Gastrocx: diarreia crônica e DII Flashcards
DII
Comparativo entre DC e RCU (padrão de acometimento, achados endoscópicos, histopatologia, manifestações extraintestinais e fístulas)
Acometimento:
- DC: qualquer porção do TGI - sobretudo íleo distal, salteado, transmural (mucosa à serosa)
- RCU: reto e cólon, contínuo, superficial
Endoscopia:
- DC: pedras em calçamento
- RCU: pseudopólipos e mucosa friável
Histopatológico:
- DC: granuloma não caseoso
- RCU: abscesso de cripta
Extraintestinais:
- DC: eritema nodoso%, artrite periférica%, cálculos biliares e renais, uveíte anterior e episclerite% (não representam risco de cegueira!)
- RCU: pioderma gangrenoso, CEP, uveíte anterior
%Relacionadas à atividade da doença intestinal
[apesar de cada uma ser mais comum na DC ou na RCU, as manifestações extraintestinais podem ocorrer em qualquer uma delas]
Fístulas:
- DC: frequentes (inflamação transmural)
- RCU: ausentes (restrito à mucosa)
DIARREIA
Principais grupos fisiopatológicos (4), exemplos de doenças e características
- Disabsortiva:
Insuficiência pancreática, colecistectomia, doença celíaca
Emagrecimento, deficiência nutricional, grande volume, esteatorreia (gordura > 7 em 72h)
˜ Doença celíaca: dermatite herpetiforme - Osmótica:
Intolerância à lactose
Fezes líquidas com gap osmolar > 125
Melhora com jejum
˜ Intolerância à lactose: distensão abdominal, flatulências, dermatite perianal (fezes ácidas) - Secretória:
Tumor neuroendócrino, colite microscópica
Fezes lquidas com gap osmolar < 50
Na e K fecais elevados
Não melhora com jejum - Inflamatória:
DII, clostridioides difficile (colite pseudomembranosa)
Muco, sangue e pus
Dor abdominal
Sintomas constitucionais (febre, emagrecimento)
CLOSTRIDIODES
Fatores de risco (3), exames diagnósticos (4) e necessidade de isolamento (2)
Fatores de risco:
- Alteração da flora intestinal por qualquer causa - 3 meses
- ATB de amplo espectro (qualquer via, mais comum clindamicina)
- Internação hospitalar prolongada
Exames:
- GDH - glutamato desidrogenase (indica que é Clostridioides, mas pode ser apenas colonizante, não infectante)
- Toxinas A e B (indica que a bactéria é toxigênica - solicitar somente se GDH positivo)
- Se exames divergentes = PCR
- Colonoscopia = pseudomembranas
Isolamento:
- Contato, pela alta transmissibilidade
- NÃO adianta usar álcool, deve ser água + sabão
CELÍACA
Exames diagnósticos (4), alteração histopatológica (2) e diagnóstico diferencial que provoca as mesmas alterações no AP (1)
Exames:
- Rastreamento com antitransglutaminase IgA + IgA total (pode ser falso negativo, se deficiência de IgA) +/- antiendomísio IgA
- Se deficiência de IgA: antitransglutaminase IgG
- Se exames alterados (rastreamento positivo): EDA + biópsia de duodeno distal
Histopatologia:
- Atrofia de vilosidades + hiperplasia de criptas
- Relação vilo-cripta =< 2:1 (normal é >= 4:1)
Diagnóstico diferencial:
- Olmesartana (BRA) - alterações histopatológicas iguais, mas sem marcadores positivos (anti-TTG IgA, anti-endomísio)
DIARREIA
Testes diagnósticos das de doenças diarreicas específicas (intolerância à lactose [3], supercrescimento bacteriano [1], deficiência de B12 [1] e diferenciar entre digestão e mucosa [1])
Intolerância à lactose:
- Dieta restrita em lactose
- Teste do H expirado com lactose (aumento do H expirado, pela fermentação pelas bactérias intestinais)
- Teste da curva glicêmica (aumento < 20 da glicemia após consumo de lactose pura, pois essa não é absorvida adequadamente)
Supercrescimento bacteriano:
- Teste do H expirado com lactulose (H expirado precocemente, pela fermentação já ao nível de delgado, não apenas no cólon)
Deficiência de B12:
- Teste de Schilling (permite topografar a disabsorção - anemia perniciosa, insuf pancreática, suprecrescimento bacteriano, distúrbio do íleo distal)
Diferenciação entre disabsorção por problema na digestão ou na mucosa:
- Teste da absorção da D-Xilose (medir na urina aps a ingestão dessa substância que não precisa ser digerida, apenas absorvida livremente = se problema na digestão, estará elevada / se problema na mucosa = estará baixa)
DII
Megacólon tóxico: fisiopatologia, achados clínico-laboratoriais (6) e tratamento (4)
Fisiopatologia:
- Inflamação do cólon causando distensão do cólon (por perda do tônus) e toxicidade sistêmica
Achados clínico-laboratoriais:
- Cólon > 6 cm
- Taquicardia (> 120 bpm)
- Febre (> 38,5)
- Hipotensão e redução do nível de consciência
- Anemia e leucocitose
- Desidratação e DHE
Tratamento:
- Descompressão com SNG
- Corticoide EV
- ATB
- Se refratário: colectomia
DII
Acompanhamento da atividade da doença (4)
- Melhora clínica (dor abdominal, diarreia mucossanguinolenta, perda de peso, febre, alterações cutâneas, oculares ou articulares)
- Índices/escore:
Chron = Índice de atividade da doença de Chron (IADC)
RCU = escore de Mayo (achados da colonoscopia) - Colprotectina (ideal < 50/150)
- PCR (ideal < 5)
- Colonoscopia em bom aspecto
DII
Particularidades do tratamento cirúrgico (5)
- Mais empregado na DC, pois evolui com estenose e fístula
- Evitar ostomia pelo risco de complicação (granuloma)
- Pré-operatório para diferenciar estenose inflamatória (tratamento clínico) da fibrótica (cirurgia) = enteroRM
- Momento ideal: antes da próxima dose de IB (maior distância da dose passada com menor efeito imunossupressor)
- Pós-op: alto risco de fístula, com jejum VO prolongado (7d) e dreno em cavidade
CROHN
Diagnóstico de úlceras orais, faríngeas e esofágicas (estômago para cima) em paciente com DC
Lesões pelo Chron são possíveis (da boca ao ânus), porém muito raros
Mais comum = infecção oportunista devido à imunossupressão causada pelo tratamento (histoplasmose)
DIARREIA
Outra causa de diarreia crônica frequentemente associada à intolerância à lactose
Síndrome do intestino irritável (até 60-70% dos casos)
DII
Fatores de pior prognóstico para fechamento espontâneo de fístulas intestinais (6)
TREINO:
- Trajeto curto (=< 2 cm)
- Radioterapia
- (corpo) Estranho
- Inflamação/infecção
- Neoplasia
- Obstrução distal
DII
Possível lesão de íleo terminal encontrada em alguns pacientes com RCU (doença restrita ao reto e cólon)
Ileíte de refluxo - enantema e friabilidade da mucosa (NÃO representa acometimento direto da doença)
DIARREIA
Pancreatite crônica: suspeita clínica (4), confirmação diagnóstica (5) e opções terapêuticas (5)
Suspeita clínica:
- Fator de risco: etilismo, tabagismo, pancreatites de repetição
- Dor abdominal associação à refeição
- Insuf. pancreática exócrina: diarreia crônica com esteatorreia, perda ponderal, deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)
- Insuf. pancreática endócrina: DM
Confirmação diagnóstica:
- TC ou RNM abdome (se estágio inicial, visível apenas por ecoendoscopia)
- Confirmação da esteatorreia: gordura > 7g/d (balanço de gordura nas fezes em 72h)
- Elastase fecal reduzida (< 200)
- Teste da secretina reduzido
- Teste da D-xilose normal
Opções terapêuticas:
- Cessar etilismo e tabagismo
- Analgesia adequada (incluindo para dor neuropática)
- Dieta hipogordurosa e enzimas pancreáticas
- Tratamento do DM: em geral, insulinoterapia
- Se dor refratária ou complicações (pseudoaneurismo, pseudocisto): cirurgia
DII
Conceitos importantes sobre o tratamento das DII (6)
Geral:
- Corticoides NUNCA são usados para manutenção, apenas para indução de remissão
- Em casos graves, com necessidade de indução rápida, opta-se pelo corticoide
RCU:
- Em casos moderados/graves, a indução é feita com corticoides, sendo 5ASA para indução e manutenção de casos leves
DC:
- Raramente é usado 5ASA
- Em casos moderados/graves, a indução é top-down com corticoides +/- imunobiológicos
- A manutenção é feita com poupador de corticoide (azatioprina) +/- imunobiológico
DIARREIA
Causa de diarreia disabsortivas em paciente submetidos a gastrectomia
Supercrescimento bacteriano - investigar com H2 expirado após lactulose ou cultura de aspirado de duodeno (padrão-ouro)