DIARREIA AGUDA E PERSISTENTE Flashcards

1
Q

Como definimos diarreia em termos práticos?

A

Três ou mais evacuações amolecidas em 24 horas.

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2
Q

Qual a definição quantitativa de diarreia em relação ao volume fecal?

A

Volume superior a 10 ml/kg/dia em crianças ou
mais de 200 g/dia em adultos.

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3
Q

Qual cuidado é necessário ao avaliar lactentes quanto à diarreia?

A

Lactentes podem ter fezes liquefeitas após mamadas, sem ser patológico.

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4
Q

Como as diarreias do intestino delgado se diferenciam das do cólon em relação ao volume de diarreia?

A

Doenças do delgado causam diarreia de grande volume
Doenças do cólon, causam menor volume de diarreia

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5
Q

DEFINIÇÃO

Diarreia aguda:

A

<14 dias, geralmente infecciosa (gastroenterite).

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6
Q

DEFINIÇÃO

Diarreia persistente:

A

> +14 dias, pode causar problemas nutricionais e mortalidade infantil.

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7
Q

Causas da diarreia persistente:

A

Desnutrição
Introdução recente de leite de vaca na dieta.

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8
Q

Como os agentes causadores de diarreia são transmitidos?

A

via fecal-oral, através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

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9
Q

Quais são os principais agentes causadores de diarreia aguda nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento?

A

Nos países desenvolvidos, os principais agentes são:
* os vírus;

nos países em desenvolvimento,
* o rotavírus e
* as bactérias

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10
Q

Rotavírus:

Epidemiologia

A
  1. Causa mais comum de diarreia grave em menores de dois anos.
  2. Transmitido por via fecal-oral.
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11
Q

Rotavírus:

Manifestações Clínicas (4)

A
  1. Febre baixa,
  2. vômitos e
  3. diarreia aquosa.
  4. Desidratação rápida.
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12
Q

Rotavírus:

Mecanismo da Diarreia por Rotavírus

A

Destruição das células epiteliais do intestino delgado leva a menor capacidade de digerir dissacarídeos –> aumento da osmolaridade intraluminal.
Secreção de enterotoxina viral (NSP4)–> aumenta a secreção de eletrólitos.

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13
Q

Rotavírus:

Diagnóstico do Rotavírus:

A

Confirmado por ELISA ou aglutinação em látex (menos sensível).

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14
Q

Rotavírus:

Tratamento:

A

Prevenir e tratar a desidratação e manter o estado nutricional.

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15
Q

Salmonella spp.

Transmissão:

A

Ingestão de produtos animais contaminados.

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16
Q

Salmonella spp.

Clínica:

A

Início abrupto com febre, cólicas e diarreia líquida, podendo evoluir para disenteria. Bacteremia em 6% dos casos.

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17
Q

Shigella spp.:

Transmissão:

A

Fecal-oral e interpessoal, alta infectividade.

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18
Q

Shigella spp.:

Clínica:

A

Diarreia aquosa leve evoluindo para disenteria com sangue, muco e pus.

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19
Q

Clostridium difficile:

Transmissão:

A

Pessoa a pessoa, importante infecção nosocomial.

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20
Q

Clostridium difficile:

Clínica:

A

Varia de diarreia leve a colite pseudomembranosa, podendo evoluir para megacólon tóxico.

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21
Q

Clostridium botulinum:

Incubação:

A

12-72 horas em crianças e adultos,
3-30 dias em crianças menores de 1 ano.

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22
Q

Clostridium botulinum:

Transmissão:

A

Alimentos enlatados, mel, xarope de milho.

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23
Q

Clostridium botulinum:

Clínica:

A

Varia conforme a faixa etária, incluindo letargia, fraqueza, vômitos, diarreia e fraqueza descendente.

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24
Q

Protozoários:Vibrio cholerae:

Transmissão:

A

Fecal-oral (mariscos, peixes malcozidos).

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25
Q

Protozoários:Vibrio cholerae:

Clínica:

A

Diarreia aquosa profusa, odor de peixe, sem muco ou sangue, não há dor abdominal ou febre.

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26
Q

Protozoários:Giardia lamblia:

Transmissão:

A

Fecal-oral (água contaminada).

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27
Q

Protozoários:Giardia lamblia:

Clínica:

A

Distensão abdominal, cólicas, flatulência, diarreia intercalada com constipação, perda de peso.

28
Q

Exames Complementares

Quando pedir um Hemograma para o paciente com diarreia?

