feitos por via intravenosa, infundidos em 2-3 minutos. A dose inicial é uma ampola (10 ml) de gluconato de cálcio a 10%. Esta é a primeira conduta que deve ser feita na hipercalemia com repercussão eletrocardiográfica (hipercalemia “sintomática”). A dose pode ser repetida se em 5-10 min não for observada resposta eletrocardiográfica
211
A contraindicação mais importante para a | administração de cálcio na hipercalemia é a ...
intoxicação digitálica. O cálcio aumenta a toxicidade cardíaca dos digitálicos * pacientes hipercalêmicos em uso de digitálicos que não apresentam sinais de cardiotoxicidade dessas drogas podem receber o gluconato de cálcio, desde que o mesmo seja ministrado numa taxa de infusão mais lenta (ex.: 10 ml de gluconato de cálcio a 10% diluído em 100 ml de SG 5%, em 20-30 minutos).
212
A maneira mais eficiente e rápida de baixar a | calemia é a administração de ...
insulina venosa. * Como vimos, a insulina promove o influxo celular de potássio por ativar a Na-K-ATPase da membrana celular. Inicialmente, utilizam-se dez unidades de insulina regular por via intravenosa. Para evitar a hipoglicemia, devemos associar glicose hipertônica, na proporção de 5:1, caso o paciente esteja normoglicêmico Dose da Glicoinsulinoterapia Insulina Regular 10 U + Glicose a 50% 100 ml (ou SG a 10% 500 ml) via intravenosa, correr em 20-60 minutos O efeito hipocalêmico da insulina é moderado – o potássio sérico cai em média 0,5-1,5 mEq/L – e transitório, pois a meia-vida da insulina regular é de apenas 4-6h. No paciente com hiperglicemia significativa, não é necessária a administração de glicose. Se o paciente estiver hipoglicêmico e hipercalêmico, o tratamento é com glicose hipertônica isolada (glicose a 50% 100 ml IV). Neste caso, a glicose irá estimular a liberação de insulina pelo pâncreas, que, por sua vez, fará cair os níveis plasmáticos de potássio.
213
Outras medidas para baixar a calemia, utilizadas concomitantemente à glicoinsulinoterapia, são a ...
infusão venosa de bicarbonato de sódio e a nebulização com beta-2-agonistas. * O bicarbonato de sódio alcaliniza o plasma, promovendo a entrada de potássio nas células, em troca da saída de H+. É a droga de escolha na parada cardiorrespiratória por hipercalemia! Os beta-2-agonistas estimulam a entrada de potássio nas células, pela ação nos receptores beta-2-adrenérgicos
214
Terapia de manutenção para a hipecalemia
Primeiramente, devemos retirar toda a reposição de potássio, além de restringir o potássio da dieta. Para facilitar, as dietas enterais contêm pouca quantidade de potássio, não sendo necessário suspendê-las. Se o paciente estiver urinando, devemos prescrever diuréticos de alça (furosemida), para aumentar a perda calêmica na urina. O hipoaldosteronismo deve ser tratado com a reposição de mineralocorticoides (fludrocortisona ou hidrocortisona). Nos pacientes oligúricos refratários à furosemida e naqueles oligoanúricos com insuficiência renal, a conduta deve ser a utilização de uma resina de troca, administrada por via enteral durante as refeições A resina não é absorvida pela mucosa gastrointestinal e promove a secreção intestinal de K+ em troca da absorção de outro cátion, que pode ser o Na+ ou o Ca+2. Em nosso meio, existe uma resina trocadora de K+ por Ca+2, que pode ser administrada por via oral ou por clister colônico. É o poliestirenossulfonato de cálcio (Sorcal), vendido em envelopes contendo 30 g de pó. Este deve ser diluído em água ou suco e administrado na dose de um envelope VO 12/12 h. Para os portadores de hipoaldosteronismo, o tratamento de manutenção de escolha é a fludrocortisona, na dose de 0,1 mg/d, por via oral.
215
Quando indicar a diálise na hipercalemia?
(1) quando o paciente não estiver urinando (anúria ou oligoanúria); (2) quando a hipercalemia for grave e refratária às medidas convencionais. * Os dois tipos de diálise – peritoneal e hemodiálise – conseguem eliminar o excesso de potássio do plasma, porém, a hemodiálise é mais rápida e eficaz.
216
Síntese da terapia aguda para redução de potássio
1- “Glicoinsulina” Insulina regular 10 U + glicose 50 g. ``` 2- Bicarbonato de sódio 50 mEq (50 ml da solução a 8,4%), correr em 20min. ``` 3- Beta-2-agonista inalatório Nebulizar com 10-20 gts de fenoterol ou salbutamol.
217
principais marcadores laboratoriais de | hipovolemia (sem perda renal de Na)
Ureia plasm/ Cr plasm > 40 Na urinário < 20 mEq/L
218
Qual causa de hipovolrmia extrarrenal cursa com perdas urinárias de Na elevadas?
vômitos de repetição (com alcalose metabólica hipoclorêmica) nesta situação ocorre bicarbonatúria (devido à alcalose metabólica), e o excesso de bicarbonato na urina leva consigo o sódio (Na+ urinário elevado), mesmo na vigência de hipovolemia. Para demonstrar a hipovolemia, o melhor é dosar o cloreto urinário: um valor < 35 mEq/L é compatível com hipovolemia
219
Na abordagem da sepse devemos realizar dosagens seriadas da ..., um índice obtido através de gasometria colhida pelo acesso profundo jugular ou subclávio, que reflete a saturação de O2 no átrio direito
saturação venosa central de O2 (SVcO2) * O valor normal é > 70%. Em pacientes com saturação abaixo desse nível considera- se que os tecidos periféricos estão “ávidos por oxigênio” e houve uma alta taxa de extração do O2 quando da passagem do sangue. Tal fenômeno acontece sempre que há baixa oferta periférica de O 2 , o que é típico da hipovolemia, e normalmente se acompanha do surgimento de acidose lática. Nos pacientes com SVcO2 > 70%, considera-se que há uma extração adequada de O2, o que permite uma reposição menos agressiva de volume, ou até interrupção da mesma
220
Em terapia intensiva, o parâmetro que prediz de maneira mais fidedigna a resposta à infusão de volume, em pacientes sépticos sob ventilação mecânica, é a ...
variação da pressão de pulso (“delta-Pp”) * é dada pela variação da pressão sistólica na inspiração e na expiração, isto é, em seus valores mínimo e máximo. Variações > 13% predizem uma boa resposta à reposição de volume, com sensibilidade e especificidade acima de 90%.
221
Descreva os mecanismos básicos que podem resultar em hipervolemia
• Secundária à redução do volume circulante efetivo, o que leva à retenção renal de sódio mediada por aumento da aldosterona (ativação do SRAA) e inibição da secreção de peptídeo natriurético atrial (ex.: ICC, cirrose hepática e síndrome nefrótica). • Hipofiltração primária de sódio, que acontece em todos os estados onde há redução da TFG, como estenose bilateral de artérias renais e insuficiência renal oligúrica. • Hiperabsorção tubular primária de sódio, como a que ocorre nos estados hipermineralocorticoides.
222
Soros “Balanceados” – são aqueles cuja composição tenta reproduzir o equilíbrio eletrolítico do meio interno. É digno de nota que os soros balanceados possuem menos ... que o plasma, e por isso devem ser evitados em indivíduos com predisposição à formação de edemas, especialmente nos casos de lesão ... Os tipos mais comumente utilizados no Brasil* são a Solução de Ringer, também chamada de Ringer simples ou Ringer III, e o Ringer Lactato (RL), que é o Ringer simples acrescido de lactato.
sódio aguda no SNC (a menor quantidade de sódio destes soros aumenta a formação do edema cerebral).
223
os soros balanceados | devem ser evitados nos indivíduos ...
hipercalêmicos e hipercalcêmicos, pois mesmo uma pequena quantidade de potássio e cálcio promove importante piora de tais distúrbios eletrolíticos
224
Os principais efeitos colaterais da salina hipertônica (nesse caso, NACL 7,5%) são dose-dependentes, sendo representados por hipernatremia, hipercloremia, hipocalemia, hemólise e disfunção do sistema de coagulação (um aumento exagerado da força iônica plasmática interfere na função enzimática e no metabolismo das células endoteliais e plaquetas). Porém, se o volume administrado não ultrapassar ... a chance de ocorrência desses paraefeitos é mínima, e por isso este foi o limite máximo adotado para a infusão de NaCl 7,5% em 24h (quando feito em bolus recomenda-se não ultrapassar 250 ml
4 ml/kg,
225
Contém apenas água e glicose, o que equivale a fazer “água pura” pela veia, pois a glicose será metabolizada em alguns minutos! O SG 5% é a solução de escolha para ..., já que a infusão de água destilada promoveria hemólise. Assim, seu objetivo primordial é a correção da ..., ainda que seu principal emprego na prática seja a profilaxia da ... nos indivíduos que permanecem em dieta zero (ex.: pós-operatório).
repor água livre hipernatremia “cetose de jejum”
226
Com 2 L de SG 5% fornecemos 100 g de glicose, o que produz ... de energia (mínimo necessário para evitar a cetose de jejum). Também é muito útil para prevenir a hipoglicemia (ex.: diabéticos que recebem insulina e necessitam ficar em dieta zero)
400 kcal
227
Albumina – disponível nas concentrações de 5% (força osmótica igual à do plasma normal, em torno de 20 mmHg) ou 25%. É obtida por fracionamento do sangue humano, sendo o risco de transmissão de doenças nulo ou mínimo (o processamento inativa agentes patogênicos). Seu emprego se justifica nas situações em que os cristaloides forem incapazes de sustentar um volume circulante adequado, devido a um grande aumento na permeabilidade vascular. Os principais exemplos clínicos são ... Já a solução de albumina a 25% possui uma força osmótica cinco vezes maior que a do plasma normal, e portanto o aumento da volemia corresponde a cinco vezes o volume de albumina infundido. Por conta dessa peculiaridade, estará indicada nas situações em que houver hipovolemia, redução da força osmótica do plasma (ex.: hipoalbuminemia) e aumento do volume de líquido no interstício (edema). O uso de albumina a 25% expande a volemia SEQUESTRANDO O LÍQUIDO INTERSTICIAL dentro do espaço intravascular (isto é, consegue reestabelecer a circulação ao mesmo tempo em que reduz o edema). A principal indicação clínica é no paciente ...
a peritonite aguda e o paciente grande queimado hipoalbuminêmico em anasarca que apresenta choque hipovolêmico.
228
A meia-vida da albumina exógena é de 16h. Duas horas após a infusão, 90% ainda estará no interior dos vasos! Estima-se que para cada grama de albumina infundido cerca de ... de água sejam redistribuídos no espaço extracelular, quer dizer, a água migra do interstício para o intravascular. As principais complicações de seu uso são a ... Outra complicação potencial, dada a possibilidade de rápida expansão volêmica, é o edema agudo de pulmão
8 ml anafilaxia (incidência de 0,5 a 1,5%), a hipocalcemia aguda (o cálcio livre se liga à albumina) e a indução de coagulopatia
229
Sintomas e manejo da hipermagnesemia
Inicialmente o paciente desenvolve hiporreflexia tendinosa. O agravamento da hipermagnesemia pode levar à arreflexia, fraqueza muscular, íleo paralítico, bradipneia, bradicardia e até mesmo à parada cardiorrespiratória. O tratamento da intoxicação aguda é feito com gluconato de cálcio 1-2 g IV, pois o cálcio funciona como “antídoto” contra o magnésio. A redução definitiva das concentrações plasmáticas pode ser tentada com hidratação vigorosa, em pacientes que tolerem bem volume, ou com hemodiálise em renais crônicos e pacientes com dificuldades no manejo de volume (ICC descompensada, por exemplo).
