Glomerulonefrites Flashcards
Quais as 5 sindromes glomerulares?
I) GLOMERULONEFRITE AGUDA ou SÍNDROME NEFRÍTICA
II) GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA
III) SÍNDROME NEFRÓTICA
IV) ALTERAÇÕES URINÁRIAS ASSINTOMÁTICAS:
Hematúria Glomerular Isolada
Proteinúria Isolada
V) DOENÇAS GLOMERULARES TROMBÓTICAS
O que caracteriza o sindroma nefrítico? 4
- hematúria (estigma da síndrome),
- proteinúria subnefrótica (menor que 3,5 g em 24h), oligúria,
- edema
- hipertensão
Por vezes,
surge também azotemia (retenção de ureia e
creatinina), quando há queda significativa na taxa
de filtração glomerular (< 40% do normal).
O que desencadeia a sindrome nefritica?
A síndrome
nefrítica pode ser entendida como sendo o conjunto
de sinais e sintomas que surgem quando
um indivíduo tem os seus glomérulos renais
envolvidos por um processo inflamatório agudo.
Esta “inflamação” dos glomérulos pode
ocorrer de forma idiopática, como doença primária
dos rins, ou ser secundária a alguma doença
sistêmica, como infecções e colagenoses.
Qual a fisiopatologia do edema e da HA no S. nefritico?
A redução do débito urinário
provoca retenção volêmica, justificando o edema
generalizado e a hipertensão arterial
Quais as caracteristicas da hematuria na S. nefrítica?
A hematúria tem origem nos glomérulos comprometidos,
sendo o sinal mais característico e
mais comum da síndrome nefrítica, devendo ser
esperada na imensa maioria das vezes, na forma
macro ou microscópica. Quando as
hemácias encontradas no sedimento urinário são
de origem glomerular, elas estão quase sempre
deformadas, fragmentadas e hipocrômicas, num
fenômeno conhecido como dismorfismo eritrocitário
Mas por que a hematúria da Glomerulonefrite
Aguda acaba sendo composta por hemácias
dismórficas?
A hematúria de origem glomerular resulta da
migração de hemácias através de “rupturas” ou
“fendas” que surgem nas alças capilares dos glomérulos
“inflamados” – as hemácias vão do interior
dos glomérulos para o sistema tubular, e se
deformam ao passarem por estes poros estreitos
Em que exame é detectada a hematuria?
A hematúria é detectada
pelo exame do sedimento urinário.
Que alterações são esperadas a sumaria de urina da S. Nefritica?
Além do dismorfismo eritrocitário e da presença
de cilindros hemáticos, o sedimento urinário da
síndrome nefrítica comumente revela piúria (leucocitúria)
e cilindros leucocitários, deixando
evidente a natureza inflamatória do processo… A
eliminação destes cilindros celulares na urina é
um indício importante de que a lesão renal se
localiza no parênquima renal (glomérulos ou túbulos).
No caso dos cilindros hemáticos, a localização
da injúria, até que se prove o contrário,
é glomerular.
Como se formam os cilindros?
Diariamente, células epiteliais que compõem
a parede da alça de Henle secretam uma
proteína conhecida como “glicoproteína de
Tamm-Horsfall”. Esta proteína segue o fluxo
urinário e acaba se depositando nos túbulos
contorcidos distais e túbulos coletores, originando
uma superfície “pegajosa” em seu
interior. Como consequência, diversas substâncias,
partículas ou mesmo células podem
se aderir a estas proteínas, moldando um
corpo cilíndrico-tubular potencialmente
“descamável”. Qualquer condição que determine
a presença de elementos celulares
(epitélio tubular, hemácias e/ou leucócitos)
no interior do sistema tubular do néfron
pode ser acompanhada pelos cilindros celulares
no exame de sedimento de urina
(EAS).
Qual a classificação dos cilindros?
Os cilindros são classificados em
função de sua composição, mas podem ser
divididos basicamente em dois tipos: os
celulares:
- Cilindros Granulosos
- epiteliais
- hemáticos
- leucocitários
sempre patológicos
e os acelulares:
- Cilindros Hialinos
- Cilindros Céreos
- Cilindros Largos
- Cilindros Graxos
que podem ser encontrados
em indivíduos normais.
Qual o significado dos cilindros hematicos e leucocitários?
Os cilindros
hemáticos indicam quase sempre uma doença
glomerular, enquanto os cilindros leucocitários,
apesar de serem encontrados com
frequência nas glomerulopatias, estão mais
associados às nefrites intersticiais
Cilindros hialinos
1- Cilindros Hialinos: formados apenas pela proteína de Tamm-Horsfall –
constituídos por material transparente, às vezes de difícil visualização na sedimentoscopia.
Um ou outro cilindro hialino pode ser encontrado em pessoas normais,
mas a presença de uma grande quantidade deles pode indicar desidratação, uso
de diuréticos (especialmente a furosemida), esforço físico ou febre.
Cilindros Céreos:
Cilindros Céreos: acredita-se que sejam a evolução natural de um cilindro
granuloso patológico. Apresentam uma cor amarelada e um alto
índice de refração, sendo facilmente visualizado na sedimentoscopia. Estes
cilindros indicam disfunção renal avançada, pois são formados apenas quando
o fluxo tubular é baixo.
