EPILEPSIA E CONVULSÕES Flashcards
IMPORTANCIA DA INFANCIA - DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO
Período dinâmico com mielinização e associações sinápticas rápidas, Onde Interrupções neurológicas podem comprometer a vida futura.
CONVULSÃO
DEFINIÇÃO
Convulsões são o resultado da disfunção transitória de todo o cérebro ou parte dele em virtude da descarga excessiva de uma população de neurônios hiperexcitáveis,
causando um:
fenômeno súbito e transitório de natureza motora, sensorial, autonômica
ou psíquica.
CRISE EPILÉPTICA
DEFINIÇÃO
A crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de uma atividade neuronal cerebral anormal excessiva ou síncrona.
Determinada pela recorrência das crises sem um fator agudo predisponente
EPILEPSIA
DEFINIÇÃO
Distúrbio cerebral caracterizado pela
predisposição persistente do cérebro para gerar crises epilépticas e, pelas
consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais dessa condição.
EPILEPSIA
NAO É CONSIDERADO EPILEPSIA
Crises decorrentes do sistema nervoso de etiologias
Infecciosas: meningite
Metabólicas: como abstinência alcoólica,
Traumáticas: como acidentes,
não são necessariamente consideradas epilepsia.
CRISE EPILÉPTICA
Crises epilépticas são sintomas comuns de
———?
Crises epilépticas são sintomas comuns de
doenças neurológicas agudas.
CRISE EPILÉPTICA
TIPOS DE CRISES EPILEPTICAS (3)
- Crises focais
- Crises generalizadas
- Crises neonatais
EPILEPSIA
DIAGNÓSTICO DE EPILEPSIA
O diagnóstico de epilepsia não requer 2 crises.
- uma crise epiléptica
- Em associação com um distúrbio adjacente do cérebro que aumente a probabilidade de crises futuras.
CRISE EPILÉPTICA
CONSCIENCIA - DEFINIÇÃO
a consciência é entendida como a capacidade de responsividade e percepção consciente.
CRISES EPILEPTICAS
CRISES FOCAIS - DEFINIÇÃO
originam-se em redes neuronais limitadas a um hemisfério e
não comprometem, necessariamente, a consciência.
O local de início é consistente, embora possa haver variabilidade caracterizando semiologias diferentes
* (autonômica, motora, sensitivo-sensorial, psíquica)
CRISES EPILEPTICAS
CRISES GENERALIZADAS - DEFINIÇÃO
nascem em um determinado local e rapidamente se propagam, envolvendo redes neurais bilaterais, podendo ser simétricas ou assimétricas.
CRISES EPILEPTICAS
CRISES GENERALIZADAS - TIPOS (5)
- corticais
- subcorticais
Classificado em:
* tônico-clônicas
* ausencia
* atônica
* clônica,
* mioclônicas
CRISES EPILEPTICAS
CRISES NEONATAIS - TIPOS (2)
- Focais
- Generalizadas.
CRISES EPILEPTICAS
CRISES EPILEPTICAS - CAUSAS (3)
- genéticas exclusivas,
- genéticas e ambientais
- ou exclusivamente ambientais.
CRISES EPILEPTICAS
CRISE EPILEPTICA - DEFINIÇÃO
Descarga anormal excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular.
CRISES EPILEPTICAS
ORIGEM
As crises epilépticas originam-se da hiperexcitabilidade neuronal, decorrente de um desequilíbrio entre a neurotransmissão excitatória e inibitória mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA).
CRISES EPILEPTICAS
ALTERAÇÕES METABOLICAS DURANTE UMA CRISE
- Aumento do consumo de O2 e glicose,
- Produção de lactato e CO2.
CRISES EPILEPTICAS
CONSEQUENCIAS DAS CRISES
Crises curtas não resultam em dano cerebral ou complicações sistêmicas na maior parte dos casos.
