Gastrocx: CA gastrintestinal Flashcards
ESTÔMAGO
Classificação de Lauren e diferenças entre os grupos (epidemiologia, histopatologia, fatores de risco e prognóstico)
Intestinal:
- Homem idoso
- Organização em glândulas (bem diferenciado)
- H pylori (gastrite atrófica > metaplasia intestinal), alimentos ultraprocessados, tabagismo, Billroth 1 e 2 (gastrite alcalina por refluxo biliar), síndromes genéticas (PAF, Lynch) - úlceras pépticas NÃO sofrem malignização
- Prognóstico melhor
Difuso:
- Mulher jovem, incidência crescente
- Células em anel de sinete (pouco diferenciado)
- Mutação da e-caderina e sangue tipo A (sem associação com H pylori)
- Prognóstico pior
ESTÔMAGO
Exames para estadiamento (3) e propostas terapêuticas possíveis (3)
Estadiamento:
- TC tórax e abdome (metástase à distância (M))
- USG endoscópico (linfonodos regionais (L) e extensão tumoral (T)): apenas para tumores precoces para avaliar possibilidade de ressecção endoscópica
- Laparoscopia com lavado peritoneal: se suspeita de carcinomatose peritoneal não identificada em TC
Tratamento:
- Ressecção endoscópica (mucosectomia): < 2 cm, restrito à mucosa (T1a), sem invasão angiolinfática
- Gastrectomia + linfadenectomia D2: padrão-ouro, podendo ser precedida de QT/RT neoadjuvante (T3, Bormann IV, N1)
- QT/RT: se metástase à distância (M1)
FÍGADO
Rastreamento de CHC (2) e conduta diante dos achados (2) e formas de diagnóstico (2)
Rastreamento:
- USG + AFP 6/6m
- População alvo: cirrose, hep B crônica, hepatopatia crônica com fibrose avançada
Conduta diante dos achados:
- Lesão < 1 cm: antecipar o próximo USG
- Lesão >= 1 cm OU AFP > 400: avaliar com TC ou RNM
Formas de diagnóstico:
- Cirróticos: apenas imagem (hipercaptação arterial + hipocaptação portal (wash out) + pseudocápsula)
- Não cirróticos: necessário biópsia
ESÔFAGO
Exames para estadiamento (3), possibilidades terapêuticas (3) e classificação de Siewart (3)
Estadiamento:
Ecoendoscopia
TC pescoço, tórax e abdome
Laringoscopia ou broncoscopia
Tratamento:
Ressecção endoscópica (apenas restrito à mucosa < 2 cm)
QT/RT neoadjuvante + esofagectomia com linfadenectomia
˜ Se tumor em TEG: esofactomia distal + gastrectomia total com linfadenectomia D2
QT/RT paliativa: doença metastática ou invasão de estruturas irresecáveis (grandes vasos, via aérea, corpo vertebral)
˜ Se obstrução ou fístula traqueoesofágica: prótese metálica transtumoral via endoscópica
Se TEG = classificação de Siewart:
- 1: esofagectomia total com linfadenectomia
- 2: esofagectomia ou gastrectomia total com esofagectomia distal com linfadenectomia D2
- 3: gastrectomia total com linfadenectomia D2
ESTÔMAGO
Linfoma MALT: histopatologia, epidemiologia, diagnóstico, fator de risco, tratamento e prognóstico
Histopatologia:
- Tecido linfoide associado à mucosa (MALT)
Epidemiologia:
- Homem idoso, principal sítio extra-linfonodal de linfoma
Diagnóstico:
- EDA com biópsia + avaliação imuno-histoquímica
Fator de risco:
- H pylori (inflamação crônica)
Tratamento:
- Erradicação do H pylori com remissão em 75% dos casos +/- RT/QT (se não remitir)
Prognóstico: muito bom, tumor indolente
ESTÔMAGO
GIST: histopatologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico
HIstopatologia:
- Células intersticiais de Cajal (estromal)
Diagnóstico:
- EDA com abaulamento recoberto por mucosa normal
- USG endoscópico com punção por agulha fina e avaliação imuno-histoquímica (biópsia da mucosa não é suficiente, deve ser retirado material profundo)
Tratamento:
- Acompanhamento clínico-endoscópico: < 2 cm em estômago
- Ressecção com margens livres sem linfadenectomia
Prognóstico:
- No etômago: muito bom, tumor pouco agressivo (apesar de maligno)
- Fora do estômago: mal prognóstico, comportamento maligno
FÍGADO
Acompanhamento de tumores hepáticos benignos (1), indicações de cirurgia (3), orientações específicas do adenoma hepático (2) e do cisto simples (2)
Acompanhamento:
- TC ou RNM a cada 6m-2a
Indicações de cirurgia:
- Sintomáticos (dor abdominal, dispepsia, náuseas e vômitos)
- Crescimento excessivo com compressão ou risco de rotura/sangramento
- Para adenoma hepático: homem (independente do tamanho) ou mulher >= 5 cm
[exceção = pouco remanescente hepático OU gestação - se crescimento > 25%, embolizar e ressecar após o parto]
Orientações específicas para adenoma:
- Suspender ACO e esteroides anabolizantes
- TC ou RNM a cada 6m, pelo miaior risco de malignização
Orientações específicas do cisto simples:
- Seguimento com USG, sem necessidade de TC ou RNM
- Imagem circular anecoica com reforço acústico, sem captação de contraste, sem septos ou cápsula
[Em geral, diagnosticados como achados de imagem]
FÍGADO
Classificação utilizada (1), possibilidades de tratamento (3/3) do CHC e condições para tratamentos específicos (2)
Classificação:
- Classificação de Barcelona
Tratamento curativo:
- Ressecção cirúrgica (apenas Child A)
- Transplante hepático (critérios de Milão)
- Ablação com álcool absoluto ou radiofrequência
Tratamento paliativo:
- Quimio e radioembolização
- QT sistêmica (sorafenibe)
- Prevalizumabe
Condições:
- Para tratamento curativo = critérios de Milão
- Cirrose descompensada = permite apenas transplante ou paliativo
FÍGADO
Conceitos de drop off e downstaging no tratamento do CHC e tipo de tratamento utilizado nesses cenários
Drop off:
- Tumor inicialmente dentro dos critérios de Milão, porém que cresce durante a fila de espera e deixa de ser transplantável
Downstaging:
- Tumor inicialmente fora dos critérios de Milão, sendo submetido a um tratamento inicial que reduz seu tamanho e o coloca dentro dos critérios, sendo transplantável
Tipo de tratamento:
- TACE (quimio e radioembolização) pode evitar o drop off e causar o downstaging
FÍGADO
Epidemiogia e prognóstico do CHC fibrolamelar (2) e origem de metástases hepáticas (4) e situações de possibilidade de cura (2)
CHC fibrolamelar:
- Paciente jovem SEM cirrose
- Melhor prognóstico
Metástases hepáticas:
- Origem: CA colorretal, pâncreas, estômago, mama, pulmão
- Possibilidade de metastasectomia: colorretal e geniturinário (possibilidade de tratamento curativo mesmo na presença de metástase)
CÓLON E RETO
Fatores de risco (6) e sintomas (3) do CCR
Fatores de risco:
- Idade
- Obesidade e alimentação inadequada (defumados, processados)
- Tabagismo
- Etilismo
- Histórico familiar
- DII
Sintomas:
- Alteração do HI
- Sangramento nas fezes e anemia (melena no cólon direito, hematoquezia no cólon esquerdo)