230
[H+] x [OH-] = 10^-14 essa equação representa
A constante de dissociação da água
231
é aquela que contém substâncias capazes de torná-la resistente a variações expressivas do pH. Essas soluções contêm, em concentrações significativas, um ácido fraco e o seu sal correspondente, ou então uma base fraca e o seu sal correspondente
Solução tampão
232
a. De uma forma geral, todo ácido fraco, quando dissolvido, gera uma ..., que é um sal aniônico (ex.: acetato). Do mesmo modo, toda base fraca, quando dissolvida, gera um ..., que é um sal catiônico, capaz de liberar H+ em solução (ex.: amônio)
base conjugada ácido conjugado
233
O poder de tamponamento de uma solução é | máximo quando ...
a concentração do ácido fraco é igual à da sua base conjugada, ou a concentração da base fraca é igual à do seu ácido conjugado
234
O tamponamento acidobásico é mais eficiente na faixa de pH que varia de 1 ponto abaixo até 1 ponto acima do
pKa OBS: [H+] = Ka [ácido fraco] r [base conjugada] Ka = constante de dissociação do ácido pH = pKa + log [base conjugada] [ácido fraco] pKa = cologaritmo de Ka Essa última é a fórmula de Hendersson Hasselbach
235
Qual o principal sistema tanpão extracelular? | Descreva sua fórmula de dissociação
sistema bicarbonato-CO2 CO2 + H2O ↔ H2CO3 « H+ + HCO3- Na reação acima, o CO2 funciona como o ácido fraco, sendo o bicarbonato, a base conjugada. O pKa desta reação é 6,10, aproximando-se do pH normal do plasma, de 7,40. V
236
a eficácia do sistema tampão dá-se numa faixa de pH que vai de 1 ponto abaixo do pKa até 1 ponto acima do pKa. Logo, o pH plasmático (7,40) encontra-se fora dessa faixa, pois está 1,3 pontos acima do pKa do sistema bicarbonato-CO2 (6,10). Apesar disso, o esse sistema tampão é bastante eficiente. Explique
A resposta está no controle dos níveis de CO2 associado à ventilação alveolar * O arco aórtico possui sensores de pH plasmático que se conectam ao centro respiratório (presente no bulbo) por intermédio de neurônios que seguem pelo nervo vago. A queda do pH, devido a um excesso de H+, estimula esses sensores, aumentando a ventilação alveolar e eliminando mais CO2. A elevação do pH, devido a um excesso de OH-, desestimula os sensores, reduzindo a ventilação alveolar e retendo CO2 . Esse mecanismo faz com que os níveis de CO2 acompanhem os níveis de HCO3-, mantendo o pH plasmático sem maiores variações
237
Descreva os sitemas tampão das hemácias
As hemácias participam do tamponamento sanguíneo, por conterem uma grande quantidade de hemoglobina e fosfato, que funcionam como bases tampão (tal como o bicarbonato). Veja as reações de tamponamento: H+ + Hemoglobinato- ↔ Hemoglobina+ (na hemácia) H+ + HPO4-2 (fosfato monoácido) ↔ H2PO4- (fosfato diácido)
238
Descreva o tampão ósseo
O excesso de H+ do extracelular também pode ser tamponado pelo osso. O mineral ósseo é capaz de liberar substâncias tampão, quando em contato com um excesso de H+. Essas substâncias são inicialmente NaHCO3 (bicarbonato de sódio), KHCO3 (bicarbonato de potássio) e, posteriormente, CaCO3 (carbonato de cálcio) e CaHPO4 (fosfato monoácido de cálcio). O tamponamento ósseo do excesso de H+, portanto, pode levar à desmineralização óssea, por fazer perder cálcio e fosfato
239
Descreva a porcentagem de participação dos diferentes sistemas tanpão
cerca de 40% de uma carga ácida é tamponada no extracelular, pelo Buffer Base, e cerca de 60% é tamponada no intracelular e ósseo, por outros sistemas tampão
240
O sistema bicarbonato-CO2 é eficaz para tamponar qualquer ácido, menos para o
H2CO3 (ácido carbônico), proveniente de um excesso de CO2 devido a um distúrbio respiratório Não há como o HCO3- (bicarbonato) tamponar o H+ liberado pelo H2CO3, já que o próprio H2CO3 é formado na reação de tamponamento do HCO3. Nesse caso, o tamponamento dá-se apenas pelos tampões intracelular e ósseo.
241
O CO2 é um ácido volátil, pois é eliminado pela ventilação alveolar. O H2 CO3, por ser prontamente convertido em CO2, também é considerado volátil. Todos os outros ácidos produzidos pelo metabolismo são denominados ácidos não voláteis. A principal fonte de ácidos não voláteis é o metabolismo proteico, através da quebra dos tioaminoácidos. Neste processo, é liberado o ácido ... O metabolismo dos nucleotídeos libera ácido fosfórico e ácido ..., enquanto o ácido lático e os cetoácidos são liberados, respectivamente, pelo ... e pela cetogênese.
sulfúrico úrico metabolismo anaeróbico dos carboidratos
242
A excreção renal de H+ depende da secreção tubular. O processo de secreção tubular de H+ ocorre no néfron distal, particularmente no túbulo coletor cortical, pela ação das células intercaladas. Para cada H+ secretado no lúmen tubular, 1 HCO3- é regenerado no plasma. Por isso, o processo de secreção de H+ é também chamado de ...
regeneração de bicarbonato
243
O principal fator determinante da excreção renal de H+ é a produção de ...
NH3 (amônia) pelas células tubulares proximais
244
Reabsorção de Bicarbonato: para que se mantenha o equilíbrio acidobásico no organismo, é fundamental que praticamente todo o bicarbonato filtrado pelo glomérulo seja reabsorvido, processo este que ocorre no túbulo proximal. Uma filtração glomerular de 170 L por dia faz com que sejam filtrados cerca de 4.000 mEq de bicarbonato diariamente. Se este bicarbonato não fosse reabsorvido, rapidamente se esgotariam as reservas de tamponamento do corpo. É importante relembrarmos que este processo é altamente dependente da ... e da ação da ...
reabsorção de Na+, através do trocador Na+/H+ anidrase carbônica luminal e celular Para ser reabsorvido, o bicarbonato luminal precisa se transformar em CO2
245
Descreva a utilidade do Base excess
Base Excess (BE) – É a diferença entre o buffer base do paciente e o buffer base normal (48 mEq/L). Pode ser representado como BEecf (ecf é a abreviatura de Extracelular Fluid). Veja para que serve. Se o BE for positivo e maior que + 3,0 mEq/L, significa que existe um aumento do total de bases, isto é, o organismo está retendo bases, devido a um distúrbio metabólico primário (alcalose metabólica) ou compensatório (retenção renal de HCO3 para compensar o aumento da PCO2 de uma acidose respiratória crônica). Se o BE for negativo, mais negativo do que – 3,0 mEq/L, significa que houve uma redução do total de bases, ou seja, o organismo perdeu bases, devido a um distúrbio metabólico primário (acidose metabólica) ou compensatório (excreção renal de HCO3 para compensar a diminuição da PCO2 de uma alcalose respiratória crônica). +++O BE não se altera nos distúrbios respiratórios agudos, pois não há tempo hábil para a resposta compensatória renal BEecf = (HCO3 real – 24) + 14,8 x (pH – 7,40)
246
Descreva a fórmula da PCO2 esperada na acidose metabólica
PCO2 esperada = (1,5 x HCO3) + 8
247
Descreva a fórmula da PCO2 esperada na alcalose metabólica
PCO2 esperada = HCO3 + 15
248
Cálculo do bicarbonato esperado na compensação da acidose respiratória
AGUDA: HCO3 aumenta 1 mEq/L para cada 10 mmHg de aumento da PCO2 CRÔNICA: HCO3 aumenta 3,5 - 4 mEq/L para cada 10 mmHg de aumento da PCO2
249
Cálculo do bicarbonato esperado na compensação da alcalose respiratória
AGUDA: HCO3 cai 2 mEq/L para cada 10 mmHg de redução da PCO2 CRÔNICA: HCO3 cai 5 mEq/L para cada 10 mmHg de redução da PCO2
250
``` podemos encontrar, na verdade, três tipos de acidose respiratória: (1) aguda (2) crônica compensada (3) crônica agudizada ``` Como separá-las pela gasometria?
1- Aguda: pH muito baixo, BE normal. 2- Crônica compensada: pH normal/quase normal, BE alto. 3- Crônica agudizada: pH muito baixo, BE alto.
251
O base excess também ajuda a estimar a gravidade dos distúrbios metabólicos. Um BE menor que ... é um critério de acidose metabólica grave, e um BE maior que ... é um critério de alcalose metabólica grave. O base excess também é utilizado para se calcular a fórmula de reposição de bicarbonato de sódio no paciente com acidose metabólica grave.
– 10 mEq/L +10 mEq/L
252
A produção renal de amônia (pelo túbulo proximal) é o principal mecanismo que regula a excreção urinária de H+. Os rins normais possuem uma ótima reserva de amônia (até dez vezes), porém, na ..., esta reserva fica cada vez mais reduzida.
insuficiência renal crônica
253
Causas de acidose metabólica
galeria (foto 4)
254
Valor normal do anion gap?
8 - 12 mEq/L Um detalhe importante: A albumina é o principal ânion (não medido) do plasma e, por este motivo, sua queda pode falsear a análise do AG... Uma redução da albumina em 1 g/dl em relação ao seu valor normal, de 4,5 g/dl, gera uma diminuição de 2,5 mEq/L no ânion-gap. Logo, o “ânion-gap corrigido” para o nível de hipoalbuminemia é obtido por meio da soma de 2,5 mEq/l ao valor de AG calculado para cada 1 g/dl de queda da albumina... Assim, um paciente cirrótico com albumina de 2,5 g/dl e AG = 12 mEq/L pode perfeitamente ter acidose lática, pois o AG corrigido é de 17 mEq/L. Portanto, muito cuidado na interpretação de gasometrias de pacientes hipoalbuminêmicos!
255
Qual o tipo de distúrbio ácido báscio associado ao soro de NaCl a 9%
Acidose metabólica hiperclorêmica (anion gap normal) A acidose metabólica hiperclorêmica relacionada a uma infusão excessiva de soro fisiológico é explicada pela diluição do HCO3 plasmático (ausente na composição do SF 0,9%). É por isso que se diz que o SF 0,9% é um soro acidificante
256
A análise do AG urinário é muito importante para o diagnóstico diferencial das ... o principal ânion urinário é o ... o valor normal do AG urinário é ... AG urinário = ...
acidoses hiperclorêmicas Cl- (e não o HCO3-!!!); negativo (na urina há um maior número de cátions não medidos, sendo o principal o amônio (NH4+), que não entra na fórmula do AG urinário...). Para fins didáticos, podemos dizer que o valor do AG urinário normal é, exatamente, o oposto do AG plasmático, oscilando, portanto, entre -8 e -12 mEq/L AG urinário = (Na+ Urina + K+ Urina) – Cl- Urina
257
a eliminação do cloro (e, portanto, sua presença na urina) depende diretamente da capacidade de excreção renal do ... O AG urinário será mais negativo quanto maior for a excreção de ...
H+ e amônia (NH3), já que o cloro é eliminado após sua ligação com o NH4+ (NH4 Cl), como podemos perceber analisando a reação abaixo: H+ + NH3+ > NH4+ + Cl- > NH4 Cl > URINA NH4 Cl, já que uma maior concentração de cloreto na urina torna o AG urinário mais negativo. Em outras palavras, se por algum motivo existir uma dificuldade em excretar o hidrogênio, o cloreto também deixará de ser eliminado e, com pouco cloro na urina, o AG urinário se tornará POSITIVO!!!
258
Nas acidoses tubulares renais (ATR tipo I, II e IV), por um distúrbio tubular renal, ocorre menor produção de NH3 na ATR II e perda da capacidade de acidificar a urina nas ATR I e IV. Estes indivíduos terão, portanto, dificuldade na eliminação de ácido e, consequentemente, o AG urinário medido será ... Se a causa da acidose hiperclorêmica for a perda intestinal de bicarbonato (diarreias e fístulas entéricas), o rim normal aumenta a eliminação de H+, na tentativa de corrigir a acidose, com isso, o cloro urinário ... e o AG urinário se torna ...
positivotambém aumenta exageradamente negativo (-20 e -50 mEq/L)
259
O ácido L-lático é uma substância derivada do metabolismo anaeróbico da glicose. A anaerobiose celular exacerba-se sempre que há hipóxia celular. Quais são as causas clássicas de hipóxia celular?
(1) isquemia grave (choque, PCR – Parada Cardiorrespiratória); (2) hipoxemia extrema (PaO2 < 35 mmHg); (3) bloqueio da utilização de O2 pela célula (sepse, intoxicação por cianeto); (4) deslocamento do O2 da hemoglobina (intoxicação pelo monóxido de carbono).
260
A acidose L-lática associada à isquemia-hipóxia é denominada acidose lática ... Existem também diversas causas de acidose L-lática não relacionadas à hipóxia celular, sendo denominadas ... :grande mal epiléptico, rabdomiólise (o músculo esquelético é o maior reservatório corporal de ácido lático), insuficiência hepática, uso de biguanidas, infecção pelo HIV, neoplasia maligna.