Exceto se crise longa e a ventilação se tornar inadequada e/ou os mecanismos compensatórios tornam-se insuficientes, ocorre evolução:
* hipoxemia,
* hipercapnia e
* acidose respiratória.
CRISES EPILEPTICAS
RESPOSTA DESCARGA SIMPÁTICA (3)
A descarga simpática resulta em
* taquicardia,
* hipertensão e
* hiperglicemia.
CRISES EPILEPTICAS
RISCOS DE UMA CRISE LONGA
- acidose lática,
- rabdomiólise,
- hiperpotassemia,
- hipertermia e
- hipoglicemia.
Quanto mais prolongado, maior a dificuldade de reversão e maior a chance de prejuízo neuronal.
CRISES EPILEPTICAS
PRINCIPAIS CAUSAS EM CRIANCAS (+10)
- crises febris,
- epilepsia,
- infecções do sistema nervoso central (SNC),
- asfixia perinatal e
- encefalopatia hipóxico-isquêmica não progressiva,
- hipoglicemia,
- distúrbios eletrolíticos (principalmente hipocalcemia, hipomagnesemia e hipernatremia),
- deficiência de piridoxina,
- erros inatos do metabolismo,
- traumatismo cranioencefálico (TCE),
- hemorragia intracraniana,
- acidente vascular cerebral,
- intoxicações exógenas ou abstinência a álcool ou drogas antiepilépticas,
- tumores do SNC e
- hiperviscosidade sanguínea.
CRISES EPILEPTICAS
CRISE FOCAL COMPLEXA - DEFINIÇÃO
Na crise parcial complexa, admite-se o envolvimento bilateral das estruturas.
ALÉM DO COMPROMETIMENTO DA CONSCIENCIA.
CRISES EPILEPTICAS
LOCAL MAIS COMUM DE ORIGEM DA CRISE EPILEPTICA
os lobos temporais.
CRISES EPILEPTICAS
AURA - O QUE INDICA?
É possivel identificar a area em que ocorre a descarga excessiva inicial a partir da aura que ocorre em algumas crises.
CRISES EPILEPTICAS
SINAL DE CRISE FOCAL
Déficit neurológico focal:
* fraqueza transitória,
* paralisia do grupo muscular acometido durante a crise,
* amaurose ou afasia.
CRISES EPILEPTICAS
TIPOS - CRISE FOCAL/PARCIAL SIMPLES
- motor,
- sensitivo-sensorial,
- autonômico ou
- psíquico.
CRISES EPILEPTICAS
CRISE - TIPO “BRAVAIS JACKSONIANA”
É uma forma de crise focal simples motora que se inicia com movimentos clônicos de uma parte do corpo, geralmente pela mão, e lentamente se estende para grupos musculares contíguos, denominada marcha jacksoniana.
CRISES EPILEPTICAS
CRISE FOCAL SIMPLES PSÍQUICA - EXEMPLO
- DEJA VU
- JAMAIS VU
- sensação súbita de medo.
CRISES EPILEPTICAS
TRIADE CRISES EPILÉPTICAS
- início súbito,
- tendência à repetição (estereotipia)
- Evolução da crise, com envolvimento de outras áreas cerebrais.
CRISES EPILEPTICAS
CRISE FOCAL COMPLEXA - O QUE É NECESSÁRIO
As crises parciais complexas (CPC) sempre se acompanham de alteração do estado de consciência.
VERDADEIRO OU FALSO
As CPC podem começar como uma CPS e então Progredir?
VERDADEIRO
CRISES EPILEPTICAS
MANIFESTAÇÃO PÓS ICTAL - CFC
CFC = CRISE FOCAL COMPLEXA
Confusão no período pós-crítico e amnésia do evento.