Cilindros Largos
Cilindros Largos: destacam-se por terem um diâmetro bem maior que os outros
cilindros, tendo geralmente o aspecto granular ou céreo. São formados pela
dilatação dos túbulos coletores, característica da insuficiência renal avançada.
Alguns autores os denominam “cilindros da insuficiência renal crônica”.
Cilindros Graxo
Cilindros Graxos: são cilindros birrefringentes que denotam a presença de
gotículas de gordura e são característicos dos estados de lipidúria, como a síndrome
nefrótica.
Cilindros Epiteliais
Cilindros Epiteliais: são compostos por células epiteliais descamadas dos
túbulos renais que aderem à matriz proteica. Os cilindros epiteliais
podem evoluir para cilindros granulosos, pela degeneração celular. A presença
de cilindros epiteliais indica lesão tubular renal, como a necrose tubular aguda
e as nefropatias tubulointersticiais. Cuidado para não confundir: o encontro de
células epiteliais pode ocorrer na sedimentoscopia de uma pessoa normal, porém
os cilindros epiteliais quase sempre são patológicos.
Cilindros Granulosos
Cilindros Granulosos: geralmente são formados por debris celulares e sua
superfície pode se apresentar finamente ou grosseiramente granulada. Quando
acumulam o pigmento hemoglobínico modificado, tornam-se pardo-escuros,
ganhando a nomenclatura de cilindros granulosos pigmentares. Os cilindros granulosos
indicam lesão tubular e eventualmente glomerular, podendo representar
cilindros celulares degenerados. A necrose tubular aguda é uma causa clássica
de cilindros granulosos, que costumam ser do tipo pigmentares. Uma pessoa
normal raramente pode apresentar um ou outro cilindro granuloso – neste caso,
o aspecto granular deve-se à agregação de proteínas aos cilindros hialinos.
Cilindros Hemáticos:
Cilindros Hemáticos: são compostos por hemácias que aderem à matriz
proteica. São indicadores confiáveis de lesão glomerular e são clássicos das
glomerulonefrites.
Cilindros Leucocitários
Cilindros Leucocitários (ou Piocitários): são compostos por leucócitos
polimorfonucleares aderidos à matriz proteica. Os leucócitos degenerados são
chamados de piócitos. Podem estar presentes nas glomerulonefrites, mas são
clássicos das nefrites tubulointersticiais, como a pielonefrite aguda bacteriana.
Podem conter bactérias.
Como é a proteinúria da S. Nefritica?
A proteinúria é outro achado comum da GNDA,
aparecendo em função de alguns fenômenos,
como alterações da permeabilidade e rupturas
mecânicas na parede dos glomérulos comprometidos.
Diz-se que há proteinúria quando os
níveis de proteína na urina ultrapassam 150 mg/
dia. Na síndrome nefrítica pura, esta proteinúria
não costuma atingir níveis acima de 3,5 g/dia
(considerados “nefróticos”), e, tipicamente, é do
tipo não seletiva
Qula a fisiopatologia da oligúria na S. nefritica?
A oligúria deve ser entendida como resultante
do prejuízo da superfície de filtração dos glomérulos,
devido, principalmente, à invasão
pelas células inflamatórias e à contração do
espaço mesangial. Como os glomérulos filtram
menos, sobrevêm retenção hidrossalina e, nos
casos mais graves, azotemia.
Quais as consequencias da retenção de volume na S. nefritica?
A retenção volêmica provoca hipertensão arterial
e edema generalizado (anasarca). Uma
prova de que o edema da síndrome nefrítica é
decorrente da retenção renal primária é a presença
de níveis plasmáticos de renina consistentemente
baixos. Por ser nefrogênico, o edema
também acomete a região periorbitária.
Qual o quadro tipico da S. Nefritica?
O paciente que desenvolve síndrome nefrítica é
aquele que se queixa de urina “presa” e “vermelho-
-acastanhada”, correspondentes à oligúria e à
hematúria, e desenvolve hipertensão arterial
e edema por congestão hídrica. O sedimento
urinário mostra dismorfismo eritrocitário, piúria
e cilindros celulares (hemáticos e leucocitários),
e a urina de 24h revela proteinúria em níveis de
150 mg a 3,5 g (subnefróticos).
Quais os principais grupos de patologias causadoras de S. Nefrítico? 3
1- SÍNDROME PÓS-INFECCIOSA
1.1- Pós-Estreptocócica
1.2- Não Pós-Estreptocócica
Bacterianas: Endocardite, Abscessos, Shunt
VP Infectado, Doença Pneumocócica, Sepse.
Virais: Hepatite B, Hepatite C, Mononucleose
infecciosa, Caxumba, Sarampo, Varicela.
Parasitárias: Malária falciparum, Toxoplasmose.
2- CAUSADAS POR DOENÇAS
MULTISSISTÊMICAS 7
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Púrpura de Henoch-Schönlein
Crioglobulinemia
Poliarterite microscópica
Granulomatose de Wegener
Síndrome de Goodpasture
Tumores
3- PRIMÁRIAS DO GLOMÉRULO 6
Doença de Berger
GN Membranoproliferativa (Mesangiocapilar)
GN Proliferativa Mesangial
GN por “imunocomplexos” idiopática
GN antimembrana Basal Glomerular
GN pauci-imune (ANCA positivo)