Tipo A Tipo B * No caso da insuficiência hepática, o acúmulo de ácido lático é decorrente da incapacidade do fígado em metabolizar a pequena quantidade de ácido lático formado no metabolismo basal
261
A acidose D-lática é uma entidade rara, associada à ... Os carboidratos da dieta são metabolizados pelas bactérias colônicas em ácido D-lático, que é prontamente absorvido pelo intestino e se acumula na circulação, provocando um quadro semelhante à embriaguez alcoólica, com acidose metabólica pós-prandial
síndrome do intestino curto
262
Uma deficiência insulínica grave, como ocorre no diabetes mellitus tipo I, pode levar a uma produção exacerbada de corpos cetônicos no fígado. Dos três corpos cetônicos, dois são ácidos: ... São liberados diariamente na circulação mais de 500 mEq destes ácidos, uma quantidade muito superior à capacidade de eliminação renal. A acidose metabólica pode ser eventualmente muito grave, com o pH atingindo valores < 7,00. O ânion-gap encontra- se elevado pelo acúmulo dos cetoânions ... Após os primeiros dias de tratamento, os cetoânions são metabolizados, porém os rins demoram mais para excretar o excesso de H+. Nesta fase surge uma ...,
ácido acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico (acetoacetato e beta-hidroxibutirato) acidose hiperclorêmica (já que o ânion-gap encontra- se normal)
263
Qual o mecanismo da acidose associada ao consumo de álcool
O álcool inibe a gliconeogênese, desencadeando hipoglicemia e diminuição da produção pancreática de insulina. A insulinopenia permite um aumento significativo da produção de corpos cetônicos e cetoacidose. O quadro pode ser prontamente revertido com a administração de glicose hipertônica, pois a glicose estimula a produção de insulina pelas ilhotas do pâncreas
264
Insuficiência Renal Grave (Uremia): quando a função renal cai muito... o H+ é retido juntamente com ... O ... acumulado é responsável pelo aumento do ânion-gap. A hipercalemia é outro fator que leva à acidose, pois o K+ entra nas células em troca da saída de H+. Estima-se que o pH cai 0,1 ponto a cada 0,4 mEq/L de aumento da calemia.
(clearance < 20 ml/ min), sulfato – ânion derivado da dissociação do ácido sulfúrico, principal substância ácida proveniente do metabolismo das proteínas sulfato
265
Intoxicação por Salicilatos: altas doses de ácido acetilsalicílico ingeridas de uma só vez (> 3 g para crianças; > 10-30 g para adultos) podem acarretar um quadro grave de intoxicação, levando eventualmente ao óbito. O ácido acetilsalicílico é convertido em ácido salicílico pelo metabolismo. Este ácido se dissocia, formando o salicilato. Estes fármacos também interferem no metabolismo celular, aumentando a produção de ácido lático e cetoácidos. O acúmulo de salicilato + lactato + cetoânions justifica o aumento do ânion-gap. Os sintomas iniciais são... Segue-se um quadro de hiperpneia por estimulação direta do centro respiratório pelos salicilatos. Nesse momento, a gasometria mostra uma ... Nos casos mais graves, o paciente entra em coma e evolui com edema pulmonar não cardiogênico e acidose metabólica grave. A gasometria mostra ...
tinidos, vertigem e vômitos (labirintopatia) alcalose respiratória um distúrbio misto: alcalose respiratória + acidose metabólica.
266
Intoxicação por Metanol: o metanol, chamado também de “álcool da madeira”, atualmente é um produto químico utilizado como solvente para graxas, óleos, resinas, nitrocelulose e na fabricação de tinturas, formaldeído (formol), líquidos anticongelantes, combustíveis especiais e plásticos. A ingestão acidental ou intencional de mais de 15 ml de metanol pode acarretar sinais e sintomas de intoxicação, caracterizados por... A acidose é devido ao acúmulo de ..., proveniente do metabolismo hepático do metanol, pelas enzimas álcool desidrogenase (reação 1) e aldeído desidrogenase (reação 2)
perturbações visuais, cegueira, dor abdominal (pancreatite), cefaleia, vertigem, vômitos e acidose metabólica grave ácido fórmico 1 - (metanol → formaldeído); 2- (formaldeído → ácido fórmico)
267
Intoxicação por Etilenoglicol: o etilenoglicol é utilizado como anticongelante para radiadores de automóveis. Além disso, é encontrado em fluido de freios, na produção de explosivos, solvente de manchas, óleos, resinas, esmaltes, tintas e tinturas. A sua ingestão acidental ou intencional leva a um quadro de intoxicação muito grave, caracterizado pelo ... Uma pista diagnóstica é o encontro de ...
estado comatoso, crises convulsivas, insuficiência renal aguda e acidose metabólica grave cristalúria por oxalato de cálcio no EAS (ocorre em 50% dos casos). *** A acidose metabólica é multifatorial, sendo causada pelo acúmulo de ácido glicólico, ácido oxálico, ácido lático e pela própria insuficiência renal. Os ânions glicolato, oxalato, lactato e sulfato são responsáveis pelo aumento do ânion-gap.O oxalato se precipita nos túbulos renais, sob a forma de oxalato de cálcio, levando à insuficiência renal aguda oligúrica. Uma pista diagnóstica é o encontro de cristalúria por oxalato de cálcio no EAS (ocorre em 50% dos casos).
268
Existe um dado que sempre deve ser buscado diante da suspeita clínica de acidose por intoxicação exógena: ...
o gap osmolar. Normalmente temos uma proximidade entre os valores da osmolaridade sérica medida (laboratorialmente) e da calculada (pela fórmula: Osm = 2Na + Gli/18 + Ureia/6). Quando essa diferença excede 10 mOsm/kg, temos o gap (hiato) osmolar. Esse hiato se deve ao acúmulo de substâncias osmoticamente ativas, não contempladas na fórmula acima, em concentrações séricas significativas. Exemplos são o manitol e álcoois, como o metanol, etanol e etilenoglicol. Lembrando que o diagnóstico definitivo de intoxicação exógena é dado pela dosagem sérica da substância
269
Ureterossigmoidostomia: um procedimento cirúrgico utilizado após cistectomia total para o tratamento do Ca de bexiga chama-se ureterossigmoidostomia (implantação dos ureteres no sigmoide). Neste caso, a urina é eliminada pelo ânus do paciente. Este procedimento leva à ... em 80% dos casos. Esse distúrbio ácido-básico é explicado por 2 mecanismos: ...
Acidose metabólica hiperclorêmica (1) absorção de cloreto em troca da secreção de bicarbonato na mucosa colônica – este é o principal mecanismo; (2) absorção colônica do NH4 + (amônio) urinário
270
Acetazolamida: trata-se de um diurético inibidor da... Ao inibir parcialmente esta enzima, o fármaco prejudica a ..., levando a um quadro muito semelhante à... A acidose é ... A acetazolamida tem sido mais utilizada para o tratamento do glaucoma e da hidrocefalia
anidrase carbônica. reabsorção de bicarbonato pelo néfron proximal acidose tubular renal tipo II hiperclorêmica e hipocalêmica
271
Diuréticos Poupadores de Potássio: estes diuréticos inibem a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e H+ pelo túbulo coletor (segmento do néfron distal). O resultado é a retenção de potássio e H+, um quadro semelhante à... A acidose é ... São exemplos destas drogas: espironolactona, amiloride e triamtereno.
acidose tubular renal tipo IV. hiperclorêmica e hipercalêmica
272
a NPT pode induzir uma ...
acidose metabólica hiperclorêmica, * devido ao metabolismo de alguns de seus aminoácidos. Alguns deles são catiônicos, contendo o radical – NH4+, capaz de liberar H+. Outros contêm enxofre em sua molécula, liberando ácido sulfúrico no metabolismo.
273
Na acidose da IRC, como costuma estar o anion gap?
Depende em fases mais precoces da síndrome urêmica (clearance entre 20-50 ml/min), não ocorre retenção de ácido sulfúrico, mas a produção de amônia pelo rim está comprometida... É perdido o principal mecanismo regulador da excreção renal de H+. A retenção de H+ começa a ocorrer especialmente nas situações de hipercatabolismo (estresse, infecção). Como nenhum novo ânion é retido nesse momento, a acidose é hiperclorêmica. Como vimos, quando a função renal cai para menos de 10%, o sulfato é retido, aumentando o ânion-gap.
274
é causada pela disfunção das células intercaladas do túbulo coletor, havendo queda da atividade da H+-ATPase da membrana luminal, enzima responsável pela acidificação da urina. O pH urinário é caracteristicamente maior do que 5,30, mesmo na vigência de uma acidose importante, quando a acidificação urinária deveria ser máxima. É uma acidose hiperclorêmica e hipocalêmica. A espoliação de potássio nesta síndrome ocorre pelo fato deste cátion ser eliminado na urina no lugar do H+ (que não pôde ser secretado). Outra consequência esperada é a nefrolitíase por fosfato de cálcio, devido ao tamponamento ósseo do excesso de H+, com liberação de cálcio e fosfato no plasma, resultando em hipercalciúria e hiperfosfatúria.
Acidose tubular renal tipo I
275
Quando inidicar reposição de bases nas acidose hiperclorêmicas?
a reposição de bases está indicada em todas as acidoses hiperclorêmicas. As exceções podem ser a ATR tipo IV e o hipoaldosteronismo (neste caso, é só corrigir a hipercalemia), bem como as acidoses decorrentes do uso de diuréticos (é só suspender a droga). Sem a administração de bases, a acidose hiperclorêmica demora a corrigir (perdas digestivas), ou simplesmente não é corrigida (quando a causa é renal). Nas perdas digestivas de bicarbonato, o NaHCO3 pode ser reposto com o soro de hidratação venosa, procurando-se atingir mais de 50 mEq para cada litro de fluido digestivo eliminado. Mesmo sem administrar bases, o paciente irá mais cedo ou mais tarde se recuperar da acidose, pois a função renal está normal.
276
Em relação às acidoses metabólicas com anion gap aumentado, A reposição de bases não está indicada DE ROTINA em nenhuma das etiologias V ou F
F A reposição de bases não está indicada DE ROTINA na acidose lática e na cetoacidose, somente em casos muito graves e refratários às medidas iniciais devemos considerá-la... Está indicada, por outro lado, na uremia grave e nas intoxicações exógenas por salicilatos, metanol e etilenoglicol
277
Quanado indicar bicarbonato de sódio na acidose lática?
Só vamos repor NaHCO3 nos casos de acidose lática muito grave e refratária o mecanismo mais comum de acidose lática é a hipóxia tecidual (tipo A). Como os rins também acabam sendo afetados acentuase a retenção de H+ e lactato. Quando a causa básica é corrigida (ex.: choque, PCR, sepse), o lactato acumulado na circulação ganha o tecido hepático, sendo então metabolizado no hepatócito em bicarbonato. Este processo é capaz de regenerar quase todo o bicarbonato consumido pela acidose. O excesso de H+ restante é eliminado pelos rins, que já recuperaram a sua função. O H+ é excretado ligado a NH3 ou ao próprio
278
Nas intoxicações por metanol | ou etilenoglicol, deve-se administrar ...,
etanol venoso ou fomepizol um inibidor específico | da álcool-desidrogenase
279
Como calcular o deficit de bicarbonato?
Deficit de HCO3 (mEq) = 0,3 x Peso x Base Excess Recomenda-se fazer inicialmente 1/3 da dose. MÉTODO ATUAL: visa chegar-se a um pH de 7,20. Passo 1: HCO3 desejado = 0,38 x PaCO2. Passo 2: Deficit de HCO3(mEq) = 0,5 x Peso x (HCO3 desejado – HCO3 atual) Se o enunciado trouxer o bicarbonato desejado (por exemplo, 24 mEq/L) basta substituí- lo na fórmula, pulando o passo 1. * O bicarbonato de sódio disponível para administração venosa no nosso meio tem a concentração de 8,4%. Significa que cada ml da solução contém 1 mEq de NaHCO3. Existem no mercado a ampola de 10 ml e o frasco de 100 ml.