CRISES EPILEPTICAS
IMPORTANCIA - MANIFESTAÇÃO PÓS ICTAL EM CRISES EPILEPTICAS
A presença de manifestações pós-ictais é um aspecto-chave na confirmação de crises epilépticas
CRISES EPILEPTICAS
DEFINIÇÃO - CRISES GENERALIZADAS
Póssui envolvimento Simultâneo de uma grande parte ou de todo o córtex, desde o início do quadro. (facilmente demonstrável com o EEG)
CRISES EPILEPTICAS
CGEN - CARACTERISTICAS
Nas crises primariamente generalizadas, os
pacientes têm perda de consciência desde o início e não têm aura.
CRISES EPILEPTICAS
CGEN - CLASSIFICAÇÃO
- primárias ou
- secundariamente generalizadas
- CRISE TONICO-CONICA GENERALIZADA
- CRISE DE AUSENCIA
- CRISE MIOCLONICAS
- QUEDA SUBITAS AO SOLO
CRISES EPILEPTICAS
CGEN - TIPO MAIS COMUM
O tipo mais comum é o de crises tônico-clônico generalizadas (CTCG).
CRISE TONICO CLONICA GENERALIZADA
CARACTERISTICAS
Essas crises caracterizam-se por uma contração inicial tanto da musculatura axial quanto das extremidades, durando vários segundos
A seguir, advêm interrupções intermitentes desse estado hipertônico, caracterizando movimentos clônicos. VIDEO
CRISE TONICO CLONICA GENERALIZADA
(CTCG) - MORDEDURA DE LIGUA COMO ACONTECE
Durante o periodo clonico, a musculatura masseteriana faz com que mordam a língua durante essas crises.
CRISES GENERALIZADAS
CRISE DE AUSENCIA - DEFINIÇÃO
2º tipo mais comum de CGEN
- início abrupto, com interrupção das atividades, perda de contato, olhar parado e possível versão dos olhos para cima, com duração de poucos segundos. (VIDEO)
CRISES GENERALIZADAS
CRISES MIOCLONICAS - GATILHOS
São ativadas pela privação de sono, uso de álcool, tensão emocional e estímulos luminosos.
CRISES GENERALIZADAS
CRISES MIOCLONICAS - QUANDO OCORRE
Na maioria:
* As mioclonias ocorrem pela manhã, ao acordar.
CRISES GENERALIZADAS
CRISES MIOCLONICAS - CARACTERISTICAS
- Breves abalos musculares, geralmente envolvendo as raízes das extremidades, em particular dos membros superiores.
- Mioclonias são como ‘’sustos’’ ou ‘’choques elétricos’’.
- Nas mioclonias generalizadas, o envolvimento é bilateral e simétrico.
CRISES GENERALIZADAS
QUEDAS SUBITAS AO SOLO - CARACTERISTICAS
Quedas abruptas e representam a primeira manifestação da crise, sem que o paciente tenha como se proteger.
maioria dos pacientes que apresentam quedas súbitas ao solo chegam ao serviço médico já fora da crise.
CRISES EPILEPTICAS
DADOS QUE SUGEREM UMA CRISE EPILEPTICA (8)
- presença de aura,
- movimentos tônicos, clônicos ou tônico-clônicos,
- movimentos anômalos dos olhos,
- perda da consciência e
- perda do controle esfinctérico.
- Pode ocorrer cianose central.
- seguida de período pós-ictal:
- confusão mental, irritabilidade e fadiga.
VERDADEIRO OU FALSO
As crises epilépticas param com restrição passiva e se alteram quando se chama a atenção ou se movimenta a criança.
FALSO
As crises epilépticas não param com restrição passiva e não se alteram quando se chama a atenção ou se movimenta a criança.
CRISES EPILEPTICAS
MANOBRA - ATUAÇÃO
SE COLOCA A MÃO DO PCT LOGO ACIMA DO SEU ROSTO E A SOLTA.
AQUELE PACIENTE QUE ESTÁ ATUANDO IRA DESVIAR O CAIR DA MÃO DA DIREÇÃO DO SEU ROSTO!
O paciente que simula crise mantém seus
reflexos de autoproteção e localiza estímulo doloroso.
