Febre Reumática Flashcards
FR > Definição
- Doença auto-imune, multissistêmica, ocorre como reação imune anormal a Ag do Streptococus hemolítico grupo A (S. pyogenes)
- Após faringotonsilite
- Manifestações variadas (SNC, coração, articulações)
FR > Epidemiologia
- Cardiopatia reumática crônica é a principal causa de cardiopatias em menores de 25 anos
- FR é a doença reumática + comum no BR
- Primeiro surto e recidivas principalmente em idade escolar e adolescente (Raros em menores de 5 e maiores de 15)
- 5000 novos casos ano no BR
- Coreia tem maior incidência em meninas
- 20% das infecções de orofaringe são causadas por Estreptococos (40% assintomáticas); 1 a 3% evoluem para FR em indivíduos geneticamente susceptíveis
FR > Etiopatogenia
- Similaridade da proteína M encontrada na camada externa do Streptococus pyogenes com outras proteínas do tecido humano normais
- Fatores genéticos encontram-se também envolvidos na patogênese da Febre reumática, destacam-se antígenos de Histocompatibilidade da classe II (HLA- DR e DQ).
FR > CLÍNICA > Generalidades (latência, etc)
- Latência de 2 a 3 semanas após infecção estreptocócica
- Para o diagnóstico nem sempre é detectada história de tonsilite; FR também nem sempre é acompanhada de febre/manifestações articulares
- Critérios de Jones para diagnóstico
FR > CLÍNICA > CRITÉRIOS JONES
1) CRITÉRIOS MAIORES > Coreia de Sydenham > Nódulos subcutâneos > Eritema marginado > Cardite > Artrite
2) CRITÉRIOS MENORES > Febre (responsiva) > Artralgia > Elevação PCR e VHS > PR prolongado no ECG (sempre solicitar em suspeita de FR)
- 1 maior + 2 menores/ 2 maiores/ Só coreia
FR > CLÍNICA > ARTRITE
- Edema na articulação ou, na falta desse, dor com limitação ao movimento
- Não é tão comum eritema ou grande aumento volume
- Poliartrite é o mais frequente (75% dos casos de FR) > Grandes articulações (ocasionalmente também as pequenas) > Migratória (média 6 articulações/ 1 a 5 dias em cada articulação) > Evolução assimétrica/ Rápida resposta aos AINEs (logo, não prescrever nos primeiros dias em casos duvidosos)/ Resolve-se em 3 semanas
- Monoartrite rara (vista em crianças que recebem AINEs no início do quadro)
FR > CLÍNICA > CARDITE
- Segundo critério maior mais comum/ mais grave
- 30 a 45 % dos pctes/ Pode ser leve ou assintomática
- Podem acometer qualquer camada (endocárdio ao pericárdio)
- Endocardite > 50% com sopros (princ mitral e aórtica0 (surto agudo gera regurgitação, cronicidade leva a estenose)
- Pericardite > 5 a 10%
- Evolução da cardite de 1 a 3 meses/ Podem restar sequelas > cardiopatia reumática crônica
FR > CLÍNICA > COREIA
- Latência (1 a 6 meses), aparece tardiamente
- Início insidioso
- Sintomas comportamentais (hiperatividade, desatenção, labilidade emocional, tíques, TOC)
- Movimentos rápidos, incoordenados, arrítmicos e involuntários
- Movimentos na face (distúrbios fala e deglutição, caretas, etc) e extremidade distal dos membros
- Autolimitada máx 6 meses/ Não deixa sequelas
FR > CLÍNICA > NÓDULOS SUBCUTÂNEOS
- Apenas 5% dos casos, geralmente associados a cardite grave
- Estruturas arredondadas, consistência firme, indolores, distribuição simétrica, tamanhos diferentes (0,5 a 2 cm), número variável/ Pele que os recobre é normal
- Locais mais freq > superfícies extensoras como cotovelo, joelhos, metacarpofalangianas, interfalângicas, couro cabeludo, escápula e coluna (PROCURA-LOS!!)
- Aparecimento um pouco tardio em relação aos demais sintomas; Máx de 1 mês
FR > CLÍNICA > ERITEMA MARGINADO
- Bastante raro (1 a 3%)/ Associados a cardite
- Geralmente no início da doença
- Máculas circuladas, ovaladas, róseas > expandem centrifugamente deixando área central clara/ Não pruriginoso
- Tronco, abdome, proximal dos membros inf e sup
- Costuma não ultrapassar cotovelos e joelhos e não aparecer na face
- Pode persistir ou recorrer durante meses, mesmo após resolução de outros sintomas
FR > Evidencia de Estreptococcia prévia
- Diagnóstico de FR requer confirmação de infecção estreptoccócia preve (seja escarlatina ou comprovação laboratorial de tonsilite)
> Cultura orofaringe (só positiva em 20%)
Ac específicos para estreptococcos (Anti-DNAse/ ASLO) (só positiva em 80%)
Teste rápido (menos sensível que cultura)
História
FR > Exames complementares
> Exames para confirmar infecção estreptoccocica recente (cultura, teste rápido, Anti-DNAse, ASLO, história)
Hemograma (leucocitose com predomínio de PMN, anemia não responsiva ao Fe++.)
VHS (elevada no início.)
Mucoproteínas: elevam ao final da segunda semana.
Eletroforese de proteínas
Alfa glicoproteína ácida (eleva em qualquer processo inflamatório agudo)
FR > Alterações vistas ao ECG (podem ser vistas)
- Aumento PR
- BAV 1° e 2° graus
- Miocardite > achatamento QT
- Pericardite > Supra de ST + alteração onda T
- Derrame pericárdico > QRS amplitude diminuída
FR > Alterações RX e ECO
> RX
- área cardíaca: derrame pericárdico, miocardite
- congestão pulmonar
> ECO-DOPPLER
- disfunções valvares
- aumento câmaras cardíacas
- alterações funções ventriculares
- vegetações
- espessamento e derrame pericárdico
FR > TRATAMENTO AGUDO
- Penicilina Benzatina (se alergia > eritromicina/ clindamicina/ azitromicina)
- AAS ou Naproxeno (para artrite)
- Corticosteroide > Prednisona ou Metilprednisona (Para cardite/ Se concomitante com artrite os AINEs devem ser suspensos)
- Haloperidol/ Ác Valproico/ Carbamazepina (para Coreia)
- Repouso 2 semanas