Cirurgia Flashcards
Descreva a distribuição trimodal das mortes por trauma
(1) Dentro de segundos a minutos do evento
(50% dos óbitos), sendo as causas mais comuns
as lacerações da aorta, o traumatismo
cardíaco e as lesões à medula espinhal e ao
tronco cerebral, determinando apneia
(2) Dentro de minutos a horas do acidente (30%
dos óbitos), com a hemorragia – ocasionada
por diversas condições como ruptura esplênica,
lacerações hepáticas, fraturas pélvicas –, o hemopneumotórax e os hematomas epidural e
subdural sendo as principais lesões encontradas
(3) O terceiro pico de mortalidade ocorre várias
horas a semanas do acidente, com a sepse
e a disfunção sistêmica de múltiplos órgãos
constituindo as principais causas
Em que pacientes que chegam com colar cervical no hospital não é necessária sua manutenção?
pacientes alertas, sem dor cervical, sem abuso de álcool e/ou drogas e com exame neurológico dentro da
normalidade. Nesses casos o estudo radiológico
da coluna cervical nem precisa ser realizado.
Quais são as principais causas de óbitos por lesão cervical?
Cerca de 80% dos óbitos por lesão traumática
da coluna deve-se a luxações atlanto-occipitais
e fraturas de C1-C2.
A fratura de Hangeman
(avulsão de arcos de C2 e fratura de C2 sobre
C3) é a segunda fratura cervical mais comum
e geralmente está associada a fraturas de crânio
e mandíbula
Cite indicações de via aérea definitiva
- Apneia.
- Proteção das vias aéreas inferiores contra
aspiração de sangue ou conteúdo gástrico. - Comprometimento iminente das vias aéreas
(por exemplo, lesão por inalação, fraturas
faciais ou convulsões reentrantes). - TCE necessitando de hiperventilação.
- Incapacidade de manter oxigenação adequada
com ventilação sob máscara.
Qual a definição de via aérea definitiva?
Uma via aérea definitiva implica em uma cânula endotraqueal (com balão insuflado) adequadamente fixada e conectada a um sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida em O2.
Como é feita a IOT assistida por indução rápida sequencial?
combinando anestésicos de
ação rápida – sendo o etomidato muito utilizado,
na dose de 0,3 mg/kg – e bloqueadores
neuromusculares – como a succinilcolina, na
dose de 1 a 2 mg/kg, ou o rocurônio (principalmente
em crianças), na dose de 1 mg/kg. Neste
procedimento, a hiperextensão da coluna
cervical não é necessária.
Como fazer uma rápida avaliação para saber se a IOT foi adequada?
Dispositivos que medem o CO2 expirado devem
estar presentes para confirmar o posicionamento
do tubo endotraqueal na traqueia. Por
exemplo, se o tubo está bem posicionado, o ar
expirado do paciente (que é rico em CO2) vai
permitir que o gás seja detectado. Um capnógrafo
é recomendado para esta detecção, mas
caso não esteja disponível, podemos utilizar
um dispositivo colorimétrico de identificação
do CO2.
Cite indicações de acesso cirúrgico da via aérea
- Trauma maxilofacial extenso (com fragmentos
dentários e muita secreção e
sangue na via aérea). - Presença de distorção anatômica resultante
de trauma no pescoço. - Incapacidade de visualização das cordas
vocais, devido ao acúmulo de sangue e
secreções, ou pelo edema da via aérea.
Quais são as opções de acesso cirúrgico da via aérea?
cricotireoidostomia cirúrgica
(Idade inferior a 12 anos é uma contraindicação relativa)
Traqueostomia
deve ser evitada e encarada
como método de exceção no atendimento inicial,
podendo ser recomendada como método cirúrgico
de se acessar a via aérea em crianças com
menos de 12 anos. As fraturas de laringe podem
ser diagnosticadas através de palpação, que também
revela a presença de enfisema subcutâneo
(crepitação local); rouquidão é outro achado
importante. Nesses casos, quando existe indicação
de acesso à via aérea, a intubação orotraqueal
deve ser o procedimento de escolha. A traqueostomia
de emergência se encontra indicada caso
a intubação não seja bem sucedida
a cricotireoidostomia por punção também é contraindicada em crianças menores de 12 anos
V ou F
F
Quando recorrer à cricotireoidostomia por punçã
sempre que existir indicação cirúrgica
de se acessar a via aérea e a manobra tenha que
ser realizada em segundos
Conduta frente à dessaturação em pacientes que foram intubados
mnemônico “DOPE” – oriundo
do inglês “Don’t be a DOPE!” (Não seja um
“narcótico”, não fique “dopado”, fique ATENTO!)