CRISES EPILEPTICAS
EXAME FISICO - O QUE AVALIAR (6)
- Sinais vitais,
- sinais de infecção,
- sinais de irritação meníngea,
- sinais de hipertensão intracraniana (abaulamento de fontanela, bradicardia, hipertensão, alterações do ritmo respiratório e edema de papilas à fundoscopia),
- sinais externos de trauma
- sinais de doenças sistêmicas crônicas.
CRISES EPILEPTICAS
EXAME NEUROLÓGICO ESPERADO APÓS A CRISE (4)
Imediatamente após a crise, o exame neurológico mostra
* sonolência,
* ataxia,
* confusão ental e
* irritabilidade.
CRISES EPILEPTICAS
PARALISIA DE TODD - DEFINIÇÃO
- Denominação dada a diversos sintomas neurológicos e psiquiátricos após episódio convulsivo.
- Autolimitado e Não se associa a lesões neurológicas permanentes.
CRISES EPILEPTICAS
PARALISIA DE TODD - SE RESOLVE EM ATÉ QUANTO TEMPO?
Se resolve em até 24 horas após o final da crise.
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - ROTINA
Não existem exames complementares indicados para todas as crianças atendidas em serviço de urgência e emergência por crises epilépticas.
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - QUANDO PEDIR
Quando há Dados de história e exame clínico que indiquem possível alteração:
* presença de doença aguda ou crônica predisponente a distúrbios metabólicos
* achados sugestivos de infecções do sistema nervoso.
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - ESTADO DE MAL EPILEPTICO
ESTADO MAL EPILEPTICO:
* Glicemia capilar à beira do leito
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - SUSPEITA DE INFECÇÃO (3)
SUSPEITA DE INFECÇÃO:
* eletrólitos e gasometria arterial;
* hemograma e
* hemocultura
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - SEM CAUSA APARENTE
SEM CAUSA APARENTE:
* triagem toxicológica
CRISES EPILEPTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES - EM USO DE DROGAS ANTIEPILEPTICAS (3)
EM USO DE DROGAS ANTIEPILEPTICAS:
- amônia sérica
- pesquisa de erros inatos do metabolismo;
- dosagem sérica de drogas antiepilépticas
CRISES EPILEPTICAS
INDICAÇÕES - COLETA DE LCR (4)
São indicações de coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR):
* sinais de irritação meníngea;
* toxemia;
* período pós-ictal prolongado ou alteração mantida da consciência;
* crises no período neonatal.
CRISES EPILEPTICAS
INDICAÇÕES - TC DE CRANIO (8)
- história ou sinais externos de trauma;
- pacientes portadores de derivação ventrículo-peritoneal;
- sinais clínicos de hipertensão intracraniana;
- crises focais;
- estado pós-ictal prolongado;
- estados hipercoaguláveis;
- doenças hemorrágicas;
- estados de imunossupressão (aids, neoplasias).
CRISES EPILEPTICAS
O QUE FAZER PRIMEIRO: TC OU LCR?
TC
SE TIVER SINAIS DE HIPERTENSAO INTRACRANIANA, PODERÁ CONTRAINDICAR O PROCEDIMENTO DE COLETA DE LCR
CRISES EPILEPTICAS
INDICAÇÃO - ELETROENCEFALORAFIA (EEG)
exame da emergência nos casos de:
* suspeita de EME não convulsivo
* atividade de crise refratária.
CRISES EPILEPTICAS
MANEJO INICIAL - CRISE EPILÉPTICA
- Colocar o paciente em local seguro,
- manter posição neutra da cabeça,
- garantir via aérea pérvia, ventilação e circulação adequadas,
- oferecer oxigênio suplementar e
- obter acesso venoso.
CRISES EPILEPTICAS
MONITORES - CRISE EPILEPTICA
O paciente deve ser monitorado com:
* monitor cardíaco,
* oxímetro de pulso e
* pressão arterial não invasiva.