A

Reservado para casos suspeitos de Sepse.

29
Q

Exames Complementares

Em casos de desidratação grave qual exame pedir?

A

Bioquimica
Dosagem sérica de potássio, sódio e cloro

30
Q

Exames Complementares

Qual exame realizar na suspeita de acidose ou alcalose metabolica?

A

Gasometria Arterial

31
Q

Exames Complementares

Quando realizar o Parasitológico de fezes:

A

ocasionalmente realizado para pesquisa de Giardia lamblia.

32
Q

Exames Complementares

Qual a indicação para pedir uma Cultura de fezes:

A
  • Para bactérias em casos de infecções disseminadas,
  • epidemias,
  • imunodeprimidos, ou
  • crianças com doenças crônicas.
33
Q

Solução de Reidratação Oral (SRO)

O que é:

A

Mistura de água, glicose e eletrólitos

34
Q

Solução de Reidratação Oral (SRO)

Nova formulação:

A

Recomendada pela OMS/UNICEF, com menor osmolaridade, concentração de sódio e glicose, mantendo ou aumentando a eficácia.

35
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO

Quais são as medidas recomendadas para uma criança sem desidratação durante um episódio de diarreia? (4)

A
  1. Amamentar por mais tempo e com maior frequência.
  2. Crianças em aleitamento materno exclusivo podem receber SRO.
  3. Crianças que não estão em aleitamento materno exclusivo devem receber SRO, líquidos caseiros como soro caseiro ou água.
  4. Continuar a alimentação.
36
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO*

Como calcular a quantidade de líquidos adicionais recomendados para crianças durante um episódio de diarreia?

A

<1 ano: 50-100 ml após cada evacuação.
>+1 ano: 100-200 ml após cada evacuação.

37
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO

Quais são os sinais de perigo que indicam a necessidade de internação durante um episódio de diarreia? (4)

A
  1. Criança não consegue beber nem mamar no peito.
  2. Piora do estado geral da criança.
  3. Aparecimento ou piora da febre.
  4. Sangue nas fezes ou dificuldades para beber durante diarreia aguda.
38
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO

O que é recomendado se não houver melhora em cinco dias durante um episódio de diarreia?

A

Reavaliar

39
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO

Qual é o benefício do uso de zinco durante um episódio de diarreia? (4)

A
  1. Melhora o epitélio intestinal inflamado.
  2. Fortalece o sistema imunológico da criança.
  3. Reduz a gravidade do quadro atual.
  4. Reduz a incidência de novos episódios nos dois/três meses subsequentes.
40
Q

PCT SEM DESIDRATAÇÃO

Dose de zinco recomendada:

A

Até 6 meses de idade: 10 mg/dia.
Maiores de 6 meses: 20 mg/dia.

41
Q

PLANO B - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO

Plano B para administração de SRO: (4)

A
  1. Volume de SRO conforme peso da criança.
  2. Hidratação com pequenos goles frequentes.
  3. Se vomitar, aguardar 10 minutos antes de continuar.
  4. Persistindo os vômitos, usar ondansetrona.
42
Q

PLANO B - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO

Quais Recomendações adicionais durante o plano B: (3)

A
  1. Continuar amamentação.
  2. Não oferecer outros alimentos.
  3. Avaliar a criança após 4 horas.
43
Q

PLANO B - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO

Como é calculado o volume de SRO a ser administrado?

A

75 × peso (kg).

44
Q

PLANO C - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE

Fase de Expansão:
Maiores de 5 anos:

A

30ml/kg de SF 0,9% por 30 minutos,
seguido de
RL 70ml/kg por 2h30min.

45
Q

PLANO C - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE

Formula de Holliday:

A
  • Peso até 10kg = 100ml/kg
  • Peso de 10 a 20kg = 1000ml + 50ml/kg de peso que exceder 10kg
  • Peso acima de 20kg = 1500ml + 20ml/kg de peso que exceder 20kg
46
Q

PLANO C - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE

Fase de Expansão:
Todas idades

A

SG 5% + SF 0,9% (4:1) (Formula de Holliday)
.SG 5% + SF 0,9% (1:1) - 50mL/kg, com reavaliação das perdas do paciente.
Adicionar KCl 10% - 2ml para cada 100ml de solução da fase
de manutenção.

47
Q

PLANO C - CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE

Fase de Expansão:
CONDUTA?