– sejam pesquisados imediatamente.
Vamos ver o significado deste mnemônico:
D (“Dislogdement”) - Deslocamento do tubo:
refere-se tanto a extubação quanto a intubação
seletiva acidental;
O (“Obstruction”) - Obstrução do tubo/cânula:
pode ocorrer tanto por sangue coagulado
quanto por secreções;
P (“Pneumothorax”) - Pneumotórax: agravamento
de um pneumotórax hipertensivo
não identificado por ventilação positiva ou
barotrauma;
E (“Equipment”) - Equipamento: entende-se
como falha do equipamento as dobras do
tubo, tubo de calibre inapropriadamente
pequeno e tanque de oxigênio utilizado para
o transporte, vazio
Segundo o ATLS qual a causa mais comum de pneumotórax hipertensivo?
ventilação mecânica
com pressão positiva em pacientes com
lesões pleuropulmonares assintomáticas ou não
percebidas durante o atendimento pré-hospitalar
ou na realização do exame primário
Descreva o tto definitivo do pneumotórax hipertensivo
toracostomia com drenagem em selo d’água (drenagem fechada);
o dreno geralmente é inserido através de
incisão realizada no nível do 5º espaço intercostal,
entre as linhas axilar anterior e média (imediatamente
anterior à linha axilar média). O
dreno tubular é posicionado próximo à superfície
superior do arco costal, pois o feixe neurovascular
intercostal (vasos intercostais e nervo intercostal)
passa por sua borda inferior.
Após incisão local, o cirurgião divulsiona os
tecidos com o auxílio de pinça hemostática, até
alcançar a cavidade pleural; em seguida, introduz
seu dedo indicador para checar o trajeto. Só após
esta manobra é que o dreno torácico é passado
Qual o tamanho do diâmetro da comunicação do tórax com o ambiente necessário para ocasionar um pneumotórax aberto?
2/3 do diâmetro da traqueia
Lesões necessárias para ocasionar um tórax instável
fratura em pelo menos dois
ou mais arcos costais consecutivos, com cada
arco fraturado em dois ou mais pontos. A separação
dos arcos costais do esterno (disjunção
costocondral) também é causa de instabilidade
torácica
Achado clínico que indica tórax instável
respiração paradoxal: durante a inspiração
o segmento fraturado colaba e, durante
a expiração, há abaulamento desta região
Principal causa de insuficiência respiratória nos pacientes com tórax instável
a condição que mais frequentemente
leva a vítima de trauma à insuficiência
respiratória aguda é a contusão
pulmonar e não a respiração paradoxal.
TTO do tórax instável
administração
de analgesia, para que o paciente
respire sem dor. A analgesia com opiáceos ou
derivados, pode ser administrada por via intravenosa
ou epidural. Casos mais brandos requerem
apenas bloqueios intercostais
Qual a conduta seguinte em crianças com menos de 6 anos que apresentam acessos periféricos difíceis de serem puncionados?
Acesso intraósseo
O sítio de punção localiza-se
a três dedos da tuberosidade tibial; este procedimento
não pode ser realizado em locais de
fraturas ou infecções devido ao risco de osteomielite
Qual classe de hemorragia cursa com perda de 1500 a 2000 L de sangue ou 30-40% do total?
Classe III
Qual classe de hemorragia cursa com perda de 750 ou 1500 L de sangue ou 15-30% do total?
Classe II
Qual classe de hemorragia necessita reposição de cristaloide e sangue?
III e IV
Qual classe de hemorragia cursa com diurese de 5-15 ml/hr?
III