CRISES EPILEPTICAS
O que deve ser feito imediatamente em relação à glicemia durante uma crise epiléptica?
Deve ser feita imediatamente a glicemia de ponta de dedo, e em caso de hipoglicemia, correção rápida com push endovenoso de glicose 25%.
CRISES EPILEPTICAS
TEMPO - QUANDO MEDICAR
Crises que duram > 3-5 minutos devem ser medicadas.
CRISES EPILEPTICAS
PCT CHEGA A EMERGENCIA EM CRISE E NAO SE SABE HÁ QUANTO TEMPO
Considera-se crise prolongada ou estado de mal epiléptico (EME).
CRISES EPILEPTICAS
TTO INICIAL - CRISE EPILEPTICA
BENZODIAZEPINICOS
1º ESCOLHA:
LORAZEPAM IM (NÃO DISPONIVEL NO BRAZIL)
2º ESCOLHA:
DIAZEPAM IV / RETAL + DROGA DE MANUTENÇÃO
3º ESCOLHA:
MIDAZOLAM + DROGA DE MANUTENÇÃO
CRISES EPILEPTICAS
DOSE INICIAL DO BENZODIAZEPINICO NAO RESOLVEU A CRISE
Pode ser repetida por até 3 vezes para a resolução da crise.
CRISES EPILEPTICAS
FALHA TERAPEUTICA COM BENZODIAZEPINICOS
Fenitoína ou fosfenitoína,
CRISES EPILEPTICAS
SE FALHA TERAPEUTICA COM FENITOINA
- fenobarbital ou
- ácido valproico
ambos em dose de ataque IV
CRISES EPILEPTICAS
LOCAL DO TTO DA CRISE EPILEPTICA
Ambiente de terapia intensiva
* monitoração contínua
* suporte ventilatório.
CRISES EPILEPTICAS
SE FALHA TERAPEUTICA DO FENOBARBITAL / ACIDO VALPROICO
EME refratário
- midazolam EV
- tiopental ou
- propofol.
CRISES EPILEPTICAS
SINDROME DE WEST - DEFINIÇÃO
Síndrome eletroclínica do lactente
* início entre 3 e 9 meses
* encefalopatia epiléptica idade-dependente caracterizada por uma tríade
CRISES EPILEPTICAS
SINDROME DE WEST - TRIADE
- Espasmos infantis,
- Parada ou involução do desenvolvimento
- Padrão eletroencefalográfico característico denominado hipsarritmia.
CRISES EPILEPTICAS
SINDROME DE WEST - CARACTERISTICAS
Espasmos epilépticos são breves
* flexão, extensão ou mistos,
* isolados ou em salvas,
* ocorrem predominantemente ao despertar.
CRISES EPILEPTICAS
SINDROME DE WEST - ETIOLOGIAS
ETIOLOGIA SINTOMATICA
* malformações do desenvolvimento cortical
* infecções congênitas,
* lesões decorrentes de encefalopatia hipóxico-isquêmica)
ETIOLOGIA CRIPTOGENICA
SINDROME DE WEST
HIPSARRITMIA - DEFINIÇÃO
Caótica desorganização da atividade elétrica com descargas de espículas e ondas agudas multifocais e de elevada amplitude.
CRISES EPILEPTICAS
SINDROME DE WEST - PROGNÓSTICO (3)
- Deficit cognitivo (maioria)
- Transtorno do espectro autista (30%)
- Síndrome de Lennox-Gastaut. (20%)
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - DEFINIÇÃO
Encefalopatia epiléptica que usualmente se inicia antes dos 8 anos.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - CARACTERISTICAS
Polimorfismo de crises
* ausências atípicas,
* crises tônicas que ocorrem durante o sono,
* crises atônicas,
* mioclônico-atônicas,
* crises mioclônicas.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - PICO INCIDENCIA
Pico entre 3 e 5 anos;
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - CRISES TONICAS
- Envolvem a musculatura axial e membros.