- Em reto: tenesmo, fezes afiladas
CÓLON E RETO
Rastreamento de CA colorretal para população de risco habitual, antecedente familiar e DII
Risco habitual:
- A partir de 50 anos com sangue oculto anual OU colonoscopia a cada 10 anos
Antecedente familiar
- 1 parente > 60a: a partir de 40 anos, com sangue oculto anual OU colonoscopia a cada 10 anos
- 2 parentes ou 1 parente < 60a: a partir de 40 anos ou 10 anos antes do familiar, com colonoscopia a cada 5 anos
DII:
- A partir de 8-10 anos após o diagnóstico, colonoscopia a cada 1-2 anos
CÓLON E RETO
Características dos pólipos associadas a alto risco de malignização (4) e seguimento dos portadores de pólipos (4)
Características de alto risco:
- Componente viloso
- Displasia de alto grau
- Tamanho > 1 cm
- Pólipos serrilhados
Seguimento:
- 10+ pólipos: repetir em 1a
- Alto risco OU 3+ pólipos: repetir colonoscopia em 3 anos
- Baixo risco E até 2: repetir colonoscopia em 5-10 anos
- Geral: repetir após 3a > se normal, continuar a cada 5a
CÓLON E RETO
Estadiamento (4) e exames necessários (2) e sítios de metástases (2)
Estadios:
- Estadio 1: limitada ao cólon (T1, T2)
- Estadio 2: invasão de estruturas adjacentes (T3, T4)
- Estadio 3: linfonodos acometidos (N+)
- Estadio 4: metástases à distância (M+)
Exames necessários:
- Para todos: TC de tórax, abdome e pelve
- Se CA retal: RNM de pelve +/- USG endoscópico
Sítios de metástases:
- Cólon: fígado
- Reto distal: pulmão
CÓLON E RETO
Tratamento do CA de cólon (3) e de reto (3)
Tratamento de cólon:
- Cirurgia (estadios I e II baixo risco)
- Cirurgia + QT adjuvante (estadios II alto risco [T4, pouco diferenciado, invasão angiolinfática] e estadio III)
- QT paliativa (estadio IV) OU metastectomia (se lesão hepática ressecável)
| Cirurgia = colectomia segmentar (seguindo a vascularização da região) com linfadenectomia
| RT não é uma opção, pela proximidade com o delgado
Tratamento de reto:
- Cirurgia (estadio I - em T1, possibilidade de excisão local)
- QT+RT neoadjuvante + cirurgia + QT adjuvante (estadios II e III)
- QT paliativa (estadio IV)
| Cirurgia = RAB ou Miles, dependendo da distância em relação à borda anal e do comprometimento esfincteriano
CÓLON E RETO
Síndromes genéticas associadas ao maior risco de CA colorretal (PAF [4], Lynch [3] e Peutz-Jeghers [3]) e suas características e rastreamento de CCR nessa população (1)
PAF:
- Autossômica dominante (APC)
- > 100 pólipos colorretais + duodeno e estômago
- Retocolectomia profilática com anastomose reservatório ileal-anal aos 20a (100% risco de CA) > cirurgia realizada apenas em PAF e RCU
˜ Pode ser feita apenas colectomia com preservação do reto, porém deve realizar retoscopia a cada 6m
- Maior risco de tumor desmoide (fibrossarcoma de baixo grau) - cicatriz cirúrgica de paciente com PAF ou de cesárea
Lynch:
- Autossômica dominante (MLH1, MSH2)
- Maior risco de CA colorretal, endométrio, ovário, estômago, tireoide
- Ausência de polipose intestinal (assintomático até surgimento do CCR)
Síndrome de Peutz-Jeghers:
- Autossômica dominante
- Máculas hipercrômica em lábios e mucosa oral
- NÃO aumenta o risco de CCR (pólipos hamartosos, não adenomatosos)
- Localização mais comum = delgado!