280
Efeitos adversos do bicarbonato de sódio 8.4%
1) Edema Agudo de Pulmão: a quantidade de sódio contido em 50 ml da solução de NaHCO3 a 8,4% é equivalente a 4,5 g de NaCl 2) Hipernatremia 3) Redução do Cálcio Ionizado: a infusão de bicarbonato, ao elevar subitamente o pH plasmático, promove a ligação do cálcio à albumina sérica, reduzindo a sua fração ionizada 4) Redução do pH Intracelular (pHi): quando se administra NaHCO3 na PCR ou acidose lática tipo A, pode-se agravar a acidose intracelular, fazendo cair o pHi e, assim, piorando a disfunção orgânica e reduzindo a contratilidade miocárdica. Veja o mecanismo: o bicarbonato administrado tampona o excesso de H+, convertendo-se em H2CO3 que, por sua vez, forma CO2 e H2O. Normalmente, o CO2 formado pelo tamponamento é eliminado pela ventilação alveolar. Na PCR e na acidose lática tipo A, contudo, o fluxo sanguíneo orgânico não é suficiente para levar este CO2 recém- formado para os alvéolos. Se o CO2 acumular-se nos tecidos, irá penetrar livremente nas células, devido à sua alta difusibilidade, piorando a acidose celular (queda do pHi). Por isso, não se deve usar de rotina o NaHCO3 na PCR. 5) Acidose liquórica paradoxal: como o bicarbonato não tem boa difusão pela barreira hematoliquórica, na acidose metabólica, os níveis liquóricos de bicarbonato diminuem muito menos que os seus níveis plasmáticos. Porém, a hiperventilação compensatória, estimulada pela queda do pH plasmático, ao reduzir a PCO2 plasmática, acaba por reduzir também a PCO2 liquórica, pois o CO2 é altamente difusível pela barreira hematoliquórica, dada a sua lipossolubilidade. Assim, na acidose metabólica, o liquor é mais alcalino do que o plasma. Ao infundir-se uma quantidade de NaHCO3 a ponto de corrigir rapidamente o pH plasmático, o paciente perde a resposta hiperventilatória, elevando-se a PCO2 plasmática que, por sua vez, equilibra-se de imediato com a PCO2 liquórica. A acidificação liquórica acentuada pode promover vasodilatação cerebral e distúrbios da consciência
281
Descreva a Relação ΔAG/ΔHCO3-
Relação ΔAG/ΔHCO3- = (AG do paciente – AG normal) / (HCO3- paciente – HCO3- normal). Para que serve esta fórmula??? Ela nos auxilia na confirmação dos tipos de distúrbios primários presentes. Veja: Se a relação ΔAG/ΔHCO3-: > 2 (nos indica que a redução do bicarbonato foi menor que a esperada) = alcalose metabólica concomitante à acidose metabólica com ânion-gap aumentado. Se a relação ΔAG/ΔHCO3-: < 0,5 (a redução do bicarbonato foi superior à esperada) = acidose metabólica com ânion-gap normal associada à acidose metabólica com ânion-gap aumentado *Paciente com choque séptico e obstrução intestinal foi internado no CTI: GASO: pH = 7,40, HCO3 = 23 mEq/L e PCO2 = 36 mmHg. Na+= 135 mEq/L e o Cl = 82 mEq/L Aparentemente não está tudo normal??? pH normal, Na+ normal, bicarbonato e PCO2 ótimos... Mas, e o cloro? Não está baixo? E o ânion-gap? Neste momento, você decide, acertadamente, realizar o cálculo do ânion-gap... Ânion-gap = Na - (Cl + Bicarbonato) = (normal: 8-12 mEq/L) Então, Ânion-gap = 135 - (82 + 23) = 30 mEq/L Cloro baixo e AG aumentado... Pois é, o paciente não está nada bem... Choque séptico + sonda nasogástrica drenando grande quantidade de líquido ácido do estômago... Em outras palavras, o paciente está formando ácido lático em grande quantidade (acidose metabólica com ânion-gap aumentado), ao mesmo tempo em que perde ácido clorídrico estomacal (alcalose metabólica). Ele possui um distúrbio misto, embora os parâmetros gasométricos estejam normais... A relação delta/ delta é a ÚNICA forma de demonstração do distúrbio. Mas cuidado!!! Esta relação só tem valor para os pacientes com acidose metabólica e ânion-gap aumentado
282
existem condições que aumentam a reabsorção | de bicarbonato, como a ...
hipovolemia e a depleção de cloreto * Na hipovolemia, o néfron está ávido para reabsorver sódio. Como a reabsorção de bicarbonato está atrelada à reabsorção de sódio, mais bicarbonato é reabsorvido na hipovolemia ** Na depleção de cloreto, há menos deste ânion para ser reabsorvido com o sódio. Como o bicarbonato é um ânion, ele precisa ser mais reabsorvido para acompanhar o sódio e assim manter o equilíbrio eletroquímico do lúmen tubular e do plasma. Ainda há outro mecanismo que envolve o cloreto: no néfron distal, o bicarbonato pode ser secretado em troca da reabsorção de cloreto.
283
Espera- se um aumento do pH de 0,1 ponto para cada ... de queda da calemia.
0,4 mEq/L
284
O que é a acidúria paradoxal?
Um assunto muito pedido nas provas de cirurgia, a acidúria paradoxal ocorre quando temos alcalose metabólica na presença de hipovolemia, hipocloremia e hipocalemia. Numa alcalose metabólica, espera-se uma urina alcalina, mas nas condições acima, a urina mantém- se ácida... Como vimos, a hipovolemia e a hipocloremia impedem que o excesso de bicarbonato seja eliminado, não havendo a esperada bicarbonatúria. A hipocalemia também aumenta a secreção tubular de H+, contribuindo para acidificar mais a urina. Acidúria paradoxal = alcalose sérica + acidose urinária
285
Existem quatro grandes grupos de causas de alcalose metabólica. Basicamente, é útil seguir os seguintes passos na abordagem diagnóstica das alcaloses metabólicas:
1- História clínica detalhada, especialmente com relação à história medicamentosa recente, uso de álcalis, presença de diarreia ou vômitos; 2- Dosagem do cloro sérico e avaliação do estado volêmico do paciente; 3- Dosagem do cloro urinário. * O cumprimento desses três passos vai direcionar para um dos quatro grandes grupos diagnósticos, baseados na origem da alcalose e na resposta ou não a cloretos: Alcaloses extrarrenais responsivas a cloreto; renais responsivas a cloreto; extrarrenais não responsivas ao cloreto e renais não responsivas a cloreto
286
Tabela com causas de alcalose metabólica
galeria (foto 5)
287
é uma causa importantíssima de alcalose metabólica em pacientes internados no CTI. Ela vai ocorrer em pacientes com DPOC que estão em ventilação mecânica
Alcalose pós hipercapnia crônica
288
Por que a hemotransfusão pode causar alcalose metabólica extrarrenal não responsiva ao cloreto (cloro sérico normal)
anticoagulante mais utilizado nos concentrados de hemácia é o citrato. O citrato funciona como base, pois pode se combinar com o H+, formando o ácido cítrico. Além disso, o citrato é metabolizado em bicarbonato no hepatócito. Daí o motivo da alcalose metabólica transitória (às vezes grave) ocorrer com frequência após uma hemotransfusão maciça
289
a ingestão crônica abusiva de leite pode levar a uma discreta hipercalcemia e alcalose metabólica. A alcalose depende do carbonato e do cálcio absorvidos pelo intestino, ingredientes presentes em grandes concentrações no leite. O carbonato é uma base, enquanto o cálcio, por mecanismos desconhecidos, pode contribuir para a alcalose metabólica Qual o nome dessa entidade clínica:?
Síndrome leite-álcali
290
Além de predispor a distúrbios mais graves, como a hipocalemia, a alcalose metabólica grave pode ter repercussões clínicas diretas. A alcalose metabólica grave (pH > 7,70) pode levar às seguintes consequências:
(1) vasoconstricção cerebral – confusão mental, convulsões, torpor; (2) excitabilidade neuromuscular – tetania, parestesias; (3) excitabilidade cardíaca – arritmias; (4) hipoventilação pulmonar (compensatória); (5) aumento da produção de lactato – aumento discreto do ânion-gap; (6) redução do cálcio ionizado – tetania, convulsões, parestesias, e (7) precipitação da encefalopatia hepática.
291
Qual a relação dos distúrbios áciod básicos com o cálcio?
A alcalose pode precipitar os sintomas da hipocalcemia – tetania, convulsões, torpor, coma. A acidose “protege” o paciente dos sintomas da hipocalcemia. Por isso, cuidado, não faça bicarbonato em nenhum paciente com hipocalcemia real (redução do cálcio ionizado), sem antes corrigir os níveis deste íon.
292
Nas alcaloses que cursam com depleção de volume e cloreto, para que o rim elimine o excesso de bicarbonato, temos que garantir três coisas ao nosso paciente:
(1) mantê-lo euvolêmico; (2) mantê-lo normocalêmico; (3) corrigir a depleção de cloreto. Para isso, utiliza-se SF 0,9%, associado à reposição (oral ou venosa) de KCl.
293
No paciente hipervolêmico e nas alcaloses não responsivas a cloreto, dependendo da gravidade, pode-se tentar ... (atentar sempre para a hipocalemia que essa droga pode induzir) ou, em casos mais graves, ou que não respondam à droga anteriormente citada, a infusão de ...
acetazolamida ácidos minerais (HCl ou monoidroclotero de arginina). * O cloreto de amônio também pode ser tentado nesses casos, mas é contraindicado em hepatopatas pelo risco de desencadeamento de encefalopatia hepática ``` ** Pacientes com hiperaldosteronismo ou hipercortisolismo beneficiam- se da reposição de K+ e do uso de diuréticos poupadores de potássio, como a espironolactona. ``` *** Portadores de estenose de artéria renal unilateral podem compensar a hipocalemia e, pelo menos em parte, a alcalose, com o uso de inibidor da ECA.
294
Causas de acidose respiratória
Galeria (foto 6)
295
O que é a Alcalose metabólica pós-hipercapnia crônica:
imagine um paciente DPOC com a seguinte gasometria: pH = 7,33 PCO2 = 80 mmHg HCO3 = 38. Com esta gasometria, o paciente está estável e vive no seu melhor desempenho físico. Se o paciente evoluir com pneumonia e descompensar a função respiratória, irá reter CO2 agudamente e deverá ser intubado. Ao colocá-lo em ventilação mecânica, o médico inadvertidamente controla a sua ventilação de forma a normalizar a PCO2 (40 mmHg). A nova gasometria será: pH = 7,60 PCO2 = 40 mmHg HCO3 = 38 mEq/L. Trata-se de uma alcalose metabólica. Esta é a chamada alcalose metabólica pós-hipercapnia crônica. Na verdade, a alcalose metabólica já ocorreu antes, para compensar a acidose respiratória crônica. Ao trazer a PCO2 para o valor normal, o médico fez aumentar o pH para níveis bem altos. A consequência clínica é comparável à de uma alcalose respiratória, levando a um grave distúrbio cerebral, por vasoconstricção.
296
A acidose respiratória aguda deve ser prontamente revertida, pois as suas consequências clínicas podem ser gravíssimas!! O paciente costuma evoluir com a síndrome da ... O CO2 é um potente ... e quando seus níveis plasmáticos tornam-se agudamente altos, o pH liquórico e cerebral caem vertiginosamente... O paciente evolui em poucos minutos com ... O tratamento efetivo da acidose respiratória aguda deve ser a ... trazendo-se a PCO2 para o valor normal ou prévio e, principalmente, o pH para a faixa normal.
carbonarcose vasodilatador cerebral , dilatando os vasos cerebrais alteração do sensório (confusão mental, agitação, convulsões, torpor, coma), papiledema e distúrbios hemodinâmicos (choque, arritmias ventriculares malignas, PCR). pronta intubação traqueal e ventilação mecânica,
297
A acidose respiratória crônica não precisa ser tratada, quando no estado compensado. A conduta visa apenas o tratamento da doença de base V ou F
V * Quando estes pacientes descompensam, entram em acidose respiratória aguda (na verdade, crônica agudizada) e devem sempre ser intubados se houver alteração do sensório, fadiga respiratória ou pH < 7,25 na gasometria.
298
O tratamento da alcalose respiratória aguda deve ser rápido, pois este distúrbio leva de forma instantânea à ... Pode haver alteração do sensório (confusão mental, agitação, convulsões, torpor, coma), principalmente nos idosos e cerebropatas que possuem uma baixa reserva vascular cerebral. A ... pode ser desencadeada pela redução do cálcio ionizado. Podem surgir parestesias periorais e das extremidades. Por que você acha que, na crise de histeria (hiperventilação psicogênica), a paciente se queixa tanto de formigamento e dormência?
vasoconstricção cerebral e à síndrome do hipofluxo cerebral. tetania
299
Mulher, 35 anos, resolveu realizar exames de rotina. Nega qualquer sintomatologia e nega uso de medicamentos. Ficou assustada com o resultado do Na = 122 mEq/L e veio ao seu consultório pedir uma opinião. Assinale a alternativa que apresenta a conduta CORRETA: a) Não fazer nada, pois a paciente está assintomática. b) Mandar a paciente beber menos água. c) Solicitar novo exame e dosagem de triglicérides. d) Solicitar novo exame e dosagem de U/Cr.