- Ocorrem durante sono e vigília.
- Geralmente são simétricas, com ou sem perda da consciência, com alteração do ritmo respiratório e desvio ocular e, às vezes, automatismo gestual.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - CRISES DE AUSENCIA ATIPICAS
- Começo e fim progressivos,
- Perda de consciência é incompleta, permitindo de alguma forma a manutenção parcial da atividade que vinha sendo desenvolvida.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - CRISE DE MIOCLONIA MACIÇA
- Anteriormente classificadas como crises atônicas, provocam queda abrupta da cabeça ou do corpo (head atack/drop atack).
- A indicação de usar capacete pode ser sugerida, objetivando evitar traumatismos graves.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - EEG
- O EEG é significativamente alterado.
- O EEG interictal em vigília demonstra atividade de base difusamente lenta e desorganizada.
- Durante o sono lento, surgem surtos de poliespículas, que predominam nas regiões anteriores e podem coincidir com crises tônicas.
CRISES EPILEPTICAS
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT - PROGNÓTICO
Sombrio, com declínio cognitivo progressivo que evolui para
deficiência intelectual grave com características autísticas, distúrbios comportamentais e transtornos psiquiátricos.
EPILEPSIA
OBJETIVO - TTO FARMACOANTIEPILEPTICO (FAE)
- Priorizar sempre a monoterapia, iniciando o fármaco de forma gradual com o objetivo de minimizar os efeitos adversos.
EPILEPSIA
TTO - EPILEPSIAS FOCAIS
1º ESCOLHA:
* oxcarbazepina (> 1mês)
* carbamazepina,
* levetiracetam
* lamotrigina.
EPILEPSIA
TTO - EPILEPSIAS GENERALIZADAS
- valproato
- divalproato
- levetiracetam,
- etossuximida (ausências).
TTO - SINDROME DE WEST
- Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) (indisponível no Brasil)
- prednisolona ou prednisona;
- vigabatrina
TTO - SINDROME DE LENNOX-GASTAUT
Politerapia
* valproato + lamotrigina + clobazam
* dieta cetogênica
EMERGENCIA NEUROLOGICA MAIS FREQ NA PEDIATRIA
O estado de mal epiléptico (EME)
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
DEFINIÇÃO
Crise epiléptica única ou por crises epilépticas subintrantes e
sem recuperação da consciência entre os eventos com duração igual ou superior a 30 minutos.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
TEMPO NA EME - IMPORTANCIA
Relação direta com piora do prognóstico, aumento da morbidade neurológica e da mortalidade.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EME - PICOS DE INCIDENCIA
- Crianças menores de 2 anos
- Indivíduos acima de 60 anos.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EME - ETIOLOGIAS
- sintomáticas agudas,
- sintomáticas crônicas ou remotas,
- progressivas ou degenerativas.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
ABORDAGEM - EME
- Determinação da etiologia e medidas gerais
- Medidas farmacológicas
- Alternativas farmacológicas
- Complicações do EME
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
MANEJO INICIAL - EME
- Realizar um exame neurológico sucinto
- Coletar dados clínicos relevantes
- Providenciar uma maca ou leito com grades de proteção lateral para evitar quedas.
- Introduzir uma cânula de Guedel entre os dentes nos casos de crises convulsivas generalizadas com risco de laceração da língua e realizar aspiração frequente da boca para reduzir o risco de pneumonias aspirativas.
- Monitorar os sinais vitais, incluindo frequência cardíaca, respiratória, temperatura e pressão arterial.
- Manter as vias aéreas desobstruídas e administrar oxigênio sob máscara a 2 a 3 L/minuto em casos de crises com cianose e insaturação.
