Endocardite Infeciosa Flashcards
Fatores predisponentes
(1) Injetáveis -> estafilococos aureus e epidermidis (resistente a vancomicina)
(2) Cateter prolongado.
(3) >65 anos com complicação: HAS, diabetes, etc
(4) Pacientes com marca-passo ou outros corpos estranhos implantados como valvas
(5) Corpo estranho na cavidade oral (piercing por exemplo)
(6) Lesão tumoral no intestino (streptococcus bovis)
Quadro clínico
(1) HISTÓRIA de fatores de riscos cardíacos (HAS, febre reumática, estenose) ou abuso de drogas endovenosas ou cardiopatia congênita corrigida na infância (ex: síndrome de down)
(2) Sintomas SISTÊMICOS: FEBRE diária prolongada (principalmente idosos), calafrios, sudorese noturna, mal estar, anorexia, dor muscular, articular ou nas costas eperda de peso
(3) SOPRO regurgitante novo ou que se intensifica e/ou ICC
(4) NEFRITE
(5) ESPLENOMEGALIA
(6) Presença de PETÉQUIAS periféricas (diferencial para meningococcemia)
(7) Lesões de JANEWAY – estrias ungueais sanguíneas + petéquias e sufusões hemorrágicas nas extremidades
(8) Nódulos de OSLER – artrites em pequenas articulações com sinais flogísticos
(9) Manchas de ROTH – manchas elípticas com centro pálido no exame de fundo de olho
Principais agentes etiológicos em valvas protéticas e fator de risco associado
(1) Mais frequentes:
I. Estafilococos coagulase negativo
II. S. viridans (tratamento ou má condição dentários)
III. S. aureus (drogas IV e cateteres)
IV. Enterococos (manipulação do TGU - ex: DIU)
(2) Menos frequentes: Fungos (imunossuprimidos, pós ATB de amplo espectro, doença auto-imune, etc)
Principais agentes etiológicos em valvas nativas e fator de risco associado
(1) Mais frequentes:
I. S. viridans (tratamento ou má condição dentários)
II. S. aureus (drogas IV e cateteres)
III. Enterococos (manipulação do TGU - ex: DIU)
(2) Menos frequentes:
I. HACEK (Hemófilos, Actinobacillus, cardiobacterium, eikenella e kingella) -> Gram (-) de cavidade oral
II. S. Bovis (tumor)
III. Estafilococos coagulase negativos e S. epidermidis (drogas injetáveis)
Quadro laboratorial
(1) Anemia normo/normo
(2) Nefrite:
I. Sumario de urina extremamente alterado (telescopado): Hematúria e Cilindrúria
II. Creatinina aumentada -> tendência à IRA
(3) Leucograma normal ou discretamente elevado com DE (formas subagudas da doença)
(4) PCR elevado
(5) Hemoculturas persistentemente positivas para organismos típicos
(6) VHS elevado
(7) Hipergamaglobulinemia policlonal (FP com Fator Reumatóide e VDRL)
Exames de imagem
(1) Ecocardiograma – vegetação (60-95%), abscesso de parede, regurgitação nova
(2) Radiografia ou tomografia do tórax – aumento da área cardíaca, derrame, embolização para pulmão
Critérios Clínicos MAIORES de Duke Modificados para Diagnóstico de EI
(1) Hemoculturas positivas:
a) 2 amostras de hemocultura positivas para EI > 12h de intervalo. 1 AMOSTRA = 2 COLETAS (1 EM CADA ACESSO)
b) 3/4 hemoculturas positivas para EI com 1h de intervalo
(2) Qualquer alteração do Ecocardiograma (preferência para ECO TE):
a. Massa intracardíaca oscilante em válvula, estruturas de suporte, próteses, fluxo regurgitante na ausência de explicação anatômica alternativa
b. Abscesso
c. Nova deiscência parcial de protese valvular
d. Nova regurgitação valvular
Critérios Clínicos MENORES de Duke Modificados para Diagnóstico de EI
(1) Lesão predisponente cardíaca ou usuário de droga intravenosa
(2) Febre > 380C
(3) Fenômenos vasculares: embolia arterial, enfartos pulmonares sépticos, aneurisma micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival e lesões deJaneway
(4) Fenômenos imunes: glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, falsos positivos de fator reumatoide e VDRL
(5) Evidência microbiológica: hemocultura positiva, mas não preenche critérios maiores ou evidência de infecção ativa com microrganismos consistentes com EI
Diagnóstico de EI pelos critérios clínicos de Duke modificados
(1) Diagnóstico confirmado:
a. 2 maiores
b. 1 maior + 3 menores
c. 5 menores
(2) Diagnóstico provável
a. 1 critério maior + 1 menor
b. 3 menores
(3) Diagnóstico afastado
I. Outro diagnóstico consistente para as manifestações de EI OU
II. Resolução das manifestações de endocardite dentro de 4 dias de antibioticoterapia OU
III. Ausência de evidência de achados patológicos em cirurgia OU
IV. Autópsia após 4 dias de antibioticoterapia
Principais complicações
(1) ICC por destruição valvular
(2) Abscessos perivalvulares
(3) Êmbolos
I. SNC
II. Visceras abdominais
III. Artérias periféricas, Artérias coronárias, Artérias pulmonares (endocardite do lado direito)
Bases do tratamento e cuidados
(1) Identificação e os testes de suscetibilidade do microrganismo responsável
(2) Terapia antimicrobiana bactericida sustentada IV (internada)
(3) Identificação das complicações
(4) Erradicação da fonte original da infecção (ex: troca da prótese dentária)
(5) Futura profilaxia antimicrobiana (procedimento invasivo em quem já teve EI) -> derivado de penicilina por via oral
Tratamento de EI de valva nativa conforme agente etiológico
(1) S. viridans/S. bovis sensíveis -> Penicilina G cristalina 12miU/24h contínuo EV por 4 semanas
(2) S. viridans/S. bovis relativamente RESISTENTES -> Penicilina G cristalina 18miU/24h contínuo EV + Gentamicina 1mg/kg EV 8/8h por 2 semanas
(3) Enterococos -> Penicilina G cristalina 18miU/24h contínuo EV + Gentamicina 1mg/kg EV 8/8h por 4 semanas
(4) Estafilococos -> Iniciar com Vancomicina 30mg/kg EV 12/12h e, se sensível após cultura -> Oxacilina 2g EV 4/4h por 4s
Tratamento de EI de valva protética conforme agente etiológico
(1) Estafilococos -> Vancomicina/Oxacicilina + Rifampicina + Gentamicina por > 6s
(2) HACEK -> Ceftriaxona 2g/d EV por 4s
Tratamento de EI sem agente etiológico conhecido
Vancomicina/oxacilina + gentamicina + ceftriaxona
Indicações Cirúrgicas de EI em valvas naturais
(1) Falência cardíaca devido à regurgitação aórtica aguda
(2) Falência cardíaca devido à regurgitação mitral aguda
(3) Febre persistente e demonstração de bacteremia por mais de 8 dias apesar do antibiótico adequado
(4) Demonstração de abscessos, pseudo-aneurismas, comunicação anormal por fístulas ou ruptura de 1 ou mais válvulas, distúrbios de condução, miocardite ou outros achados de expansão local
(5) Envolvimento de microrganismos que são freqüentemente não curados por tratamento antibioticoterápico (fungo,Brucella e Coxiella) ou microrganismo que tem alto potencial para rápida destruição de estruturas cardíacas
(6) Vegetação maior que 10mm em valva mitral
(7) Vegetação maior que 20mm em valva tricúspide após embolismo recorrente