C Em uma paciente jovem e assintomática, sem história de qualquer patologia crônica significativa, não se espera o surgimento isolado de hiponatremia HIPOTÔNICA ou HIPERTÔNICA grave. Sendo assim, em um caso como este, antes de mais nada, temos que repetir a dosagem de sódio e nos certificarmos de que não se trata de uma “pseudo-hiponatremia”. Existem duas causas principais de pseudo-hiponatremia: (1) hipertrigliceridemia e (2) paraproteinemia. Em ambas, a explicação para uma dosagem de sódio abaixo do normal é a seguinte: quando certos métodos de aferição do sódio sérico são empregados (ex.: quimioluminescência), determina-se a quantidade TOTAL de sódio presente na amostra, dividindo-se este resultado pelo volume de soro analisado. Se uma fração significativa deste volume não for líquida, isto é, se ela for constituída por triglicerídeos ou por paraproteínas, a quantidade total de sódio medida na fração líquida real (que pode apresentar concentração dentro da faixa de normalidade) acabará sendo dividida por um volume total artificialmente elevado, que inclui o volume ocupado pela fração não líquida. A fim de contornar esse “artefato” laboratorial, pode-se dosar a natremia diretamente por um método iônico. Neste caso, o resultado expressa exatamente a concentração de sódio na fração líquida da amostra, independentemente da quantidade de triglicerídeos ou paraproteínas. Ora, pensando na possibilidade de tal alteração lipêmica, vamos solicitar também a dosagem da trigliceridemia
300
Definição de IRA segundo KDIGO 2012
• Aumento da creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dl dentro de 48h OU • Aumento da creatinina sérica ≥ 1,5x o valor de base, ocorrendo nos últimos 7 dias OU • Débito urinário < 0,5 ml/kg/h por mais do que 6h ``` OBS.: estadiamento da IRA Estágio I • Aumento da creatinina ≥ 0,3 mg/ dl OU • Aumento da creatinina 1,5 a 1,9 vezes o valor de base OU • Débito urinário < 0,5 ml/kg/h por 6-12h ``` ``` estágio 2 • Aumento da creatinina 2,0 a 2,9 vezes o valor de base OU • Débito urinário < 0,5 ml/kg/h por ≥ 12h ``` ``` estágio 3 • Aumento da creatinina para um valor ≥ 4,0 mg/dl OU • Aumento da creatinina 3,0 vezes o valor de base OU • Débito urinário < 0,3 ml/kg/h por ≥ 24h OU • Anúria ≥ 12h OU • Início da terapia de substituição renal OU • (Pacientes com < 18 anos): queda na TFG estimada para < 35 ml/min/1.73 m2 ```
301
Azotemia vs uremia
``` Azotemia é o aumento das “escórias nitrogenadas”, detectado pela elevação de ureia e creatinina no sangue – diversas outras substâncias nitrogenadas, que também se elevam nos quadros azotêmicos, não são habitualmente mensuradas. ``` Uremia é um termo sindrômico (síndrome urêmica), e faz referência aos sinais e sintomas que resultam da injúria renal grave – não deve ser usado para indicar o aumento da ureia! A uremia costuma ocorrer com TFG < 15-30 ml/min
302
Cite causas de aumento da ureia
``` Insuficiência renal Hipovolemia Sangramento digestivo Estados hipercatabólicos Corticosteroide / Tetraciclinas Dieta hiperproteica ```
303
Por que a avaliação do clearence de cretinina superestima em parte a TFG?
O motivo da discreta superestimativa da TFG pelo Clcr é o fato de cerca de 10-15% da creatinina ser eliminada por secreção tubular, e não pela filtração glomerular. OBS.: Na injúria renal avançada, isto é, quando a TFG se encontra muito reduzida, o clearance de creatinina progressivamente perde sua precisão, pois passa a superestimar a TFG de uma forma exagerada, uma vez que até 35% da creatinina pode estar sendo eliminada por secreção tubular
304
Tipos de mecanismos de IRA e porcentagem dos casos
1- Pré-renal (hipofluxo) – 55-60%; 2- NTA (Necrose Tubular Aguda) – 35-40%; 3- Pós-renal (obstrutiva) – 5-10%.
305
principais causas de IRA pré renal
``` Redução do volume circulante efetivo Estados de choque Insuficiência cardíaca descompensada Cirrose hepática com ascite Nefropatia isquêmica AINE Inibidores da ECA/Antagonistas de Angio II ```
306
A injúria pré-renal geralmente se instala assim que a pressão arterial média cai abaixo de ..., porém, em alguns idosos, hipertensos crônicos e diabéticos de longa data, o hipofluxo renal poderá se instalar com uma PAM um pouco acima deste valor, devido à disfunção crônica da arteríola aferente (menor capacidade de vasodilatação).
80 mmHg
307
A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é uma forma peculiar de IRA ... que acomete cerca de 20-40% dos portadores de cirrose hepática avançada, mas também pode surgir no contexto da insuficiência hepática fulminante (particularmente na hepatite alcoólica). Apesar de ser uma IRA ..., a SHR não pode ser resolvida apenas com a normalização da ... Em termos histológicos, caracteriza-se pela ... no parênquima renal, sendo o mecanismo da IRA uma intensa vasoconstricção nas ... o que configura um tipo de IRA “funcional” potencialmente reversível.
pré-renal “pré-renal” volemia ausência de alterações estruturais artérias e arteríolas pré-glomerulares (isquemia do córtex), *** Um curioso fato nos ajuda a entender que o problema da SHR “não está nos rins do paciente”: se o rim de um portador de SHR for transplantado num indivíduo não hepatopata, a vasoconstricção se desfaz espontaneamente, e a função renal se restabelece de maneira paulatina
308
resumo da fisiopatologia da síndrome hepatorenal
a queda inexorável do volume circulante efetivo (por “roubo” da circulação esplâncnica, a qual se dilata pela menor depuração do óxido nítrico - função hepática comprometida, e por translocação bacteriana e consequente atividade inflamatória) quanto os fenômenos compensatórios exageradamente intensos (excesso de ativação do sistema RAA, ação do ADH, causando vasoconstricção renal) levam a uma profunda redução na taxa de filtração glomerular e no ritmo de produção de urina, o que resulta em oligúria (débito urinário < 500 ml/dia ou < 400 ml/dia, dependendo da referência) e azotemia (Cr > 1,5 mg/dl), ou seja, um quadro de injúria renal grave
309
Como fazer o diagnóstico da SHR?
- Hepatopatia grave, aguda ou crônica, com hipertensão porta. - Cr > 1,5 mg/dl. - Ausência de melhora da creatinina sérica após expansão volêmica com albumina IV (1 g/kg), passados pelo menos dois dias sem administrar diuréticos. - Ausência de choque circulatório. - Ausência de uso atual ou recente de drogas nefrotóxicas (ex.: aminoglicosídeos, AINEs). - Ausência de sinais de doença parenquimatosa renal, particularmente: (1) proteinúria < 500 mg/dia; (2) presença de < 50 hemácias por campo de grande aumento no sedimento urinário; (3) USG de rins e vias urinárias normal (descartando lesões no parênquima e obstrução do trato urinário).
310
Tipos de SHR
Tipo 1 – a creatinina sérica dobra de valor (ficando > 2,5 mg/dl) em menos de duas semanas. Apesar de poder surgir de maneira espontânea, em geral se identifica um evento deflagrador (o mais comum é a peritonite bacteriana espontânea). O prognóstico é péssimo (mortalidade > 90%) caso a disfunção hepática não possa ser corrigida (o melhor tratamento é o transplante ortotópico de fígado). O quadro clínico é de IRA oligúrica Tipo 2 – a creatinina sérica aumenta de maneira lenta e gradual, levando mais do que duas semanas para dobrar e ultrapassar o valor de 2,5 mg/dl. Geralmente não há fatores agudos desencadeantes (trata-se de uma evolução natural da doença de base). O prognóstico de curto prazo é um pouco melhor que o da SHR tipo 1, porém o tratamento definitivo é o mesmo. O quadro clínico é de ascite refratária.
311
Aminoglicosídeos, quando administradas em doses elevadas, mais de uma vez ao dia e por um período > ..., são altamente nefrotóxicas. O fármaco é endocitado pelas células do túbulo ..., promovendo injúria celular direta. Como o principal defeito está na reabsorção tubular, a IRA geralmente é ... A NTA por aminoglicosídeos é uma das causas de IRA associada à ...
10 dias proximal não oligúrica hipocalemia e hipomagnesemia
312
Contraste Iodado: a toxicidade ocorre principalmente nos ..., que já tinham creatinina > 1,5 mg/dl. A coexistência de desidratação, diabetes, ICC e mieloma múltiplo potencializa o risco! A expansão volêmica e alcalinização urinária com solução isotônica de bicarbonato (150 ml de bicarbonato de sódio + 850 ml de SG 5%) associada à administração de N-acetilcisteína (1,2 g VO de 12/12h no dia do exame e na véspera), é indicada para a prevenção da nefropatia induzida por radiocontraste nos pacientes de alto risco. Fazemos um bolus de 3 ml/kg 1h antes do exame, e continuamos com infusão de 1 ml/kg/h nas próximas 6h. A insuficiência renal começa a se desenvolver dentro das ...após o exame, e reverte após sete dias, em média
nefropatas crônicosprimeiras 48h
313
imunossupressor utilizado na prevenção da rejeição após transplante renal. Esta droga é reconhecidamente nefrotóxica, promovendo lesão tubular isquêmica por vasoconstricção da arteríola aferente e contração do mesângio (daí a oligúria). Para evitar seu efeito tóxico, os níveis séricos devem ser monitorizados de rotina. O perfil da bioquímica urinária é semelhante ao da toxicidade pelo contraste iodado (pré-renal: pouco sódio e pouca água).
Ciclosporina
314
Anfotericina B: antifúngico potente, é bastante nefrotóxico, levando à lesão tubular direta e promovendo uma IRA não oligúrica com importante perda ...
de potássio e magnésio. O quadro | se assemelha à NTA por aminoglicosídeos.
315
Outros medicamentos causadores de NTA: aciclovir (por ...), pentamidina, foscarnet, cisplatina, ifosfamida (esta última pode causar a ...)
formação de cristais Síndrome de Fanconi
316
Variadas substâncias químicas podem ser nefrotóxicas, promovendo NTA. As principais são os metais pesados (...), os inseticidas (paraquat), o etilenoglicol e o envenenamento por cobras (...) ou aranhas (...). No caso específico do etilenoglicol, o mecanismo é o ...
chumbo, mercúrio Bothrops jararaca Loxsoceles sp. – aranha marrom acúmulo de cristais de oxalato no interior dos túbulos
317
Ao contrário da mioglobina, a hemoglobina não é causa de NTA
F Além da mioglobina, outro pigmento pode levar à IRA por NTA: a hemoglobina. Portanto, as hemoglobinúrias maciças podem cursar com injúria renal!!! O efeito tóxico da hemoglobina é semelhante ao da mioglobina (incluindo a vasoconstricção arteriolar pela depleção renal de óxido nítrico) * O exemplo mais comum (e grave) é a reação hemolítica transfusional por incompatibilidade ABO. Outros exemplos clássicos de hemólise intravascular: malária falciparum, deficiência de G6PD. O diagnóstico é suspeitado pelo achado de anemia e hemoglobinúria no sedimento urinário, sem a presença de hemácias (hematúria), descartada a rabdomiólise (níveis de CPK normais).