- Obter acesso venoso o mais precocemente possível, evitando acessos centrais devido ao risco de complicações como pneumotórax.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
QUAIS PERGUNTAS FAZER NA HDA (4)
- Histórico de epilepsia,
- Interrupção recente de fármacos antiepilépticos,
- Histórico de traumatismo craniano
- Quadro clínico compatível com:
- alterações metabólicas agudas,
- infecção do sistema nervoso central
- intoxicações medicamentosas.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EXAMES COMPLEMENTARES - EME
- hemograma,
- glicemia,
- SODIO
- POTASSIO
- cálcio
- gasometria arterial.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EXAMES COMPLEMENTARES - EME COM SUSPEITA DE LESAO CEREBRAL
Suspeita lesão cerebral aguda ou subaguda:
- TC OU RM
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EXAMES COMPLEMENTARES - EME >15min
SE CRISE >15min
* TGO,
* TGP
* amilase
* ureia
* creatinina
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
EXAMES COMPLEMENTARES - EME COM SINAIS DE INFECÇÃO EM SNC
SE SINAIS DE INFECÇAO EM SNC:
* COLETA LCR
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS - EME
Benzodiazepínicos + FENITOINA IV (15-20 mg/kg/dose)
* Diazepam IV / RETAL (0,2-0,3 mg/kg/dose) ou
* Midazolam IV / NASAL (0,15 a 0,3 mg/kg/dose)
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
MOTIVO - ASSOCIAÇAO COM FENITOINA
O efeito fugaz dos benzos torna necessária a administração de uma droga de segunda linha com efeito antiepiléptico mais duradouro.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
ALTERNATIVA - FENITOINA
- Valproato de sódio IV (15 mg/kg/dose)
8/8h
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
SE FALHA TERAPEUTICA - EME
- Fenobarbital IV(10 mg/kg/dose)
MAX:
200 mg - infusão inicial (100 mg/minuto)
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
SE FALHA TERAPEUTICA COM FENOBARBITAL - EME
EME Refratário:
* UTI
* Midazolam IV em infusão contínua (3 mcg/kg/minuto e seguir aumentando 1 mcg/kg/minuto a cada 15 minutos até o controle clínico e eletrográfico do EME.)
ALTERNATIVA:
Tiopental sódico
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
SE FALHA TERAPEUTICA NO EME REFRATÁRIO
Infusão endovenosa contínua:
* Propofol OU
* Lidocaína
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
INDICAÇÃO - REALIZAÇÃO CONTINUA DE EEG
- Uso de Drogas anestésicas no TTO do EME.
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME)
COMPLICAÇÕES - EME (8)
- Acidose metabólica grave,
- hipoglicemia (que pode perpetuar a crise),
- hipotensão arterial,
- arritmia cardíaca,
- hipertermia (que acelera o dano neuronal),
- pneumonia aspirativa,
- insuficiência renal por necrose tubular aguda e
- edema cerebral.
CRISE FEBRIL
DEFINIÇÃO
Crise epiléptica associada à doença febril não causada por uma infecção do sistema nervoso central (SNC)
CRISE FEBRIL
IDADE
Ocorre entre 6 meses e 6 anos de idade
CRISE FEBRIL
Criterios de Exclusao - Crise Febril
São excluídas as crianças que apresentaram:
* crises neonatais ou crises não provocadas, ou que
* Se encaixam nos critérios de outra crise sintomática aguda
CRISE FEBRIL
PICO DE INCIDENCIA - 1º CASO
90% dos casos:
* 6 meses - 3 anos de idade.
CRISE FEBRIL
FATORES PREDITIVO PARA RECORRENCIA DE CRISES (4)
Idade de início
50% das crianças < 1 ano no momento da primeira crise febril terão recorrência.
História familiar de CF
Elevação da Temp.
Quanto menor a temp. maior o risco de recorrencia
Duração do período febril
Quanto menor a duração da febre, maior o risco de recorrencia
CRISE FEBRIL
FATORES DE RISCO (4)
- história de crise febril em parentes de 1o e 2o graus
- internação hospitalar no período neonatal,
- atraso do desenvolvimento neuropsicomotor,
- atendimento frequente em hospital-dia
CRISE FEBRIL
ASSOCIAÇAO - CRISE FEBRIL
- Infecções virais das vias aéreas superiores, pulmonares, intestinais e do trato urinário,
- Febre decorrente de vacinação.
