Febre tifoide Flashcards
Via de infecção
(1) Fecal-oral => água e alimentos contaminados (transmissão indireta);
(2) Contato com vômito, pus ou expectoração de um indivíduo contaminado. (transmissão direta)
Período inicial do quadro clínico (1ª semana)
(1) Febre de início agudo (inicialmente baixa, mas que aumenta na segunda semana),
(2) Dor abdominal
(3) Náuseas e vômitos
(4) Anorexia e astenia
(5) Cefaleia (até o fim da doença)
Período de estado do quadro clínico (entre 2ª e 3ª semanas)
(1) Febre se torna mais alta, chegando até 39 – 40°C
(2) Persistência da cefaleia, mal-estar geral e anorexia;
(3) Roséolas tíficas – máculas pouco numerosas e indolores em tórax e abdome;
(4) Hepatoesplenomegalia (mole, doloroso e liso)
(5) Dissociação pulso-temperatura (sinal de Faget)
(6) Constipação intestinal ou diarreia OU diarreia seguida de constipação (sinal importante)
I. Diarreia abundante e esverdeada (aspecto de sopa de ervilha)
(7) Abd doloroso à palpação
(8) Icterícia (se Hepatite tifoídica)
(9) Úlceras de Daguet: pilares anteriores da boca
Período de estado do quadro clínico (progressão de doença não tratada)
(1) Língua saburrosa
(2) Úlceras dos pilares anteriores da boca (úlceras de Daguet)
(3) Tosse seca
(4) Prostação -> torpor e delírio (tiphus)
Período de declínio do quadro clínico (após a 3ª semana)
(1) Diminuição da febre em lise (gradual)
(2) Melhora do estado de consciência
(3) Diminuição de todos os outros sintomas (cefaleia, astenia e sintomas do TGI)
Período de convalescência do quadro clínico (após a 3ª semana)
(1) Melhora do paciente
(2) Se doença muito prolongada -> sinais de desnutrição (anoréxico, astenia, queda de cabelo e atrofia muscular) -> consumo durante a doença
Fatores de predisposição para se tornar portador (até 3% dos infectados) e gerar surtos e manutenção de endemias
(1) Mulheres adultas infectadas;
2) Pessoas com patologia biliar associada (principalmente pedras biliares
Principais complicações
(1) Recaídas (até 20%) em torno de 15 dias após melhorada a febre
(2) Enterorragias (3-10%) na 3ª semana (íleo terminal em consequência por ulcerações causadas pela infecção pela Salmonella.)
(3) Perfuração intestinal (até 3% dos indivíduos) no final da 3ªs até a 4ªs (íleo terminal também) -> peritonite (GRAVE)
(4) Septicêmica prolongada (portadores de esquistossomose hepatoesplênica) -> GRAVE -> hospitalizar
Diagnóstico laboratorial
INESPECÍFICOS:
(1) HEMOGRAMA -> leucopenia (neutropenia com DE + linfocitose relativa) +/- plaquetopenia e anemia
(2) Eletrólitos (K, Na, Ca e Cl)
(3) VHS -> normal!
(4) Ur e Cr
(5) AST, ALT e TAP
-
ESPECÍFICOS:
(6) CULTURAS (principal):
a) Hemocultura (1ªs)
b) Coprocultura 3ªs e acompanhamento pós-tto
c) Urocultura: acompanha positividade da coprocultura.
d) Mielocultura de aspirado esternal (padrão-ouro) -> só fazer em dúvida e quando já começou a ATB.
(7) SOROLOGIA -> Reação de Widal (dosa aglutininas anti-O, anti-H, anti-Vi) -> Positivo quando titulação anti-O após 2ªs > 1:80 ou 1:160 (área endêmica)
Conduta
A. ANTIBIOTICOTERAPIA (1) Ambulatorialmente: a) Ciprofloxacino VO 500mg 12/12h por 14 dias OU b) Amoxicilina 1g 6/6h por 14 dias
(2) Hospitalar:
a) Ciprofloxaxino EV 200mg 12/12h por 10 dias
OU
b) Ceftriaxona (se criança ou gestante) 1g 12/12h por 10 dias
-
B. SUPORTE -> hidratação, repor eletrólitos, analgesia e dieta sem fibra
C. ACOMPANHAMENTO: tratar recaídas e portadores crônicos
Controle de cura e Conduta em portadores crônicos
(1) CONTROLE DE CURA Com Coprocultura
I. Manipuladores de alimentos: 7 amostras a cada 24h 7d após atb e 30d após início dos sintomas
II. Não manipuladores de alimentos: 3 amostras
2) ATB: Ciprofloxacino 500mg VO 12/12h por 4s ou doAmoxicilina 6g/dia por 6s
(3) COLECISTECTOMIA, se doença biliar:
A) portador mesmo após: cipro por 8s
(4) Tratar esquistossomo, se presente.
10 medidas de controle epidemiológico da doença
(1) Destino adequado aos DEJETOS
(2) Desinfetar objetos em contato com EXCREÇÕES
(3) TRATAR adequadamente os doentes e portadores
(4) Afastar portadores da manipulação de ALIMENTOS
(5) Ferver ou pasteurizar o LEITE
(6) Limitação de venda e consumo de frutos do mar (ex: OSTRAS)
(7) Lavar bem FRUtas, hortaliças e legumes
(8) Orientar quanto à HIGIENE
(9) Colocar HIPOCLORITO de sódio no vaso sanitário
(10) Ferver, filtrar e clorar a ÁGUA usada para alimentação (sistemas público e individuais de abastecimento)
Vacinação para febre tifoide e indicação
(1) INDICAÇÕES: viajantes para Ásia e África e sujeitas a exposição excepcional
(2) VACINA:
a) ty21a (atenuada) -> VO 12/12h por 2d (>6 anos). Reforço com 5 anos
b) VIPs -> EV (>2 anos)