318
Qual a causa de NTA aguda na síndrome da lise tumoral? Cite uma pista diagnóstica
ácido úrico (liberado pela lise de células tumorais), que será filtrado pelo glomérulo e atingirá o lúmen tubular, onde poderá formar cristais obstrutivos que destroem o epitélio (NTA). A pista diagnóstica é uma relação urinária ácido úrico/creatinina > 1,0
319
“Devemos pensar na possibilidade de ... para todo paciente febril que desenvolva injúria renal aguda com potássio sérico baixo”.
leptospirose
320
A leptospirose é uma doença febril aguda de origem infecciosa, causada pela..., com 23 sorotipos identificados no Brasil. O agente da leptospirose possui uma forma peculiar de patogenicidade: pode provocar disfunção celular grave, sem ... A virulência deste micro-organismo provém da liberação de toxinas. A mais conhecida é uma Glicolipoproteína (GLP) capaz de produzir ... generalizada, levando ao extravasamento de líquido e sangue para os tecidos Seu espectro clínico é extremamente variável, podendo cursar com uma forma oligossintomática, conhecida como “forma ...” (...% dos casos), até uma forma caracterizada por manifestações multissistêmicas graves – a “forma ...”, também conhecida como síndrome de .., caracterizada por icterícia, hemorragia pulmonar e insuficiência renal aguda, cuja letalidade pode alcançar 40%.
espiroqueta Leptospira interrogans necrose ou inflamação significativas “capilarite” anictérica 90 íctero-hemorrágica Weil
321
A IRA relacionada à leptospirose é ... em 65% dos casos, e ... nos 35% restantes. Um fato muito interessante deve ser comentado: a IRA da leptospirose cursa com níveis séricos de potássio ..., mesmo quando há oligúria.
não oligúrica oligúrica ou oligoanúrica baixos ou normais * O predomínio da forma não oligúrica vem do aumento da fração excretória de sódio, pelo distúrbio tubular proximal.
322
Causas clássicas de IRA com hipocalemia
· Leptospirose · Lesão renal por aminoglicosídeos · Lesão renal pela anfotericina B · Nefroesclerose hipertensiva maligna
323
A lesão muscular, típica de um quadro de leptospirose, costuma ser evidenciada pela intensa mialgia, classicamente referida nas ..., e pode contribuir para o dano renal na medida em que libera mioglobina na circulação
panturrilhas
324
Causa de necrose cortical aguda
``` 1- Descolamento prematuro de placenta 2- Aborto retido 3- Síndrome HELLP – complicação da pré- -eclâmpsia 4- Sepse grave 5- Envenenamento por cobra ou aranha 6- Síndrome hemolítico-urêmica ```
325
A obstrução urinária pós renal aguda inicialmente produz vasodilatação arteriolar renal pela liberação de prostaglandinas, o que aumenta a TFG (“fase hiperêmica”). Em seguida, substâncias vasoconstrictoras são produzidas, reduzindo significativamente a TFG. Se a obstrução permanecer por mais de ... o paciente evolui com .... Na vigência de infecção renal, a perda renal se acelera (dias), tornando-se a desobstrução um procedimento emergencial nesses casos!
2-4 semanas fibrose intersticial atrofia tubular progressiva, a chamada nefropatia obstrutiva crônica
326
Nas azotemias mais graves aparecem sinais e sintomas de insuficiência renal, que juntos compõem a chamada síndrome urêmica aguda ou uremia aguda. Esta síndrome é composta por três distúrbios básicos:
(1) acúmulo de toxinas nitrogenadas dialisáveis; (2) hipervolemia; (3) desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico
327
Sinais e sintomas da síndrome urêmica
1 Hipertensão arterial 2 Edema pulmonar, SDRA 3 Distúrbio da hemostasia com sangramentos 4 Encefalopatia, crise convulsiva, coma 5 Hiper-reflexia, asterixis, mioclônus 6 Síndrome das pernas inquietas, neuropatia periférica 7 Distúrbios eletrolíticos e acidobásicos 8 Náuseas, vômitos, diarreia, soluços incoercíveis 9 Pericardite e tamponamento cardíaco
328
A encefalopatia urêmica aguda caracteriza-se pelo estado de confusão mental, agitação psicomotora, associado à mioclonia (abalos musculares repetitivos), asterixis, hiper-reflexia tendinosa e sinal ... bilateral. O quadro pode evoluir para crise convulsiva ..., torpor, coma e óbito por edema cerebral grave. A encefalopatia urêmica deve ser diferenciada da síndrome do ... (edema cerebral desencadeado pelas primeiras sessões de hemodiálise, devido à queda súbita da osmolaridade extracelular) e da encefalopatia aguda pelo ... A síndrome das pernas inquietas está relacionada à neuropatia urêmica. O paciente queixa-se de desconforto nos membros inferiores e uma vontade incontrolável de mexer as pernas. A neuropatia periférica pode levar a parestesias nas extremidades. A irritação do nervo frênico propicia o aparecimento de ..., comuns na uremia aguda. As manifestações neurológicas da uremia aguda costumam melhorar com a diálise.
de Babinski tônico-clônica desequilíbrio dialítico alumínio soluços incoercíveis
329
Na injúria renal aguda podemos ter vários distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos. Na forma oligúrica ou anúrica, os principais são:
(1) hipercalemia; (2) hiponatremia; (3) acidose metabólica; (4) hiperfosfatemia; (5) hipocalcemia.
330
A hiperuricemia pode ocorrer na IRA, devido à saturação do carreador de ácidos orgânicos do túbulo proximal por outros ácidos retidos. Os níveis geralmente não ultrapassam 12 mg/ dl. Quando isso acontece, deve-se suspeitar da ... Neste caso, a relação urinária ácido úrico/creatinina é caracteristicamente ...
síndrome de lise tumoral ou nefropatia aguda pelo ácido úrico. maior que 1.
331
Como proceder diante de um paciente com | suspeita de IRA pré-renal hipovolêmica?
Prova terapêutica com cristaloide: SF 0,9% 1.000 ml IV em infusão rápida, observando-se a diurese horária antes e depois da infusão. Os coloides podem ser indicados nos pacientes francamente hipoalbuminêmicos. Se for azotemia pré-renal hipovolêmica, haverá aumento significativo (e quase imediato) do débito urinário. Se não houver resposta, é provável que já haja alguma lesão renal intrínseca, consequente à isquemia renal ou à doença de base, ou que a hipovolemia seja mais grave do que se pensava, sendo necessário administrar mais volume
332
A eosinofilúria é detectada | em 90% dos casos com o ...
corante especial de Hansel * porém em apenas 20% dos casos com o corante convencional de Wright (portanto, lembre- se de solicitar a pesquisa de eosinófilos urinários pelo método de HANSEL, quando suspeitar de NIA).
333
Descreva a tabela com os dados da bioquímica urinária da Azotemia Pré-Renal versus Necrose Tubular Aguda
galeria (foto 7)
334
Uma obstrução uretral por hiperplasia prostática pode ser prontamente tratada pela ... Se essa medida não funcionar, deve-se proceder a ... Se a obstrução for ureteral e houver hidronefrose, recorre-se à Se a obstrução ureteral não puder ser vencida, uma ... estará indicada. Na presença de cálculos obstrutivos, os mesmos devem ser removidos
inserção do cateter de Foley. cistostomia Inserção de um cateter duplo J no ureter por via transuretral (baixa) ou transpiélica (alta). nefrostomia percutânea
335
A prevenção é a melhor estratégia no combate à | NTA. A principal medida preventiva é a ...
manutenção do estado euvolêmico
336
Não há nenhum tratamento específico que comprovadamente acelere a recuperação do parênquima renal uma vez instalada a NTA V ou F
V
337
Indicações de diálise de urgência
1 Síndrome urêmica inquestionável (encefalopatia, hemorragia, pericardite). 2 Hipervolemia grave refratária (HAS, edema pulmonar). 3 Hipercalemia grave refratária ou recorrente. 4 Acidose metabólica grave refratária ou recorrente. 5 Azotemia grave: ureia > 200 ou creatinina > 8-10*. (*) Indicação aceita, porém não confirmada em ensaios clínicos. Na prática da maioria dos serviços de diálise do Sistema Único de Saúde – SUS, normalmente não se indica o procedimento dialítico apenas por valores de ureia ou creatinina séricas
338
A Hemodiálise Intermitente é o método de escolha nos pacientes hemodinamicamente ..., Nos pacientes ... devemos indicar: (a) diálise peritoneal contínua; e (b) hemodiafiltração venovenosa contínua. Se o paciente já estiver em hemodiálise e fizer hipotensão aguda podemos associar ...
estáveis, pois, durante o método (3-4h), a retirada abrupta de líquido pode agravar a má perfusão de pacientes críticos hemodinamicamente instáveis. instáveis aminas vasopressoras até o término do procedimento (ex.: drip de noradrenalina).
339
Resumão da IRA
Galeria (fotos 8 e 9)
340
A albuminúria > 30 mg/24h é uma importante pista diagnóstica para identificar a causa da DRC, porém não tem valor prognóstico V ou F
F Uma albuminúria ≥ 30 mg/24h, quando persistente, sinaliza os pacientes com maior risco de evoluir para DRC progressiva e rins em fase terminal, independentemente da etiologia. Na realidade, quanto maior for o nível de proteinúria, mais rápida será a queda anual na taxa de filtração glomerular
341
um dos principais “alvos terapêuticos” com o objetivo de evitar ou atrasar a evolução para DRFT é o ...
controle da proteinúria para níveis inferiores a 0,5-1 g/dia, ou, pelo menos, uma queda superior a 50-60% em relação ao valor inicial. * costuma-se utilizar IECA ou BRA
342
A incidência de ... está aumentada na síndrome urêmica, por mecanismos desconhecidos, podendo contribuir para a maior incidência de hemorragia digestiva. São mais comuns no ceco e cólon direito. Podem ser encontradas em 25-30% dos casos de hemorragia digestiva na síndrome urêmica.
angiodisplasia gastrointestinal
343
Na uremia crônica, o distúrbio mental tende a ser insidioso e mais sutil nas fases iniciais – a encefalopatia urêmica crônica. Observa-se disfunção cognitiva progressiva, caracterizada por amnésia anterógrada, dificuldade de concentração, alteração de comportamento ou de personalidade, sonolência ou insônia, confabulação e perda do raciocínio aritmético. Alguns pacientes desenvolvem apraxia motora (dificuldade em executar tarefas), afasia (distúrbio da linguagem) ou agnosia (perda da capacidade de reconhecimento relacionado a uma função sensorial), uma síndrome demencial semelhante ao mal de Alzheimer. A encefalopatia urêmica deve ser diferenciada da encefalopatia da hemodiálise, causada pela intoxicação por alumínio (ver adiante). Esta última possui um quadro inicial marcado por importantes alterações da fala (disartria, fala balbuciante, gagueira). O EEG pode diferenciar essas duas entidades, apresentando ... na encefalopatia urêmica e ... na encefalopatia por alumínio.
somente ondas lentas alternância de ondas lentas com ondas rápidas
344
A neuropatia periférica urêmica é muito comum na insuficiência renal crônica, observada, em algum grau, em até 65% dos casos. Trata-se de uma ... Os sintomas iniciais são .... O exame físico revela ...
polineuropatia axonal, sensorimotora, simétrica e com predomínio distal e de membros inferiores. parestesias nos pés do tipo “agulhadas”, que costumam piorar à noite hipoestesia “em bota”. A perda dos reflexos tendinosos distais – hiporreflexia do Aquileu - é muito comum
345
Outra manifestação neurológica da uremia é a ... caracterizada por desconforto nos membros inferiores e uma necessidade incontrolável de mexer as pernas
“síndrome das pernas inquietas”,
346
A neuropatia urêmica assemelha-se à neuropatia periférica do ..., duas importantes doenças que podem cursar com uremia. A amiloidose por β-2-microglobulina, associada à hemodiálise crônica (ver adiante), também pode causar neuropatia, em geral na forma de ...
diabetes mellitus e do mieloma múltiplo uma síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo mediano).
347
A neuropatia periférica urêmica é prontamente revertida pela diálise V ou F
F A resposta à diálise é imprevisível. Muitos pacientes não melhoram com a hemodiálise, porém, respondem de forma satisfatória ao transplante renal
348
O comprometimento dos nervos periféricos do sistema nervoso autonômico (simpático e parassimpático) é comum na uremia crônica, levando à ....
síndrome de disautonomia * O controle da pressão arterial e da frequência cardíaca pode estar alterado! Isso pode causar hipotensão postural, hipotensão durante a hemodiálise não responsiva a volume e frequência cardíaca fixa (com predomínio de taquicardia). A perda da influência vagal sobre o sistema de condução cardíaco pode predispor a arritmias malignas e à morte súbita. Outras manifestações relacionadas à disautonomia são: anidrose, impotência e distúrbio gastrointestinal (ex.: gastroparesia, diarreia). A disautonomia é muito comum no diabetes mellitus, que frequentemente é a causa da insuficiência renal crônica (nestes casos, existe sobreposição de disautonomia pelo diabetes e pela uremia).