CRISE FEBRIL
A crise febril ocorre geralmente nas primeiras – horas do episódio febril, no período de ascensão rápida da temperatura.
24 HORAS
CRISE FEBRIL
CLASSIFICAÇÕES - CF
- simples
- complexas.
CRISE FEBRIL
CF SIMPLES - CARACTERISTICAS
- Apresentação generalizada,
- Duração < 15 minutos
- Não recorre em menos de 24 horas
- Exame neurológico pós-ictal normal.
CRISE FEBRIL
CF COMPLEXA - CARACTERISTICAS
- Apresentação FOCAL,
- Duração > 15 minutos
- Recorre em menos de 24 horas
- Exame neurológico pós-ictal ALTERADO.
a presença de apenas um destes aspectos é suficiente
para alterar a classificação de CF simples para complexa.
CRISE FEBRIL
DIAGNÓSTICO - CF
CLINICO
Avaliar as características da crise e a história familiar.
CRISE FEBRIL
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (3) - CF
IMPORTANTE AFASTAR:
* intoxicações
* trauma
* focos infecciosos
CRISE FEBRIL
MANIFESTAÇOES TONICOCLONICA - CF
Perda súbita da consciência que dura poucos minutos.
Fase tônica:
Músculos dos braços, pernas e tronco ficam endurecidos, contraídos e estendidos e a face adquire coloração azulada.
Fase clônica:
Contrações rítmicas, repetitivas e incontroláveis.
CRISE FEBRIL
INDICAÇÃO - COLETA LCR (5)
- Crianças < 12 meses,
- Suspeita de infecção do SNC (meningite)
- Estado geral comprometido
- Uso prévio de antibiótico.
- Crise febril após 24 horas do início da febre.
CRISE FEBRIL
INDICAÇÃO - EEG (3)
- suspeita de doença cerebral subjacente
- presença de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor
- déficit neurológico
CRISE FEBRIL
INDICAÇÃO - TC OU RM (2)
- Crise febril prolongada
- Estado de mal epilético febril.
CRISE FEBRIL
TRATAMENTO -
FASE AGUDA
Tratada como qualquer outra crise epiléptica
* Manter as vias aéreas pérvias,
* Assegurar acesso venoso,
* Manter sinais vitais,
* Administrar Diazepam IV ou retal (0,5mg/kg) até que a crise cesse. (Ou Midazolan)
CRISE FEBRIL
CONDUTA - PÓS ICTAL
A maioria das crianças já chega ao pronto-socorro no período pós-ictal.
- Temperatura deve ser imediatamente aferida
- Indicado controle da febre por meios físicos (compressas frias) e antitérmicos.
CRISE FEBRIL
PROFILAXIA - CRISE FEBRIL
Terapia intermitente com benzodiazepínicos
*Situações de elevada frequência de crises em um curto período de tempo (3+ crises em 6 meses), crise prolongada, ou quando a ansiedade dos pais é intensa. *
- Diazepam caso haja persistência da febre ou
- Clobazam caso haja persistência da febre.
CRISE FEBRIL
PRINCIPAL DIAG. DIFERENCIAL
O principal diagnóstico diferencial é a meningite
CRISE FEBRIL
PROGNÓSTICO
Não foi observado mortes, estado de mal convulsivo ou déficits neurológicos permanentes após crises febris.
Benigno
CRISE FEBRIL
ORIENTAÇÕES AOS PAIS DURANTE A CRISE
Durante uma crise febril os pais devem:
* Manter a calma,
* Posicionar a criança em decúbito lateral direito.
* Proteger a criança sem restringir seus movimentos,
* Evitar introduzir qualquer objeto em sua boca.
* Evitar respiração boca a boca ou massagem cardíaca em casa.