A
  • Avaliar a cada 30 min; aumentar gotejamento se necessário.
  • Iniciar SRO a 5 ml/kg/h assim que possível.
  • Reclassificar desidratação e retomar tratamento conforme necessário.
48
Q

USO DE MEDICAMENTOS EM PACIENTES COM DIARREIA

Antibióticos na Diarreia:

A

Usar apenas em casos de diarreia com sangue ou cólera grave.
Não são eficazes em outras condições.

49
Q

USO DE MEDICAMENTOS EM PACIENTES COM DIARREIA

Antiparasitários na Diarreia:

A

Usar apenas para amebíase e giardíase conforme critérios específicos.

50
Q

USO DE MEDICAMENTOS EM PACIENTES COM DIARREIA

Antidiarreicos e Antieméticos:

A

Não devem ser usados.

51
Q

TRATAMENTO

Qual tratamento de escolha para diarreia causada por Shigella?

A

Ciprofloxacino
15mg/kg, 2x ao dia, por 3 dias

52
Q

TRATAMENTO

Quando usar Ceftriaxona e qual a dose?

A

Casos graves que requerem hospitalização.
(50-100mg/kg) EV por dia por 3-5 dias

53
Q

VERDADEIRO OU FALSO?

Probióticos podem ser utilizados como coadjuvantes no tratamento da diarreia aguda?

A

Em conjunto com outras medidas terapêuticas básicas, ou seja, terapia de reidratação e manutenção da alimentação.
Eles podem diminuir o tempo do quadro diarreico.

54
Q

PREVENÇÃO

Orientação:

A

A família deve ser orientada sobre as causas da diarreia e sua prevenção.
Além disso, a Vacina contra o rotavírus humano (VORH): é indicada para a prevenção de gastroenterites causadas por rotavírus dos sorotipos G1 em crianças menores de 1 ano de idade.

55
Q

PREVENÇÃO

Quando é feita as doses da VORH?

A

2 e 4 meses.

56
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Medidas recomendadas para crianças com diarreia persistente e sem desidratação: (3)

A
  1. Dieta sem lactose ou sem leite de vaca ou derivados.
  2. Manter o aleitamento materno ou fazer relactação
  3. Administração de zinco oral por 10 dias.
57
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Definição:

A

+3 evacuações por dia por mais de 14 dias
em uma criança que perde ou não ganha peso.

58
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Fatores de risco para o desenvolvimento de diarreia persistente:

A

Características do episódio agudo (intensidade, presença de sangue ou muco nas fezes, febre, grande número de evacuações e vômitos).
Idade (maior risco em menores de 2 anos).
Desnutrição e deficiência de zinco.
Baixo peso ao nascer.
Infecções prévias e imunodeficiências.
Alimentação durante o episódio diarreico.
Medicamentos.
Condições socioeconômicas

59
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Qual Mecanismo fisiopatológico?

A

O desequilíbrio entre a agressão e a falha da regeneração do enterócito promove o desarranjo funcional da mucosa intestinal, culminando na diarreia persistente.

60
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Agentes frequentemente isolados nas fezes de crianças com diarreia persistente: (5)

A
  1. E. coli enteropatogênica clássica (EPEC).
  2. Salmonella.
  3. E. coli enteroagregativa (EAEC).
  4. Klebsiella.
  5. Cryptosporidium.
61
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Investigação de diagnósticos diferenciais associadas à diarreia: (7)

A
  1. Alergias alimentares.
  2. Enteropatias eosinofílicas.
  3. Enteropatias autoimunes.
  4. Doença celíaca.
  5. Linfangiectasias.
  6. Doenças infecciosas.
  7. Infecção por HIV.
62
Q

DIARREIA PERSISTENTE

Diagnóstico da diarreia persistente:

A

Diagnóstico Clinico
Confirmado com etiologia a partir de:
1. coprocultura,
1. exame protoparasitológico,
1. pesquisa de Cryptosporidium e pesquisas de vírus deve ser realizada.
2. Busca por APLV, doença celíaca e intolerância à lactose;

63
Q

Diag. diferencial

Como é feita a Busca por APLV?

A

testes na pele ( prick teste)
teste de provocação oral

64
Q

Diag. diferencial

Como é feita a Busca por intolerancia a lactose?

A

teste de hidrogênio expirado.

65
Q

Diag. diferencial

Como é feita a busca por doença celíaca?

A

anticorpos anti-transglutaminase (anti-tTG)
anticorpos anti-endomísio (EMA).

66
Q

Medidas profiláticas para prevenir diarreia:

A
  1. Reduzir a transmissão de agentes patogênicos.
  2. Promover o bom estado nutricional da criança.