349
Além do sistema renina-angiotensina, outros fatores humorais podem contribuir para a hipertensão na doença renal. Dois exemplos importantes são: ...
(1) substância digital-símile; (2) redução do óxido nítrico endotelial. A substância digital-símile, ou oubaína-símile, é liberada no SNC em reposta à retenção hidrossalina.
350
O derrame pericárdico é visto em ...% dos pacientes urêmicos, muitas vezes associado a derrame pleural e ascite, fazendo parte do quadro de anasarca da uremia. Geralmente é leve a moderado e não está relacionado a sintomas de pericardite ou tamponamento cardíaco. Neste caso, deve ser apenas observado. Quando o derrame é consequência da inflamação pericárdica (pericardite urêmica), o aspecto do líquido é de ... Quando causado exclusivamente pelo fenômeno congestivo, pode ser um ...
50 exsudato hemorrágico transudato amarelo-citrino.
351
A pericardite urêmica é caracterizada por:... Nem sempre os quatro itens estão presentes
(1) dor torácica do tipo pleurítica (ventilatóriodependente), contínua e que piora com o decúbito dorsal; (2) atrito pericárdico; (3) alterações eletrocardiográficas de pericardite; (4) derrame pericárdico. * A patogenia está relacionada à retenção de toxinas urêmicas dialisáveis, e pode ocorrer tanto na uremia aguda quanto na crônica, sendo mais comum nesta última
352
Cerca de 20% dos pacientes urêmicos têm derrame pleural. Alguns apresentam sintomas do tipo dor pleurítica, tosse ou dispneia. A causa mais comum é...
a infecciosa, que sempre deve ser descartada.
353
A pleurite urêmica é uma entidade descrita, difícil de ser diferenciada da infecção (por se tratar de um exsudato), mas que pode responder à diálise e tem algumas características na análise do líquido pleural que a diferenciam da infecção. São elas:
(1) aspecto hemorrágico (apesar de na maioria das vezes ser amarelocitrino); (2) glicose normal; (3) pH > 7,30; (4) leucócitos e proteína não tão elevados como na pleurite infecciosa.
354
Quais funções plaquetárias da plaqueta estão inibidas na uremia?
Adesão, ativação e agregação
355
a síndrome urêmica pode predispor tanto à hiperglicemia (intolerância à glicose e o pseudodiabetes urêmico) quanto à hipoglicemia, V ou F
V O metabolismo dos carboidratos encontra-se alterado na uremia, levando às seguintes consequências: (1) intolerância à glicose; (2) pseudodiabetes urêmico. Na verdade, são graus variáveis do mesmo distúrbio, marcado pela resistência periférica à insulina associada à disfunção da célula beta da ilhota pancreática, uma fisiopatologia semelhante ao diabetes tipo 2. A resistência insulínica é do tipo pós-receptor. Estes fenômenos já podem ser observados em pacientes com TFG < 50 ml/min. A depuração da insulina plasmática reduz-se quando a filtração glomerular cai abaixo de 40 ml/min (40% da função renal), pois os rins são responsáveis pela depuração de 30% da insulina produzida diariamente pelo pâncreas, através da enzima insulinase. Por isso, pacientes diabéticos que fazem uso de sulfonilureias ou insulina exógena podem apresentar hipoglicemia caso as doses não sejam devidamente corrigidas. Este fenômeno já pode ocorrer mesmo nas fases mais iniciais da insuficiência renal crônica, quando a creatinina plasmática ainda está na faixa de 2 mg/dl.
356
Na gênese da anemia da DRC, a queda de produção de eritropoietina é o principal fatore, porém não é o único. O aumento do PTH também contribuiu com a anemia, uma vez que promove ...
fibrose medular
357
A anemia por intoxicação pelo alumínio deve | ser suspeitada diante de ...
uma anemia microcítica que não responde à reposição de eritropoietina recombinante nem ao ferro parenteral
358
O tratamento da anemia urêmica baseia-se na reposição de eritropoietina recombinante por via subcutânea, devendo ser iniciado quando os níveis de hemoglobina caírem abaixo de ...
10 g/ dl
359
Qual a origem da hipocalcemia na DRC?
efeito quelante do cálcio ionizado pelo fosfato aumentado e a redução da absorção intestinal de cálcio pela queda dos níveis de calcitriol. O cálcio, ao contrário dos demais eletrólitos, tem na absorção intestinal a principal via de regulação de seu balanço corporal. Em condições fisiológicas, o aumento do PTH corrigiria prontamente os níveis séricos de cálcio, por aumentar a retirada deste elemento dos ossos; entretanto, a síndrome urêmica provoca uma resistência do osso ao efeito hipercalcemiante do PTH. Portanto, muitos pacientes com DRC apresentam níveis séricos de cálcio levemente reduzidos, entre 7,5-8,5 mg/dl.
360
Um hormônio produzido por osteócitos, chamado FGF 23 (Fibroblast Growth Factor 23), aumenta já nas fases iniciais da doença renal crônica. Como se trata de uma substância “fosfatônica” (cujo efeito é reduzir os níveis séricos de fosfato), o principal estímulo para o seu aumento é a retenção renal de fosfato! Nas fases iniciais dessa retenção, a fosfatemia pode permanecer dentro da faixa de normalidade devido a um aumento nos níveis séricos de FGF 23!!! Todavia, o FGF 23 assume um importante papel na fisiopatologia da síndrome urêmica: ...
(1) estimula diretamente a secreção de PTH pelas paratireoides; (2) suprime a síntese renal de 1,25 diidroxi-vitamina D (calcitriol); e (3) representa fator de risco independente para hipertrofia do ventrículo esquerdo e morbimortalidade cardiovascular
361
ACHADOS RADIOGRÁFICOS DO HIPERPARATIREOIDISMO
1 - Depósitos teciduais e vasculares de cálcio 2 - Reabsorção subperiosteal das falanges da mão (achado mais característico) 3 - Crânio em “sal e pimenta” 4 - Coluna em camisa “rugger jersey” 5 - “tumor marrom”
362
Das complicações da calcificação tecidual, quando o produto cálcio-fosfato encontra-se muito alto (> 60-70), a ... é a mais temida, sendo decorrente da calcificação obstrutiva de pequenas artérias da periferia cutânea, levando à isquemia e necrose (gangrena), mais comum na região da coxa (lesões ulceradas e enegrecidas) e nos dedos do pé.
calcifilaxia
363
o uso de ... é fator de risco para calcifilaxia
Warfarin * o warfarin inibe a síntese de GLA, uma proteína da matriz extracelular que protege os vasos contra a deposição de sais de cálcio. A GLA depende de vitamina K para sua síntese, e o warfarin é um antagonista da vitamina K
364
Indicações de paratireoidectomia subtotal na uremia
``` Dor óssea intratável Fraturas recorrentes Prurido intratável Disfunção orgânica por calcificação Calcifilaxia Hiperparatireoidismo terciário (hipercalcemia grave e espontânea, refratária) Hiperfosfatemia + alto duplo-produto refratários ```
365
Explique o hiperparatireoidismo terciário que pode ser visto na DRC
Alguns pacientes urêmicos desenvolvem hipercalcemia, mesmo sem usar carbonato de cálcio e calcitriol. A explicação é a seguinte: o estímulo crônico à paratireoide, presente no hiperparatireoidismo secundário, pode levar à formação de “ilhas” de produção autônoma de PTH, funcionando como um hiperparatireoidismo primário em cima de um secundário. A hipercalcemia pode levar a náuseas, vômitos, hipertensão arterial, queda do sensório e convulsões. O tratamento consiste em diálise (para depurar o cálcio) e paratireoidectomia subtotal
366
A Doença Óssea Adinâmica, ao contrario da osteíte fibrosa cística, não possui tratamento específico e também não responde à diálise. A conduta preconizada é ...
deixar o PTH ficar mais elevado (entre 150-300 pg/dl), reduzindo ou suspendendo a terapia do hiperparatireoidismo
367
Diversas alterações em pele e fâneros são descritas na síndrome urêmica. A pele do paciente urêmico costuma ser ... devido à redução da vitamina A cutânea (a despeito de níveis plasmáticos aumentados desta vitamina) e ao acúmulo de urocromos (escórias pigmentadas), respectivamente. Em pacientes não submetidos à terapia de substituição renal pode-se observar uma espécie de pó branco, a chamada ... é uma das únicas manifestações cutâneas que pode reverter com a diálise.
seca (xerose urêmica) e hiperpigmentada (principalmente em áreas expostas ao sol), neve urêmica
368
A ... , uma dermatoporfiria bolhosa caracterizada pelo acúmulo de uroporfirinas, tem incidência aumentada na síndrome urêmica
porfiria cutânea tarda
369
As unhas podem mostrar uma série de alterações. A mais típica da síndrome urêmica é denominada ... têm relação direta com a presença de hipoalbuminemia. É interessante notar que este sinal desaparece, na maioria dos pacientes, após um transplante renal bem sucedido, mas não sofre influência da terapia de substituição renal (diálise).
unha meio a meio - unhas de Lindsay (unhas “half- -half”) * caracterizada por uma discromia bem demarcada de tom marrom ou róseo na metade distal da unha.
370
A Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN) é uma condição que cursa com fibrose difusa dos tecidos conjuntivos do corpo e acomete pacientes renais crônicos expostos ...
ao gadolínio (contraste paramagnético em exames de ressonância nuclear).
371
A ... e a ... são manifestações frequentes associadas ao depósito de cristais de hidroxiapatita no tecido periarticular. Diferenciam-se clinicamente da artrite pela ausência de edema articular importante e pela presença de eritema significativo na região da articulação acometida. A movimentação ativa está prejudicada, mas não a passiva. Os cristais de hidroxiapatita extraosseos ocorrem devido a um duplo produto cálcio-fosfato elevados.
periartrite calcífica tenossinovite urêmica
372
No DRC um achado de troponinas cardioespecíficas elevado tem alta especificidade para dano miocárdico, devendo conduzir prontamente ao manejo da SCA do paciente V ou F
F Os níveis séricos de troponinas cardioespecíficas não raro encontram-se cronicamente aumentados na DRFT sem que isso signifique Injúria Miocárdica Aguda (IAM). Por tal motivo, uma única dosagem aumentada de troponina não deve levar ao diagnóstico imediato de IAM neste grupo de pacientes! Para confirmação diagnóstica é necessário observar a curva de troponina – se os níveis forem mantidos após dosagens seriadas, isto é, se não houver aumento com o passar das horas, NÃO se trata de infarto agudo, independente da presença de sintomas
373
o melhor exame para dirimir esta dúvida (crônico x agudo) é a ultrassonografia renal. Com ela podemos analisar o tamanho renal! Rins com dimensões reduzidas (< 8 cm no maior eixo) indicam nefropatia crônica, enquanto rins de tamanho normal ou aumentado sugerem nefropatia aguda... Entretanto, devemos lembrar que nem sempre esta regra é válida, pois existem algumas causas de nefropatia crônica que cursam com rins de tamanho normal ou aumentado. São elas:
``` 1- Nefropatia diabética; 2- Amiloidose renal; 3- Nefropatia obstrutiva crônica; 4- Rins policísticos; 5- Nefropatia falciforme; 6- Esclerodermia renal; 7- Nefropatia por HIV ```
374
o melhor exame para dirimir esta dúvida (crônico x agudo) é a ultrassonografia renal. Com ela podemos analisar o tamanho renal! Rins com dimensões reduzidas (< 8 cm no maior eixo) indicam nefropatia crônica, enquanto rins de tamanho normal ou aumentado sugerem nefropatia aguda... Entretanto, devemos lembrar que nem sempre esta regra é válida, pois existem algumas causas de nefropatia crônica que cursam com rins de tamanho normal ou aumentado. São elas:
``` 1- Nefropatia diabética; 2- Amiloidose renal; 3- Nefropatia obstrutiva crônica; 4- Rins policísticos; 5- Nefropatia falciforme; 6- Esclerodermia renal; 7- Nefropatia por HIV ```
375
Causas mais comuns de agudização da DRC
``` 1- Hipovolemia 2- Aminoglicosídeos 3- AINE 4- Contraste iodado 5- IECA/BRA 6- Pielonefrite 7- Nefropatia obstrutiva ```
376
Na ..., são puncionadas artéria e veia femorais. O circuito de HD recebe o sangue da artéria e devolve o sangue para a veia. Não é necessária a bomba mecânica, pois o fluxo é determinado pela pressão na artéria femoral. A eficácia deste método é, portanto, dependente da pressão arterial média, sendo por um lado mais fisiológico, mas, por outro, não controlável pelo médico. Se o indivíduo estiver hipotenso, o fluxo da HD será muito baixo, comprometendo a eficácia do método. Outro fator limitante são as complicações vasculares no sítio de punção arterial (sangramento grave, pseudo-aneurisma, etc.);
CAVHD | Hemodiálise arteriovenosa contínua
377
Na ..., utiliza-se um cateter de dupla luz em uma veia profunda (femoral, jugular, subclávia). Como a pressão é venosa, o fluxo sanguíneo no circuito é determinado pela bomba mecânica. Esse fluxo é mantido entre 100-150 ml/min (1/3 do fluxo da HD convencional). Em relação à CAVHD, é de mais fácil manipulação, a eficácia é mais previsível
CVVHD | Hemodiálise venovenosa contínua
378
Na..., o fluxo sanguíneo no circuito é de valor intermediário entre o da HD convencional e o dos métodos contínuos, o que permite uma duração da sessão de hemodiálise de cerca de 12h. Mantém a principal vantagem dos métodos contínuos (provocar menos instabilidade hemodinâmica), e ainda consegue contornar uma de suas principais desvantagens: o enfermeiro ou técnico de diálise não precisa ficar 24h “ao lado” do paciente (para monitoração do procedimento e eventual correção de problemas)
SLEHD (hemodiálsie estendida de baixa eficiência), também chamada de hemodiálise diária estendida
379
A , na verdade, é um método de ultrafiltração puro, sem diálise. É utilizado o mesmo filtro de HD, porém não há infusão de solução de diálise. A quantidade de líquido ultrafiltrada mais uma vez depende da pressão transmembrana, do KUf e do tempo total do procedimento, neste caso, em torno de 24-48h
SCUF | Ultrafiltração lenta contínua
380
A CAPD (diálise peritoneal ambulatorial contínua) é um excelente método dialítico, do ponto de vista da qualidade de vida do paciente. Um cateter de Tenckoff deve estar instalado e o paciente aprende como trocar os “banhos de diálise” em seu cotidiano. O “banho” é trocado de... Cada “banho” contém dois litros e permanece ... na cavidade peritoneal enquanto ocorre continuamente a diálise. É muito importante que o paciente saiba como fazer a troca de forma asséptica e também reconhecer as principais complicações do método (ex.: peritonite). A CAPD é o método de diálise peritoneal mais utilizado
6/6h (quatro vezes ao dia) 6h
381
Indicações de diálise de urgência.