Rastreamento:
- A partir de 10-15a (20-25a para Lynch), com colonoscopia a cada 1-2a
[apenas a polipose associada ao MUTYH é recessiva]
CÓLON E RETO
Rastreamento populacional e seguimento do CCR após tratamento (3)
Rastreamento:
- 50a (tendência a iniciar aos 45a)
- Sangue oculto anual E colonoscopia 10/10a
˜ Sangue oculto é pouco sensível, pois o sangramento pode ser intermitente e não ocorrer no dia da coleta (exame bom a nível populacional, não individual)
Seguimento:
- Colonoscopia 1a após e, a partir de então, a cada 3a
- CEA 6/6 meses
- USG abdome 6/6 meses
- RX tórax 6/6 meses
ESÔFAGO
TIpos de tumor (2), fatores de risco (6/1) e complicações (3)
Tipos:
- Escamoso (90% - epitélio nativo)
- Adenocarcinoma (10% - metaplasia intestinal)
Fatores de risco:
- Escamoso: etilismo, tabagismo, muito ultraprocessados e pouca fibra, acalásia, ingestão de soda cáustica, Plummer-Vison
- Adenocarcinoma: esôfago de Barret
Complicações:
- Obstrução do TGI
- Fístula esôfago-traqueal: engasgos, tosse e broncoaspirações frequentes, tumor em estágio irresecável por invasão de via aérea, diagnóstico com EDA (lesão tumoral) + broncoscopia (infiltração)
- Disfonia: acometimento de n. laríngeo recorrente por infiltração de BFE
FÍGADO
Abscesso hepático piogênico: fisiopatologia e fatores de risco (3), clínica (3), diagnóstico (1) e tratamento (2)
Fisiopatologia:
- Colangite. manipulação cirúrgica da árvore biliar, trombose infectada, pós-quimioembolização
- Paciente com DM2, transplantado
Clínica:
- Dor em HCD
- Febre, taquicardia, leucocitose
- Icterícia, alteração de enzimas hepáticas
Diagnóstico:
- USG
- TC abdome com contraste (padrão-ouro_
[apenas 20% dos casos apresentam ar]
Tratamento:
- Drenagem cirúrgica (totalmente contraindicada se presença de ascite, pelo risco de PBS)
- Metronidazol + ceftriaxone ou Unasyn (polimicrobiana = E coli, Klebsiela, S aureus, anaeróbios)
FÍGADO
Abscesso hepático amebiano: achados de imagem e punção (3), diagnóstico (1) e tratamento (1)
Achados de imagem e punção:
- Lobo direito
- Conteúdo achocolatado
Diagnóstico:
- Sorologia e coprológico (Entamoeba histolytica)
Tratamento:
- Metronidazol (raramente necessita de drenagem)
ESTÔMAGO
Conduta e seguimento de úlcera gástrica (3)
1ª EDA + biópsia normal:
- tratamento com IBP por 8 sem
Aṕos 8 sem: 2ª EDA + biópsia:
- se úlcera cicatrizada e biópsia normal = finalizada investigação
- se úlcera NÃO cicatrizada e biópsia normal = tratamento com IBP por mais 4 sem
Após 4 sem: 3ª EDA + biópsia
- se úlcera cicatrizada e biópsia normal = finalizada investigação
- se úlcera NÃO cicatrizada, mesmo com biópsia normal = gastrectomia! (alto risco de CA não identificado na biópsia)
ESTÔMAGO
Achados possívees do exame físico do CA gástrico (4)
- Anemia, massa epigástrica palpável(estômago e colorretal são os tumores gastrointestinais que podem causar anemia)
- Linfonodo de Virchow e Irish
- Ascite: indica carcinomatose peritoneal
- Prateleiras de Blumer: implante neoplásico no fundo de saco de Douglas, palpados via toque retal (sinal indireto de carcinomatose peritoneal)
- Sinal da irmã Maria José: nódulo em cicatriz umbilical representando implante neoplásico, indicativo de disseminação intra-abdominal
CÓLON E RETO
Medicamento utilizado nos casos de obstrução intestinal por malignidade e conduta cirúrgica mais adequada no momento
Corticoide: diminui inflamação e edema, podendo aliviar os sintomas e evitar abordagem cirúrgica
Se necessidade de cirurgia: colostomia para manejo aguda da obstrução, deixando a cirurgia oncológica em segundo momento, após adequado estadiamento (não fazer Hartmann pelo risco de neoplasia residual!)
PÂNCREAS
CA pâncreas: exame para diagnóstico e indicação cirúrgica (2), aspecto na imagem (1), critérios de irressecabilidade (2) e tratamento paliativo (3)
Diagnóstico:
- TC abdome com contraste (a biópsia NÃO é essencial e a cirurgia pode ser indicada apenas a partir da imagem, que é bem característica e fornece informações sobre invasão vascular e ressecabilidade)
˜ Se dúvida diagnóstica: ecoendoscopia com biópsia
Ressecabilidade:
- Invasão de tronco celíaco e AMS
- Invasão de porta ou VMS com trombose
Imagem:
- Lesão hipocaptante e infiltrativa
Paliativo:
- CPRE com prótese biliar
- Derivação biliodigestiva
- Drenagem externa ou transparietal (radiointervenção)