``` Encefalopatia Pericardite Sangramento Edema agudo de pulmão Hipercalemia > 6,5 mEq/L (refratária) Acidose metabólica com pH < 7,10 (refratária) ``` * Nos casos de IRA com piora progressiva da função renal, a diálise deve ser indicada antes de aparecer uma das situações acima, geralmente quando há oligoanúria ou um rápido aumento da ureia e creatinina, (ureia > 200 mg/dl, creatinina próxima a 10 mg/dl).
382
Cite algumas complicações agudas da hemodiálise
``` Hipotensão por Hipovolemia relativa Anafilaxia ao material do capilar do filtro Anafilaxia ao Óxido de Etileno Efeito do Acetato (hipotensão) Outras causas de Hipotensão Distúrbios Eletrolíticos (ex.: hipocalemia) Câimbras Hipoxemia Desequilíbrio de Diálise Isquemia Miocárdica Hipertensão Arterial Sangramento Agudo (heparina) Embolia Gasosa Tamponamento Cardíaco ``` * A complicação mais comum durante uma sessão de HD convencional é a hipotensão. Os dois principais mecanismos são a rápida extração de líquido intravascular pela ultrafiltração e a rápida extração de solutos
383
é caracterizada por um quadro agudo de confusão mental, agitação ou torpor e, eventualmente, convulsões. O mecanismo é a queda abrupta da osmolaridade plasmática pela extração de solutos, principalmente a ureia, levando a um ambiente extracelular hipo-osmolar em relação às células (na uremia, a concentração de ureia está aumentada tanto no plasma quanto nas células).
Síndrome do desequilíbrio da diálise
384
se manifesta pelo acometimento osteoarticular, com dor óssea, artrite, tenossinovite e síndrome do túnel do carpo.A proteína, neste caso, é derivada da β2-microglobulina, com peso molecular de 11.800 dáltons, que se acumula nos tecidos após cinco ou mais anos de diálise. Não existe tratamento, mas a prevenção pode ser tentada, utilizando- se filtros de maior permeabilidade (mais caros).
Amiloidose relacionada à diálsie
385
Cite complicações da diálise peritoneal
``` Peritonite Infecciosa Peritonite química Hiperglicemia Recorrência de Hérnia Abdominal Ruptura de Víscera Oca ou Maciça Ruptura de Aorta Abdominal (fatal) Ascite sintomática Hipoalbuminemia Desnutrição Proteica ```
386
Existe diferença na durabilidade do enxerto quando o doador é uma pessoa viva ou um cadáver?
Sim. Os rins de cadáver têm probabilidade de sofrer períodos mais prolongados de isquemia, o que tende a causar lesões parenquimatosas irreversíveis que limitam a sobrevida do enxerto no hospedeiro. Após cinco a dez anos, o número de enxertos cadavéricos normofuncionantes é bem menor que o número de enxertos oriundos de doadores vivos
387
A cirurgia de transplante renal é | uma “grande cirurgia”?
Não... O enxerto é colocado na fossa ilíaca direita, sem invasão da cavidade peritoneal. As anastomoses vasculares são feitas com os vasos ilíacos externos, e o ureter é diretamente anastomosado na bexiga. Se não houver complicações perioperatórias (ex.: infecção da ferida cirúrgica), os pacientes costumam receber alta num prazo médio de cinco dias
388
Quais são os principais critérios de elegibilidade para receber um transplante renal?
1 - expectativa de vida > 5 anos | 2 - sem contraindicações absolutas
389
Quais são as poucas contraindicações absolutas ao transplante renal?
1) expectativa de vida reduzida (< 5 anos) 2) câncer 3) infecção ativa sem tratamento 4) psicose grave 5) abuso e dependência ao álcool e/ou drogas ilícitas
390
Atualmente se tem transplantado com sucesso pacientes com > 60 anos, com múltiplos retransplantes e com qualquer doença renal de base!!! V ou F
V
391
Para avaliação de compatibilidade de doador receptor, no tx renal, faz-se • tipagem sanguínea ABO* • tipagem do HLA classe I (A, B e C) e classe II (DR)** • prova cruzada entre soro do receptor e linfócitos do doador. * O grupo Rh interfere na histocompatibilidade do transplante renal e também deve ser avaliado. V ou F
F * O grupo Rh não interfere na histocompatibilidade do transplante renal.
392
Quais são as características clínicas da rejeição de um enxerto?
Em geral, apenas elevação assintomática da creatinina (com ou sem alterações do débito urinário), uma vez descartadas outras causas (ex.: ITU, isquemia por trombose venosa ou arterial, nefrotoxicidade medicamentosa). Quadros exuberantes de febre, edema e dor na topografia do enxerto são incomuns, não devendo ser esperados! A biópsia confirma o diagnóstico, revelando um padrão de nefrite intersticial.
393
Descreva a imunossupressão no tx renal
Exceto nos casos de doação entre gêmeos idênticos, a imunossupressão farmacológica é sempre necessária para evitar a rejeição. Podemos dividi-la em duas fases: (1) Indução e (2) Manutenção. - Indução: feita no momento do transplante, principalmente nos casos taxados como de “alto risco” para rejeição (ex.: compatibilidade parcial do HLA). As drogas de escolha são “imunobiológicas”. Estas podem ser “depletadoras” ou “não depletadoras” de linfócitos. No primeiro grupo as opções são a globulina antitimócito ou o alentuzumab (anti-CD52), que reduzem agudamente o número de linfócitos T e B circulantes evitando a “sensibilização” do sistema imune no pós-transplante imediato. No segundo grupo temos o anticorpo antirreceptor de IL-2, que bloqueia especificamente linfócitos T “ativados” (estratégia mais seletiva e com menos efeitos colaterais). - Manutenção: o esquema mais utilizado é a “terapia tripla” com prednisona, inibidores da calcineurina e agentes “antimetabólitos”. A PREDNISONA é dada em altas doses (200-300 mg) no dia do transplante, mantendo-se 30 mg/dia ao longo da primeira semana, seguindo um rápido “desmame” até chegar em 5-10 mg/dia, que será a dose de manutenção. Os INIBIDORES DE CALCINEURINA são a ciclosporina e o tacrolimus. A calcineurina é uma enzima dos linfócitos que induz a síntese de citocinas pró-inflamatórias, logo, seus inibidores diminuem a atividade linfocitária. O principal efeito colateral é nefrotoxicidade, que faz diagnóstico diferencial com rejeição e deve ser tratada com redução da dose ou troca do fármaco. Os AGENTES ANTIMETABÓLITOS são a azatioprina e o mofetil micofenolato. Este último é a droga de escolha, por apresentar maior eficácia e menor toxicidade hematológica. Inibem a síntese de DNA e RNA, bloqueando a proliferação celular. O micofenolato inibe uma enzima específica dos linfócitos, logo, é mais “seletivo” do que a azatioprina - Alternativas: (1) na terapia tripla, podemos trocar o inibidor de calcineurina ou o agente antimetabólito por um inibidor do mTOR (sirolimus ou everolimus). Esta classe bloqueia, nos linfócitos T, as vias de sinalização intracelular estimuladas por citocinas pró-inflamatórias; (2) recentemente foi aprovada uma nova estratégia para a terapia de manutenção. Trata-se do imunobiológico belatacept, uma “proteína de fusão” que se liga às moléculas coestimulatórias CD80 e CD86 presentes na superfície das células apresentadoras de antígeno. Esta ligação bloqueia a estimulação dos linfócitos T pelas células apresentadoras, promovendo anergia e apoptose linfocitária. Uma das vantagens é que o belatacept é ministrado por infusão IV uma vez ao mês
394
TTO de um episódio agudo de rejeição do tx renal
A estratégia padrão consiste na pulsoterapia com metilprednisolona (500 a 1.000 mg IV/dia, por três dias).
395
Obs.: o principal poliomavírus é o... que representa uma importante etiologia de perda tardia do enxerto. Assim, toda disfunção de enxerto após o 6º mês de transplante deve ser avaliada para reativação do ...! Cerca de 90% das pessoas teve infecção assintomática por este vírus na infância. O problema é que ele permanece em estado latente no parênquima renal e, na vigência de imunodepressão acentuada, sofre reativação gerando um quadro de ... O diagnóstico é confirmado pela demonstração de virúria e viremia através da técnica PCR. Um teste de rastreio que costuma ser feito antes da realização do PCR é a citologia urinária: a presença das ... (células epiteliais tubulares descamadas que apresentam inclusões virais e outras alterações citopáticas) indica reativação do vírus. O tratamento consiste na ...
BK (BKV), BKV nefrite intersticial progressiva (levando à fibrose e atrofia do parênquima) decoy cells diminuição da intensidade da imunossupressão *BK” é uma abreviação do nome do primeiro paciente em que este vírus foi isolado, na década de 1970
396
Quais são as complicações não infecciosas | possíveis após o transplante renal?
* Hipercalcemia – relacionada à persistência da hiperplasia e hiperatividade das paratireoides (hiperparatireoidismo “terciário”). Pode induzir falência do enxerto. * Hipertensão – relacionada à persistência do rim nativo doente, rejeição ao enxerto, estenose de artéria renal ou toxicidade dos inibidores de calcineurina. * Anemia – após o transplante, o paciente pode permanecer com algum grau de insuficiência renal (ex.: TFG entre 30-50 ml/min), apresentando os sinais e sintomas correspondentes a essa fase da DRC. * Câncer – o tratamento imunossupressor aumenta o risco de câncer em cerca de 100 vezes quando comparado à população geral. De fato, cerca de 5-6% dos transplantados desenvolve alguma neoplasia!!! As principais são: pele, lábios, Ca de colo uterino e linfomas não Hodgkin. * Doença cardiovascular – muitos indivíduos já possuíam doença coronariana ou cardiomiopatia pela uremia crônica. Após o transplante, as lesões preestabelecidas persistem, acarretando aumento da morbimortalidade (mais de 50% dos óbitos após o Tx renal são por causas cardiovasculares!).